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João Coelho & Mario Lima

Parte VIII
Polinômios
566. (EsPCEx - 2013) Sabendo que 2 é uma raiz do polinômio
q P( x ) = 2x3 − 5x2 + x + 2, então o conjunto
de todos os números reais x para os quais a expressão P( x ) está definita é:
a. { x ∈ R : 1 ≤ x ≤ 2}.
 
1
b. x ∈ R : x ≤ − .
2
 
1
c. x ∈ R : − ≤ x ≤ 1 ∨ x ≥ 2 .
2
d. { x ∈ R : x ̸= 2}.
e. { x ∈ R : x ̸= 2 ∧ x ̸= 1}.

Resolução:
i. Sabendo que 2 é raiz, podemos aplicar o método de divisão de Horner para fatorarmos o polinômio.
Assim:
2 −5 1 2
2 4 −2 −2
2 −1 −1 0
1
Ou seja, P( x ) = ( x − 2)(2x2 − x − 1). Com isso, descobrimos que x = − e x = 1.
2
q  
 1 
ii. Perceba que P( x ) está definida para P( x ) ≥ 0, ou seja, 2 x − 1 x + x − 2 ≥ 0. Pela análise dos
2
sinais, obtemos que:  
1
S = x ∈ R : − ≤ x ≤ 1∨x ≥ 2 .
2

567. (AFA - 2020) O polinômio de raízes reais distintas e coeficientes reais, P( x ) = 6x3 + mx2 − 18x + n,
é divisível por ( x − α) e possui duas raízes simétricas. Se P( P(α)) = 9, então P(1) é igual a
a. −9 b. −6 c. −3 d. 0

Resolução:
i. Como P( x ) é divisível por x − α, então, pelo teorema do resto, P(α) = 0, logo, P( P(0)) = P(0) = 9. Além
disso, como P( x ) tem mais duas raízes simétricas, podemos chamá-las de β e − β. Por Girard:
m
α+β−β = − ∴ m = −6α,
6
18 √
αβ − αβ − β2 = − ∴ β = ± 3,
6
n 1
−αββ = − ∴ α = .
6 2
ii. Obtemos m = −6α = −3. Concluindo que P(1) = 6 · 13 − 3 · 12 − 18 · 1 + 9 = −6.

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568. (Escola Naval - 2014) Considere P( x ) = (m − 4)(m2 + 4) x5 + x2 + kx + 1 um polinômio na variável


x, em que m e k são constantes reais. Quais os valores das constantes m e k para que P( x ) não admita
raiz real?
a. m = 4 e −2 < k < 2
b. m = −4 e k > 2
c. m = −2 e −2 < k < 2
d. m = 4 e |k | > 2
e. m = −2 e k > −2

Resolução:
i. Por teorema, sabemos que, caso α + βi seja uma raiz complexa de um polinômio P( x ), então α − βi também
é raiz do polinômio. Portanto, se temos um polinômio de grau 5, pelo menos uma raiz deve ser real. De forma
que, para mudarmos esse problema, devemos admitir m − 4 = 0 ⇔ m = 4. Assim, P( x ) terá grau 2.

ii. Agora, para que nenhuma raiz seja real, afirmamos que o ∆ de x2 + kx + 1 deve ser menor que 0, assim:

k2 − 4 · 1 · 1 < 0 ⇔ |k| < 2.

∴ −2 < k < 2.

569. (Escola Naval - 1991) O resto da divisão de 1 + x + x2 + x3 + . . . + x100 por x2 − 1 é:


a. 0. b. x + 1. c. 50x + 50. d. 50x + 51. e. 51x + 50.

Resolução:
i. Como p( x ) = q( x ) · ( x2 − 1) + r ( x ), sendo r ( x ) = ax + b, encontramos que:

• Para x = 1, p(1) = 101 e, portanto: 101 = 0 + a + b.


• Para x = −1, p(−1) = 1 e, portanto: −1 = 0 − a + b

ii. Resolvendo, encontramos a = 50 e b = 51. O resto será r ( x ) = 50x + 51.

570. (Unesp - 1990) Sabe-se que a soma dos primeiros termos da sucessão ak = k(k + 1), k = 1, 2, 3, . . .
é um polinômio em n de grau 3. Esse polinômio é:
n3 − n n3 + 3n2 + 2n n3 − 3n2 + 2n
a. . b. . c. . d. 3n3 − n. e. n3 .
3 3 3

Resolução:
i. Para encontrarmos essa soma realizamos o seguinte somatório:
n n n n
S= ∑ [k(k + 1)] = ∑ (k2 + k) = ∑ k2 + ∑ k
k =1 k =1 k =1 k =1

n(n + 1)(2n + 1) n ( n + 1) n(n + 1)(2n + 1) 3n(n + 1)


⇔S= + = +
6 2 6 6
n ( n + 1) 2n(n + 1)(n + 2)
⇔S= · (2n + 1 + 3) =
6 6

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n(n + 1)(n + 2) n3 + (0 + 1 + 2) n2 + (0 · 1 + 0 · 2 + 1 · 2) n + (0 · 1 · 2)
⇔S= =
3 3
n3 + 3n2 + 2n
∴S= .
3

571. (UFPR - 2018) Considere a seguinte sequência de funções polinomiais do segundo grau:
x x x x
p1 ( x ) = 2x2 + − 3, p2 ( x ) = 2x2 + − 9, p3 ( x ) = 2x2 + − 27, . . . , pn ( x ) = 2x2 + − 3n , . . .
3 9 27 3n
Denotando por S1 a soma das raízes de p1 ( x ), S2 a soma das raízes de p2 ( x ) e assim por diante, pode-se
concluir que a soma infinita S = S1 + S2 + S3 + S4 + · · · é igual a:
1 1 1 1 1
a. − b. − c. − d. e.
2 4 8 4 2

Resolução:
i. Pelas relações de Girard, sabemos que a soma das raízes de uma função do segundo grau é igual à razão
do negativo do coeficiente de x pelo coeficiente de x2 , assim:

 1

 −

 1

 S = 3 =−
 1
 2 6



 1

 −
 1
S2 = 9 = −
2 18



 1

 −

 1

 S3 = 27 = −

 2 54



..
.

1 1
ii. Teremos, portanto, − como primeiro termo e como razão de uma progressão geométrica, logo:
6 3
1 1
a1 − −
S= = 6 = 6 = −1.
1−q 1 2 4
1−
3 3

572. (UFPE - 2002) Determine os reais a, b e c tais que o polinômio x4 − 63x2 + 22x + d, d real, se fatora
como ( x2 + x + a)( x2 + bx + c). Calcule a maior raiz do polnômio de grau 4.

Resolução:
i. Abrindo a fatoração do polonômio:

( x2 + x + a)( x2 + bx + c) = x2 · x2 + x2 · bx + x2 · c + x · x2 + x · bx + x · c + a · x2 + a · bx + a · c
= x4 + (b + 1) x3 + (c + b + a) x2 + (c + ab) x + ac.

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Comparando, teremos o seguinte sistema:


  

b + 1 = 0
  b = −1

  b = −1


c + b + a = −63 c + a = −62  a = −42
⇔ ∴

 c + ab = 22 
 c − a = 22 
 c = −20

 
 

ac = d ac = d ∴ d = 840

ii. Portanto, P( x ) = ( x2 + x − 42)( x2 − x − 20) = ( x − 7)( x + 6)( x − 5)( x + 4). A maior raiz do polinômio
é 7.

573. (UFU - 2002) Se a, b e c são raízes de x3 + 3x2 − x + 1 = 0, então:


1 1 1 1 1 1
a. a2 + b2 + c2 = 9. b. + + = 1. c. a2 + b2 + c2 = 6. d. + + = −1.
a b c a b c

Resolução:
i. Pelas relações de Girard, obtemos: 
 a + b + c = −3

ab + ac + bc = −1


abc = −1
Com isso, podemos obter que

( a + b + c)2 = a2 + b2 + c2 + 2 · ( ab + ac + bc)

∴ a2 + b2 + c2 = ( a + b + c)2 − 2 · ( ab + ac + bc),
portanto, a + b + c = 9 − 2 · (−1) = 11.
2 2 2

ii. Concluindo:
ab + ac + bc 1 1 1 1 1 1 −1
= + + ⇔ + + = = 1.
abc a b c a b c −1

574. (AFA - 1999) Se a, b, c, d, e são as raízes do polinômio P( x ) = 2x5 − 6x4 + 3x3 + x2 + 7x + 5, então
1 1 1 1 1
o valor de + + + + é
a b c d e
7 2 3 1
a. − b. − c. d.
5 5 7 3

Resolução:
i. Transformando:
1 1 1 1 1 bcde acde abde abce abcd
+ + + + = + + + +
a b c d e abcde abcde abcde abcde abcde
bcde + acde + abde + abce + abcd
=
abcde
7
7
= 25 = − .
−2 5

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575. (Colégio Naval - 2007) Observe o sistema de equações lineares abaixo.


( √ √
x 2 + y 3 = 12
S1 : .
2x + 7y = 4
√ √
Sendo ( x1 , y1 ) solução de S1 , o resultado de (6 + 2) x1 + (21 + 3)y1 é igual a:
a. 18. b. 21. c. 24. d. 28. e. 32.

Resolução:
4 − 2x
i. Isolando y na segunda equação, encontramos: y = . Substituindo na primeira equação:
7
  √
√ 4 − 2x √ 84 − 4 3
x 2+ 3 = 12 ⇔ x = √ √ .
7 7 2−2 3
Assim:

84 − 4 3
x= √ √
7 2−2 3
√ √ √
84 − 4 3 7 2 + 2 3
= √ √ · √ √
7 2−2 3 7 2+2 3

4( 3 − 21)
= √ √ .
2 3−7 2

4( 2 − 6)
Substituindo, achamos y = √ √ .
7 2−2 3
√ √
ii. O resultado que buscamos é (6 + 2) x1 + (21 + 3)y1 , assim:
√ ! √ !
√ √ √ 4( 3 − 21) √ 4( 2 − 6)
(6 + 2) x1 + (21 + 3)y1 = (6 + 2) · √ √ + (21 + 3) √ √
2 3−7 2 7 2−2 3

Com o algebrismo:
√ ! √ !
 √  3 − 21  √  2−6
K = 4· 6+ 2 √ √ + 4 · 21 + 3 √ √
2 3−7 2 7 2−2 3
" √ √ √ √ #
(6 + 2)( 3 − 21) − (21 + 3)( 2 − 6)
⇔ K = 4· √ √
2 3−7 2
" √ √ √ √ #
(6 + 2)( 3 − 21) + (6 − 2)(21 + 3)
⇔ K = 4· √ √
2 3−7 2
√  √ √  √ √ √ !
6 3 − 6 ·
21 +  6 ·
6 − 21 2 +  21 + 6 3 − 21 2 −  6
⇔ K = 4· √ √
2 3−7 2
√ √ !
12 3 − 42 2
∴ K = 4· √ √ = 4 · 6 = 24.
2 3−7 2

576. (Colégio Naval - 2014) Sabendo que 20144 = 16452725990416 e que 20142 = 4056196, calcule o
resto da divisão de 16452730046613 por 4058211 e assinale a opção que apresenta esse valor.
a. 0 b. 2 c. 4 d. 5 e. 6

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Resolução:
i. Não se assuste com os números! Embora sejam grandes, a questão é simples. Perceba que os últimos
números do enunciado são bem próximos de 20144 e 20142 , respectivamente. Depois disso, com uma análise
visual, perceba que:

16452730046613 = 16452725990416 + 4056196 + 1 = 20144 + 20142 + 1


4058211 = 4056196 + 2014 + 1 = 20142 + 2014 + 1.

ii. Dessa forma, podemos realizar a substituição k=20142 , de forma que a divisão do enunciado é:

16452730046613 20144 + 20142 + 1 k4 + k2 + 1


Q= = 2
= 2
4058211 2014 + 2014 + 1 k +k+1

k4 + 2k2 + 1 − k2 ( k 2 + 1)2 − k 2
⇔Q= =
k2 + k + 1 k2 + k + 1

(k2 + 1 − k)
(k2+1
+ k)
⇔Q= 2  


k + k + 1
∴ Q = k2 − k + 1.

Não é preciso calcular o valor de Q, basta notar que é um inteiro e o resto da divisão é 0.

577. (Colégio Naval - 2016) Dado o polinômio ax k + 2x2 − t, com ( a, k, t) ∈ N, a < k e sabendo que
P(1) = 0, P(−2) = 51, determine a soma dos algarismos do número w = t15 ( a − 1)20 e, a seguir,
assinale a opção correta.
a. 20 b. 15 c. 10 d. 8 e. 5

Resolução:
i. Primeiramente, para P(1) = 0 : a + 2 − t = 0 ∴ a = t − 2. Agora, para P(−2) = 51 :

P(−2) = 51 ⇔ a · (−2)k + 2 · (−2)2 − t = 51

⇔ a · (−2)k + 8 − ( a + 2) = 51 ∴ a · [(−2)k − 1] = 45 = 3 · 15.


ii. Podemos adotar a = 3 e (−2)k − 1 = 15 ⇔ (−2)k = 16 ∴ k = 4. Segundo o enunciado, como a < k, os
números são possíveis. Além disso, t = a + 2 = 3 + 2 = 5.
iii. Agora, para w:
w = t15 ( a − 1)20 = 515 · (3 − 1)20
⇔ w = 515 · 220 = 515 · 215 · 25
⇔ w = (2 · 5)15 · 25 = (10)15 · 32
∴ w = 32 000 . . 000} .
| .{z
15 zeros
A soma dos algarismos é S = 3 + 2 + 0 + 0 + 0 + · · · + 0 + 0 + 0 = 5.
| {z }
×15

578. (Colégio Naval - 2012) Seja P( x ) = 2x2012 + 2012x + 2013. O resto r ( x ) da divisão de P( x ) por
d( x ) = x4 + 1 é tal que r (−1) é:
a. −2. b. −1. c. 0. d. 1. e. 2.

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Resolução:
i. Preste muita atenção ao que vou explicar agora. Pela identidade fundamental da divisão polinomial:

D ( x ) = d ( x ) · q ( x ) + r ( x ).

Sendo D ( x ) o dividendo, d( x ) o divisor, q( x ) o quociente e r ( x ) o resto. Ao igualarmos o divisor a 0, obtemos


que D ( x ) = r ( x ). Isso resume o teorema do resto e estamos acostumados a aplicá-lo somente para casos em
que o divisor possui grau 1, mas isso não é uma regra!
Por exemplo, se quisermos saber o resto da divisão de x2 + 3x + 1 por x − 1, basta que adotemos x − 1 = 0 ∴
x = 1 e assim encontramos:
r ( x ) = D (1) = 12 + 3 · 1 + 1 = 5.

Mas, e se quisermos saber o resto da divisão de x4 + x2 + 3 por x2 + 1? Mesma ideia, igualamos o divisor a 0,
ou seja, x2 + 1 = 0 ∴ x2 = −1 e encontramos:

r ( x ) = D ([ x2 = −1]) = ( x2 )2 + x2 + 3 = (−1)2 + −1 + 3 = 3.

A utilização dessa ferramenta é de extrema utilidade e é com ela que iremos resolver essa questão.

ii. Para descobrirmos o resto, adotamos x4 + 1 = 0 ∴ x4 = −1. Com isso:

r ( x ) = P([ x4 = −1]) = 2 · ( x4 )503 + 2012x + 2013

∴ r ( x ) = 2 · (−1)503 + 2012x + 2013 = 2012x + 2011


Simples assim, e com isso r (−1) = 2012 · (−1) + 2011 = −1.

579. (Colégio Naval - 2010) Sejam p( x ) = 2x2010 − 5x2 − 13x + 7 e q( x ) = x2 + x + 1. Tomando r ( x )


como sendo o resto da divisão de p( x ) por q( x ), o valor de r (2) será:
a. −8. b. −6. c. −4. d. −3. e. −2.

Resolução:
i. Seguimos a mesma ideia da questão anterior, ou seja:

q ( x ) = 0 ⇔ x 2 + x + 1 = 0 ⇔ ( x − 1) · ( x 2 + x + 1) = ( x − 1) · 0

∴ x3 − 1 = 0 ∴ x3 = 1.

ii. Com isso, encontramos r ( x ):

1
r ( x ) = p([ x3 = 1]) = 2 · ( x) − 5x2 − 13x + 7
3 670

∴ r ( x ) = 2 · 1 − 5x2 − 13x + 7 = −5x2 − 13x + 9.

ii. Mas isso não é o suficiente! Note que r ( x ) está com grau 2 e q( x ) também tem grau 2. Porém, o grau do
resto deve sempre ser menor do que o grau do quociente. Portanto:


:0
r ( x ) = −5 · ( +
x 2 x + 1) − 8x + 14 ∴ r ( x ) = −8x + 14.

Concluindo, r (2) = −8 · 2 + 14 = −2.

a 6
580. (AFA - 2019) Considere a ∈ R e os polinômios P( x ) =· x − 26x3 − 27 e A( x ) = 2x2 + 4x + 1,
2
tais que seus gráficos se intersectam em um único ponto de ordenada nula. Sabendo também que,

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graficamente, A( x ) tangencia o eixo Ox, analise as afirmativas abaixo e escreva V para verdadeira e F
para falsa.
( ) O gráfico de P( x ) corta o eixo Ox em dois pontos.
√ das raízes de P( x ) que possuem menor módulo formam um triângulo cujo perímetro
( ) Os afixos
mede 3 3 unidades de comprimento.
( ) A soma das raízes imaginárias de P( x ) é igual a −2.
A sequência correta é:
a. V – V – V b. V – F – F c. F – V – F d. F – V – V

Resolução:
i. Como A( x ) representa uma parábola e essa tangencia o eixo Ox, teremos que o seu discriminante (delta)
é igual a 0. Logo:
∆ = 42 − 4 · 2 · a = 16 − 8a = 0 ∴ a = 2.
Com isso, P( x ) = x6 − 26x3 − 27 = ( x3 − 27)( x3 + 1).
ii. Encontrando as raízes de P( x ):
x 3 = −1 ∨ x3 = 27
Calculando as raízes cúbidas de cada um, por complexos:

• Para x3 = −1: q  
π + 2k1 π
xk1 = 3
| − 1| · cis , k1 = 0, 1, 2
3

π √
1 3
x1 = cis = + i
 3 2 2
π + 2π
x2 = cis = −1
3
  √
π + 4π 1 3
x3 = cis = − i.
3 2 2

• Para x3 = 27: q  
0 + 2k2 π
xk2 = 3
| − 27| · cis , k2 = 0, 1, 2
3

x4 = 3 cis (0◦ ) = 3
  √
2π 3 3 3
x5 = 3 cis =− + i
3 2 2
  √
4π 3 3 3
x6 = 3 cis = + i.
3 2 2

iii. Com isso, já podemos analisar cada alternativa:

1 – Como há duas raízes reais, há duas interseções com o eixo Ox.


√ √
2 – As raízes de módulo 1 formam um triângulo equilátero de lado 3 e, portanto, perímetro 3 3.
3 – Somando todas as raízes imaginárias:
√ √ √ √
1 3 1 3 3 3 3 3 3 3 1 1 3 3
S= + i+ − i− + i− − i = + − − = 1 − 3 = −2.
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Portanto, todas as afirmações são verdadeiras.

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581. (EsPCEx - 2019) Dividindo-se o polinômio P( x ) = 2x4 − 5x3 + kx − 1 por ( x − 3) e ( x + 2), os


restos são iguais. Nesse caso, o valor de k é igual a:
a. 10. b. 9. c. 8. d. 7. e. 6.

Resolução:
i. Pelo teorema do resto:

• Realizando x = 3:

r ( x ) = 2 · 34 − 5 · 33 + k · 3 − 1
⇔ r ( x ) = 162 − 135 + 3k − 1
∴ r ( x ) = 3k + 26

• Realizando x = −2:

r ( x ) = 2 · (−2)4 − 5 · (−2)3 + k · (−2) − 1


⇔ r ( x ) = 32 + 40 − 2k − 1
∴ r ( x ) = 71 − 2k

ii. Igualando os restos:


3k + 26 = 71 − 2k ⇔ 5k = 45
∴ k=9

582. (Colégio Naval - 2012) Uma divisão de números naturais está representada a seguir.

D d
r q

D = 2012 é o dividendo, d é o divisor, q é o quociente e r é o resto. Sabe-se que 0 ̸= d = 21 ou q = 21.


Um resultado possível para r + d ou r + q é:
a. 92. b. 122. c. 152. d. 182. e. 202.

Resolução:
i. Segundo o algoritmo da divisão de Euclides, D = d · q + r, ou seja, 2012 = d · q + r, sendo que 0 ≤ r < d.
Analisando cada opção:

• Sendo d = 21, encontramos que:

2012 = 21 · q + r.
Realizando a divisão:
2 0 1 2 2 1
1 2 2 9 5
1 7
Ou seja: 2012 = 21 · 95 + 17 ⇔ q = 95 ∧ r = 17. De forma que r + d = 38 e r + q = 112.

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• Sendo q = 21, encontramos que:

2012 = d · 21 + r
Mas, sabemos que 0 ≤ r < d, logo:

0 ≤ r < d ⇔ 21d + 0 ≤ 21d + r < 21d + d


2012
⇔ 21d ≤ 2012 < 22d ⇔ 21 ≤ < 22
d
2012 2012
⇔ <d≤
21 22
2 0 1 2 2 1 2 0 1 2 2 2
1 2 2 9 5 3 2 9 1
1 7 1 0
∴ 92 ≤ d ≤ 95.

Com q = 21, teremos 4 casos:

d = 92 ∧ r = 80 ∴ r + d = 172 ∧ r + q = 101
d = 93 ∧ r = 59 ∴ r + d = 152 ∧ r + q = 80
d = 94 ∧ r = 38 ∴ r + d = 132 ∧ r + q = 59
d = 95 ∧ r = 17 ∴ r + d = 112 ∧ r + q = 38

Note que 152 é o valor possível para r + d ou r + q.

583. (EFOMM - 2015) Seja o polinômio p( x ) = x6 − 26x4 − 32x3 − 147x2 − 96x − 180. A respeito das
raízes da equação p( x ) = 0, podemos afirmar que:
a. todas as raízes são reais.
b. somente duas raízes são reais, sendo elas distintas.
c. somente duas raízes são reais, sendo elas iguais.
d. somente quatro raízes são reais, sendo todas elas distintas.
e. nenhuma raiz é real.

Resolução:
i. Essa não é uma questão fácil, o melhor a se fazer quando encontrar uma assim durante a prova é deixá-la
por último. Iremos utilizar o teorema das raízes racionais:

D+ ( an ) (divisores positivos do último termo)


PRQ (possíveis raízes racionais) = ±
D+ ( a0 ) (divisores positivos do primeiro termo)
 
1, 2, 3, 4, 5, 6, 9, 10, 12, 15, 18, 20, 30, 36, 45, 60, 90, 180
⇔ PRQ = ±
1
∴ PRQ = ±{1, 2, 3, 4, 5, 6, 9, 10, 12, 15, 18, 20, 30, 36, 45, 60, 90, 180}

Ou seja, essas são as todas as possíveis raízes racionais da equação. O problema está no fato de haver 36
possibilidades! Analisando as menores, notamos que p(−5) = p(6) = 0, veja:

p(−5) = (−5)6 − 26 · (−5)4 − 32 · (−5)3 − 147 · (−5)2 − 96 · (−5) − 180

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∴ p(−5) = 15625 − 16250 + 4000 − 3675 + 480 − 180 = 0


p(6) = 66 − 26 · 64 − 32 · 63 − 147 · 62 − 96 · 6 − 180
∴ p(6) = 46656 − 33696 − 6912 − 5292 − 576 − 180 = 0

ii. Realizando a divisão de x6 − 26x4 − 32x3 − 147x2 − 96x − 180 por x + 5:

x5 − 5x4 − x3 − 27x2 − 12x − 36



x+5 x6 − 26x4 − 32x3 − 147x2 − 96x − 180
− x − 5x
6 5

− 5x5 − 26x4
5x5 + 25x4
− x4 − 32x3
x4 + 5x3
− 27x3 − 147x2
27x3 + 135x2
− 12x2 − 96x
12x2 + 60x
− 36x − 180
36x + 180
0

Mas esse método de divisão é demorado. Podemos utilizar o método de divisão de Horner para x = −5:

1 0 − 26 − 32 − 147 − 96 − 180
−5 −5 25 5 135 60 180
1 −5 −1 − 27 − 12 − 36 0

Logo: p( x ) = ( x + 5)( x5 − 5x4 − x3 − 27x2 − 12x − 36).


iii. Aplicando novamente o método de divisão de Horner para x = 6:

1 −5 −1 − 27 − 12 − 36
6 6 6 30 18 36
1 1 5 3 6 0

Logo: p( x ) = ( x + 5)( x − 6)( x4 + x3 + 5x2 + 3x + 6).

iv. Por fim, fatorando x4 + x3 + 5x2 + 3x + 6:

x4 + x3 + 5x2 + 3x + 6 = x4 + x3 + 2x2 + 3x2 + 3x + 6

⇔ x4 + x3 + 5x2 + 3x + 6 = x2 · ( x2 + x + 1) + 2 · ( x2 + x + 2)
∴ x4 + x3 + 5x2 + 3x + 6 = ( x2 + 3)( x2 + x + 2)
Concluindo que a fatoração de p( x ) é:

p( x ) = ( x + 5)( x − 6)( x2 + 3)( x2 + x + 2)


| {z } | {z }
∆ <0 ∆ <0

Havendo duas raízes reais e distintas.

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584. (EFOMM - 2012) P( x ) é um polinômio de coeficientes reais e menor grau com as propriedades
abaixo:
• os números r1 = 1, r2 = i e r3 = 1 − i são raízes da equação P( x ) = 0;
• P(0) = −4.
Então, P(−1) é igual a:
a. 4. b. −2. c. −10. d. 10. e. −40.

Resolução:
i. Pela teoria de números complexos, aprendemos que para z ∈ C, se P(z) = 0 então P(z) = 0. Dessa forma,
r4 = −i e r5 = 1 + i também são raízes de P( x ), tal que:

P( x ) = a · ( x − r1 )( x − r2 )( x − r3 )( x − r4 )( x − r5 )

⇔ P( x ) = a · ( x − 1)( x − i )( x + i )( x − 1 + i )( x − 1 − i )
∴ P( x ) = a · ( x − 1)( x2 + 1)( x2 − 2x + 2)

ii. Como P(0) = −4:


a · (−1) · (1) · (2) = −4 ∴ a = 2
Concluindo que P( x ) = 2 · ( x − 1)( x + 1)( x2 − 2x + 2) e:
2

P(−1) = 2 · (−1 − 1) · [(−1)2 + 1] · [(−1)2 − 2 · (−1) + 2]

⇔ P(−1) = 2 · (−2) · (2) · (5) ∴ P(−1) = −40.

585. (EFOMM - 2011) Sabendo-se que o polinômio P( x ) = x3 + kx2 + px − 9 é divisível por D ( x ) =


x2 − 3, podemos afirmar que:
p √ √
a. p + k = −3. b. = −1. c. p + k = −9. d. p ∈ N e k ∈ R. e. pk = 3.
4

Resolução:
i. Podemos resolver facilmente essa questão pelo teorema do resto, como foi apresentado nas questões
anteriores. Assuma que D ( x ) = x2 − 3 = 0 ∴ x2 = 3, com isso:

r ( x ) = P([ x2 = 3]) = x2 · x + k · x2 + px − 9 = 3 · x + 3 · k + px − 9

∴ r ( x ) = ( p + 3) · x + 3 · ( k − 3)
Mas, sendo r ( x ) = 0 ∀ x ∈ R: ( (
p+3 = 0 p = −3

k−3 = 0 k=3
p
Assim, concluímos que = −1.
k

586. (EFOMM - 2008) Dividindo-se o polinômio f ( x ) = 2x4 − 3x3 + mx + t por g( x ) = x2 + 2, obtém-se


resto r ( x ) = 4x − 2. Nesses condições, m e t são números reais tais que:
a. m = −3 e t = 6. b. m = −2 e t = −10. c. m = −1 e t = −2. d. m = 1 e t = −5.
e. m = 2 e t = 10.

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Resolução:
i. Novamente, seguimos os passos das questões anteriores. Ou seja, pelo teorema do resto g( x ) = x2 + 2 =
0 ∴ x2 = −2, assim:

r ( x ) f ([ x2 = −2]) ⇔ 4x − 2 = 2 · ( x2 )2 − 3 · x2 · x + mx + t

⇔ 4x − 2 = 2 · (−2)2 − 3 · (−2) · x + mx + t
∴ 4x − 2 = (6 + m) x + (8 + t)
Com isso,: ( (
4 = 6+m m = −2
∴ .
−2 = 8 + t t = −10

587. (EsPCEx - 2015) Considere os polinômios p( x ) = x80+ 3x  − x − x − 1 e b( x ) = x + 2x − 3.


79 2 2

1
Sendo r ( x ) o resto da divisão de p( x ) por b( x ), o valor de r é igual a:
2
1 5
a. 0. b. . c. 1. d. 2. e. .
2 2

Resolução:
i. Note que para esse caso não vale a pena o uso do teorema do resto, ao invés dele usamos o algoritmo da
divisão de Euclides. Como b( x ) tem grau 2, assumimos que r ( x ) = ax + b. Assim:

x80 + 3x79 − x2 − x − 1 = ( x2 + 2x − 3) · q( x ) + ax + b

∴ x80 + 3x79 − x2 − x − 1 = ( x + 3)( x − 1) · q( x ) + ax + b


Para x = 1:
180 + 3 · 179 − 12 − 1 − 1 = 0 · q( x ) + a · 1 + b
⇔ 1+3−1−1−1 = a+b
∴ a+b = 1

Para x = −3:
(−3)80 + 3 · (−3)79 − (−3)2 − (−3) − 1 = 0 · q( x ) + a · (−3) + b
⇔ 380 − 380 − 9 + 3 − 1 = −3a + b
∴ −3a + b = −7

ii. Resolvendo o sistema: ( (


a+b = 1 a=2
∴ .
−3a + b = −7 b = −1
 
1 1
Assim, r = 2 · − 1 = 0.
2 2

588. (Fuvest - 2018) Considere o polinômio

P ( x ) = x n + a n −1 x n −1 + · · · + a1 x + a0 ,
em que a0 , . . . , an−1 ∈ R. Sabe-se que as suas n raízes estão sobre a circunferência unitária e que a0 < 0.
O produto das n raízes de P( x ), para qualquer inteiro n ≥ 1, é:
a. −1. b. in . c. in+1 . d. (−1)n . e. (−1)n+1

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Resolução:
i. Assuma que as raízes de p( x ) sejam r1 , r2 , . . . , rn . Como todas estão sobre a circunferência de raio 1
(circunferência unitária):
|r1 | = |r2 | = · · · = |r n | = 1
∴ |r1 r2 · . . . · rn | = 1.
ii. Pelas relações de Girard:
(−1)n a0
r1 r2 · . . . · r n = .
1
Ou seja, ou r1 r2 · . . . · rn = 1 ou r1 r2 · . . . · rn = −1. Mas o enunciado afirma que a0 < 0, concluindo que
a0 = −1 e r1 r2 · . . . · rn = (−1)n+1 .

589. (Fuvest - 2017) O polinômio P( x ) = x3 − 3x2 + 7x − 5 possui uma raiz complexa ε cuja parte
imaginária é positiva. A parte real de ε3 é igual a:
a. −11. b. −7. c. 9. d. 10. e. 12.

Resolução:
i. Note que P( x ) tem x = 1 como raiz, de forma que, pelo método de divisão de Horner:

1 −3 7 −5
1 1 −2 5
1 −2 5 0

Ou seja, P( x ) = ( x − 1)( x2 − 2x + 5). As três raízes são:

x1 = 1 ∨ x2 = 1 + 2i ∨ x3 = 1 − 2i.

ii. Como a parte imaginária de ε é positiva, então ε = 1 + 2i, tal que:

ε3 = (1 + 2i )3 = 13 + (2i )3 + 3 · 1 · 2i · (1 + 2i )

⇔ ε3 = 1 − 8i + 6i + 12i2
∴ ε3 = −11 − 2i.

Sendo a parte real de ε3 igual a −11.

590. (IME - 2019) Seja a inequação

6x4 − 5x3 − 29x2 + 10x < 0.

Seja ( a, b) um intervalo contido no conjunto solução dessa inequação. O maior valor possível para b − a
é:
13 1 5 8
a. 2. b. . c. . d. . e. .
6 3 2 3

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Resolução:
i. Primeiramente, notamos que a inequação pode ser transformada em x (6x3 − 5x2 − 29x + 10) < 0. Agora,
utilizamos o teorema das raízes racionais e encontramos que a nossa inequação pode ser fatorada em:
  
5 1
x ( x + 2) x − x− < 0.
2 3

Assim, encontramos que a solução da inequação é:


 
1 5
S = x ∈ R : −2 < x < 0 ∨ < x < .
3 2

5 1 13 13
ii. Agora, notamos que 0 − (−2) = 2 e que − = , sendo > 2. Portanto, o maior valor possível
2 3 6 6
13
para b − a é .
6

591. (ITA - 2020) Determine todos os números inteiros k entre 0 e 200 para os quais o polinômio pk ( x ) =
x3 − x2 − k possui uma única raiz inteira. Para cada um desses valores de k, determine a raiz interia
correspondente.

Resolução:
i. Suponha que α seja a raiz inteira do enunciado. Como pk ( x ) = x3 − x2 − k, então k = α2 (α − 1). Agora,
note que apenas para α ∈ {2, 3, 4, 5, 6} teremos 0 < k < 200. Com isso, criamos a tabela:

α k Pk ( x )
2 4 x3 − x2 − 4
3 18 x3 − x2 − 18
4 48 x3 − x2 − 48
5 100 x3 − x2 − 100
6 180 x3 − x2 − 180

ii. Vamos analisar cada caso:

• P4 ( x ) = x3 − x2 − 4:

Pelo teorema das possíveis raízes racionais, encontramos que x = 2 é uma raiz. Com isso, utilizando o método
de Horner para a divisão polinomial:

1 −1 0 −4
2 2 2 4
1 1 2 0

Concluindo que P4 ( x ) = ( x − 2)( x2 + x + 2) e as suas raízes são:


√ √
−1 + 7i −1 − 7i
x1 = 2 ∨ x2 = ∨ x3 =
2 2

Repetindo o mesmo processo para os outros valores de Pk ( x ):

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• P18 ( x ) = x3 − x2 − 18, sendo x = 3 a raiz inteira e:

1 −1 0 − 18
3 3 6 18
1 2 6 0
Portanto, P18 ( x ) = ( x − 3)( x + 2x + 6) e suas raízes são:
2
√ √
x4 = 3 ∨ x5 = −1 + 5i ∨ x6 = −1 = 5i
• P48 ( x ) = x3 − x2 − 48, sendo x = 4 a raiz inteira e:

1 −1 0 − 48
4 4 12 48
1 3 12 0
Portanto, P48 ( x ) = ( x − 4)( x2 + 3x + 12) e suas raízes são:
√ √
−3 + 39i −3 − 39i
x7 = 4 ∨ x8 = ∨ x9 =
2 2
• P100 ( x ) = x3 − x2 − 100, sendo x = 5 a raiz inteira e:

1 −1 0 − 100
5 5 20 100
1 4 20 0
Portanto, P100 ( x ) = ( x − 5)( x2 + 4x + 20) e suas raízes são:
x10 = 5 ∨ x11 = −2 + 4i ∨ x12 = −2 − 4i
• P180 ( x ) = x − x − 180, sendo x = 6 a raiz inteira e:
3 2

1 −1 0 − 180
6 6 30 180
1 5 30 0
Portanto, P180 ( x ) = ( x − 6)( x + 5x + 30) e suas raízes são:
2
√ √
−5 + 95i −5 − 95i
x13 = 6 ∨ x14 = ∨ x15 =
2 2
Esquematizando:

α k Pk ( x ) raízes√
−1 ± 7i
2 4 x3 − x2 − 4 2,
2√
3 18 x3 − x2 − 18 3, −1 ±√ 5i
−3 ± 39i
4 48 x3 − x2 − 48 4,
2
5 100 x3 − x2 − 100 5, −2 ±√4i
−5 ± 95i
6 180 x3 − x2 − 180 6,
2

ii. Assim, para k = 4, 18, 48, 100, 180, temos que as raízes inteiras são 2, 3, 4, 5, 6, respectivamente.

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592. (Peru) O termo independente e o coeficiente principal do polinômio

p( x ) = ( x2 − 3x + 5)(6x n + x + n)(2x4 + x2 + n + 1)(−5x n + 10x n−1 − 1)


são iguais. Encontre o grau do polinômio p( x ).

Resolução:
i. O termo independente é dado por p(0), logo:

ti = 5 · n · (n + 1) · (−1) = −5n(n + 1).

ii. Já o coeficiente principal é dado pelo produto dos coeficientes de x k , sendo k o maior expoente em cada
fator, ou seja:

2 n 4 n
p( x ) = (1x − 3x + 5)(6x + x + n)(2x + x2 + n + 1)(−5x + 10x n−1 − 1)

⇔ cp = 1 · 6 · 2 · (−5)
∴ cp = −60.

iii. Como ti = cp:


−5n(n + 1) = −60 ⇔ n(n + 1) = 12
∴ n = 3.

O grau de p( x ) é, portanto, 2 + n + 4 + n = 2n + 6 = 12.

593. (Peru) Sabendo que p( x ) é um polinômio de grau n, completo e ordenado de forma decrescente,
além de se cumprir que a soma de cada termo do coeficiente com o expoente respectivo é n + 1, encontre
o valor do polinômio para x = A, sendo:

a2 b2 c2
A= + + .
( a − b)( a − c) (b − c)(b − a) (c − a)(c − b)

(n + 1)(n + 2) n ( n + 1) n−3
a. n b. (n + 2)(n + 1) c. d. e.
2 2 2

Resolução:
i. Encontrando A:
a2 b2 c2
A= + +
( a − b)( a − c) (b − c)(b − a) (c − a)(c − b)
a2 ( b − c ) + b2 ( c − a ) + c2 ( a − b )
⇔A=
( a − b)( a − c)(b − c)
a2 (b − c) + b2 c − ab2 + ac2 − bc2
⇔A=
( a − b)( a − c)(b − c)
a2 (b − c) + bc(b − c) + a(c + b)(c − b)
⇔A=
( a − b)( a − c)(b − c)
(b − c)( a2 − (b + c) a + bc
⇔A=
( a − b)( a − c)(b − c)
(b − c)( a − b)( a − c)
⇔A= ∴ A = 1.
(b − c)( a − b)( a − c)

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ii. Segundo o enunciado, teremos:

p( x ) = x n + 2x n−2 + 3x n−2 + · · · + nx + (n + 1)

⇔ p (1) = 1 + 2 + 3 + · · · + n + ( n + 1)
(n + 1)(n + 2)
∴ p (1) = .
2

594. (Peru) Dado o polinômio

p(2x − 3) = (2x + 3)4m + 2 · (12x − 6)2m + (2x + 1)2m


calcule m se o seu termo independente é igual a 1600.
a. 1 b. 7 c. 0 d. 3 e. 2

Resolução:
3
i. Como p(0) = 1600, então 2x − 3 = 0 ∴ x = . Logo:
2
3 3 3
p(0) = 1600 ⇔ 1600 = (2 · + 3)4m + 2 · (12 · − 6)2m + (2 · + 1)2m
2 2 2

⇔ 1600 = 64m + 2 · (12)2m + 42m


⇔ 1600 = 64m + 2 · (6 · 2)2m + 24m
⇔ 1600 = (62m + 22m )2
∴ 40 = 62m + 22m .
ii. Por uma análise visual, note que m = 1.

595. (Ir MO - 2007) Sejam r, s e t as raízes do polinômio p( x ) = x3 − 2007x + 2002. Determine o valor
de:
r−1 s−1 t−1
· · .
r+1 s+1 t+1

Resolução:
r−1 s−1 t−1
i. Expandindo · · :
r+1 s+1 t+1
(r − 1)(s − 1)(t − 1) 3rst − 3 + rt + st + rs − s − r − t
P= = .
(r + 1)(s + 1)(t + 1) rst + rt + st + rs + s + r + t + 1

ii. Agora, como r, s e t são as raízes de p( x ), então:

( x − r )( x − s)( x − t) = x3 − (s + r + t) x2 + (rt + st + rs) x − rst = x3 − 2007x + 2002.

Portanto: 

s + r + t = 0
rt + st + rs = −2007


rst = −2002

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iii. Substituindo no resultado obtido em i.:


3rst − 3 + rt + st + rs − s − r − t −3 · 2002 − 3 − 2007
P= =
rst + rt + st + rs + s + r + t + 1 −2202 − 2007 + 1
−8016
∴ P= = 2.
−4008

nx3 + n2 x2 − nx + n3 + n2
596. (Peru) Ao efetuar a divisão se obtém que a soma dos coeficientes do
x+n+1
quociente é igual a f (n). Assim, calcule o valor de:
f (1) + f (2) + · · · + f (20).

a. 2170 b. 2870 c. 3870 d. 20 e. 70

Resolução:
i. Realizando a divisão pelo método de Horner:

n n2 −n n3 + n2

−n − 1 −n2 − n n2 + n −n3 − n2

n −n n2 0

Assim, encontramos que q( x ) = nx2 − nx + n2 , sendo f (n) = n − n + n2 = n2 .


ii. Calculando F = f (1) + f (2) + · · · + f (20):
20 20
F= ∑ f (k) = ∑ k2
k =1 k =1

20 · (20 + 1) · (2 · 20 + 1)
⇔F= ∴ F = 2870.
6

2x119 + 1
597. (Peru) Calcule o resto da divisão algébrica .
x2 − x + 1
a. x − 3 b. 4 − 2x c. 3 − 2x d. 2x − 3 e. 3 − x

Resolução:
i. Resolvendo pelo teorema do resto, temos x2 − x + 1 = 0 ⇔ x2 = x − 1. Além disso, note que:

x2 − x + 1 = 0 ⇔ ( x + 1)( x2 − x + 1) = ( x + 1) · 0
⇔ x3 + 1 = 0 ∴ x3 = −1.
ii. Com isso:
r ( x ) = D ([ x2 = x − 1, x3 = −1]) = 2 · ( x3 )39 · x2 + 1
⇔ r ( x ) = 2 · (−1)39 · ( x − 1) + 1 ⇔ r ( x ) = −2 · ( x − 1) + 1
∴ r ( x ) = −2x + 3.

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8x5 + 14x4 + 5x3 + 16x2 + 3x + 2


598. (Peru) Ao efetuar a divisão , obtém-se o resto (5m + 4n) x + (m +
m
4x2 + x + 3
2n). Encontre o valor de m n .
1 1 1
a. 2 b. c. 4 d. − e.
2 4 4

Resolução:
i. Realizando a divisão clássica:

2x3 + 3x2 − x + 2
2

4x + x + 3 8x + 14x + 5x3 + 16x2 + 3x + 2
5 4

− 8x5 − 2x4 − 6x3


12x4 − x3 + 16x2
− 12x4 − 3x3 − 9x2
− 4x3 + 7x2 + 3x
4x3 + x2 + 3x
8x2 + 6x + 2
− 8x2 − 2x − 6
4x − 4

Não é um processo fácil, além de ser demorado! Utilizando o método de divisão de Horner:

4 8 14 5 16 3 2

−1 −2 −6

−3 −3 −9

1 3

−2 −6

2 3 −1 2 4 −4

Portanto, q( x ) = 2x3 + 3x2 − x + 2 e r ( x ) = 4x − 4.


ii. Conforme o enunciado, r ( x ) = (5m + 4n) x + (m + 2n), assim:
(
5m + 4n = 4 ⇔ 4m + 4n = 4
∴ m = 4 ∧ n = −4.
m + 2n = −4 ⇔ 2m + 4n = −8

1
Logo, m n = 4−1 =
m
.
4

599. (AIME - 1986) O polinômio 1 − x + x2 − x3 + · · · + x16 − x17 pode ser escrito na forma

a0 + a1 y + a2 y2 + · · · + a16 y16 + a17 y17 ,

sendo y = x + 1 e ai , i ∈ {0, 1, . . . , 17}, constante. Encontre o valor de a2 .

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Resolução:
i. Chamemos 1 − x + x2 − x3 + · · · + x16 − x17 de f ( x ), tal que:

x f ( x ) = x − x2 + x3 − · · · − x18 .

Note que a soma f ( x ) + x f ( x ) gera:

1 − x18
( x + 1) f ( x ) = 1 − x18 ∴ f ( x ) = .
1+x
ii. Agora, com a substituição x = y − 1:

1 − (y − 1)18 1 − (y − 1)18
f ( y − 1) = =
1 + ( y − 1) y

Portanto, a2 é o coeficiente de y3 na expansão de 1 − (y − 1)18 , ou seja:


 
18
a2 = = 816.
3

600. (ITA - 2020) Considere o polinômio p( x ) = x3 − mx2 + x + 5 + n, sendo m, n números reais fixados.
Sabe-se que toda raiz z = a + bi, com a, b ∈ R, da equação p(z) = 0 satisfaz a igualdade a = mb2 + nb −
1. Então, a soma dos quadrados das raízes de p(z) = 0 é igual a:

a. 6. b. 7. c. 8. d. 9. e. 10.

Resolução:
i. Sabemos, pelo teorema das raízes conjugadas, que se z = a + bi é raiz de um polinômio, então z = a − bi
também é raiz desse polinômio. Dessa forma, como o enunciado afirma que a relação a = mb2 + nb − 1 é
satisfeita para todas as raízes de p(z) = 0, com z ∈ C, podemos afirmar que a = m · (−b)2 + n · (−b) − 1
também se satisfaz, de forma que: (
a = mb2 + nb − 1
a = mb2 − bn − 1
Subtraindo as duas relações, encontramos que 2nb = 0 ∴ n = 0 ∨ b = 0.
ii. Vamos testar cada caso:

• Para b = 0:

a = m · 02 + n · 0 − 1 ∴ a = −1.
Como o polinômio é de grau 3 e já sabemos que z e z são raízes, então todas as raízes são reais e p( x ) =
( x + 1) · ( x + 1) · ( x + 1) = ( x + 1)3 . Ou seja:

( x + 1)3 = x3 − mx2 + x + 5 + n

∴ x3 + 3x2 + 3x + 1 = x3 − mx2 + x + 5 + n.
Mas note que o coeficiente de x é diferente nos dois lados da equação, criando um absurdo.

• Para n = 0:

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p( x ) = x3 − mx2 + x + 5.
E como −1 é raiz:
(−1)3 − m · (−1)2 + (−1) + 5 = 0
∴m=3 ∧ p( x ) = x3 − 3x2 + x + 5.
iii. Finalizando, a soma dos quadrados das raízes é:

S = x12 + x22 + x32 = ( x1 + x2 + x3 )2 − 2 · ( x1 x2 + x1 x3 + x2 x3 )

∴ S = 32 − 2 · 1 = 7.

601. (ITA - 2016) Seja p o polinômio dado por p( x ) = x8 + x m − 2x n , em que os expoentes 8, m e n


formam, nesta ordem, uma progressão geométrica cuja soma dos termos é igual a 14. Considere as
seguintes afirmações:
I. x = 0 é uma raiz dupla de p.
II. x = 1 é uma raiz dupla de p.
III. p tem quatro raízes com parte imaginária não nula.
Dessas, é (são) verdadeiras(s):
a. apenas I. b. apenas I e I I. c. apenas I e I I I. d. apenas I I e I I I. e. I, I I e I I I.

Resolução:
i. Como 8, m e n estão em uma progressão geométrica, assumimos m = 8q e n = 8q2 , tal que a soma
8 + m + n é:
7
8 + m + n = 8 + 8q + 8q2 = 14 ⇔ 1 + q + q2 =
4
3
⇔ q2 + q − = 0 ⇔ 4q2 + 4q − 3 = 0
4
1 3
∴ q = ∨q = − .
2 2
1
Para ser um polinômio, os expoentes devem ser naturais, portanto, somente q = é possível, de forma que
2
1 1
m = 8 · = 4 e n = 8 · = 2.
2 4
ii. Com isso, encontramos que p( x ) = x8 + x4 − 2x2 = x2 · ( x6 + x2 − 2). Como a soma dos coeficientes de
x + x2 − 2 é 0, então x = 1 é raiz. Realizando a divisão pelo método de Horner:
6

1 0 0 0 1 0 −2
1 1 1 1 1 2 2
1 1 1 1 2 2 0

Portanto, p( x ) = x2 ( x − 1)( x5 + x4 + x3 + x2 + 2x + 2).


iii. Pelo teorema das possíveis raízes racionais, encontramos que x = −1 é raiz de x5 + x4 + x3 + x2 + 2x + 2.
Realizando novamente a divisão pelo método de Horner:

1 1 1 1 2 2
−1 −1 0 −1 0 −2
1 0 1 0 2 0

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Concluindo que p( x ) = x2 ( x − 1)( x + 1)( x4 + x2 + 2).

iv. Como x4 + x2 + 2 > 0 ∀ x ∈ R, então x4 + x2 + 2 possui somente raízes complexas. Somente as


afirmações I e I I I estão corretas.

602. (ITA - 2011) Com respeito à equação polinomial 2x4 − 3x3 − 3x2 + 6x − 2 = 0 é correto afirmar
que:
a. todas as raízes estão em Q.
b. uma única raiz está em Z e as demais estão em Q \ Z.
c. duas raízes estão em Q e as demais têm parte imaginária não–nula.
d. não é divisível por 2x − 1.
e. uma única raiz está em Q \ Z e pelos menos uma das demais está em R \ Q.

Resolução:
i. Note que a soma dos coeficientes da equação polinomial é 0, concluindo que x = 1 é raiz. Pelo método de
divisão de Horner:
2 −3 −3 6 −2
1 2 −1 −4 2
2 −1 −4 2 0

Ou seja, 2x4 − 3x3 − 3x2 + 6x − 2 = ( x − 2)(2x3 − x2 − 4x + 2). Agora, pelo teorema das possíveis raízes
racionais, note que:    
1, 2 1
PRQ = ± ∴ PRQ = ± , 1, 2
1, 2 2
1
ii. Com isso, analisando as raízes, observamos que x = é raiz de 2x3 − x2 − 4x + 2. Realizando novamente
2
a divisão por Horner:
2 −1 −4 2
1
1 0 −2
2
0 −4 2 0
  √  √ 
 1
Concluindo que x5 + x4 + x3 + x2 + 2x + 2 = 2 x − 1 x − x + 2 x − 2 . Assim, há uma raiz em
2
Q \ Z e duas raízes em R \ Q.

603. (ITA - 2010) Sabe-se que o polinômio p( x ) = x5 − ax3 + ax2 − 1, a ∈ R, admite a raiz −i. Considere
as seguintes afirmações sobre as raízes de p:

I. Quatro das raízes são imaginárias puras.


II. Uma das raízes tem multiplicidade dois.
III. Apenas uma das raízes é real.

Destas, é (são) verdadeira(s) apenas:


a. I. b. I I. c. I I I. d. I e I I I. e. I I e I I I.

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Resolução:
i. Pelo teorema das raízes conjugadas, se −i é raiz de p( x ), então i também é raiz de p( x ). Além disso, note
que a soma dos coeficientes de p( x ) é igual a 0, de forma que 1 também é raiz. Com isso, podemos realizar a
divisão exata de p( x ) por ( x + i )( x − i )( x − 1) = ( x2 + 1)( x − 1) = x3 − x2 + x − 1:

x2 +x −a

x −x +x−1
3 2
x5
− ax 3
+ ax 2
−1
− x5 + x4 − x3 + x2
x4 + (−1 + −1a) x3 + (1 + 1a) x2
− x4 + x3 − x2 +x
− ax 3
+ ax 2
+x −1
ax3 − ax2 + ax −a
(1 + 1a) x + (−1 + −1a)

ii. Como r ( x ) = (1 + a) x + (−1 − a) = 0, encontramos que a = −1 e p( x ) = ( x3 − x2 + x − 1)( x2 + x + 1).


Fatorando:
p( x ) = ( x − 1)( x2 + 1)( x2 + x + 1)
| {z }
∆ <0
Logo, apenas a alternativa I I I está correta.

604. (IME - 2021) Seja o polinômio 1 − y + y2 − y3 + · · · − y19 + y20 que pode ser escrito da seguinte
forma
α0 + α1 x + α2 x3 + α3 x3 + α4 x4 + · · · + α19 x19 + α20 x20

onde x = y + 1 e αi são constantes reais. Calcule o valor numérico de α3 .

Resolução:
Note que já fizemos essa questão! É uma questão da AI ME de 1986 com algumas pequenas alterações.
i. Semelhante ao que fizemos na questão da AI ME, encontramos que:

y21 + 1
K = 1 − y + y2 − y3 + · · · − y19 + y20 = .
y+1

Como y = x − 1:
( x − 1)21 + 1
K=
x
ii. Assim, α3 é o coeficiente de x4 na expansão de ( x − 1)21 + 1, ou seja:
 
21
α3 = − = −5985
4

605. (IME - 2014) O polinômio P( x ) = x5 − 3x4 + 10x3 − 30x2 + 81x − 243 possui raízes complexas
simétricas e uma raiz com valor igual ao módulo das raízes complexas. Determine todas as raízes do
polinômio.

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Resolução:
i. Conforme o enunciado, as raízes serão:
q
x + yi, − x − yi, x − yi, − x + yi, x2 + y2 x, y ∈ R.

Pelas relações de Girard:


q q
x + yi − x − yi + x − yi − x + yi + x 2 + y2 = 3 ∴ x2 + y2 = 3.
q
ii. Como x2 + y2 é uma raiz, podemos realizar a divisão de p( x ) por x − 3 pelo método de Horner:

1 −3 10 − 30 81 − 243
3 3 0 30 0 243
1 0 10 0 81 0

Ou seja, p( x ) = ( x − 3)( x4 + 10x2 + 81).


iii. Com a soma dos produtos dois a dois, também por Girard:

−2x2 + 2y2 = 10 ∴ x2 − y2 = −5.


q √ √
Além disso, como x2 + y2 = 3, encontramos que x = ± 2 e y = ± 7, concluindo que as raízes pertencem
ao conjunto: n √ √ √ √ √ √ √ √ o
S = 3, 2 + 7i, 2 − 7i, − 2 − 7i, − 2 + 7i .

606. (IME - 2010) Seja o polinômio p( x ) = x3 + (ln a) x + eb , onde a e b são números reais positivos
diferentes de zero. A soma dos cubos das raízes de p( x ) depende
a. apenas de a e é positiva.
b. de a e b e é negativa.
c. apenas de b e é positiva.
d. apenas de b e é negativa.
e. de a e b e é positiva.

Resolução:
i. Suponha que α, β e γ são as raízes de p( x ). Com isso, temos que:
α3 + (ln a)α + eb = 0;
β3 + (ln a) β + eb = 0;
γ3 + (ln a)γ + eb = 0.
ii. Ao somarmos todas as relações anteriores, obtemos que:
α3 + β3 + γ3 + (α + β + γ)(ln a) + 3eb = 0.
Por Girard, notamos que α + β + γ = 0, logo:
α3 + β3 + γ3 = −3eb .
Como eb > 0 ∀ b ∈ R, então α3 + β3 + γ3 < 0. Ou seja, a soma dos cubos depende apenas de b e é negativa.

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a−b − ax5 + bx4 + (c − 1) x3 − x2 + 4


607. (Peru) Encontre o valor de se a divisão é exata.
c−1 −4x3 + 2x2 − 3x + 2

Resolução:
i. Há um macete maravilhoso para questões assim. Como a divisão é exata e supondo que:

n1 ( x ) = − ax5 + bx4 + (c − 1) x3 − x2 + 4 ∧ d1 ( x ) = −4x3 + 2x2 − 3x + 2,

podemos criar outros dois polinômios, tais que:

n2 ( x ) = − a + bx + (c − 1) x2 − x3 + 4x5 ∧ d2 ( x ) = −4 + 2x − 3x2 + 2x3 .

ii. A divisão de n2 ( x ) por d2 ( x ) terá exatamente o mesmo resto que a divisão de n1 ( x ) por d1 ( x )! É uma
bela relação e a usaremos para essa questão. Primeiramente, tente dividir n1 ( x ) por d1 ( x ) e perceba que é uma
tarefa um tanto complicada, enquanto a divisão de n2 ( x ) por d2 ( x ) é direta. Note:

2x2 + 3x +2

2x − 3x + 2x − 4
3 2
4x5
− x + (−1 + 1c) x
3 2
+ bx −a
− 4x5 + 6x4 − 4x3 + 8x2
6x4 − 5x3 + (7 + 1c) x2 + bx
− 6x4 + 9x3 − 6x2 + 12x
4x3 + (1 + 1c) x2 + (12 + 1b) x −a
− 4x3 + 6x2 − 4x +8
(7 + 1c) x2 + (8 + 1b) x + (8 + −1a)

Ou, pelo método de divisão de Horner:

2 4 0 −1 c − 1 b −a
3 6 −4 8
−2 6 9 −6 12
4 4 6 −4 8
2 3 2 0 0 0

iii. Com isso, sendo r ( x ) = (7 + c) x2 + (8 + b) x + (8 − a), mas r ( x ) = 0 ∀ x ∈ R, então encontramos


a−b
c = −7, b = −8 e a = 8. Tal que é:
c−1
a−b 8+8
= = −2.
c−1 −8

608. (Peru) Seja o polinômio


√ √  4  √ √   √  √
p( x ) = 3+ 2 x − 1 + 2 − 3 x3 − 4 − 2 6 x2 + 2 6.

√ √
Encontre o seu valor numérico para x = 3− 2.

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Resolução:
√ √
i. Muita atenção a essa questão! Não tente resolvê–la substituindo x = 3 − 2 em p( x ), é um trabalho
maçante e desnecessário. Podemos resolver a questão √ utilizando
√ o teorema do resto, isso mesmo! Veja: p(α)
√ se √
é o resto da divisão de p( x ) por ( x − α), então p( 3 − 2) é o resto da divisão de p( x ) por x − ( 3 − 2).
Uma linda relação e que pode economizar um tempo precioso durante uma prova. Assim, realizando essa
divisão:

√ √ √ √ √ √
3+ 2 −(1 + 2− 3) −(4 − 2 6) 0 2 6
√ √ √ √ √ √
3− 2 1 5−2 6 3− 2 5−2 6
√ √ √ √ √ √
3+ 2 3− 2 1 3− 2 5

√ √
Concluindo que p( 3 − 2) = 5.

( x3 + 1)41 + x66 + 13
609. (Peru) Encontre o resto da divisão .
x6 + x3 + 1

Resolução:
i. Realizando a substituição y = x3 e aplicando o teorema do resto, teremos que x6 + x3 + 1 = y2 + y + 1 = 0.
Assim:
y2 + y + 1 = 0 ⇔ (y − 1)(y2 + y + 1) = (y − 1) · 0
⇔ y3 − 1 = 0 ∴ y3 = 1 ∧ x9 = 1.
ii. Com isso, o nosso resto será:
1
: −x 9 7 3
6

x 3
r ( x ) = p([ x9 = 1]) = ( + 1)41 + ( x) · x + 13

⇔ r ( x ) = (− x6 )41 + 1 · x3 + 13
⇔ r ( x ) = −( x )246 + x3 + 13
⇔ r ( x ) = −( x )243 · x3 + x3 + 13
1
⇔ r ( x ) = −( x ) · x3 + x3 + 13
9 27

⇔ r ( x ) = − x3 + x3 + 13 ∴ r ( x ) = 13.

610. (Peru) Se P0 , P1 , P2 , . . . , Pn são polinômios definidos por:

P0 ( x ) = x3 + 213x2 − 67x − 2000

Pn ( x ) = Pn−1 ( x − n), para n = 1, 2, 3, . . .


Encontre o valor do coeficiente de x no polinômio P6 ( x ).

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Resolução:
i. Note que:

• P1 ( x ) = P0 ( x − 1) = ( x − 1)3 + 213( x − 1)2 − 67( x − 1) − 2000


• P2 ( x ) = P1 ( x − 2) = ( x − 3)3 + 213( x − 3)2 − 67( x − 3) − 2000
• P3 ( x ) = P2 ( x − 3) = ( x − 6)3 + 213( x − 6)2 − 67( x − 6) − 2000
• P4 ( x ) = P3 ( x − 4) = ( x − 10)3 + 213( x − 10)2 − 67( x − 10) − 2000
• P5 ( x ) = P4 ( x − 5) = ( x − 15)3 + 213( x − 15)2 − 67( x − 15) − 2000
• P6 ( x ) = P5 ( x − 6) = ( x − 21)3 + 213( x − 21)2 − 67( x − 21) − 2000

ii. Assim, o coeficiente de x é:


c = 3 · (21)2 + 213 · (−2 · 21) − 67
⇔ c = 3 · (21)2 − 213 · 42 − 67 ∴ c = −7690.

611. (Peru) Se p( x3 − x2 ) = x7 + x6 + x5 + x3 + 2x2 + 2x, encontre p(cos3 π ).


a. 1 b. −1 c. 2 d. −2 e. 0

Resolução:
i. Como cos3 π = (−1)3 = −1, teremos que x3 − x2 = −1 ∴ x3 = x2 − 1. Assim, note que:

p(cos3 π ) = ( x3 )2 · x + ( x3 )2 + x3 · x2 + x3 + 2x2 + 2x
= ( x2 − 1)2 · x + ( x2 − 1)2 + ( x2 − 1) · x2 + ( x2 − 1) + 2x2 + 2x
= ( x4 − 2x2 + 1) · x + ( x4 − 2x2 + 1) + x4 − x2 + x2 − 1 + 2x2 + 2x
= x5 − 2x3 + x + x4 − 2x2 + 1 + x4 − 1 + 2x2 + 2x
= x5 + 2x4 − 2x3 + 3x = x3 · x2 + 2 · x3 · x − 2 · ( x2 − 1) + 3x
= ( x2 − 1) · x2 + 2 · ( x2 − 1) · x − 2x2 + 2 + 3x
= x4 − x2 + 2x3 − 2x − 2x2 + 3x + 2 = x3 · x + 2( x2 − 1) − 3x2 + x + 2
= ( x2 − 1) · x + 2x2 − 2 − 3x2 + x + 2 = x3 − x − x2 + x
= x2 − 1 − x − x2 + x = −1.

612. (Peru) Indique o coeficiente do termo linear do resto da divisão


(cos α + x sen α)n
; n ≥ 2 ∧ n ∈ Z+ .
x2 + 1
1
a. cos nα b. sen nα c. cos nα d. n cos nα e. n sen nα
2

Resolução:
i. Perceba a semelhança entre o dividendo (cos α + x sen α)n com a relação de De Moivre:

(cos α + i sen α)n = cos nα + i sen nα.

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ii. Agora, pelo algoritmo da divisão de Euclides:

(cos α + x sen α)n = ( x2 + 1)q( x ) + ax + b

∴ (cos α + x sen α)n = ( x − i )( x + i )q( x ) + ax + b.

• Para x = i:

(cos α + i sen α)n = 0 · ( x + i )q( x ) + ai + b


∴ cos nα + i sen nα = ai + b (1)

• Para x = −i:

(cos α − i sen α)n = ( x − i ) · 0 · q( x ) − ai + b


∴ cos nα − i sen nα = − ai + b (2)

iii. Subtraindo (2) de (1):


cos nα + i sen nα − cos nα + i sen nα = 2ai
⇔ 2i sen nα = 2ai
∴ a = sen nα.

613. (AIME - 1988) Encontre todos os pares de inteiros ( a, b) tais que o polinômio

ax17 + bx16 + 1
é divisível por x2 − x − 1.

Resolução:
i. Como a divisão é exata, podemos afirmar que as raízes de x2 − x − 1 = 0 também são raízes de ax17 +
bx16 + 1 = 0. Considere α e β essas raízes. Pelas relações de Girard:

α+β = 1 ∧ αβ = −1

ii. Dessa forma, temos:

(I) aα17 + bα16 + 1 = 0


(II) aβ17 + bβ16 + 1 = 0

Com isso, multiplicando ( I ) por β16 e ( I I ) por α16 :

aα16 β16 α + bα16 β16 + β16 = 0 ⇔ aα + b = − β16 ,

aα16 β16 β + bα16 β16 + α16 = 0 ⇔ aβ + b = −α16 .


iii. Subtraindo os dois resultados obtidos:
α16 − β16
a · (α − β) = α16 − β16 ⇔ a =
α−β

∴ a = (α8 + β8 )(α4 + β4 )(α2 + β2 )(α + β).


Agora, calculando cada fator:

(α + β)2 = α2 + β2 + 2αβ ⇔ 1 = α2 + β2 + 2 · (−1) ∴ α2 + β2 = 3,

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(α2 + β2 )2 = α4 + β4 + 2α2 β2 ⇔ 9 = α4 + β4 + 2 ∴ α4 + β4 = 7,
(α4 + β4 )2 = α8 + β8 + 2α4 β4 ⇔ 49 = α8 + β8 + 2 ∴ α8 + β8 = 47.
Logo:
a = 47 · 7 · 3 · 1 = 987.
iv. Lembrando que aα + b = − β16 e que aβ + b = −α16 , multiplicamos cada um, respectivamente, por β e
α, logo:
aαβ + bβ = − β17 ∧ aαβ + bα = −α17
Subtraindo os dois resultados obtidos:
α17 − β17
( β − α)b = α17 − β17 ∴ −b =
α−β
Expandindo:
−b = α16 + α15 β + α14 β2 + · · · + α2 β14 + αβ15 + β16
⇔ −b = α16 + β16 + αβ(α14 + β14 ) + · · · + α7 β7 (α2 + β2 ) + α8 β8
∴ −b = α16 + β16 − (α14 + β14 ) + α12 + β12 − · · · − (α2 + β2 ) + 1.
v. Por somas de Newton, temos que Sn = σ1 Sn−1 − σ2 Sn−2 , além de:

 0 0
 S0 = α + β = 2
S1 = σ1 = α + β = 1


σ2 = αβ = −1
Logo:
Sn = Sn −1 + Sn −2 ∴ Sn − Sn −2 = Sn −1 .
Ou seja, podemos reorganizar da seguinte forma:
−b = α15 + β15 + α11 + β11 + α7 + β7 + α3 + β3 + 1.

vi. Calculando todos os valores de Sn :


S2 = S1 + S0 = 1 + 2 = 3
S3 = S2 + S1 = 3 + 1 = 4
S4 = S3 + S2 = 4 + 3 = 7
S5 = S4 + S3 = 7 + 4 = 11
S6 = S5 + S3 = 11 + 7 = 18
S7 = S6 + S5 = 18 + 11 = 29
S8 = S7 + S6 = 29 + 18 = 47
S9 = S8 + S7 = 47 + 29 = 76
S10 = S9 + S8 = 76 + 47 = 123
S11 = S10 + S9 = 123 + 76 = 199
S12 = S11 + S10 = 199 + 123 = 322
S13 = S12 + S11 = 322 + 199 = 521
S14 = S13 + S12 = 521 + 322 = 843
S15 = S14 + S13 = 843 + 521 = 1364
S16 = S15 + S14 = 1364 + 843 = 2207

vii. Por fim, calculando b:


−b = 1364 + 199 + 29 + 4 + 1 = 1597 ∴ b = −1597.

Portanto, concluímos que o único par ordenado ( a, b) possível é (987, −1597).

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614. (Peru) Sabendo que, ao dividir o polinômio p( x ) por x2 − (1 + b) x + b e x2 − (b + 2) x + 2b se


obteve restos 7x − 4 e 5x − 8, respectivamente. Calcule a soma dos coeficientes do resto ao dividir p( x )
por x3 − (b + 3) x3 + (3b + 2) x − 2b.
a. 3 b. 1 c. 4 d. 2 e. 0

Resolução:
i. Vamos analisar cada uma das divisões:
• Dividindo p( x ) por x2 − (1 + b) x + b:
p ( x ) = [ x 2 − (1 + b ) x + b ] q1 ( x ) + r1 ( x )
⇔ p( x ) = ( x − 1)( x − b)q1 ( x ) + 7x − 4
• Para x = 1:
p(1) = 0 · ( x − b) · q1 ( x ) + 7 · 1 − 4 ∴ p(1) = 3.
• Para x = b:
p(b) = ( x − 1) · 0 · q1 ( x ) + 7 · b − 4 ∴ p(b) = 7b − 4.
• Dividindo p( x ) por x2 − (2 + b) + 2b:
p( x ) = [ x2 − (2 + b) + 2b]q2 ( x ) + r2 ( x )
⇔ p( x ) = ( x − 2)( x − b)q2 ( x ) + 5x − 8
• Para x = 2:
p(2) = 0 · ( x − b)q2 ( x ) + 5 · 2 − 8 ∴ p(2) = 2.
• Para x = b:
p(b) = ( x − 2) · 0 · q2 ( x ) + 5 · b − 8 ∴ p(b) = 5b − 8.
Como p(b) = 7b − 4 = 5b − 8, encontramos que b = −2 e p(−2) = −18.

ii. Como o divisor tem grau 3, assumimos que r ( x ) = ax2 + bx + c. Já podemos analisar a divisão de p( x )
por x3 − (b + 3) x2 + (3b + 2) x − 2b:
p( x ) = ( x3 − x2 − 4x + 4)q3 ( x ) + ax2 + bx + c
⇔ p( x ) = ( x − 1)( x − 2)( x + 2)q3 ( x ) + ax2 + bx + c.
• Para x = 1:
p(1) = 0 · ( x − 2)( x + 2)q3 ( x ) + a + b + c
∴ 3 = a + b + c.
• Para x = 2:
p(2) = ( x − 1) · 0 · ( x + 2)q3 ( x ) + 4a + 2b + c
∴ 2 = 4a + 2b + c.
• Para x = −2:
p(−2) = ( x − 1)( x − 2) · 0 · q3 ( x ) + 4a − 2b + c
∴ −18 = 4a − 2b + c.
iii. Assim, teremos o sistema: 

a + b + c = 3
4a + 2b + c = 2


4a − 2b + c = −18
Resolvendo, encontramos a = −2, b = 5 e c = 0. De forma que r ( x ) = −2x2 + 5x e r (1) = 3.

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615. (Peru) Ao dividir p( x ) por x2 + x + 1 se obtém o resto x + 1, ao dividir p( x ) por x2 − x + 1 se


obtém o resto x − 1. Encontre o resto ao dividir p( x ) por x4 + x2 + 1.
a. x + 1 b. x3 c. x3 − x d. x3 + x e. x3 − 1

Resolução:
i. Analisando cada divisão:
p ( x ) = ( x 2 + x + 1) q1 ( x ) + x + 1 (1)
p ( x ) = ( x − x + 1) q2 ( x ) + x − 1
2
(2)
ii. Agora, precisamos perceber algumas relações importantes da álgebra. Primeiro, lembre-se que:

x4 + x2 + 1 = ( x2 + x + 1)( x2 − x + 1)

Com essa ideia, teremos que multiplicar (1) por x2 − x + 1 e (2) por x2 + x + 1, tal que:

p ( x ) = ( x 2 + x + 1) q1 ( x ) + x + 1

⇔ ( x2 − x + 1) p( x ) = ( x2 − x + 1)( x2 + x + 1) q1 ( x ) + ( x2 − x + 1)( x + 1)
| {z } | {z }
x 4 + x 2 +1 x 3 +1

∴ ( x − x + 1) p ( x ) = ( x + x + 1) q1 ( x ) + x + 1
2 4 2 3
(3)
e:
p ( x ) = ( x 2 − x + 1) q2 ( x ) + x − 1
⇔ ( x2 + x + 1) p( x ) = ( x2 + x + 1)( x2 − x + 1) q2 ( x ) + ( x2 + x + 1)( x − 1)
| {z } | {z }
x 4 + x 2 +1 x 3 −1

∴ ( x + x + 1) p ( x ) = ( x + x + 1) q2 ( x ) + x − 1
2 4 2 3
(4)
iii. Note que podemos multiplicar (3) por ( x + 1) e (4) por ( x − 1), tal que teremos x3 + 1 e x3 − 1, com
uma diferença que irá cancelar x3 , ou seja:

( x + 1)( x2 − x + 1) p( x ) = ( x + 1)( x4 + x2 + 1)q1 ( x ) + ( x + 1)( x3 + 1)

∴ ( x3 + 1) p( x ) = ( x + 1)( x4 + x2 + 1)q1 ( x ) +( x + 1)( x3 + 1) (5)


| {z }
q3 ( x )

assim como:
( x − 1)( x2 + x + 1) p( x ) = ( x − 1)( x4 + x2 + 1)q2 ( x ) + ( x − 1)( x3 − 1)
∴ ( x3 − 1) p( x ) = ( x − 1)( x4 + x2 + 1)q2 ( x ) +( x − 1)( x3 − 1) (6)
| {z }
q4 ( x )

iv. Subtraindo (5) e (6):

( x3 + 1) p( x ) − ( x3 − 1) p( x ) = q3 ( x ) + ( x + 1)( x3 + 1) − q4 ( x ) − ( x − 1)( x3 − 1)

⇔ x 3 p ( x ) + p ( x ) − x 3 p ( x ) + p ( x ) = q3 ( x ) − q4 ( x ) + x 4 + x + x 3 + 
1 − x4 + x + x3 − 
1
| {z }
q5 ( x )

⇔ 2p( x ) = q5 ( x ) + 2( x3 + x )
1
⇔ p ( x ) = q5 ( x ) + x 3 + x ∴ p ( x ) = q6 ( x ) + x 3 + x
2
| {z }
q6 ( x )
3
Ou seja, r ( x ) = x + x.

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616. Encontre todas as raízes reais do polinômio


Pa ( x ) = ( x2 + 1)( x − 1)2 − ax2 ,
sendo a um número real dado.

Resolução:
i. Primeiramente, para encontrarmos as raízes:
 
x ̸ =0 x2 + 1 x2 − 2x + 1 ax2
( x + 1)( x − 1) − ax = 0 ⇔
2 2 2
− 2 =0
x x x
  
1 1
⇔ x+ x+ −2 −a = 0
x x
1
Substituindo y = x + :
x
y · (y − 2) − a = 0 ⇔ y2 − 2y − a = 0
√ 1 √
⇔ y = 1 ± 1 + a ∴ x + = 1 ± 1 + a.
x
ii. Agora, resolvendo para x: √
x 2 − (1 ± 1 + a ) x + 1 = 0
√ q √
1 ± 1 + a ± (1 ± 1 + a )2 − 4 · 1 · 1
⇔x=
2
√ q √
1± 1+a± (1 ± 2 1 + a + 1 + a ) − 4
⇔x=
2
√ p √
1± 1+a± a±2 1+a−2
∴ x= .
2

617. (Romênia) Sejam x1 , x2 , . . . , xn−1 as raízes diferentes de 1 do polinômio p( x ) = x n − 1, n ≥ 2.


Prove que:
1 1 1 n−1
+ +···+ = .
1 − x1 1 − x2 1 − x n −1 2

Resolução:
i. Existe uma identidade (provada no capítulo de derivadas) que pode resolver facilmente essa questão.
Temos que, para qualquer polinômio p( x ) de grau n − 1, com raízes x1 , x2 , . . . , xn−1 , a seguinte relação é
válida:
p′ ( x ) 1 1 1
= + +···+ .
p( x ) x − x1 x − x2 x − x n −1
xn − 1
ii. Dessa forma, supondo p( x ) = = x n−1 + x n−2 + · · · + x + 1, então:
x−1
p ′ ( x ) = ( n − 1) x n −2 + ( n − 2) x n −3 + · · · + 1
( n − 1) n
e p(1) = n, p′ (1) = .
2
iii. Com isso:
p ′ (1) 1 1 1 n−1
= + +···+ = .
p (1) 1 − x1 1 − x2 1 − x n −1 2

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618. (AIME - 1984) Determine o valor de x2 + y2 + z2 + w2 se



 x2 y2 z2 w2

 + + + = 1,

 22 − 12 22 − 32 22 − 52 22 − 72







 x2 y2 z2 w2

 + + + = 1,

 42 − 12 42 − 32 42 − 52 42 − 72



 x2 y2 z2 w2

 + + + = 1,

 6 −1
2 2 6 −3
2 2 6 −5
2 2 6 − 72
2







 2 y2 z2 w2
 x + + + = 1.
82 − 12 82 − 32 82 − 52 82 − 72

Resolução:
i. Perceba que podemos resumir todas as equações a uma única, tal que:

x2 y2 z2 w2
+ + + = 1,
t−1 2 t−3 2 t−5 2 t − 72
para t = 4, 16, 36 e 64.
ii. Agora, multiplicando toda a equação por todos os denominadores, temos:

x2 (t−9)(t−25)(t−49)+y2 (t−1)(t−25)(t−49)+z2 (t−1)(t−9)(t−49)+w2 (t−1)(t−9)(t−25)=(t−1)(t−9)(t−25)(t−49)

⇔ p(t)=(t−1)(t−9)(t−25)(t−49)−(t−9)(t−25)(t−49) x2 −(t−1)(t−25)(t−49)y2 −(t−1)(t−9)(t−49)z2 −(t−1)(t−9)(t−25)w2

Note que adotamos um polinômio p(t). Como suas raízes são t = 4, t = 16, t = 36 e t = 64, p(t) pode ser
reescrito como:
p(t) = (t − 4)(t − 16)(t − 36)(t − 64).

iii. Agora, comparando os coeficientes de t3 nas duas expressões:

• Primeira expressão:

p(t) = (1 − x2 − y2 − z2 − w2 )t4 − (49 + 25 + 9 + 1 + x2 + y2 + z2 + w2 )t3 + . . .

• Segunda expressão:

p(t) = t4 − (4 + 16 + 36 + 64)t3 + . . .

Logo:
1 + 9 + 25 + 49 + x2 + y2 + z2 + w2 = 4 + 16 + 36 + 64
∴ x2 + y2 + z2 + w2 = 36.

619. (Rússia) Prove que o polinômio p( x ) = x4a + x4b+1 + x4c+2 + x4d+3 , com a, b, c, d inteiros positivos,
é divisível por
x3 + x2 + x + 1.

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Resolução:
i. Pelo algoritmo da divisão de Euclides:

x4a + x4b+1 + x4c+2 + x4d+3 = ( x3 + x2 + x + 1)q( x ) + ax2 + bx + c.

Como x3 + x2 + x + 1 = x2 ( x + 1) + ( x + 1) = ( x2 + 1)( x + 1):

x4a + x4b+1 + x4c+2 + x4d+3 = ( x2 + 1)( x + 1)q( x ) + ax2 + bx + c

⇔ x4a + x4b+1 + x4c+2 + x4d+3 = ( x + i )( x − i )( x + 1)q( x ) + ax2 + bx + c.

ii. Agora, analisando dois casos:

• x = i:

i4a + i4b+1 + i4c+2 + i4d+3 = ( x + i ) · 0 · ( x + 1)q( x ) + ai2 + bi + c


:0
⇔
1+ +
i  i2 + i3 = − a + c + bi
⇔ (c − a) + bi = 0 ∴ a = c ∧ b = 0.

• x = −1:

(−1)4a + (−1)4b · (−1) + (−1)4c · (−1)2 + (−1)4d · (−1)3 = ( x + i )( x − i ) · 0 + a · (−1)2 + b · (−1) + c


:0
⇔ 1−1+1−1 = a−b+c
⇔ a + c = b ∴ a = b = c = 0.
Como r ( x ) = 0 ∀ x ∈ R, então p( x ) é divisível por x3 + x2 + x + 1.

620. (Rússia) Encontre o valor de n tal que o polinômio


1 + x2 + x4 + · · · + x2n−2
seja divisível pelo polinômio
1 + x + x 2 + · · · + x n −1 .

Resolução:
i. Primeiramente, lembre-se pela soma de uma progressão geométrica finita que:
x2n − 1 xn − 1
1 + x2 + x4 + · · · + x2n−2 = ∧ 1 + x + x 2 + · · · + x n −1 = .
x2 − 1 x−1
ii. Dessa forma, realizando a divisão:
x2n − 1
( x2n − 1)( x − 1)
Q = xn − 1 = 2
2
x −1 ( x − 1)( x n − 1)
x−1
( x n−1)( x n + 1) (x−
⇔Q= 
1)
− 
n −

( x 1 )( x + 1 )( x 1 )
n
x +1
∴ Q= .
x+1
iii. Por fim, para que x + 1 seja divisível por x + 1, basta que (−1)n + 1 = 0, ou seja, n seja ímpar.
n

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621. (Rússia) Encontre o coeficiente de x50 no polinômio:

p( x ) = (1 + x )1000 + x (1 + x )999 + x2 (1 + x )998 + · · · + x1000 .

Resolução:
i. Para melhorar a expressão, adote 1 + x = y e lembre-se que:

an − bn = ( a − b)( an−1 + an−2 b + an−3 b2 + · · · + bn−1 ).

Portanto:
y1001 − x
p( x, y) = y1000 + xy999 + x2 y998 + · · · + x1000 =
y−x
(1 + x )1001 − x
⇔ p( x ) =
1+x−x
∴ p( x ) = (1 + x )1001 − x
ii. Agora, pela expansão binomial:
     
1000 1000 2 1000 50
(1 + x )1001 = 1 + x+ x +···+ x +···−x
1 2 50
 
1000 1000!
∴ c( x50 ) = = .
50 50!950!

622. (Rússia) Prove que, se o polinômio

p ( x ) = a0 x n + a1 x n −1 + · · · + a n −1 x + a n ,

com coeficientes inteiros, assume o valor 7 para quatro valores inteiros de x, então ele não pode ter valor
14 para algum valor inteiro de x.

Resolução:
i. Primeiramente, sendo p( x ) = 7 para x = α, teremos que p(α) − 7 pode ser fatorado quanto às raízes
a, b, c, d:
p( x ) − 7 = ( x − a)( x − b)( x − c)( x − d).
ii. Com isso, suponha que p( x ) = 14 para um inteiro x = β, assim:

14
β
p (

*
) − 7 = ( β − a)( β − b)( β − c)( β − d)

⇔ 7 = ( β − a)( β − b)( β − c)( β − d).


Porém, como β − a, β − b, β − c e β − d são todos inteiros distintos e, não podendo 7 ser fatorado em cinco
inteiros primos entre si, então não é possível p( β) = 14.

623. (Peru) Encontra a soma dos fatores primos lineares do polinômio:

P( x ) = x5 + 5x4 − 13x3 − 56x2 − 108x − 144.

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Resolução:
i. Pelo teorema das possíveis raízes racionais, podemos notar que x = −2 é uma raiz do polinômio. Com
isso, realizando a divisão pelo método de Horner:

1 5 − 13 − 56 − 108 − 144
−2 −2 −6 38 36 144
1 3 − 19 − 18 − 72 0

Ou seja, P( x ) = ( x + 2)( x4 + 3x3 − 19x2 − 18x − 72).


ii. Novamente, pelo teorema das possíveis raízes racionais, encontramos que x = 4 é uma raiz do polinômio.
Pelo método de Horner:
1 3 − 19 − 18 − 72
4 4 28 36 72
1 7 9 18 0

Ou seja, P( x ) = ( x + 2)( x − 4)( x3 + 7x2 + 9x + 18).


iii. Mais uma vez, pelo teorema das possíveis raízes racionais, encontramos que x = −6 é uma raiz do
polinômio. Pelo método de Horner:

1 7 9 18
−6 −6 −6 − 18
1 1 3 0

Concluindo que P( x ) = ( x + 2)( x − 4)( x + 6)( x2 + x + 3). Por fim, a soma dos fatores primos lineares é:

x + 2 + x − 4 + x + 6 = 3x + 4.

624. (Peru) Que relação deve ter entre os coeficientes do polinômio p( x ) = ax4 + bx3 + cx + d para que
esse seja divisível por q( x ) = x2 − 2x + 1?
a. d = 2a + b b. d = 2a + 3b c. d = 3a + 2b d. d = a + 2b e. d = a + b

Resolução:
i. Atenção a essa questão, há um macete maravilhoso que usarei para resolvê-la. Tente provar que, caso um
polinômio p( x ) tenha uma raiz α de multiplicidade n, ou seja, p( x ) é divisível por ( x − α)n , então:

p(α) = p′ (α) = p′′ (α) = p(3) (α) = . . . = p(n−1) (α) = 0,

ou seja, as (n − 1) – ésimas primeiras derivadas de p( x ) são todas divisíveis por ( x − α).

ii. Com a informação anterior, e notando que q( x ) = ( x − 1)2 , então teremos que p(1) = p′ (1) = 0. Além
disso, sendo p′ ( x ) = 4ax3 + 3bx2 + c:

a + b + c + d = 4a + 3b + c = 0

∴ d = 3a + 2b.

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625. (Peru) Dada a expressão T ( x!) = x2 + x + 4, x ∈ N, encontre o valor de:

T (1) + T (2) + T (6) + T (24) + T (120) + T (720) + T (5040) + T (40320).

a. 270 b. 271 c. 272 d. 273 e. 274

Resolução:
i. Perceba que:
1 = 1!
2 = 2 · 1 = 2!
6 = 3 · 2 · 1 = 3!
24 = 4 · 3 · 2 · 1 = 4!
..
.
40320 = 8 · 7 · 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 8!.
ii. A partir disso, segundo o enunciado:

S = T (1!) + T (2!) + T (3!) + T (4!) + T (5!) + T (6!) + T (7!) + T (8!)


       
⇔ S = 12 + 1 + 4 + 22 + 2 + 4 + 32 + 3 + 4 + . . . + 82 + 8 + 4
 
⇔ S = 12 + 22 + 32 + · · · + 82 + (1 + 2 + 3 + · · · + 8) + (4 + 4 + 4 + · · · + 4)
8 · 9 · 17 8 · 9
⇔S= + +4·8
6 2
∴ S = 204 + 36 + 32 = 272.

√ √
3
626. (Bélgica) Encontre um polinômio de coeficientes inteiros que tem raiz 2+ 3.

Resolução:
√ √ √ √
3, então 3 = x − 2. Elevando ao cubo:
3 3
i. Como x = 2+
√ √ √ √ √
( 3)3 = ( x − 2)3 ⇔ 3 = x 3 − 2 2 − 3 · ( x ) · ( 2) · ( x − 2)
3

√ √ √
⇔ 3 = x3 − 2 2 − 3 2x2 + 6x ⇔ x3 + 6x − 3 = (3x2 + 2) 2
ii. Agora, elevando ao quadrado:

( x3 + 6x − 3)2 = [(3x2 + 2) 2]2

⇔ x6 + 36x2 + 9 + 2 · (6x4 − 3x3 − 18x ) = 2 · (9x4 + 12x2 + 4)


⇔ x6 + 36x2 + 9 + 12x4 − 6x3 − 36x = 18x4 + 24x2 + 8
∴ x6 − 6x4 − 6x3 + 12x2 − 36x + 1 = 0.

627. (Putnam) Seja P(z) = az4 + bz3 + cz2 + dz + e = a(z − r1 )(z − r2 )(z − r3 )(z − r4 ), sendo a, b, c, d
inteiros, a ̸= 0. Mostre que, se r1 + r2 é um número racional, e r1 + r2 ̸= r3 + r4 , então r1 r2 é um número
racional.

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Resolução:
p1
i. Adotando r1 + r2 = , q ̸= 0 e utilizando as relações de Girard, temos que:
q1 1

b
r1 + r2 + r3 + r4 = −
a
b
⇔ r3 + r4 = − − (r1 + r2 )
a
b p
⇔ r3 + r4 = − − 1
a q1
p
∴ r3 + r4 = 2 ( q2 ̸ = 0).
q2
Ou seja, r3 + r4 também pertence aos inteiros.
ii. Novamente, pelas relações de Girard:
c
r1 r2 + r1 r3 + r1 r4 + r2 r3 + r2 r4 + r3 r4 =
a
c
⇔ r1 r2 + r3 r4 = − (r1 r2 + r1 r4 + r2 r3 + r2 r4 )
a
c c p p
⇔ r1 r2 + r3 r4 = − (r1 + r2 )(r3 + r4 ) = − 1 2
a a q1 q2
p
∴ r1 r2 + r3 r4 = 3 ( q3 ̸ = 0).
q3

iii. Por fim, novamente por Girard:

d
r1 r2 r3 + r1 r2 r4 + r1 r3 r4 + r2 r3 r3 = −
a
d
⇔ (r1 + r2 )r3 r4 + (r3 + r4 )r1 r2 = − .
a
Observe que os produtos r1 r2 e r3 r4 obedecem ao sistema:
(
αx + βy = u,
γx + δy = v,

c d
sendo α = 1, β = 1, γ = r3 + r4 , δ = r1 + r2 , u = − (r1 + r2 )(r3 + r4 ) e v = − . Como r1 + r2 ̸= r3 + r4 ,
a a
então esse sistema possui solução única e ela é racional. Ou seja, tanto r1 r2 quanto r3 r4 são racionais.

628. (Putnam) Prove que o polinômio


5 1
p( x ) = ( a − x )6 − 3a( a − x )5 + a2 ( a − x )4 − a4 ( a − x )2
2 2
admite somente valores negativos para 0 < x < a.

Resolução:
i. Realize a substituição x = a(1 − y). Com isso, o polinômio se torna:
 
5 1
p( x, y) = a6 y2 y4 − 3y3 + y2 − .
2 2

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5 1
Como a6 y2 é claramente positivo, devemos provar somente que g(y) = y4 − 3y3 + y2 − é menor que 0.
2 2
5 1
ii. Sendo g(y) = y4 − 3y3 + y2 − , então:
2 2

g′ (y) = 4y3 − 9y2 + 5y = y(y − 1)(4y − 5)

5
Ou seja, os pontos críticos de g(y) são 0, 1, . Porém, entre pontos críticos consecutivos, g é estritamente
4
1
monótona. Assim, sendo g(0) = − e g(1) = 0, temos que:
2
1
− < g(y) < 0 para 0 < y < 1.
2
x
iii. Por fim, como y = 1 − :
a
x
0 < y < 1 ⇔ 0 < 1−<1
a
x x
⇔ −1 < − < 0 ⇔ 1 > > 0
a a
∴ 0 < x < a.

629. (Putnam) Um polinômio p( x ) é dividido por ( x − a)2 ( x − b), com a ̸= b, encontre o resto dessa
divisão.

Resolução:
i. Como p( x ) está sendo dividido por um polinômio cúbico, teremos que r ( x ) = Ax2 + Bx + C. Assim:

p( x ) = ( x − a)2 ( x − b)q( x ) + Ax2 + Bx + C


e
p′ ( x ) = 2( x − a)( x − b)q( x ) + ( x − a)2 q( x ) + ( x − a)2 ( x − b)q′ ( x ) + 2Ax + B.
ii. Dessas relações:
p( a) = Aa2 + Ba + C,
p(b) = Ab2 + Bb + C,
p′ ( a) = 2Aa + B.
Resolvendo o sistema para A, B e C:
1
A= [ p(b) − p( a) − (b − a) p′ ( a)],
( b − a )2
1 2
B=− [2a( p(b) − p( a)) − (b2 − a2 ) p′ ( a)],
(b − a)
1
C= [(b − a)2 p( a) + a2 ( p(b) − p( a)) + ab( a − b) p′ ( a)].
( b − a )2
Portanto:
1
r(x) = {( p(b) − p( a) − (b − a) p′ ( a)) x2
( b − a )2
− (2a( p(b) − p( a)) + (b2 − a2 ) p′ ( a)) x
+ ((b − a)2 p( a) + a2 ( p(b) − p( a)) + ab( a − b) p′ ( a)),

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e podemos reescrever r ( x ) como:

p(b) − p( a) p′ ( a)
r ( x ) = p( a) + ( x − a )2 − ( x − a)( x − b).
(b − a) 2 b −a

630. (Putnam) Seja P(z) = z2 + az + b um polinômio com variável complexa z e coeficientes a e b


complexos. Suponha que | P(z)| = 1 para todo z com |z| = 1. Prove que a = b = 0.

Resolução:
i. Como a e b são complexos, podemos supor a = p + qi e b = r + si, com p, q, r, s ∈ R. É dado pelo
enunciado que | P(1)| = | P(−1)| = | P(i )| = | P(−i )| = 1, assim:

| P(1)|2 = |1 + p + qi + r + si |2
= 1 + p2 + q2 + r2 + s2 + 2p + 2r + 2pr + 2qs,
| P(−1)|2 = |1 − p − qi + r + si |2
= 1 + p2 + q2 + r2 + s2 − 2p + 2r − 2pr − 2qs,
| P(i )|2 = |−1 + pi − q + r + si |2
= 1 + p2 + q2 + r2 + s2 + 2q − 2r − 2qr + 2ps,
| P(−i )|2 = |−1 − pi + q + r + si |2
= 1 + p2 + q2 + r2 + s2 − 2q − 2r + 2qr − 2ps.

ii. Somando todos os resultados obtidos anteriormente:

4 = 4 + 4 · ( p2 + q2 + r2 + s2 ) ∴ p2 + r2 + q2 + s2 = 0,

porém, como p, q, r, s ∈ R, a única solução possível é p = q = r = s = 0, implicando em a = b = 0.

631. (Putnam) Seja n um inteiro positivo e defina


n
f (n) = ∑ k! = 1! + 2! + 3! + · · · + n!.
k =1

Encontre os polinômios P( x ) e Q( x ) sendo que

f (n + 2) = P(n) f (n + 1) + Q(n) f (n), ∀ n ≥ 1.

Resolução:
i. Perceba que:
n +2 n +1
f ( n + 2) − f ( n + 1) = ∑ k! − ∑ k! = (k + 2)!
k =1 k =1
⇔ f (n + 2) − f (n + 1) = (n + 2)(n + 1)!,

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porém,
n +1 n
f ( n + 1) − f ( n ) = ∑ k! − ∑ k! = (n + 1)!.
k =1 k =1
ii. Assim, podemos realizar a substituição:

f (n + 2) − f (n + 1) = (n + 2) · [ f (n + 1) − f (n)]

⇔ f ( n + 2) = ( n + 3) f ( n + 1) − ( n + 2) f ( n ).
Concluindo que P(n) = n + 3 ⇔ P( x ) = x + 3 e Q(n) = −(n + 2) ⇔ P( x ) = − x − 2.

632. (Toronto) Seja f ( x ) um polinômio quadrático. Prove que existem dois outros polinômios quadrá-
ticos g( x ) e h( x ) tais que
f ( x ) f ( x + 1) = g(h( x )).

Resolução:
i. Suponha que f ( x ) = a( x − r )( x − s), já que é quadrática. Com isso:

f ( x ) f ( x + 1) = a2 ( x − r )( x − s + 1)( x − r + 1)( x − s)
= a2 ( x2 + x − rx − sx + rs − r )( x2 + x − rx − sx + rs − s)
= a2 [( x2 − (r + s − 1) x + rs) − r ][( x2 − (r + s − 1) x + rs) − s]
= g(h( x )),

com g( x ) = a2 ( x − r )( x − s) = a f ( x ) e g( x ) = x2 − (r + s − 1) x + rs.

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