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Ciclo 1 - ITA Matemática e Química

Ciclo 1 - ITA Matemática e Química


IME/ITA 01/03/2024

GABARITO MATEMÁTICA

Questão 1

Seja ABC um triângulo e sejam D e E pontos nos segmentos BC e AC, respectivamente. Seja F a interseção das
bissetrizes dos ângulos C ÂD e C B̂E. Sabendo que AÊB = 43◦ e AD̂B = 37◦ , determine a medida do ângulo
AF̂ B.

Gabarito

Seja DÂE = 2y, E B̂C = 2x e AF̂ B = θ.

Como B ĜH é ângulo externo do triângulo BDG, B ĜH = x + 37°. Para que a soma dos ângulos internos
do triângulo BGH seja 180°, o ângulo B ĤG deve ser igual a 143° − 2x.

Seguindo o mesmo raciocínio, AIHˆ é ângulo externo do triângulo AIE, então, AIHˆ = y + 43°. Para que a
soma dos ângulos internos do triângulo AIH seja 180°, o ângulo AĤI deve ser igual a 137° − 2y.

Por estarem opostos ao mesmo vértice, os ângulos B ĤG e AĤI devem ser iguais. Assim: 143° − 2x =
137° − 2y → x = y + 3.

Analisando o quadrilátero AF BH sabemos a seguinte relação angular: AĤB = x + y + θ → 180° − (143° −


2x) = x + y + θ → 37° + x = y + θ → θ = 40°

Questão 2

Determine os valores de x para os quais a sequência:


( )
2x + 1 2x + 1
, , · · ·
4x + 3 (4x + 3)2

1
possui o limite da soma dos seus termos igual a .
2

1
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Gabarito

2x+1 1
Veja que a soma pedida é de elementos de uma PG infinita, com a1 = 4x+3 eq= 4x+3 .

2x+1
a1 2x+1
Vamos utilizar a fórmula da soma da PG infinita: S∞ = 1−q = 4x+3
1
1− 4x+3
= 4x+2 = 12 . Essa equação mostra
que a soma é sempre 12 , independente de x.

Porém, para que a soma de uma PG infinita resulte num número finito, o módulo da razão deve ser menor
que 1. Isto é: |q| < 1 → −1 < q < 1.

1° inequação) q < 1

−4x−2
q= 1
4x+3 <1→ 1
4x+3 −1<0→ 4x+3 <0

Quadro de sinais:

−3 −1
Então, a fração é negativa para x < ou x > .
4 2

2° inequação) q > −1

q= 1
4x+3 > −1 → 1
4x+3 +1>0→ 4x+4
4x+3 >0

Quadro de sinais:

−3
Então, a fração é positiva para x > ou x < −1 .
4

−3
Além do mais, o denominador não pode assumir o valor zero. Então x ̸= .
4

−1
Portanto, analisando a interseção dos resultados de ambos os casos, os valores possíveis são x > ou
2
x < −1 .

2
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Questão 3

Considere o sistema de equações abaixo, com x, y, z reais.




x + y + z = 6
x2 + y 2 + z 2 = 14


xz + yz = (xy + 1)2

a. Determine o valor de xy.


b. Encontre todas as soluções reais do sistema em (x, y, z).

Gabarito

Vamos elevar a primeira equação ao quadrado.

(x + y + z)2 = 36 → x2 + y 2 + z 2 + 2(xy + yz + xz) = 36

Substituindo x2 + y 2 + z 2 = 14 no resultado acima, temos:

14 + 2(xy + yz + xz) = 36 → xy + yz + xz = 11

Vamos substituir na terceira equação essa equação obtida acima.

(11 − xy) = (xy + 1)2 → (xy)2 + 3(xy) − 10 = 0


−3± 9−4.(−10)
Temos agora uma equação do segundo grau na incógnita xy. Por bhaskara, xy = 2 → xy = 2
e xy = −5 .

Abrindo em casos:

1° caso) xy = 2 x+y +x = 6 → x+y = 6−z xz +yz = (xy +1)2 → z(6−z) = 9 → z 2 −6z +9 = 0 → z = 3

x + y = 3 e xy = 2 → (x, y, z) = (2, 1, 3) ou (x, y, z) = (1, 2, 3) .

2° caso) xy = −5 x+y+x = 6 → x+y = 6−z xz+yz = (xy+1)2 → z(6−z) = 16 → z 2 −6z+16 = 0 → ∆ < 0


Portanto, o caso xy = −5 não satisfaz a questão e deve ser eliminada da resposta do item (a).

3
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Questão 4

Determine os valores de k para que a equação

sen4 x − (k + 2)sen2 x − (k + 3) = 0

possua solução.

Gabarito

Efetuando bhaskara na equação de 2° grau:



2 k + 2 ± (k + 2)2 + 4.(k + 3) k + 2 ± |k + 4|
sen x = =
2 2

Daí sen2 x = k + 3 , já que é absurdo o resultado sen2 x = −1.

A função seno está limitada de −1 a 1, consequentemente, 0 < sen2 x < 1.

Dito isso, temos que k + 3 > 0 → k > −3 e k + 3 < 1 → k < −2. Então, o intervalo solução é −3 < k < −2 .

Questão 5

Determine o número n de termos de uma progressão aritmética sabendo que a razão entre a soma dos 13 primeiros
1 4
e a soma dos 13 últimos é e que a razão entre a soma dos n − 3 últimos e a soma dos n − 3 primeiros é .
2 3

Gabarito

(a1 +ak )k
Vamos usar a fórmula de soma da PA Sk = 2 para equacionar as razões pedidas.

Razão entre a soma dos 13 primeiros e a soma dos 13 últimos:


a1 + ... + a13 1
=
an−12 + ... + an 2

Razão entre a soma dos n − 3 últimos e a soma dos n − 3 primeiros:


an + ... + a4 4
=
a1 + ... + an−3 3

Reescrevendo os termos utilizados na forma ak = a1 + (k − 1)r:

a13 = a1 + 12r an−12 = a1 + (n − 12 − 1)r an = a1 + (n − 1)r a4 = a1 + 3r an−3 = a1 + (n − 3 − 1)r

Com essas substituições, a primeira razão fica na forma:


2a1 + 12r 1
= → a1 + 19r = nr
2a1 + 2nr − 14r 2

Substituindo na segunda razão:

4
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2a1 + nr + 2r 4
= → 22r = 2a1 + nr
2a1 + nr − 4r 3

Isolando a1 = nr − 19r e usando a outra equação 22r = 2(nr − 19r) + nr chegamos em n = 20

Questão 6


O polinômio x4 − x3 − 3x2 + 2x + 2 admite uma soluçao no formato m onde m é um inteiro não quadrado perfeito.

a. Determine as constantes C, D, E, F tal que: (x4 − x3 − 3x2 + 2x + 2) = (x2 + Cx + D)(x2 + Ex + F )


b. Determine as raízes do polinômio.

Gabarito

√ √
Substituindo a raiz dada na equação: m2 − m3 − 3m + 2 m + 2 = 0


m(2 − m) + m(m − 3) + 2 = 0


Veja que m é irracional e o resto da equação é racional (já que m é inteiro), portanto, o fator (2 − m)
precisa ser nulo - o que dá m = 2.
√ √
Sabendo que 2 é raiz da equação, é possível afirmar que √ − 2 também
√ será raiz, uma vez que todos os
coeficientes da equação são racionais. Diante disso, (x − 2)(x + 2) = x2 − 2 é um fator do polinômio.

Na relação do item (a), sabemos que C = 0 e D = −2.

Para completar a fatoração (x4 − x3 − 3x2 + 2x + 2) = (x2 − 2)(x2 + Ex + F ) é necessário que E = −1 e


F = −1.

Sabendo a seguinte fatoração (x4 − x3 − 3x2 + 2x + 2) = (x2 − 2)(x2 − x − 1) torna-se simples determinar
as raízes do polinômio.
√ √
1± 1−4.(−1)
Raízes de x − x − 1 = 0 → x =
2
2 = 1± 5
2 .

√ √
√ √ 1+ 5 1− 5
Assim, as raízes do polinômio dado são x = { 2, − 2, , }.
2 2

Questão 7

Seja x um número tal que


1 1 1 1 1 1
+ + + + + =0
x x + 2 x + 4 x + 6 x + 8 x + 10
Quais são os possíveis valores de (3x2 + 30x + 40)2 ?

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Gabarito

Aproveitando a simetria presente no problema, façamos y = x + 5.

Daí o pedido é: (3(y − 5)2 + 30(y − 5) + 40)2 = (3y 2 − 35)2

Assim, temos que:


1 1 1 1 1 1
+ + + + + =0 (1)
y−5 y−3 y−1 y+1 y+3 y+5
Façamos:
1 1 1 1 1 1
( + )+( + )+( + )=0 (2)
y−5 y+5 y−1 y+1 y+3 y−3
2y 2y 2y
⇒ + + =0 (3)
y 2 − 25 y 2 − 1 y 2 − 9
Assim, ou y = 0 que nos da como pedido 1225 ou podemos dividir ambos os lados por 2y:

1 1 1
+ 2 + 2 = 0 ⇒ 3y 4 − 70y 2 + 259 = 0 ⇒ 9y 4 − 210y 2 + 777 = 0 ⇒ (3y 2 − 35)2 = 448 (4)
y2 − 25 y − 1 y − 9

Assim, os valores de (3x2 + 30x + 40)2 são 1225 e 448 .

Questão 8

sen x cos x 1
Sejam x, y reais tais que =3e = .
sen y cos y 2

sen(2x + 2y)
Calcule: .
sen(2y) · cos(2y)

Gabarito

Usando a equação fundamental em:


cos x 1 1−sen2 x 1
= 2 ⇒ 1−sen2 y = 4 ⇒ 3 = 4sen2 x − sen2 y.
cos y
3
Vamos substituir nessa equação a relação senx = 3seny ⇒ sen2 y = 35 . A partir disso, usamos a mesma
relação para encontrar que sen2 x = 27
35 .

Focando na razão pedida, vamos abrir a soma de arcos no denominador.

sen2x.cos2y + sen2y.cos2x sen2x cos2x 2senx.cosx 1 − 2sen2 x


= + = +
sen2y.cos2y sen2y cos2y 2seny.cosy 1 − 2sen2 y

1 1 − 2. 27 49
⇒ 3. + 35
3 = 58
2 1 − 2. 35

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Questão 9

Considere um triângulo ABC cujo ângulo B ÂC = 75◦ . Seja D um ponto sobre o lado AB de maneira que
B ĈD = 15◦ . Determine o valor do ângulo AB̂C, sabendo que AD = 2BD.

Gabarito

Primeiro, note que β = 180◦ − 75◦ − 15◦ − α = 90◦ − α e que ∠ADC = α + 15◦ pelo teorema do ângulo
externo.

Lei dos senos no triângulo △ADC:

2x DC 2x 2x DC 2x · sen(75◦ )
= ◦
⇒ ◦
= = ◦
⇒ DC = (5)
sen(β) sen(75 ) sen(90 − α) cosα sen(75 ) cosα

Lei dos senos no triângulo △DCB:


DC x x · senα
= ◦
⇒ DC = (6)
senα sen(15 ) sen(15◦ )

Assim, igualando os valores de DC:


2x · sen(75◦ ) x · senα
=
cosα sen(15◦ )
⇒ senα · cosα = 2sen(75◦ )sen(15◦ ) = 2sen(75◦ ) · cos(75◦ ) = sen(150◦ )
1
⇒ 2senα · cosα = 2sen(150◦ ) = 2sen(30◦ ) = 2 ·
= 1 ⇒ sen(2α) = 1
2
Como α está entre 0 e π, 2α está entre 0 e 2π. Logo, o único valor para 2α que satisfaz é 2α = 90◦ ⇒
α = 45◦ .

Questão 10

Determine quantos triângulos retângulos não congruentes existem de lados inteiros com cateto medindo 2020.

Gabarito

Sendo a o outro cateto e b a hipotenusa, por Pitágoras, temos que:

a2 + 20202 = b2 ⇒ b2 − a2 = 20202 ⇒ (b − a)(b + a) = 20202 (7)

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Além disso, como a e b são inteiros, b − a e b + a devem ser ambos pares ou ambos ímpares, a fim de que,
ao resolver o sistema para encontrar as incógnitas, a e b sejam inteiros.

Mas veja que não é possível b − a e b + a serem ímpares ao mesmo tempo, visto que 20202 = 24 · 52 · 1012 ⇒
ou b − a ou b + a terá um fator 2 e será par, devido aos fatores 2 em 20202 . Assim, ambos terão de ser
pares e cada um já possuirá um fator 2. Logo, devemos distribuir os fatores restantes de 20202 (que serão
22 · 52 · 1012 ) entre b − a e b + a.

Note que, escolhida uma combinação, a outra já estará definida. Para escolhermos a primeira combinação,
basta escolhermos os expoentes dos fatores, o que nos dá 3 · 3 · 3 = 27 pois cada um dos expoentes pode
ser 0, 1 ou 2. Contudo, estamos contando o caso em que a primeira combinação é 2 · 5 · 101 e a segunda
também, o que não pode ocorrer, pois b − a ̸= b + a e, das 26 opções restantes, em metade delas a primeira
combinação correspondente a b + a será maior que b − a.

26
Dessa forma, há = 13 triângulos que satisfazem o enunciado.
2

*É possível também listar todos os 13 casos

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GABARITO QUÍMICA

Questão 11

O tiossulfato de sódio, que como penta-hidrato, Na2 S2 O3 · 5 H2 O, forma grandes cristais brancos e é usado como
fixador em fotografia, pode ser preparado fazendo-se passar oxigênio em uma solução de polissulfeto de sódio,
Na2 S5 , em álcool, e adicionando-se água. Forma-se dióxido de enxofre como subproduto. O polissulfeto de sódio é
feito pela ação do gás sulfeto de hidrogênio sobre uma solução de sulfeto de sódio, Na2 S, em álcool, que, por sua
vez, é feito pela reação do gás sulfeto de hidrogênio, H2 S, com hidróxido de sódio sólido.

Uma planta industrial de síntese do fixador conta com 170 kg de H2 S e 200 kg de NaOH em seu estoque.

a. Apresente as três reação químicas balanceadas que mostram como o fixador é preparado a partir de sulfeto
de hidrogênio e hidróxido de sódio.
b. Apresente a reação química global balanceada para a preparação do fixador.
c. Determine a massa de fixador que pode ser preparado a partir dos reagentes disponíveis na planta industrial.
d. Determine a massa de água necessária para a síntese da maior quantidade possível de fixador, considerando
que não há reaproveitamento.

Gabarito

Etapa 1. (0,3 pt) Escreva as equações balanceadas.

H2 S(g) + 2 NaOH(s) Na2 S(aq) + 2 H2 O(l)


4 H2 S(g) + Na2 S(alc) Na2 S5 (alc) + 4 H2 (g)
2 Na2 S5 (alc) + 9 O2 (g) + 10 H2 O(l) 2 Na2 S2 O3 · 5 H2 O(s) + 6 SO2 (g)

Etapa 2. (0,1 pt) Combine as equações químicas referentes à cada etapa para gerar a equação global.

10 H2 S(g) + 4 NaOH(s) + 9 O2 (g) + 6 H2 O(l) 2 Na2 S2 O3 · 5 H2 O(s) + 6 SO2 (g) + 8 H2 (g)

Etapa 3. (0,1 pt) Converta as massas em quantidade usando a massa molar.

mH2 S 170 kg
nH2 S = = g = 5 kmol
MH2 S 34 mol
mNaOH 200 kg
nNaOH = = g = 5 kmol
MNaOH 40 mol

Etapa 4. (0,1 pt) (c) Identifique o reagente limitante.

nH2 S nNaOH
<
10 4
O H2 S é o reagente limitante e o NaOH está em excesso.

Etapa 5. (0,1 pt) Calcule quantos mols de produto, Na2 S2 O3 · 5 H2 O, ele forma.

2 2
nNa2 S2 O3 · 5 H2 O = nH S = (5 kmol) = 1 kmol
10 2 10

Etapa 6. (0,1 pt) Converta a quantidade de Na2 S2 O3 · 5 H2 O em massa usando a massa molar.

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g
mNa2 S2 O3 · 5 H2 O = nNa2 S2 O3 · 5 H2 O MNa2 S2 O3 · 5 H2 O = (1 kmol) × (248 mol ) = 248 kg

Etapa 7. (0,1 pt) (d) Calcule quantos mols de água são necessários. A água formada na primeira etapa não é
reaproveitada na última, assim, o cálculo deve ser baseado na proporção da última etapa, e não na proporção
da equação global.

10 10
nH2 O = nNa2 S2 O3 · 5 H2 O = (1 kmol) = 5 kmol
2 2

Etapa 8. (0,1 pt) Converta a quantidade de H2 O em massa usando a massa molar.

g
mH2 O = nH2 O MH2 O = (5 kmol) × (18 mol ) = 90 kg

Questão 12

Um cilindro contendo 502 g de gás natural, uma mistura de metano e etano, foi totalmente queimada com excesso
de oxigênio. A massa total de dióxido de carbono e água produzida na combustão da mistura foi 2,034 kg.

a. Apresente as reações de combustão balanceadas para o metano e etano.


b. Determine a fração mássica de metano na mistura.

Gabarito

Etapa 1. (0,6 pt) (a) Na reação de combustão, o carbono é convertido em CO2 e o hidrogênio é convertido
em H2 O.

CH4 (g) + 2 O2 (g) CO2 (g) + 2 H2 O(l)


7
C2 H6 (g) + O2 (g) 2 CO2 (g) + 3 H2 O(l)
2

Etapa 2. (0,1 pt) (b) Seja x a quantidade de CH4 e y a quantidade de C2 H6 . Escreva a equação da massa
total de gás.

mCH4 + mC2 H6 = mtotal


assim,
g g
(16 mol )x + (30 mol )y = 502 g
logo,
16x + 30y = 502 mol (I)

Etapa 3. (0,1 pt) Cada molécula de CH4 gera 1 CO2 e 2 H2 O, e cada molécula de C2 H6 gera 2 CO2 e 3 H2 O.
Escreva a equação para a massa de CO2 e H2 O formada.

g g
(44 mol ) · (x + 2y) + (18 mol ) · (2x + 3y) = 2034 g
logo,
80x + 142y = 2034 mol (II)

Etapa 4. (0,2 pt) Resolva o Sistema de Equações I e II para encontrar a quantidade de CH4 e C2 H6 .

Ao resolver o sistema, A quantidade encontrada de CH4 seria negativa. A única possibilidade seria se nem
todo carbono fosse convertido em CO2 , sendo o restante convertido em CO ou fuligem

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Questão 13

Apesar dos avanços nos modelos atômicos, o experimento de Rutherford perdura como uma ferramenta valiosa,
permitindo estimar a ordem de grandeza do raio nuclear através da dispersão de partículas α. Em um experimento,
ao serem lançadas contra uma lâmina delgada de ouro, uma em cada 105 partículas α é desviada de um ângulo
médio superior a 90◦ . Considerando que a lâmina de ouro possui 1000 camadas de átomos e elaborando a hipótese
de que este desvio se deve à colisão de partículas alfa com um único núcleo atômico, é possível estimar a ordem de
grandeza do núcleo. Considere que o raio de um átomo de ouro é da ordem de 1 × 10−10 m.

a. Apresente a distribuição eletrônica do átomo de ouro.


b. Apresente os números quânticos do elétron mais energético do átomo de ouro.
c. Estime o raio do núcleo de ouro.

Gabarito

Etapa 1. (0,2 pt) (a) Adicione 79 elétrons, um após o outro, aos orbitais em ordem crescente de energia, mas
não coloque mais de dois elétrons em um mesmo orbital.

Au : [Xe] 6s1 4f14 5d10

Observação: Neste simulado, a configuração [Xe] 6s2 4f14 5d9 também será considerada.

Etapa 2. (0,2 pt) (b) Identifique os números quânticos do orbital mais energético (5d).

n = 5, l = 2, ml = +2

Etapa 3. (0,4 pt) (c) Escreva a probabilidade de colisão em função do raio atômico, do raio nuclear e do
número de camadas.
A probabilidade de colisão em uma das camadas, p, é igual à razão entre as áreas transversais dos átomos,
Aátomos e do núcleo, Anúcleos . Como os núcleos não estão perfeitamente alinhados, a área transversal total
dos núcleos é N Anúcleos , em que N é o número de camadas.

N Anúcleos r2
p= = N núcleo
2
Aátomos rátomo

Observação: Os eventos de colisão entre as camadas não são independentes. Não podemos utilizar o
princípio multiplicativo nesse caso.

Etapa 4. (0,2 pt) Use a probabilidade de colisão encontrada experimentalmente para estimar o raio nuclear.

√ √
p (1/105)
rnúcleo = rátomo = (1 × 10−10 m) × ≈ 3 × 10−13 m
N 1000

Questão 14

Considere o modelo atômico de Bohr. O raio de Bohr, a0 , corresponde ao raio do estado fundamental do hidrogênio:
ε 0 h2
a0 = ≈ 5,3 × 10−11 m
πme e2
Em que ε0 é a constante de permissividade do vácuo, h a constante de Planck, me = 9,1 × 10−31 kg é a massa do
elétron e e é a carga elementar.

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a. Determine a razão entre a velocidade do elétron no estado fundamental do átomo de hidrogênio e a velocidade
da luz.
b. Determine a partir de qual valor de número atômico a velocidade do elétron em uma espécie hidrogenoide
em seu estado fundamental supera 10% da velocidade da luz.

Gabarito

Etapa 1. (0,3 pt) (a) Use o postulado de Bohr de quantização do momento angular para calcular a velocidade
do elétron a partir do raio no estado fundamental.
( )
h
me vr = n

No estado fundamental n = 1 e r = a0 , logo,

h 6,6 × 10−34 J s
v= = = 2,2 × 106 m s−1
2πme a0 2π × (9,1 × 10−31 kg) × (5,3 × 10−11 m)

Etapa 2. (0,2 pt) Calcule a razão entre a velocidade do elétron e a velocidade da luz.

v 2,2 × 106 m s−1


= = 0,0073
c 3,0 × 108 m s−1

Etapa 3. (0,3 pt) (b) Use o postulado de Bohr de quantização do momento angular para calcular o raio a
partir da velocidade do elétron no estado fundamental.

h c
v= >
2πme r 10
logo,
10h 10 × (6,6 × 10−34 J s)
r< = = 3,8 × 10−12 m
2πme c 2π × (9,1 × 10−31 kg) × (3,0 × 108 m s−1 )

Etapa 4. (0,2 pt) (b) Use a expressão para o raio da órbita fundamental em função do número atômico para
determinar o menor número atômico para o qual a desigualdade é satisfeita.

a0 5,3 × 10−11 m
r= = < 3,8 × 10−12 m
Z Z
logo,
Z > 13,7
A velocidade do elétron em uma espécie hidrogenoide em seu estado fundamental supera 10% da velocidade
da luz a partir do número atômico 14.

Questão 15

O polietileno é um polímero largamente utilizado devido às suas características estruturais e às suas propriedades
físicas. O diagrama de fases para um polietileno é apresentado a seguir.

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102

Pressão, P /GPa
Ortorrômbico (α)

101
Hexagonal (β)

Líquido

100
100 200 300 400 500
Temperatura, T /◦ C

Compare as formas alotrópicas do polietileno, α e β, indicando a que possui o maior valor para cada um dos
seguintes parâmetros em pressão de 10 GPa.

a. Entropia b. Cristalinidade c. Densidade d. Rigidez e. Transparência

Gabarito

Etapa 1. (0,2 pt) (a) Entropia.

A fase β é mais estável que a fase α com o aumento da temperatura.

A entropia da fase β é maior que a da fase α.

Etapa 2. (0,2 pt) (b) Cristalinidade.

A cristalinidade está relacionada com a organização estrutura molecular do polímero. Como a entropia está
relacionada com a desordem, a cristalinidade diminui quando a entropia aumenta.

A cristalinidade da fase α é maior que a da fase β.

Etapa 3. (0,2 pt) (c) Densidade.

A inclinação da linha limite de fase α-β depende das densidades das fases. Uma inclinação positiva, como
a vista no diagrama, indica que a fase α é convertida em β a uma temperatura inferior à medida que a
pressão aumenta. A explicação física é que as moléculas em α conseguem reagir ao aumento de pressão
compactando-se. É necessário uma temperatura cada vez maior para formar a fase β, menos compacta.

A densidade da fase α é maior que a da fase β.

Etapa 4. (0,2 pt) (d) Densidade.

Quanto maior a organização da estrutura molecular, mais difícil é rompê-la e, portanto, maior sua rigidez.

A rigidez da fase α é maior que a da fase β.

Etapa 5. (0,2 pt) (e) Transparência.

Quanto maior a organização da estrutura molecular, maior a probabilidade da luz sofrer reflexão nos planos
de átomos presentes na estrutura cristalina. Logo, quanto maior a cristalinidade, menor a transparência.

A transparência da fase β é maior que a da fase α.

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Ciclo 1 - ITA Matemática e Química

Questão 16

Considere o composto com fórmula molecular C4 H8 O2 :

a. Apresente a estrutura de um isômero constitucional aproximadamente um trilhão de vezes mais ácido que
esse composto.
b. Apresente a estrutura de um isômero constitucional menos ácido que esse composto.
c. Apresente a estrutura de um isômero constitucional tão ácido quanto que esse composto.

Gabarito

Etapa 1. (0,4 pt) (a) Os isômeros constitucionais do C4 H8 O2 mais ácidos são os ácido carboxílicos. Escreva
a estrutura de um ácido carboxílico com essa fórmula molecular.
Uma possibilidade é:

HO

Etapa 2. (0,4 pt) (b) Éteres são menos ácidos que álcoois por não possuírem o grupo −OH. Escreva a
estrutura de um diéster com essa fórmula molecular.
Uma possibilidade é:

O
O

Etapa 3. (0,2 pt) (c) Escreva a estrutura de um composto com os mesmos grupos funcionais.

Uma possibilidade é:

HO
O

Questão 17

Uma amostra de 12 g de magnésio metálico é queimada em um calorímetro com excesso de oxigênio, formando óxido
de magnésio, MgO. O calorímetro é equipado com uma jaqueta preenchida com água, mantendo a temperatura
constante em 298 K.

a. Determine a variação de entropia do sistema.


b. Determine a variação de entropia da vizinhança.
c. Classifique o porcesso quanto à sua espontaneidade.

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Ciclo 1 - ITA Matemática e Química

Dados em 298 K O2 (g) Mg(s) MgO(s)

Entalpia padrão de formação, ∆Hf◦ / mol


kJ
−600
◦ J
Entropia padrão molar, Sm / K mol 210 33 27

Gabarito

Etapa 1. (0,1 pt) Escreva a equação balanceada de combustão do magnésio.

1
Mg(s) + O2 (g) MgO(s)
2

Etapa 2. (0,1 pt) (a) Converta a massa de Mg em quantidade usando a massa molar.

mMg 12 g
nMg = = g = 0,5 mol
MMg 24 mol

Etapa 3. (0,1 pt) Calcule a entropia padrão de combustão molar do magnésio.


∑ ∑
De ∆Sr◦ = produtos

nSm − reagentes

nSm ,

1 ◦
∆Sr◦ = Sm,MgO
◦ ◦
(s) − Sm,Mg (s) − Sm,O2 (g)
2
logo, { }
1
∆Sr◦ = (27) − (33) − (210) J
K mol = −111 J K−1 mol−1
2

Etapa 4. (0,2 pt) Calcule a variação de entropia da combustão da amostra de magnésio.

∆S = nMg ∆Sr◦ = (0,5 mol) × (−111 K mol


J
) = −55,5 J K−1

Etapa 5. (0,1 pt) (b) Calcule a variação de entalpia da combustão da amostra de magnésio.

∆H = nMg ∆Hr◦ = (0,5 mol) × (−600 K mol


J
) = −300 kJ

Etapa 6. (0,2 pt) Calcule a variação de entropia da vizinhança devido à combustão da amostra de magnésio.

∆H (−300 kJ)
∆Sviz = = = 1006 J K−1
T 298 K

Etapa 7. (0,2 pt) (c) Calcule a variação de entropia do universo devido à combustão da amostra de magnésio.

J
∆Stotal = ∆S + ∆Sviz = (55,5 K J
) + (1006 K )= +951
J K−1
Como a variação de entropia do universo é positiva, o processo é espontâneo.

Questão 18

A morfina e a codeína são compostos orgânicos da classe conhecida como opioides. Eles são fármacos amplamente
utilizados no tratamento da dor.

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Ciclo 1 - ITA Matemática e Química

a. Identifique as funções orgânicas presentes nesses compostos.


b. Determine a fórmula molecular da codeína.
c. Identifique qual dos compostos é mais solúvel em água.
d. Apresente um procedimento de separação desses compostos utilizando acetato de etila, solução de HCl
1 mol L−1 e solução de NaOH 1 mol L−1

Gabarito

Etapa 1. (0,2 pt) (a) Identifique as funções orgânicas presentes nesses compostos.

• Morfina: éter, amina, álcool e fenol. • Codeína: éter, amina e álcool.

Etapa 2. (0,2 pt) (b) Determine a fórmula molecular da codeína.

A fórmula molecular da codeína é C18 H21 NO3 .

Etapa 3. (0,3 pt) (c) Identifique qual desses compostos é mais solúvel em água.

Morfina possui dois grupos OH e codeína apenas um. Portanto, morfina é mais solúvel em água.

Etapa 4. (0,3 pt) (d) Use a diferença nas propriedades ácido-base dos compostos para realizar a reparação.

• Dissolve-se a mistura de morfina e codeína em acetato de etila.


• Em seguida, adiciona-se a solução de NaOH. Dessa forma, a morfina, que possui hidroxila fenólica,
reage com o hidróxido de sódio, formando um ânion fenolato, que é solúvel em água. Nessas condições
a morfina fica concentrada na solução alcalina e a codeína fica concentrada na solução de acetato de
etila (podem ser separadas).
• Após evaporação da fase orgânica (acetato de etila) obtém-se a codeína pura.
• A solução alcalina contendo a morfina desprotonada é então neutralizada, utilizando-se a solução de
HCl. Nessas condições, protona-se novamente o fenol o que faz com que o composto deixe de ser
solúvel em água e possa ser obtido de forma pura.

Questão 19

Uma etapa na produção de hidrogênio como combustível é a reação do metano com o vapor d’água:
Ni
CH4 (g) + H2 O(g) −→ CO2 (g) + 3 H2 (g)

Considere a síntese do hidrogênio em 300 K e 1 atm.

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Ciclo 1 - ITA Matemática e Química

a. Determine a variação de entalpia para a síntese de 100 g de hidrogênio.


b. Determine a variação de energia interna para a síntese de 100 g de hidrogênio.
c. Explique a origem da diferença entre os valores da energia livre padrão de reação e entalpia padrão de
reação.

Dados em 298 K CO2 (g) H2 O(g) CH4 (g)

Entalpia padrão de formação, ∆Hf◦ / mol


kJ
−394 −242 −75

Gabarito

Etapa 1. (a) Escreva a equação química balanceada

CH4 (g) + 2 H2 O(g) CO2 (g) + 4 H2 (g)

Etapa 2. (a) Converta a massa de H2 em quantidade usando a massa molar.

mH2 100 g
nH2 = = g = 50 mol
MH2 2 mol

Etapa 3. (0,2 pt) Calcule a entalpia padrão de de reação.


∑ ∑
De ∆Hr◦ = produtos n∆Hf◦ − reagentes n∆Hf◦ ,

∆Hr◦ = ∆Hf,CO

2 (g)

− ∆Hf,CH 4 (g)

− ∆Hf,H2 O (g)

logo, { }
∆Hr◦ = (−394) − 2(−242) − (−75) mol
kJ
= +165 kJ mol−1

Etapa 4. (0,2 pt) Calcule variação de entalpia para a síntese da quantidade desejada de hidrogênio.

nH2 50 mol
∆H = ∆Hr◦ = +165 kJ mol−1 = +8250 kJ
3 3

Etapa 5. (0,1 pt) (b) Calcule a variação na quantidade de gás para a síntese da quantidade desejada de
hidrogênio.

50 mol
∆ngás = × (3 + 1 − 1 − 1) = 33,3 mol
3

Etapa 6. (0,2 pt) Converta a variação de entalpia em variação de energia interna.

∆U = ∆H − RT ∆ngás = (+8250 kJ) + 33,3 mol × (8,3 × 10−3 kJ


K mol ) × (300 K) = +8333 kJ

Etapa 7. (0,2 pt) Explique a diferença entre variação de energia interna e variação de entalpia.

A origem da diferença é o trabalho de expansão realizado pela reação que ocorre com aumento da quantidade
de gás em pressão constante.

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Ciclo 1 - ITA Matemática e Química

Questão 20

As resinas de troca iônica são materiais porosos, normalmente utilizados na forma de pequenos grânulos, com grupos
funcionais capazes de realizar troca iônica. À medida que íons em solução são capturados por um agente externo,
a resina libera íons para manter a neutralidade da solução. Por exemplo, a remoção de cátions de uma amostra
de água do mar é acompanhada pela liberação da quantidade correspondente de íons de hidrogênio originalmente
ligados aos grupos ácido carboxílico e sulfônico na superfície da resina de troca catiônica. Considere a resina de
troca catiônica, denominada catex, a seguir, onde n é um número muito grande:

Frequentemente, as resinas de troca iônica ficam inchadas quando hidratadas. Uma resina catex inchada possui
45% de sua massa em água, densidade de 1,28 g cm−3 com porosidade de 48%.

a. Determine a fração mássica de carbono na resina.


b. Determine a capacidade teórica de troca iônica mássica, definida como a quantidade de grupos de troca
iônica por massa da resina.
c. Determine a capacidade teórica de troca iônica volumétrica, definida como a quantidade de grupos de troca
iônica por volume da resina inchada.

Gabarito

Etapa 1. (0,1 pt) (a) Determine a fórmula de uma unidade monomérica da resina.

A fórmula da unidade monomérica da resina é C17 H16 O5 S.

Etapa 2. (0,2 pt) Base de cálculo: 1 mol de unidades monoméricas, 332 g. Calcule a fração mássica de carbono
a partir da fórmula molecular da resina.

17 × (12 g)
fC = = 61,4%
332 g

Etapa 3. (0,2 pt) (b) Cada unidade monomérica possui dois grupos de troca iônica (uma grupo ácido carbo-
xílico e um grupo ácido sulfônico). Calcule a capacidade teórica de troca iônica mássica.

2 mol
ηm = = 6,0 mmol g−1
332 g

Etapa 4. (0,1 pt) (c) Calcule a massa da resina quando essa incha com água.

332 g
minchada = = 585 g
(1 − 0,45)

Etapa 5. (0,2 pt) Calcule o volume da resina inchada, considerando a porosidade.

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Ciclo 1 - ITA Matemática e Química

( )
585 g
1,28 g cm−3
Vresina = = 880 cm3
(1 − 0,48)

Etapa 6. (0,1 pt) Calcule a capacidade teórica de troca iônica volumétrica.

2 mol
ηm = = 2,2 mmol cm−3
880 cm3

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