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Errata CÁLCULO III – Volume 1 – Módulo 1

Aula 17 - Máximos e mı́nimos (2a parte) - Multiplicadores de Lagrange - página 207 -


Exemplo 17.3

Determine os pontos extremos da função f (x, y) = 3x2 − 2xy + 3y 2 + 2y + 3 no conjunto


A = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ 1}.

Vale recordar a estratégia: vamos montar uma lista de suspeitos: pontos crı́ticos interiores (isto é,
pontos (x, y) tais que x2 + y 2 < 1 e ∇f (x, y) = ~0) e pontos crı́ticos no bordo (pontos tais que
x2 + y 2 = 1).

Aqui está o graidente da função f :

∇f (x, y) = (6x − 2y, −2x + 6y + 2).

O único ponto crı́tico (∇f (x, y) = ~0) é determinado pelo sistema de equações
(
3x − y = 0
x − 3y = 1.
 2  2
1 3 3 1 10 5
 
Esse ponto tem coordenadas − , − . Como − + − = = < 1, esse ponto
8 8 8 8 64 32
cr’ıtico pertence ao interior de A. Vamos calcular o hessino da função nesse ponto:

1 3 6 −2

H − ,− = = 36 − 4 = 32 > 0.
8 8 −2 6

∂2f 1 3 1 3
   
Como o hessiano é positivo e − , − = 6 > 0, o ponto − , − é um mı́nimo local, bom
∂x2 8 8 8 8
candidato a mı́nimo absoluto de f e, portanto, bom candidato a mı́nimo de f em A.

Agora, o estudo no bordo, usando o método de Lagrange.

Vamos considerar g(x, y) = x2 + y 2. Então, o bordo de A é determinado por g(x, y) = 1. Assim,


temos que resolver o sistema (
∇f (x, y) = λ∇g(x, y)
g(x, y) = x2 + y 2 = 1.
Como ∇g(x, y) = (2x, 2y), temos:

6x − 2y = 2λx

−2x + 6y + 2 = 2λy (1)

 2
x + y 2 = 1.

Só há uma coisa que um matemático deve temer: dividir por zero! Realmente, ao fazermos esses
cálculos, precisamos ter um pouco de cuidado. Queremos eliminar λ, que aparece nas duas primeiras
equações, obtendo uma relação envolvendo apenas x e y, para, com a terceira equação, determinar
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os pontos. Essa estratégia parece boa, mas há um pequeno detalhe. Quando isolamos λ, na primeira
equação, fazemos:
3x − y
λ= ,
x
que exclui a possibilidade x = 0. Mas, se x = 0, a equação x2 + y 2 = 1 nos diz que y = 1 ou
y = −1. No entanto, em ambos os casos, não existe λ que satisfaça as duas primeiras equações do
sistema. Portanto, podemos prosseguir nos cálculos já com a possibilidade x = 0 descartada.
Substituindo λ na segunda equação, obtemos
(3x − y)y
−x + 3y + 1 = .
x

Expandindo e simplificando essa equação, obtemos


y 2 − x2 + x
= 0.
x

Queremos descobrir os pontos comuns às quádricas definidas por


(
x2 + y 2 = 1 cı́rculo de raio 1
x2 − x − y 2 = 0 hipérbole.

Fazendo y 2 = x2 − x e substituindo em x2 + y 2 = 1, obtemos

x(2x − 1) = 1.
1
Logo, x = 1 ou x = − .
2
Se x = 1 então y = 0. Note que nesse caso λ = 3, e que esses valores de x, y, λ satisfazem as
equações ∇f (x, y) = λ∇g(x,
√ y) e g(x, y) = 1.
1 3
E, se x = − então y = ± .
2 2

Portanto, temos aqui a nossa lista de pontos crı́ticos, com os valores de f , uma boa aproximação do
valor, as suas localizações e a conclusão, se o ponto é máximo ou mı́nimo.

(x, y) f (x, y) Aproximação Localização Conclusão


1 3 21
 
− ,− 2.625 interior mı́nimo
 8 √8 8√
1 3 3 3
− , 6+ 8.598 bordo máximo
2 2 2
 √  √
1 3 3 3
− ,− 6− 3.402 bordo
2 2 2
(1, 0) 6 6.0 bordo

 √ 
1 3
Observe que os pontos cr’ıticos − , − e (1, 0), do bordo de A, não são máximo nem mı́nimo.
2 2
 √ 
1 3
Na verdade, se restringirmo-nos exclusivamente nao bordo, o ponto − , − será o mı́nimo e o
2 2
ponto (1, 0) uma espécie de ponto de inflexão.

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