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STAFF

DISTRIBUIÇÃO: SUNSHINE
TRADUÇÃO: STRA CALLAHAN
REVISÃO INICIAL: ANGEL DAISY
REVISÃO FINAL: CAYLA BLACK, CHLOE MOORE
LEITURA FINAL: ANA SARTORI
CONFERÊNCIA: STELLA
FORMATAÇÃO: AZALEA BUFONNI
VOW OF RETRIBUTION
EMMA RENSHAW
Para minha mãe,

Obrigado por ser sempre minha primeira leitora. Quando declarei aos sete
anos que um dia seria uma autora, sabia que minha primeira dedicatória seria a
você. Eu não poderia fazer isso sem você. Eu te amo, mamãe Mia Sopapilla!

Para meu marido,

Você é melhor do que todos os meus namorados de livros. Eu escolheria você


todas as vezes. Eu te amo infinitamente.
CAPÍTULO 1

Savannah

— EU SOU SÓCIO DA MAIOR FIRMA FINANCEIRA DA CIDADE. Eu mencionei isso?

Apenas cerca de mil vezes

— Mmm-hm. — Eu respondo, não que ele precise de qualquer resposta para


continuar a conversa.

— Sim, é muito prestigioso. Sou o sócio mais novo da firma. Eu me


recompensei com o meu carro dos sonhos, um Aston Martin, quando recebi o meu
último cheque de bônus.

— Mmmm. — Não estou nem fingindo ouvir mais. Os aperitivos acabaram


de ser tirados da nossa mesa e o meu par, Benjamin, mencionou o seu patrimônio
líquido várias vezes. Não contribuí para a conversa desde a saudação inicial.

— Tenho certeza de que você não vê esse tipo de dinheiro na sua linha de
trabalho.

Eu reviro os meus olhos, o que ele perde completamente porque está falando
com os meus seios.

— Uma coisa bonita como você? Tenho certeza de que você encontrará um
marido que possa te sustentar.

— Eu não deixaria o meu trabalho. — Respondo.

— Veremos sobre isso. Se você jogar as suas cartas direito, esse homem
poderia ser eu. — Ele pisca. Eu rolo os meus olhos novamente — Este encontro
está indo tão bem, acho que podemos nos ver muito mais. Eu precisaria que a
pessoa com quem eu estivesse, ficasse disponível para mim. Costumo oferecer
jantares para os sócios da minha empresa.

— Eles permitem que mulheres trabalhem no seu escritório?

— A minha secretária é uma mulher. — Ele diz, perdendo completamente o


meu sarcasmo. Ele continua a tagarelar sobre como ele é tão importante e eu reviro
os olhos.
Eu olho ao redor do restaurante mal iluminado. O bistrô italiano é acolhedor,
aconchegante e romântico. É a minha primeira vez aqui e fiquei entusiasmada
quando entrei pela porta. Um ambiente perfeito para um primeiro encontro. As
paredes de tijolos expostos são o pano de fundo ideal para as mesas cobertas com
toalhas brancas imaculadas e as lâmpadas Edison1 penduradas em pingentes de
metal preto. Batidas sensuais e suaves tocam nos alto-falantes. Atrás do grande
bar de carvalho está uma imensa seleção de vinhos.

Vejo a nossa garçonete indo em direção à nossa mesa, ela me olha e sorri. Eu
imploro desesperadamente com os meus olhos para que ela me salve. Eu sei que é
ridículo; ela não me conhece. Como ela me tiraria desse encontro horrível? Ela me
lança um olhar estranho ao se aproximar da mesa. Devo parecer um animal
selvagem enjaulado. Olhos arregalados, temerosos e sem piscar.

— Você está bem, senhorita? — Ela pergunta. Benjamin finalmente olha


para o meu rosto.

— Susanna? — Ele pergunta.

— Ben, é Savannah, não Susanna. — Eu digo com uma mordida afiada no


meu tom. Posso sentir o meu lábio começando a se curvar de aborrecimento.

— Não me chame de Ben. É Benjamin. Sou um homem importante. Eu não


gosto de apelidos.

Ele me atropelou. Ele está me chamando pelo nome errado e tem a audácia
de me corrigir? Eu olho para o teto, balançando a cabeça e rangendo os dentes,
desejando manter a compostura e superar este encontro.

Agora ela está me ignorando também. Ela está olhando para o Benjamin. Eu
entendo, ele é muito bonito, cabelo loiro perfeitamente penteado, um sorriso branco
brilhante pronto para encantar, olhos azuis magnéticos e ferozes. Todas as
grandes razões pelas quais aceitei sair com ele. Ele estava cortando o cabelo no
salão ao lado do seu escritório, que por acaso também é o meu salão de
cabeleireiro. Ele olhou para mim com aqueles olhos azuis penetrantes do outro
lado do salão, exalando confiança. Quando o seu corte foi concluído, ele se levantou
da cadeira, nunca quebrando o contato visual, e caminhou pelo salão. Ele me
convidou para sair e eu concordei sem perder o ritmo. Eu não tinha um encontro
em sete meses e pensei que era a hora. E porque não? O cara era gostoso.

Aqueles cinco minutos no salão não forneciam a imagem completa. Ele encara
a bunda da garçonete enquanto ela sai da nossa mesa, balançando os quadris para
prender a sua atenção. Antes de entrar na cozinha, ela olha para ele, morde o lábio
inferior e pisca. Benjamin sorri.

1Neste tipo de lâmpada, o filamento forma uma espécie de desenho dentro do bulbo de vidro, com
uma luz de menor intensidade. Têm um ar retrô e uma luz mais discreta, suave, meio alaranjada. Dão
um ar aconchegante e podem ser usadas em vários tipos de ambiente
Ele volta a sua atenção para os meus seios — Por que uma mulher sexy como
você ainda está solteira, Susanna?

— Savannah. — Eu respondo com um suspiro, esperando que a comida


chegue logo, para que eu possa pedir um recipiente para viagem e dar o fora daqui.

Subindo os degraus de madeira da varanda, não posso deixar de sorrir,


embora o encontro tenha sido um desastre completo. Um brilho quente cai em
cascata para fora da casa. A música country flutua suavemente no ar
noturno. Quando destranco a porta, o meu sorriso fica ainda maior. Um doce
perfume se espalha pela casa. É a perfeita recepção ao lar. Perfeito. Exatamente o
que preciso depois desta noite.

A música é cortada abruptamente — Savannah? — Uma voz tímida chama.

— Sim, sou eu.

A minha colega de quarto, Harper, aparece na porta da cozinha. O seu cabelo


loiro mel está preso no topo da sua cabeça, os olhos castanhos escuros estão
curiosos. Ela se inclina contra o batente da porta, uma longa perna dobrada atrás
da outra. Ela parece glamorosa mesmo em roupas confortáveis. Ela é dona de uma
butique e usa as roupas mais lindas, até para dormir.

— Eu não esperava você em casa tão cedo. — Diz ela inclinando a cabeça, me
perguntando se estou bem sem proferir essas palavras.

— Foi um desastre, Harper. Absolutamente horrível. — Eu esfrego a minha


mão livre no rosto tentando apagar as memórias do encontro horrível.

— Ah não. Você estava tão animada. Você chegou em casa cedo. Você ao
menos comeu? — Ela pergunta, preocupação na sua voz. As sobrancelhas da
Harper se franzem.

Eu seguro a sacola, mal a levanto alto o suficiente para ela ver, suspirando
de exaustão e derrota — Não, eu tenho comida para viagem.

— O que aconteceu? — Harper questiona enquanto se volta para a cozinha,


acenando para que eu a siga. Ela vai direto para as taças de vinho e serve uma
taça cheia do meu merlot favorito sem nem perguntar.

— Você já comeu? — Eu pergunto a Harper.

— Não, a menos que você conte a massa do bolo.

— É um grande grupo de alimentos. — Digo a ela, sorrindo, já me sentindo


melhor. Eu divido a minha refeição ao meio, colocando as duas partes de lasanha
no micro-ondas. Pegando talheres, encontro a Harper na mesa onde ela já está
colocando a garrafa recém-aberta de merlot entre as nossas taças. Ela espera
pacientemente, sem dizer uma palavra. Eu sinto, porém, fervendo em torno dela
— o desejo de questionar. Harper é assim, ela é infalivelmente paciente e disposta
a ouvir os seus amigos.

Nós nos conhecemos há alguns anos na sua boutique, Harper Avenue. Tudo
começou principalmente como uma conversa fiada entre proprietário e comprador,
mas quando entrei um dia e a vi batendo o telefone no balcão com lágrimas
escorrendo pelo rosto, fiz algo completamente fora do comum. Eu investiguei a sua
vida, perguntando sobre o seu dia ruim. Então eu a convidei para uma noite de
garotas com a minha melhor amiga, Valerie e eu.

Não muito tempo depois, Valerie ficou noiva e se casou com o amor da sua
vida, Gabe. Ela saiu da casa que dividíamos, deixando-me sem uma colega de
quarto. Harper apareceu em uma noitada de garotas algumas semanas depois que
comecei a morar sozinha. Ela estava frustrada porque o senhorio estava
aumentando o aluguel do seu apartamento horrível. Então fiz o que qualquer boa
amiga faria. Eu pedi a ela para morar comigo. É maravilhoso ter alguém ajudando
em metade de tudo. E não faz mal que Harper me forneça amostras da sua
boutique.

Eu me levanto da mesa para tirar a lasanha do micro-ondas e pego os


pratos. Quando me sento e deslizo a lasanha na sua direção, ela está olhando para
mim, batendo as unhas na mesa. Os seus lábios enrolaram nos seus dentes como
se ela estivesse segurando à força todas as suas perguntas na sua boca, e as
sobrancelhas puxadas tão profundamente em um v, que estão quase se tocando.

Eu balanço a minha cabeça e rolo os meus olhos, repetindo a noite na minha


cabeça. Começo a história com o único momento positivo da noite de que me
lembro. — Bem, o restaurante é lindo e incrível. O pão de alho estava para
morrer. Eu compartilharia com você, mas comi com um gosto raivoso no caminho
para casa.

Harper ri, dando uma mordida na sua lasanha. — Oh Deus. Isso é


maravilhoso. — Harper diz, apontando o garfo para a lasanha na frente dela. —
Então, onde foi o erro do encontro?

— Primeiro, ele estava quinze minutos atrasado — o que eu poderia ter


perdoado. Teria sido bom se ele me mandasse uma mensagem, mas ele não o
fez. Quando ele apareceu sem se desculpar, decidi seguir em frente e ignorar,
esperando que a noite melhorasse.

Eu cavo a minha fatia, gemendo quando o sabor explode na minha boca. A


lasanha é um equilíbrio perfeito de carne, molho, queijo e massa. — Ok, temos que
voltar lá. — Eu digo, acenando o meu garfo sobre a minha lasanha. — É um lugar
maravilhoso para um encontro, mas hey, nós podemos ser o encontro da outra por
uma noite. Certo?

— Totalmente. — Harper concorda com a boca cheia de lasanha.


— De qualquer forma, ele sentou-se e começou a contar aos meus seios quanto
valia a pena, gabou-se dos seus carros caros e de como ele é importante na sua
empresa. Eu não acho que ele olhou nos meus olhos nenhuma vez. Apenas olhou
para os meus seios. Ele continuou me chamando de Susanna, depois me
repreendeu por encurtar o seu nome para Ben. — Eu esfrego a minha testa,
tentando me livrar da tensão e aborrecimento que está começando a se infiltrar
nas memórias.

Harper revira os olhos. — Isso é péssimo. Ele parece um idiota. Eu sinto


muito.

Eu engulo um grande gole do meu vinho. — Oh, ainda não terminei.

— Isso ainda piora? — Harper pergunta, a boca escancarada com o garfo


parado a meio caminho da sua boca.

— Ele basicamente me disse que queria uma esposa que atendesse a todos os
seus caprichos e perguntou como é que uma senhora bonita como eu não tinha um
homem para cuidar dela. Porco sexista. — Tomei outro gole de vinho. — Eu tive o
suficiente neste momento. Eu sabia que nada viria a partir desse encontro, então
quando a comida chegou, eu disse a ele que levaria a minha para viagem. Pedi à
nossa garçonete que me trouxesse uma caixa enquanto eu o ouvia dizer que preciso
ajustar a minha atitude se quisesse me casar. Eu disse a ele que se um homem
não pode lidar comigo, ele não é muito homem.

Harper jogou a cabeça para trás numa gargalhada. — Aposto que ele amou
isso!

— Ele me disse que apostou que a minha boceta não valia a pena esse
problema. A nossa garçonete voltou neste momento. Ela ficou à mesa, ouvindo
descaradamente tudo isso acontecer. Eu estava guardando a minha comida
quando ela saiu.

— Solidariedade irmã! — Harper diz, erguendo o copo no ar.

— Não exatamente. — Eu levanto um dedo, balançando a minha cabeça e


rindo baixinho. — Ela disse ao Benjamin que sabe como cuidar de um homem. Ele
colocou a mão na bunda dela e me disse que ela é uma mulher de verdade, que ela
conhece o seu lugar. A garçonete apenas riu. Ela riu, Harper. Eu senti como se
tivesse caído no meio de um seriado de TV ruim. Eu me levantei da minha cadeira,
joguei algum dinheiro na mesa e saí de lá balançando o dedo do meio.

Eu rio quando a boca da Harper cai aberta e as suas sobrancelhas se


erguem. Ela continua piscando como se tentasse encontrar algo para dizer.

Eu suspiro pesadamente e aperto os meus lábios. — Sim. — É a única coisa


que posso dizer. Eu coloquei os meus cotovelos na mesa, a minha cabeça caindo
nas minhas mãos. Eu olho para a Harper, encolhendo os ombros ligeiramente,
tentando encontrar o lado positivo. — Pelo menos foram apenas quarenta e cinco
minutos da minha vida perdidos.
— No entanto, eu ainda sinto muito. Eu sei que você estava ansiosa por este
encontro. É uma pena que ele acabou assim.

— Está tudo bem. Estou superando isso, sabe. — Os meus ombros caem
enquanto olho para a mesa, traçando padrões distraidamente com o meu dedo.

— Não deixe que isso a impeça de tentar voltar lá. Foi um encontro ruim.
— Harper se inclina sobre a mesa, empurrando os nossos pratos de lasanha vazios
para o lado e pousa a sua mão sobre a minha. Eu olho para ela e a simpatia está
estampada no seu rosto. Ela me dá um pequeno sorriso.

Eu endireito a minha coluna e aceno com a cabeça uma vez. — Pelo menos o
vinho nunca vai me tratar como uma idiota.

— Viva isso. — Nós brindamos com as nossas taças, sorrindo uma para a
outra. Harper bate palmas, respirando fundo. — Quase esqueci, tenho um bolo
quentinho chamando os nossos nomes. — Harper se levanta da mesa.

Esta é outra razão pela qual Harper é uma ótima companheira de quarto. Ela
cozinha as sobremesas mais fabulosas do mundo. Ela fornece a minha paixão por
doces constantemente, mas enquanto tenho que malhar pra caramba na academia,
ela relaxa, nunca ganhando um grama no seu corpo esguio.

— De que tipo é esse? — Eu salto na minha cadeira e me inclino de um lado


para o outro, tentando localizar o bolo na nossa cozinha.

Harper traz para a mesa um bolo alto e maravilhosamente fosco. O glacê rosa
claro é liso, nenhuma mancha à vista. Morangos cobertos com chocolate circundam
o topo. A minha boca saliva enquanto encaro o bolo. Estendo um dedo para provar
a cobertura, mas a Harper dá um tapa na minha mão.

— É um bolo de morango com champanhe. — Harper se gaba com os ombros


para trás, o queixo erguido e um sorriso satisfeito no rosto. — É a primeira vez que
experimento esta receita e a massa está deliciosa.

Ela corta um pedaço para cada uma de nós. Eu termino o nosso vinho,
animada para comer. Após a primeira mordida, eu praticamente inalo o resto. Os
morangos suculentos realçam o sabor delicado do champanhe e o bolo está úmido
e saboroso.

Depois do bolo, arrumamos a cozinha. — Vou para a academia amanhã de


manhã. Quer se juntar a mim? — Eu sei que é inútil perguntar a ela, eu pergunto
quase todos os dias e a cada dia ela diz não.

Harper bufa. — Mesmo se eu não tivesse que estar na boutique mais cedo,
você sabe que eu não iria. Porém, quero fazer uma daquelas aulas de autodefesa
com você. Você disse que tem ido a essas por alguns anos, certo?
— Quatro anos. — Eu digo baixinho, desviando o olhar. Dando a mim mesma
um aceno de cabeça mental e forçando a minha espinha a se endireitar novamente,
eu não irei por esse caminho longo e escuro esta noite.

— Elas parecem divertidas. Por que você tem feito isso por tanto tempo? Você
não aprende a mesma coisa continuamente?

— Você não pode estar muito preparada. — Insisto. Cruzando os braços sobre
o peito e olhando para a janela da cozinha, eu mastigo os meus lábios e respiro
profundamente pelo nariz. Quando os meus olhos pousam na Harper, ela está me
olhando com as sobrancelhas franzidas. Eu vejo a pergunta nos seus olhos que ela
sabe que não vou responder. Eu mantenho as partes do meu passado escondidas,
até de mim mesma. Seria maravilhoso se eu pudesse levar a Harper e a Valerie
para uma aula de autodefesa comigo. As técnicas podem ajudar em muitas
situações diferentes. Não quero que nenhuma outra mulher esteja na mesma
situação em que eu estava anos atrás.

Harper aperta suavemente o meu ombro enquanto ela sai da cozinha. O


aperto diz mais do que ela jamais dirá. Eu entendo, mas se você quiser conversar,
estou aqui para ajudá-la. Eu aceno a minha cabeça, mas, não olho para ela
enquanto ela vai para o seu quarto.
CAPÍTULO 2

Liam

EU PARO NO ESTACIONAMENTO DO RAISE THE BAR. A academia fica em um


grande armazém. O exterior do prédio é simples, nada chamativo como as
academias de Chicago. O nome é orgulhosamente exibido em letras grandes e em
negrito pintadas de preto na lateral do prédio. Eu pulo para fora do meu Jeep,
penduro a minha bolsa no ombro e entro.

Estou maravilhado quando entro pelas portas da academia. Um ringue de


boxe está no canto direito, e dois homens estão lutando enquanto outros lutadores
assistem. Existem sacos de pancadas suspensos no teto perto do ringue. Cordas de
pular estão penduradas na parede e os conjuntos de pesos estão enfiados em um
canto. O meio da parede posterior tem uma série de portas e presumo que as aulas
de ginástica sejam realizadas além delas. O canto esquerdo posterior é configurado
como uma pista de obstáculos. Espalhadas pelo meio do ginásio estão as máquinas
padrão que você encontraria em quase todos os locais de treino na América.

— E aí está ele. Em carne e osso. De volta ao Texas. — Uma voz alta e


estrondosa chama da direita. Eu olho e vejo o Hudson caminhando na minha
direção com um sorriso comedor de merda iluminando os seus olhos. Não nos
vemos há anos, mas mantivemos contato durante a faculdade e depois. Nós
ocasionalmente pegávamos uma cerveja quando eu estava na cidade visitando a
família. Agora que estou de volta para sempre, ele foi uma das primeiras pessoas
para quem liguei. — Ei, cara. — Ele diz enquanto se aproxima. Nós apertamos as
mãos e nos damos tapinhas nas costas em um rápido abraço. — Como vai
você? Feliz por estar em casa?

— Sim. É ótimo estar de volta a Austin, perto da família. Estou ótimo. Quase
me mudei, não que eu trouxe muito de Chicago. — Eu passo as minhas mãos pelo
meu cabelo, exalando um suspiro alto de alívio que parece vir automaticamente
cada vez que percebo que estou fora de Chicago.

Hudson franze a testa enquanto olha para baixo. Ele rapidamente olha para
mim e põe a mão no meu ombro. — Sim, eu sei que a sua mãe sentiu a sua falta
por aqui. Todos nós sentimos, cara. Avise-me se precisar de ajuda com alguma
coisa.

Eu aceno em agradecimento, olhando ao redor do ginásio. — Este lugar


parece ótimo.

— E é mesmo meu amigo. O meu amigo James é o dono do lugar. Você o


conhecerá em breve. Vamos tomar algumas cervejas mais tarde.
— Soa como um plano.

— Deixe-me mostrar a você. Pronto para algum treino? — O sorriso do


Hudson está de volta enquanto ele faz sombra na minha frente.

Eu dou um soco de leve no seu ombro e rio. — Você sabe que sim.

Depois de lutar no ringue de boxe com o Hudson, nos sentamos no banco para
recuperar o fôlego. Hudson me entrega uma garrafa de água.

— Obrigado, cara.

Ele balança a cabeça e engole a maior parte da água de uma só vez. — O que
o trouxe de volta ao Texas? Da última vez que conversamos, achei que você
realmente gostasse de Chicago.

— Eu gostava. Gostava do meu trabalho, tinha bons amigos e era um grande


amigo com situação de benefícios.

— Parece muito bom para mim. O que aconteceu?

— Eu não sei, cara. Eu estava trabalhando muito. Eu gostava disso, mas


quase não tinha tempo de aproveitar as minhas horas de folga. As viagens para
casa ficavam mais curtas. E então ficou mais difícil deixar Chicago. Os invernos
eram uma merda. — Não acrescento o motivo principal pelo qual saí de Chicago
sem olhar para trás. Tudo o que digo ao Hudson é verdade. Eu apenas deixo de
fora a maior peça do quebra-cabeça.

Estar em Chicago foi ótimo por muito tempo. Eu me divertia na cidade


quando comecei o meu trabalho e ainda mais na faculdade, mas comecei a sentir
falta da minha família e amigos no Texas. A maioria dos caras da faculdade acabou
se mudando para Nova York ou de volta para as suas cidades natais. Os amigos
que eu conhecia do trabalho eram legais para tomar uma cerveja, mas faltava
algo. Quando encontrei um hobby para substituir a monotonia, a merda ficou feia.

— Eu entendo, mas você sabe, eu nunca quis deixar este lugar. Eu nasci aqui
e vou morrer aqui. — Diz Hudson.

Hudson tem uma grande família. Os seus pais eram namorados na


escola. Todas as suas tias, tios e primos estão aqui. A família dele mora perto uns
dos outros no mesmo bairro que a minha família. Hudson agora é vizinho dos meus
pais e é incrivelmente próximo da sua família. Eles estão todos juntos em um
negócio de construção familiar, exceto por um irmão que fez o seu próprio caminho,
Maddox Wells, o ex-namorado da minha irmã e fodão. Ele ingressou na Marinha
logo após o colégio, serviu em duas viagens e foi dispensado com honra. Ele agora
é um detetive do Departamento de Polícia de Austin.

Hudson aperta o meu ombro, me tirando dos meus pensamentos. — Estou


feliz que você está de volta.
— Eu também estou. — Murmuro baixinho, exalando outro suspiro de alívio.

— Quando você começa a trabalhar? — Hudson pergunta, aliviando o clima.

— Na verdade, tenho mais uma semana antes de começar. Tenho muito que
fazer. Comprei o meu Jeep imediatamente, mas há outras coisas que preciso
comprar.

— Posso ajudar em alguma coisa?

— Não, a minha mãe e a minha irmã assumiram. Acabei de aparecer com o


meu cartão de crédito. — Eu corro a minha mão pelo meu cabelo, rindo e esperando
que a minha irmã não tenha estourado o limite do meu cartão de crédito em
vingança por algo que aconteceu quando éramos crianças.

Hudson ri, batendo palmas no meu ombro. Ele conhece bem a minha mãe e a
minha irmã. Eu olho para cima quando uma sombra cai sobre nós. Um homem
grande está parado ao lado do banco. Ele tem os braços cruzados sobre o peito e
uma carranca no rosto. Ele é mais alto do que meu um metro e noventa por alguns
centímetros. O seu cabelo escuro está cortado rente à cabeça, olhos cinza olhando
fixamente para o Hudson. Os braços totalmente tatuados se cruzam sobre o seu
peito enquanto ele inclina a cabeça.

— Merda. — Hudson diz. Ele puxa o telefone do bolso e olha para a tela. —
Não estou atrasado ainda.

O mamute levanta uma sobrancelha.

— Só levarei um minuto para configurar. — Hudson insiste, acenando com a


mão em direção ao homem. Ele olha para mim e deve ver a confusão no meu rosto
enquanto explica: — Dou uma aula básica de boxe para algumas crianças. A aula
começa em breve. — Hudson olha de volta para o cara e aponta o polegar para ele
enquanto me diz: — Eu sou voluntário, mas ele gosta de fingir que é meu chefe.

O homem bufa de frustração, mas ainda não diz nada. Eu me levanto e


estendo a minha mão. — Eu sou Liam. Um velho amigo do Hudson.

Ele aperta a minha mão e diz: — James.

Hudson está de pé agora também, sorrindo para o James. — James é o dono


do ginásio. Ele não fala muito, mas você se acostuma e pode começar a ler as suas
expressões com bastante facilidade.

James revira os olhos e me encara, virando as costas para Hudson. Hudson


ri e tenta empurrá-lo para fora do caminho, mas o mamute não se move. Ele nem
mesmo reconhece o Hudson, como se ele fosse uma mosca zumbindo ao redor e não
um homem de um metro e oitenta tentando voltar para a conversa. — Passeando?
— James me pergunta.
— Nada disso homem. Eu cresci aqui e acabei de voltar de Chicago. — A
tensão nos meus ombros diminui um pouco mais quando um suspiro involuntário
escapa.

Um olhar sombrio passa pelo rosto do James com a menção de Chicago,


fazendo as suas feições ficarem ainda mais tensas. Ele me dá um breve aceno de
cabeça. — Prazer em conhece-lo. — Ele vai embora sem dizer mais nada. Eu olho
para o Hudson, me perguntando o que diabos aconteceu.

— Sim, ele é sempre assim. — Hudson me diz. — Ele é um cara ótimo. Você
se acostuma com isso. Você verá quando pegarmos as cervejas.

— Parece bom. — Um ritmo constante contra um saco de pancadas atrai a


minha atenção para a nossa esquerda. Me viro e vejo uma garota socando e se
esquivando. Ela está vestindo uma regata e um moletom solto. Ela obviamente
não está aqui para impressionar ninguém como algumas das mulheres que vi aqui
antes. Ou como a garota seguindo o James agora. Esta menina está focada apenas
no seu saco e os seus socos são precisos e eficientes. Uma leve camada de suor
brilha na sua pele cremosa.

— Ela não é aquela com quem você quer mexer. — Diz Hudson.

— Você a conhece? — A minha pergunta saí como uma demanda quando olho
para ela, incapaz de quebrar o meu olhar.

— Sim. Savannah. Ela tem muitas aulas aqui. Garota legal. — Hudson
encolhe os ombros com indiferença.

— Savannah. — Eu sussurro. Ela é deslumbrante com um corpo forte e


atraente. Mesmo com o moletom solto pendurado nos seus quadris estreitos, posso
dizer que ela tem uma bunda deliciosa. O seu cabelo escuro está preso em um rabo
de cavalo. Eu não consigo tirar os meus olhos dela. Ela olha para mim como se
pudesse ouvir os pensamentos sujos passando pela minha mente. Os seus olhos
são de um verde brilhante e vívido com um olhar intenso. Ela me encara por uma
fração de segundo antes do seu olhar se desviar e deslizar ao redor da sala como
se estivesse procurando por alguém. Ela está segurando levemente o saco com uma
das mãos embrulhadas. Quando o seu olhar cai sobre o Hudson, ela acena com a
cabeça em reconhecimento a ele antes de continuar socando o saco.

— Acho que você está babando. — Hudson me diz, rindo e empurrando o meu
ombro. — Eu acho que a maioria dos caras aqui tentou convidá-la para sair. Ela
rejeitou cada um deles. James mantém praticamente todo cara longe dela agora.

— Eles estão juntos? — Uma sensação estranha de ciúmes percorre o meu


estômago.

— Nah, eles são apenas bons amigos.

Ainda não consigo tirar os olhos da Savannah. Ela pausa para golpear
novamente, segurando o saco longe do seu corpo. Ela está respirando pesadamente
agora. O seu pequeno peito subindo rapidamente. Ela examina a sala novamente
até que os seus olhos encontram os meus. Nós nos observamos por um momento
até que James se aproxima dela, abraçando-a brevemente antes de bloquear
completamente a minha visão dela. Ele olha por cima do ombro e se vira para dizer
algo a ela.

Acho que o Hudson pode estar errado. Talvez eles estejam secretamente
juntos. Eu não vou mexer com algo assim. Eu volto para o Hudson. — Me mande
uma mensagem mais tarde sobre esta noite. — Eu passo por ele para pegar o resto
das minhas coisas e sair. Quando me aproximo da porta, me viro para olhar para
a Savannah mais uma vez. Ela é facilmente a garota mais bonita que já vi.

Savannah está de volta aos socos com um olhar determinado no rosto. Antes
de me virar para sair, o seu olhar se fixa no meu. Ela me dá um sorriso malicioso
e volta para a bolsa.
CAPÍTULO 3

Savannah

— VOCÊ PARECE BEM HOJE. — Bruce grita quando eu entro no Raise the
Bar. Eu lanço o dedo do meio para ele enquanto passo direto para os sacos de boxe
suspensos no teto na parte de trás do ginásio parecido com um armazém. Ele me
convidou incansavelmente nos últimos dois anos, nunca entendendo bem que não
estou interessada. Os grunhidos e rugidos que ele faz para atrair a atenção para
si, sempre me fazem rir. Estou surpresa que ele me viu entrar, ele geralmente está
muito distraído com o seu próprio reflexo para notar qualquer coisa ao seu redor.

As mulheres que frequentam a academia vestindo pouquíssimas roupas (e


nem malham) vão até ele, na esperança de chamar a sua atenção ou de qualquer
outro homem, incluindo o dono, James.

James não gosta que essas mulheres venham aqui, mas ele diz que não tem
certeza se quer limitar quem pode e quem não pode ir à academia. Ele oferece
aulas de defesa pessoal para mulheres e não quer rejeitar ninguém que possa
precisar de ajuda. Foi assim que comecei neste ginásio. James sabia que eu estava
com problemas e precisava de uma ajuda séria. Ele me persuadiu a deixá-lo me
ensinar autodefesa. Lentamente, James começou a dar aulas. Ele permitiu que
qualquer pessoa participasse das aulas sem se inscrever para ser membro. Com o
tempo, James se tornou como um irmão para mim. Eu confio nele
implicitamente. Ele cuida de mim enquanto estou aqui, certificando-se de que me
sinto segura e protegida.

Eu ando até o meu saco de pancadas de costume, jogo a minha mochila no


chão e coloco os meus fones de ouvido. Nunca mantenho a minha mochila muito
longe quando estou aqui e nunca entro no vestiário. É algo que venho tentando
buscar, criar confiança para me trocar na frente das outras pessoas, mas as
cicatrizes e a tinta que as cobrem me impedem. Quando comecei aqui, não pensei
que isso me incomodaria. É um vestiário feminino. Não achei que seria julgada. Só
tirei a camisa naquele lugar uma vez. Eu não coloquei os pés lá desde então.

Vejo Kristy seguindo o James. Eu cerro os meus dentes. A sua bunda fica
pendurada para fora do short. Ela agarra o seu braço e pressiona os seus seios
contra o seu peito. Eu vejo enquanto ele tenta se desvencilhar. Eu amo que o
James seja um homem tão bom, mas gostaria que ele a expulsasse daqui. Não
posso esquecer o que ela disse sobre mim enquanto eu estava naquele
vestiário. Nua e vulnerável. Era de manhã cedo e não achei que mais ninguém
estivesse lá. A tatuagem que eu estava fazendo para cobrir as cicatrizes nem era
um esboço completo. Ela disse palavras ásperas para a amiga e eu não tive
confiança na hora para responder. Eu coloquei uma camisa e marchei para fora do
ginásio. Eu não tenho tolerância para valentões. Há apenas uma pessoa neste
mundo que eu quero enfrentar, e ele é a razão de eu ter aulas de autodefesa e bater
na merda de um saco todos os dias, todo o resto é apenas uma distração.

Eu envolvo as minhas mãos em fita adesiva, me preparando para o meu


treino. Eu começo devagar, deixando os meus músculos relaxarem em cada soco e
desvio. Eu permito que a agressão de ontem escoe do meu corpo, de cada poro da
pele. Não aceito muitos encontros. Eu odeio que o primeiro que tive em muito
tempo foi com um idiota total. Eu odeio ter me colocado nessa posição. Eu odeio
que Kristy esteja aqui. Ela geralmente não está na academia quando eu
visito. Aprendi bem os meandros desta academia e tento me programar para estar
aqui quando os outros não estão. E eu odeio que a Kristy esteja tentando cravar as
suas garras no James.

Estou socando com um ritmo constante agora. Duro, rápido e constante. Um


soco para cada cicatriz. Um soco para cada memória. Um soco para cada
promessa. Eu deixo cada sentimento e emoção em cada soco até que eu não seja
nada além de memórias e votos. Estou lentamente ficando escorregadia de
suor. Uma onda de frio passa pelas minhas costas. O cabelo da minha nuca sobe
lentamente. Eu estico o meu punho embrulhado para parar o saco. Estou sendo
vigiada. Eu respiro fundo, me preparando para quem eu encontrar. Não é um
sentimento estranho pensar que estou sendo observada. Passei os últimos anos
olhando por cima do ombro, sentindo uma pontada na espinha. Nunca vi ninguém,
mas não vou baixar a guarda.

Eu lentamente examino todo o ginásio. Existem pessoas espalhadas por todo


o vasto espaço. Vejo Hudson e um cara que nunca vi antes olhando na minha
direção, mas não acho que eles estão me olhando. Hudson não me observaria. Eu
continuo a minha varredura. Ninguém mais está olhando nessa direção. Eu viro
os meus olhos de volta para o Hudson e o seu amigo, olhando nos seus olhos por
um instante. O olhar que sinto deve ser dele. Pensando que estou paranoica sem
motivo, aceno com a cabeça para Hudson e volto a bater no saco.

Os meus golpes estão se tornando mais violentos. A minha paranoia de


alguém me observando me deixa com raiva. Estou preparada. Estou pronta. Ele
não está aqui. Todo mundo que está aqui pertence a este lugar. O medo vai me
atrasar. Eu não vou deixar. Não vou baixar a guarda.

Eu não consigo me livrar da sensação. Os meus sentidos ainda estão em


chamas. Eu sinto olhos em mim. Me examinando. Eu paro de socar, apoiando o
meu punho contra o saco. Olho para o chão, tentando desacelerar a minha
respiração. Eu não deveria estar respirando tão pesadamente nesta fase do meu
treino. Eu examino a sala novamente, mas mais devagar desta vez. Bruce ainda
está olhando para si mesmo enquanto enrola enormes halteres. Kristy está parada
ao lado dele se espreguiçando, a sua bunda para cima, os olhos fixos no Bruce. As
pessoas na área do ringue estão focadas, olhando para o nada. James não mantém
TVs, ele as acha uma distração. Eu olho para trás para onde Hudson estava
parado. Ele ainda está lá, mas não está mais olhando na minha direção. Ele está
falando e olhando para o homem parado ao lado dele.

Aquele homem. Percebo que ele está olhando para mim quando os nossos
olhares se encontram. Não me sinto assustada quando olho para ele; não deveria
ser o seu olhar me fazendo sentir assim, mas não consigo encontrar mais ninguém
olhando na minha direção. Os seus olhos escuros estão fixos nos meus, sem
vacilar. A sua expressão é clara, sem revelar as razões pelas quais está olhando
para mim. Antes que eu olhe demais para ele, um peito largo surge na minha linha
de visão. Eu olho para o James.

— Ok? — Ele pergunta enquanto as suas sobrancelhas se erguem e a sua


boca se estabelece em uma linha firme e plana.

— Sim, eu só... — Eu esfrego a minha mão enrolada no meu cabelo, olhando


para o chão. Eu balanço a minha cabeça, silenciosamente implorando para que o
pânico desapareça.

— Só...? — James me avisa em silêncio. Ele enfia o dedo sob o meu queixo
para levantar a minha cabeça. Os meus olhos encontram os dele — contando tudo
sem dizer uma palavra.

— Nada. Não é grande coisa. Como você está hoje? Você precisa de ajuda com
o jantar esta semana? — Eu forço um sorriso falso. Ele vê através disso e estreita
os olhos. Eu sacudo a minha paranoia e mudo de assunto para aliviar as suas
preocupações.

— Bem. Não. — James é um homem de poucas palavras, optando por


responder a cada uma das minhas perguntas com uma palavra no
singular. Mesmo que ele não diga muito, a sua presença me acalma. Quando ele
escolhe falar mais do que algumas sílabas, as suas palavras são mais fortes do que
eu jamais conseguiria.

— Sabe, James, você tem esse tal jeito com as palavras que deveria escrever
poesia.

Os seus lábios se contraem nos cantos, contendo um sorriso. Um sorriso que


sei que ele não vai soltar. Os seus olhos cinza de aço brilham com diversão, apenas
por uma fração de segundo, porém, antes que ele transforme o seu rosto de bronze
em uma carranca. Eu sei que ele não está zangado comigo ou com os meus
comentários sarcásticos. As pessoas evitam James, com medo daquele músculo
forte e das tatuagens ferozes, mas para mim, ele é apenas um grande ursinho de
pelúcia. Ele jogaria a minha bunda para fora daqui se eu contasse isso a alguém.

— Você deveria cuidar dessa boca. — Diz ele. — Isso vai te trazer problemas
algum dia.
— Tenho certeza de que você me conhece melhor do que isso, Lollipop2. Isso
já me trouxe muitos problemas. — Ele revira os olhos para o meu apelido. Estou
em constante busca por um novo nome doce que o irrite. — Ei, quem é aquele cara
com o Hudson?

James espia por cima do seu ombro enorme, onde o Hudson e aquele cara
estavam parados. Não consigo ver em volta da estrutura maciça do James. Ele
balança a cabeça para trás para mim e encolhe os ombros levemente. — Um amigo
do Hudson.

Eu aceno a minha mão em um movimento contínuo. Ele revira os olhos, mas


não fala. — Alcançou a contagem de palavras do dia? — Eu pergunto.

— Você está cheia de piadas hoje. Vou te expulsar da minha academia se você
continuar.

— Eu deixei o ursinho de pelúcia com raiva? — Dou a ele minha melhor cara
de mal humorada.

Ele se inclina, elevando-se sobre mim. — Você sabe, a maioria das pessoas
tem medo de mim.

— Eh. — Eu digo e dou um aceno com a minha mão. Eu sei que ele
provavelmente poderia me quebrar ao meio com dois dedos e não hesitaria em
colocar uma ameaça de alguém que ele gosta no chão. Mas, eu sei que há algo lá
no fundo que é quente e difuso. Ok, talvez não quente e difuso, mas
definitivamente mais doce do que o exterior que ele mostra para a maioria das
pessoas. — Você não poderia me assustar se você tentasse. Agora, quem é ele?

Desta vez, uma carranca real toma conta do seu rosto. E, por uma fração de
segundo, um respingo de medo cobre o meu estômago. A sua resposta é cortada. —
Não sei. O seu nome é Liam. Voltou de Chicago para a cidade. Parece que são
velhos amigos. Por quê?

— Apenas me perguntando. Ele estava olhando para mim.

O seu rosto se suaviza, apenas um pouco. — Quer que eu diga alguma coisa?

— Não. Eu não sabia quem ele era. Eu nunca o tinha visto antes, estava
curiosa.

Ele observa o meu rosto por mais um instante e depois se afasta. Hudson e o
seu amigo mudaram do seu lugar. Eu me concentro no meu treino. Soco, soco, soco.

Mais uma vez, eu paro os meus socos, olho para cima e olho para ele. Eu dou
a ele um pequeno sorriso. Liam.

2 Apelido carinhoso que significa pirulito.


CAPÍTULO 4

Liam

WHISH. WHISH. WHISH.

Que diabos é esse barulho?

Os meus olhos abrem lentamente para a luz da manhã brilhando através das
janelas e começam a fechar quando ouço vozes na sala de estar. Eu gemo enquanto
levanto do colchão de ar. Visto um moletom e pego o taco de beisebol encostado na
parede ao lado da porta e ando na ponta dos pés pelo corredor, pronto para
espancar o intruso que me acordou. Quando estou no meio do corredor que leva à
sala de estar, solto o taco com um gemido, já me arrependendo de ter permitido
que mobiliassem a minha casa.

— Que porra você está fazendo aqui tão cedo? — Pergunto sem pensar
quando chego à sala.

— Linguagem, Liam. — A minha mãe repreende, olhando para cima do local


que ela está varrendo. Eu nem sabia que tinha uma vassoura. As cerdas contra o
piso de madeira fazem o som que me acordou.

A minha irmã, Olivia, está pulando de empolgação. Ela poderia ser a minha
irmã gêmea. Quando éramos jovens, as pessoas sempre perguntavam se éramos
gêmeos, mas não somos. Somos quase da mesma idade. O seu cabelo castanho
escuro está em uma pilha no topo da sua cabeça e hoje ela está vestindo uma
camiseta preta Southern Charm Interiors3 e jeans velhos com buracos nos
joelhos. Eu poderia facilmente me convencer de que ela ainda é minha irmã mais
nova me seguindo pela vizinhança. — Os seus móveis estão sendo entregue hoje.

Entrega de móveis. Isso explica o porquê elas estão aqui. Quando voltei para
cá sem nada, a minha mãe e a minha irmã insistiram em deixar que escolhessem
tudo para mim, já que tinham uma empresa de decoração de interiores juntas,
então decidi deixá-las fazer isso. Seria menos trabalhoso para mim e elas tinham
contato com os vendedores, então eu provavelmente não gastaria tanto quanto
gastaria se simplesmente fosse a uma loja e comprasse as coisas por conta
própria. Elas são opostas completas, mas funcionam bem juntas e são melhores
amigas. Não é totalmente divertido para papai ou para mim quando elas nos
atacam e conseguem o que querem.

3
Empresa muito conhecida e prestigiada de decorações de interiores.
A minha mãe, Katie, é elegante e sofisticada em comparação com minha
irmã. Ela também está vestindo a camisa da empresa, mas a dela é uma camisa
de botões bem passada com o logotipo da empresa costurado no bolso. Não há uma
ruga à vista, até mesmo os seus Keds4 brancos são imaculados. Por mais diferentes
que sejam, os seus estilos interiores combinam perfeitamente. Sei que elas têm
tido muito sucesso desde que a minha irmã entrou na empresa como sócia.

Eu estendo a minha mão para a minha irmã. — Então, você limpou a minha
conta bancária?

Ela sorri maliciosamente, puxando o meu cartão de crédito do bolso de trás.


— Eu queria, mas a mamãe não deixou.

Eu agarro a Olivia, colocando-a em uma chave de braço contra o meu peito e


esfrego o meu punho na sua cabeça. Ela se contorce e tenta me dar um tapa com
os braços. Eu rio e esfrego a sua cabeça com mais força. A minha mãe se afastou e
foi para a cozinha, nos ignorando completamente, embora Olivia esteja gritando
com ela para me fazer parar. Eu finalmente cedi, mas dei-lhe um beijo na cabeça
antes de soltá-la. Olivia dá um tapa no meu peito e tenta chutar as minhas canelas,
mas sou uma especialista em evitar os seus ataques fúteis.

Eu coloco um braço em volta do ombro da Olivia, entrando na cozinha com


ela. Eu me inclino e beijo a minha mãe na bochecha. Olivia se afasta do meu lado
para conversar a com mamãe. Quando elas começam a nomear tudo o que
compraram, eu as ignoro. Só estou animado pela cama, cansei de dormir em
colchões de ar. Esticando as dobras do pescoço, começo a ganhar um pensamento
coerente.

— Esperem. — Eu digo levantando minhas mãos. — Parem.

Elas param de falar para olhar para mim. — O que é, querido? — A minha
mãe pergunta em um tom paciente e com um sorriso sereno no rosto, enquanto a
minha irmã está carrancuda para mim por interromper o seu monólogo.

— Como vocês entraram na minha casa?

— Nós copiamos uma das suas chaves. – A minha irmã diz indiferente antes
de voltar para a minha mãe e a sua conversa. Estou olhando sem acreditar, pois,
elas acham que roubar as minhas chaves e fazer uma cópia é aceitável.

Os meus olhos percorrem a sala como se a resposta estivesse escrita nas


paredes. — Uh, por quê? E quando? E, novamente, por que tão cedo.

— Precisávamos disso para partos e emergências. — Diz a minha irmã


lentamente, como se estivesse falando com o seu filho. — Conseguimos outro dia,
quando você estava cozinhando com o papai. Não é tão cedo também. Tanner
acordou o Josh e eu às seis e meia desta manhã.

4
Marca de tênis.
— Isto não é uma emergência. — Eu silenciosamente conto até dez enquanto
suprimo um gemido de frustração.

Olivia revira os olhos. — Não se preocupe com isso. Depois disso, vamos usá-
la apenas para emergências. Você está tentando esconder algo? Por favor, me diga
que você não trouxe uma garota de volta aqui quando só tem um colchão de ar.

Eu olho para ela. Não vou nem validar as suas perguntas com uma
resposta. Eu nunca levaria uma mulher para casa com um colchão de ar. Eu queria
mudar de casa para ficar mais perto da minha família, mas ainda quero sentir que
tenho um espaço que é meu. Suspirando e balançando a cabeça, deixei passar —
elas têm boas intenções. E embora eu esteja mal-humorado, realmente sinto falta
da minha família. As visitas nunca eram suficientes. Quando o meu sobrinho,
Tanner, não me reconheceu e não conseguiu lembrar o meu nome, fiquei
arrasado. Lembro-me de estar ali segurando um brinquedo quando ele me
informou por trás das pernas da sua mãe que não podia falar com estranhos. A
minha irmã tentou me dizer que, a menos que ele me veja o tempo todo, é fácil
para ele esquecer. Ele foi simpático comigo naquela tarde, mas foi naquele voo
para casa que comecei a olhar as listas de empregos.

— Só vá buscar um pouco de café da manhã para nós, Liam. Há uma lojinha


bonita na esquina. — A minha mãe diz, apontando para a minha porta da frente.

— Estou sendo expulso da minha própria casa?

— É melhor assim, querido. – A minha mãe diz enquanto dá um tapinha na


minha bochecha. — Os nossos clientes geralmente não estão em casa quando
estamos trabalhando em um espaço.

— Tanto faz. – Eu resmungo, caminhando para o meu quarto para me vestir.

Um sorriso irrompe no meu rosto no segundo que entro na cafeteria. Grandes


placas de quadro—negro estão penduradas no teto. Em duas das placas estão
diferentes cafés e bebidas, mas a placa de especialidades do dia mostra duas
palavras simples que me fazem um homem feliz. Canela. Pãezinhos.

Posso sentir o cheiro da canela saindo de trás. Eu me inclino em torno dos


clientes na fila, tentando colocar os meus olhos em um dos pãezinhos de
canela. Quem não gosta de açúcar e canela com pão macio e quente e cobertura de
baunilha? A minha boca enche de água, enquanto antecipo afundar os meus dentes
naquela bondade pastosa. Pensamentos de pãezinhos de canela celestiais são
interrompidos quando a morena na minha frente chama a minha atenção.

Savannah. Os seus longos cabelos castanhos estão em ondas pelas costas,


parando no meio. Ela está vestindo uma blusa roxa com jeans escuro. A sua bunda
é alta e apertada, acentuada pelos saltos nos pés. Eu quase gemo olhando para a
bunda dela. Quero cravar os meus dentes nisso tanto quanto faço com um pãozinho
de canela. Savannah surgiu na minha mente algumas vezes nos últimos dias,
desde que a vi na academia. Já voltei para Raise the Bar algumas vezes, mas não
a vi novamente.

Estou feliz que o Hudson me mostrou aquele ginásio porque é ótimo. Depois
das nossas cervejas na outra noite, eu sei que o James não é um idiota. Ele é
apenas um cara quieto e reservado. Treinamos algumas vezes na academia desde
aquela noite e espero conhece-lo melhor. Hudson e James me convidaram para
participar de algumas aulas que eles ensinam para crianças da área, as que estão
se metendo em problemas. Espero ver a Savannah quando começar a ensinar
kickboxing na próxima semana.

A fila tem apenas alguns centímetros à frente. Eu olho para o balcão e vejo o
menino parado no caixa. Ele tem espinhas por todo o rosto vermelho brilhante e a
sua mão está tremendo enquanto ele tenta lançar os pedidos no sistema. Há uma
garota ao lado dele tentando ser paciente enquanto explica os diferentes botões da
caixa registradora. Ele deve ser novo, mas não acho que esteja prestando atenção
no treinamento. O seu rosto fica mais brilhante cada vez que ele olha para a garota
que o está treinando. O pobre garoto tem uma queda terrível.

Eu olho para trás para a Savannah. Ela está lendo algo em um pequeno tablet
que está equilibrando na palma da mão, mordendo o lábio inferior carnudo. Eu
seguro outro gemido.

— Oi. — Eu digo. Ela não se vira, nem me reconhece. Não tenho certeza se
ela me ouviu, ela está tão concentrada na tela à sua frente. Eu me inclino um
pouco, para que ela me ouça. Pouco antes de abrir a minha boca para
cumprimenta-la novamente, uma palavra no seu tablet salta para mim. Hesito
antes de dizer qualquer coisa e olhar para a tela. Eu sei que é rude espionar, mas
a palavra me deixa muito curioso. Pênis.

Os meus olhos se arregalam enquanto leio a página.

O seu pau enorme e grosso brilha na ponta.

— Segure os seus seios juntos. — Cade exige. A sua voz é rouca e sexy. As
minhas coxas ficam ainda mais úmidas com o som da sua voz, a minha boceta
derramando sucos na cama.

Eu seguro os meus seios juntos. Ele brinca com os meus mamilos usando a
ponta do seu pênis. Eu gemo.

Savannah vira a página antes que eu possa ler mais. Eu deveria dizer algo
antes que ela me note pairando sobre ela. Eu abro a minha boca para falar. — É
um livro interessante que você está lendo.
CAPÍTULO 5

Savannah

EU CHICOTEIO A MINHA CABEÇA DEPOIS QUE UMA VOZ PROFUNDA FALA PERTO DO
MEU OUVIDO.

Liam.

Ele é muito mais alto do que a minha altura de um metro e setenta, com olhos
castanhos brilhantes enrugados nos cantos, dançando com travessura. Um sorriso
infantil assume o seu rosto bonito. A barba por fazer ao longo da sua mandíbula
forte que emoldura os seus lábios carnudos e o cabelo castanho bagunçado o fazem
parecer como se tivesse acabado de sair da cama. Imagens dele confortável, quente
e nu em uma cama enorme flutuam na minha mente. Eu mordo o interior da
minha bochecha tentando me livrar desses pensamentos sujos, culpando o livro
que estou lendo.

Examinando-o da cabeça aos pés, noto os ombros largos e o peito do Liam


esticar a sua camiseta preta a ponto de eu poder ver o contorno dos seus músculos
através do tecido fino. A sua calça jeans envolve as coxas musculosas e as suas
mãos estão enfiadas nos bolsos, fazendo com que os seus braços se flexionem
ligeiramente. O seu sorriso se alarga quando ele percebe que estou olhando para
ele. Virando-me, eu olho para ele por cima do ombro e digo o mais indiferente que
consigo reunir. — É rude olhar para os dispositivos das pessoas.

— Em minha defesa, não tive a intenção de ler o que estava ali. Eu disse 'oi',
mas você não me ouviu, então me inclinei um pouco. Foi quando eu vi a
palavra pênis e fiquei curioso. — Ele encolhe os ombros, apenas destacando os
seus ombros. O meu corpo vibra com uma consciência indesejada quando ele diz a
palavra pênis. Sinto um rubor subindo pelas minhas bochechas, fazendo o meu
rosto ficar quente quando me viro para frente.

Ele se inclina perto do meu ouvido. — Me desculpe sobre isso. Podemos


começar de novo?

Quando me viro novamente, o seu sorriso se foi e foi substituído por uma
expressão de desgosto. Eu concordo. — Certo. Não é grande coisa. — Eu começo a
me virar de novo, mas ele estende a mão.

— Eu sou Liam.

Eu sei, eu quero dizer. Pensei em você uma ou duas vezes desde que o vi na
academia. — Savannah. — Eu digo, apertando a sua mão.
— Eu vi você no Raise the Bar outro dia. — Ele diz.

— Eu lembro. Você estava com o Hudson.

Ele me dá outro sorriso. Ele pode ativar o charme. Aposto que aquele sorriso
o tira de muitas situações e o coloca em muitas calcinhas. — Que bom que sou
memorável.

Eu balancei a minha cabeça. — Foi um prazer conhece-lo, Liam. — Eu


começo a me virar novamente.

— Espera! — Ele diz. Eu olho para ele. Ele parece estar tentando encontrar
algo para dizer. A sua boca abre e fecha ligeiramente. — Como você conhece o
Hudson? — É o que ele decide me perguntar.

— Eu conheci o James quando comecei a ir para o Raise the Bar. James é um


bom amigo do Hudson, então ele está lá ajudando muito em coisas
diferentes. James me apresentou a ele um dia.

— Hudson e eu conhecemo-nos há muito tempo. Crescemos morando ao lado


um do outro. Acabei de voltar para a cidade.

— De onde? — Eu pergunto, mas me lembro do James me dizendo que ele


voltou de Chicago.

— Chicago. — Ele confirma.

— Só estive lá uma vez, mas adorei.

— É ótimo, mas nada se compara a casa. Você é daqui?

— Eu sou do Texas, algumas horas ao sul daqui. Realmente não há nada


como ir para casa de novo. — Eu digo melancolicamente, esfregando a minha mão
sobre o meu peito onde sinto o meu coração apertar. Eu me apaixonei por Austin
desde que me mudei para cá, mas nostalgia e saudade me enchem quando penso
na família que deixei para trás. A minha cidade natal está cheia de muitas
lembranças amargas para eu morar lá, mas não é o lugar que faz o lar, são as
pessoas. O olhar do Liam se conecta com o meu e eu sei que ele entende. Em uma
conversa, ele se agarrou a uma parte da minha alma. Uma corda invisível me faz
balançar em direção a ele, precisando da conexão que neguei a mim mesma por
tanto tempo. Ele se inclina para mim, nenhum de nós quebrando o contato visual.

— Próximo. – É chamado atrás de mim. Ofegante, olho ao redor, surpresa por


me encontrar voltada para o Liam. Não percebi que me virei para encará-
lo. Completamente paralisada por seu olhar, esqueci que estávamos esperando na
fila para um café. A fila pareceu se mover muito mais rápido depois que comecei a
falar com o Liam.

Eu me aproximo do balcão, Liam se aproxima de mim. Eu olho para ele. Ele


está fazendo parecer que estamos juntos. Ele entrega o seu cartão de crédito ao
caixa antes de qualquer um de nós falar. — Eu cuido disso. – Ele me diz com um
sorriso.

— Eu posso pagar o meu próprio café. – Eu digo, uma faísca de desafio


acendendo dentro de mim antes que eu possa eliminá-la.

— Não tenho dúvidas de que você pode, mas adoraria ser gentil com uma
nova amiga. — A sobrancelha do Liam levanta ligeiramente e os seus lábios estão
se contraindo, segurando um sorriso. O charme escorre dele em ondas.

— Não sou eu que deveria ser gentil com você? Você é o novo na cidade.

— Ah, mas eu cresci aqui, então realmente, você que é nova.

Eu reviro os meus olhos, não completamente pronta para desistir dessa luta.

— Você gostaria do seu de costume, Savannah? — Voltando o meu foco para


o novo caixa e a Cassidy, uma estudante do último ano e a minha barista habitual,
noto que ela não está olhando para mim. Ela está olhando para o Liam com
corações nos olhos.

— Claro, Cassidy. — Eu digo. — O meu café de sempre e um pãozinho de


canela.

— Pegue dois pãezinhos de canela e um café preto grande. – Diz Liam.

— Obrigada. – Eu digo para o Liam. Depois que Cassidy perguntou se eu


queria o de costume, esqueci de continuar a nossa discussão sobre quem deveria
pagar.

— O prazer é meu. — Liam diz. Ele pronuncia lentamente com toda a calma
do mundo o prazer é meu. Eu mordo o meu lábio para conter o meu gemido. Este
homem é sexy. Ele olha para o meu lábio contraído e de volta aos meus olhos. Eu
me afasto dele rapidamente, correndo para longe dele para encontrar um lugar. A
minha cadeira favorita no canto está disponível, é um dos meus lugares favoritos
para tomar o meu café e ler. Eu a agarro imediatamente e espero que o meu pedido
seja chamado.

Liam se aproxima de mim. — Posso sentar-me com você por alguns minutos?

Hesito, não tenho certeza se quero continuar falando com ele, o meu coração
batendo forte e o meu estômago vibrando desejam flertar com ele, mas o meu
cérebro está sinalizando um alerta vermelho. — Claro. — Eu digo depois de uma
batida.

Ele caminha de volta para o balcão quando o nosso pedido é chamado e então
se senta na cadeira ao lado da minha. Ele entrega o meu café e o pãozinho de
canela com um garfo e uma faca. Começo a cortar pedacinhos do pãozinho de
canela. Olho para cima quando ouço um gemido alto. Liam não perdeu tempo
cortando uma parte dele, ele apenas mordeu um pedaço enorme. As suas
bochechas estão cheias enquanto ele mastiga, mas há um pequeno sorriso nos seus
lábios. Os seus olhos estão revirando na sua cabeça. Mesmo com as bochechas
cheias, ele parece pecaminosamente sexy. Os seus gemidos são ásperos e
masculinos. Eu observo a sua garganta enquanto ele engole.

— Uau. Isso é bom. — Diz ele, me tirando do transe. Ele esfrega o estômago
com um sorriso satisfeito.

— Achei que você odiou. — Eu pressiono os meus lábios, segurando uma


risada.

Ele olha para mim com um sorriso malicioso. — Você é sarcástica. Eu gosto
disso. Atrevida.

Eu encolho os ombros. Já ouvi isso uma ou duas vezes.

— Sinto muito sobre os gemidos pornográficos. Eu realmente amo pãezinhos


de canela. Eles são meus favoritos.

— Eles também são os meus favoritos. A minha mãe os faz do zero, e eu nem
estou brincando quando digo que são para morrer. — Respiro profundamente e
fecho os olhos, imaginando que estou de volta à cozinha da minha casa de
infância. O cheiro de pãezinhos de canela recém assados estão me acordando em
uma manhã de domingo.

— Oh sim? Ela os fazia muito? — Abro os olhos para o tom suave e curioso
do Liam, surpresa ao ver que ele está se inclinando para mim com a cabeça
ligeiramente inclinada, esperando por uma resposta sobre a minha vida.

— Ela ainda faz. Ela os fazia para celebrações ou corações partidos. Eles são
a resposta para quase tudo. — Eu sorrio melancolicamente.

— Experimente isso. — Ele pede, acenando com a mão com o pãozinho de


canela. Ele dá outra mordida gigantesca. Os pãezinhos de canela começaram do
tamanho das nossas cabeças, mas os dele quase acabaram depois de sua segunda
mordida gigantesca. Eles são quentes e pegajosos, com cobertura de baunilha
derretendo por cima e nas laterais. O redemoinho no centro é perfeito. Eu levo a
minha primeira garfada à boca. Eu faço a minha melhor imitação do Liam com os
gemidos e os olhos revirando. Depois que termino a mordida e a minha imitação,
começo a rir e me viro para o Liam, esperando encontra-lo rindo também. Ele não
está. Ele está olhando para mim com fome. Ele está olhando como se quisesse me
comer, não o pãozinho de canela. As minhas coxas pressionam juntas.

— Vê como você parecia ridículo? — Eu pergunto a ele, embora eu não


achasse que ele parecia ridículo.

— Você certamente não parecia ridícula, Savannah. — Ele diz em uma voz
baixa e sexy. Ele está olhando para os meus lábios. O calor chia entre nós.

— Então... — Eu digo um pouco sem jeito. — O que o trouxe de volta aqui?


— Eu queria estar mais perto da minha família. — Ele me diz. — Senti falta
deles. Embora a minha mãe e a minha irmã tenham entrado na minha casa esta
manhã, para que pudessem mobiliá-la para mim. Eu não tive tanta certeza de que
senti falta delas quando me acordaram. — Ele tem um sorriso no rosto, me
dizendo que adora ter a sua família por perto. As borboletas zunindo no meu
estômago aumentam o ritmo enquanto o meu coração grita para o meu cérebro: Ele
é um cara bom! Nós o queremos!

— Elas estão decorando para você? Você não tinha móveis em Chicago?

— Sim, elas são donas do Southern Charm Interiors, então elas não
aceitariam um não como resposta, mesmo se eu tentasse. Decidi que seria mais
fácil recomeçar com coisas novas aqui em vez de contratar uma empresa de
mudanças. Provavelmente custaria quase o mesmo também. Vendi tudo, móveis,
carro, condomínio.

— Uau. — Eu digo.

— Sim, mas foi divertido comprar coisas novas. – Diz ele com um sorriso
infantil. Ele olha para o relógio. — Savannah, eu me diverti conversando com você,
mas tenho que ir. A minha mãe e a minha irmã me mandaram tomar café da
manhã, preciso levar o café e a comida para elas.

— Claro. — Eu aceno com um sorriso, odiando que eu desejasse que ele


pudesse ficar.

— Depois que te vi aqui, eu me convenci a fazê-las esperar apenas alguns


minutos. Eu adoraria sair com você algum dia.

Hesito antes de responder. Tem sido bom conversar com ele e eu não quero
que ele vá embora. Estou saboreando os sentimentos que ele está despertando
dentro de mim, mas depois do meu encontro desastroso na outra noite e todos os
desastres que vieram antes dele, não tenho certeza se quero voltar para aquela
cena. Além disso, Liam vai para minha academia, e eu não vou namorar ninguém
da minha academia. Aquele lugar me deu muito quando precisei. Eu nunca quero
colocar o James em uma posição onde ele tenha que expulsar alguém porque eu
tive um encontro ruim. Raise the Bar é meu porto seguro. Não quero arriscar ficar
desconfortável lá.

— Eu gostei de conversar com você também. Não posso sair com você, no
entanto. Eu sinto muito. — Eu realmente sentia muito. No entanto, desejos de um
passado diferente e um futuro diferente não vão tornar a minha realidade
diferente.

O seu sorriso vacila um pouco, mas está de volta ao lugar antes que eu possa
ler qualquer emoção que não seja a determinação nos seus olhos. — Podemos pelo
menos ser amigos?

Eu concordo. — Claro. — Amigos. Eu posso com amigos. Tenho quase certeza


de que posso ser uma amiga normal.
— Eu preciso pedir a comida delas e levar para elas. Espero ver você em
breve, Savannah. Se mudar de ideia, me avise. A minha oferta de jantar
permanece.

— Obrigada pelo café da manhã.

— A qualquer momento. — Ele me dá um último sorriso devastadoramente


bonito antes de caminhar até o balcão. Eu não consigo tirar os meus olhos da sua
bunda perfeitamente esticada naquele jeans. O seu pedido chega rapidamente. Eu
provavelmente iria, também. Preciso parar de ler esses romances ardentes. Ou ler
mais deles. Ele me dá um sorriso lindo e acena enquanto sai pela
porta. Possivelmente mais quente, e mais doce, do que um pãozinho de canela.
CAPÍTULO 6

Liam

EU SUBO OS DEGRAUS DA VARANDA DA MINHA CASA, descobrindo que todo o


inferno se abriu lá dentro. A minha mãe e a minha irmã são o olho do furacão,
comandando cada homem na sala com autoridade. Estão de costas uma para a
outra enquanto dão instruções a pessoas diferentes. Ambos os braços esquerdos
estão apontando, enquanto os seus braços direitos estão balançando em uma
explicação. Aproximo-me delas e ouço que não apenas estão comandando os
homens à sua frente, mas também conversando entre si.

— Estou de volta. — Chamo por cima do barulho.

— Por que você demorou tanto? Estou faminta!

Eu não respondo, incapaz de pensar em uma boa desculpa enquanto o meu


cérebro está ocupado por uma mulher sexy como o pecado. Entrego o café para a
minha mãe e para minha irmã o café com o saco de pãezinhos de canela. Ela está
segurando a sacola entre dois dedos da mesma mão e segurando a sua xícara de
café.

— O que você comprou? Tem um cheiro delicioso. — O seu braço está na


sacola enquanto ela procura as mercadorias. Uma expressão raivosa está no seu
rosto enquanto ela tenta encontrar a comida. Ela parece um guaxinim procurando
por um pedaço. Olivia nunca lida bem com a fome excessiva, ela fica extremamente
mal-humorada quando privada de comida. Eu coloco a minha mão sob a bolsa
quando a ponta entre seus dedos começa a rasgar.

— Apenas algo que selará o meu título como o melhor irmão vivo. — Digo a
ela, sorrindo.

Com a ajuda da minha mão segurando a sacola, ela finalmente consegue a


deliciosa guloseima. Ela o puxa para fora, os olhos se arregalando, a boca
aberta. Um sorriso se espalha pelo meu rosto, mas de repente ela começa a chorar.

— Uh... — Eu gaguejo, olhando ao redor nervosamente. Nunca lidei bem com


o choro da minha irmã. Sempre que uma lágrima escorria do seu olho, ela me tinha
na palma da mão. Quando ela descobriu isso, Olivia aprendeu como fazer-se chorar
e usou isso a seu favor, me enganando e me coagindo a confessar os seus pecados
aos nossos pais. Quando a peguei sorrindo maliciosamente ao contar aos nossos
pais que fui eu quem quebrou a janela da cozinha, rapidamente descobri quais
lágrimas eram reais e quais eram falsas. Mas eu faria qualquer coisa para protege-
la.
— Eu posso conseguir outra coisa, Livie. Sinto muito por ter ficado longe por
tanto tempo. — A culpa está se infiltrando nas minhas entranhas. Eu não deveria
ter deixado a minha mãe e a minha irmã esperando para falar com uma mulher,
mas eu não pude resistir a Savannah mais do que eu poderia resistir a um
pãozinho de canela. Mesmo assim, vendo os enormes olhos castanhos da minha
irmã, tão parecidos com os meus, mas mais inocentes, olhando para mim com
lágrimas ainda brotando neles, eu gostaria de ter chegado aqui um pouco mais
cedo. Talvez ela não goste mais de rolinhos de canela, penso comigo mesmo. Não,
isso é loucura. Quem não amaria isso?

A minha mãe agora está segurando a minha irmã, sussurrando no seu


ouvido. A sala ficou quase toda silenciosa. Eu olho em volta, muitos dos homens
estão evitando contato visual com a minha irmã, obviamente desconfortáveis. Há
alguns olhares furiosos para mim por fazer uma mulher chorar. Eu olho fixamente
para trás. Esta é a minha irmã, eles podem sair.

— O que você quer, Olivia? Vou buscar outra coisa. Não é problema.

— Não, isso é perfeito. — Ela diz enquanto uma onda de novas lágrimas
escorre dos seus olhos. — É tão perfeito que me fez chorar.

Eu fico olhando para ela, extremamente confuso.

— Estou grávida. — O seu rosto cai nas suas mãos enquanto ela começa a
chorar mais.

Eu a puxo nos meus braços. — Livie! Isso é maravilhoso! Parabéns! Ainda


não entendo por que você está chorando.

— Hormônios. — Ela diz contra o meu peito. Ainda tenho o rosto dela
pressionado ali e estou balançando-a para frente e para trás, como se fôssemos
crianças de novo. A minha mãe não parece nem um pouco surpresa. Ela está
apenas sorrindo para nós. É exatamente por isso que voltei, para estar aqui nestes
momentos, para estar aqui pela minha família.
CAPÍTULO 7

Savannah

EU ENTRO NO THE CELLAR, procurando uma mesa vazia. Tem um toque


sofisticado, mas é rústico e aconchegante. O bar no centro da sala é feito de grandes
pranchas de madeira e um tampo de mármore branco.

Uma estrutura substancial de madeira coberta por hera verde ocupa a parte
de trás do bar, formando uma grande prateleira de vinhos. Grandes barris de
uísque estão suspensos no ar. A adega é conhecida por sua vasta seleção de vinhos,
uísques e cervejas artesanais.

Um pequeno palco redondo está montado no lado esquerdo, onde as pessoas


se apresentam algumas noites e fins de semana. Uma música suave flutua no
ar. Eu pego a nossa cabine isolada no canto direito, em frente ao bar e ao
palco. Não me preocupo em procurar a Harper ou a Valerie. Elas estão
perpetuamente atrasadas.

Sento-me na cabine, examinando o cardápio de vinhos. Viemos aqui uma ou


duas vezes por semana. Valerie diz ao marido que é um clube do livro, mas quase
nunca conversamos sobre livros. Não sei por que ela disse isso a ele; ele sabe que
estamos aqui para beber vinho e comer um bom queijo. Ele é a nossa carona para
casa quando nos exageramos demais. E tendemos a ser indulgentes.

O cardápio de vinhos é extenso no The Cellar. Gosto de tentar algo diferente


a cada vez, alternando entre tinto e branco. Cada uma de nós pede uma garrafa. É
o nosso próprio evento privado de degustação de vinhos de três horas.

Uma bolsa bate na mesa. Harper chegou. Ela não se parece com ela
mesma. Cabelo emaranhado como um ninho cai sobre metade do seu rosto, quase
escondendo as manchas pretas ao redor dos seus olhos injetados de sangue. A sua
blusa de seda favorita com flores amarelas e rosa tem uma marca preta feia na
frente e não posso deixar de notar o sangue seco ao redor dos novos buracos nos
joelhos do seu jeans skinny de grife.

— Parece que você está tendo um ótimo dia. — Digo sarcasticamente, incapaz
de me conter. Estendo a mão para ver se ela está bem.

Ela levanta o dedo como se estivesse prestes a sacudi-lo na minha cara. —


Não faça isso.
Os meus olhos se arregalam de surpresa, a minha boca se abrindo para
responder, mas ela me interrompe com um rosnado. — Só não faça isso. Sem
atrevimento hoje.

Eu levanto uma sobrancelha, segurando uma resposta com curiosidade


reprimida.

— Peça uma dose de uísque para mim, por favor. Vou me endireitar. — Ela
sai pisando forte em direção ao banheiro antes que eu possa dizer qualquer coisa. O
garçom geralmente não aparece até que todas nós cheguemos. Ele conhece a nossa
rotina, então vou até o bar e peço duas doses duplas de uísque.

— Quer que eu mande o garçom? — O barman empurra as doses pelo bar na


minha direção.

— Não, só isso por agora. Ele pode passar pela mesa quando estivermos todas
aqui. — Eu levanto os copos em um agradecimento silencioso. Volto para a mesa
com as doses. Se ela não quiser as duas, não terei problemas para engolir a
segunda dose.

Harper volta parecendo completamente diferente. Ela agora está com um


vestido cor de vinho. A parte de cima tem alças delicadas e o restante se alarga
nos quadris. Ela mudou os saltos por botas nudes de camurça. A sua maquiagem
está impecável e o seu cabelo está liso.

— Você tem poderes mágicos. — Eu olho para a bolsa dela novamente. Não
é pequena, mas também não parece grande o suficiente para conter a
transformação que estou testemunhando. — Você tinha tudo isso com você?

Ela me lança um olhar e joga o cabelo sobre o ombro. — Eu não saio de casa
sem uma roupa reserva.

— Como você coloca isso na sua bolsa?

Ela apenas encolhe os ombros. — Dê-me a minha dose.

Eu empurro as duas doses duplas sobre a mesa. — Achei que você pudesse
precisar de mais de uma.

— Você está certa. — Diz ela antes de virar no primeiro gole. Ela nem
pisca. Eu faço uma careta para ela, lembrando-a de como é a sensação da
queimadura. Ela olha para mim e aponta para a segunda dose.

— Seu se você quiser.

Ela não hesita em rebatê-lo.

— Dia ruim? — Valerie caminha até a mesa enquanto a Harper bebe o


uísque.
— Você deveria ter visto ela alguns minutos atrás.

Valerie desliza para a cabine ao lado da Harper. Enquanto ela se acomoda, o


nosso garçom de sempre, Owen, se aproxima. Ele é alguns anos mais jovem, com
vinte e poucos anos. O seu cabelo loiro está cortado nas laterais, com um cacheado
estiloso no topo da sua cabeça. Os seus olhos são de um azul cristalino e o seu
sorriso é diabolicamente encantador.

— As minhas mulheres favoritas. Vocês estão perfeitas pra caralho esta


noite. — Ele olha para nós com um sorriso, os olhos caindo em cada par de
seios. Sem vergonha.

Ele se inclina sobre a mesa. — O que vocês vão comer esta noite? — O seu
sotaque sulista é inebriante.

Cada uma de nós pede uma garrafa de vinho, um aperitivo e fecha com uma
bandeja de queijo. Ele pisca para nós enquanto se afasta.

— Esse menino é sem vergonha. — Valerie o encara enquanto ele se afasta.

— Isso ele é. – Eu digo. — Ele vai dar a alguma mulher uma corrida pelo
dinheiro um dia.

— Ele provavelmente vai encantar alguma velha rica e se tornar um sugar


baby5.— Diz Harper. — Você vê a maneira como as mulheres o comem.

Todas nós rimos. Eu não ficaria muito surpresa se isso não estivesse muito
longe da verdade.

— Conte-nos o que aconteceu, Harper. — Diz Valerie.

Val e eu voltamos toda a nossa atenção para Harper. As suas mãos estão no
colo, os dedos torcidos. A sua respiração está entrecortada como se ela estivesse
segurando as lágrimas. Ela pisca algumas vezes rapidamente, respira fundo e olha
para nós.

— Quando entrei na loja esta manhã, o telefone estava tocando. Eu ignorei


enquanto colocava as minhas coisas no chão, mas ele continuou tocando. Era o meu
senhorio na loja. Ele queria falar sobre o futuro da minha loja. Ele falou sem parar
sobre o mercado financeiro e disse que estou alugando o espaço por uma
pechincha. Ele virá falar comigo em breve sobre os novos preços de aluguel. Ele
vai elevá-los tão alto que terei que encontrar um novo espaço.

— Você sabia que ele estava planejando aumentar o preço?

5 São homens e mulheres jovens e encantadores que buscam viver as melhores experiências da
conquista e do romance, fazem questão de belos presentes, viagens e uma vida confortável sem
preocupações.
— Não! — Harper grita, colocando os cotovelos na mesa e passando as mãos
pelos cabelos. Ela olha para cima. — Eu o vi algumas semanas atrás, quando ele
estava realizando uma inspeção de rotina. Ele não disse uma palavra.

— Isso é louco! — Valerie diz. — Tem que haver alguma garantia de que você
ficará bem. Por que ele não mencionaria isso com mais antecedência? Você
conversou com os outros negócios?

— Não, não conversei. Eu fui pega de surpresa hoje. Tive a impressão de que
algo causou isso de repente e rapidamente. Ele não me deu muitas explicações, o
que é estranho porque ele costuma ser muito falador.

Eu coloco a minha mão sobre a dela, agora descansando sobre a mesa. — Não
surte. Você não conhece os seus planos. Talvez nada mude e tudo ficará bem.

Ela balança a cabeça, fungando um pouco, mas ainda assim nenhuma


lágrima cai. — Eu sei. Eu continuei dizendo isso a mim mesma hoje. Não vou me
preocupar até que haja algo com que me preocupar.

— Bom.. — Valerie diz. — Parece um dia difícil. — Ela esfrega as costas da


Harper, se inclina e lhe dá um rápido abraço lateral.

O garçom volta para a mesa, entregando três garrafas de vinho com


aperitivos e queijos. Depois que ele se afasta, eu digo: — Isso não explica a sua
aparência quando você chegou. — Cada uma de nós toma um gole de vinho,
debatendo qual é o melhor.

— Bem, a porra do meu carro quebrou.

— O que? Por que você não ligou? Onde quebrou?

— Apenas descendo a rua. Pneu furado, motor fumegante. Eu ia chegar cedo,


mas então aconteceu. Eu tentei consertar, mas sem sorte.

— Você sabe consertar carros? — Eu pergunto.

— Eu sei uma coisa ou duas. – Ela diz indiferente. — Chamei um reboque


para vir buscá-lo. Vai ficar tudo bem. Só vou precisar de uma carona para casa
com você, Sav.

— Eu acho que você não está muito fora do meu caminho. — Eu pisco para
ela.

— Olhe para todos esses músculos. — Diz Valerie.

Harper e eu olhamos para ela, mas ela estava olhando para o bar. As minhas
costas estão voltadas para o bar, e o banco de trás é alto, então não posso ver
naquela direção.

— Eu não o vi antes. – Diz Harper. — Droga.


Eu me inclino para fora da cabine para ver quem elas estão olhando. James,
Hudson e Liam estão se acomodando em banquinhos no topo do bar. Eu me enfio
de volta na cabine, não querendo ser vista e fico em silêncio. Eu conheço aquele
recém-chegado.
CAPÍTULO 8

Liam

EU ME SENTO NO BAR COM JAMES E HUDSON, bebendo um copo de uísque. Já


faz um tempo que estamos sentados aqui, provando diferentes uísques do
menu. Hudson está me atualizando sobre tudo que perdi nos últimos anos. James
fica sentado em silêncio, ouvindo, grunhindo em resposta quando Hudson o avisa.

— James está oferecendo um jantar para as famílias do bairro no sábado à


noite. Você deve passar por aqui. Ele poderia usar mais algumas mãos. É sempre
um bom momento.

Eu olho para o James. Ele está olhando para a sua garrafa de cerveja,
descascando o rótulo. Ele balança a cabeça, mas não acho que ele esteja nos
ouvindo.

— Sim, eu vou.

— Você sabe que a Mônica ainda mora aqui. — Hudson balança as


sobrancelhas. Eu suprimo um gemido. Mônica foi um caso de colégio. Ela foi minha
namorada por uma semana inteira. Fui até a casa dela depois da escola, perdi a
minha virgindade e adormeci. Acordei com ela cortando uma mecha do meu
cabelo. Saí de lá às pressas e a evito desde então. Sempre que volto para a cidade,
geralmente a vejo em algum lugar. Ela tenta falar comigo, mas faço o possível para
ignorá-la.

Hudson compartilha o incidente do corte de cabelo com o James, que joga a


cabeça para trás e ri. — Isso é uma loucura, cara. Você tem que evitar esse tipo de
loucura.

Uma gargalhada alta corta o bar. Todo mundo se vira e olha. Olhei de volta
para o James e o Hudson com os olhos arregalados. James está sorrindo e Hudson
está sorrindo. James sai do seu banquinho. — Vamos vê-las.

— Quem? — Eu pergunto. Nem o James, nem o Hudson respondem à minha


pergunta, mas os sigo até a mesa do canto dos fundos.

Savannah tem os braços enrolados em volta do estômago. Ela está


cacarejando. Eu não posso acreditar que aquela risada alta vem do seu pequeno
corpo. Ela ri com todo o corpo. O seu cabelo está escondendo o seu rosto. Não
consigo evitar que o sorriso assuma a minha expressão.
— Senhoras. — Hudson cumprimenta a mesa. Savannah está sentada em
frente a duas mulheres. A sua cabeça aparece, o seu olhar imediatamente
travando com o meu. O seu sorriso se arreganha quando os seus olhos caem para
me ver. O seu olhar varre sobre mim e pousa de volta no meu rosto. Eu tomo a
minha vez a examinando. Eu não posso ver tudo dela porque ela está escondida
pela mesa, mas ela está deslumbrante. Os seus longos cabelos castanhos estão
enrolados nas costas. Uma sobrancelha arqueia sobre um dos seus olhos
verdes. Um sorriso está brincando nos seus lábios carnudos e rosados. Ela está
usando um vestido escuro com alças finas. A sua pele cremosa está em exibição. A
frente do vestido cai em um V, mostrando o seu amplo decote. A mesa corta o resto
dela, mas estou morrendo de vontade de saber onde o vestido termina nas suas
pernas.

Hudson desliza ao lado das suas duas amigas e coloca um pedaço de pão na
boca. — Se importa se nos juntarmos a você?

— Você pode se juntar a nós. — Diz garota de cabelo encaracolado. — Se você


tirar a camisa.

Savannah e as meninas caíram na gargalhada novamente. A risada alta de


Savannah ecoa pelo espaço.

Hudson encolhe os ombros. Ele coloca o braço atrás da cabeça e começa a


puxar a camisa. A loira ao lado dele o impede com um tapa no seu braço.

— Oh meu Deus! Pare! Você não pode fazer isso aqui! — As meninas ainda
estão rindo. Hudson sorri e coloca outro pedaço de pão na boca. Aproveito a
oportunidade para deslizar ao lado da Savannah. Eu pego James olhando para nós
com a minha visão periférica, mas não viro na sua direção. O meu foco está apenas
na Savannah. As suas bochechas ficam rosadas, quando eu a encaro.

— Valerie, Harper, esses caras são Hudson, James e Liam. — Ela aponta
para cada um de nós. — Gente, essas são as minhas melhores amigas, Valerie e
Harper.

Eu relutantemente tiro o meu olhar da Savannah para encontrar os das suas


duas amigas. Eu alcanço o outro lado da mesa e aperto as suas mãos. James, que
agarrou uma cadeira e está sentado na ponta da mesa, aperta as mãos delas
também, mas ainda está olhando para mim.

Eu o nivelo com um olhar enquanto a sua sobrancelha arqueia. Eu preciso


descobrir o que há entre a Savannah e o James. Ele obviamente não gosta de mim
perto dela.

— Sav, você não nos disse que conhece esses homens excelentes. — Valerie
olha para cada um de nós. — Ela me viu babando em cima de vocês, meninos,
quando vocês entraram, mas não disse uma palavra.

— James é o dono da academia que eu frequento e o Hudson está lá quase


tanto quanto eu. Acabei de conhecer Liam outro dia. — Ela cora quando olha para
mim. Não movo os meus olhos por mais de um minuto. Não consigo desviar o olhar
do rosto dela.

— Bem, se todos eles se parecem com isso, então talvez eu precise me


inscrever na sua academia. – Diz ela.

Harper ri. — Você não acabou de convencer o seu marido a construir uma
academia em casa porque você jurou que se exercitaria se fosse mais conveniente?

Valerie acena com a mão como se isso não importasse.

— Gabe vai para a minha academia. Eu o vi lá algumas vezes. — Savannah


disse a Valerie.

— Mas ele nunca me disse que existem homens assim lá!

— Talvez fosse esse o ponto. Ele não quer que você olhe para ninguém além
dele. E ele não olha para os homens!

Hudson aponta para as travessas no meio da mesa. — Acho que vamos


precisar de mais comida.

— Sério, cara? Você comeu a comida delas. — James estende a mão e o acerta
na parte de trás da cabeça.

Hudson encolhe os ombros. — Vou pedir mais.

Eu me inclino para o ouvido da Savannah e sussurro: — Oi.

Ela finalmente olha para mim novamente. — Oi. — Ela me dá um pequeno


sorriso. — Sua pobre mãe e irmã estavam morrendo de fome quando você
finalmente chegou em casa?

— Nah, elas estavam bem. Fui perdoado assim que entreguei aqueles
pãezinhos de canela.

— Quando vocês dois se conheceram? — James nos questiona.

— Eu o conheci no café mais cedo. — Ela olha para o James. Ele a encara e
ela retribui o olhar. A cabeça dela se inclina ligeiramente e os olhos dele se
estreitam. Os meus olhos voam para frente e para trás entre eles, tentando
resolver o seu relacionamento. A conversa silenciosa deles me leva a acreditar que
eles se conhecem bem. James finalmente acena com a cabeça uma vez e eu sinto a
liberação da tensão da Savannah. Ela continua: — Ele estava pegando café para a
sua mãe e irmã. Começamos a conversar, então ele se atrasou para entregar o café
da manhã.

James vira a cabeça para o outro lado da mesa. Ele é como um sentinela
silencioso sentado à cabeceira da mesa. A sua cabeça está em um giro constante,
nos observando e nos arredores. Percebo que a sua cadeira não está diretamente
de frente para a mesa, mas ligeiramente virada, então as suas costas estão mais
voltadas para a parede do que para o restaurante.

Voltando o meu foco para a Savannah, vejo agora que ela está me
observando. Os seus olhos verdes musgo estão ligeiramente vítreos, resultado de
várias taças de vinho. Um nariz fino e reto termina em um pequeno botão
perfeito. Os seus lábios carnudos e macios são da cor de algodão doce. Eles são
perfeitos pra caralho. Estou morrendo de vontade de moldar os meus lábios aos
dela e consumi-la. Os seus olhos voam no meu rosto. As suas sobrancelhas franzem
e os seus lábios franzem, uma máscara de confusão tomando conta do seu rosto.

O resto da mesa desaparece. Ao fundo, posso ouvir murmúrios da conversa


acontecendo ao nosso redor, mas nenhum de nós quebra o contato visual. Eu
estaria disposto a apostar que a Savannah está tão curiosa sobre mim quanto eu
sobre ela. — O que você está pensando?

Depois de uma longa batida, ela balança a cabeça, a sua expressão suave. —
Não é nada.

— Eu ainda quero que você saia comigo. — Eu sussurro no seu ouvido. —


Decidi tentar te convencer de que valho pelo menos um encontro.

Um garçom se aproxima da mesa, roubando a atenção da Savannah. Eu me


viro para ele, pronto para pedir mais comida para a mesa. O cara, um jovem loiro,
está encostado na mesa entre o James e o Hudson. O seu corpo está bloqueando
quase completamente o Hudson e a sua atenção está voltada para as mulheres. —
Vocês querem outro aperitivo? — Ele olha para a Savannah, os seus olhos caindo
para o seu decote. — É por minha conta.

Eu coloco o meu braço na parte de trás da cabine e coloco a minha mão no


ombro da Savannah, reivindicando algo que claramente não é meu, mas ela com
certeza não é deste filho da puta também. Hudson tosse e fala alto. — Tudo o que
elas comeram esta noite estará na nossa conta. Aceitaremos mais uma garrafa de
vinho e outra rodada dos mesmos aperitivos. — O garçom se mexe enquanto o
Hudson coloca o braço na mesa, virando o seu corpo na direção da Valerie e da
Harper, bloqueando-o efetivamente. O garçom se vira para sair.

— Não seja mau com ele! — Harper reclama. — Ele é o nosso garçom de
sempre. Nós o amamos!

— Sim! Ele é como o nosso cachorrinho. O seu flerte é inofensivo. — Valerie


diz.

O meu dedo está correndo para cima e para baixo no ombro da Savannah, ela
não moveu um músculo desde que coloquei o meu braço em volta dela. Ela olha
para as suas amigas, depois para mim. — Ele é realmente inofensivo, apenas um
flerte sem vergonha.

James grunhe. — O pequeno bastardo é desrespeitoso.


— Homem das cavernas. Todos vocês. — Valerie diz, revirando os olhos.

O marido da Valerie aparece logo depois que o resto do vinho e da comida


acabam. Só as mulheres beberam mais vinho, pois não iriam dirigir. Tenho bebido
um copo d'água, me acalmando. Savannah e Harper estão rindo e sussurrando
uma para a outra. Valerie está desmaiada, encostada na parede.

— Noite normal para garotas, eu vejo. — Gabe diz.

— Gabe! — Savannah e Harper gritam. — Estes são Liam, James e


Hudson. Eles se exercitam na minha academia. Jamesy Bear6 é o meu me—
melhor amigo.

Melhores amigos, penso comigo mesmo. Eu me pergunto se James apenas


pensa nela como uma amiga. Eu aperto a mão que Gabe está estendendo, então
me levanto e coloco dinheiro suficiente na mesa para cobrir a conta.

— Eu sei quem são James e Hudson, Sav. Eu malho lá também. Lembra?

Ela soluça, parecendo confusa. — Oh sim! — Ela começa a rir. A sua risada
e risos trazem um sorriso automático ao meu rosto. Eu não me canso desses sons
altos e loucos.

Depois que o Hudson e a Harper saíram da cabine, Gabe puxou a Valerie para
fora, enrolando um braço em volta da cintura dela para equilibrá-la.

— Vamos, querida. — Ele diz.

— Um de nós pode levá-las para casa, para que você possa colocá-la na cama.
— Digo ao Gabe.

Ele olha direto para a Savannah. Ela acena com a cabeça. — Você tem
certeza? — Ele pergunta. Ela acena com a cabeça novamente, parecendo um pouco
mais clara. A troca a acordou um pouco.

— Eu vou levar vocês. — Eu digo baixinho, estendendo a mão para colocá-la


no seu ombro.

— Não, tudo bem. — Ela diz.

Estou confuso. Ela parecia estar bem com a gente levá-la para casa. — Eu
realmente não me importo. — Eu insisto.

Ela olha direto para mim, os olhos arregalados e saltando para frente e para
trás entre o resto do grupo e eu. A sua respiração acelerou ligeiramente. — Não
digo às pessoas que não conheço, onde moro. — O que? Ela está com medo de mim?

6 A personagem gosta de dar apelidos carinhosos, aqui ela chamou o James de Urso Jamesy.
Gabe se inclina, sussurrando no ouvido da Savannah. — Está tudo bem. —
Savannah diz balançando a cabeça. — James?

— Sim, levarei você.

Eu me viro para o James. Ele está olhando para mim com um olhar intenso
que não entendo. Eu me aproximo dele e do Hudson. — O que estou perdendo aqui?

— Inferno, se eu sei. — Hudson diz. — No entanto, verei com quem vou para
casa. — Ele caminha em direção a um grupo de mulheres e, em segundos, ele as
faz rir. Eu volto o meu foco para James.

— Não é minha história, cara.

Eu posso respeitar isso. Eu não o pressiono por mais. Eu não terminei com a
Savannah. Vou conhece-la e ela vai me contar. — Qual é o seu problema com ela?

— Apenas bons amigos. — Posso dizer que há mais no relacionamento deles


do que isso, mas não vejo nenhum ciúme no seu rosto. Ele só se preocupa com ela
como amiga. — Eu sei que você está interessado.

— Eu estou. — Eu confirmo.

— Você é legal, eu gosto de você, mas se você foder com ela, o seu corpo nunca
será encontrado. É simples assim. Essa garota pode muito bem ser a minha
irmã. Não vou atrapalhar o que ela quer, mas com certeza vou protege-la.

— Entendido.

Ele se move ao meu redor, indo em direção às meninas. — Vejo você no


sábado. — Ele bate as mãos nas minhas costas. Eu vejo quando eles saem do bar
e entram no seu SUV.
CAPÍTULO 9

Savannah

EU ESTOU COLOCANDO A COMIDA NAS LONGAS MESAS de madeira que parecem


mesas de piquenique, mas muito maiores, cada uma acomodando cerca de trinta
pessoas. James arruma quatro mesas no meio do ginásio sempre que oferece esses
jantares. Eu estava aqui na primeira vez que James ofereceu um jantar. Ele
começou apenas dando comida para algumas crianças que precisavam e agora isso
se tornou um evento comunitário.

Cada mesa é configurada em estilo familiar com grandes tigelas para


servir. Essa foi a minha sugestão para o James. Fazer com que pareça um jantar
em família em vez de um buffet onde você é servido por ajudantes. Eu ajudo
algumas das mães com treinamento básico de defesa pessoal. Muitas têm cônjuges
abusivos de quem estão tentando escapar, mas nem sempre é fácil. Algumas
escaparam, mas temem que o seu cônjuge volte. Eu sei que aprender manobras
simples pode fazer você se sentir mais segura. Aprender a lutar me trouxe um
conforto que eu nunca pensei que sentiria novamente.

James vem até mim naquele momento, ajudando com a arrumação do


local. Ele gentilmente bate o seu ombro no meu como uma saudação.

— Obrigada por me levar para casa na outra noite.

— Tudo bem.

Ele me levou para casa algumas vezes. Ele é uma das poucas pessoas que
sabe onde moro.

— Ele queria te levar para casa, você sabe.

A minha postura fica rígida quando fico tensa. Mal consigo falar — Quem?
— Eu sei exatamente de quem ele está falando, mas não vou cair nessa
armadilha. E, James sabe exatamente o porquê eu não o deixei me levar para casa.

James zomba. — Não brinque assim comigo.

— Você disse alguma coisa a ele?

A mão do James congela no ar enquanto pousa um garfo. Ele suga uma


respiração afiada. Eu viro a minha cabeça para olhar para ele. O seu rosto vem
lentamente em direção ao meu, sobrancelhas baixas, lábios em um sorriso de
escárnio. Ele parece ofendido e zangado.
— Nunca.

Eu suspiro, sentindo-me derrotada. — Eu sei, me desculpe.

James volta a colocar os talheres. Ele acena com a cabeça; eu sei que o
chateei. Ele se orgulha de ser um bom homem, que nunca quebraria a confiança
de alguém ou arriscaria a segurança de um indivíduo. Ele é a única pessoa de
quem me tornei amiga, depois que a minha vida mudou, que sabe o que aconteceu.

Passamos para a próxima mesa, trabalhando em equipe com cada


configuração de local. O silêncio tenso paira em torno de nós, fluindo em todos os
poros. James é a pessoa que me disse para manter o meu endereço e paradeiro em
sigilo. Foi ele quem me treinou no meio da noite, quando eu estava com muito medo
de entrar em uma academia cheia de homens. Ele é quem me verifica e faz treinos
comigo. Estou segura agora, mas nem sempre estarei segura. As ameaças do meu
passado vão voltar. É só uma questão de tempo. James me mantém preparada e
pronta para esse momento.

— James. — Eu coloco a minha mão no seu bíceps e aperto. Ele congela


novamente, os seus ombros tensionam ainda mais. — James, por favor.

Ele pousa os utensílios e se vira para mim, a expressão dura no seu rosto não
desapareceu. — Você sabe que eu nunca iria traí-la, arriscar a sua segurança ou
colocá-la em uma posição desconfortável. Você sabe disso.

— Eu sei. Eu sinto muito. Eu não deveria ter perguntado. Foi estúpido da


minha parte. Você é a pessoa em quem mais confio no mundo. Eu nunca duvidei
de você. Não sei de onde veio essa pergunta. — Abro os meus braços e envolvo o
seu corpo de urso. Eu descanso a minha cabeça contra o seu peito e, finalmente,
ele envolve os seus braços em volta de mim também, e descansa a sua cabeça em
cima da minha.

— Está bem.

Eu o aperto mais uma vez. — Sinto muito, James.

— Pare. Chega de se desculpar. Está feito. Ficaremos bem.

Ele volta para a tarefa em mãos. Ficamos em silêncio, mas não é mais tenso
ou desconfortável.

— Ele está interessado em você.

— Eu sei. Ele me convidou para um encontro.

— Penso que é uma boa ideia.

Parei de definir os lugares, incapaz de olhar para qualquer lugar a não ser
para ele. — Você acha? — Eu pergunto, completamente chocada. Ele está
constantemente me alertando para ficar longe dos caras e interferindo quando os
homens se aproximam de mim na academia.

— Sim.

— Por quê? — Eu lentamente volto a definir cada lugar.

— Você precisa viver a sua vida. Eu não te conhecia antes, mas pelas fotos
que vi e pelas histórias que a Valerie e a sua mãe contam, a sua vida era muito
mais plena antes. Você precisa viver essa vida novamente. Não estou dizendo que
abandone todo o sentido e jogue a sua segurança pela janela. Você precisa
permanecer sagaz e manter a sua merda pessoal fechada, mas sair com ele não vai
te machucar. Ele é um bom cara. Deixe-o te cortejar. Qual o pior que pode
acontecer?

— Acho que nós dois sabemos o pior que pode acontecer. — Eu suspiro,
balançando a minha cabeça, não querendo ir lá. Eu mudo de assunto. — Você mal
o conhece. Isso é tão diferente de você.

Ele suspira, exasperado. — Eu sei o suficiente. Ele é gente boa. Eu te aviso


para ficar longe dos outros, porque eles não são. — Ele dá de ombros, como se fosse
a decisão mais fácil do mundo.

Terminamos a mesa em silêncio. Há uma parte de mim que quer se


arriscar. O meu coração dispara toda vez que penso no Liam. O seu sorriso
pecaminoso e a voz enferrujada me fazem apertar as minhas coxas juntas.

James vem por trás de mim e coloca as mãos nos meus ombros. — Basta
pensar nisso. — Ele beija o topo da minha cabeça e vai embora.

Eu estive pensando sobre isso. Demais. Ele está na minha mente desde
aquela manhã no café. James perguntou o que de pior pode acontecer. A minha
mente corre para o meu passado. Eu sei o pior, já vivi o pior. Não tenho vontade
de fazer isso de novo. Sim, tenho encontros, mas sempre seleciono cuidadosamente
os homens com quem namoro. Escolho conscientemente homens com quem não
quero um relacionamento duradouro. Faço isso porque sei que, depois de um pouco
de tempo, seguiremos em frente. É seguro. É fácil. É a única maneira de ter algum
tipo de vida amorosa nos últimos seis anos. As palavras de James ecoam na minha
mente. Arriscar. Eu sei o pior do que pode acontecer, mas e o melhor?

Eu coloco o último copo no último lugar e olho para cima a tempo de ver o
Liam entrando no ginásio, imediatamente me procurando. O seu jeans escuro cai
baixo nos seus quadris. O seu peito largo e ombros parecem que estão prestes a
explodir da sua Henley7 verde. Um sorriso brincalhão surge no canto da sua
boca. Ele sabe que estou investigando-o. Os meus olhos correm ao redor,
procurando por algo em que me agarrar, uma desculpa do que eu poderia estar
olhando, em vez dele. Eu solto uma respiração instável, antes que ele me alcance.

7 Marca de camisa super confortável.


Quando ele dá um passo bem na minha frente, os seus olhos me examinam
da cabeça aos pés, duas vezes. Ele se inclina e dá um beijo na minha bochecha e
sussurra no meu ouvido: — Linda, como sempre.
CAPÍTULO 10

Liam

FODA-SE, A SAVANNAH CHEIRA TÃO BEM. Eu silenciosamente inalo o seu cheiro


inebriante enquanto me inclino para beijar a sua bochecha. A sua respiração fica
presa quando os meus lábios fazem contato com a sua bochecha. Eu sei que ela
sente a química.

A sua voz está ofegante quando ela sussurra: — Ei, Liam. — Eu endureço
atrás do zíper da minha calça jeans, o meu nome saindo da sua boca daquela forma
ofegante que me faz imaginá-la debaixo de mim, por cima de mim, na minha
frente. Afasto-me do seu espaço pessoal, embora queira ficar. Quero invadir cada
um dos seus sentidos, onde nada mais existe, exceto nós dois.

Olho ao redor do ginásio. Existem quatro grandes mesas de madeira com


talheres em cada local. James está desdobrando mesas menores na área onde os
pesos costumam estar colocados. Mais algumas pessoas circulam fazendo várias
tarefas.

Hudson me pediu para aparecer mais cedo e ajudar na configuração. Eu disse


a ele que faria. Eu quero ajudar. Tenho muito respeito pelo James por ajudar
famílias nesta área de Austin. Mas eu também apareci mais cedo porque tive a
sensação de que a Savannah estaria aqui também. Estou feliz em ver que estava
certo.

— Em que posso ajudar?

— Você não precisa ajudar. — Ela acena com a mão como se estivesse
afastando a ideia.

James passa naquele momento. — Ponha o traseiro dele para trabalhar, Sav.

Savannah revira os olhos e murmura algo que não consigo entender. — Ok,
bem, eu ainda preciso montar uma estação de bebidas. James acabou de configurar
mesas para jogos diferentes. Temos jogos de tabuleiro e jogos de cartas que
deixamos em cada uma. Você poderia... — ela para quando o James sai da parte
de trás carregando uma pilha enorme de jogos de tabuleiro.

— Acho que você está me ajudando com a estação de bebidas. — Ela se vira
e caminha em direção à área dos fundos. Existem vários refrigeradores e garrafas
de dois litros em todo o pequeno escritório.
— Precisamos colocar essas mesas junto de cada uma das mesas de jantar lá
fora. — Ela aponta para as mesas dobráveis. Existem pequenas alças na parte
superior. Pego quatro em cada mão e começo a sair da sala quando a ouço dizer: —
Exibido.

Eu volto para ela. Os seus olhos se arregalam de surpresa por eu ouvi-la. —


Baby, eu poderia me exibir para você de várias maneiras, mas isso... — Eu levanto
as mesas um pouco mais alto. — Não seria uma delas. — Um lindo rubor rosa se
espalha por suas bochechas. Ela vira as costas para mim e estremece. Eu sorrio,
esperando que ela esteja interessada.

Quando volto para a sala, ela está colocando gelo nos refrigeradores. Eu a
observo por um momento enquanto ela se inclina, suprimindo um gemido pelo
show. O seu vestido é longo o suficiente para mantê-la completamente coberta. Eu
olho para longe, não querendo assustá-la se ela me pegar olhando. Eu olho para
trás na sua direção quando ouço as tampas fechando. Ela dá um passo para trás e
escorrega na água. Eu corro para frente bem a tempo para ela pousar no meu peito
e os meus braços envolvem a sua cintura. Eu gentilmente a levanto de pé e a
viro. Ainda nos meus braços, ela coloca as mãos no meu peito e se inclina para trás,
olhando diretamente nos meus olhos.

Se eu me mover um pouco mais perto, os nossos corpos se fundirão. A sua


respiração está acelerada, os lábios entreabertos. Eu olho para baixo e percebo que
os seus mamilos estão endurecidos sob o tecido do seu vestido. Eu anseio por
pressionar o meu corpo contra o seu calor.

— James disse que eu deveria te dar uma chance.

Eu inclino a minha cabeça para trás, completamente surpreso. Ele me


ameaçou de assassinato outra noite, eu não acho que ele diria a ela para me dar
uma chance. — Bem, isso confirma o que pensei sobre ele.

— O que você pensou sobre ele?

— Que ele é um homem inteligente. — Ela me encara e depois começa a


gargalhar. Eu sei que todo mundo na academia a ouve rindo. O meu peito se enche
de orgulho — eu a fiz rir. Cada vez que estou perto da Savannah, tenho esse
impulso de fazê-la sorrir e rir, de ser aquele que a faz feliz. Eu anseio por ela. Eu
anseio por tudo sobre a Savannah. Eu quero cada um dos seus pensamentos,
desejos e fantasias. Eu quero saber o que a faz pulsar, o que a faz sorrir, o que a
faz explodir de raiva, o que a faz desmoronar sob o meu toque. Fazê-la rir é apenas
o primeiro passo para reivindicar todo o desejo repentino que essa garota está
provocando em mim.

Ela se afasta do meu peito e do meu abraço. — Eu também pensei que ele era
inteligente, então ele me disse para sair com você. Acho que estava errada. — Ela
ri para si mesma enquanto passa por mim e saí do escritório. Ela grita por cima
do ombro: — Traga esses refrigeradores, sim?
Eu rio. Coisinha atrevida.

As famílias começam a chegar logo depois que tudo está configurado. Tenho
ajudado o Hudson e o James durante a noite jogando com as crianças, ensinando-
as a treinar e garantindo que elas tenham comida suficiente. As crianças são
maravilhosas e engraçadas. O único lugar para onde não irei é a mesa com
cartas. Não me importo se o jogo é goldfish8, não vou chegar perto de um baralho
de novo. Estive observando Savannah a noite toda. As meninas vão até ela e a
seguem. Ela dedicou tempo a cada uma delas. Eu a vi ensinar algumas mães a se
defender se houver algum agressor. Ela está pegando fogo esta noite. O sorriso
dela é o mais brilhante que já vi, quero que ela sorria assim o tempo todo. E
egoisticamente, quero que o seu sorriso seja direcionado a mim.

Savannah está agora sentada em uma mesa com um menino que parece ter
cerca de dez anos. Ele é magricelo, usa óculos e roupas que não lhe servem
bem. Aproximo-me para ver o que estão fazendo. Ela olha para mim quando me
aproximo da sua mesa e me dá um sorrisinho doce, as suas bochechas ficando
ligeiramente rosadas.

— Ei. Quem é o seu amigo? — Eu pergunto, apontando para o menino. Ele


não estava com o grupo de meninos que queria treinar antes. Quando eu olho para
ele, fico surpreso ao encontrá-lo olhando para mim.

— O que é isso pra você? — Ele me pergunta com o máximo de atitude que
consegue reunir. Ele está olhando para trás e para frente entre a Savannah e eu
com uma carranca no seu rosto jovem. Ele empurra os óculos no nariz, ainda
olhando para mim.

— Parker! Isso não é muito educado. Este é o meu amigo, Liam. Liam, este é
o meu amigo Parker.

Eu estendo a minha mão para ele apertar. — Prazer em conhecê-lo, Parker.


— Ele ignora a minha mão e se volta para a Savannah. Ele desliza um centímetro
mais perto dela e me lança um sorriso presunçoso.

Savannah está tentando conter a risada da dissimulação óbvia dele por


mim. Sento-me do outro lado da Savannah e o sorriso presunçoso do Parker desliza
do seu rosto. Ele está apaixonado por ela. Compreendo. Ela também me amarrou
em nós, garoto. Eu me certifico de manter espaço suficiente entre a Savannah e eu
na frente da criança.

Savannah limpa a garganta, ainda sufocando o riso. — Parker estava me


contando sobre um videogame legal que o seu irmão mais velho deu a ele.

— Qual jogo? — Eu pergunto ao Parker.

8Jogadores: 4 ou 6. Baralho: padrão de 52 cartas. Distribuição: 5 cartas são entregues a cada jogador e o resto das
cartas são empilhadas no centro da mesa. Objetivo: baixar o maior número de combinações que conseguir
(quadras).
— Você nunca ouviu falar disso, velhote.

Savannah joga a cabeça para trás, o seu corpo inteiro tremendo de tanto
rir. Parker olha para ela com olhos arregalados. Juro que vejo corações nos seus
olhinhos. De novo — eu também, garoto. Eu também.

— Sav? — James chama do outro lado da sala.

— Eu já volto, senhores. — Ela corre até o James. Eu vejo quando ele diz
algo a ela, acenando com a cabeça para um grupo de mulheres. Savannah acena
com a cabeça.

— Ela é minha.

Eu olho para o Parker, tentando esconder o meu sorriso. Ele está me olhando
feio de novo. — Ela vai ser minha namorada um dia. Quando eu tiver idade
suficiente. Vou derrubar qualquer um que tentar ficar no meu caminho. — Ele
bate com o punho na outra mão. Mesmo com o garoto olhando para mim, não posso
deixar de gostar do seu estilo.

— Bem, tenho que ser honesto com você, Parker. Gosto dela e quero que ela
saia comigo.

Ele me olha de cima a baixo, mas não diz nada.

Eu pergunto a ele: — E uma garota da sua idade?

Ele responde: — Savannah é a garota mais bonita que eu já vi.

— Ela é a garota mais bonita que eu já vi também.

Parker me avalia de novo e empurra os óculos no nariz. Ele deixa escapar um


pequeno escárnio antes dos seus olhos me deixarem e pousarem na Savannah. —
Vamos ver qual homem sai por cima. — Ele se levanta e vai embora.

Uma mulher se aproxima dele, presumo que seja a sua mãe. Ele acena com a
cabeça e sai correndo em direção a Savannah. Ele a abraça pela cintura, a sua
cabeça encostada no estômago dela. Ele olha para mim com um sorriso enorme no
rosto. Não posso culpá-lo por sua tenacidade.

Depois que Parker sai, Savannah faz o seu caminho até mim e se senta. —
Você se divertiu?

— Sim. — Digo a ela. — As crianças são ótimas. É uma coisa legal o que o
James está fazendo.

— Isto é. Eu o ajudo desde o começo. Ele percorreu um longo caminho e


ajudou muitas pessoas.

— Espero que ele também tenha me ajudado. — Respondo batendo o meu


ombro levemente no dela, tento fazê-la olhar para mim.
— O que você quer dizer? — O seu rosto está franzido em confusão. Ela
parece muito fofa com o nariz franzido.

— Ele disse para você me dar uma chance. Espero que você o ouça, o que me
ajudaria

Ela sorri. — Ele me disse isso.

James aproveita esse momento para aparecer. — Vou fechar em breve. Você
está bem?

Savannah se levanta, dando-lhe um abraço e um beijo na bochecha. — Vejo


você amanhã.

— Mais tarde, Liam. — James diz antes de ir embora.

— Vou sair com você. — Eu me levanto em direção a Savannah e coloco a


minha mão na parte inferior das suas costas. O seu calor irradia na minha
mão. Ela enrijece um pouco, mas não se afasta de mim. Ela para do lado de fora
do prédio, tirando as chaves da bolsa. Ela se vira para mim, o seu rosto uma
máscara em branco. Ela me observa por um momento.

Eu coloco uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. — Saia comigo amanhã
à noite.

Ela morde o lábio, nunca tirando os olhos dos meus. — Ok.

Eu escondo a minha surpresa. Achei que ela não concordaria. Faço uma nota
mental para comprar uma garrafa do uísque favorito para o James.

Eu seguro a sua bochecha. — Eu prometo que vamos ter um bom


tempo. Deixe-me acompanhá-la até o seu carro.

Ela fica tensa, os seus traços se moldam em uma expressão dura. — Eu posso
caminhar até o meu carro.

— Eu sei que você pode, mas gostaria de acompanhá-la até o seu


carro. Significa que tenho mais um minuto com você. — Eu sorrio e dou um passo
para trás, sentindo que ela precisa de um pouco de espaço. Ela pode ter dito sim
rapidamente, mas pelo conjunto tenso dos seus ombros e pânico enchendo os seus
olhos, foi tudo menos uma decisão fácil para ela. Quero abraçá-la bem perto de
mim, mas preciso que ela saiba que sou um bom homem que a respeitará.

Ela começa a caminhar em direção ao lado direito do prédio e eu fico ao lado


dela. Quando chegamos a um pequeno SUV branco, ela se vira para mim e
empurra o polegar por cima do ombro. — Este é o meu.

Eu tiro o meu telefone do bolso. — Qual é o seu número? — Ela fala o seu
número de telefone. Eu envio uma mensagem rápida e o seu telefone apita dentro
da sua bolsa. — Este é o meu.
Eu seguro um lado do seu rosto e me inclino, pairando acima dos seus lábios
carnudos. Ela respira fundo. Depois de um tempo, ela fecha os olhos e se inclina
um pouco mais. Um gemido irrompe do meu peito. Eu quero devorar a sua boca,
explorar e saborear cada parte dela. Eu apago o último pedaço de distância entre
nós e beijo a sua bochecha, bem no canto da sua boca. Um gemido escapa dela.

Eu sussurro: — Amanhã, Savannah.

CAPÍTULO 11

Savannah

EU ME ENCOSTEI NO MEU CARRO, COMPLETAMENTE SEM FÔLEGO. Acho que teria


dado a ele qualquer coisa naquele momento apenas para fazê-lo me beijar. Quando
me inclinei para ele, senti o calor irradiando do seu corpo. Eu me senti protegida
e segura. O seu cheiro era puro masculinidade, madeira e almíscar. Eu tive que
impedir a minha língua de sair correndo e correr sobre os seus lábios carnudos.

Entro no meu carro, pegando o meu telefone para salvar o seu número.

Vou beijar esses doces lábios amanhã.

A minha calcinha já molhada, agora está encharcada de antecipação. Faz


muito tempo que não sou beijada ou tocada. Eu sei que posso me perder no Liam.

Quando saio do estacionamento, noto que o Liam ainda está lá, ao lado do seu
Jeep. Um brilho fraco da rua se projeta sobre ele. Eu posso dizer que ele está
sorrindo e eu cerro as minhas coxas juntas.

Vou direto para o meu quarto quando chego em casa, tiro a roupa e rastejo
para a cama. Me acomodo, prestes a ler um novo livro de romance. Já estou
sorrindo, pensando no Liam olhando por cima do meu ombro na cafeteria, quando
o meu telefone toca.

Liam: Chegou bem em casa?

Savannah: Sim. Você vai ter que jogar as suas cartas corretamente para
receber um beijo meu amanhã.

Liam: É verdade?
Eu o imagino dando o seu sorriso contagiante, deixando escapar uma pequena
risada enquanto os seus olhos de chocolate brilham em diversão. Eu não posso
desistir tão facilmente, mesmo que eu esteja apenas jogando neste momento. Eu
quero beijá-lo. Eu quero fazer mais do que beijá-lo.

Savannah: Sim.

Liam: Se eu não quisesse tanto te beijar, faria você implorar.

Savannah: Eu não imploraria. Onde devo te encontrar amanhã?

Liam: Veremos. Qual é o seu endereço? Pego você às 18:00.

Merda. Não sei como explicar a ele que não dou o meu endereço a todos sem
que ele me faça mais perguntas. Os meus encontros anteriores foram em sua
maioria arranjos ou reuniões casuais, então é fácil dizer que quero encontrá-los no
restaurante. Eu mordo a minha unha do polegar, pensando em uma desculpa.

Liam: Você esqueceu o seu endereço? Eu te afeto tanto, linda? ;)

Savannah: Ha. Ha. Tenho muitas tarefas para fazer amanhã. Será mais
fácil se eu encontrar você lá.

Isso soa plausível. Nada a questionar, poderia ser totalmente algo que tenho
que fazer, penso eu, balanço a cabeça e me sinto orgulhosa por ter pensado em algo
tão rapidamente.

Liam: Isso é uma desculpa? Você mencionou no bar que não dá o seu
endereço.
Merda. Estúpida e bêbada Savannah.

Savannah: Não é uma desculpa. Estou apenas mais confortável indo aos
primeiros encontros do que eles me pegando.

Liam: Eu acho que há mais nessa história. Não vou me intrometer.

Liam: Por enquanto.

Eu não respondo, sem saber o que dizer. Eu quero soar alegre e leve como se
eu não fosse uma garota com problemas. Os meus polegares param na tela,
implorando à minha mente por algo para dizer.

Liam: Eu gostaria de te pegar. Você estará segura comigo. Vou provar que
você pode confiar em mim. Pense nisso. Me avise pela manhã. Se ainda não
quiser me dar o seu endereço, direi onde me encontrar.

Liam: Parece justo?

O meu coração bate mais forte com a sua doce mensagem. Estou assentindo,
embora ele não possa me ver. Estou grata por ele não estar se intrometendo. Sei
que ele está sendo honesto. Posso confiar nele, mas ainda não posso aliviar. Eu
mantive a minha paz de espírito e regras de segurança por tanto tempo. Não tenho
certeza se posso ou devo jogá-las pela janela ao primeiro sinal de um bom homem.

Savannah: Parece justo. Boa noite, Liam.

Liam: Boa noite, menina bonita.


Na manhã seguinte, a minha mãe atende no terceiro toque. — Oi
querida. Como está indo?

O som da sua voz brilhante me faz sentir falta de casa, mas eu nunca poderia
viver onde cresci. Depois de tudo o que aconteceu, eu precisava começar de
novo. Os meus pais vêm me ver nos feriados. Não volto lá há seis anos e não
pretendo voltar. Os meus pais falaram sobre se mudar para mais perto depois que
o meu pai se aposentar. Odeio tirá-los de casa, mas uma parte egoísta de mim os
quer mais perto.

— Ei mãe.

— Uh-oh. O que está acontecendo? O que há de errado?

Ela instantaneamente sabe que algo está acontecendo pelo som da minha
voz. As suas perguntas me levam de volta à mesa da cozinha, comendo cookies
snickerdoodle9 quentes recém-saídos do forno. A minha mãe sentada em uma
banqueta ao meu lado esfregando as minhas costas, eliminando todos os problemas
do mundo.

Eu fico quieta por um minuto. — Não tenho certeza por onde começar.

— Comece do início, querida. – Diz a minha mãe.

— Eu conheci um cara.

Ela respira fundo. Eu sei que isso é difícil para ela também. Ela quer que eu
esteja segura, mas tem me pressionado a viver minha vida. — Por favor, me diga
que isso não é sobre aquele idiota de um tempo atrás.

— Jesus. Não, claro que não!

— Isso é bom. Ok, onde você conheceu esse cara?

— Eu o vi pela primeira vez na academia. Ele cresceu nesta região. Ele é


amigo de um dos amigos do James. — Os meus pais conhecem o James. A minha
mãe o adora e continuamente me implora para convidá-lo quando eles visitam. O
meu pai tem um grande respeito por ele. Ele sabe que o James me deu parte da
minha vida de volta quando ele me colocou sob a sua proteção anos atrás.

A minha mãe fica quieta, deixando-me falar no meu ritmo. Ela nunca me
empurra. Ela sempre se sentava, silenciosa e pacientemente, enquanto eu comia
um snickerdoodle e compartilhava cada desafio que enfrentava. Acho que o silêncio
dela me fez abrir e compartilhar mais do que outras adolescentes podem
compartilhar com as suas mães.

9é um tipo de biscoito feito com manteiga ou óleo, açúcar e farinha e enrolado em açúcar e canela. Às
vezes, os ovos também podem ser usados como ingrediente, com a adição de creme de tártaro e
bicarbonato de sódio para fermentar a massa.
— Eu o conheci oficialmente em um café. Ele é tão lindo. Sexy. Alto,
musculoso, com olhos e cabelos castanhos. Ele adora pãezinhos de canela como
você não acreditaria. Ele é inteligente e engraçado. Naquele dia, no café, ele estava
comprando pãezinhos de canela para a sua mãe e irmã. Quão doce é isso? Quando
ele me disse que voltou para ficar mais perto da sua família, eu derreti ali mesmo
no chão da cafeteria.

A minha mãe suspira. Eu sei que ela está sentada no balcão da cozinha com
a cabeça na mão, desmaiando. Eu tenho amor por livros de romance e contos de
fadas por causa dela.

— Então, quando ele me convidou para sair, eu disse não.

— O que?! — A minha mãe exclama. Ela gagueja, tentando falar. Finalmente


decidindo: — Eu não esperava isso.

Eu dou uma risada áspera. — Sim.

Ela fica quieta novamente, esperando o resto.

— Desde a primeira vez que o conheci, senti algo. Eu quero conhece-lo. Eu


quero ir a um encontro com ele, mas estou apavorada. Com os outros caras eu
sabia que havia uma data de expiração definitiva
em um futuro extremamente próximo. Ele é diferente. Eu quero que haja algo
mais com ele. — Isso é algo que adoro falar com a minha mãe. O silêncio que ela
fornece me dá tempo para resolver os problemas e admitir mais para mim
mesma. — Ele foi compreensivo sobre a minha recusa. Nós continuamos correndo
um para o outro. Para encurtar a história, temos um encontro hoje à noite. Ele
quase me beijou ontem à noite, e mãe, eu realmente queria isso. Ele quer me
pegar em casa. Eu disse não, que iria conhece-lo primeiro. Ele me disse para
pensar sobre isso. Disse que eu estaria segura com ele. Disse que sabe que tenho
uma história e não vai se intrometer. Pelo menos não agora. Eu não sei o que
fazer.

Normalmente é o momento em que a minha mãe oferece conselhos sábios,


mas ela permanece quieta. Afasto o telefone do ouvido, verificando se a ligação
ainda está conectada. Estou prestes a perguntar se ela está lá quando a ouço
suspirar.

— Honey. Você sabe que quero você a salvo e admiro o quanto você leva a sua
segurança em consideração, mas ele não é mais uma ameaça. Você está
segura. Fico feliz porque, sendo uma mulher jovem e solteira, você não permite
que qualquer homem entre na sua casa, mas acho que precisa afrouxar um pouco
as rédeas. Arriscar.

— Isso é o que o James disse também.

— Sempre gostei daquele menino. — Diz a minha mãe. Eu posso ouvir o


sorriso na sua voz. Na sua mente, ela adotou o James não oficialmente na nossa
família.
— Você gosta desse homem? — Ela me pergunta.

— Sim.

— Você acha que o Liam é um cara mau?

— Não, mas eu não pensei…

— Não traga ele para isso. Esqueça ele. — O desprazer no seu tom grita
através da linha telefônica. Ela se recusa a dizer o nome dele.

Eu aceno, embora ela não possa me ver. Ela sabe que estou ouvindo e
tentando seguir esse conselho.

— Você gosta do Liam. Ele é um bom homem. Liam não é ele. Dê a ele o seu
endereço, querida.

— Obrigada, mãe.

— Ligue-me amanhã. Eu quero saber como foi o encontro. Eu te amo muito.

— Eu também te amo.

Desligo o telefone e o coloco no peito. Eu sei que o James e a minha mãe estão
certos. Tenho que afrouxar um pouco as rédeas se quiser viver de verdade. Tenho
me orgulhado de não me esconder, mas também não tenho vivido. É hora de
retomar a minha vida completamente.

Savannah: Avenida Lake Ridge n° 5835. Vejo você às 18:00.

— Harper? — Bato suavemente na porta entreaberta da Harper.

— Sim, baby?

Abro a porta para encontrá-larelaxada na espreguiçadeira no canto do


quarto. Ela tem uma máscara de argila no rosto e o cabelo está preso no topo da
cabeça. Ela me olha com expectativa.

— Então... — Eu começo antes de parar.

— Sim? — A sua sobrancelha perfeitamente formada arqueia para cima.

— Eu tenho um encontro com o Liam hoje à noite. — Eu deixo escapar, em


seguida, cubro o meu rosto, envergonhada de como estou nervosa.
— O cara que estava com o James e o Hudson na outra noite.

— O próprio!

— Eu sabia! Eu acertei totalmente. Eu sabia que ele gostava de você. Aquele


bom homem ficou olhando para você a noite toda. Quando é o encontro?

— Esta noite. Quer me ajudar a escolher uma roupa?

— Eu acho que fazer compras é mais importante do que respirar?

Ela realmente se sente assim. Além de possuir a sua butique, Harper


shops. Ela faz compras quando tem um dia ruim. Ela faz compras quando ela tem
um bom dia. Ela faz compras na terça—feira.

— Claro que quero ajudá-la a se preparar! — Ela salta da espreguiçadeira e


corre pela porta, me puxando atrás dela — direto para o meu quarto. Ela me senta
na cama e corre para o meu armário. — Deixe-me fazer a minha mágica!

Ouço os seus cabides deslizando e fazendo ruídos de aprovação ou


desaprovação a cada passada. — Você sabe em que lugar será o encontro?

— Não. — Eu respondo.

— Ok, casual, mas algo que poderia facilmente ser usado em um lugar
melhor.

Eu me deito na minha cama, esperando que ela complete a sua 'mágica'.

— Você se depilou?

— Sim, eu depilei as minhas pernas esta manhã.

— Não é o que eu estava perguntando, Sav. Espero que todos os lugares,


incluindo as suas pernas, estejam todos bonitos e sedosos.

— Harper!

Ela enfia a cabeça para fora do armário, me dando um olhar que diz para
superar isso. Ela volta a trabalhar dentro do armário quando eu relutantemente
respondo: — Sim, tudo está suave como uma seda. Não que isso importe!

— Claro que importa. — Ela diz.

— Ele não vai chegar perto da minha... área esta noite! Acabamos de nos
conhecer. — As minhas bochechas ficam vermelhas de vergonha.

— Supere a si mesma. Se parecer certo, não há nada de errado em ir atrás do


que você deseja. Além disso, você está em um período de seca há tanto tempo que
pode renomear a sua 'área'…— Eu ouço as aspas no ar nas suas palavras — …como
Deserto do Saara.
Ela pode estar certa, mas não estou pronta para nada disso com Liam. Mesmo
que ele me faça estremecer toda vez que olho para ele. Mesmo que eu queira
agarrar a sua bunda enquanto ele...

— Sav.

Eu olho para cima para encontrar Harper me dando um sorriso astuto. Ela
sai totalmente do armário, segurando alguns cabides. — Temos algumas opções
aqui. Eu quero que você pareça doce, mas totalmente sexy. — Ela começa a
segurar cada vestido no meu corpo, lançando cada um em duas pilhas
diferentes. Nem tenho certeza dos quais ela gosta e dos quais não.

Ela enfia três vestidos nas minhas mãos. — Experimente isso.

Eu vou ao banheiro para me trocar.

— Por que você está tão nervosa sobre esta noite?

Eu suspiro antes de puxar o primeiro vestido pela minha cabeça. É lindo e


sexy, mas muito para um primeiro encontro. É um verde esmeralda com um V
profundo na frente. O vestido abraça cada curva do meu corpo e atinge o meio da
coxa. Este não é um vestido casual. Pelo menos não para mim. Pode ser para
Harper, que parece estar pronta para desfilar na passarela, mesmo quando está
indo para a cama.

Saio do banheiro para o meu quarto. Harper está sentada na cama, alisando
a mão sobre o tecido de um dos vestidos que está ao lado dela.

— Como você pode dizer que estou nervosa?

— Já faz um tempo que moramos juntas. Acho que estou te conhecendo muito
bem. Eu posso dizer quando você está perdida na sua mente. Você só recua dentro
de si mesma quando tem algumas emoções extremas acontecendo.

Eu gemo, caindo na cama. — Não sei por que estou nervosa. É apenas...
parece diferente de outros encontros que eu já fui.

— Como assim? — Ela inclina a cabeça, franzindo as sobrancelhas. — Você


estava animada com o seu último encontro.

— Sim, estava, mas para ser honesta comigo mesma, acho que sabia que não
havia muito em jogo. Não havia muito risco envolvido. Com o Liam, tenho quase
certeza de que não irei embora antes do jantar começar.

Harper começa a rir uma gargalhada profunda. — Ainda não consigo


acreditar que o encontro foi tão horrível que você teve que voltar para casa antes
do jantar. Se acontecer o mesmo com o Liam, certifique-se de trazer alguma
comida boa novamente. — Ela pisca para mim, fazendo-se rir ainda mais.

— Se isso acontecer, também vou pedir sobremesa.


Ela ri um pouco mais antes de me empurrar para fora da cama e me encorajar
a experimentar o próximo vestido, declarando que este é 'demais'.

Antes de eu entrar no banheiro, Harper grita. Eu me viro esperando ver um


rato ou algo rastejando no chão. — O que? O que! — Eu pergunto, dançando na
ponta dos pés, procurando o que a fez gritar.

Ela acena com as mãos, lançando-se para fora da cama e para fora do meu
quarto. Estou completamente confusa. Começo a segui-la quando ela volta
carregando uma sacola de roupas.

— Quase esqueci que isso veio hoje! É perfeito para esta noite. A quantidade
certa de doce com uma surpresa sexy. Vou começar a vender na loja na próxima
semana. Use as suas botas nude que amarram no seu tornozelo. E o cabelo deve
estar solto e ondulado. Paleta de maquiagem neutra. BOOM...— Ela diz, tentando
fazer uma explosão com as mãos sem deixar cair a bolsa de roupas. — Você vai
parecer uma bomba absurda!
CAPÍTULO 12

Liam

FOOOOOODA-SE.

Eu examino a Savannah da cabeça aos pés. Duas vezes. Três vezes. Ela
parece incrivelmente sexy e totalmente comestível. O seu longo cabelo escuro está
enrolado, caindo sobre os seios. Qualquer que seja a maquiagem que ela esteja
usando, os seus olhos verdes se destacam, me lembrando da paisagem exuberante
brilhando sob o sol de verão. O seu vestido roxo é decotado, emoldurando
perfeitamente os seus seios. Eles estão alegres e dourados, me fazendo querer
passar a minha língua ao longo da borda do material. O vestido termina logo acima
dos joelhos e as suas pernas de um metro e meio terminam com os pés em sapatos
de salto com fitas amarradas em volta dos tornozelos. Eu poderia me divertir
muito com essas fitas.

— Você está deslumbrante, Savannah.

Eu ouço um grito feminino atrás da Savannah e olho para trás dela. Eu a


pego revirando os olhos. — Pare de escutar, Harper!

— Tudo bem. — Ouço gritos vindos de dentro da casa. — Divirta-se. Faça o


que eu faria! — Savannah revira os olhos novamente e sorri. Ela finalmente olha
para mim.

— Obrigada. — Diz ela timidamente. — Você está ótimo também.

Eu entrego a ela o grande buquê de tulipa rosa. O seu sorriso alarga-se. —


Obrigada. Elas são lindas. Tulipas cor de rosa são as minhas favoritas. Entre, vou
colocá-las em um vaso antes de sairmos.

Ela acena para eu entrar e a sigo até a cozinha. A sua casa se abre para a
área de estar, à esquerda há um longo corredor que suponho que leva aos
quartos. Savannah atravessa um grande arco que leva à cozinha e à área de
jantar. Os armários são de madeira escura e a bancada de granito cinza. É um bom
espaço. — Esta casa é ótima. Quando me mudei, este é o tipo de local que
procurava, mas não tinha muito no mercado à venda ou pelo menos desapareceu
assim que apareceu.

— Tive sorte em encontrar a nossa casa. Estamos alugando, mas você está
certo, tudo parece ser arrebatado rapidamente. — Savannah pega um vaso alto e
claro de um armário superior. Ela caminha de volta na minha direção até a pia. É
quando noto que o vestido dela tem uma fenda na lateral. Se ela está de pé, você
não pode dizer que a fenda está lá, mas quando ela anda, a sua coxa tonificada
salta para fora do espaço. Eu seguro um gemido cada vez que pego um vislumbre
dela enquanto ela está caminhando na minha direção. Ela sorri, acho que ela pode
ler cada pensamento sujo na minha mente como se estivessem tatuados na minha
testa. Eu não tento escondê-los enquanto a examino da cabeça aos pés
novamente. Os meus olhos caem nos seus lábios. Não sou o único afetado por essa
química.

Ela está bem ao lado de onde estou encostado no balcão enquanto enche o
vaso com água. — Posso te fazer uma pergunta? — Ela olha para mim e move
rapidamente os olhos de volta para o vaso.

Eu fico mais reto, me perguntando se os meus pensamentos sujos e silenciosos


a deixam desconfortável. Eu limpo a minha garganta. — Claro.

— Por que você escolheu tulipas?

— Eu tive uma ajudinha, para ser honesto. — Eu rio levemente, pensando


na lojista que teve pena de mim. Eu devia estar vagando pela floricultura
parecendo confuso. — Eu estava olhando buquês na floricultura da cidade. O
primeiro vaso de flores que peguei era bom, eu estava prestes a andar até a frente
quando notei a placa na vitrine em que o peguei.

Savannah agora estava cortando as pontas das flores com um sorriso no rosto,
olhando para mim a cada poucos segundos. Eu sorrio e continuo: — A placa
dizia Para Funerais. Eu coloquei de volta aquele arranjo e passei para o
próximo. Este tinha um cartão que dizia, Para a minha mãe especial!!

Savannah riu, usando todo o seu corpo. A alegria irradiou dela quando ela
riu, enchendo o meu coração. Ela parece tão despreocupada e alegre quando ri. Eu
quero que ela se sinta assim comigo. Nunca me senti atraído por uma mulher como
me sinto por ela. Uma espécie de dúvida se forma no meu intestino enquanto eu a
encaro. E se eu a machucar? Limpo a minha garganta e pensamentos. Não, eu não
vou foder com isso. Sou um homem melhor do que me tornei em Chicago.

— Eu não sabia que comprar flores podia ser tão complicado ou que flores
diziam tanto. Existem significados! Você sabia disso?

Ela acena com a cabeça, ainda sorrindo.

— Finalmente, a pobre proprietária teve pena de mim. Ela me disse que eu


poderia ir com as clássicas rosas vermelhas, mas para ser honesto, não sou fã de
algo que não dá para associar. Eu me decidi pelas tulipas muito rapidamente
depois que vi aquele buquê. Não posso explicar, mas de alguma forma elas me
fizeram pensar em você.

Ela termina de colocar as tulipas no vaso e olha para mim. — Estou feliz que
você foi com as tulipas. Eu concordo com as rosas. Na verdade, eu meio que as
odeio. — Um olhar de nojo e amargor passa pelo seu rosto, que ela rapidamente
limpa. — Teria sido embaraçoso negá-lo à porta se você tivesse rosas nas mãos. —
Ela parece completamente séria, como se realmente tivesse me rejeitado se eu
tivesse trago rosas. Quase pergunto sobre isso, mas ela sorri. — Pronto?

Eu aceno e estendo a minha mão, esperançoso de que ela a pegue. Ela faz. Eu
a acompanho até o meu carro. Ela parece surpresa quando eu abro a porta do carro
e a ajudo a entrar. — Um cavalheiro. — Ela brinca.

— A minha mãe me mataria se eu deixasse o cavalheirismo morrer.

Ela ri e eu me inclino para ela. Ela para abruptamente, surpresa com o quão
perto estou. Eu observo o seu rosto, em busca de qualquer desconforto. Não
encontro nenhum. Eu pressiono um beijo no lado da sua boca, os nossos lábios
fazendo o menor contato. — Estou animado para esta noite, linda.
CAPÍTULO 13

Savannah

PUTA MERDA!

Esse beijo. Eu tive que segurar para não me lançar contra ele. A minha
respiração não diminuiu no momento em que o Liam entra no carro.

— Continue lambendo os seus lábios assim, baby e não vamos sobreviver ao


jantar.

Eu aperto os meus lábios e sinto um rubor subir pelas minhas


bochechas. Liam passa um dedo pela minha bochecha. Eu me viro para olhar para
ele. Ele me dá um sorriso, mas não diz nada enquanto põe o carro em movimento
e sai.

Liam me leva a um restaurante italiano da cidade. Nos sentamos no pátio,


curtindo uma leve brisa de verão. Nós brincamos e flertamos durante todo o
jantar. Este parece ser o melhor encontro da minha vida e pelo que ele acabou de
me dizer, o encontro ainda não acabou. — Esta é a primeira parte do nosso
encontro. Precisamos partir logo para a parte dois.

— Qual é a parte dois?

Ele inclina ligeiramente a cabeça, debatendo o que me dizer. — Uma espécie


de retrocesso agradável.

Eu arqueio as minhas sobrancelhas, querendo mais, mas ele sorri e balança


a cabeça. Sentamos em um silêncio confortável, terminando as nossas bebidas. Ele
paga a conta, agarra a minha mão e nos leva até o carro. O sol está se pondo atrás
dos edifícios do horizonte.

Ele vai de uma rua da cidade para uma estrada com nada além de árvores ao
longo dela.

Quando paramos nas janelas de bilheteria, Liam se vira e me pergunta: —


Já foi a um drive-in?

— Não posso dizer que sim.

São seis filas com bilheterias. Os carros estão alinhados em cada uma,
avançando lentamente enquanto compram os ingressos. Quanto mais nos
aproximamos, mais da área posso ver. Quatro grandes telas se destacam entre as
árvores. Filas de carros estão estacionadas na frente de cada uma delas, esperando
o início dos filmes. Adoro ir ao cinema, por isso estou animada para experimentar
esta nova forma de ver um filme. Quando vi as diferentes telas, fiquei confusa
sobre como funcionava, imaginando como o som vinha dos filmes pelo espaço
aberto. Quando chegamos à bilheteria, vejo uma placa com estações de rádio em
cada tela.

Liam nos consegue ingressos para a tela três.

— O que estamos assistindo?

— Cada tela tem uma função dupla. Você pode sair a qualquer momento,
então não temos que ficar para os dois, mas podemos se quisermos. Eu escolhi a
nova dupla de filmes de ação e comédia romântica.

Eu sorrio, sabendo que ele escolheu a tela que teria um filme para cada um
de nós. — Mal posso esperar.

Ele coloca a mão no meu joelho e aperta. — Nem eu.

Liam dá ré no seu carro em uma vaga no meio de uma fileira. As minhas


sobrancelhas franzem, confusas. Agora estamos de costas para a tela. Liam ri e
olha para mim.

— Algumas pessoas ficam de olho nos porta malas, levantando as suas portas
para curtir a noite.

Eu concordo. — Vou correndo no banheiro.

— Eu vou com você até lá. Vou buscar bebidas e lanches para nós.

— Eu posso conseguir isso para nós. Você já pagou por tudo. Adoraria ajudar.

Liam sai e dá a volta no carro antes que eu perceba, me puxando para fora e
para ele. As suas mãos vão para os meus quadris e as minhas caem no seu
peito. Ele beija a minha bochecha. — Por mais que aprecie a oferta, terei de
recusar. Te convidei para sair, estou cuidando de você. Não importa o que façamos
ou compremos esta noite, estou cuidando de você.

— Vou cuidar de você em um encontro futuro. — Digo a ele.

— Encontro futuro, hein? Um pouco presunçosa, não acha?

— Eu... eu... quero dizer, se houver encontros futuros, não estou dizendo que
haverá. Quero dizer, não…

Ele me interrompe colocando o dedo nos meus lábios e apertando o meu


quadril com a outra mão. — Estou brincando. Estou muito esperançoso de que
teremos muitos encontros. Este é apenas o primeiro.
Eu sorrio, o meu coração bate mais rápido e o meu estômago vira com a sua
admissão. — Então, qualquer coisa que fizermos, qualquer coisa que comprarmos
hoje é por sua conta?

— O que você quiser. — Diz ele. — Por minha conta.

— Pipoca com M & M's, por favor.

Ele sorri. — Claro, linda. Bebida?

— Coca cola.

Ele balança a cabeça, pega a minha mão e começa a nos levar em direção ao
banheiro. — Algo mais?

— Um pônei. — Eu mordo um sorriso, tentando manter uma expressão séria.

— Um pônei pode ter que esperar. — Diz ele, rindo.

Ele me deixa perto dos banheiros e me diz para esperar por ele para que
possamos voltar a pé juntos. A área do meio é extensa. Há uma pequena área
gramada no centro com jogos de gramado, mesas de piquenique estão espalhadas
em cada lado da área gramada e diferentes barracas de concessão estão instaladas
em uma extremidade com food trucks na outra. Você pode ver o horizonte do outro
lado das árvores, criando a sensação de que você está tanto no campo quanto na
cidade.

Vejo o Liam vindo na minha direção com os nossos lanches para comermos
durante o filme. Quando ele me alcança, ele me entrega a minha bebida e agarra
a minha mão livre. Eu felizmente bebo a minha bebida enquanto caminhamos de
volta para o seu carro. Quando ele chega lá, ele abre a parte de trás e estou chocada
com o que vejo.

Liam está com o banco de trás virado e empurrado contra os bancos da


frente. Há cobertores e travesseiros no chão, tornando-o uma cama confortável,
semelhante a um sofá. Eu olho para ele. Ele está sorrindo de orelha a orelha.

— Como não percebi isso antes? — Eu pergunto, completamente chocada.

— Não estava assim antes. Depois que te acompanhei até o banheiro, voltei
correndo para cá, arrumei o carro rapidamente e peguei o nosso lanche.

— Isso é incrível, Liam. — Eu coloco a minha mão no seu braço, apertando


suavemente.

— Estou feliz que você gostou. E não estamos mantendo a porta traseira
aberta. É verão. No Texas. Está muito quente. Não sei por que as pessoas fazem
isso.
Eu rio. — Você vai segurar isso? — Entrego a minha bebida a ele, me viro e
me sento no banco de trás, para não mostrar a todos que estão por perto.

Liam me entrega as bebidas e comida antes de entrar. Ele se senta ao meu


lado. Braço com braço, perna com perna. Ele coloca a pipoca entre nós e me entrega
o saco de M&M. Eu o abro e salpico em cima da pipoca. Eu percebo o olhar surpreso
no rosto do Liam. — Confie em mim. — Digo a ele. — Salgado e doce, não há nada
melhor.

Ele levanta uma sobrancelha e sorri. Eu sei que ele está pensando em algo
que não vai dizer em voz alta.

— Experimente. — Eu digo, entregando ao Liam o saco de pipoca misturado


com M&M. — Aposto um dólar que você vai adorar.

O sorriso no rosto do Liam vacila ligeiramente, mas ele rapidamente o coloca


de volta no lugar. Não é o mesmo sorriso fácil, no entanto. Há tensão que ele está
lutando para esconder nas bordas da sua boca.

— Eu não faço apostas. — A sua voz é suave, mas cortada. Ele diz isso de
uma forma que não deixa espaço para argumentos ou perguntas, mas eu o
questiono, de qualquer maneira.

— Você não faz apostas?

— Não. — O seu rosto se afasta de mim e se volta para a tela.

— Por que não?

A mandíbula do Liam aperta, mas ele está sorrindo quando me encara


novamente. — Dê-me um pouco do que você está comendo.

Eu lentamente entrego para ele, debatendo se devo tentar pressioná-lo ainda


mais, mas sei que não reagiria bem se ele fizesse o mesmo comigo.

Depois de nos acomodarmos, Liam coloca o braço em volta de mim. O filme


ainda não começou, mas temos o rádio sintonizado na estação certa. Estou amando
a segunda parte do nosso encontro. É como se estivéssemos sentados no sofá de
casa, livres para conversar, mas no cinema.

— Savannah.

Eu viro a minha cabeça para o Liam. Ele tem uma expressão séria agora. Ele
abre a boca e fecha novamente, como se estivesse hesitando — Por que você é tão
sigilosa sobre o seu endereço?

Me sinto enrijecer e sei que ele também fica, quando a sua expressão fica
ainda mais severa. Tento controlar a minha expressão e relaxar. Deixo os meus
ombros caírem e a minha respiração voltar ao normal, embora esteja sentindo
emoções confusas. Quase ninguém sabe nada sobre o meu passado e não dou
informações livremente. Eu não o pressionei sobre a sua regra de não apostas.

Há pouco tempo fiz uma escolha de não me esconder, que estaria pronta
quando ele viesse me buscar, mas o meu passado é meu. Meu para divulgar ou
não. Odeio olhares de pena. Odeio ser tratada como vidro. Houve uma época em
que resolvi ser honesta sobre o que aconteceu, mas quanto mais eu recebia aqueles
olhares de pena e mais os meus relacionamentos mudavam, eu parei de falar sobre
o assunto. Quando conheço novas pessoas, se lhes conto algo do passado,
geralmente é a última vez que as vejo. Ninguém quer lidar com toda essa bagagem
maluca, nem como amiga e definitivamente não como namorada.

Dou a ele a primeira desculpa que vem à mente, esperando que ele
acredite. Sou muito boa em fugir da verdade. — Eu sou uma mulher jovem e
solteira. Uma casa é um espaço muito pessoal. Quero ser inteligente sobre quem
permito conhecer esse espaço.

Liam acena com a cabeça. — Não posso argumentar contra isso. — Ele me
puxa para mais perto dele enquanto caímos em um silêncio natural. Eu permito
que ele me aconchegue no seu calor. Eu não me sentia assim há muito tempo. Um
homem não me toca há anos e já faz mais tempo que não me sinto segura envolta
nos braços de um homem.

Os seus dedos estão correndo para cima e para baixo em meus braços. Uma
sensação inebriante me percorre. Eu me mexo, virando para que eu possa envolver
um braço em torno da sua cintura. Eu sinto o seu abdômen por baixo da sua camisa
de botão. Ele pega a minha perna e a coloca sobre a sua coxa. Estou enrolada nele
agora. A fenda no meu vestido está deixando a minha coxa à mostra. Eu ouço um
estrondo no seu peito, eu olho para ele. Ele está olhando para a minha perna
quando ele olha para mim, os seus olhos castanhos derreteram para um chocolate
quente. A sua mão vem para a parte de trás da minha cabeça, puxando o meu
cabelo ligeiramente para inclinar o meu rosto para cima.

Liam inclina a cabeça, pairando os seus lábios fora do alcance dos meus. Os
meus mamilos endurecem em antecipação e a minha língua se lança para
umedecer o meu lábio inferior. Um pequeno sorriso aparece nos seus lábios. Esse
maldito sorriso causa uma umidade entre as minhas coxas. A sua boca se move
milímetros, a sua respiração soprando no meu rosto. Os nossos lábios se
tocam. Tento ao máximo não choramingar, mas escapa. Ao meu som, os seus lábios
batem em cima dos meus. Finalmente.

A língua do Liam exige entrada na minha boca; eu abro sem hesitação. Uma
dança sensual começa com a nossa carícia. Ele interrompe o beijo e estou com falta
de ar. A testa do Liam cai na minha, os nossos peitos arfando. Ele me beija
profundamente mais uma vez. Mais duas vezes. Três vezes. Na quarta, passo os
meus dedos por seus cabelos, segurando-o ali. Desta vez, procuro entrar na sua
boca. Ele chupa a minha língua. Eu me afasto, beijando os seus lábios.
Eu olho nos seus olhos — um desejo ardente refletindo em mim. — Uau. —
Eu sussurro.

— Eufemismo, baby, é o caralho de um eufemismo. — Ele se inclina para


trás no assento, olhando para o teto do carro. A sua mão esfrega o rosto,
murmurando. Não consigo entender o que ele está dizendo, mas ouço 'boca sexy' e
'me destruindo'. Sorrio para mim mesma, sabendo que ele está tentando se
controlar e que não sou a única afetada.

Ele me empurra de volta para uma posição de carinho. O seu braço está baixo
em volta da minha cintura, a sua mão logo acima da minha bunda. Eu aperto as
minhas coxas juntas, tentando diminuir a pressão que se construiu durante o
nosso beijo. Liam não parece afetado. A sua mão aperta os meus quadris e ele se
inclina para sussurrar no meu ouvido: — Se você continuar fazendo isso, não serei
capaz de me controlar. — Eu mordo o meu lábio inferior, tentando suprimir um
sorriso. Parte de mim queria pular em cima dele e escalá-lo como uma árvore, mas
também estava com medo de tudo que estou sentindo e querendo. Acho que o Liam
quebrou o beijo porque ele pode sentir a minha hesitação.

Nenhum de nós percebeu que o filme começou durante a nossa sessão de


amassos. Tento me concentrar na comédia romântica, mas a minha mente está
travando uma guerra contra si mesma. Os meus dedos estão tão perto de deslizar
sob a abertura entre os botões e estou morrendo de vontade de sentir a pele quente
do Liam sob a sua camisa. A minha cabeça está gritando para eu diminuir a
velocidade e ser cautelosa.

A mão traçando padrões no meu quadril não está ajudando, não sabendo que
se eu apenas me ajustasse, ele estaria segurando a minha bunda. E, eu quero
isso. A sua mão que estava descansando do outro lado dele vem para a minha
bochecha.

— Eu posso ouvir o seu cérebro trabalhando. O que está acontecendo? Estou


te deixando desconfortável segurando você assim?

Abro a boca para dizer a ele que estou bem, mas, em vez disso, acabo dizendo:
— Quero beijar você de novo.

— Graças a Deus por isso. Estou morrendo de vontade de provar os seus doces
lábios de novo desde o segundo que nos separamos. — A sua mão acaricia a minha
bochecha. Um fogo acende nos seus olhos que vem direto para o meu núcleo. Um
gemido escapa dos meus lábios quando ele traz os seus lábios de volta aos
meus. Ele desliza a sua língua na minha boca, me provando, me
devorando. Rapidamente, o nosso beijo se torna frenético e apaixonado.

Liam puxa a minha perna para o outro lado do seu quadril, me fazendo
montá-lo. Eu grito quando o meu núcleo encontra a protuberância dura sob a sua
calça jeans. O cetim da minha calcinha esfrega contra o meu clitóris de uma forma
sensual quando eu balanço os meus quadris em cima dele. Ele tem uma mão
enterrada no meu cabelo e a outra na minha bunda. O seu aperto aumenta,
fazendo-o balançar contra mim.

Ele circunda a concha da minha orelha, os seus dentes mordendo o meu


lóbulo. Eu esfrego com mais força contra ele quando ele chupa o meu pescoço. Os
meus mamilos pontudos estão aparecendo através do tecido do meu vestido. A mão
no meu cabelo deixa o seu lugar para roçar um dos meus picos rígidos. A mão na
minha bunda se move para a coxa que está exposta pela fenda no meu vestido.

— Essa porra de vestido. — Ele sussurra na minha pele. — Quero puxar o


doce laço que une os lados, abri-los como um presente. — Eu choramingo em
resposta. Eu não o deixaria abrir o meu vestido. Eu não o deixaria ver o que está
por baixo. Ele morde a minha orelha. — No entanto, não esta noite. A primeira vez
que eu estiver dentro de você não será no meu Jeep. — Devo olhar em volta para
ver se alguém nos notou. O céu escuro da noite e a tonalidade das janelas são as
únicas coisas que nos mantém escondidos. Isso é diferente de mim, mas não
consigo parar. Estou me afogando no meu próprio desejo por ele. Ele é muito
tentador para eu me preocupar com os carros ao nosso redor.

Eu mando um agradecimento silencioso por não ter que explicar por que não
vou tirar a parte de cima do meu vestido.

Os seus dedos estão enrolando um mamilo e ele está chupando o outro pelo
tecido do meu vestido. Eu grito, querendo mais. Eu balanço no seu pau duro e
grosso, buscando mais pressão no meu clitóris. Estou tão perto de entrar em
combustão com esses toques simples. Tenho certeza de que estou deixando uma
mancha molhada no seu jeans. A sua mão aperta a minha coxa, um aviso gentil de
que ele quer mais.

Eu levanto a sua cabeça do meu seio que estou descaradamente empurrando


mais longe na sua boca. Aperto os meus lábios nos dele, querendo que a sua língua
quente se enrosque na minha. Ele não hesita, me encontrando golpe após golpe,
buscando mais. O seu dedo corre ao longo da costura da minha tanga, em seguida,
até o centro de mim.

— Você está encharcada. Eu posso sentir como você está molhada. — Ele
geme quando desliza o dedo dentro da minha calcinha, brincando com minha
fenda. Os seus dedos me abrem. A sua junta desce até a minha abertura, onde ele
enfia a ponta do dedo dentro. — Porra, baby.

— Mais. – Eu imploro, balançando os meus quadris, implorando para ele ir


mais longe. Ele não desaponta. Ele me espeta com o dedo em golpes lentos e
medidos. Ele adiciona outro dedo. Eu grito, tão perto da borda. Os seus dedos se
curvam, atingindo o meu ponto G ao mesmo tempo que ele pressiona o polegar no
meu clitóris, esfregando em pequenos círculos apertados.

— Goze para mim, Savannah. Olhe para mim. Eu quero te ver.


Eu não tinha percebido que a minha cabeça estava para trás com os meus
olhos fechados. Eu encontro os seus olhos, os seus dedos trabalhando mais rápido,
atingindo aquele lugar escondido com cada impulso. Estou balançando na sua
mão, gemendo e me contorcendo, perseguindo uma liberação que não experimentei
com um homem em anos.

— Foda-se. — Liam respira. — Eu sinto a sua boceta apertando os meus


dedos. Dê-me isso, Savannah. Goze pra mim. Deixe-me vê-la. — Ele aumenta a
pressão no meu clitóris, os dedos enrolando no meu ponto G batendo de novo e de
novo, a outra mão apertando o meu mamilo. Eu explodo com cada sensação que
atinge o meu corpo. Eu grito o seu nome. Ele não puxa os seus dedos de mim até
que eu desmorone no seu peito depois de cada onda possível de orgasmo passar por
mim.

Ele me segura perto, respirando com dificuldade. — Isso foi impressionante,


baby. Você quase me transformou em um adolescente de novo. Eu juro que poderia
ter gozado apenas de assistir você montar a minha mão e gemer o meu nome.

As minhas bochechas ficam vermelhas de vergonha, agora que o momento


passou. Eu não faço isso há muito tempo. Eu definitivamente nunca fiz isso no
primeiro encontro ou em um ambiente público. Eu fecho os meus olhos, me
perguntando o que acabei de fazer, com medo de que isso seja tudo que ele vai
querer de mim agora. Tento me afastar dele, mas ele não me deixa ir.

— Desligue a sua mente, querida. Isso foi incrível. — Ele beija o topo da
minha cabeça. — Obrigado por me dar isso. Não se afaste de mim agora.

Eu não digo nada, mas paro de tentar me afastar dele.

— Olhe para mim, Savannah.

Eu finalmente olho para ele. Ele segura a minha bochecha com as mãos,
acariciando-a com os polegares. — Isso foi tão sexy e só me fez querer te conhecer
mais. Eu me diverti esta noite. — Ele se inclina e me beija suavemente.

— Eu também me diverti. Mas, hum... — Eu paro, nervosa com a minha


pergunta.

— O que é foi?

— E você? Eu ainda posso sentir uma protuberância debaixo de mim na sua


calça. — A minha mão desce até a sua coxa. Ele agarra a minha mão, levando-a
de volta ao peito. Ele ri baixinho e beija o meu nariz.

— Isso é tudo o que vamos fazer esta noite.

Eu o beijo mais uma vez, em seguida, me aninho no seu peito, adormecendo


com os seus batimentos cardíacos... sentindo-me feliz e segura.
CAPÍTULO 14

Liam

EU ACORDEI COM UMA EREÇÃO FURIOSA. Sonhei com o rosto da Savannah


perdido de prazer em um loop infinito na noite passada. A noite inteira foi
ótima. No momento em que ela abriu a porta com aquele vestido sexy, eu queria
devorá-la. Quando um pouquinho de molho foi deixado no seu lábio por causa da
sua comida, eu queria chupá-lo e depois mover para baixo no seu corpo, beijando
cada maldito centímetro dela. Eu aperto o meu pau, dando alguns puxões fortes
tentando liberar um pouco da pressão acumulada.

Savannah adormeceu em mim depois do seu orgasmo na noite passada. Eu a


segurei durante todo o segundo filme, ouvindo a sua respiração, pendurado em
algum lugar entre o céu e o inferno. Céu — eu tinha uma linda garota por quem
estou salivando desde o momento em que a vi. Inferno — que eu estava segurando
uma linda garota com um caso grave de bolas azuis.

Depois de acordá-la, nos beijamos até sermos o último carro no campo. Eu a


segurei contra a porta da frente, beijando-a até que ela estivesse sem
fôlego. Quando me afastei, os lábios já macios da Savannah estavam inchados e
carnudos. Chupei os seus lábios e brinquei com os seus mamilos até que ela
concordou com um segundo encontro... hoje.

Tomei um banho gelado quando cheguei em casa. Eu não queria ir mais longe
na noite passada. Eu sei que ela está escondendo coisas de mim. Eu não vou
pressioná-la sobre isso. Ainda. Terei que ganhar essa confiança, mas até lá, não
vou arriscar perdê-la para um erro estúpido. Seria um erro seguir a cabeça errada.

Eu olho pela janela, vendo que é um dia perfeito para o que planejei. Mas
primeiro, preciso trabalhar um pouco de energia.

Pego a minha bolsa de ginástica e vou para o meu Jeep. Os meus passos
vacilam assim que saio de casa. O pneu dianteiro do lado do motorista está
completamente vazio. Eu ando até ele para inspecioná-lo mais de perto. Há uma
pequena faca enfiada no pneu. Eu saio para a rua, olhando para cima e para baixo,
mas o bairro está tranquilo, como sempre. Algo no meu intestino me diz que isso é
intencional.

Eu tiro o meu telefone do bolso, discando um número. — Ei, irmão. — Hudson


responde no segundo toque.

— Ei. Eu preciso de um favor.


— O que está acontecendo?

— Algum idiota enfiou uma faca em um dos meus pneus. Preciso de uma
carona até uma loja para comprar um pneu. Não tenho reserva para o conjunto
que comprei e não tive a chance de ir buscar um reserva.

— Merda, cara. Estou no Raise the Bar agora. É em frente à loja. Envie uma
mensagem com o que você precisa e eu levarei. Não faz sentido vir buscá-lo quando
estou bem aqui.

— Agradeço, cara.

Eu vou para a calçada para correr. Não é o meu treino ideal, mas vai dar
certo. A minha mente dispara enquanto os meus pés atingem o pavimento. Penso
em cada pessoa que encontrei desde que voltei para a cidade. Pensando em quem
sabe onde moro. Eu continuo em branco. Talvez o meu instinto esteja errado e
fossem apenas alguns garotos da vizinhança procurando encrenca.

Quando volto para casa, bebo uma garrafa de água antes de ligar a máquina
de café. Hudson toca a campainha um momento depois. Quando abro a porta,
encontro James com Hudson.

— Olá a todos. Obrigado por ajudar. — Eu os sigo de volta para a garagem. O


enorme SUV desligado do James está estacionado atrás do meu Jeep. Ele dá a
volta na traseira do SUV, abre o porta malas e tira o pneu. Eu pego dele e coloco
ao lado do meu Jeep.

Quando estou abrindo a garagem para conseguir o que preciso para trocar o
pneu, James pergunta: — Alguma ideia? — Me viro para ele, vendo-o ajoelhado
perto do pneu, estudando a faca.

— Quem você já irritou? — Hudson ri.

Eu o ignoro para responder à pergunta do James. — Nenhuma pista. Os meus


instintos me dizem que é intencional, especialmente porque a lâmina foi deixada
no pneu. Parece uma provocação.

James acena com a cabeça. — Concordo. Precisa de ajuda para trocar isso?

— Não, eu estou bem.

Eu uso o macaco para levantar o Jeep, a minha mente ainda correndo.

— Você não tem um sistema de segurança? — James pergunta enquanto olha


para o meu telhado.

Hudson balança a cabeça e aponta o polegar para James. — Esse cara é tão
paranoico. Não estou dizendo que um sistema não é uma boa ideia, mas ele acha
que cada pessoa que encontra não é confiável.
— E você confia demais. — James atira de volta. — Você não pode confiar
em ninguém.

— O que você tem na sua casa? — Eu pergunto ao James, ignorando a atitude


sempre presente de tudo é maravilhoso do Hudson.

— Câmeras no perímetro, porta, janela e sensores de movimento. Posso obter


todas as informações para que você possa fazer o pedido. Quando chegar, posso
ajudar na instalação.

— Obrigado. – Eu digo, um pouco surpreso. Estamos nos dando melhor, mas


ainda acho que ele está desconfiado de mim.

Ele encolhe os ombros. — Se você vai ficar por perto da Savannah e ela vai
estar aqui, eu gostaria de saber que você a manterá segura.

— Claro, eu farei. — Tenho que admitir — mesmo que nós só estivéssemos


em um encontro, a ideia da Savannah estar na minha casa aquece algo no meu
peito. Gostaria de vê-la ali, relaxada e no meu espaço.

Depois de terminar de trocar o pneu, nós atiramos na merda um pouco mais


antes de eles irem e eu entro para me preparar para o meu encontro com a
Savannah. Eu disse a ela que iria buscá-la na hora do almoço. Não tenho muito
tempo para conseguir tudo que preciso.

****

A minha boca saliva quando a Savannah abre a porta. Ela está usando um
vestido azul claro com alças finas, o vestido termina no meio da coxa. O meu pau
endurece quando penso em deslizar este vestido pelo seu corpo.

— Está tudo bem? Você disse casual. Sabe, se você me contasse o que
planejou para esses encontros, seria muito mais fácil para mim me preparar.

Eu a puxo para mim, beijando-a profundamente. Os meus braços envolvem o


seu corpo, uma mão espalmada logo acima da curva superior da sua bunda e a
outra no meio das suas costas até o pescoço. Eu aperto o meu abraço, trazendo-a
para mais perto do nosso beijo. Eu movo a minha cabeça para longe dos seus lábios
ligeiramente. — Oi linda.

— Liam. — Ela solta um suspiro.

— Eu adoro quando você diz o meu nome assim.

Eu a trago para outro beijo, este mais longo. Estou me perdendo no seu doce
perfume e boca decadente. Eu quebro o beijo novamente, acariciando o seu
pescoço. Eu beijo a sua garganta levemente, em seguida, dou um passo para trás.

O seu rosto está vermelho, os olhos brilhantes e animados, os lábios


entreabertos. Eu gostaria de poder carregá-la para a sua casa, direto para o
quarto, mas estou determinado a mostrar a ela que quero mais do que isso com
ela. Com cada mulher que veio antes dela, isso é o que eu faria — direto para a
cama. Preciso de mais da Savannah.

— Pronta?

— Sim. — Ela diz. — Como foi a sua manhã?

— Boa, quando saí de casa esta manhã, vi que alguém esfaqueou um dos
meus pneus, então tive que trocá-lo. Fora isso, foi boa — pensar em vê-la
novamente hoje.

— Oh meu Deus! O que aconteceu? Eles o esfaquearam.

— Sim, deixou a faca nele e tudo mais. Não tenho certeza, mas espero que
sejam apenas alguns garotos da vizinhança procurando encrenca.

Ela para antes de chegarmos ao meu Jeep. Eu volto para ela e ela está com
uma expressão perplexa no rosto. A sua cabeça está inclinada, os olhos
arregalados. Ela aperta os olhos, aponta, abre a boca para dizer algo, mas
para. Ela olha para mim como se eu fosse um pouco louco.

— Hm, Liam... — Ela para de novo, ainda olhando entre o meu Jeep e eu. —
A pessoa que furou o seu pneu também tirou o teto e as portas do seu carro?

Eu jogo minha cabeça para trás, dando uma risada profunda e estrondosa. —
Não querida. Eu os tirei.

— Por que diabos você faria isso?

— É uma experiência, eu prometo. Venha, entre. — Eu bato na sua bunda,


em seguida, a guio para o banco do passageiro.
CAPÍTULO 15

Savannah

LIAM COLOCA A MÃO NO MEU JOELHO, dando um leve aperto. Quando ele
começa a rir, sei que o meu rosto deve mostrar emoções confusas.

Estou tentando fazer o meu corpo encolher o máximo possível, para ficar o
mais longe possível da porta aberta. Não consigo parar os pensamentos que passam
pela minha cabeça. Este cinto de segurança vai me segurar? Sentirei que vou voar
em torno das curvas? E se virar? Eu tenho planos. Eu não quero morrer. Quem tira
as portas do carro, afinal? Portas são importantes, Liam!

— Pronta para ir, baby? — A voz profunda e rica do Liam me tira do meu
pânico. A sua mão corre pelo meu cabelo antes de colocá-lo na parte de trás da
minha cabeça, me puxando para ele. Ele descansa a sua testa contra a minha e
inala profundamente, como se estivesse me inspirando. O meu pânico começa a
diminuir. Os seus olhos quentes de chocolate me levam a um estado de paz. Os
lábios do Liam pousam nos meus em um beijo suave e gentil.

— Savannah, eu nunca deixaria nada acontecer com você. Não importa se


isso significa manter você segura enquanto dirijo este Jeep, te proteger de um
tropeço ou te proteger do bicho-papão. Eu vou mantê-la segura.

Por mais que as suas palavras me acalmem porque não há ameaça imediata
agora, além da falta de teto e portas, eu sei que se isso durar entre nós, terei que
dizer a ele que o bicho-papão não é nenhuma piada na minha vida. Eu tenho o meu
próprio monstro pessoal. Ele não está aqui agora, mas virá por mim.

Eu esmago os meus lábios contra os dele em um beijo duro. — Vamos lá,


calças malucas. As coisas que faço por um cara sexy. — Digo, murmurando a
última parte sob a minha respiração.

— É melhor eu ser o único cara sexy por quem você faz alguma coisa, linda.
— Ele pisca enquanto se afasta e sai correndo rua abaixo para o que espero não
ser uma morte iminente.

— Eu acho que posso fazer isso. Isso não é tão ruim. — Eu grito por cima da
música para o Liam.

Ele olha para mim, sem sorrir, óculos aviadores no lugar. Posso sentir os seus
olhos por trás dessas lentes. Ele está me encarando. — Baby, nós andamos quatro
casas antes do sinal de trânsito. Isso não é nada. Você não experimentou nada
ainda.
— Podemos ir nesse ritmo o tempo todo? Tenho certeza de que podemos
apenas manter as ruas superficialmente, talvez ficarmos longe dos perigos.

— Por que você está tão assustada?

— Eu gosto que os meus carros tenham portas!

Ele balança a cabeça como se eu estivesse brincando. Eu não estou. Ele passa
pela placa de pare em uma velocidade mais rápida. As minhas mãos apertam o
assento ao meu lado. O vento começa a soprar ao nosso redor, o sol beijando a nossa
pele. O meu cabelo está voando em volta do meu rosto.

Maravilhoso. Outra coisa para amar sobre isso. Parece que tenho um ninho
de pássaro no topo da minha cabeça. No próximo semáforo, Liam diz, — Você está
sexy.

Eu sorrio. — Não achei que você gostasse de ninhos de pássaros.

— Parece que você teve uma boa queda nos lençóis. Isso me faz imaginar
todos os tipos de coisas. — Ele me dá um sorriso torto que não consigo resistir.

Eu puxo um prendedor de cabelo do bolso do vestido e jogo o meu cabelo no


topo da minha cabeça.

— Isso é ainda melhor, baby. Eu amo o seu pescoço. Você tem essa pequena
sarda bem aqui. – Diz ele, passando os nós dos dedos ao longo do ponto onde o meu
pescoço encontra o meu ombro. — Estou morrendo de vontade de chupar isso.

O calor sobe pelo meu pescoço e explode nas minhas bochechas enquanto o
Liam decola pela estrada novamente. Com o meu cabelo fora do caminho, estou
começando a aproveitar o vento que nos cerca. Eu inclino o meu rosto para o céu
para sentir o sol tocar a minha pele. Com a combinação de sol, vento e a mão firme
do Liam na minha coxa, me sinto estável. Me sinto em paz. Me sinto contente. Me
sinto feliz.

Não houve muitas vezes nos últimos anos em que me permiti deixar ir
completamente e desfrutar de momentos pequenos. Com os meus olhos fechados,
curtindo cada sensação ao meu redor, estou me deixando ser vulnerável. Posso
sentir o olhar do Liam em mim a cada poucos segundos.

Abro os meus olhos e me viro para ele. Na próxima vez que ele olha para mim,
um sorriso lento se espalha pelo seu rosto. É sexy e cheio de promessas. O meu
corpo esquenta, pensando na noite passada e no que pode vir. Eu quero estar com
ele, esfregar as minhas mãos no seu abdômen, lamber cada fenda, mas não estou
pronta para que ele me veja assim.

Viro o meu rosto de volta para a estrada, esticando o meu braço e sinto o vento
batendo forte, movendo a minha mão como uma onda. A música country canta nos
alto-falantes sobre dias ensolarados, noites de verão e como se perder em um
beijo. Entramos em um parque que nos leva a uma praia do lago local.
Liam dirige suavemente pelas colinas e contorna as curvas que levam ao lago
na beira do parque. Eu dirijo à beira do lago diariamente, mas nunca estive na
área da praia onde casais e famílias fazem piquenique e pescam. Paramos em uma
vaga de estacionamento. Enquanto tiro o meu cinto de segurança, pergunto a
Liam, — Devo esperar que você venha abrir a porta para mim?

Ele ri. — Espertinha.

Ele dá a volta na frente do seu Jeep monstruoso e me ajuda a descer. — Eu


poderia ter feito isso sozinha, você sabe.

— Eu sei. Sei que você pode fazer qualquer coisa sozinha. Não significa que
não quero ajudá-la e não significa que não vou encontrar nenhuma desculpa para
tocá-la. — Ele me dá uma piscadela antes de pegar um cooler na parte de trás do
Jeep. Ele agarra a minha mão e me conduz até uma mesa bem na água. A água
bate na mesa embaixo. Tiro as sandálias, querendo sentir a areia entre os dedos
dos pés e a água fria beijando a minha pele.

— Comprei alguns sanduíches na delicatessen perto da sua casa. Também


trouxe cerveja, vinho e água. — Ele puxa a garrafa de vinho.

— Esse é um dos meus favoritos. — Eu sorrio, pegando a garrafa. — Primeiro


as minhas flores favoritas, agora o meu vinho favorito. Eu poderia me acostumar
com isso.

Ele acena com confiança. — Eu sei.

— Como você sabe disso?

— Um homem sábio nunca revela as suas fontes.

Eu sorrio e balanço a minha cabeça, o seu sorriso se alarga e o meu coração


dispara. Sento-me no banco de frente para a água, observando os barcos e jet skis
correrem à distância. Na praia, duas meninas brincam com a mãe na areia. Outro
casal está sentado mais longe. Ainda não está muito cheia, mas com esse lindo dia,
sei que mais gente chegará em breve.

Liam começa a tirar os sanduíches da bolsa térmica. Parece que ele está
pronto para alimentar um exército com tantos que ele está colocando na mesa.

— Estamos encontrando pessoas aqui? — Eu pergunto.

— Não, só nós por hoje. Eu não quero compartilhar você.

Eu olho para ele, confusa. — Por que há tanta comida? — Eu pergunto.

Ele continua retirando os acompanhamentos comprados na


delicatessen. Saladas, batatas fritas, salada de batata, salada de repolho. — Eu
não tinha certeza do que você gostava, então comprei um pouco de tudo. — Ele
estende as mãos, como se estivesse me apresentando o banquete diante dos meus
olhos. — Vá em frente e escolha o que você deseja.

— Eu teria comido qualquer coisa que você trouxesse, mas obrigada por isso.
— O meu coração derrete com a sua consideração. Sei que ele quer me fazer feliz
e se esforça muito para tornar o nosso tempo especial. O meu coração aquece com
o pensamento do Liam em pé na delicatessen pegando um de cada sanduíche do
menu.

Encontro o meu sanduíche de peru favorito entre a montanha de comida. Eu


o pego, colocando-o na minha frente enquanto ele escolhe dois sanduíches de
carne. Comemos em um silêncio confortável por um minuto, ouvindo as pequenas
ondas sobre o lago, os motores dos barcos e as risadas enchendo o ar.

Os cabelos da minha nuca se arrepiam. Eu esfrego a minha mão ao longo do


meu pescoço e olho em volta. Mais pessoas se juntaram a nós sob o sol, mas não
vejo ninguém olhando na nossa direção. Não consigo me livrar da sensação de que
estamos sendo vigiados. Continuo examinando a área e pulo quando o Liam coloca
a mão nas minhas costas.

— Você está bem? — As suas feições estão marcadas com preocupação. Ele
agora está olhando em volta também.

Eu mascaro as minhas feições o máximo que posso. O meu sorriso sumiu. Eu


aceno a minha cabeça uma vez. — Sim, estou bem. — Ainda sinto um olhar
penetrando nas minhas costas, mas não quero admitir para o Liam que sinto o
peso de um olhar fixo na maioria dos lugares que vou. Não quero admitir que
espero que as coisas estejam à espreita. Liam fica olhando para mim. Ele não
acredita em mim.

Eu coloco a minha mão na sua coxa e dou um aperto, então me inclino para
ele, dando-lhe um beijo na bochecha. — Eu realmente estou bem. — Minto. Sei que
ele não acredita em mim enquanto examina o meu rosto, procurando a mentira,
mas ele relutantemente a deixa passar. Eu cerro os dentes e digo a mim mesma
para me concentrar no agora e no que está bem na minha frente. Respiro
profundamente em silêncio e me lembro de um dos meus mantras diários, Ele está
na prisão.
CAPÍTULO 16

Liam

EU NÃO TROUXE UMA ROUPA DE BANHO MAIÔ HOJE e não disse a Savannah para
usar uma. Eu poderia chutar a minha própria bunda por esse erro. Imaginá-la sob
o sol, a sua pele macia em exibição em um biquíni, o seu corpo inteiro a apenas
alguns centímetros de distância das minhas mãos, boca e pau, me incendeia. Posso
imaginá-la perfeitamente parada na água, tentando-me em um pequeno
biquíni. Embora a minha visão atual não seja ruim — ela está de pé na água com
aquele vestido quente, o cabelo despenteado preso no topo da cabeça, a cabeça para
trás, deixando o sol aquecer o seu rosto. E aquela maldita sarda no ângulo perfeito
para sugar também não é tão ruim.

Eu lentamente ando atrás dela, a água lambendo as nossas panturrilhas,


para envolvê-la nos meus braços. Ao sol, o seu cabelo castanho mostra fios de
ouro. Eu beijo o topo da sua cabeça e descanso o meu queixo nela.

Eu não digo uma palavra, nem ela. Ela solta um longo suspiro, como se
estivesse esperando que eu a abraçasse assim. Eu a puxo com mais força contra
mim, sabendo que ela deve sentir o meu furioso tesão. É algo que me acostumei
desde que a vi pela primeira vez — se Savannah estiver perto de mim, estou duro.

Eu sei que ela sente quando mexe a sua bunda suavemente para frente e para
trás. Eu gemo e coloco a minha testa no seu ombro. — Linda, você está me
matando. Estive imaginando você de biquíni e agora tenho você nos meus braços,
quente e rosada do sol. Você não é nada além de tentação. Há muitas crianças por
aqui para fazer o que realmente quero fazer.

A sua respiração acelera. O seu peito está subindo e descendo. Eu olho por
cima do seu ombro para ver os mamilos duros sob o vestido dela, cutucando o
tecido. — O q… que você quer fazer?

Posso dizer que ela está nervosa ao fazer essa pergunta. Mesmo que as coisas
esquentaram ontem à noite, eu acho que ela não costuma se perder em um homem
do jeito que está se perdendo em mim. Esse pensamento me faz querer bater no
peito como um homem das cavernas. Há momentos em que vejo a Savannah
corajosa sair para brincar, mas também vejo o seu controle. Adivinhando cada
movimento que ela faz. Eu quero que ela deixe tudo ir comigo, me mostre cada
parte de si mesma. Eu beberia tudo, o meu elixir da vida.

— Há muito que quero fazer com você. No entanto, não tenho certeza se você
está pronta para a maior parte disso. Eu não quero te assustar.
Ela está quieta novamente, olhando para o horizonte, o lábio inferior entre os
dentes. Ela abre a boca para falar, fechando-a prontamente para morder o lábio
novamente.

— Diga-me, Savannah. Seja honesta.

— Estou com medo do que quero com você. Eu não sentia esse... esse... esse
desejo há muito tempo. Estou disposta a apostar que quero o que você quer, mas
também acho que você está certo. Não tenho certeza se estou pronta para isso.

Eu beijo o seu ombro. — Preciso que você me diga quando algo é demais.

— Eu vou. Não tenho certeza se você vai acreditar nisso, mas não me assusto
facilmente. Não vou correr para as colinas.

— É bom ouvir isso. Sei que você é forte e não vai se assustar facilmente, mas
também não quero que você se sinta desconfortável.

Essa é a verdade também. Mesmo quando vejo hesitação nos olhos da


Savannah. Sei que não é hesitação por medo — é outra coisa. Quando penso de
volta nela socando aquele saco de pancadas no Raise the Bar como se a sua vida
dependesse disso, algo no meu intestino me diz que ela estava socando como se a
sua vida realmente dependesse disso. Eu a abraço mais perto. A única maneira de
podermos estar mais perto neste momento é se estivéssemos nus e eu estivesse
dentro dela. Eu a teria fundida a mim, querendo protegê-la de algo
desconhecido. Alguma ameaça que nem sei se é real. Eu sei o que meu instinto me
diz e como a vejo reagir em certas situações.

No Jeep, no caminho para cá, eu a vi se soltar. Foi incrível ver, mas quando
chegamos aqui, ela manteve a cabeça girando. Estou fazendo disso uma missão
pessoal levá-la a um espaço onde ela possa sempre ser a mulher corajosa e ousada
que não tem nada a sobrecarregando. Eu quero que ela se sinta tão livre quanto o
vento.

— Apenas seja honesta comigo. Não espero que você conte todos os segredos
para mim esta noite, mas estou deixando você saber agora. Estou
interessado. Estou mais do que interessado. Sempre serei honesto com você. Eu
quero o mesmo de você. Você não está pronta para falar sobre algo? Conte-me. Os
meus toques te deixam desconfortável? Conte-me.

Ela não fala. Muitos momentos se passam, fico impaciente e preocupado. —


Savannah?

— Acho que posso fazer isso. — Ela finalmente responde.

O sol está começando a se pôr. Estivemos aqui a maior parte do dia, mas
ainda não estou pronto para deixá-la. Eu poderia ficar aqui com ela assim pelo
resto da noite, mas pelo som que o seu estômago acabou de fazer, não tenho certeza
se ela pode.
Lhe dou um sorriso. — Com fome? — Já se passaram várias horas desde que
almoçamos.

— Eu estava esperando que você não tivesse ouvido isso. Tenho certeza de
que é óbvio agora. Sim, estou com fome.

— Você gosta de frutos do mar?

— Adoro.

Eu pego a sua mão, arrastando-a para fora da água e para a próxima parte
do nosso encontro.
CAPÍTULO 17

Savannah

LIAM ME LEVA AO THE SHORE, um restaurante de frutos do mar popular no


lado oposto do lago. O grande edifício de madeira branca tem dois andares com um
alpendre e sacada ao redor. Mesas e cabines são montadas em cada nível junto
com um bar dedicado a cada espaço. Existem dois andares de assentos internos,
com janelas de vidro do chão ao teto para uma vista de 360 graus da água.

O laranja flamejante e o rosa brilhante no céu são o cenário perfeito para o


jantar. A noite ainda está quente, mesmo sem sol. Assim que nos aproximamos da
barraca da recepcionista, Liam pede uma mesa de canto na varanda do segundo
andar. A varanda é geralmente mais agitada do que os clientes do primeiro
andar. As famílias tendem a ficar no primeiro andar, enquanto a turma mais
jovem sobe para o segundo.

Liam segue atrás de mim pela escada em espiral. Ele mantém a mão
ancorada na parte inferior das minhas costas o tempo todo. Quando chegamos ao
topo, já havia uma multidão de tamanho decente reunida em torno das mesas e do
bar. A recepcionista nos mostra uma cabine com costas baixas no canto da
varanda. Temos uma visão desobstruída da água. Os barcos cruzam o lago. Eu
deslizo para o assento, esperando que Liam se sente à minha frente, mas ele acaba
sentando-se ao meu lado, me fazendo deslizar totalmente para dentro.

Ele estende o braço ao longo da parte de trás da cabine e angula o seu corpo
no meu, criando a sensação de que somos apenas nós dois no restaurante. Eu ouço
os clientes, mas não posso vê-los em torno do corpo enorme do Liam. Quando um
garçom se aproxima, perguntando o nosso pedido de bebida, nós dois pedimos
cervejas e um aperitivo de ostra. Assim que ele sai da mesa, Liam se vira para
mim, descansando a mão na minha coxa. Ele está invadindo cada um dos meus
sentidos. A sua mão sobe para o meu pescoço, fazendo o meu rosto se inclinar para
encontrar o seu olhar.

Os meus olhos prendem nos seus lábios. Eles são cheios e macios. Quando um
canto se inclina em um sorriso, os meus olhos se voltam para os dele. Ele tem uma
expressão sexy no rosto. Os seus olhos estão dançando de riso e luxúria.

— Beije-me. — Ele exige.

— Aqui? — Eu pergunto, tentando olhar ao redor dele para as outras


pessoas.

— Eles não podem nos ver. Beije-me, Savannah.


Volto o meu olhar para baixo nos seus lábios. Eu quero beijá-lo novamente,
beber o seu gosto. Eu coloco as minhas mãos no seu peito. O seu peito está tão
duro. Eu deslizo uma mão para baixo até que esteja ondulando sobre o seu
abdômen. A minha mão no seu peito se curva, roçando as minhas unhas nos seus
músculos. Liam rosna no fundo do seu peito. Eu não posso esperar mais. Eu me
lanço para ele, caindo bem nos seus lábios.

Estou exigindo que ele retribua o beijo, guiando cada movimento, até que a
sua mão vá até o meu cabelo, inclinando a minha cabeça, tomando o controle do
beijo. A sua língua rola sobre o meu lábio inferior, buscando entrada. Eu não hesito
em abrir a minha boca, encontrando a sua língua com a minha. A sua mão puxa a
minha cabeça ligeiramente para trás, para que ele possa chupar o meu lábio
inferior. Eu choramingo, querendo ele. O desejo está se acumulando na minha
calcinha. Os meus mamilos doem pelo seu toque. Viro o meu corpo na nossa cabine
isolada, tentando colocar os meus seios o mais próximo possível do peito dele, para
que possa sentir o seu corpo contra os meus mamilos doloridos.

Duas batidas na mesa me quebram do nosso beijo apaixonado.

— Obrigado. — Liam diz em um sotaque rouco, sem olhar para o garçom.

Espio por cima do ombro dele e digo baixinho, — Obrigada.

O garçom me dá um sorriso malicioso e murmura, — Ele é tão gostoso. — Ele


pisca antes de se virar.

— Espero que ele não tenha visto isso. — Diz Liam, passando o polegar sobre
um dos meus mamilos. — Me deixa excitado saber que eles estão assim por minha
causa. Não estou disposto a deixar outro homem ver qualquer parte do seu prazer.

Eu sorrio. — Não se preocupe com isso. O garçom prefere ver você perdido no
prazer do que eu.

— Como você sabe?

— Ele murmurou para mim que acha você gostoso.

— Sério?

— Sim.

— Esse pode ser o caso com esse cara, mas qualquer outro homem hétero aqui
mataria para ver o seu lindo rosto enquanto você goza.

O calor enche as minhas bochechas. Eu penso sobre o meu orgasmo na noite


passada. — Você só viu isso uma vez. Em um carro escuro.

— Foi o suficiente para eu saber que quero ver isso novamente. E de


novo. Você foi adorável.
A sua mão acaricia a minha nuca. Caio ainda mais em transe, que é quebrado
quando o garçom entrega o nosso aperitivo e pergunta se estamos prontos para
pedir. Nenhum de nós se deu ao trabalho de abrir o menu, muito consumidos um
com o outro.

— Obrigado, cara. — Liam diz. — Vamos precisar de mais tempo para decidir
o que queremos para o jantar.

— Não tenham pressa. — O garçom responde descaradamente, piscando


novamente antes de se afastar.

Liam pega uma ostra, soltando-a da casca. — Como é que você gosta?

— Por cima. — Sai da minha boca sem pensar. Já faz muito tempo que não
deixo o meu lado atrevido e sarcástico escapar com alguém que não conheço muito,
muito bem.

Liam me olha surpreso, depois joga a cabeça para trás numa gargalhada. A
sua risada profunda e estrondosa envia arrepios pelos meus braços. É tão profunda
e rica, eu quero me deleitar com esse som e persuadi-lo o máximo possível. Quando
ele termina de rir, ele se inclina para mim, beija o meu pescoço e murmura contra
a minha pele. — Vou ter que me lembrar disso.

O meu sorriso é amplo; acho que as minhas bochechas estão à beira de


quebrar. Ele beija cada uma das minhas bochechas e me diz. — Este sorriso que
você tem no rosto é deslumbrante. Eu gosto de você assim. Feliz. Também está me
deixando duro como uma rocha.

Não posso evitar, mas deixo os meus olhos caírem no seu colo. Ele não estava
mentindo. Ele está lutando contra o short, posso ver o contorno dele
perfeitamente. Eu engulo em seco.

— Então, suco de limão? Molho coquetel? — O seu sorriso está firme no lugar
com uma sobrancelha levantada para uma boa medida.

— Suco de limão e molho Tabasco. — Respondo.

Liam espreme limão fresco sobre a ostra com um pouco de molho picante.

— Eu gosto mais quente do que isso, Liam.

Ele derrama mais molho picante por cima. — Está suficientemente picante
para você? — Os seus lábios estão se contraindo como se ele estivesse segurando
uma risada.

— Nós apenas teremos que ver. — Eu digo a ele antes de pegar a ostra e
lamber os meus lábios. Ele geme em resposta.
Quando o sol está totalmente posto, luzes brilhantes, brancas e cintilantes se
acendem acima de nós. Fios delas estão pendurados no centro da varanda em cada
grade.

Não paramos de flertar. Liam tem me tocado desde que nos sentamos. A
minha calcinha está arruinada. Os meus mamilos estão prestes a cortar o meu
vestido. Os seus toques simples e beijos roubados estão me catapultando para o
limite.

Liam parou de tomar bebida alcoólica e agora está bebendo água. Borboletas
enchem o meu estômago quando ele diz que nunca se deliciaria muito enquanto
está dirigindo, especialmente se eu fosse a sua passageira. Estou bebendo outra
cerveja, sentindo o tipo de sensação mais feliz. A minha pele arrepia em
antecipação. Cada vez que Liam se move, os seus músculos flexionam sob a sua
camisa. O seu pau continua duro. Estou usando todas as restrições para não atacá-
lo em público.

Sinto-me livre e feliz. As suas respostas e o álcool me ajudam a alcançar um


estado de tranquilidade — e excitação — que não pode ser ignorado. Não tenho
certeza se ele sabe que está me torturando. Eu vejo o seu bíceps se dobrar quando
o seu copo de água atinge a sua boca. Tento segurar o meu gemido, mas sei que
não tenho sucesso quando Liam diz. — Linda, estou tentando aqui. Não é para ir
muito rápido, mas você está tornando isso dolorosamente duro. Trocadilho
pretendido.

Os meus olhos voam para os dele, mas os seus olhos estão colados nos meus
lábios. Eu me inclino para ele, dando-lhe um beijo ardente. Não demora muito
para que ele assuma o controle do beijo, lambendo e beliscando... Eu choramingo
enquanto ele me provoca. — Liam, por favor.

— O que você precisa, linda?

— Você. Por favor. Vamos lá. Foda-se ir devagar.

— Baby, acho que devemos ir devagar.

— Não, eu quero você.

— Eu não posso resistir muito, Savannah.

— Não quero que você resista. — Digo a ele antes de beijar o seu pescoço,
mordendo a sua garganta para cima e para baixo.

Ele puxa a carteira, joga dinheiro demais e me puxa da cabine. Quando


chegamos à escada, ele para, olha para mim e me joga por cima do ombro. Eu gemo
em resposta. A sua bunda está bem na minha cara. Posso ver os músculos se
movendo a cada passo que ele dá enquanto desce as escadas. Isso está me enviando
para mais perto do penhasco. O corpo duro do Liam está causando estragos no meu
cérebro — e na minha calcinha.
Estou rindo do absurdo dele sentir que precisa me carregar para fora do
restaurante para me levar para casa mais rápido, mas não posso culpá-lo quando
chegamos ao carro em tempo recorde. Eu preciso dele tanto quanto ele precisa de
mim. Ele tem me tentado a noite toda — e eu tenho feito o mesmo com ele.
CAPÍTULO 18

Liam

EU COM CUIDADO, coloco a Savannah no banco do passageiro e a prendo no


cinto antes de correr para o lado do motorista. O meu sangue bombeia com
adrenalina, a minha pele formiga em antecipação. Estou prestes a explodir da
minha pele como o Hulk. O meu pau está mais duro do que nunca. Estou doendo
por ela. Ela está rindo baixinho quando entro no carro.

Eu coloco a minha mão sobre a sua coxa e ela as espalha. Estou apenas na
parte superior da coxa e posso sentir o seu calor. Sei que ela precisa disso. — Acha
engraçado o quanto eu te quero? — A minha voz está como cascalho. A mão
segurando o volante mostra as minhas juntas ficando brancas.

Eu saio do estacionamento, correndo em direção à casa da Savannah. Decido


ir para a casa dela sem perguntar — é mais perto. As coxas da Savannah estão
separadas. A minha mão livre está sob o seu vestido, deslizando ao longo da parte
interna das suas coxas. A cada passagem, fico cada vez mais perto da sua boceta. O
calor é mais intenso. A ponta mais nua do meu dedo mindinho roça a sua
fenda. Ela geme e abre mais as pernas. A sua mão vem sobre a minha coxa,
movendo-se para o meu pau. Eu agarro o volante com força e forço os meus olhos
a permanecerem abertos. Eles querem fechar em êxtase.

— Savannah.

A sua cabeça rola para o lado, olhando para mim. Quando passamos por baixo
de um poste de iluminação, vejo que o seu rosto mostra puro desejo. Por isso. Para
nós. — Baby, mova a sua mão. Eu não posso dirigir com a sua mão no meu pau.
— Ela me aperta através da calça jeans e depois me solta. Agradeço a Deus por
não ter que implorar para ela me liberar. Preciso chegar à casa dela rapidamente,
mas com segurança.

Os meus dedos mergulham dentro da sua calcinha, roçando a sua fenda. Ela
está encharcada de desejo.

— Por favor, Liam. — Ela geme, espalhando as suas coxas ainda mais
abertas. Ela está revirando os quadris, tentando colocar a minha mão onde ela
precisa.

— Você está tão molhada para mim, baby. Mal posso esperar para sentir isso
em volta do meu pau. — Eu deslizo um dedo dentro dela, movendo-me lentamente
para dentro e para fora. O vento soprando aumenta a intensidade. Estamos em
um túnel de vento, ansiosos para nos ligarmos e nos perdermos do mundo.
— Mais. — Ela implora.

Eu deslizo outro dedo dentro dela, mas continuo no meu ritmo vagaroso. Ela
está girando os quadris, tentando colocar os meus dedos mais fundo, ávida por
uma liberação. Eu os puxo totalmente para fora e os aliso sobre o seu clitóris. Ela
se debate contra a minha mão.

À medida que nos aproximamos da sua casa, deslizo os meus dedos de volta
para dentro dela, todo o caminho até a junta. Eu a fodo com os dedos forte e
rápido. Ela implora por mais. Eu a mantenho no limite. Os seus sucos vazam na
minha mão. Eu enrolo os meus dedos dentro dela, atingindo o seu ponto G. Puxo
os meus dedos quase para fora, deixando as pontas nela.

Ela está chorando de frustração, me implorando. — Liam, por favor. Eu


preciso de você. Por favor. — A sua cabeça está jogada para trás, os seus olhos
bem fechados. Estou fazendo tudo que posso para manter os meus olhos na estrada
enquanto nos aproximamos do seu bairro. Apenas algumas ruas de pura
felicidade.

Eu bato os meus dedos dentro dela, enrolando, batendo naquele ponto


novamente e novamente. — Goze pra mim, Savannah. Grite por mim, baby. — Ela
está balançando contra mim, gemendo e gritando o meu nome. O meu nome nunca
soou tão bom. Espero que todos os vizinhos ouçam o meu nome nos seus lábios. Eu
me sinto como um maldito homem das cavernas querendo reclamá-la. Quero que
todos saibam que essa garota é totalmente minha.

Quando paramos na sua rua, eu dedilho o seu clitóris enquanto continuo a


foder a sua boceta com os meus dedos. — Goze. — Exijo enquanto paro na sua
garagem. Bato no seu ponto G com os meus dedos, ao mesmo tempo belisco o seu
clitóris. Ela grita em êxtase. Os meus dedos estão fora no momento em que as
ondas do seu orgasmo param de rolar. Corro ao redor do meu Jeep para pegá-la
nos meus braços.

A visão dela me faz parar no meio do caminho. A sua cabeça se inclina para
trás contra o encosto, os pés apoiados no assento, as pernas dobradas e abertas. O
seu fio dental está para o lado. Eu vejo os lábios da sua boceta brilharem. Eu a jogo
por cima do ombro pela segunda vez hoje.

Ela está repetindo, — Tão bom, Liam. Tão… Tão bom. Tão bom. Eu quero
mais.

— Eu vou te dar muito mais, baby.

Eu a coloco de pé na porta da frente. Ela rapidamente encontra as suas


chaves e destranca a porta. Entramos correndo, fecho a porta com o pé e a
levanto. Eu a bato de volta na porta e começo a beijá-la. As suas pernas estão
enroladas em volta da minha cintura.

— Harper? — Eu pergunto.
— Inventário hoje à noite. Estamos sozinhos.

— Onde fica o seu quarto? — Os meus dedos estão de volta dentro dela. A
sua mão serpenteou por nossos corpos, desafivelando o meu jeans.

— Não há tempo. — Ela diz. — Aqui e agora. Por favor, Liam. Bem aqui.

Ela está balançando contra a minha mão. Quando afasto os meus dedos da
sua boceta molhada, ela choraminga.

— Não se preocupe, baby. Eu não estou deixando você esperando. Vou encher
a sua boceta apertada. — Eu rasgo a sua calcinha longe do seu corpo.

— Foda-me. — Ela geme.

Eu tenho o preservativo da minha carteira enrolado no meu pau em tempo


recorde. Não perco tempo antes de voltar para casa.

Eu grito de prazer, ela grita de dor. Eu congelo. A sua boceta apertada e


molhada está me agarrando como um torno. Eu olho para o rosto dela. Os seus
olhos estão bem fechados, exceto que desta vez não é de êxtase, ela está com
dor. Eu começo a puxar. Ela grita de novo e diz. — Não, não faça isso. Me dê um
segundo, já faz muito tempo.

Eu a beijo com força, dando-lhe tempo para se ajustar ao meu tamanho. Ela
começa a girar os quadris no mesmo ritmo da língua. — Pronta, baby? — Eu
pergunto. Eu sei que isso vai acabar muito rápido. Ela é muito boa e eu estive duro
o dia todo, o meu pau pronto para um orgasmo.

— Sim, sim. — Ela grita, balançando para frente.

Eu começo lento, balançando dentro dela, certificando-me de que ela está


ajustada. Ela geme de frustração quando não entro totalmente nela antes de me
afastar. — Mais duro. Mais rápido. Mais.

— Eu amo o quão vocal você é, porra. — Eu puxo a frente do seu vestido,


expondo os seus seios. Uma mão aperta a sua bunda e eu começo a rolar o seu
mamilo com a outra — eu bato nela, dando a ela exatamente o que ela quer.

Eu curvo a minha cabeça, sugando o seu mamilo na minha boca, tentando


levá-la mais perto e manter o meu orgasmo sob controle. Sei que ela está mais
perto, mas ainda não chegou. Deixo o seu mamilo para brincar com o seu clitóris,
beliscando-o. — Goze, baby. Não posso aguentar muito mais tempo. — Estou
transando com ela em golpes longos, profundos e fortes.

— Eu não posso acreditar como você se sente bem, Savannah. Eu quero foder
cada centímetro do seu corpo. A sua boceta é tão boa em torno de mim. — As suas
paredes vibram em torno do meu pau enquanto ela chega mais perto do
orgasmo. Contra o seu mamilo, eu digo a ela. — Goze no meu pau, baby. Aperte-
me, porra, deixe-me sentir você. — Eu chupo o seu mamilo na minha boca,
brincando com a ponta. Esfrego círculos constantes contra o seu clitóris. Eu não
tiro os meus olhos do seu rosto.

Ela está olhando nos meus olhos enquanto salta sobre a borda. — Liam. —
Ela grita. Eu não solto o seu mamilo ou clitóris enquanto continuo a fodê-la
durante o seu orgasmo.

— Agora, você me dá o seu. — Ela sussurra contra os meus lábios antes de


eu começar a beijá-la. Mais três bombadas fortes e eu me derramo dentro dela,
fodendo-a com força durante o meu orgasmo.

Estou exausto, pronto para entrar em colapso. Eu a seguro perto. A


camisinha está no meu pau, ainda um pouco duro; estamos ambos vestidos. A
minha cabeça repousa no seu ombro. Estou pronto para carregá-la para a cama e
dormir com ela dobrada contra mim a noite toda.

— Onde é o seu quarto, linda?

Ela empurra as mãos contra o meu peito. Eu inclino o meu peito para longe
dela, mas ainda estamos conectados. — Não acho que seja uma boa ideia. — Ela
não me olha nos olhos, então forço o seu queixo para olhar para mim.

— O que não é uma boa ideia?

— Você ficar. Isso foi, hum…— Ela olha em volta, evitando o meu olhar. A
preocupação começa a crescer no meu peito. — Foi divertido e espetacular. Esse
foi o melhor orgasmo que já tive. Bem, orgasmos incluindo o que aconteceu no
carro... nas duas vezes.

Estou feliz em saber disso. Ela fez o mesmo por mim. Nunca precisei de
alguém assim. Nunca gozei tão forte na minha vida.

Ela continua, fazendo com que a minha felicidade desapareça rapidamente.


— Eu acho que você deveria ir.

— Baby, eu ainda estou dentro de você. Eu não quero ir embora. Eu quero


dormir esta noite com você debaixo do meu braço.

— Não acho que estou pronta para isso.

— Novamente, eu ainda estou dentro de você, mas você não está pronta para
dormir ao meu lado?

— Não. — Ela diz, olhando para baixo. Eu uso os meus dedos para levantar
o seu queixo e o seu olhar segue lentamente.

— Tudo bem. Quero dormir ao seu lado, mas respeito o seu espaço. — Por
mais que eu queira ir para outra rodada, vou respeitá-la. Vou dar a ela tudo que
ela precisa e mostrar que ela pode precisar de mim também. Eu beijo os seus lábios
suavemente enquanto saio dela. Eu gemo com a sensação, já sentindo falta do seu
calor convidativo. — Onde é seu banheiro?

Ela aponta para o corredor.

Me limpo, embrulho o preservativo em papel higiênico e jogo na lata de


lixo. Eu volto do banheiro para encontrá-la andando para frente e para trás na
frente da porta, mordendo a unha do polegar. — Você está bem, Savannah? Foi
demais.

— Não. — Ela responde antes de suspirar. — Talvez. Como eu disse, já faz


muito tempo e isso é muito. Eu me diverti, mas não quero decepcioná-lo se não
puder oferecer o que você quer.

Eu me aproximo dela, parando o seu caminhar. Eu a envolvo em um abraço,


beijo o topo da sua cabeça e sussurro no seu cabelo, — Querida, iremos tão devagar
ou rápido quanto você precisar. Não se arrependa desta noite. Foi fantástica.

Ela derrete em mim, envolvendo os braços em volta da minha cintura. — Eu


não me arrependo.

Eu me afasto apenas o suficiente para ver o seu rosto e beijá-la


profundamente. — Está levando tudo o que tenho para deixar você.

— Obrigada, Liam. — Ela fica na ponta dos pés e me beija mais uma vez
antes de abrir a porta. Saio na varanda, puxando-a de volta para mim, beijando-a
com tudo o que não posso dizer.
CAPÍTULO 19

Savannah

— ESSE É UM NOVO VISUAL.

— O que? — Eu pergunto a minha colega de trabalho, Natasha. Eu olho para


ela. Estou na cozinha do nosso escritório, fazendo o meu café da manhã. Não a ouvi
entrar. Achei que ainda estava sozinha.

— Você está completamente perdida aí. Eu disse 'bom dia' e você ficou apenas
olhando para a frente com um pequeno sorriso no rosto, mexendo o café. Você
nunca está feliz de manhã.

— Oh, não é nada. — Minto, mas não consigo evitar o sorriso que se espalha
pelo meu rosto. Natasha também não sente falta. Compartilhamos um espaço de
escritório nos últimos dois anos. Começamos a nos conhecer muito bem; muitas
vezes vamos almoçar e conversar sobre as nossas vidas — mas não compartilho
muito. Nunca nos encontramos fora do trabalho. É um acordo tácito de que somos
amigas no trabalho, e é isso. Funciona para nós.

— Garota, o meu ex—marido idiota decidiu neste fim de semana que quer
mais tempo com as crianças. Eu relutantemente concordei, então ele não
apareceu. Passei o resto do fim de semana consolando as meninas e tentando
afastá-las da janela. Deixe-me saber o que está lhe dando esse sorriso.

— Ele não fez isso. — Eu assobiei.

— Ele fez.

— Que idiota. Como estão as meninas?

— De coração partido. — Ela responde solenemente. Quando ela olha para o


chão, vejo a angústia no seu rosto. Não foi um caminho fácil para ela. Natasha de
repente levanta os olhos e caminha na minha direção. Ela aponta o dedo na minha
cara. — Você não está mudando de assunto. Conte-me.

Suspirei, sabendo que não iria sair dessa. Ela é persistente quando quer
informações. Ela vai me atormentar implacavelmente pelo resto do dia até que eu
ceda às suas exigências. Ela deveria ser uma interrogadora terrorista.

Começo a caminhar em direção ao nosso escritório sem dizer nada. Não vou
derramar enquanto estivermos na cozinha. A cozinha fica no centro do
prédio; muitas pessoas podem ouvir tudo na cozinha.
Natasha fecha a porta do nosso escritório apertado depois que ela me segue.
O espaço é apenas o suficiente para permitir uma mesa, mas a nossa chefe insistiu
que dividíssemos este espaço, então temos dois espaços de trabalho apertados
aqui. Eles estão em cantos opostos, de costas um para o outro. Dominamos a arte
da ginástica, já que pular nas cadeiras é praticamente a única maneira de sair se
estivermos ambos sentadas.

Eu olho para o relógio, medindo quanto tempo temos até que a nossa chefe
chegue. Ela não gosta que a nossa porta esteja fechada. Ela está sentada em um
escritório em frente a nós e deseja acesso total a nós o tempo todo. Temos cerca de
quinze minutos antes que ela chegue, então terei que ser rápida. A Natasha terá
que guardar as suas perguntas para quando a nossa chefe deixar o seu
escritório. Somos boas em iniciar e interromper conversas. Podemos fazer uma
pausa no meio de uma frase quando a ouvimos caminhando pelo corredor e pegá-
la de volta quando ela sair.

Natasha olha para o relógio na tela. — Se apresse. — Nós nos encaramos


quando cada uma de nós está virada em um ângulo. Não tenho certeza por onde
começar. Eu me lembro de ver Liam pela primeira vez e sinto o sorriso quase
dividir o meu rosto ao meio. Não tenho certeza do que dizer, conheci
alguém, parece muito intenso, muito real. Não estou pronta para reivindicar um
relacionamento. Eu prefiro casual.

— Eu tive um encontro neste fim de semana. Na verdade, dois.

Ela engasga, a sua mão voando para a minha cadeira, inclinando-se para
frente com entusiasmo. — Oh meu Deus! Dois rapazes? Ou mesmo cara?

Eu lhe dou um sorriso. Eu não poderia fazer malabarismos com dois caras,
especialmente se eles fossem como o Liam. Ele domina os meus pensamentos e
deixa o meu corpo em um frenesi. Este homem tem a chave para desbloquear
sentimentos que não sentia há anos.

— Você não ficou assim depois daquele último encontro desastroso. Você deve
gostar desse cara. Você o viu duas vezes em um fim de semana? Ou foi realmente
um longo encontro e vocês não saíram da cama durante todo o fim de semana.
— Ela balança as sobrancelhas, tentando parecer sedutora.

Eu acho graça da sua idiotice. — Dois encontros. Dois começos e dois


fins. Sim, gosto dele. Ele é... ele é...

A nossa porta se abre. Eu olho para o relógio. Droga, a Bruxa chegou cedo
hoje.

— Por que essa porta está fechada? É assim que começa a semana? Espero
que vocês duas estejam presentes e disponíveis o tempo todo, não tagarelando aqui
como garotas de escola. — Ela bufa e invade o seu escritório. Natasha levanta
uma sobrancelha. Soltei um suspiro, frustrada por este ser o meu trabalho, mas
aliviada por poder pensar antes de explicar o Liam para a Natasha.
Natasha e eu voltamos para as nossas mesas e começamos a
trabalhar. Estamos no departamento de marketing de uma grande loja de
departamentos que começou aqui localmente e agora tem lojas em todo o mundo. A
nossa chefe é a executiva de marketing da região sul do país. O verão mal começou,
mas o nosso foco está nos anúncios de outono, a nossa segunda maior
temporada. Aprendi no início do meu primeiro ano aqui que a minha chefe é ainda
mais tirana quando lidamos com anúncios de outono e de Natal.

Eu amo o meu trabalho, mas odeio a minha chefe. Tenho trabalhado muito
para ganhar o máximo de experiência possível para seguir em frente.

Às vezes, sonho em abrir uma pequena empresa de marketing boutique10. Eu


atenderia empresas locais com concepção de design e construção da marca usando
mídia social. Na verdade, é apenas um sonho. Eu não arriscaria algo tão
importante. Posso perder tudo, pois sei que ele voltará por mim. Quando esse dia
chegar, ele tentará arrancar tudo de mim. Desde a sua sentença, é minha missão
não ser uma vítima novamente.

O meu telefone vibra na gaveta da mesa, me tirando dos meus pensamentos.

Liam: É o meu primeiro dia em um novo escritório e tudo que posso fazer é
pensar em você.

Savannah: Eu não sabia que hoje era o seu primeiro dia. Parabéns pelo
novo trabalho!

Liam: Obrigado, linda.

Savannah: Como está o primeiro dia?

Liam: Principalmente apenas papelada, orientação e um tour pelo


escritório, mas é bom. Eu gosto de todos que conheci. A minha configuração é
ótima.

É uma empresa de marketing que se concentra em ajudar pequenas e médias empresas a criar e
10

desenvolver sua própria estratégia digital exclusiva — muitas vezes trabalhando com empresas que
precisam conselhos e suporte em que elas podem confiar proporcionarão resultados mensuráveis com
orçamentos e recursos limitados.
Savannah: Incrível. :)

Liam: Vai ignorar totalmente que não consigo parar de pensar em você?

Savannah: Eu deveria ter respondido de alguma outra forma? ;)

Liam: Talvez me diga que também está pensando em mim.

Savannah: Quem disse que eu estou?

Liam: Adoro o seu lado agressivo. Continue assim, baby.

Savannah: Tchau, Liam.

Liam: Continue pensando em mim. Negue tudo o quanto quiser. Eu sei que
você está.

Eu abraço o meu telefone no meu peito, sorrindo. Natasha ri atrás de


mim. Ela sussurra na sua voz mais baixa. — Eu nem preciso ver o seu rosto
agora. Eu sei que você está tonta.

Ela está certa. Eu estou tonta. Mais importante, porém, é que o Liam está
certo. Não parei de pensar nele. Eu gostaria de saber que hoje é o seu primeiro dia
em um novo emprego. Eu teria enviado flores. Os homens gostam de flores? Seria
estranho mandar flores depois de dois encontros? Eu penso em pedir um pequeno
buquê quando a ideia do presente perfeito me ocorre. Eu sei que ele vai adorar.
CAPÍTULO 20

Liam

—SENHOR ADLER? — Vem pelo alto—falante do meu telefone de mesa. Eu


rolo os meus olhos. Tenho pedido a Rachel, a minha nova assistente, para me
chamar de Liam o dia todo. Não gosto de ser chamado de Sr. Adler. O meu pai nem
gosta de ser chamado de Sr. Adler. Cada vez que peço isso a Rachel, ela me dá um
sorriso paciente e continua a me chamar do que bem entende.

— Sim, Rachel? — Eu digo no interfone.

— Você tem uma entrega.

— Traga isso.

Rachel bate suavemente na porta do meu escritório antes de entrar,


segurando uma caixa branca com um laço azul. Ela coloca o pacote na minha mesa
e se vira para sair. Antes de sair pela porta, ela olha por cima do ombro para dizer.
— Se você quiser compartilhar, estarei aqui.

Estou prestes a perguntar o que gostaria de compartilhar, mas a porta trava


antes que eu tenha a chance. Eu olho para a caixa. Há um cartão dobrado enfiado
sob a fita azul.

Liam,

Ainda não estou pensando em você.

Parabéns pelo seu primeiro dia.

— Savannah

Eu começo a rir depois de ler.

Ela está pensando em mim tanto quanto estou pensando nela, eu sei que ela
está. A minha mente está consumida por pensamentos sobre ela. Vou persegui-la
implacavelmente até que ela concorde em ser minha. Eu endureço quando penso
no que fizemos ontem à noite, mas sei que não pode acontecer novamente até que
ela esteja pronta. Não me arrependo de estar com ela, mas acho que deveria ter
agido de forma inteligente e esperado. O meu pai me ensinou como aperfeiçoar
uma cara de poker quando eu era jovem. Sentamos um em frente ao outro para
jogar cartas ou xadrez. O seu olhar intenso me levaria a cometer um
erro. Paciência. Paciência é a chave para a maioria das coisas na vida.

Abro a caixa e gemo. O cheiro mais delicioso sai da caixa. Dezenas de cookies
quentes estão empilhados dentro. Eu levanto cada camada, dando uma olhada nos
sabores. Gotas de chocolate, M&M, manteiga de amendoim, snickerdoodle. Jesus
Cristo. Isso cheira celestial. Pego o meu cookie favorito, um snickerdoodle, da
embalagem. Dando uma mordida enorme, desabo de volta na minha cadeira,
gemendo. Este é o melhor cookie que já comi. Claro, é ainda melhor saber que veio
da Savannah.

As palavras da Rachel fazem mais sentido agora. Eu coloco o meu dedo sobre
o interfone, mas hesito em pressionar o botão. Eu sei que seria a coisa boa a se
fazer, compartilhar. Mas, caramba, a minha garota me deu esses cookies. Eles são
meus cookies. Existem dezenas na caixa. Eu poderia comê-los todos,
provavelmente de uma vez, se continuar a enfiá-los como um homem das cavernas.

Pego o meu telefone para enviar uma mensagem para a Savannah.

Liam: Oh, linda garota, agora você conseguiu.

Savannah: Consegui o que exatamente?

Liam: Selar o seu destino.

Savannah: Que destino é esse?

Liam: Você é minha. Você e esses cookies são meus.

Savannah: Você é uma espécie de bárbaro.

Liam: Eu sou quando se trata de você e cookies. Você aprenderá a gostar.


Liam: Eu posso sentir você revirando os olhos daqui.

Savannah: Eu realmente estava revirando os olhos. Comprei muitos


cookies para que você pudesse ser a nova criança fofa que compartilha as suas
guloseimas.

Liam: Não, não estou compartilhando. A minha assistente basicamente


pediu um antes que eu soubesse o que era. Eu considerei dar um a ela, mas
decidi contra isso.

Savannah: Dê um a ela, seu bárbaro!

Liam: Meu.

Savannah: Compartilhe.

Liam: Tudo bem, mas só porque fiz você admitir que está pensando em
mim.

Savannah: Você não recebeu cartão?

Liam: Oh, recebi o recado. Eu posso ler nas entrelinhas.

Savannah: Revirando os olhos novamente. Pensando em qualquer coisa,


menos em você.

Savannah: A minha chefe Bruxa está em busca da sua próxima vítima,


tenho que voltar ao trabalho.

Liam: Obrigado pelos cookies, linda garota. ;)


Savannah: Bárbaro sujo. Eu sei que você não está falando sobre os cookies
na sua mesa.

Uma risada explode no meu peito novamente. Essa garota.

Eu pressiono o meu dedo no interfone. — Rachel. Venha pegar um cookie.

Rachel entra correndo no meu escritório. Como ela corre com aqueles sapatos
é um mistério.

Ela junta as mãos na frente do rosto como se estivesse orando. — Realmente?


— Ela pergunta. — Estes são os meus cookies favoritos.

— Pegue um par. — Eu relutantemente digo a ela. Eu viro a caixa para


encará-la. — Só não os snickerdoodles! — Eu praticamente grito quando a mão
dela alcança a caixa.

Ela ri. — Vou deixar os snickerdoodles em paz. — Ela concorda. Ela pega um
gotas de chocolate e um M&M. Ela sai do escritório, me dizendo para avisá-la se
eu precisar de mais alguma coisa. Eu aceno em agradecimento antes de voltar para
o meu computador.

Depois do trabalho, vou direto para a casa dos meus pais para um jantar em
família. Os meus pais sempre nos ensinaram que as refeições em família são
importantes. Havia sempre um dia da semana em que o jantar não podia faltar em
hipótese alguma. Na época em que o meu pai teve o seu apêndice removido, a
minha mãe ofereceu um jantar em família no seu quarto de hospital. O dia em que
o jantar cai mudou ao longo dos anos — os meus pais trabalharam em torno da
nossa escola e horários de esportes. Nos últimos dois anos, na minha ausência, o
jantar foi nas noites de segunda-feira. A minha mãe insiste que a semana começa
bem com a sua família.

Eu paro na garagem da casa onde a minha irmã e eu crescemos. Uma


tradicional casa colonial no topo de uma colina. É um prédio branco de dois
andares com venezianas pretas. Uma grande varanda frontal com colunas
imponentes sustenta a varanda da sala de jogos no segundo andar. Flores cor de
rosa e brancas estão nos canteiros em frente à varanda. Quatro cadeiras de
balanço pretas estão aninhadas em um lado da varanda, enquanto o outro lado
tem um balanço de varanda. Quando eu era mais jovem, muitas vezes encontrava
os meus pais enrolados juntos naquele balanço, perdidos no seu mundinho. Mesmo
depois de todos esses anos, eles estão perdidamente apaixonados e mais felizes
quando estão juntos. Os carros dos meus pais e do meu cunhado estão na
garagem. Eu sou o último a chegar.

Eu entro na casa com os cheiros familiares — limão e roupa lavada. Eu


respiro profundamente, saboreando tudo o que perdi quando morava no meu loft
de tijolos e aço esterilizado em Chicago. Jogo as minhas chaves na tigela na mesa
da entrada. As molduras são alinhadas de cada lado da tigela, contando a história
das nossas vidas. Eu entro mais fundo na casa, procurando a minha família. Vejo
os meus pais primeiro na cozinha. A minha mãe está no fogão mexendo uma
grande panela, o meu pai atrás dela abraçando-a pela cintura com a cabeça
apoiada no topo da sua cabeça. Eu os ouço murmurando um com o outro. Eles não
me ouviram entrar, então saio lentamente para dar-lhes privacidade.

Na sala de estar, encontro o Tanner cavalgando o meu cunhado Josh como


um touro. O seu pequeno punho está levantado no ar e o outro agarra a gola da
camisa de Josh. Ele está gritando. — Yeehaw! — Olivia está no sofá com os pés
enrolados atrás dela, observando-os com um sorriso no rosto e gravando-os no seu
telefone.

— Você é um cowboy agora, Tan?

Tanner vira a sua cabeça para mim. — Tio Liam! — Ele balança a perna
para sair, mas acerta o pai na cabeça. Tanner não percebe ou se importa que ele
apenas chutou o seu pai na cabeça enquanto ele corre na minha direção. Eu me
agacho de joelhos com os braços abertos, pronto para pegar o monstrinho. Ele se
lança com força total nos meus braços. Eu o abraço com força contra o peito,
rindo. Eu olho por cima do ombro para o Josh, que está esfregando a cabeça.

— Acho que vou ser fígado picado agora que você está aqui. — Diz Josh. —
Talvez o próximo filho goste mais de mim.

— Eu posso te dar algumas dicas sobre como ser mais legal. — Eu me levanto
com Tanner nos meus braços.

Josh joga o Tanner nas minhas costas. Eu rio antes de colocar o Tanner no
chão. Eu trago o Josh para um abraço de tapinhas nas costas. Damos muita merda
um ao outro, mas eu não poderia escolher um homem melhor para a minha
irmã. Ele tem muita sorte de tê-la e, melhor ainda, ele sabe disso.

Eu me inclino para dar um aperto na Olivia quando o Tanner grita. —


Não! Você vai esmagar o meu pequeno irmão!

— Esse é o meu homenzinho. — Josh diz com orgulho. Veja, homem muito
bom.

Olivia suspira, esfregando a sua barriga ainda lisa. — Ele já é muito protetor
com esse amendoim. Eu continuo dizendo que ele pode ser uma irmã.

— Irmãs são nojentas! Eu quero um irmão!

Em vez de apertar a Olivia, dou-lhe um beijo na cabeça e digo ao Tanner. —


Irmãs podem ser muito legais.

— Não é tão legal quanto irmãos. — Ele responde, encolhendo os ombros como
se não houvesse nada que ele pudesse fazer sobre isso.
Sento-me na cadeira em frente ao sofá em que a Olivia e Josh estão sentados.
— Como você está se sentindo, mana?

— Estou bem. Um pouco enjoada na maioria das vezes, mas no geral, é uma
gravidez mais fácil do que a do Tanner.

— Isso não é verdade. — Josh responde. — Ela estava muito necessitada da


última vez.

Olivia bate levemente a mão no peito dele.

— Eu só estou brincando, querida. Estou aqui para ajudar. Fiz toda corrida
da meia—noite por causa dos seus desejos com um sorriso no rosto e farei o mesmo
desta vez. — Ele sorri para ela como se ela fosse o presente mais precioso do
mundo.

Só vi a Olivia duas vezes durante a sua última gravidez. Estou feliz por estar
aqui desde o início com esta pequena pepita. Nunca pensei em me estabelecer, mas
seria um mentiroso se dissesse que não imaginei o Tanner perseguindo duas
crianças, uma delas com olhos verdes esmeralda notavelmente semelhantes aos
da Savannah.

A minha mãe e o meu pai entram na sala de estar com os braços em volta um
do outro.

— Liam, não sabíamos que você estava aqui.

Eu me levanto, dando um abraço em cada um deles. — Eu queria dizer oi


para o meu garotinho favorito primeiro.

Tanner diz. — Esse sou eu, vovó! Eu sou o favorito de todos.

O meu pai está sentado no sofá, puxando a minha mãe para cima dele. — O
jantar estará pronto em breve. Só precisa ferver por alguns minutos.

Nós acenamos em reconhecimento. Caímos em uma conversa fácil. Eu olho


para cada casal, felizmente se tocando de alguma forma, enquanto ainda me
conecto com o resto de nós. Eu me pergunto se a Savannah se encaixaria com a
minha família. Eu a imagino sentada aqui comigo nesta cadeira. De repente, noto
que a sala ficou em silêncio. Eu tiro o meu olhar da lareira e volto para a minha
família. Eles estão todos olhando para mim.

Eu levanto a minha sobrancelha para a minha irmã, que parece


presunçosa. Eu conheço esse olhar. Eu vi esse olhar muitas vezes enquanto
crescia. Ela está prestes a me envergonhar e puxar informações de mim de uma
forma que só ela pode. Ela é a mestra do interrogatório.

— Pensando em uma garota, Liam?

Eu olho para ela.


— Isso é um sim. — Ela ri, Josh ri com ela como se ela fosse a coisa mais fofa
do mundo.

— Livie. — Advirto.

— Ooooh! Estou certa, não estou? Quem é ela? Eu a conheço?

— Olivia. Deixe o seu irmão em paz. — A minha mãe se vira para o meu pai
e murmura. — Não acredito que ainda tenho que repreendê-los.

— Podemos fugir para Aruba, deixar esses pobres desgraçados para trás,
deixá-los lutar, ver quem sobrevive. – Diz o meu pai em um sussurro falso.

A minha mãe ri. Olivia e eu apenas reviramos os olhos. Eles não nos
deixariam. Eles têm brincado sobre fugir juntos e nos deixar para trás durante a
maior parte das nossas vidas, especialmente quando brigávamos ou discutíamos,
mas eles nunca nos deixavam. Se a Olivia e o Josh tivessem se mudado para
Chicago, os meus pais estariam bem atrás deles, felizes por ter a família junta
novamente.

Olivia me olha com expectativa. Eu suspiro. Ela sorri, sabendo que ela
ganhou. Não vou dar muito a ela, mas sei que, se não der algo, ela continuará a
me chamar à noite até que eu responda. Ela provavelmente iria aparecer no meu
trabalho. Ela é implacável. — Eu tive um encontro.

A minha mãe desviou os olhos do meu pai para olhar para mim. — Você mal
voltou há duas semanas. Como você pode já ter tido um encontro?

— Eu sei, não posso acreditar que alguém sairia com a sua cara feia também,
Katie. — Josh ri.

Olivia levanta as mãos na frente dela. — Espere, se isso for um encontro..—


Ela diz com aspas em torno da palavra encontro. — Então não quero saber sobre
isso. — Ela termina com um arrepio.

— Como se eu contasse a minha irmã sobre isso. — Digo, revirando os olhos.


— Foi um encontro real.

— Qual é o nome dela? Onde ela trabalha? Para onde você a levou? — Olivia
começa a divagar perguntas.

— O nome dela é Savannah. Isso é tudo que estou lhe dizendo. — Eu cruzo
os meus braços sobre o meu peito.

— Quando eu posso conhecê-la?

— Quando podemos conhecê-la? — A minha mãe corrige, parecendo mais


interessada. Ela tem me perseguido sobre encontrar alguém desde que me formei
na faculdade. Ela me disse para encontrar uma garota legal e trazê-la para casa
no Texas. Ela ficava constantemente desapontada quando eu dizia que não estava
interessado em namorar ou me estabelecer. Posso vê-la sonhando agora, os seus
netos correndo pelo quintal.

Eu dou a ela um olhar severo, embora eu tenha pensamentos semelhantes


passando pela minha cabeça desde que conheci a Savannah. — Pare de imaginar
netos. Já se passaram dois encontros. Ela... ela é um pouco tímida. Não há sinos
de casamento e bebês chorando no nosso futuro próximo.

— Dois encontros? — Olivia grita.

— Por que ela é tímida? — A minha mãe pergunta, parecendo preocupada


de uma forma que só uma mãe pode fazer. Isso é algo que adoro na minha mãe. Ela
é maternal com quase todos que encontra. Ela acolhe as pessoas sob a sua proteção
e as traz para nossa família, aceitando-as e amando-as.

— Sim, dois encontros. Não tenho certeza e, mesmo que soubesse, estou
disposto a apostar que não é minha história para contar.

— Ok, isso é o suficiente, vocês duas. – O meu pai interrompe — Deixem o


Liam em paz. Quando ele estiver pronto, se ele estiver pronto para trazer essa
garota, Savannah, aqui, ele o fará.

A minha mãe e a minha irmã fecham a boca, mas ainda posso ver as
perguntas nadando por trás dos seus olhos.

— Tenho certeza que o jantar está pronto. — A minha mãe se levanta e nos
encaminha para a cozinha. — Vamos. — Nós a seguimos, o nosso primeiro jantar
em família desde que voltei para casa. Josh se aproxima de mim e me dá um
tapinha no ombro. Ele aperta uma vez. — Já posso dizer que você está ferrado,
irmão. — Ele ri e segue a sua esposa, deixando-me entrar sozinho na sala de
jantar.

Sentamos à mesa e iniciamos um jantar familiar cheio de risos.

É muito bom estar em casa.


CAPÍTULO 21

Savannah

— MUITO BEM. — James me incentiva. — Solte o ombro


esquerdo. Esquerda. Certo. Certo. Gancho. Esquerda. Bom trabalho, Savannah.
— O suor escorre pelas minhas costas enquanto treino mais forte e me esforço
mais. James me ajudou a ficar em forma e alerta desde que nos conhecemos. Ele
nunca faz muitas perguntas, preenchendo sozinho a maioria das lacunas. Ele
trabalha para me manter na melhor forma, porque sabe que isso é vida ou morte
para mim.

— Faça uma pausa, Savannah.

Eu caio sobre os calcanhares, de onde estava pulando na ponta dos pés. Eu


ando no ringue, lentamente diminuindo a minha frequência cardíaca. Sinto James
me observando. Às vezes acho que ele tem algum senso paranormal que pode
mudar o clima ao seu redor com a sua presença. Posso sentir as perguntas
flutuando em torno dele. Ele está esperando que eu pare.

Não desta vez, amigo.

Não. Foi assim que ele tirou a minha história de mim. Ele olha e espera. E
então, você está revelando os segredos da sua vida. Colocando-os aos seus pés como
se fossem a sua cruz para carregar. E o problema é que ele os leva. Ele calmamente
assume os fardos de cada pessoa com quem se preocupa. Ele não vai revelar os
seus segredos. Eu tentei. Eu sei que eles estão aí. Eu sinto o seu passado
assombroso cada vez que estamos perto um do outro.

Eu não vou quebrar. Eu não vou falar primeiro.

Eu paro de andar e me viro para ele. Eu olho de volta. Deus, esse cara ao
menos pisca?

Eu suspiro. — Droga. — Eu murmuro. Eu vejo a menor contração dos seus


lábios. Desgraçado. — Cuspa isso, Pop Tart.

— Eu gostaria que você parasse com esses malditos apelidos. — Ele


resmunga.

— O teddy bear está se sentindo mal-humorado hoje? Você sabe que gosta
deles.

Ele me encara. Eu dou a ele o meu sorriso mais doce em troca.


— Está indo tudo bem?

Eu sei que ele está perguntando sobre o Liam e eu. Não nos vimos desde o
nosso último encontro, mas trocamos mensagens de texto várias vezes por dia
nesta semana, mas nas noites em que ele estava livre, eu não estava e vice-
versa. Duas vezes nesta semana, adormeci conversando com ele ao telefone. Ele
me manteve rindo. Eu insisto que sou imune ao seu charme. Tem sido
divertido. Tem sido mais do que divertido.

— Eu amo quando estou certo.

— Certo sobre o quê? — Eu pergunto, confusa com a sua mudança repentina


de assunto.

— Certo sobre vocês dois. Eu sabia que você cederia. Eu admito, fiquei
preocupado quando o vi olhando para você com a língua de fora. Eu não conhecia
o cara. Não sabia se ele apenas gostava de jogar, mas depois de uma conversa ou
duas, eu sabia que vocês dois se encaixariam.

— Você não poderia saber disso.

— Mas eu sabia disso.

— Tem sido bom. — Eu admito. — Não o vejo desde o fim de semana passado.

— Eu imaginei. — Diz ele, voltando às suas respostas curtas.

— Nós dois estivemos ocupados. Tive que trabalhar até tarde algumas noites
esta semana e ele também. Ele pulou direto para algum grande projeto nesta nova
empresa.

— Não sabia o que estava acontecendo com você aqui em uma noite de sexta—
feira.

Eu pessoalmente gosto das noites de sexta na academia. Elas estão quase


todas vazias, as pessoas malham no início do dia, então elas podem sair e
aproveitar o fim de semana. Eu olho ao redor do ginásio. Somos apenas nós dois
aqui. Outro motivo pelo qual gosto de vir aqui nas noites de sexta—feira. James
tem tempo para trabalhar comigo no ringue, sem audiência.

— Ele tinha que ir jantar com os parceiros ou algo assim.

James concorda.

— Onde está o Hudson? — Eu pergunto a ele.

Ele me lança um olhar que diz tudo o que preciso saber. Hudson está
marcando pontos com uma mulher que ele certamente nunca mais ligará. Ele é
um jogador, mas pelo menos é franco. Eu o vi à queima—roupa dizer às meninas
que será um acordo único. Não vai significar nada e ele diz a elas que se elas não
concordarem com isso, elas podem terminar sem mágoa.

— Eu tenho alguns papéis para revisar. Vou deixar a porta aberta, avise-me
quando estiver saindo. Grite se precisar de mim. — Ele me ajuda a descer do
ringue.

— Obrigada pelo treinamento esta noite. — Eu passo por ele e vou até as
esteiras, pronta para entrar no meu cardio para a noite. James volta para o
escritório, deixando a porta aberta como prometeu.

Estou correndo na esteira, perdida e ouvindo meu audiobook de romance sexy


quando vejo alguém usar a esteira ao lado da minha. O aborrecimento pinica o
meu sistema, sou a única pessoa aqui e ele decide usar a que está ao meu lado em
vez de uma das outras vinte disponíveis?

Eu olho, pronta para fazer uma carranca, mas os meus lábios se dividem em
um sorriso.

— Ei linda. Eu tenho mandado mensagens para você. O jantar acabou mais


cedo do que eu pensava.

— Eu deixei o meu telefone na minha bolsa. — Eu digo, olhando para a bolsa


que mantenho perto de mim. — Eu sinto muito. Como foi o jantar?

— Não é um problema. É uma boa surpresa encontrar você aqui. — Ele dá


um sorriso lento. Eu me viro para frente para não cair. A minha frequência
cardíaca está acelerando, vendo-o aqui em shorts soltos que caem nos seus quadris
e sem camisa. Então ele me dá aquele sorriso, me derretendo em uma pilha de
gosma.

— Ei, cara. — Liam chama. Eu olho para o escritório do James, ele deve ter
colocado a cabeça para fora para me verificar quando ouviu vozes. Ele levanta o
queixo na direção do Liam, então volta para o seu escritório, fechando a porta. O
bastardo. Eu não estou segura! Posso desmaiar se olhar para o corpo do Liam
novamente.

Eu ainda mantenho os meus olhos longe do Liam, mas percebo que os nossos
passos combinam. Eu pergunto a ele novamente. — Então, o jantar?

— Sim, vou jantar com você, linda. — Ele pisca para mim.

— Não é o que eu quis dizer. — Digo a ele. Tento conter o sorriso, mas não
consigo antes que ele se espalhe pelos meus lábios.

— O jantar estava bom. Alguns jovens começaram na empresa. É uma boa


mudança de ritmo de Chicago. O seu trabalho é inovador e intrigante. Vou me
divertir muito trabalhando lá.
— Sinto muito, mas o que é que você faz? Eu sei que você explicou no último
fim de semana, mas acho que fiquei confusa com o consumo de cerveja.

Ele sorri. — É legal. Não tenho certeza se muitos entendem o que eu faço. Sou
engenheiro de software. Eu mando nas coisas.

Ele está me dando o seu sorriso mais sexy e o brilho nos seus olhos é
malicioso. Eu levanto uma sobrancelha para ele. — Você manda nas coisas?

Os seus olhos correm para cima e para baixo no meu corpo, causando os meus
arrepios. Coloco uma das mãos no corrimão da esteira para manter o equilíbrio. Os
seus olhos encontram os meus novamente e os seus lábios se espalham em um
sorriso lento e sedutor. — Eu comando as coisas através de códigos. Eu digo a um
produto ou objeto como agir ou funcionar.

O calor se espalha pelo meu corpo com a implicação de que ele quer me
comandar. Como é justo que esse homem tenha um abdômen que eu quero lamber,
um rosto que faria os artistas caírem de joelhos e implorar para capturar e um
cérebro que poderia rivalizar com os gigantes da tecnologia no Vale do Silício? E
como um homem pode fazer a codificação parecer sexy?

Continuamos a nossa corrida sem falar. Quando chego à marca de oito


quilômetros, desacelero para o tempo de espera de oitocentos metros. Liam
desacelera para acompanhar o meu ritmo.

— Aproveite a noite, Savannah.

A minha cabeça gira. Péssima ideia. Os seus olhos estão ardendo, lábios
puxados em um sorriso torto. Eu olho para frente, em busca de uma desculpa.

— No entanto, eu tenho que te avisar. — Ele diz. — Eu não vou gozar esta
noite.

Uma risada chocada voa da minha boca. Eu não esperava aquilo. Achei que
ele estava me convidando por esse motivo. Por mais que eu quisesse ver o Liam de
novo, não posso acreditar que deixei ir tão longe quanto fiz e tão rápido quanto eu
fiz. Não estou pronta para ele me ver nua. Não posso negar que quero passar mais
tempo com ele.

Eu viro a minha cabeça em direção a ele. O homem presunçoso e exigente se


foi e no seu lugar, um sorriso esperançoso aguarda a minha resposta.

— Não está gozando, hein?

— Não. Eu quero algo real com você, linda. Eu quero te conhecer.

Eu dou a ele um sorriso tímido. Eu quero isso também. Falamos ao telefone


por horas a fio algumas noites nesta semana, mas conhecer alguém no escuro da
noite sem tecnologia adiciona outro nível de emoção e intimidade. Eu quero deitar
com ele em um quarto escuro que pareça seguro o suficiente para derramar
qualquer segredo ou pensamento sombrio. Eu sei que não vou contar nenhum
segredo esta noite, mas quero sentir como se pudesse. Eu também posso ler nas
entrelinhas. Ele sabe que o fim de semana passado foi rápido demais para
mim. Estamos diminuindo a velocidade agora. Sou grata por não ser algo que
tenho que dizer em voz alta.

— Ok. – Eu digo baixinho. O resfriamento que apenas diminuiu a minha


frequência cardíaca foi jogado pela janela. O meu coração começa a galopar com o
sorriso e o brilho nos seus olhos quando digo que sim.
CAPÍTULO 22

Liam

EU CHEGO EM CASA RAPIDAMENTE da academia para ter certeza de que a


minha casa está em ordem para a chegada da Savannah. Eu quero que ela veja
que eu cuido de mim e irei cuidar dela também. Eu quero que ela relaxe no espaço
facilmente e fique contente na minha casa. Ela hesitou em dar o seu endereço uma
semana atrás — agora ela está disposta a passar a noite aqui. Eu não quero
estragar tudo. Eu não pretendia pedir a ela para aproveitar esta noite. Eu nem
pensei que iria vê-la, mas não posso negar o aperto no meu peito quando entrei na
academia para ver que ela era a única pessoa ali.

Savannah estava correndo em uma esteira sob uma grande luz. Parecia que
ela estava em um holofote — só para mim. Eu fiquei lá assistindo por um
momento, percebendo o quão sexy ela parecia correndo. Não havia nada neste
mundo que pudesse ter me impedido de andar em direção a ela naquele
momento. Eu tinha que tê-la na minha casa, na minha cama. Eu tive que me
abster de jogá-la por cima do ombro e apenas trazê-la para casa. Graças a Deus
ela disse sim.

Corro para dentro do meu quarto, trocando os lençóis o mais rápido


possível. Terei que agradecer a Olivia e a minha mãe por me fazerem comprar um
segundo conjunto de lençóis. Quando as deixei dominar livremente a minha casa,
não pensei que comprariam lençóis e toalhas novas. Muito mais lençóis e toalhas
do que pensei que um único cara pudesse usar, mas agora sou grato por sua
previsão.

Jogo a roupa suja no cesto, junto com a toalha que usei a semana
toda. Penduro toalhas limpas na prateleira. Eu me sinto como uma garota
passando por tantos problemas, mas eu me recuso a perder a minha chance com
essa garota por algo estúpido. Normalmente não sou tão preguiçoso como fui nesta
semana, mas este novo emprego está exigindo longos dias de trabalho. Estou bem
com isso — gosto muito do trabalho que faço.

Eu olho ao redor do grande quarto principal, certificando-me de que tudo está


no lugar. A cama king—size domina o espaço com um edredom vermelho escuro e
lençóis cinza ardósia. A cabeceira da cama de couro preto é baixa e angular. Duas
mesas de cabeceira de cedro e ferro preto ladeiam os lados. Uma grande cadeira
de couro fica em um canto da sala em um bom ângulo para ver a grande tela plana
na parede oposta. Tudo está limpo e no seu lugar. Antes de ir para a sala para me
limpar, tomo o banho mais rápido conhecido pelo homem. Visto uma camiseta e
uma calça de moletom.
Corro para a sala, olhando para o relógio, me perguntando quando ela vai
chegar. Não há muito o que pegar na sala, já que não tenho conseguido ficar muito
tempo em casa esta semana. A única noite livre que tive, passei com o Hudson e o
James no bar. Sento-me no sofá para esperar pela Savannah, sentindo uma
sensação estranha de nervosismo na boca do estômago. Acho que não me sentia
assim desde o jogo do campeonato estadual de basquete do colégio, faltando dois
segundos para o fim do jogo e a bola nas minhas mãos. Eu estava nervoso, sabia
que tinha a diferença entre sermos um campeão estadual e o vice—campeão. Eu
ganhei aquele jogo. Eu vou ganhar essa garota.

A campainha toca.

Respiro fundo antes de caminhar até a porta. Eu fico mudo quando


abro. Savannah está parada sob a luz da minha varanda em uma simples camiseta
branca com decote em V e shorts cinza. O seu cabelo castanho escuro está ondulado
e solto, emoldurando o seu rosto. Ainda está parcialmente molhado. O seu rosto
está sem maquiagem. Posso ver as sardas mais finas e leves ao longo da ponte do
seu nariz. Ela é melhor do que qualquer fantasia que ganha vida, mais
bonita. Mais doce. A vida real vence a fantasia agora.

Ela limpa a garganta e franze as sobrancelhas no olhar confuso mais


adorável. Ela aponta para trás de mim. — Posso entrar?

— Foda-se. — Eu me repreendo. — Claro. — Pego a pequena bolsa roxa da


sua mão. Ela dá um passo mais perto, esperando que eu recue e a deixe entrar,
mas não posso ficar um segundo a mais sem beijá-la.

— Você tem estado linda cada vez que te vejo, mas uau. — Eu digo, beijando
as sardas no seu nariz. — Você confortável, com banho fresco e aqui na minha casa
deve ser o meu visual favorito até agora. — Além disso, somente quando você
goza, acrescento silenciosamente.

Ela sorri timidamente e fica na ponta dos pés para me dar um beijo delicioso
e suave. Eu a puxo para mim, segurando-a com tanta força que os seus pés se
levantam ligeiramente do chão. Eu volto para dentro, carregando-a comigo.

Eu quebro o beijo, murmurando contra os seus lábios. — Estou feliz que você
esteja aqui.

Ela morde o lábio, olhando para mim por entre os cílios. — Eu também.

Eu coloco os seus pés no chão, ainda segurando-a perto. — Vamos. Vou te dar
um tour.

Eu dou um passo para trás e ela olha ao redor. — Esta é a sala de estar. — Eu
varro a minha mão no ar, mostrando a sala.

— A sua mãe e irmã fizeram tudo isso por você?

— Sim. Isso tudo é obra delas.


Savannah olha para mim, me dando um sorriso largo. — Foi muito gentil da
sua parte deixar a sua mãe decorar para você.

— Mãe e irmã.

Parece que ela está segurando uma risada, o seu peito vibra enquanto o seu
sorriso se contrai — é tão adorável.

— Ainda mais doce. — Diz ela zombando de mim. Eu sei que muitos homens
adultos não gostariam que a sua casa fosse decorada profissionalmente pela sua
mãe ou irmã, e provavelmente não admitiriam para a sua namorada que a decorou
para elas.

Namorada? É isso que ela é? É assim que penso nela?

Eu me sacudo desses pensamentos antes de escorregar e dizer a ela que ela é


minha namorada. Tenho a sensação de que ela sairia correndo pela porta.

— Não é realmente doce. É mais uma coisa de autopreservação. Acho que elas
podem me matar se eu negar a oportunidade. — O meu rosto aperta em
pensamento. — E as mulheres da minha família parecem sempre conseguir o que
querem.

Savannah joga a cabeça para trás de tanto rir. A sua gargalhada única está
enchendo a minha casa e o meu peito com algo que não consigo descrever.

— Elas fizeram um ótimo trabalho. Parece fantástico.

Eu sorrio, satisfeito por ela gostar. Eu a levo para a cozinha. — A cozinha não
está realmente abastecida. Não tive tempo para fazer compras esta semana, mas
tenho... — Abro a porta da geladeira e olho em volta. — Cerveja. E é isso.

Eu me inclino para trás na porta, dando a ela um sorriso.

Ela sorri de volta radiante. — Contanto que você tenha o básico, certo?

— Certo. — Eu digo a ela rindo. — Vamos sair para tomar café amanhã.

Ela abre a boca, mas eu chego antes. — Por minha conta, é claro. — Eu envio
uma piscadela para ela, em seguida, a puxo para trás de mim, continuando o
passeio.

— O meu escritório. — Digo, apontando para um cômodo à direita. Não a


levo para o escritório, decidindo continuar para os quartos. Ou mais
especificamente, o meu quarto. — Quartos de hóspedes vazios com banheiro Jack
e Jill11. — Eu aponto para o lado esquerdo do corredor.

11é um banheiro completo localizado entre dois quartos e acessível por ambos — o que significa que o
banheiro tem pelo menos duas portas. Às vezes, uma terceira porta é adicionada a um corredor.
Quando chego ao final do corredor, abro a porta, em seguida, saio do caminho,
deixando-a entrar antes de mim. — O meu quarto. — Digo a ela depois que ela
entra no espaço. Ela fica apenas na entrada, olhando ao redor. O seu olhar
permanece na cama king—size. Um rubor aquecido sobe pelo seu pescoço e
bochechas.

O meu pau responde imediatamente. Esta noite não, acalme-se, penso comigo
mesmo. Eu reprimo a minha reação tanto quanto possível. Eu não posso evitar as
palavras que saem dos meus lábios. — Eu não posso esperar para estar dentro de
você nessa cama, mas não esta noite, baby.

O seu rubor faz exatamente o que eu quero — se espalha pelo seu peito e fica
mais escuro.

Eu ando em volta dela até a cama, colocando a sua bolsa no chão. Eu me viro
para vê-la ainda corando e seguro o gemido que quero desesperadamente liberar.

— Vamos. — Digo a ela. — Vamos ficar um pouco na sala de estar.


— Caminhamos de mãos dadas de volta para a sala de estar.

Eu a coloco no sofá antes de perguntar. — Quer um pouco de água ou


cerveja? As opções são infinitas.

Ela ri. — Vou só tomar um pouco de água por enquanto. Talvez uma cerveja
daqui a pouco.

Vou até a cozinha pegar copos d'água para nós. Quando volto para a sala, ela
está sentada no sofá com a coluna reta. Ela está quase na beirada do sofá, como se
estivesse se preparando para fugir a qualquer segundo. Coloco as bebidas na mesa
de centro, em seguida, me sento no canto do sofá.

Uma vez que estou acomodado, eu a puxo para o meu lado, fazendo
malabarismos com ela até que ela esteja debaixo do meu braço, inclinando-se para
mim com a cabeça no meu peito. Eu ajo como se tivéssemos feito isso todos os
dias. Eu sinto o seu olhar fixo no lado do meu rosto. Eu desisto e olho para ela, lhe
dando um sorriso. Ela luta contra um dos seus sorrisos, balançando a cabeça,
murmurando. — Maldito bárbaro.

E então, ainda mais suave para si mesma. — Por que eu gosto tanto disso?

O meu sorriso se alarga, ameaçando dividir o meu rosto. Resisto a estufar o


peito de orgulho. Eu amo ter esse efeito sobre ela.

Pego o controle remoto da mesa lateral para ligar a TV. Passamos por alguns
canais, falando sobre alguns dos nossos programas favoritos. Eu troco as entradas,
trazendo a minha rede de filmes. — O que você gostaria de assistir? Eu tenho uma
seleção bem grande, incluindo filmes femininos que são os favoritos da minha
irmã.
Eu a ouço sussurrar para si mesma. — Quem diria que os bárbaros podem
ser tão doces?

Ela olha para mim. — Eu estou bem com quase tudo. Exceto terror. Sou uma
grande bebê quando se trata de terror. Você não vai pregar o olho se me fizer
assistir e acredite, você não vai ficar acordado porque estamos nos divertindo na
cama.

Eu rio, mantendo isso em mente. Eu adoraria assistir um filme de terror com


ela um dia, mas não esta noite. Eu faria qualquer coisa que ela precisasse,
incluindo ficar de guarda na porta armado até os dentes — com as minhas armas
e facas protegendo-a de um monstro que não existe.

Depois de percorrer uma boa parte dos meus filmes, finalmente decidimos
assistir uma comédia. Ação e suspense são os meus filmes favoritos, mas eu quero
ouvir a gargalhada louca da Savannah. Isso funciona como um encanto.

Estou prestando mais atenção nela do que no filme. Quando algo de que ela
não gosta acontece na tela, o seu nariz enruga. Quando algo engraçado acontece,
ela joga a cabeça para trás na curva do meu braço e ri, segurando a barriga. Essa
reação me faz rir.

Savannah me olha por entre os cílios algumas vezes e não escondo que a estou
observando. Eu dou a ela um sorriso lento a cada vez, transformando essas
bochechas em um lindo vermelho. Eu considero uma vitória quando ela não me diz
para parar de olhar para ela. Tê-la aqui no meu sofá da minha casa é muito bom.

Perto do final do filme, as risadas da Savannah se acalmam antes de parar


completamente. Os seus olhos estão fechados e a sua respiração regular. Eu aperto
o meu controle sobre ela, sentindo-me protetor de tudo que tenho nos meus braços.

Eu desligo a TV antes de levantá-la nos meus braços para levá-la para a


cama.

Ela grita quando estamos no meio do corredor e começa a bater no meu


peito. Eu congelo.

Lágrimas escorrem pelo seu rosto e ela ainda está gritando — alternando
entre gritos e diferentes versões de 'Me deixe ir'. Eu a coloco de pé com cuidado. Se
eu tivesse que adivinhar, acharia que ela ainda está pelo menos parcialmente
adormecida. Os seus olhos estão desligados e distantes.

— Savannah. — Eu chamo calmamente. Coloco as minhas mãos nos seus


ombros para mantê-la firme, repetindo o seu nome na esperança de que ela se
acalme. Ela continua socando o meu peito enquanto eu digo o seu nome cada vez
mais alto. Lentamente, ela para de me socar, desenrolando os punhos e pousando
as mãos no meu peito.

Os seus olhos ainda estão cheios de lágrimas, contendo confusão e perguntas.

— Savannah.

— Li… Liam? — Ela está rouca, a garganta áspera de tanto gritar.

— Você está bem?

— O que aconteceu?

Eu olho nos seus olhos, perplexo por ela não ter nenhuma lembrança do que
aconteceu. Os meus músculos estão tensos, postura rígida. Não sei o que está
acontecendo na sua cabeça, mas pretendo descobrir. E assim por diante. Ela
precisa parar de manter essa merda para si mesma. Eu sei que ela está lutando
contra alguns demônios sombrios. As coisas que guardei para mim provavelmente
não são nada comparadas aos seus segredos.

— Você adormeceu no sofá, eu estava carregando você para a cama.


— Hesito, sem saber como expressar o seu surto. — Você começou a gritar.

— Oh. — Ela tira os olhos dos meus e olha para os pés. As minhas mãos
ficaram nos seus ombros o tempo todo. Eu as movo para baixo nos seus quadris,
mas ela recua nos meus braços, tentando se afastar de mim. Eu tiro as minhas
mãos do seu corpo e dou um pequeno passo para trás, dando-lhe espaço.

— Linda. — Eu sussurro. Ela ainda não olha para mim e não diz mais nada.
— Olhe para mim. — Ela inala profundamente, endireitando os ombros como se
estivesse se preparando para a batalha. Quando ela levanta a cabeça, fico chocado
com a luta nos seus olhos. Ela é determinada, feroz e desafiadora.

— Eu deveria ir. — Ela diz com determinação. Ela faz um movimento para
me contornar, mas eu bloqueio a sua fuga.

— Oh, não, você não. Você vai ficar.

Ela me encara, o desafio alcançando outro nível. Se ela olhasse para baixo
agora, ela veria o contorno duro da minha ereção. A sua determinação é tão
excitante. Eu tento o meu melhor para conter a reação do meu corpo. Jesus, ela é
muito sexy. Eu balanço a minha cabeça, me forçando a me livrar desses
pensamentos.

— Desculpe? — Ela engrossa a sua voz, me deixando ainda mais duro e


enviando arrepios na minha espinha.

— Estamos fazendo isso. Aqui e agora.

— Fazendo o que? — Ela sibila.


— Você me dizendo do que se tratava.

Ela desvia o olhar de mim, mas graças a Deus não olha para baixo. Ela olha
para a parede ao lado dela. Observo o perfil do seu rosto de perto enquanto a
máscara é colocada no lugar. Quando ela se volta para mim, os seus olhos são
inocentes e o seu rosto mostra a vergonha.

Ela desvia o olhar novamente, aperfeiçoando o ato quando diz. — Sinto


muito. Eu atuo quando estou envergonhada. Eu só queria ir embora para não ter
que ver você rir de mim ou algo assim.

Eu fico quieto por um momento. Os seus olhos me observam na sua visão


periférica. Eu sei que ela está mentindo. Não sei se devo denunciá-la ou ver onde
ela está tentando levar isso.

— Envergonhada?

— Eu tive um pesadelo, quando você me moveu, só piorou. Eu posso ser uma...


dorminhoca. — Essa era a verdade. Não sei exatamente como posso diferenciar as
verdades dela com as mentiras, mas posso. Se eu tivesse que adivinhar, apostaria
que ela está tentando mentir o mínimo possível, enquanto segue a linha da
verdade. Eu tomo a decisão de deixá-la em paz nesta mentira. Eventualmente,
saberei de tudo. Eu quero pressioná-la para obter informações, mas não quero
assustá-la.

— Qual foi o seu pesadelo?

Ela me olha diretamente nos olhos. Um pouco de raiva retorna. — Liam, se


você quiser que eu fique, eu fico.

— Eu quero que você fique. Também quero deixar bem claro que nunca riria
de você.

— Eu vou ficar.

Um sorriso começa a se formar nos meus lábios e eu me aproximo dela, mas


ela recua, mantendo a mão erguida na frente dela. — Com uma condição.

O meu sorriso cai, os músculos ficam tensos. Cruzo os braços sobre o peito e
pergunto, — Qual é a condição?

— Você deixa isso. Pelo menos por esta noite. Não quero falar sobre o meu...
— Ela para, como se procurasse a palavra certa. — Pesadelo. Foi apenas um sonho
ruim. Quero passar o resto da noite sendo feliz com você.

Eu apostaria cada um dos meus bens que esse 'pesadelo' na verdade era uma
memória. O meu sangue ferve com uma fúria que mal consigo controlar. Não
conheço o passado dela, mas ela está aqui comigo esta noite. Eu sei que ela está
segura. Eu suprimo o meu instinto de empurrar até saber todas as respostas.
CAPÍTULO 23

Savannah

POR FAVOR NÃO EMPURRE, POR FAVOR NÃO EMPURRE.

Estou cantando esse mantra repetidamente na minha cabeça. Eu tenho que


ir embora se ele insistir — esta noite não será a noite em que revelarei quaisquer
segredos. Oh, inferno, ele provavelmente vai me mandar embora. Eu e toda a
minha maldita bagagem.

Ele quer fazer mais perguntas. Ele não quer ceder à minha declaração. Os
seus olhos castanhos geralmente quentes estão duros com cintilações de uma
chama furiosa atrás deles. Por favor, Liam, pare com isso.

— Tudo bem. — Ele finalmente profere. Não é macio e acolhedor. Eu sinto as


pontas concisas dessa palavra. O meu corpo afunda de alívio e eu deixo cair a mão
que estava usando como um fraco escudo. Ele se aproxima, me observando. Ele
ainda está enrolado, pronto para atacar como um leão. O seu peito largo está
inchado, os músculos dos seus braços se contraem como se ele estivesse reinando
com uma raiva séria. Eu não tenho medo dele.

Agora ele sabe que tenho segredos. E ele sabe que não vou divulgá-los até que
esteja pronta. Nós dois sabemos que vou correr mais rápido se ele empurrar.

Eu fico bem na frente dele. Envolvo os meus braços em volta da sua cintura
e coloco o meu rosto bem entre os seus peitorais. Eu inalo o seu perfume masculino
e amadeirado. Ele ainda cheira fresco de um banho. Eu coloco o meu queixo no seu
peito e olho para ele; ele não se moveu. Ele ainda está preparado para um ataque.

Ele está olhando para mim com uma leve carranca. Os seus olhos voam sobre
os meus, em busca de respostas.

— Obrigada. — Digo a ele. Eu fico na ponta dos pés e coloco um beijo suave
nos seus lábios. No momento em que os meus lábios entram em contato com os
dele, todo o seu corpo relaxa e eu afundo nele. Os seus braços fortes envolvem, me
segurando perto. Eu relaxo nos meus pés e coloco a minha cabeça contra ele. Ele
pressiona um longo beijo no topo da minha cabeça e respira profundamente.

— Vamos para a cama.

Eu olho para ele e os seus olhos castanhos agora são chocolate quente
derretido. Eu aceno e viro em direção ao seu quarto, puxando-o atrás de mim.
— Eu posso usar o banheiro? — Eu pergunto.

— Você não precisa pedir, você pode fazer o que precisar.

Pego a minha bolsa da cama e vou para o banheiro, fechando a porta atrás de
mim. Eu me olho no espelho. Os meus olhos ainda estão vermelhos de
lágrimas. Eu inspiro e expiro profundamente, tentando me acalmar. Eu posso
fazer isso. Eu posso dormir ao lado de outra pessoa. Só porque a memória veio à
tona antes não significa que voltará a aparecer.

Lavo o rosto, escovo os dentes e tiro o sutiã, jogando-o na bolsa. Eu me encolho


quando me vejo no espelho. Uma camisa branca provavelmente não foi a melhor
ideia. Os meus mamilos estão duros e você quase pode vê-los através da camisa,
mas não tenho mais nada para dormir.

Quando saio do banheiro, Liam está indo para a cama. — Você precisa usar
o banheiro?

— Não, eu escovei os meus dentes no banheiro de hóspedes. Vá em frente e


apague a luz, por favor.

Ele acende a luz ao lado da cama ao mesmo tempo que apago a luz do
banheiro. Ele me encara e congela. Os seus olhos estão focados nos meus seios. Eu
vejo o seu pomo de Adão balançar antes de me forçar a caminhar até a cama, como
se nenhuma faísca estivesse voando. As faíscas podem queimar toda a
vizinhança. O seu olhar está me queimando viva.

Eu observo os meus pés enquanto caminho em direção à cama. Eu olho


quando ele limpa a garganta. Ele está olhando para o teto resmungando para si
mesmo. Eu não pego nada, exceto — Porra, Jesus, Cristo.

Eu subo no outro lado da cama e nós nos sentamos sem jeito, de costas para
a cabeceira da cama. Nenhum de nós pode esquecer o incidente do corredor
ainda. Não tenho certeza para onde ir a partir daqui. Talvez não tenha sido uma
boa ideia ficar.

Ele suspira. — Venha pra cá. — Eu olho para ele. O seu braço está levantado,
pronto para eu acariciar o seu lado. Não perco a oportunidade. Eu deslizo até que
os nossos corpos se tocam. Quando estou acomodada, Liam agarra as minhas
pernas e as engancha sobre as dele. O seu braço me envolve com força e ele usa o
outro braço para me guiar em torno dos seus quadris estreitos. Ele suspira
satisfeito quando me acomoda onde ele me quer. Eu não reclamo — este lugar é o
melhor da casa.

Minutos se passam, nós não falamos... A sensação estranha diminui. Os seus


dedos esfregam levemente para cima e para baixo no meu braço. Eu começo a
traçar padrões no seu abdômen e sorrio para mim mesma cada vez que os sinto
apertar. A mão na minha cintura chega ao meu rosto, inclinando-o em direção a
ele.
— Estou feliz por você estar aqui. — Os seus olhos sérios são de uma bela
cor de uísque à luz da lamparina. Os seus dedos levantam o meu queixo até que os
seus lábios roçam os meus.

— Estou feliz por ter ficado. — Digo a ele. A minha língua lambe a costura
dos lábios dele, implorando por mais do que apenas um toque dos seus lábios. A
sua mão se move para embalar o meu rosto, dando-me o beijo que desejo. As nossas
bocas se movem juntas em um ritmo lento e vagaroso e a sua língua brinca com a
minha. Eu chupo levemente o seu lábio inferior e ele rosna de prazer. A sua mão
desliza para o meu pescoço, me segurando com força, um frenesi de línguas e lábios
se chocando.

Os seus lábios se movem para o meu pescoço, beijando a coluna enquanto eu


monto os seus quadris magros. Eu choramingo quando o meu núcleo pressiona a
sua ereção. Eu esfrego os meus quadris contra ele, as mãos se movendo sob a sua
camisa, marcando os seus músculos com as minhas unhas. Eu arranco a sua
camisa sobre a cabeça, em seguida, movo as minhas mãos nos seus cabelos,
trazendo os seus lábios de volta aos meus.

Ele nos vira para assumir o controle do beijo. Ele começa a beijar o meu
pescoço novamente. O seu polegar está roçando um mamilo. As minhas pernas
envolvem a sua cintura, procurando atrito. As minhas mãos ainda estão
enterradas no seu cabelo quando a sua mão começa a se mover sob a minha camisa.

Eu arranco a minha boca dos seus lábios que encontraram os meus


novamente. — Espere. — Eu falo. A sua mão fica imóvel. Ele se afasta, olhando
para mim. — Nós precisamos parar. — O meu coração está acelerando. Tenho
certeza de que se ele olhasse para baixo, veria batendo no meu peito.

— Foda-se. — Diz ele, tirando a mão da minha camisa. — Você está certa. Eu
sinto muito. Eu te prometi. — Ele rola de cima de mim e fica de costas com as
mãos no rosto.

Tiro a mão do seu rosto, tentando tranquilizá-lo. — Não é isso. É... — Eu


paro, sem saber como explicar. Vai soar tão bobo. Ele esteve dentro de mim e aqui
estou com medo de tirar a camisa na frente dele, mas sei que ele fará
perguntas. Não estou pronta para responder. Uma parte de mim grita para contar
tudo a ele, mas a outra parte está com tanto medo que ele vai encolher o rabo e
fugir. — É só que ainda não quero tirar a minha camisa na sua frente.

Ele olha para mim. — Savannah, você é a mulher mais sexy que eu já
vi. Nada vai mudar isso.

Eu dou a ele um pequeno sorriso. Ele rola, me puxando para ele, então estou
envolvida nos seus braços. A sua camisa ainda está fora, então o cheiro do seu
sabonete é ainda mais intoxicante. Eu coloco a minha cabeça contra a sua pele
quente, ouvindo os seus batimentos cardíacos.
— Não vamos fazer nada que você não esteja pronta. Vou manter o que eu
disse. Prometi que não iria dormir com você esta noite. Não até que eu saiba que
você está nisso e pronta para ser minha.

Eu não digo nada. Não sei como responder. Eu beijo o seu peito em vez de
responder. — Obrigada, Liam.

Ele levanta o meu rosto para ele e me dá um beijo gentil. — Boa noite,
Savannah.

— Boa noite. — Eu rolo para longe dele, pensando que agora iremos para
lados separados da cama, mas ele me envolve nos seus braços, acariciando as
minhas costas. Eu ouço a sua respiração mesmo quando ele adormece. Eu
adormeço rapidamente depois dele.

Eu acordo com um leve toque em cima do meu estômago. Quando os meus


olhos se abrem, não estou totalmente consciente ou acordada. A voz do Liam me
assusta quando ele pergunta. — Eu não sabia que você tinha uma tatuagem. É
isso que você não queria que eu visse? Aposto que é sexy.

Eu olho para o meu estômago — a barra da minha camisa subiu enquanto eu


estava dormindo. A parte inferior da minha tatuagem colorida está
aparecendo. Não é suficiente para revelar o que é, é apenas um pequeno pedaço,
mas é o suficiente. Eu firmemente puxo a minha camisa para baixo. Liam se
inclina para trás com a mão para cima.

— Você não deveria ver isso.

— Eu sinto muito. — Os seus olhos estão redondos de surpresa. Ele abre a


boca para dizer mais alguma coisa, mas eu o impeço.

— Eu tenho que ir. — Eu digo, pulando da cama. Preciso sair daqui o mais
rápido possível. A minha respiração está superficial. O pânico aperta o meu
coração, um nó se forma na minha garganta. A minha visão está turva. Não, agora
não. Agora não. Eu preciso ir para casa. Eu paro onde estou. Coloco as minhas
mãos nos meus quadris e respiro fundo algumas vezes, mantendo o pânico sob
controle no momento.

— Por que não posso ver a sua tatuagem? — Ele pergunta, com confusão
genuína gravada no seu rosto.

— É particular. O James é a única pessoa fora da minha família que sabe que
tenho essa tatuagem. Você não deveria ver isso. — Eu não queria deixar escapar
que o James conhece essa grande parte de mim que estou insistindo em esconder
dele.

— O James viu isso.

Eu olho para ele. Ele parece magoado e chocado. Há uma raiva crescendo nos
seus olhos.
— Ele viu. — Eu confirmo. Me afasto, lutando para pegar tudo que deixei no
seu banheiro. Quando volto para o quarto, ele está olhando para mim, ainda na
cama como se estivesse congelado.

— Você esteve com ele? — Liam exige. As suas narinas estão dilatadas
enquanto o seu rosto se transforma em uma carranca furiosa. Eu olho para ele
incrédula.

— O que? Não. Ele só... — Faço uma pausa, o pânico roubando as minhas
palavras. — Sabe coisas sobre mim.

— Então, você deixa ele te ver sem camisa, mas eu, que estou tentando o meu
melhor para ser algo para você, você não me diz porra nenhuma. — Ele dá um
tapinha no peito, pontuando cada palavra.

— Eu não posso fazer isso.

— Savannah. — Liam diz enquanto sai da cama e vem na minha direção. —


Espere, eu sinto muito. Merda, isso foi uma coisa idiota de se dizer. Estou com
ciúmes porque ele parece ter um pedaço de você que você não me deixa chegar
perto. Não se trata de ver você nua, é sobre saber quem você é.

Pego a minha bolsa da cadeira e tento contorná-lo. As suas mãos chegam aos
meus ombros, tentando me acalmar. Eu me afasto do seu toque com as minhas
mãos para cima. — Por favor mexa-se. Eu preciso ir. Agora.

Ele sai do meu caminho, mas me segue para o meu carro, implorando por
uma explicação. — Savannah, você não deveria estar dirigindo tão chateada.

Eu o ignoro e continuo me movendo. Eu ligo o meu carro e ele está parado do


lado de fora, olhando para mim com uma mistura de confusão, dor e raiva.

— Por favor, Savannah.

Eu não olho para ele, apenas continuo olhando para frente, respirando mais
algumas vezes. Aguente. Aguente. Só mais um minuto. Vou parar depois de ir.

— Savannah, por favor, fale comigo. — Eu coloco o meu carro em marcha à


ré e saio. Eu o ouço gritar, 'Porra!' enquanto desço a rua em alta velocidade.

Quando chego em casa, eu tiro as minhas roupas e pulo no chuveiro, fazendo


qualquer coisa que posso para tirar o cheiro do Liam de mim. Ele deixou áudios e
enviou textos. A última mensagem pedia para avisá-lo quando eu chegasse em
casa. Quase não fiz. Quase não consegui. Mas, no final, mandei uma mensagem
curta, preocupada que ele tentasse me encontrar.

Savannah: Casa.
Desliguei o meu telefone depois disso, não interessada em ouvir o que ele
tinha a dizer. Eu me inclino contra o azulejo frio do chuveiro, deixando os meus
soluços se soltarem, odiando o meu passado com paixão. Achei que estava pronta
para um relacionamento com alguém — alguém como Liam. Eu pensei que era
mais forte do que meu passado. Me iludi pensando que estava livre do meu
passado. Achei que era melhor do que a minha bagagem. Eu estava errada pra
caralho.

Estou com raiva do Liam por presumir que, porque o James sabe algo pessoal
sobre mim, automaticamente significa que estávamos juntos. Não é assim com o
James e eu. Saio do chuveiro, enxugando o vapor do espelho. Eu fico olhando para
a minha tatuagem e penso em como conheci o James e quando a fiz.
CAPÍTULO 24

Savannah

Quatro anos atrás.

Eu tropeço no banheiro, ainda meio dormindo, precisando fazer xixi. Eu me


vejo no espelho e volto para o banheiro para vomitar. Eu puxo para baixo a camisa
emaranhada no meu sutiã esportivo, escondendo a evidência que me enoja. Eu
penduro a toalha de volta no espelho; deve ter caído durante a noite. Estou em uma
nova cidade, um novo lugar, mas nunca escaparei do passado enquanto a evidência
estiver gravada na minha pele.

Eu deitei na cama nesta casa solitária, procurando na minha mente uma


maneira de seguir em frente. Os meus terapeutas ajudaram de algumas maneiras,
mas não de todas. Os meus pais recomendaram que eu fizesse terapia após o
incidente. Eu não tinha tanta certeza disso, mas concordei. Fiquei surpresa quando
me ajudou a lidar com pesadelos e enfrentar a realidade de que tenho uma nova
vida. Alguns dias ainda penso em mudar o meu nome e fugir do
país. Provavelmente seria a jogada mais inteligente. Eu sei que tenho alguns anos
sem ele respirar por cima do meu ombro, mas ele vai voltar. Mudar o meu nome
ajudará a ficar longe dele. Quanto à terapia, estou em um rompimento do qual não
posso me recuperar até encontrar uma maneira de superar o que vejo e sinto no meu
corpo todos os dias. E provavelmente até eu parar de ter medo de todos os homens
que encontro. Eles recomendaram uma nova cidade, então aqui estou eu, recém—
saída da faculdade, sozinha em um novo lugar, a poucas horas dos meus
pais. Ainda não saí de casa. Agradeço a Deus pela entrega do supermercado.

Eu pulo na cama quando uma ideia maluca surge. Nunca vou tirar as
cicatrizes, mas posso fazer algo a respeito. Pego o meu laptop da mesa e pesquiso o
que preciso.

Abro a porta da loja de tatuagem, esperando que a essa hora ninguém esteja
aqui além dos artistas. Eu sabia que tinha sorte de uma loja na minha nova cidade
se especializar em tatuar cicatrizes. Quatro homens viram a cabeça em direção à
porta quando eu entro. Recuo contra a porta e cruzo os braços sobre o corpo para
me proteger.

A única pessoa que está tatuando um cara em uma cadeira balança a cabeça
antes de olhar para baixo. Ele está sentado em um banquinho, mas parece alto e a
camisa rasgada que usa mostra braços musculosos. Ele está coberto de
tatuagens. Quase todas as superfícies visíveis possuem algum tipo de arte. O cara
que ele está tatuando continua a me olhar de forma maliciosa. Ele sorri para mim
e pisca. Ele parece perigoso, mas eu sei que as mulheres devem cair a seus pés com
seu cabelo preto como tinta e olhos azul—celeste.

— Senhora, eu pergunto, posso ajudá-la?

Eu movo os meus olhos do cara na cadeira de tatuagem para olhar para


aquele que deve ter falado. Eu me encolho ainda mais na porta. Ele é o maior
homem que já vi. Os seus braços e pernas são do tamanho de uma árvore. A camisa
que ele está vestindo parece que vai arrebentar nas costuras. Ele deve sentir o meu
medo porque dá um passo para trás. Ele sorri suavemente e levanta a mão que não
está com o caderno de desenho e provavelmente poderia envolver a minha garganta
duas vezes. Eu engulo em seco. Ele pergunta novamente. — Posso ajudá-la,
senhora? — Em um grosso sotaque sulista. Os seus olhos fulvos são gentis.

— Ei, baby. – O homem da cadeira de tatuagem chama. — Eu posso te ajudar.

O homem ao lado do Maior Homem Vivo pisa do outro lado dele, efetivamente
bloqueando a minha visão do cara na cadeira de tatuagem.

Eu olho para ele. O seu rosto está voltado para o lado, carrancudo para o
homem na cadeira. Ele também é incrivelmente grande, os músculos estourando da
sua camisa. Há necessidade de músculos para entrar em um estúdio de
tatuagem? Antes que ele se volte para mim, saio correndo pela porta.

Tento novamente pelos próximos três dias, apenas para sair correndo da
loja. No quarto dia, finalmente falo. Eu me dou uma conversa de vitalidade mental
antes de entrar na loja neste momento. Cada vez, a única pessoa que foi legal é o
Maior Homem Vivo. Ele nunca se aborreceu comigo, apenas perguntando a cada
vez com aquele sotaque sulista se há algo que ele pode fazer por mim. Cada vez que
o vejo e cada vez que ele pergunta, ele acalma uma parte de mim.

Eu fiz algumas pesquisas — ele é um especialista em cobrir cicatrizes. Fiquei


olhando o seu trabalho online por horas, imaginando o que ele poderia fazer com a
minha pele. Eu não posso acreditar que aquelas mãos enormes podem criar designs
tão intrincados. O seu comportamento relaxado é a única razão pela qual continuo
voltando e por que estou determinada a falar com ele hoje.

Quando eu entro, é só ele e outro cara. Ambos se viram em direção à porta e


eu reconheço o outro homem que entrou na frente do homem malicioso. Ele tem
olhos cinzentos cativantes e um rosto severo. Não vou deixar a sua presença
prejudicar a minha missão. Ajuda que ele bloqueou e repreendeu aquele cara
assustador outro dia.

— Posso ajudá-la, senhora? — As palavras arrastadas do Maior Homem


Vivo.

— S—sim.
O Maior Homem Vivo me dá um sorriso, como se estivesse orgulhoso de mim
por simplesmente falar.

— O que posso fazer por você?

Limpo a minha garganta e dou mais um passo para dentro da loja. Eu olho
para o outro homem uma vez antes de olhar de volta para o Maior Homem Vivo.

— Eu preciso de uma tatuagem. Sobre algumas cicatrizes.

— Querida, você está no lugar certo. Eu sou o Dex. Este é o James. — Ele diz,
apontando o polegar para o outro cara. — Estou prestes a fazer uma tatuagem nele,
mas se você voltar mais tarde, poderíamos conversar mais.

— Não, cara. — James fala. Eu olho para ele. Ele me dá um sorriso


enferrujado. Parece que ele não sorri com frequência, mas está tentando me deixar
à vontade. — Fale com ela primeiro. Eu posso esperar.

Dex acena com a cabeça e se volta para mim. James se senta no banquinho ao
lado dele e começa a folhear uma pasta de tatuagens, o que nos dá um pouco de
privacidade.

— Qual o seu nome?

— Savannah.

Dex me dá outro sorriso. — Cicatrizes podem ser difíceis de cobrir. Depende


de onde estão, da profundidade da ferida original, etc. Vou precisar verificar as
cicatrizes para ver no que estamos trabalhando. Onde elas estão?

Eu sabia que isso ia acontecer, mas ainda estou com medo. — No meu
estômago.— Eu digo, a minha voz quase inaudível. Tenho mais cicatrizes no corpo,
mas essas são as piores.

— Cicatriz de cesariana? — Dex pergunta. — Eu fiz muitos dessas.

Eu balanço a minha cabeça.

— Ok, quer voltar para a sala privada e me mostrar?

Eu balanço a minha cabeça novamente.

— Querida, eu adoraria nada mais do que ajudá-la e fazer uma tatuagem,


mas você precisa me deixar ver.

James espia da pasta, observando a nossa troca. Eu olho para ele e depois me
afasto.

— Sinto muito. — Digo ao Dex enquanto os meus olhos se enchem de


lágrimas. Eu olho de volta para ele e o James e respiro fundo algumas vezes. Odeio
ter que fazer isso, mas espero que o final valha a pena. — Eu prefiro apenas mostrar
a você aqui se estiver tudo bem.

James se levanta e vem se sentar no sofá atrás de mim. Eu silenciosamente


agradeço a ele por ter vindo atrás de mim, então eu não tenho que mostrar a ele
também.

Dex me observa por um momento de silêncio, em seguida, olha para o enorme


relógio no seu pulso. — Temos cerca de trinta minutos antes que alguém entre. Vou
precisar de alguns minutos para examinar as cicatrizes. Você está pronta para
fazer isso agora?

Antes que eu possa mudar de ideia, olho para longe dele e levanto a minha
camisa, olhando para a parede.

Ele respira fundo e pragueja, — Meu Deus do céu. Jesus. Querida. — A sua
voz soa tensa agora. — Eu preciso tocá-las se estiver tudo bem.

Eu fecho o meu punho ao meu lado e aceno. Dex respira fundo mais algumas
vezes e amaldiçoa baixinho. Eu sei que ele deve estar enojado. Eu sei que estou
sempre que vejo as cicatrizes.

Pequenas linhas irregulares em áreas aleatórias na minha barriga. Algumas


mais profundas do que outras, alguns pequenas, cicatrizes leves, mas outras têm
sulcos mais grossos. As cicatrizes mais nojentas estão no centro da minha barriga,
estendendo-se de um lado para o outro, com AIDEN em letras maiúsculas. A voz
do meu ex—namorado ressoa nos meus ouvidos. 'Você sempre me pertencerá. Você
é minha. Este é só um presentinho, para você não esquecer. VOCÊ. ME.
PERTENCE.' Ele rugiu essas palavras repetidamente na minha cara enquanto
gravava o seu nome no meu estômago.

No momento em que as mãos do Dex tocam a minha barriga, começo a tremer


e a chorar, mas me recuso a desistir. Eu seguro a minha camisa com um aperto
ainda mais firme e cerro os dentes. Eu aperto o meu punho com mais força, sentindo
as minhas unhas cravarem na minha pele.

Uma mão quente separa os meus dedos e uma mão gigante se liga a minha. Eu
viro a minha cabeça. James está segurando a minha mão com força, mas olhando
para a parede oposta a mim. Ele está me dando um conforto silencioso que não está
me fazendo reconhecer. Serei eternamente grata por aquele momento de pura
bondade de um estranho.

Depois de alguns minutos, Dex fecha a mão sobre o punho na minha camisa
e a abaixa. Ele respira fundo e me diz que pode cobrir as cicatrizes. Eu não solto a
mão do James o tempo todo.

— O que você quer que seja a tatuagem, querida?

— Eu não tenho certeza.


— Precisa ser algo forte e poderoso para mostrar os horrores pelos quais você
viveu e sobreviveu. — Sussurra Dex.

James aperta a minha mão.

— Eu... eu realmente não tenho ideia, só quero cobrir toda a área.

— Eu acho que tenho algumas ideias agradáveis que ficariam fodonas em


você. Vou desenhar algo. Você pode me dar alguns dias? Volte terça de manhã às
onze antes da abertura da loja.

Eu concordo. — Isso soa bem. Obrigada, Dex.

Eu aperto a mão do James algumas vezes antes de soltar, um agradecimento


silencioso pelo seu apoio silencioso.

Eu saio pela porta e começo a ir para o meu carro quando ouço o meu nome
sendo chamado. Eu grito de surpresa e me viro.

— Eu não queria te assustar. — Diz James, caminhando lentamente na


minha direção como se estivesse se aproximando de um cervo bebê. Eu odeio ter
reagido dessa forma; ele pode ver que sou como um patinho assustado que se perdeu
no caminho de volta para o lago. James me dá outro sorriso mecânico.

— Eu posso estar exagerando aqui, então me diga para me foder se eu estiver,


mas eu quero... — Ele esfrega a mão no rosto. — Porra. Eu não sei... Eu quero te
ajudar.

— Eu não preciso de ajuda.

Ele me lança um olhar tenso antes de dizer. — Eu trabalho em uma academia


não muito longe daqui. Eu quero te ensinar autodefesa e a lutar.

A ideia de ter a capacidade de me proteger me emociona mais do que qualquer


coisa em muito tempo. Eu me mantive em uma bolha, mas se eu soubesse como
lutar, com certeza me sentiria segura indo ao supermercado e outros lugares, certo?

— OK. Quando?

— Você vai ter que ficar sozinha comigo. A academia é principalmente


masculina. Prefiro que façamos isso depois do expediente.

Eu sei que terei que estar em uma sala com o Dex em algum momento
também. O meu estômago rola de medo com a ideia de ficar sozinha com um
homem, mas se eu pudesse lutar, poderia me defender. A esperança começa a
substituir o medo na minha barriga. — Eu acho que posso fazer isso. Você pode ter
que ser paciente comigo.

— Qualquer coisa que você precise.


— Quando? — Não quero interromper a vida dele, mas espero que comecemos
logo. Uma vez que a esperança começou a florescer, ela encheu o meu peito e
acalmou o meu coração ligeiramente.

— Podemos começar esta noite. Eu não tenho nada acontecendo.

— Ok.— Eu digo. — Esta noite.

James me entrega um cartão com o endereço do ginásio. Combinamos de nos


encontrar às sete.

James e eu começamos a trabalhar juntos todas as noites durante a próxima


semana, formando uma amizade improvável. Ele é o meu primeiro novo amigo
desde o meu ataque e ele é um homem. Ele me faz sentir confortável a cada passo,
me devolvendo a confiança.

Enquanto dou um soco no ginásio, imaginando o rosto do Aiden com cada


soco, faço o meu voto de retribuição.
CAPÍTULO 25

Liam

JAB, DIRETO, JAB, DIRETO.

Eu bato no saco com toda a minha energia, tentando liberar a agressão


fervendo abaixo da superfície por dias. Eu não ouvi uma palavra da Savannah,
embora eu tenha ligado e mandado uma mensagem como um cachorro
patético. Heavy metal alto ressoa nos meus fones de ouvido. Não sei o porquê estou
aqui. Eu não quero ver aquele filho da puta. Eu preciso de uma academia em
casa. Eu continuo esmurrando a esperança de que a garota que é a estrela de todos
os meus sonhos e fantasia passe por aquela maldita porta. Fodidamente patético.

Duvido que ela fale comigo, mesmo se ela vier. Ela provavelmente iria falar
com o fodido James. O meu punho acerta o saco de pancadas ainda mais forte do
que antes. Eu gosto da queimadura em cada músculo. Eu vou continuar até que
não esteja mais com raiva ou estar pronto para entrar em colapso, o que ocorrer
primeiro. Eu seria um idiota em apostar que a raiva se libertaria antes que eu
desmaie.

Eu fui como a porra de um perseguidor e passei pela sua casa uma vez. Tudo
bem, duas vezes. Eu queria parar e bater na sua porta até que ela atendesse, mas
achei que o fluxo implacável de mensagens provavelmente fosse o
suficiente. Entendi. Porra, mensagem recebida, Savannah. Como acabei como um
boceta nessa situação? Todo mundo fica longe de mim, embora eu tenha tentado
manter a minha raiva ao mínimo em público, mas a cada minuto que passa sem o
meu telefone me alertando que ela mandou uma mensagem ou ligou de volta, fico
ainda mais irritado com ela, comigo. Com toda a porra da situação.

Fiz a minha irmã chorar no jantar de segunda à noite por ser o eterno idiota
que me tornei. Ela começou a fazer perguntas que tentei ignorar, ela não entendeu
a dica e eu explodi, dizendo a ela para cuidar da sua própria vida. Josh quase se
lançou sobre a mesa para me estrangular. Acho que teria sido uma liberação
bem—vinda da merda que fermentava dentro de mim. Saí do jantar mais cedo,
lançando um pedido de desculpas meia—boca por cima do ombro. Estou chateado
com isso também. A minha família merece mais do que isso. Que tipo de idiota faz
uma mulher grávida chorar?

Aumentei o ritmo e a força de cada soco. Sinto os meus músculos começarem


a se contorcer abaixo da pele. Sei que logo eles estarão tremendo e terei que parar
antes de desmaiar no meio do ginásio. Eu continuo lançando diferentes cenários
com a Savannah na minha cabeça. Estou certo? Estou no caminho certo? Ela está
fugindo da polícia? Ela estava em uma gangue? Os meus cenários se tornaram tão
ridículos. Não sei o que está acontecendo com ela e percebi que há tantas coisas
que não sei sobre ela. Eu a vi e sabia nos meus ossos que ela é o tipo de mulher
que você tenta manter na sua maldita vida. Tentei ser aberto. Falei sobre a minha
família, o meu trabalho, muitas das minhas razões para me mudar de Chicago.

Ela quer alguém como o James, que esconde segredos tanto quanto ela? Eu
tenho segredos. Tenho coisas que não contei a ela. Eu pensei que quando ela se
abrisse totalmente para mim, eu faria o mesmo com ela. Eu daria a ela o último
motivo pelo qual ela não sabe por que deixei Chicago. Vou contar a ela aquele
segredo que a minha família nem sabe. Como fiquei escuro. Quão longe eu viajei
pela porra da toca do coelho. Eu paro os meus socos, não sendo capaz de resistir
por mais um segundo e olho para o meu telefone que mantenho comigo desde a
manhã de sábado. Nada. Nada. Sem mensagens perdidas. Nenhuma chamada
perdida. Droga, Savannah, o que eu tenho que fazer ou dizer para que você fale
comigo?

— Você poderia me mostrar como usar aquela máquina ali? Não consigo
descobrir como usá-la. — Um dedo desce pelo meu braço suado. Eu olho para cima
para ver quem é a dona da voz aguda. Uma coelhinha de academia. Ótimo. O seu
cabelo loiro descolorido é brilhante e desagradável. O seu rosto está escondido sob
camadas de maquiagem. O seu corpo mal está coberto por um sutiã esportivo
pequeno demais para o seu peito tamanho GG e tenho certeza que se eu olhasse
com atenção, veria a sua bunda e a sua boceta saindo daquele short minúsculo. —
Você parece alguém que sabe como usar todo e qualquer equipamento. — Ela olha
para o meu pau, certificando-se de que eu não perca a sua insinuação.

Eu saio do seu alcance. — Eu não sou um treinador. E estou ocupado.

— Talvez você pudesse me ajudar a treinar de outra maneira.

Eu olho para ela, esperando que o meu pau pelo menos se contraia. Não
acontece nada. Não posso acreditar que esse é o tipo de mulher com quem dormi
em Chicago. Se o seu cabelo fosse da sua cor natural e ela tirasse a maquiagem,
ela ficaria linda. Não sei o que aconteceu na sua vida para fazê-la sentir que tem
que se atirar em um homem, mas ela escolheu o homem errado hoje.

— Não estou interessado.

Ela dá um passo para frente no meu espaço pessoal, pressionando os seus


seios contra mim. Uma das suas mãos pousa no meu estômago nu e começa a
descer.

Eu removo a sua mão e digo a ela. — Eu não estou interessado,


porra. Encontre outra pessoa. — Coloco os meus fones de ouvido e começo a socar
o saco de pancadas novamente. Quando olho para o meu lado para ter certeza de
que ela saiu, vejo o James parado na porta do seu escritório. O bruto corpulento
está com os braços cruzados sobre o peito, olhando na minha direção. Eu atiro nele
um olhar de volta e soco o saco com toda a minha força, silenciosamente dizendo a
ele para dar um passo fora. Eu volto a minha atenção para o saco.
Eu levanto o meu punho, parando o balanço do saco quando uma sombra
pousa ao meu lado. O filho da puta não deu ouvidos. Eu balanço o meu olhar na
sua direção.

— Qual é o seu problema? — James exige.

— Não tenho um. — Eu fico de frente para ele, combinando com a sua
postura — braços cruzados sobre o peito, pés na largura dos ombros. Ele está
alguns centímetros acima de mim, mas somos equiparados com a nossa força.

Ele me encara, esperando que eu mude a minha resposta. A minha mente


começa a correr. Ele sabe de alguma coisa? Savannah falou com ele? Isso seria
muito maravilhoso.

— O que você quer?

— Tenho observado você transformar o meu saco de pancadas em uma polpa


sangrenta. E aí? Você fodeu tudo com a Sav?

— Como se você não soubesse.

Ele ergue uma sobrancelha, mas não diz nada. Sempre esquivo, sempre
mantendo malditos segredos.

— Você pode levar a sua bunda que guarda segredos para outro lugar e me
deixar em paz.

— É minha academia, idiota. Se um de nós estiver indo embora, não serei eu.

Eu olho para ele, resistindo à vontade de socar o seu rosto presunçoso. —


Savannah conhece todos os seus segredos como você conhece os dela?

— Eu não sei todos os seus segredos. Ela compartilhou o suficiente comigo.

— Por que diabos você viu o que está no seu corpo, mas ela se recusa a me
dar um vislumbre da sua vida?

Ele fica imóvel, me observando com interesse e curiosidade renovados. Eu


vejo as engrenagens girando na sua cabeça enquanto ele procura as palavras
certas. — O que você quer dizer? O que há no seu corpo?

— Não brinque com essa merda. Eu sei que você sabe sobre a tatuagem
dela. Por que isso é mesmo um grande negócio?

James suspira visivelmente, como se estivesse aliviado. Ainda mais suspeitas


surgem na minha mente. Eu fecho os meus punhos ao meu lado, pronta para atacá-
lo e exigir informações.

— Eu só sei sobre a tatuagem porque a Savannah e eu nos conhecemos na


loja de tatuagem onde ela fez a dela. Ela foi para o meu tatuador. Eu só queria
estar lá quando ela fosse pela primeira vez. Isso é tudo que estou lhe dizendo,
Liam. O resto você consegue dela.

Eu balanço os meus braços para o meu lado. — O que diabos você acha que
estou tentando fazer? Ela não fala comigo há dias porque eu vi um vislumbre dela
e fiz perguntas.

— Você não sabe o que é? — James diz com cuidado.

— Não. Aparentemente, só você sabe.

Ele sorri. Eu aperto as minhas mãos em punhos novamente, pronto para


quebrar a porra da sua mandíbula para limpar aquele maldito sorriso do seu rosto.

— Você precisa fazê-la falar com você. Ela vai. Isso é tudo que estou
dizendo. Essa merda é a história dela.

Ele começa a se afastar antes de se virar para mim. — Se você trouxer essa
atitude para a minha academia de novo, eu vou quebrar você. Se você quebrar a
confiança da Savannah depois que ela revelar a sua maldita alma para você, como
sei que ela fará, então irei me certificar de que nenhuma maldita pessoa encontre
o seu maldito corpo.

Eu gostaria de vê-lo tentar me quebrar. Ele sorri novamente como se


soubesse exatamente o que estou pensando.
CAPÍTULO 26

Savannah

— GAROTA, O QUE HÁ COM VOCÊ? — Natasha sussurra. A nossa chefe acabou


de sair do seu escritório, mas ela pode voltar a qualquer momento. — Você ficou
deprimida durante toda a semana, mal falando, parecendo que estava à beira das
lágrimas.

Eu não respondo a ela, apenas olho para a minha tela. Quase não terminei o
trabalho esta semana. É sexta-feira, quase uma semana desde que fugi do Liam e
ignorei as suas mensagens e ligações. Já se passaram dois dias desde que ele
tentou entrar em contato comigo. Eu não estava respondendo a ele, então sei que
é injusto e mesquinho da minha parte me sentir assim, mas sinto falta das suas
mensagens. Eu queria que ele continuasse tentando. Eu estava tão perto de me
quebrar. E, agora que perdi a conexão com ele e ele seguiu em frente, estou ainda
mais desolada do que no início da semana.

Não precisava ser um gênio para descobrir que ele mudou quando as suas
mensagens pararam no outro dia. No mesmo dia, entrei no estacionamento do
ginásio e o vi com a Jenny. Ela é tão pequena e delicada com os seios enormes e
uma bunda saltitante. Tenho certeza de que ela não se importou em tirar as sobras
de roupa para o Liam. Tenho certeza de que ela já disse a ele todas as coisas
insípidas sobre si mesma.

Bem. Tanto faz, Liam. Eu só preciso do fim de semana e de uma noite das
meninas hoje à noite e estarei superando isso. Eu juro. Alguns cookies também
não machucariam. Talvez eu possa convencer a Harper a fazer cookies e bolos para
mim neste fim de semana. Vou me afogar em vinho e doces. Isso certamente vai
curar o meu coração machucado.

— Olá? Terra para Savannah.

— Natasha, não quero falar sobre isso. Homens são péssimos, isso é tudo que
você precisa saber.

Eu sinto o seu olhar nas minhas costas, disparando perguntas silenciosas. Se


não houvesse o som fraco da nossa chefe vindo pelo corredor, eu sei que ela não
iria parar. Ela continuaria até conseguir o que queria.

A nossa chefe aparece na porta. Eu olho para ela, já que ela está apenas
parada ali. Ela está atirando punhais em mim com os olhos. — Eu já disse a vocês,
senhoras, eu não gosto que as entregas cheguem a vocês durante o dia de
trabalho. É uma distração e o seu trabalho se torna desleixado. Seja qual for o seu
novo namorado, Savannah, é melhor você esclarecê-lo e dizer a ele para não
entregar neste escritório.

— Eu não tenho namorado. — Digo, confusa. Natasha me lança um olhar


questionador, mas eu a ignoro.

— Você acha que me importo com as suas fofocas? Talvez você tenha aberto
as pernas para alguém no fim de semana. Eu não sei e não me importo. — Eu
suspiro. A Bruxa se vira e volta para o seu escritório. Um momento depois, ela
grita. — E diga àquela velha idiota da recepcionista que não sou a sua garota de
recados. Não me importo se passei pela mesa dela e voltei para cá. Eu não sou
uma entregadora. Vá buscar a sua entrega. E endireite quem quer que seja.

Eu finalmente olho para a Natasha. Ela murmura, 'Uau'. Quase deixo a


minha risada escapar quando a vejo jogando-a debaixo da mesa.

Fico ainda mais confusa quando chego à recepção. Há um vaso de flores, mas
não há flores. São apenas hastes. Isso é estranho, mas quando os meus olhos
pousam na caixa branca com uma fita azul, sei que a Harper deve ter enviado algo
para mim. Ela ficou preocupada comigo a semana toda e sabe o quanto preciso de
doces quando estou realmente para baixo. A noite passada foi a pior desta semana.

Vou direto para a caixa branca, passando pelos caules. A recepcionista, Patty,
fala. — Ambos são para você, querida. — Ela aponta para as hastes. — Isso é algo
novo que os jovens estão fazendo atualmente? Eu não entendo vocês, jovens. Um
vaso de flores sem flores.

Agradeço a ela enquanto pego os dois itens. Não menciono as palavras rudes
que a minha chefe disse. Tenho certeza de que a Bruxa já disse que ela não era
uma entregadora. Patty é adorável demais para me dizer qualquer coisa sobre a
Bruxa. Tenho certeza de que ela deixou rolar para fora dos seus ombros antes de
voltar a ler o seu romance Arlequim.

Eu silenciosamente volto para a minha mesa, colocando os dois itens o mais


silenciosamente possível em cima dela. O rosto da Natasha se ilumina ao ver a
caixa e ela dança um pouco, sabendo que vou dividir um cookie com ela.

Eu olho para as hastes novamente, mas não há nenhuma nota anexada a


elas, apenas para a caixa. Quando a abro, fico chocada quando não vejo o nome da
Harper na parte inferior do cartão, mas um nome que eu não esperava ou mesmo
adivinharia.

Os meus olhos lacrimejam enquanto leio as palavras uma e outra vez.

Eu sinto a sua falta. Gostaria que você retornasse as minhas ligações ou


mensagens, para que pudesse me desculpar pessoalmente por ser um idiota. Quero
que saiba que estou pensando em você.
—Liam

Abro a caixa, pronta para pegar um cookie enquanto finjo que não choro na
minha mesa, mas não há cookies dentro. Que diabos? Há apenas outra nota colada
na parte inferior da caixa.

Eu abro, completamente confusa. Por que o Liam enviaria uma caixa de


cookies sem cookies?

Se você quiser cookies e flores, precisa me enviar uma mensagem, linda.

Tenho alguém à espera com um buquê das suas flores favoritas e cookies
quentes e deliciosos que sei que adora e tenho a certeza de que deseja. Eles serão
entregues em minutos.

Tudo que você precisa fazer é me enviar uma mensagem.

Eu não consigo parar a risada que borbulha no meu peito. É uma gargalhada
total que não pode ser evitada. Esse maldito bárbaro. Ele luta sujo para conseguir
o que quer. Pego o meu telefone para mandar uma mensagem para ele, mas então
paro. Não tenho certeza se é isso que quero que aconteça. Eu quero simplesmente
me jogar nas suas mãos?

— Pare com essa risada neste instante. É por isso que eu disse que não havia
entregas no escritório.

Não estou mais prestando atenção na Bruxa. Se eu enviar uma mensagem


para ele, sinto que estou prometendo dar tudo a ele e se eu o ignorar, então preciso
estar pronta para dizer adeus. E, eu sei que tenho mentido para mim mesma, não
vou superá-lo neste fim de semana. Nenhuma quantidade de vinho ou cookies vai
ajudar o estado do meu coração.

Eu sorrio de novo, olhando para as duas notas. Se ele quiser jogar, eu também
posso jogar. Não estou pronta para dar tudo, mas posso estender um ramo de
oliveira quando decidir. E, se eu fizer isso, recebo cookies. Eu não posso negar
cookies.

Pego o meu telefone novamente.

Savannah: Estou mandando mensagem para você. Não responderei à sua


próxima mensagem até que as mercadorias sejam entregues.
Liam: Garota atrevida. Você acabou de me fazer sorrir pela primeira vez
em uma semana.

Liam: Eu gostaria de ter visto a sua reação.

Liam: As entregas estão a caminho.

Liam: Quando posso te ver?

Eu mando um e—mail para a Patty, dizendo a ela para me enviar um e—


mail se algo chegar para mim. Não tenho que esperar muito pela resposta dela me
dizendo que as minhas entregas estão aqui.

— A loja se enganou? Como eles não perceberam que enviaram um vaso de


flores, sem as flores!

Eu digo a ela. — Era apenas um homem jogando, tentando conseguir o que


queria.

Ela olha para mim. O seu rosto enrugado se abre em um sorriso. — Querida,
esse é o melhor tipo de homem.

Eu lhe dou um sorriso e pego o vaso de tulipas rosa brilhante e uma caixa
muito mais pesada do que a anterior. Também há uma nota anexada a este. Eu
olho para o cartão antes de responder ao Liam.

Estou morrendo de vontade de te ver, linda. Eu fui um bastardo miserável


esta semana.

Eu pego o meu telefone, pensando em como quero fazer isso. Ainda não
terminei de jogar com ele. Ele não precisa saber que me deu o meu primeiro sorriso
da semana também.

Savannah: Obrigada pelos cookies e flores. Tchau, Liam.


Liam: Merda.

Liam: Não achei que você faria isso.

Liam: Não é muito legal, você sabe, pegar o presente de alguém e jogá-lo
porta a fora.

Liam: Droga, eu sabia que deveria ter entregado pessoalmente, mas não
tinha certeza se isso seria apropriado.

Liam: Por causa da Bruxa.

Eu sorrio, me sentindo tonta por ele se lembrar do meu apelido para a minha
chefe. Isso faz com que um raio de esperança floresça no meu peito de que ele se
lembre dos detalhes. Talvez eu possa fazer isso, talvez eu possa confiar nele.

Natasha belisca o meu ombro e sussurra sibilando. — Garota, eu não sei o


que está acontecendo aí, mas estou morrendo de vontade de comer um cookie e
você nem abriu a caixa. Dê-me um cookie. — Ela me belisca novamente.

Cubro a minha boca com a mão, tentando não rir. Abro a caixa de cookies
quentes e pegajosos, o cheiro invadindo o meu nariz. Eu sei que a Natasha e eu
estamos reprimindo gemidos. Entrego a ela um cookie de manteiga de amendoim,
o favorito dela, enquanto pego um clássico com gotas de chocolate e decido como
quero dar a ele um pedaço de esperança — como ele acabou de me dar.

Liam: Savannah. Fale comigo.

Savannah: Vou te ver.

Liam: Esta noite?

Savannah: É noite das meninas. Amanhã?


Liam: O que você quiser.

Savannah: Eu vou ver VOCÊ amanhã, Liam.

Espero que ele tenha recebido a minha mensagem subjacente com o meu
último texto. Coloco o meu telefone na gaveta e tento completar tudo que
negligenciei durante a semana.

Quando apareço no The Cellar, Harper e Valerie já estão esperando por mim
no nosso estande de costume. Isso nunca acontece.

Eu deslizo ao lado da Valerie e ela vira o seu olhar escuro para mim. O seu
cabelo rebelde e encaracolado está puxado para trás.

— Por que você não me ligou esta semana?

— Eu estava ocupada. — Minto.

— Ocupada chorando e sentada na sua bunda. Harper me contou que você


tem agido assim durante toda a semana, mas se recusou a contar a ela o que
aconteceu. Ambas sabemos que tem a ver com o Liam. Eu sou a sua melhor
amiga. Temos sido melhores amigas quase toda a nossa vida. Fale comigo.

Ela está certa. Somos amigas desde sempre. Ela foi a única pessoa com quem
mantive contato depois do meu ataque. Bem, ela me fez manter contato. Ela não
me deixou escapar por entre os seus dedos, mesmo depois que me mudei da nossa
cidade natal. Ela me manteria ancorada no que eu era — antes. Valerie mudou-se
para cá quando os seus pais morreram em um acidente de carro; ela disse que eu
era a única família que lhe restava e que queria ficar perto de mim. Logo depois
dessa tragédia, ela conheceu o Gabe. A centelha de vida que esmaeceu desde que
os seus pais morreram foi subitamente trazida de volta à vida quando ele a deixou
com raiva e ela ficou entusiasmada. É algum tipo de preliminar que escolho
ignorar.

Eu olho para a Harper e ela está me encarando com um olhar que diz, Sim,
eu disse a ela. O que você vai fazer a respeito?

— Acho que vou precisar de um incentivo para isso. — Digo a elas. Como se
fosse uma deixa, Owen avança para a mesa com uma bandeja com seis
doses. Minhas garotas. Elas já sabiam exatamente o que eu precisava. Eu sorrio
quando Owen coloca as doses na mesa. Ele se abaixa para falar conosco, mas a
Valerie o impede.
— Querido, você sabe, eu adoro você, mas preciso que você vá
embora. Precisamos de um pouco de vinho e comida. Surpreenda—nos.

Owen ri, mas obedece a sua exigência. Valerie coloca duas doses na frente de
cada uma de nós. Ela levanta uma no ar, esperando que façamos o mesmo. — Para
Savannah puxando a sua cabeça para fora da sua bunda.

Harper agarra a sua barriga, a sua outra mão batendo na mesa, inclinando-
se para frente e rindo.

— Ei. — Digo a ela. — Eu não te pressiono mais do que você está disposta.

— Merda, você está certa. Mudança de brinde, para as melhores amigas que
são abertas e honestas sobre tudo, incluindo os detalhes sujos. — Ela balança as
sobrancelhas.

Valerie levanta mais o copo. — Eu vou beber a isso!

Cada uma de nós rebate a dose. Eu saboreio a queimadura e me preparo.

— Liam estava fazendo perguntas sobre o meu passado que eu não estava
pronta para responder.

Eu olho para a Valerie, silenciosamente comunicando tudo o que ela quer


saber. Valerie — a minha amiga de longa data — nem mesmo sabe todos os
horrores pelos quais passei. Quando testemunhei no tribunal, o meu advogado
conseguiu fechar a sala do tribunal ao público. Não quero que ninguém na minha
vida saiba exatamente o que aconteceu comigo, o que temo que aconteça
novamente.

Harper pergunta. — O que exatamente estou perdendo aqui?

Respiro fundo e jogo a outra dose antes de perder a coragem. — O meu ex—
namorado está na prisão por algo que fez comigo. Eu vou te contar mais um dia,
mas... por favor, não esta noite.

Ela estende a mão sobre a mesa, agarrando a minha. Ela aperta a minha mão
e Valerie coloca a dela na mistura também. Ficamos assim por um momento de
silêncio. Eu sinto o seu amor e apoio irradiando através delas. A segurança desta
cabine é tudo de que eu precisava esta semana. Eu comecei a chorar, incapaz de
segurar a emoção que estava passando por mim.

Owen se aproxima e gagueja. — A...aqui está um pouco de comida e vinho.

Começo a falar depois que o Owen se afasta, sem filtro. — Liam está tentando
saber tudo sobre mim, mas quando as pessoas descobrem, tudo o que veem é a
minha bagagem. Eu mantive essa parte de mim escondida por muito tempo. É
mais fácil manter as pessoas afastadas. — Eu controlo antes de derramar os meus
planos de vingança e o meu medo sem fim de quando ele vai voltar para mim.
Eu respiro fundo algumas vezes antes de continuar. — Ele percebe coisas
sobre mim e houve um incidente no fim de semana passado.

— O que aconteceu? — Valerie pergunta.

— Passei a noite na casa dele na sexta—feira. Adormeci no sofá e acabei


tendo um pesadelo. Ele não sabia disso, mas me pegou para me levar para a
cama. Comecei a gritar, chorar e bater nele tentando escapar. Fiquei mortificada
quando acordei. Eu dei a ele um ultimato. Eu ficaria se ele não fizesse perguntas,
ou iria embora imediatamente.

— Mas você não voltou para casa na sexta à noite. — Disse a Harper,
parecendo confusa.

Eu balancei a minha cabeça. — Você está certa, eu não voltei para casa. Eu
poderia dizer que ele estava lutando consigo mesmo, mas ele me disse que me daria
algum tempo. Tenho cicatrizes no estômago do... incidente. Eu fiz uma tatuagem
há alguns anos. Foi onde conheci o James.

— Eu não sabia que você tinha uma tatuagem. — Diz a Valerie surpresa.

Eu concordo. — De qualquer forma, ele viu um pedaço disso. Pensou que fosse
apenas uma tatuagem, não que cobrisse algo. Eu me apavorei, ele descobriu que o
James é a única pessoa que sabe que eu tenho uma tatuagem e o único que viu
ela. Ele explodiu, eu surtei e fui embora. Ele passou a semana me ligando e
mandando mensagens de texto, mas eu não respondi. Quarta—feira foi a última
vez que tive notícias dele até hoje. Eu também o vi com uma garota na academia,
mas acho que provavelmente é um mal—entendido depois de hoje.

— O que aconteceu hoje?

Explico sobre as flores, cookies e notas. Elas riem, achando o Liam totalmente
charmoso e hilário. — Oh, meu Deus, isso foi tão inteligente!

Harper concorda. — Todo mundo sabe que você não resiste a cookies quentes.

Ambas ainda estão gritando de tanto rir. Eu não posso deixar de me juntar a
elas.

— Então, você vai vê-lo amanhã.

— Esse é o plano, mas não sei quando. Não combinamos nada ainda.

Valerie suspira e olha para mim por vários longos momentos. Ela desvia o
olhar, pegando a sua taça de vinho e girando o conteúdo, perdida em
pensamentos. Ela a coloca na mesa. — Savannah, ao meu ver, você tem duas
opções. Você quer esse cara, você engole o orgulho e diga a ele. A outra escolha, é
deixar o coitado. Não o amarre.
— Ela está certa, Savannah. Você não pode ficar com meio termo. Não te
conheço há muito tempo, mas posso ver que é assim que você vive a sua vida.
— Abro a boca para discutir com ela, mas ela levanta as mãos em protesto. — Eu
não estou julgando. Eu sou culpada do mesmo, mas você tem que parar, não
acha? Você não está cansada de viver do lado de fora?

Eu concordo. Estou cansada de viver assim, de viver com medo enquanto faço
tudo que posso para ser corajosa.

— Vocês estão certas. Vou colocar tudo sobre a mesa. Estou com medo de
perdê-lo se o meu passado o assustar, mas já o estou perdendo por manter
segredos. Vou contar tudo a ele amanhã.

— Já era hora. — Diz a Valerie.

Passamos o resto da noite bebendo vinho e conversando sobre assuntos mais


leves. Valerie e eu estamos determinadas a encontrar um homem para a
Harper. Ela diz que não está interessada em namorar, apenas quer se concentrar
na sua loja, mas sei que ela precisa de mais do que isso na sua vida. Ela admitiu
que está vivendo da mesma maneira — um pé dentro, um pé fora da vida. Se estou
sendo empurrada para a luz, estou arrastando-a comigo.

Pouco depois da meia—noite, todas nós admitimos que estamos bêbadas


demais para dirigir para casa. Valerie chama a nossa carona, o Gabe. Ele
constantemente brinca que poderia começar um negócio de motorista com tanto
quanto o chamamos para nos levar para casa e nos levar de volta aos nossos carros
no dia seguinte. Valerie diz que vai arranjar um uniforme para ele, para que eles
possam brincar. Ela estremece na sua cadeira enquanto a Harper e eu rimos.

— Vamos sair daqui, suas loucas. — Gabe diz, caminhando até a nossa mesa.

Um homem com um boné de beisebol se aproximou por trás dele. Quando ele
se aproxima, eu só vejo a metade inferior do seu rosto. A minha boca cai de
surpresa.
CAPÍTULO 27

Liam

EU OUÇO A LEVE INSPIRAÇÃO DA SAVANNAH. Sim, linda, estou aqui e já é


amanhã. Estou sentado no bar há várias horas tomando uma cerveja, ouvindo a
sua gargalhada flutuar sobre a música. Cada vez que a ouvia rir, o meu peito se
contraía. Eu queria estar naquela cabine com ela e as suas meninas. Eu a queria
aninhada ao meu lado, onde eu pudesse acariciar o seu pescoço e cheirar a sua pele
enquanto ela aproveita a noite com elas. Eu não a interromperia... muito. Mas, eu
sabia que se quisesse que esse plano maluco funcionasse, teria que esperar pelo
menos até meia—noite. E espero que a outra parte do plano dê certo.

Eu sorrio quando vejo o Gabe entrar no bar sabendo que a outra parte do meu
plano agora foi bem sucedida. As meninas precisam de uma carona. Eu seria a
carona da Savannah. Ela prometeu que me veria. — Savannah não vai precisar
de uma carona. – Eu falo. — Ela estará comigo.

Gabe se vira para mim. Eu só o encontrei uma vez e ele deve se lembrar que
a Savannah não queria vir comigo da última vez. Ele dá um passo na minha frente.
— Ela não irá com você a menos que ela queira. As meninas me chamaram para
uma carona. Eu não vou deixá-la com você se ela não quiser.

Valerie empurra a Savannah para fora da cabine. Eu passo ao redor do Gabe


para pegá-la enquanto ela tropeça. Valerie está sorrindo como o gato de Cheshire.
— Oh, ela vai com ele. — Ela olha para o telefone, meia noite e quinze. — Já é
amanhã. Gosto de como você joga, Liam.

Eu aceno, dando a ela um sorriso e uma piscadela. Parece que a minha garota
estava falando sobre mim. Espero que signifique que ainda tenho uma chance dela
ser minha.

Harper pula e dá um tapinha no peito do Gabe. — Não se preocupe querido,


você ainda será o nosso motorista. Savannah tem outra carona. Você ainda pode
me levar. — Ela se vira para a Savannah, que ficou quieta ao meu lado. Eu nunca
tirei o meu braço da sua cintura depois que ela tropeçou para fora da cabine. Ela
não me empurrou, me fazendo sentir confiante.

Harper levanta o dedo, sacudindo-o para a Savannah. — Lembre-se do que


você prometeu. — Ela se aproxima dela. — Estarei na loja o dia todo amanhã. Me
liga.
Valerie vem para o amontoado. Gabe está olhando para mim por cima das
cabeças delas. Eu encolho os ombros, feliz por parecer ter as suas amigas me
apoiando.

— Ligue para mim também. — As meninas abraçam a Savannah. Ela ainda


não disse uma palavra. Ainda não tirei o meu braço da sua cintura.

Finalmente, Savannah fala. — Amo vocês, meninas. Eu prometo ligar. — Ela


olha para mim. Os seus olhos estão um pouco vidrados, mas alertas. Eu vi cada
dose e garrafa de vinho que foi para a sua mesa. Eu não tinha intenção de deixá-
la ir para casa sem mim, mas vê-la alerta me deixa animado, pois não será uma
briga sobre ir para a minha casa. Essa empolgação duplica quando ela diz. —
Pronto para ir?

Ela dá um beijo na bochecha do Gabe quando ela passa. — Obrigada por


cuidar de mim. Não se preocupe. Eu estou bem.

O seu olhar duro foi direcionado pra mim, depois que ela falou com o Gabe.
— Ligue se precisar de alguma coisa.

Estou com a minha garota de volta no banco do passageiro e vou levá-la para
casa.

Nós dois ficamos quietos no caminho para casa, o ar estalando ao nosso redor
com tensão e química. Eu não consigo parar de olhar para ela, olhar para o seu
rosto lindo a cada poucos segundos. O peso do seu olhar me deixa com os nós dos
dedos brancos no volante. Incapaz de ficar um segundo a mais sem tocá-la, eu
agarro a sua mão, trazendo-a para o meu colo. Apertando a sua mão com força, me
recuso a soltar. Surpreendentemente, ela nem tenta se desvencilhar do meu
aperto.

Estacionar na garagem e desligar o motor é tudo o que posso fazer quando


chegarmos à minha casa. Não faço nenhum movimento para sair do
carro. Savannah está olhando pela janela, olhando para a casa. Falo pela primeira
vez desde que saí do bar.

— Savannah.

— Quanto tempo você ficou lá esta noite? — Ela balança a cabeça na minha
direção, o olhar intenso. Não sei dizer se ela está chateada por eu ter esperado por
ela naquele bar.

— Você me disse que me veria amanhã. Bem, já é amanhã. — Eu sorrio,


tentando arrancar um sorriso dela também. Ela olha para o seu colo, mas vejo as
bordas dos seus lábios se contorcerem. — Fiquei lá algumas horas. Eu ouvi a sua
risada algumas vezes. Melhor coisa que aconteceu comigo esta semana.

— Liam. — Ela começa.


— Não. — Eu coloco o meu dedo nos seus lábios, interrompendo as suas
palavras. — Espera. — Eu suspiro profundamente. Eu solto os nossos dedos e uso
ambas as mãos para enquadrar o seu rosto. Inclinando-me sobre o console,
descanso a minha testa contra a dela. — Savannah ousada. — Eu respiro fundo
novamente. Sei que ela está aqui comigo agora, mas me pergunto se ela está aqui
apenas para me dizer para seguir o meu caminho antes de deixar a minha vida
para sempre. — Sinto muito por ser um idiota no fim de semana passado.

— Você ficou com aquela garota do ginásio? — Savannah sussurra tão


baixinho que quase não ouço. A sua voz treme.

Eu me inclino para trás, olhando nos seus olhos. — Que garota?

— Eu vi você. — Ela desvia o olhar e esfrega as mãos nervosamente.

— Quando? — Eu pergunto, completamente confuso. A minha mente corre


para qualquer ideia do que ela está falando.

— Na quarta—feira. Eu fui ao Raise the Bar e vi você acertando o saco de


pancadas.

— Porra, você estava lá? — Não acredito que ela estava lá e eu não a vi. Não
consigo suprimir o choque no meu tom.

— Sim. — Ela sussurra.

— Foda-se. — Eu repito, chateado com a garota que eu nem consigo me


lembrar. Talvez se ela não se aproximasse de mim, poderíamos ter resolvido isso
dias atrás.

Ela se afasta de mim, entendendo mal as minhas ações. Lágrimas estão


enchendo os seus olhos.

— Não, é claro que não fiquei com ela. Estou chateado porque continuei
vigiando a porta por você, esperando como um idiota patético que você entrasse
por aquela porta. Estou chateado porque a Barbie Bimbo me distraiu quando você
se aproximou. — As minhas palavras estão correndo para fora de mim,
implorando para ela entender que não estou interessado em ninguém, exceto por
ela.

— Eu saí muito rapidamente. Se era isso que estava acontecendo, eu não


queria ver.

— Eu estava tentando falar com você a semana toda, Savannah.

— Eu sei. – Ela diz, olhando para o seu colo.

Eu balancei a minha cabeça. — Precisamos deixar isso para trás. Vamos


fingir que esta semana não existiu. Você está aqui agora. Estamos juntos
agora. Vou tentar não ser um idiota.
Ela ri como eu esperava, o som puxando o meu peito.

— Você pode entrar?

— Bem, eu não planejava dormir na varanda.

Eu me inclino, sorrindo como um idiota e beijo a sua testa. — Savannah.

Saímos do carro. Antes de ir para o bar, limpei a minha casa, esperando que
esse fosse o resultado. Eu estava uma bagunça esta semana. Garrafas de cerveja
estavam por toda a minha mesa de centro, a roupa começou a se acumular. Eu a
coloco na minha frente antes de fechar a porta e trancá-la. Eu começo a puxá-la
para a sala, mas ela me impede.

— Vamos para o quarto. — Ela diz.

Estou pasmo, me perguntando o que está acontecendo. Não achei que ela se
sentiria confortável em voltar lá ainda. Ainda não tenho certeza do seu motivo,
mas estou tentando deixá-la comandar o show. Mudo a rota e sigo para o meu
quarto, puxando-a atrás de mim.

Assim que entramos, ela tira a mão da minha e torce a dela como se estivesse
nervosa. Ela está olhando ao redor do cômodo, os seus olhos pousando em todos os
lugares, exceto em mim. Ela está repetindo, 'Ok, ok, ok,' uma e outra vez para si
mesma. De repente, ela para e se vira para mim.

— Acabei de perceber que não terei nada para dormir.

Vou para a minha cômoda e puxo uma camiseta e shorts com cordão, entrego
a ela a pilha. Digo a ela. — Tenho certeza de que o short será grande demais para
você, mas se você enrolar e puxar o cordão, provavelmente funcionará esta noite.

Pensei em levá-la para casa para pegar roupas, mas não queria correr o risco
dela mudar de ideia uma vez que estivesse no seu próprio espaço. Eu teria dormido
na varanda dela.

— Vou jogar um pouco de água no meu rosto, tudo bem? — Ela voltou a torcer
as mãos e olhar para qualquer lugar, menos para mim.

— Claro, querida.

Os seus olhos disparam para os meus com o carinho. Eu sorrio, mas ela não
retribui. Ela vai para o banheiro e eu vou para o banheiro de hóspedes, vestindo
uma cueca, calça de moletom e uma camiseta. Estou pisando em ovos tentando
fazê-la ficar.

Ela está fazendo um buraco no meu chão quando eu volto. Eu ando até ela,
mas ela levanta as mãos. — Não me toque ainda. Preciso esclarecer algumas coisas
e acho que será mais fácil se você não estiver me tocando.
Eu quero trazê-la para o meu peito para abraçá-la, segurá-la perto, cheirar a
sua pele, provar os seus lábios, consumi-la. Eu cerro os dentes e me lembro, tente
não ser um bárbaro. Outra voz surge na minha cabeça, pelo menos por agora.

Ela está usando a minha camiseta, mas não o short. Eu não posso deixar de
olhar para as suas pernas longas, tonificadas e bronzeadas. Eu mordo a minha
língua, segurando um gemido. As suas pernas param de andar, mas ainda não olho
para cima. Eu não levanto os meus olhos em direção aos dela até que ela pare
quase na minha frente, de frente para mim. Eu olho para o rosto dela. Um pequeno
sorriso enfeita o seu rosto perfeito. — O short não serviu.

— Eu vejo isso. — A minha voz está rouca e tensa. Fico me lembrando de que
ela está aqui para conversar. Eu mantenho o meu foco no seu rosto.

— Eu vou te contar tudo, Liam.

— Savannah, você não precisa. Pelo menos ainda não. Eu pensei muito na
semana passada. Eu quero você. Eu quero você aqui. Se eu só posso ter isso com
segredos entre nós, então vou aprender a lidar. Há coisas que também não te
contei. Percebi que era uma merda porque também estou escondendo coisas, mas
esperava que você me contasse tudo.

— Temos que contar tudo um ao outro, Liam. Se isso vai funcionar, vamos
fazer isso agora. Eu tenho que te contar tudo esta noite antes que eu perca a
coragem.

— Savannah, você não...

— Sim, Liam, eu quero.

Nós nos encaramos por alguns instantes. Eu vejo a determinação nos seus
olhos. Ela vai fazer isso, não importa o quê.

— Há algo mais, Liam.

— O que? — Eu pergunto, o meu estômago apertando.

— Depois que eu te contar tudo, quero que me diga imediatamente se é algo


que você acha que pode lidar. Se você não puder, diga-me e eu acharei o caminho
de casa. Se a minha bagagem é demais para você, demais para ignorar, preciso que
seja honesto.

— Nada será demais para mim. — Insisto sinceramente, entendendo cada


palavra. Esta garota me amarrou em nós desde que a vi. Eu não posso ir embora
por causa da sua suposta bagagem. O que quer que seja. Eu vou descobrir, nós
vamos descobrir.

— Não diga isso. Você não sabe. É muito feio, Liam. É sujo. É
bagunçado. Está inacabado.
A minha coluna endireita com a sua última declaração. Com o que ela está
lidando que está inacabado?

— Diga-me, Savannah.

Ela faz a última coisa que espero que faça. Ela tira a minha blusa pela cabeça,
ficando na minha frente apenas com um sutiã de renda rosa claro e uma calcinha
fio dental combinando. Eu não posso segurar o meu gemido desta vez, vendo o seu
corpo na minha frente. Eu sei que não é sobre isso, ela está me mostrando a sua
tatuagem. É muito maior do que pensei que seria; está expandindo no seu
estômago inteiro.

A única luz no quarto é a lâmpada da mesa de cabeceira. Eu me levanto e


acendo a luz para ver melhor antes de me sentar novamente, lembrando que ela
não quer que eu a toque ou fique muito perto dela. A arte é impressionante. É
algum tipo de pássaro, uma fênix. A fênix está subindo de uma pilha de cinzas com
chamas. As asas estão estendidas, ocupando a maior parte de seu estômago. A
cabeça está voltada para cima e pousa bem entre os seios. Há palavras que não
consigo decifrar da minha posição onde estão as chamas.

Por que ela esconderia isso? É lindo, e ela parece tão sexy com a arte colorida
na sua pele esticada.

— Savannah. — Eu digo, a minha voz soando rouca até mesmo para os meus
ouvidos. Estou excitado ao vê-la assim, vendo algo que quase ninguém mais
viu. Ela parece a porra de uma mulher durona que também é uma senhora parada
na minha frente, com essa tinta foda e calcinha rosa. — Por que você esconderia
isso? É lindo.

— Não é a arte que estou escondendo. Estou escondendo o que a arte está
cobrindo.
CAPÍTULO 28

Savannah

ISSO ESTÁ FORA. EU COMECEI. O meu coração ainda está batendo. Eu ainda
estou respirando. A Terra não mudou no seu eixo. Eu posso superar isso. O olhar
do Liam estava no meu estômago, absorvendo a vibração da minha tatuagem. Eu
concordo com ele. É linda. O trabalho do Dex é fantástico. Eu não poderia ter
pedido nada melhor. Se eu fosse uma pessoa diferente, iria exibi-la. Merece ser
exibida, mas temo as perguntas.

A postura do Liam, que estava relaxada, agora está rígida. A sua mandíbula
está apertada, olhos cautelosos. Ele parece estar trabalhando em um campo
minado, sem saber o que vai causar uma explosão.

Eu me inclino, pegando a camisa do chão, acabando com a minha


exposição. Eu quero contar tudo a ele, mas fazer isso enquanto estou na frente dele
apenas com a minha calcinha é muito vulnerável. Ele pode ver cada parte de mim
dessa maneira. Eu preciso estar coberta enquanto desnudo a minha alma para
ele. Estou prestes a me rasgar nas costuras e sangrar por todo o chão. Nenhuma
parte ficará invisível ou nas sombras. Estou entrando na luz com a minha verdade.

Liam agarra o meu pulso. — Não faça isso.

Eu olho para ele, ainda inclinada para o chão. — Não faça o quê?

— Fique assim. Não coloque a camisa de volta. Eu... eu preciso ver isso. Eu
preciso saber o que ela está escondendo.

Eu me afasto. Se vou ficar basicamente nua, ele também ficará. — Tire as


suas roupas.

Ele se assusta, inclinando a cabeça para trás como se estivesse totalmente


pasmo com o meu pedido.

— Não para o sexo, seu bárbaro sujo. Se vou ficar aqui seminua, você também
vai. Apenas fique na sua cueca.

Ele tira a camisa e a calça de moletom. Ele fica sentado na beira da cama, a
postura ainda rígida, em nada além da sua cueca boxer preta. Ainda me sinto
incrivelmente nua e exposta, mas é melhor saber que não sou a única.

— Diga-me tudo, Savannah. — Ele persuade suavemente.


Tudo. Contar tudo a ele. Por onde devo começar? Nunca contei a história
completa de uma só vez. No tribunal, foi interrompida ao longo de dias. Enquanto
eu estava em terapia, foi em pedaços que eu estava disposta a dar. Tudo. Ele
precisa de tudo. Eu abro o primeiro corte, começando do início.

— Eu namorei um cara chamado Aiden. Éramos namorados típicos do ensino


médio. Achei que estávamos apaixonados. Idade não importava. Não
precisávamos de experiências de vida, tínhamos um ao outro. É irônico agora, ele
me tratou bem. Perto do fim do nosso relacionamento, comecei a perceber que não
queria estar perto dele tanto quanto quando nos conhecemos. No começo, eu
calculei isso, é isso que todo relacionamento passa, certo?

Liam interrompe. — Acho que não. Acho que alguns relacionamentos são
sempre bons. Claro, eles têm seus dias ruins, há brigas, mas no cerne desse
relacionamento, eles estão felizes. É como os meus pais são.

Eu aceno a minha cabeça e sorrio melancolicamente. — É assim que os meus


são também. No entanto, eu estava procurando desculpas. Eu meio que senti que
estava com ele por tanto tempo, eu tinha que ficar com ele. Acho que havia uma
parte dele que sabia que eu estava me afastando. Ele começou a ficar pegajoso, ou
pelo menos parecia pegajoso. Eu não conseguia respirar. Ele era como um
sanguessuga sugando a minha vida. Eu sabia que uma pessoa nunca poderia
pensar assim sobre alguém que ama. Tive algumas noites difíceis comigo mesma,
agonizando por terminar com ele, mas finalmente consegui.

Eu paro, percebendo que estou andando na frente do Liam. A sua postura


relaxou um pouco, mas ele está me olhando como um falcão. As suas mãos estão
fechadas em punhos sobre os joelhos. Eu olho para elas, então até os seus olhos.

Ele encolhe os ombros. — Tentando evitar agarrar você. Prefiro segurar você
nesta conversa. Sei que algo de que não vou gostar está por vir.

Não explico a ele de novo que preciso da distância, ele sabe. Eu continuo o
meu ritmo e continuo cortando as memórias, revelando outras partes de
mim. Outras partes desta história. Talvez, no final, ele compreenda a minha
extrema necessidade de retribuição.

— Eu fiz isso em uma cafeteria. Ele chorou. Ele ficou chateado, me implorou
para não fazer isso, mas acabou aceitando. Honestamente, isso me assustou. Eu
não achei que seria assim. Achei que seria difícil, que ficaríamos lá por horas. Nós
nem estivemos lá por vinte minutos. Foi estranho como ele aceitou isso. Isso me
deixou nervosa, mas cautelosamente otimista. Ele me disse que sempre me amaria
e me deu um abraço muito assustador.

Eu estremeço apenas com a memória daquele abraço.

— Abraço assustador? — Ele pergunta, confuso.

— Ele ficava me dizendo que sempre me amaria, mas queria que eu fosse
feliz. Ele dizia que se isso é o que me deixaria feliz, ele ia me deixar ir. Ele me
envolveu no seu abraço e estava excitado. — Eu engulo a bile, sabendo que ele
estava excitado porque sentia que tudo aquilo era parte de alguma besteira de
Romeu e Julieta. — Eu saí de lá o mais rápido que pude. Ele me observou ir
embora. E então, nada. Por dias. A cada dia, ficava mais otimista de que ele
entendeu. Eu me perguntei se ele sentia as mesmas coisas que eu e sabia que era
a decisão certa.

Liam permanece quieto. Não consigo olhar para ele de novo, é mais fácil olhar
para qualquer outra coisa no cômodo. Eu sei o que vem a seguir. É o começo. A
porra do começo que eu não sabia que estava chegando. O momento que mudaria
o curso da minha vida, a essência de quem eu era, e colocaria cicatrizes por todo o
meu corpo e alma.

— Algo que você precisa entender, mesmo assim, antes mesmo de tudo, nunca
fui alguém que confidenciava os meus segredos a todos. Geralmente sou muito
reservada com as informações pessoais. E, como eu disse antes, senti como se ele
estivesse me esgotando. Ninguém sabia que planejava terminar com ele e, depois,
não contei a ninguém. Valerie, que era a minha melhor amiga, estava em um
cruzeiro. Os meus pais estavam fora da cidade comemorando um aniversário.

— Eu tenho uma pergunta. — Liam diz, me surpreendendo, me


interrompendo do meu monólogo.

Eu olho para ele e levanto uma sobrancelha.

— Se a Valerie é a sua melhor amiga, como é que ela não sabe sobre a
tatuagem?

— Valerie nem sabe tudo que estou prestes a lhe contar. Eu queria esconder
isso dos meus amigos e familiares tanto quanto possível. Você... você será o
primeiro a saber de tudo.

Escondi essa ferida por muito tempo, não queria que ninguém soubesse que
ela existe. Esta parte negra da minha alma não vê a luz do dia há anos. Eu arranco
a bandagem, expondo este pedaço de mim. Cada palavra que falo abre a ferida
ainda mais e parece que a minha alma está escapando em gotas lentas,
gotejando, gotejando e gotejando.

A expressão nos seus olhos se suaviza e ele abre a boca para falar, mas
para. A sua expressão aquece a minha alma torturada.

— Então, a Val e os meus pais estavam fora da cidade. Decidi aproveitar os


poucos dias em casa sozinha. Eu senti como se não estivesse sozinha por muito
tempo. Eu tinha planos. Netflix. Livros , comidas não saudáveis. Felicidade. Um
dia, porém, decidi deixar uma mensagem de voz para a Val. Eu sabia que ela não
receberia por alguns dias, mas tudo bem. Eu disse a ela que tínhamos muito o que
conversar e que eu estava solteira recentemente. Depois daquela mensagem, eu
fui tomar banho. Eu pensei ter ouvido algo, então parei de lavar o meu cabelo e
escutei o tanto que pude. Não ouvi mais nada, então percebi que a minha mente
estava pregando peças em mim.

Eu paro, me preparando para a próxima parte. Calafrios percorrem o meu


braço, sentindo o medo que sei que estou prestes a encontrar. Eu me vejo nesses
momentos. Um livro de romance na minha cama desarrumada com pijamas limpos
e confortáveis, a despensa cheia de batatas fritas, o freezer cheio de massa de
cookie. Eu não fazia ideia. Eu não estava preparada. Eu estou agora. Sempre
estarei pronta para qualquer monstro à espreita nas sombras.

— Eu saí do chuveiro, coloquei o meu pijama, antes de ir para a cozinha para


comer um pouco de massa de cookie. — Não consigo sequer olhar para o Liam. O
meu ritmo fica mais rápido, a minha mão vai para o meu estômago, temendo que
a bile vá para a superfície. — A primeira coisa que vi foram as rosas vermelhas no
balcão.

Acabo de rasgar a minha alma, que está cada vez mais gotejando, gotejando
e gotejando.

— Chamei a minha mãe e o meu pai, mas, como disse, eles estavam fora da
cidade para comemorar o aniversário de casamento. Talvez tenham recebido flores
no caminho de casa. Isso era o que eu esperava, mas quando vi aquelas flores, o
pavor encheu as minhas entranhas como cimento. Olhei no quarto deles, voltei
para a cozinha e lá estava ele. Aiden. A sua cabeça estava na geladeira como se
fosse qualquer outro dia.

— Savannah, por favor, baby, deixe-me abraçá-la. — Liam interrompe.

Eu balanço a minha cabeça, continuo a andar. Eu ouço o Liam respirar fundo


pelo nariz. — Quando ele se virou, eu sabia, Liam. Eu sabia que estava com
problemas. Eu não estava com o meu telefone. Eu não tinha nada. Os seus olhos
estavam escuros e loucos. Eu nunca o tinha visto assim. Ele era uma pessoa
completamente diferente do garoto que eu conhecia. Ou pensei que conhecia. Ele
continuou agindo como se fosse qualquer outro dia, me dizendo para me preparar
para o nosso encontro. Eu disse a ele que tínhamos terminado. Ele me disse para
não ser boba e parar de brincar. Nós terminávamos e voltávamos.

Limpo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. — Não me lembro muito do


que aconteceu depois, mas sei que ele bateu o meu rosto na ilha da cozinha, me
nocauteando. Mais tarde descobri que ele limpou o sangue, então ninguém
saberia. Ele mandou uma mensagem para os meus pais e disse que me
surpreendeu com uma viagem de fim de semana. Ele fazia coisas assim, então não
era fora do comum. Eles não tinham ideia de que ele estava realmente me
sequestrando. Quando acordei, estava acorrentada a uma cama usando apenas
lingerie.
CAPÍTULO 29

Liam

FÚRIA SE ESPALHA NAS MINHAS VEIAS. Estou pronto para bater o meu punho
na parede. Não sei onde está esse desgraçado, mas vou encontrá-lo. Eu vou matá-
lo e se por alguma graça de Deus ele já estiver morto, vou arrastar o seu traseiro
psicótico do seu túmulo e matá-lo novamente. Vou sonhar em dizimá-lo e dançar
nas suas cinzas por colocar um único dedo na minha garota.

Eu não posso. Eu não posso, porra. Eu não suporto estar separado dela neste
momento. Eu preciso dela nos meus braços. O meu corpo está enrolado com tanta
força quando a primeira lágrima cai dos seus olhos. Quase pulo para agarrá-la,
mas me contenho. — Savannah. — Eu digo asperamente. Ela olha para mim, as
lágrimas escorrendo pelo rosto. O meu coração se parte, vendo a sua dor enquanto
ela revive essas memórias. Se eu soubesse, talvez não tivesse pressionado
tanto. Mas, eu também preciso saber, para poder caçá-lo. Preciso saber as dores
que ela sofre, para poder ajudá-la a se curar.

— Baby, eu tenho que te abraçar. Eu... eu preciso saber que você está
segura. Eu preciso sentir você nos meus braços.

Ela respira fundo, um soluço se solta, mas ela se lança nos meus braços. Eu
a abraço com força, beijando o topo da sua cabeça, sussurrando qualquer coisa que
eu possa pensar para confortar essa garota linda que eu tenho a sorte de segurar,
que vou continuar segurando. De jeito nenhum eu vou deixá-la ir. É isso
aí. Terminei. Ela é a única. Não importa quantas noites se transformem em dias,
eu vou sentar aqui com a minha garota nos meus braços e ouvir.

Eu arrasto os nossos corpos para cima da cama, então estamos descansando


contra a cabeceira da cama.

— Eu tenho que continuar. — Ela sussurra.

— Eu sei. — Digo a ela, beijando o topo da sua cabeça novamente. Não quero
que ela continue revivendo isso, mas ela precisa revelar cada peça e eu preciso
saber todos os detalhes da Savannah.

Ela funga algumas vezes antes de começar de novo. — Quando acordei,


realmente não me lembrava de nada do que aconteceu. A minha cabeça doía
muito. Comecei a gritar por socorro, morrendo de medo. Quando Aiden correu pela
porta da sala em que ele estava me mantendo, senti alívio. Eu pensei que ele de
alguma forma me encontrou e estava lá para me salvar. Ele ficava perguntando se
eu estava bem e olhando para os meus pulsos e tornozelos nas restrições. Eu pedi
e pedi e pedi para ele me tirar de lá. Não deu um clique até que ele se recostou e
me disse que não poderia fazer isso.

Ela funga mais algumas vezes, as suas lágrimas caindo no meu peito nu. Eu
me sinto totalmente inútil. Eu aperto os meus braços em volta dela, segurando-a
com mais segurança, enxugando as suas lágrimas com os meus polegares. — Eu
estava tão assustada e confusa, Liam. Fiquei olhando para ele pelo que pareceram
horas, tentando entender. A minha memória lentamente começou a voltar. Ele me
conhecia, Liam e ele usou isso contra mim. Acho que é por isso que é tão difícil
deixar você — ou qualquer pessoa — entrar. Ele sabia tudo sobre a minha família
e porra. Ele sabia que os meus pais estavam fora da cidade, ele sabia que eu não
contaria a ninguém imediatamente.

— Quanto tempo você ficou fora antes de alguém reportar o seu


desaparecimento?

— Como você pode denunciar o desaparecimento de uma pessoa se não sabe


que ela está desaparecida? — Savannah afirma sem perder o ritmo. Demora um
pouco para registrar o que ela está dizendo. Não há raiva ou tristeza na sua
voz. Eu procuro no seu tom e palavras por qualquer sinal de ressentimento.

Os meus músculos estão se contraindo por segurá-la com tanta força e


segurar tanta hostilidade em relação a este idiota. — Ninguém relatou o seu
desaparecimento? — Eu pergunto incrédulo.

— Eles não sabiam. Acho que os meus pais nunca se perdoaram. Ele estava
com o meu telefone. Ele enviava uma mensagem de texto com atualizações sobre
a nossa 'viagem'. — Diz ela, fazendo sinais de aspas com os dedos. — Eu não soube
de tudo isso até mais tarde. Achei que eles estariam procurando por mim. Eles
voltariam para casa no dia seguinte. Achei que a ajuda estava chegando.

Savannah respira mais profundamente. Estou coletando cada pedaço maldito


que ela deixa cair como um homem faminto e a minha única graça salvadora são
as suas palavras, a sua história, o seu coração. — Estou aqui, Savannah. Leve o
tempo que precisar.

Ela balança a cabeça. — Você não entende. Se eu parar, não tenho certeza se
vou conseguir chegar a esse ponto novamente. Eu tenho que continuar.

A sua bravura e tenacidade me deixam pasmo.

Ela continua. — No início, ele não fez nada comigo, exceto tentar me
convencer de que eu o amava e que pertencíamos um ao outro. Ele me disse que,
assim que eu percebesse que o amava, ele me libertaria. A minha primeira
tentativa de fuga foi quando tudo mudou. Eu o convenci a tirar as algemas, para
que eu pudesse usar o banheiro e tomar banho. Antes, eu só podia usar o banheiro
com as algemas presas a um peso, algo tão pesado que eu mal conseguia me mover
com ele. Ele me observava usar o banheiro e se masturbava enquanto eu me
despia. — Ela faz uma pausa, mais lágrimas caindo. Eu levanto o seu rosto para
olhar para o meu, mas os seus olhos estão vidrados e distantes. Ela está em
qualquer buraco do inferno em que ele a manteve. O meu estômago está revirando.

— Eu puxei para baixo a haste que segurava a cortina do chuveiro e o acertei


na cabeça.

Eu não consigo parar o sorriso que se espalha pelo meu rosto. A minha
pequena lutadora. Orgulho surge no meu peito, pensando que o pior já passou, até
que lembro que ela disse que era a sua primeira tentativa de fuga. O medo enche
o meu estômago quando ela abre a boca, sabendo que tudo o que ela acabou de me
dizer foi o mais fácil. O pior está por vir.
CAPÍTULO 30

Savannah

CADA PALAVRA ESTÁ ME CORTANDO mais fundo e me levando cada vez mais
para trás, para os recessos das minhas memórias e para mais longe deste quarto
com o Liam. Eu continuo falando com ele, recontando as minhas memórias em voz
alta enquanto elas passam como um filme na minha cabeça. Cada pensamento e
memória passa pelos meus lábios enquanto eu deslizo completamente para o
passado, e eu conto tudo para o Liam.

Sinto o cheiro do cedro da cabana onde ele me manteve. Lembro-me da água


no chuveiro e do aperto dos ganchos de metal segurando a cortina do chuveiro
deslizando sobre a haste enquanto a segurava acima da minha cabeça. Aiden
estava lá, olhos fechados, pau nas mãos como se estivesse se preparando para um
show. Quando ele ouviu os anéis de metal deslizarem, ele abriu os olhos bem a
tempo de vê-lo cair em sua cabeça.

— Foda-se. — Ele uivou. Um medo cegante encheu o meu estômago quando


ele deu um passo na minha direção, a mão estendida. As minhas costas estavam
contra a parede. Achei que ele fosse cair. Ele não fez isso. O golpe nem o fez
tropeçar. A saliva voou da sua boca enquanto ele respirava com raiva. O seu rosto
estava ficando muito vermelho. Ele estava vibrando de raiva.

— Maldição, Savannah! — Ele gritou na minha cara com a mão presa na


minha garganta. Eu arranhei as suas mãos e agarrei os seus pulsos, tentando
afastá-los do meu pescoço. Nenhum ar estava escapando dos meus pulmões. Eu
afastei uma mão, sentindo a parede ao meu redor procurando por qualquer coisa
que eu pudesse alcançar. Não havia nada. Eu não tinha ninguém. Eu não tinha
porra nenhuma. Nada, exceto os pontos turvando a minha visão. Estendi as
minhas mãos tentando arranhar o seu rosto, os seus olhos, algo. Mas ele se manteve
tão longe de mim. Eu não pude fazer nada. Eu bati nos seus braços e me
arranhei. Ele continuou gritando, mais e mais raiva crescendo a cada
palavra. Achei que fosse morrer naquele momento, então cerrei os dentes. — Foda-
se.

As minhas palavras soaram tão confusas aos meus ouvidos, mas eu sabia que
ele entendia. Ele gritou de fúria, em seguida, usou as mãos no meu pescoço para
trazer a minha cabeça para frente, apenas para jogá-la de volta na parede.

A minha respiração ainda estava irregular quando acordei acorrentada na


cama. Eu estava limpa. Ele me lavou enquanto eu estava desmaiada, me vestiu
com lingerie nova. Olhei ao redor do cômodo esperando encontrá-lo lá, não o
encontrei. Eu não gritei dessa vez. Eu sabia que só havia uma pessoa que entraria
por aquela porra de porta de madeira. A única janela do quarto estava fechada com
tábuas. Não sei quanto tempo fiquei ali, se era dia ou noite. Eu sentei lá esperando
ele voltar. Eu sabia que não tinha acabado.

— Você está acordada. Finalmente, cabeça sonolenta. Senti a sua falta.

Eu estava olhando para a parede, perdida em um mar de dor e


esquecimento. Eu rolei a minha cabeça em direção a ele, zombando. Como ele ousa
agir como se não tivesse tentado sufocar a minha vida? Como ele ousa entrar aqui
com a porra de palavras carinhosas? Ele se sentou na beira da cama. Eu rolei o
meu rosto para longe da sua mão quando ele tentou segurar a minha bochecha. Ele
agarrou o meu queixo com a mão, me segurando lá. — Você vai me ouvir,
Savannah. Minha garota Vannah. Você é minha. Você sempre será minha. Você me
ama. Eu sei que você ama. É hora de começar a tratar bem o seu homem.

— Você não é o meu homem. — Sussurrei. A minha voz parecia quebrada, a


minha garganta áspera e machucada pelo trauma anterior. Ele enrolou o V do
decote da camisola de seda branca com que me vestiu. — Vou lembrá-la de que sou
o seu homem, já que você parece ter esquecido. Eu não penso. Ainda me acaricio
diariamente pensando na sua doce boceta, em como você grita por mim.

Terror como nunca conheci se infiltrou em cada fibra do meu ser. Sim, ele
tinha me machucado neste ponto, mas eu nunca pensei, nunca pensei...

Ele rasgou a seda ao meio, deixando-me exposta a ele. Ele agarrou cada um
dos meus seios nas suas mãos, brincando com eles rudemente. Não consegui
controlar os soluços enquanto implorava a ele. Eu disse a ele que iria cooperar,
apenas que parasse. — Por favor, por favor, por favor, não isso. — Implorei.

Ele riu. Se levantou da cama. Eu cedi de alívio, pensando que ele estava
apenas tentando me assustar, quando ele saiu do cômodo. Eu não conseguia parar
de chorar e agradecer a Deus por ele ter se afastado. O meu coração parou quando
ele voltou para o cômodo, segurando algo que eu só tinha visto na internet. Uma
mordaça no formato de bola. Ele amarrou em volta da minha cabeça.

Ele lambeu o meu pescoço e sussurrou no meu ouvido. — Quando você


aprender a ser uma boa menina, podemos remover isso. O único pedido que quero
ouvir é quando você implorar por mim.

Eu balancei a minha cabeça e gritei em torno da mordaça. Ele se masturbou


antes de se enfiar em mim. Os meus olhos se arregalaram de dor ao ser rasgada ao
meio, a bile subiu pela minha garganta. Tentei segurá-la, sabendo que não havia
para onde ir além da mordaça.

Ele bombeava para dentro e para fora de mim enquanto eu chorava. As suas
mãos estavam por todo o meu corpo. Eu rezei. Eu rezei para que acabasse. Rezei
para escapar. E, quando pensei que não aguentaria mais, orei pela minha própria
morte.
As surras e os estupros continuaram acontecendo, várias vezes ao dia, nem sei
quanto tempo. O meu corpo estava exausto pela tortura e brutalidade. Cada vez que
ele entrava no cômodo, ele me vestia com um novo conjunto de lingerie. Nos
segundos em que as minhas mãos ou pés ficaram inseguros, eu lutaria o mais forte
que pudesse, mas a minha força estava diminuindo. Ele me manteve com uma dieta
de caldo de galinha e pão. Ele disse que faria a minha refeição favorita se eu
concordasse que o amaria por toda a eternidade. Eu não tinha certeza se poderia
mentir sem vomitar.

Aiden entrou no cômodo com uma tigela de caldo. Eu podia ver o vapor
subindo assim que ele entrou. Ele geralmente deixava o caldo esfriar até a
temperatura ambiente antes de servir para mim. — Estou com tanto tesão pela sua
boceta faminta. — Ele me disse. — Eu não podia esperar mais. Coma a sua comida,
então vou guardar este meu corpo.

O gole de caldo queimou o céu da minha boca. Um plano se formou na minha


mente, que não pensei muito bem, mas tinha que fazer algo. A minha vontade de
viver estava diminuindo a cada segundo. Eu estaria perdida se não
tentasse. Hesitei em abrir a boca para a próxima colherada, como se não quisesse.

Ele se aproximou de mim. — Coma, Van. Agora.

Eu abri a minha boca, obedecendo. Quando o líquido escaldante atingiu a


minha língua, eu cuspi no seu rosto. — Eu nunca serei sua. Eu não te amo Eu te
odeio pra caralho. — Eu fervi.

Ele segurou o rosto, gritando de dor. Ele saiu correndo do cômodo, deixando
o caldo derramado no chão. Eu puxei e puxei as minhas restrições, tentando tirá-
las da cama ou soltar a minha mão do laço. Eu ainda estava lutando quando notei
o Aiden parado ameaçadoramente na porta. Ele amarrou a mordaça em volta da
minha cabeça, mas nem mesmo isso iria parar o grito quando ele puxou uma faca
do bolso.

— Você é minha. Toda minha. Eu nunca vou deixar você pertencer a outra
pessoa. Sou eu ou a morte. Não há outras opções. — Ele riu, os seus olhos
selvagens. Ele rasgou o tecido, me expondo novamente. Ele apertou os meus seios.
— Estes são meus. — Eu balancei a minha cabeça, mas ele me deu um tapa e
segurou a faca na minha garganta. — Você me ama, porra. Você ama isso. Se você
queria esses jogos, Van, tudo que você precisava fazer era pedir. Eu daria a você
qualquer coisa. Eu nunca quero que você esqueça a quem você pertence.

Ele removeu a faca da minha garganta, arrastando-a pelo meu corpo. — Onde
devo fazer isso?

Ele apertou um seio novamente, arrastando a ponta da lâmina pela minha


carne sensível. — Isso daria uma bela declaração, mas são muito bonitos para
estragar. O mesmo vale para isso. — Ele disse, enfiando o cabo da faca na minha
vagina. Gritei de dor em volta da mordaça. As lágrimas não paravam de cair ou
embaçar a minha visão. Ele puxou o cabo de mim, virando-o, arrastando a lâmina
pela minha pele. Eu resisti, tentando tirá-lo de cima de mim.

Ele cortou o meu quadril. — Pare com isso. — Ele gritou na minha cara.

Eu abri os meus olhos o máximo que pude, xingando na mordaça, chamando-


o de todas as coisas que eu poderia pensar. Cada grito ou mexida foi recebido com
um corte na minha pele. Continuei indo até ficar fraca demais para me mover. —
Acho que decidi, Vanny. Eu sei onde quero marcá-la. — Ele esfregou a mão na
minha barriga. — Um dia, quando isso estiver cheio com o meu filho, poderei ver o
meu nome esticado na sua pele. — Ele esfregou o seu pau duro contra a minha
pélvis. — Só o pensamento me deixa excitado.

Ele trouxe a ponta para a minha pele, empurrando na carne. O sangue estava
em todos os lençóis brancos de cada corte que ele havia feito até agora. Ele parou
de repente, arrastando a faca para longe. Ele desfez as calças para se libertar. —
Isso vai me deixar muito excitado, se eu não fizer isso, vou gozar muito rápido
dentro de você.

Eu olhei para a parede, fraca demais para gritar. Ele gritou na minha cara.
— Você sempre pertencerá a mim. Você é minha. Este é só um presentinho, para
você não esquecer. VOCÊ. ME. PERTENCE.

Eu só pude chorar enquanto ele gravava o seu nome na minha pele e gozava
na sua mão. Ele repetiu várias vezes que eu era dele e agora nunca vou esquecer
isso.
CAPÍTULO 31

Liam

EU NÃO ACHO QUE RESPIREI UMA VEZ na última hora que a Savannah demorou
para contar os horrores do seu passado. Ela se afastou de mim, a sua mente em
um inferno que quero destruir desesperadamente. Ela falou através das lágrimas
correndo muito rápido pelas suas bochechas para eu conseguir pegar todas elas,
mas tentei, alternando do meu polegar para os meus lábios, tentando pegar cada
uma que corria pelas suas bochechas perfeitas. Ela nem me notou. Ela parou de
me notar enquanto continuava falando, ela estava tão perdida.

Ela não está falando há vários minutos.

— Savannah?

O seu corpo inteiro estremece, o seu olhar vindo lentamente para encontrar
o meu. Ela parece confusa e perdida, como se não soubesse como chegou aqui.

— Está tudo bem, baby, você esteve aqui comigo o tempo todo. Você está
comigo. Estou aqui com você, baby. — Ela acena com a cabeça, deitando-se no meu
peito.

— Meu Deus, Savannah. — Eu a abraço com mais força, apertando com tudo
que não posso dizer a ela naquele abraço. Não consigo entender como ela escapou.

— Como você saiu de lá? — Eu pergunto a ela. Pretendo beijar cada cicatriz
que marca o seu corpo. Eu entendo o porquê ela as esconde atrás da bela obra de
arte, mas tudo sob isso a torna mais bonita para mim. Ela é tão forte e feroz.

— Depois daquele incidente, eu sabia que precisava fazê-lo me matar ou


encontrar uma maneira de escapar. Eu queria morrer, Liam. Para ser sincera, se
achasse que essa era a escolha fácil, poderia ter escolhido essa opção. Em algum
lugar bem no fundo, eu sabia que ele não me mataria por muito tempo. Não
importaria o que eu dissesse. Ele me fez prisioneira, ele poderia tapar a minha
boca e me usar da maneira que quisesse. Ele poderia viver em uma fantasia. A
opção mais fácil era escapar. — Savannah passa a mão sobre a boca, como se ela
estivesse segurando algo. — Deixe para lá, baby.

Ela balança a cabeça. — Quando penso no que fiz a seguir, fico doente. Ele
estava brincando comigo como se eu fosse um brinquedo, então decidi fazer o
mesmo. Quando ele veio depois desse tempo, comecei a ser mais legal. Na terceira
visita, disse-lhe que ele me mostrava o quanto me amava e que seria estúpida se
não me sentisse assim. Eu o deixei me estuprar novamente, mas não gritei ou
protestei, então não houve mordaça.

O meu estômago se revira, querendo vomitar também, imaginando-a dizendo


aquelas coisas para ele depois de tudo que ele fez com ela.

— Foi muito fácil, para ser honesta, convencê-lo a me deixar dormir ao lado
dele. Ele queria tanto acreditar em mim que não me questionou muito. Ele estava
tonto. Ele me libertou das correntes e me levou para o quarto principal da cabana.

Não quero pensar nela na cama com outro homem, especialmente esse
psicopata. Estamos chegando ao fim, posso sentir nos meus ossos. Cada gota que
ela derrama, ela está se tornando tudo para mim.

— Naquela noite, eu dormi. Eu precisava de uma boa noite de sono. No dia


seguinte, ele fez três refeições para mim. Eu comi todas, juntando as minhas
forças. Naquela noite, enquanto ele estava me estuprando, eu o empurrei de cima
de mim e corri para pegar uma faca. Não havia nada no cômodo para eu usar como
arma. Ele me parou no caminho para a cozinha.

— Ele estava gritando e delirando. Nós lutamos, caindo no chão. Ele acabou
por cima, novamente me sufocando. No entanto, eu estava muito perto. Muito
perto da liberdade. Eu não aceitaria a morte. Estávamos perto de uma mesa
lateral com um abajur de metal. Eu puxei o cabo, puxando o abajur para mais
perto. Ele estava muito envolvido na sua dor, ele não percebeu o que eu estava
fazendo. Eu agarrei o abajur e bati na sua cabeça até que ele me soltou. Cada golpe
afrouxava o seu aperto. Ele desmaiou com os golpes. Eu corri. — A Savannah está
respirando tão forte, as suas mãos torcendo, posso sentir a sua ansiedade saindo
dela em ondas. — Estávamos no meio da floresta. Não sei como encontrei o
caminho para uma estrada, mas encontrei. Eu estava uma bagunça na hora que
fiz isso, os meus pés estavam rasgados, os cortes reabriram, me deixando
sangrando. Eu estava com nada além da camisola que agarrei do chão ao
sair. Andei pela estrada até ver um carro. Eu pisei na frente dele com os meus
braços balançando no ar, tentando detê-lo. — Eu me encolho, imaginando-a lá fora
no meio da noite, o carro correndo na sua direção. Eu sei que ela sobreviveu porque
ela está aqui segura nos meus braços, mas estou na ponta do meu assento
figurativo para saber se o carro a verá a tempo.

— Ele parou. Implorei que ligasse para o 911, dizendo que fui sequestrada
pelo meu ex—namorado. Entrei no carro e eles me levaram para o hospital, onde
dormi por dias, me recuperando. Eu acordava e dormia enquanto a minha família
e a Valerie me cercavam. — Savannah solta um suspiro de alívio. Embora eu
preciso saber mais. Há tantas coisas sem resposta.

— Posso fazer perguntas? — Eu pergunto baixinho, preocupado em dizer ou


fazer a coisa errada.

— Eu não terminei, mas sim.


Não consigo nem imaginar como ela não terminou. — Ele está morto? Essa é
realmente a essência do que preciso saber.

— Não. — Ela sussurra.

O meu estômago cai como uma âncora.


CAPÍTULO 32

Savannah

AS MÃOS DO LIAM ESTÃO EM PUNHOS. — Esse filho da puta ainda está vivo?

— Sim, isso é tudo que me resta. Eu o deixei vivo. Eu nem pensei naquela
noite que ele estaria morto. Eu sabia que ele ainda estava respirando. Quando
aquele casal simpático me pegou, o marido ligou, informando a localização de onde
eu fugi. Aiden ainda estava na cabana quando a polícia chegou. Ele foi
preso. Fomos a julgamento.

— Por favor, me diga que ele está no corredor da morte, na prisão perpétua,
qualquer coisa.

Eu suspiro. — Sete anos por sequestro, estupro e agressão.

— Não é o suficiente. — Liam sibila. Posso sentir a raiva emanando dele em


ondas.

— Eu sei. – Eu sussurro.

Liam e eu ficamos em silêncio por alguns minutos, ambos processando o que


está acontecendo, o que foi derramado. Estou me perguntando se nós dois ainda
estamos aqui. Se ele estiver aqui quando cada pedaço de mim for deixado no
chão. Estive em transe a maior parte da noite e não me preocupei muito com ele
saindo ou me parando, dizendo que já basta, que ele terminou e não quer ouvir
mais.

A parte que mais me preocupa ainda está por vir. O que ele vai pensar de
mim então?

— Mudei-me para cá um ano depois do ataque. Mal saí de casa. Eu não


poderia estar perto das pessoas, especialmente homens. Cobri todos os espelhos,
para não ter que ver as suas evidências no meu corpo. Decidi fazer uma tatuagem.

— E foi aí que você conheceu o James. — Liam diz, me surpreendendo.

— Como você sabe?

— Eu posso ter tentado fazer com que o James me desse algumas informações
sobre você. Não se preocupe, ele não derramou nada.

Eu sorrio. — Eu não estava preocupada. Eu sei que ele nunca faria isso.
Liam suspira, como se quisesse dizer algo, mas para. Eu não quero que ele
tenha ciúmes do James, ele sempre foi apenas um amigo. Ele é extremamente
importante para mim. — James estava lá na primeira vez que fui à loja de
tatuagem. Demorou várias vezes antes de eu pronunciar uma palavra. Nas
primeiras vezes, apenas corri porta a fora. Um dia disse a mim mesma que era
agora ou nunca. Felizmente, quando entrei, existiam apenas dois caras, o Dex e o
James. Eu não queria ficar em um ambiente sozinha com um homem que não
conheço, então levantei a minha camisa e mostrei a ele as minhas
cicatrizes. James estava atrás de mim, tentando nos dar privacidade. Ele segurou
a minha mão quando comecei a chorar.

Liam suspira novamente. — As vezes eu realmente quero dar um soco na


cara daquele bastardo presunçoso, mas porra, ele torna muito difícil não gostar
dele.

Eu rio, sabendo exatamente do que ele está falando. Afinal, foi o coração de
ouro do James que me deu coragem para tudo que sou hoje e tudo que planejei.

— Dex, o artista, me pediu alguns dias para fazer um desenho. Eu


deixei. James me pegou no estacionamento e ofereceu aulas de autodefesa. Algo
no meu instinto me disse para aceitar isso. Eu o conheci depois de horas, tremendo
como uma folha, sabendo que seríamos apenas nós dois. Ele me ensinou todas as
noites por um longo tempo como me defender, como lutar.

Liam dá um beijo no topo da minha cabeça. Eu continuo. — Depois da


primeira semana, eu confiei nele. Nunca contei tudo a ele, mas ele viu as cicatrizes
porque perguntei se ele poderia sentar-se comigo durante a minha sessão de
tatuagem. Foi difícil passar por isso. Ter algo afiado atingindo a minha pele era
apenas um lembrete de tudo o que aconteceu não muito tempo antes. Ele ficou
sentado lá hora após hora, segurando a minha mão e me lembrando o quão forte
eu sou.

Eu me viro para o Liam, colocando o seu rosto na minha mão. — Você não
tem nenhuma razão para ter ciúmes do James. Ele sempre foi um amigo, mas
preciso que você entenda. Ele é mais como um irmão para mim. Ele me devolveu
um pedaço de mim mesma naquele ringue de boxe. Eu me levantei da porra das
cinzas com cada golpe que lancei nele. Fiquei com tanto medo depois do
ataque. Mandei entregar as minhas compras. Ele me colocou naquele ringue e me
deixou com raiva por tudo que aconteceu comigo. Essa raiva alimentou o meu
impulso para a minha segurança. E um dia, não chorei mais. Os meus pesadelos
pararam.

Liam respira pesadamente, segurando o meu rosto de volta, trazendo as


nossas testas juntas. — Eu tenho um motivo para estar com ciúmes dele. Eu
gostaria de te conhecer naquela época. Eu gostaria de ter ajudado a trazê-la de
volta, mas devo a minha vida ao James por estar lá por uma garota que eu nem
conhecia na época. E, eu estou tão grato por ele ter te ensinado como lutar. Não só
porque você pode se proteger, mas porque você fica sexy pra caralho quando está
batendo no saco.
Uma risada escapa da minha garganta. Parece que já faz anos que eu não ria,
em vez de meras horas. O barulho parece rouco e cru. Beijo o Liam nos lábios. Ele
não me disse a sua decisão, mas preciso sentir os seus lábios macios contra os
meus.

— Só tem mais uma coisa. — Digo ao Liam lentamente, me afastando do seu


abraço, para que eu possa ver o seu rosto enquanto digo isso para ele. Ele apenas
balança a cabeça, deixando-me saber que está pronto. Acho que ele também
sente. A importância do que vou dizer.

— Quando o Aiden estava sendo arrastado do tribunal depois do seu


julgamento, ele jurou me encontrar novamente quando sair. Ele ainda estava
gritando que eu era dele quando a porta bateu no seu rosto. Quando ele for solto,
ele vai me encontrar e não tenho dúvidas de que ele vai tentar me matar.

— Foda-se. — Liam sibila. — Eu nunca vou deixar isso acontecer. Eu... —


Eu pressiono os meus dedos contra os lábios do Liam, precisando dizer isso,
precisando derramar a última parte de mim. O meu âmago no chão aos seus pés.

— Nesse ringue, eu fiz o meu próprio voto. Eu o deixei ganhar na


cabana. Nunca mais cometerei esse erro. Ele virá atrás de mim. Ele vai tentar me
matar, mas jurei que vou matá-lo primeiro.

Aí está. A minha verdade. A minha promessa. Estou parada diante do Liam,


o coração arrancado do meu peito, sangrando de cada pedaço da lâmina da
honestidade, mostrando a ele tudo de mim. Estou totalmente desnuda para ele. O
meu coração está aos seus pés. Eu só espero que ele pegue.
CAPÍTULO 33

Liam

ELA QUER MATÁ-LO. Parece que ela vai ter que entrar na fila, porque se ele
vier atrás dela, vou cortá-lo como um peixe. Ninguém encontrará o seu corpo. Vou
eliminá-lo da existência. Limpá-lo da sua mente. Ele nunca vai vencer.

— Você não terá chance. — Digo a Savannah.

Ela parece tão confusa. — Oh, minha atrevida Savannah, você não entendeu
mesmo, eu o matarei se ele chegar perto de você. Ele nunca mais vai colocar um
dedo em você — não, ele nunca vai te ver à distância. Quando ele estiver fora e
pisar nesta cidade, ele terá uma sentença de morte na sua cabeça. Eu vou acabar
com ele.

A Savannah se lança para longe de mim e para fora da cama. Ela voltou a
andar ao pé da cama. Eu relaxo de volta na cabeceira da cama. Eu sei que posso
protegê-la e vou protegê-la. Savannah nunca terá que se preocupar com mais nada
novamente.

— Não. — Ela sibila para mim. — Absolutamente não.

Tarde demais, linda. Eu já decidi. — Ele nunca vai te machucar novamente.


— Digo a ela.

— Eu sei. — Diz ela ferozmente. Ela se vira para mim, fico olhando cada
centímetro da maldita guerreira em que ela se tornou. Mãos nos quadris nus,
cabelos desgrenhados por causa dos dedos e olhos famintos por uma vitória. O meu
pau estremece na minha cueca. — Eu vou me proteger, Liam. Você não está se
envolvendo.

— Como diabos, eu não vou. Traga a sua bunda de volta para mim. – Eu digo
a ela. — Eu não terminei de segurar você.

Ela bufa, mas vejo a contração dos seus lábios. Ela continuará a negar, mas
eu sei que ela gosta quando atuo como um bárbaro sujo. Ela rasteja na cama na
minha direção, nunca quebrando o contato visual. Ela se coloca bem perto de mim,
carne com carne.

— Você realmente quer ficar? — Ela pergunta maravilhada.

— Eu queria ficar com você desde a primeira vez que te vi. — Digo a ela com
sinceridade. — Você me destruiu.
— Mesmo depois de eu dizer que pretendo matar alguém?

— Você está exigindo vingança, obtendo a justiça que merece e isso será
legítima defesa. Deixe-me te perguntar algo.

Ela inclina a cabeça e levanta uma sobrancelha.

— Se você soubesse que ele foi solto, mas ele nunca veio atrás de você, você o
encontraria e o mataria?

— Não. — Ela me diz.

— Você não é uma assassina, baby. Você é uma sobrevivente e uma


guerreira. Você vai proteger a si mesma e aqueles que você ama. Isso é
diferente. Você apenas planeja enviar o bastardo para o inferno se ele tentar vir
atrás de você.

— Ele vai. — Ela promete. Não duvido dela, mas espero que ela esteja
errada. Se ela estiver certa, vou protegê-la com a minha vida. Eu sei que se ela
permitisse, ela teria um exército de proteção.

— Eu não vou a lugar nenhum, linda. Você está presa a mim.

Ela ri e beija o meu peito. — Ficar presa a você não é tão ruim.

— Isso é um elogio? — Eu pergunto a ela, sorrindo.

— Não se acostume com isso. — Ela me diz, sorrindo abertamente, mesmo


depois da noite que tivemos com lágrimas, sofrimento e muito mais. Ver o seu
sorriso é como um cego vendo o nascer do sol pela primeira vez. O meu coração
para de bater, a minha respiração para de sair. Estou impressionado com a sua
beleza e a felicidade brilhando nos seus olhos.

Eu ataco a sua boca, selando os meus lábios sobre os dela, incapaz de segurar
por mais tempo. Ela é minha. Eu sou dela. Agora é hora de nos selar da melhor
maneira possível. Eu a rolo de costas, me acomodando em cima dela.

Enquadrando o seu rosto com as minhas mãos, o meu peso equilibrado nos
meus cotovelos, pergunto a ela, — Você está pronta para isso, Savannah?

As suas costas se arqueiam, pressionando o seu peito no meu. — Sim,


Liam. Estou pronta. Estou pronta para tudo.

Os meus lábios descem nos dela, sugando-os na minha boca. Eu corro a minha
língua ao longo da costura dos seus lábios, implorando por entrada para provar o
sabor da sua boca deliciosa. Eu gemo quando a minha língua desliza para
dentro. Os seus quadris moem na minha ereção. Savannah envolve as suas pernas
em volta dos meus quadris, entrelaçando as mãos no meu cabelo. Eu saboreio o
puxão doce quando mordo o seu pescoço antes de deixá-lo com a minha língua,
acalmando a marca.
As minhas mãos se movem para os seus seios. Ela geme, pressionando-se
ainda mais na minha palma. Eu os amasso, beijando uma trilha no seu pescoço e
peito. Eu rolo um mamilo entre o polegar e o indicador, sugando o outro pela renda
do sutiã. Ela grita o meu nome, me fazendo gemer em torno do pico rígido na minha
boca.

Eu a levanto da cama, abrindo o fecho do sutiã. Eu fico de joelhos e olho para


a linda garota na minha cama. As suas curvas suaves estão em exibição, a vibração
da sua tatuagem transformando o seu corpo em uma obra de arte. Os mamilos
rosados da Savannah são pontos eretos. O seu cabelo está caindo em volta da
cabeça no meu travesseiro. Ela é um sonho.

As suas mãos deslizam pelas minhas coxas até a sua junção. O meu pau está
tão duro, a cabeça bulbosa está aparecendo no topo da minha cueca. Ela puxa para
baixo, me libertando. A sua pequena mão nem mesmo envolve a minha
circunferência. Ela bombeia o meu pau da raiz à ponta algumas vezes antes de eu
puxar a sua mão gemendo, já sentindo falta da sensação. Estou muito agitado. Eu
não posso deixar que ela me toque agora.

Eu me levanto da cama com a intenção de pegar uma camisinha.

— Onde você vai? — A voz da Savannah está cheia de luxúria.

— Preservativo. — Digo a ela, a minha voz tão grave e cheia de necessidade.

— Eu uso DIU. Eu... eu confio em você.


CAPÍTULO 34

Savannah

SIM. EU CONFIO NELE COMPLETAMENTE. Depois desta noite, não consigo


pensar nele me levando de outra forma que não seja nua. Nunca estive de boa
vontade com outro homem sem proteção. Eu confio nele e quero senti-lo dentro de
mim sem barreiras.

— Foda-se. — Liam geme. Ele volta para mim.

— Você tem certeza? — Eu pergunto. — Mesmo depois de saber tudo?

— Eu não quero nada mais do que sentir a sua boceta molhada e apertada
nua no meu pau. Nada mudou, exceto eu quero você mais. Eu te admiro mais. Eu
preciso de você mais.

Eu suspiro de alívio. Levantando os meus quadris, eu puxo a minha calcinha


para baixo, pronta para sentir nada além dele. Ele se instala entre as minhas
pernas. Gememos com o contato pele a pele. Eu movo os meus quadris, amando a
sensação da sua grande cabeça esfregando contra o meu clitóris. Ele se afasta de
mim, apenas quando eu encontro o atrito certo. Eu estava tão perto de gozar. Eu
choramingo com a ausência.

— Não se preocupe, linda. — Liam me lança um sorriso antes de beijar uma


trilha pelo meu corpo. Lambendo e chupando. Mordendo e lambendo. Quanto mais
perto a sua boca fica da 'terra prometida', mais perto eu fico de deslizar sobre a
borda. Estou implorando incoerentemente e girando os meus quadris, tentando
encontrar fricção no seu corpo enquanto ele desce.

Finalmente, a sua boca paira sobre a minha área mais íntima. Ele beija e
morde a parte interna de cada uma das minhas coxas, lambendo uma trilha ao
redor.

— Por favor, Liam. — Eu grito. Eu levanto os meus quadris, me oferecendo a


ele. Eu olho para ele por cima do meu corpo.

A sua mão está enrolada firmemente em torno do seu pau. Ele dá a si mesmo
dois puxões firmes. — Jesus, olhe para você. — Ele diz. A sua voz está rouca. —
Dando-se a mim, como um presente. Melhor presente que já recebi. Mal posso
esperar para provar a sua doçura.

Eu choramingo, levantando os meus quadris mais alto. — Por favor. — Eu


imploro.
— Brinque com os seus mamilos, linda.

As minhas mãos vão imediatamente para os meus mamilos, puxando-os entre


os meus dedos.

— É isso aí, baby. — A sua junta roça na minha fenda. — É aqui que você
quer a minha boca?

— Sim. — Eu imploro.

— Diga-me.

— O… o que?

— Diga-me onde você quer a minha boca.

Não acho que ele espera que eu diga a ele imediatamente, mas estou longe
demais para me censurar ou ficar envergonhada. Eu descaradamente preciso dele.
— Lamba a minha boceta, baby. Chupe o meu clitóris, preciso da sua boca na
minha boceta. Por favor.

Os seus olhos brilham, o calor se acumulando neles enquanto as suas pupilas


dilatam ainda mais. Ele está roçando a minha fenda esse tempo todo. Ele enfia um
dedo na minha boceta. — Essa é a minha garota. Adoro te ouvir dizer o que você
precisa.

Eu gemo, levantando os meus quadris mais alto. Ele puxa o dedo e envolve
um braço em torno de cada perna e me leva à boca. Ele me lambe de cima a baixo
com a sua língua larga, chupando o meu clitóris, roçando os seus dentes. — Tão
fodidamente doce. — Ele geme contra a minha boceta. As vibrações da sua voz me
enviam mais perto do limite. A sua língua começa a me foder com força, o seu nariz
pressionando contra o meu clitóris. Ele está me inalando, me devorando, me
consumindo. Não posso retardar a corrida até o limite. Ele chupa o meu clitóris
com força, batendo dois dedos dentro de mim, atingindo o meu ponto G. Eu grito.
— Liaaaaaam.

Ele não para de chupar ou foder com o dedo até que cada onda tenha
passado. Ele se move pelo meu corpo, parando na minha barriga para beijar as
cicatrizes escondidas sob a tatuagem.

Eu o puxo para cima, beijando-o ferozmente. Eu gemo enquanto chupo a sua


língua com o meu gosto. É tão sujo e errado. Eu amo isso pra caralho.

Ele interrompe o beijo enquanto se posiciona na minha entrada. Ele desliza


para dentro de mim lentamente, gemendo a cada centímetro que passa. Estamos
olhando nos olhos um do outro enquanto eu o levo até o fim. Estou tremendo de
necessidade. As minhas mãos raspam nas suas costas, apertando a sua bunda
firme. Eu envolvo as minhas pernas em torno dos seus quadris, moendo. O meu
clitóris pressiona contra a sua pélvis. Eu grito.
— Sim, baby. — Ele sussurra, fechando os olhos. Ele os abre novamente,
olhando para mim, colocando o meu corpo em chamas. Ele bombeia para dentro e
para fora de mim em movimentos lentos e vagarosos.

— Mais. — Eu sussurro.

Ele bombeia mais forte, batendo a sua pélvis no meu clitóris a cada vez. Uma
mão brinca com os meus mamilos enquanto a outra vem atrás da minha cabeça,
levantando o meu rosto. Nós nos beijamos, línguas emaranhadas e dentes
rangendo. Ele bombeia mais forte e mais rápido. Ele afasta os seus lábios dos
meus, olhando nos meus olhos. Ele está me dando tudo depois que coloquei tudo
aos seus pés esta noite. Nunca senti uma conexão como essa. O mundo poderia
estar queimando até o chão lá fora e eu não saberia de nada, exceto a sensação do
Liam dentro de mim e o olhar nos seus olhos. Há algo ali que estou muito nervosa
para nomear, mas sei que está refletindo de volta para ele.

— Estou mantendo você. — Ele sussurra para mim. Eu me desfaço com as


suas palavras.

— Porra, eu amo sentir a sua boceta vibrar ao redor do meu pau. Você está
me estrangulando com tanta força. — Ele bombeia forte, novamente e novamente.
— Tão bom. Nunca foi tão bom. — Ele murmura, dizendo outras palavras que não
fazem sentido.

Ele inclina a cabeça, sugando um mamilo na sua boca. Ele serpenteia a sua
mão entre os nossos corpos e sacode o meu clitóris, dedilhando-o com seus
bombeamentos.

— Goze comigo. — Ele diz.

Eu não conseguia parar o meu orgasmo iminente, mesmo que tentasse. —


Liam. – Eu grito.

Ele grunhe o meu nome, derramando sêmen quente em mim, bombeando até
que ele esteja completamente vazio.

Eu nunca tive um orgasmo — bem, orgasmos — como os desta noite. Liam


fica em cima de mim. As minhas mãos ainda estão nas suas costas. Mal consigo
respirar com o peso dele sobre mim, mas não gostaria de outra forma. Adoro sentir
o seu corpo pesado em cima de mim, ainda meio duro dentro de mim,
completamente exausto. Ele me beija novamente antes de sair. Eu choramingo
com a perda, me sentindo vazia sem ele dentro de mim.

Liam se levanta da cama, voltando com uma toalha molhada. Tento tirar
dele, mas ele diz. — Deixe-me cuidar de você. — Não pude negar a ele nada com
o olhar que ele está me dando. O meu coração bate mais forte. O olhar que estou
muito nervosa para nomear está irradiando do seu rosto.

Depois de limpar nós dois, ele deita de lado, puxando-me para perto e
traçando a minha tatuagem. Os seus dedos estão deslizando sobre a asa da minha
linda fênix. O nome do Aiden está escondido sob a envergadura poderosa. — Conte-
me sobre isso. — Sussurra Liam.

— James sugeriu uma fênix para o Dex após a primeira noite no ringue. Ele
queria me ver voltar à vida. E eu fiz. O texto na parte inferior é de um poema da
Maya Angelou. Diz. 'Ainda assim, vou subir'. Isso me lembra de continuar a me
levantar, mesmo quando o pior acontece.

À medida que ele traça cada cicatriz sobre o meu estômago, encontrando-as
sob a tinta, uma nova fenda no meu coração e alma é curada. — Você é a pessoa
mais forte que conheço.

— Não. — Eu protesto baixinho. Eu me permiti quebrar por muito tempo. —


Não olhe para as cicatrizes. Eu não quero que você ou ninguém as veja ou sinta.

— Eu quero, Savannah. Eu amo a sua tatuagem. É linda. Combina com você,


mas você ficaria tão bonita se nenhuma dessas cicatrizes fosse coberta. Vou tocar
nas suas cicatrizes.

— Não. — Tento implorar a ele.

— Sim. – Ele afirma com firmeza. Os seus dedos percorrem cada uma antes
que ele coloque um beijo em cada cicatriz. — Você sobreviveu. Você lutou. Você é
uma princesa guerreira do caralho.

— Uma princesa guerreira? — Eu rio.

— Isso aí. Eu era um pouco nerd na infância. Você é uma fantasia que ganha
vida. Estou ansioso por você.

Os meus olhos começam a arder com lágrimas não derramadas. Liam dá


beijos na minha barriga, sussurrando o quão forte e bonita ele pensa que sou. —
Um fogo queima dentro de você, assim como uma fênix. Esta tatuagem é tão
perfeita para você, linda garota. Você é forte e deslumbrante. — Ele levanta a
cabeça para olhar diretamente nos meus olhos. — Ele pode ter enfiado uma faca
no seu corpo, mas não reclamou você. Ele não quebrou você.

As minhas lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto em um fluxo


incontrolável. — Liam. – Eu sussurro, segurando o seu rosto.

— Você não está quebrada. Ele não venceu. Você fez isso.

Liam se inclina e beija a minha barriga. — Vou venerar você e isso todos os
dias.

Lágrimas se acumulam nos meus olhos enquanto eu o beijo suavemente, com


reverência. — Obrigada, Liam.

— O sol está começando a nascer. — Ele beija o meu pescoço. — Vamos


dormir um pouco.
Eu caio em um sono profundo com um sorriso no rosto e um homem lindo
colado nas minhas costas.
CAPÍTULO 35

Liam

A RESPIRAÇÃO SUAVE DA SAVANNAH faz cócegas no meu peito quando eu


acordo. Mudamos de posição algumas vezes durante o sono, mas sempre ficamos
juntos. Ela agora está deitada no meu peito com a perna atirada sobre os meus
quadris. O meu braço está sob o seu ombro, envolto nas suas costas e o meu outro
braço está segurando a sua mão, descansando no meu estômago. Eu olho para o
seu rosto pacífico. Cada pedaço de preocupação e ansiedade são eliminados da
existência. Há uma pequena inclinação dos seus lábios como se ela gostasse do que
está sonhando.

Eu solto a sua mão para pegar o meu telefone na mesa de cabeceira. É o fim
da manhã — nenhum de nós dormiu muito depois da nossa provação, e ainda
preciso lhe contar algumas coisas sobre mim, mas estamos indo na direção
certa. Eu quero continuar nos empurrando dessa maneira.

Eu envio uma mensagem de texto para o grupo da minha família, matando


dois coelhos com uma cajadada só. Eu preciso pedir desculpas a eles por ser um
idiota e preciso que eles conheçam esta linda e incrível garota envolta nos meus
braços. Após algumas breves trocas, os nossos planos para o dia estão feitos. Eu
olho para o rosto pacífico da Savannah mais uma vez antes de beijar a sua testa e
sussurrar que é hora de acordar. Ela não se move. Eu a rolo suavemente,
enquadrando o seu rosto antes de beijar os seus lábios.

— Savannah. — Eu digo suavemente. — Acorde, linda.

Ela bate na minha mão e rola, virando-se para a direção oposta. Eu


sorrio. Esta é a nossa segunda vez em que acordamos juntos, mas a primeira vez
real de ver o seu verdadeiro eu na luz da manhã. Eu venho por trás dela, beijando
o seu ombro nu. Ela o puxa para longe, murmurando. — Vá embora.

— Não vai acontecer, linda. Eu estou aqui para ficar.

Tento mais uma vez, sem sucesso, acordá-la antes de dizer a única coisa que
acho que fará os seus olhos se abrirem. Eu queria dizer a ela quando ela estivesse
totalmente acordada e espero que ela tenha essa ideia. Não tenho certeza de como
ela vai reagir, mas está feito. Os nossos planos estão feitos.

— Você vai conhecer a minha família hoje, linda. Você tem que acordar.

Ela começa a sair do meu alcance por instinto, mas para de repente. Os seus
olhos se abrem, lentamente virando o seu rosto em direção ao meu. Eu sorrio para
ela, beijando o seu nariz. Os seus olhos estão bem abertos, mostrando
perplexidade.

— O que você acabou de dizer? — Ela pergunta histericamente. Ela está bem
acordada agora.

O meu sorriso fica ainda maior. — Temos que nos preparar. Temos planos
para hoje. — Eu a beijo totalmente na boca, deslizando a minha língua dentro e
gemendo. Ela fica mais doce cada vez que a beijo.

Ela se perde no nosso beijo até se lembrar da nossa conversa. Ela empurra o
meu ombro, interrompendo o nosso beijo. — Planos?

— Sim.

— Com a sua família?

— Sim.

— Com os seus pais?

— E irmã.

— E eu estarei lá também?

— Esse é o plano.

Savannah empurra o meu ombro com ainda mais força. — Por… por que você
não me acordou mais cedo? Tenho que me preparar. — Ela pula da cama, correndo
pelo meu quarto nua. Sento-me contra a cabeceira da cama com os braços atrás da
cabeça. A minha ereção matinal está se transformando em uma ereção totalmente
tensa sob os lençóis.

— Oh, meu Deus, eu não tenho roupas aqui. Por que você não me acordou
antes? — Ela se vira para mim, me mostrando o seu corpo glorioso.

— Eu tentei, linda. Você é teimosa até no seu sono.

— Eu não sou. Acho que sou muito agradável de manhã.

— Eu acho você muito encantadora assim. — Digo a ela, gesticulando para o


seu corpo nu parado na minha frente. — Venha aqui.

— Não. — Ela diz, levantando um dedo. — Temos que nos preparar! Temos
que ir para minha casa, para que eu possa me preparar.

— Nós temos tempo. Venha aqui ou eu irei te buscar.

Os seus olhos brilham e os seus mamilos endurecem em picos. Ela não pode
negar que gosta da ideia de eu ir buscá-la. Eu me levanto da cama, rondando em
direção à minha presa. Ela dá dois passos para trás para cada um dos meus
avanços. Eu a surpreendo correndo na sua direção com o meu ombro para
baixo. Eu a lanço por cima do ombro e a carrego para o meu banheiro, batendo na
sua bunda no caminho.

Ela grita, mas mexe a sua bunda, deixando-me saber que ela gosta. Eu não a
coloco no chão até que estejamos sob o jato quente do chuveiro. Eu a encurralo com
o meu corpo, correndo as minhas mãos para cima e para baixo nos seus
lados. Coloco as minhas mãos na bunda da Savannah, incitando-a a levantar as
pernas em volta da minha cintura.

Não digo a ela que definitivamente vamos nos atrasar.

Quando chegamos à casa da Savannah, ela se lança para fora do meu Jeep,
correndo para dentro sem esperar por mim. Ela deixou a porta da frente aberta no
seu rastro. Eu a sigo, fechando a porta atrás de mim. Ela está chamando o nome
da Harper, olhando em cada cômodo ao longo do caminho.

Savannah estava furiosamente enviando mensagens de texto no caminho até


aqui. Eu a alcanço no corredor que leva aos seus quartos. Eu coloco a minha mão
no seu ombro, virando-a para mim. — Está tudo bem?

— Não. – Ela diz, me tirando do seu caminho.

— O que está acontecendo, baby? Fale comigo. — Os meus músculos estão


tensos, preparando-me para o que está prestes a acontecer.

— Harper deveria estar aqui.

— Não vi o carro dela lá fora, baby. Ela está bem?

Ela acena com a mão atrás dela como se fosse uma pergunta boba. Estou
ficando frustrado por não obter respostas. Estou bem atrás dela, prestes a jogá-la
por cima do ombro novamente até que ela me diga o que está errado.

Harper entra correndo em casa gritando. — Estou aqui. Estou aqui.

Savannah corre para ela. — Obrigada por vir para casa.

— Tudo bem, Camille pode cuidar da loja um pouco sem mim.

Savannah vem na minha direção. — Quando você deveria estar com os seus
pais?

Eu olho para frente e para trás entre a Harper e a Savannah, completamente


perdido. — O que está acontecendo?

A oitava da Savannah atinge o nível mais alto que já ouvi. — Eu não posso
aparecer para os seus pais de mãos vazias. Eu preciso levar algo.
— Não, você não precisa. Os meus pais cuidam do churrasco, confie em mim.

Harper zomba. — Não, ela realmente não pode. Então, diga-me quanto
tempo.

— Cerca de uma hora e meia. Ok, então você quer levar algo para a casa
deles?

— Sim. — A Savannah e a Harper dizem em uníssono.

— Sem ofensa, Harper, mas o que você tem a ver com isso?

Harper começa a rir enquanto as bochechas da Savannah ficam


vermelhas. Harper joga o braço em volta do ombro da Savannah, puxando-a
profundamente para o lado. Savannah já está revirando os olhos antes mesmo da
Harper abrir a boca.

— A nossa garota aqui. — Harper diz, sacudindo a Savannah. — Não pode


cozinhar, nada. Ela colocou fogo na nossa torradeira há dois meses.

Eu olho para a Savannah, tentando conter a minha risada. Ela está olhando
para o chão, olhando para mim por entre os cílios. — Não foi minha culpa! Era
uma torradeira com defeito.

Não consigo segurar o estouro da minha risada que escapa do meu peito.

— Tudo bem, tudo bem. — Savannah diz. — É verdade. Não sei cozinhar ou
assar, mas a Harper está aqui para salvar o dia. — A Savannah beija a sua
bochecha. — Obrigada, Harper, tenho que me preparar.

— A qualquer hora, garota. Você salvou a minha bunda tantas vezes. É hora
de retribuir o favor.

O meu peito aquece vendo a sua interação. Eu gosto que a minha garota
tenha boas pessoas na sua vida. — Venha comigo, Liam. — Savannah diz,
caminhando em direção ao seu quarto.

Depois de nos fechar no seu quarto, ela vai para o banheiro, dizendo por cima
do ombro. — Não pense que esqueci que você também tem segredos para me
contar.

— Eu sei, eu quero te contar, baby. Quando você estiver pronta, eu vou


contar. — Eu prometo a ela.

— Estou pronta agora.


CAPÍTULO 36

Savannah

LIAM RI. — Tenho que dizer, eu não esperava que você dissesse isso.

Eu penteio o meu cabelo que secou desde o banho com o Liam. Ficaria melhor
se eu tivesse a chance de secar antes de estilizar, mas não temos muito
tempo. Preciso me preparar, mas também preciso ouvir isso.

Eu posso ouvir tudo o que o Liam está me dizendo sem falar. Ele está me
levando para casa para encontrar a sua família, poucas horas depois de eu ter
derramado até a última parte de mim mesma. Eu preciso ter o mesmo segredo
dele, aquele que ele está mantendo trancado para qualquer outra pessoa na sua
vida.

Ele bufa um longo suspiro, esfregando as palmas das mãos entre os


joelhos. Ele está olhando para as próprias mãos, respirando fundo algumas vezes.

Eu estou na porta, ondulando o ferro na mão, esperando por ele. Eu teria


começado a questioná-lo mais cedo, mas ele me distraiu quando me avisou sobre
os planos com a sua família. Ele me distraiu novamente no chuveiro, embora fosse
definitivamente uma distração diferente. As minhas coxas se contraem, revivendo
a memória sob o spray.

Os do Liam encontram os meus. Os seus ombros quadrados, acenando com a


cabeça uma vez. — Lembra quando eu disse que não faço apostas?

Eu penso naquela pequena interação no nosso primeiro encontro. Sugeri uma


aposta boba; ele me negou categoricamente. Lembro-me do seu sorriso constante
deixando os seus lábios naquela fração de segundo. Repassei o que disse, me
perguntando se o ofendi. Um sorriso rapidamente voltou ao lugar, mas não era o
mesmo sorriso sexy que enfeita o seu rosto sem esforço. Demorou apenas alguns
minutos antes do seu sorriso forçado virar algo genuíno, mas eu aceno — Sim, eu
me lembro disso.

— Alguma merda aconteceu enquanto eu morava em Chicago. — Ele esfrega


a mão na nuca. — Eu realmente sentia muita falta da minha família. Sou homem
o suficiente para dizer que doía como o inferno cada vez que a minha irmã tinha
que lembrar ao Tanner, o meu sobrinho, quem eu era. Melhorou à medida que ele
envelhecia, mas no começo era difícil quando ele chorava. A merda que aconteceu
ajudou a empurrar minha decisão de voltar para casa.
Liam se levanta da cama, caminhando na minha direção. Ele escova os nós
dos dedos ao longo da minha bochecha. Eu me inclino no seu toque, olhando nos
seus olhos. Eles estão tão abertos e suplicantes, implorando para que eu continue
olhando para ele da mesma forma que faço agora. A nossa conexão foi fortalecida
dez vezes na noite passada. Posso não saber todos os detalhes sobre este homem,
mas o conheço profundamente. — Prepare-se, baby. Apenas ouça.

Eu me afasto da porta e na frente do espelho. Ele me segue até o banheiro,


olhando para mim pelo espelho. Ele se encosta na parede, esperando por mim. Eu
coloco o meu modelador de cabelo para baixo e começo a dividir o meu cabelo, os
meus olhos saltando para frente e para trás no espelho da minha tarefa para os
olhos dele.

— Analiso muito bem as pessoas e as situações. Sou bom em ler uma sala,
sabendo de questões subjacentes sem ninguém dizer nada.

— Eu percebi. — Resmungo. — Eu me escondi muito bem antes de você


entrar valsando na minha vida. Estava funcionando muito bem para mim.

— Eu não valso, baby. E vai funcionar ainda melhor para você agora que
estou na sua vida. — Ele me lança o seu sorriso fácil e sexy. — De qualquer forma,
eu analiso. Isso se traduz bem em pôquer. O meu pai me ensinou a jogar pôquer
quando eu era jovem e comecei a mostrar afinidade com matemática, números e
saber quando alguém estava mentindo para mim. Ele me ensinou como ser
paciente, persistente e calmo. — Ele arqueia uma sobrancelha, deixando-me saber
que ele sabe cada vez que uma mentira, mesmo as meias, passa pelos meus lábios.

Eu dou a ele minha expressão mais inocente enquanto continuo a preparar o


meu cabelo para ondular.

Ele ri, balançando a cabeça suavemente. — Eu era bom. Muito bom e sempre
me diverti muito brincando com o meu pai. Sou igual a ele, capaz de blefar com os
melhores deles. Analisamos cada sala em que entramos, muitas vezes sendo
capazes de nos comunicarmos sem falar. Cada conversa importante que o meu pai
teve comigo foi sobre um jogo de cartas. — Liam olha para o chão, a sua mão
pousando na nuca. Ele aperta, em seguida, olha de volta para o espelho.

— A primeira vez que vi o meu pai depois de voltar para cá, ele serviu o nosso
uísque favorito e agarrou o nosso baralho de cartas. Foi a porra das minhas boas
vindas ao lar e eu tive que ser um bastardo e recusar. Eu menti para o meu
pai. Nunca minto para ele e, mesmo que mentisse, ele sabe quando estou
mentindo. Ele sabia que eu estava mentindo naquele dia em que abaixei o rabo e
saí de casa. Eu vi nos seus olhos. Senti o peso da decepção durante todo o caminho
para casa.

O meu coração se parte com a dor nos seus olhos.

— Um cara do trabalho em Chicago me apresentou a um ringue de


pôquer. Sou um cara que tentará de tudo uma vez. Ele me disse que este ringue
era dirigido por uma família notória do crime e para não fazer perguntas. Achei
interessante, achei que só iria uma vez. Era um pôquer de apostas altas. O
dinheiro que ganhei na porra da primeira noite me alimentou de uma forma que
não deveria. Eu já estava entediado há muito tempo, fazendo a mesma coisa
indefinidamente. Aquela noite foi como jogar um fósforo em um tanque de
gasolina. Eu deixei aquela sala de pôquer, com o dinheiro que cobria os meus
bolsos.

O modelador de cachos está suspenso no ar e o choque indica que o Liam


entrou voluntariamente em uma toca de pôquer administrada por uma família
criminosa. — Oh, meu Deus, Liam. Isso é tão perigoso.

Ele ri sombriamente. — Acredite em mim, eu sei.

O medo se infiltra nos meus poros. Eu engulo em seco, tentando voltar à


minha tarefa.

— Eu fiz isso por cerca de um ano. Ganhei muito dinheiro, mas também perdi
muito dinheiro. Tornou-se um vício. Eu precisava alimentar essa centelha para
cada vitória. O meu amigo do trabalho estava descendo ainda mais naquela escura
toca de coelho. Ele começou a comprar e usar alguns dos seus produtos.

— Produtos? — Eu pergunto, confusa.

— Drogas, principalmente golpes.

Estou tentando imaginar o Liam em um lugar como aquele. Não consigo


imaginar o cara olhando para mim no espelho cercado por dinheiro sujo e
drogas. Os dois absolutamente não se conectam na minha mente.

Lendo os meus pensamentos novamente, ele diz. — Eu era uma pessoa


diferente quando estava lá. Durante o dia, eu era o homem que está parado bem
aqui. — Ele faz um movimento amplo na frente do seu corpo. — Na noite do
pôquer, eu era alguém diferente. A bússola moral que a minha mãe bateu em mim,
voou pela janela. Claro, não toquei nas drogas, mas só porque queria ficar afiado
para ganhar o máximo de mãos possível. O meu amigo, maluco, começou a perder
dinheiro. Eles deixam você pegar dinheiro emprestado, mas tem um custo alto.

Liam suspira, vindo atrás de mim quando termino o último cacho. Ele puxa
o meu cabelo para o lado, beijando o meu pescoço, me inspirando. — Não pense
diferente de mim. Eu não gosto da pessoa que me tornei lá.

Eu olho para ele no espelho. — Eu não, Liam. Estou com medo de que você
estivesse em alguma coisa perigosa com caras assustadores, mas eu sei quem você
é. — Eu me viro para ele, colocando a minha mão no seu peito. — Você me mostrou
quem é e estou feliz por ter a chance de aprender mais. — Ficando na ponta dos
pés, eu o beijo na boca. Ele interrompe o beijo, voltando a se encostar na parede
enquanto eu começo a minha maquiagem.
— Então, o meu amigo pegou muito dinheiro emprestado, continuou
perdendo. Ele estava em dívida com a sua própria vida. Ele tirou cartões de crédito
em nome da sua esposa, estourando-os em caixas eletrônicos, estourando-se com a
família do crime. Quando a dívida com a família venceu e ele não conseguiu pagar,
foi espancado bastante, entre outras coisas que prefiro não encher a sua cabeça.

Ele olha para mim, implorando para não fazer ele me contar exatamente o
que aconteceu com aquele outro homem. Eu dou a ele um pequeno aceno de
cabeça. Eu não preciso dos detalhes sangrentos desse outro homem, apenas
daquele por quem estou me apaixonando. Me apaixonando? Como posso me
apaixonar por alguém que conheço há apenas algumas semanas? Mas, aí está. Eu
estou me apaixonando por ele.

— Ainda não sei até hoje como, mas ele convenceu a família de que concordei
em assumir a sua dívida.
CAPÍTULO 37

Liam

SAVANNAH ENGASGA, virando-se para mim, a maquiagem voando pelo ar. A


coisa preta que voou do pincel na sua mão pousou na parede ao meu lado. Ela nem
mesmo vira os olhos para o local, apenas olha para mim. — Ele não fez isso.

— Ele fez. — Eu digo. A sua mão cobre a sua boca aberta. Pego uma toalha
da prateleira, caminho até a pia e a molho. Eu volto para limpar a maquiagem da
sua parede. Quando eu termino, a Savannah ainda está olhando para o mesmo
local com a mão na garganta.

— Eles te machucaram? — Ela sussurra.

Eu suspiro. — Um pouco.

Ela se aproxima de mim, envolvendo os braços em volta da minha cintura,


me apertando. A tensão no meu corpo desaparece. Eu envolvo os meus braços em
torno dela, segurando a sua cabeça no meu peito, silenciosamente prometendo a
ela que nunca vou entrar em algo assim novamente.

— Termine de se arrumar, realmente precisamos partir logo.

Ela me aperta ainda mais forte, pressionando um beijo no meu peito.

— Alguns caras apareceram na minha casa no meio da noite, exigindo o


dinheiro. Fiquei confuso e disse a eles que eles tinham o cara errado. Foi quando
o primeiro golpe aconteceu. Não demorou muito para que eu soubesse que meu
amigo havia me traído.

— Qual é o nome dele? — Savannah exige. Os seus olhos estão ferozes, as


mãos estão nos quadris. Eu sorrio, apesar da história e da raiva saindo dela. Gosto
que ela seja protetora comigo, assim como eu sou com ela.

— Eu não sei os seus nomes. Não perguntei exatamente entre os socos.

— Deles não. Do seu "amigo". — Ela usa aspas no ar.

Eu sorrio. Essa garota atrevida. — Rich. Richard, mas eu o chamava de Rich.

— Deveria chama-lo de Dick. Parece mais apropriado. Em dívida até os olhos,


chamando a si mesmo de Rich. O Dick é um maldito idiota.
Uma risada se solta do meu peito, enchendo o pequeno espaço do banheiro da
Savannah. Eu não posso evitar enquanto a pego e beijo o topo da sua cabeça. —
Eu sou louco por você. — Murmuro no seu cabelo.

As suas bochechas ficam vermelhas enquanto os seus lábios se abrem em um


sorriso brilhante.

Eu continuo olhando para ela por longos momentos, não sendo capaz de beber
o suficiente dela. Eu poderia vê-la se preparar todos os malditos dias.

— Continue. — Ela diz timidamente.

— Eles me deram vinte e quatro horas para pagar. Tive um conjunto de


costelas quebradas e um braço quebrado. Tive sorte deles terem saído sem tirar os
meus dedos ou um dos meus membros. Liguei para o Rich... Dick. – Eu sorrio
quando ela sorri. — Liguei para o Dick várias vezes. Ele não atendeu, acabou indo
para a caixa postal quando ele desligou o telefone. Em vez de ir para o hospital,
fui para a casa dele. A sua esposa atendeu a porta com um bebê no colo. Uma
menina doce, nova o suficiente para falar.

O rosto da Savannah se transforma em uma carranca.

— Conheci a sua esposa algumas vezes em funções na empresa. Ela ficou


chocada com o meu estado, para dizer o mínimo. Ela não tinha ideia do que o seu
marido tinha feito. Ela pensou que os seus ferimentos eram de um acidente de
carro. Eu me odiei naquele momento. Eu deveria tê-lo impedido antes que ele
ficasse tão mal. Eu também o odiava. Ele tinha uma linda esposa e uma linda filha
em casa esperando por ele e lá ficava ele quase todas as noites jogando pôquer, se
drogando e fazendo sexo com garotas de programa.

Eu olho para baixo, não querendo ver a mesma vergonha que estou sentindo
refletida nos olhos da Savannah. Não consigo manter os meus olhos longe dela por
muito tempo, sabendo que é o jeito covarde de evitar o inevitável. Eu olho para
cima, chocado ao ver admiração nos seus olhos, não vergonha. Ela deveria sentir
vergonha. Ela deveria sair por aquela porta. Não, não sou o homem que era, mas
isso não esconde a verdade. Consegui me transformar naquele homem, mesmo que
por pouco tempo.

— Ela me disse que ele estava em uma viagem de negócios. A nossa empresa
nunca fez viagens de negócios. O meu instinto me disse que o filho da puta fugiu
do país. Isso foi confirmado quando contei tudo à esposa dele ali mesmo, na porta
deles e ela me disse para entrar quando eu terminasse. Ela me entregou a sua
bebê. Não tenho certeza se ela estava mesmo no seu juízo perfeito depois de tudo
o que disse a ela, mas ela fez. Ela me entregou a sua bebê. Eu segurei aquela
garotinha com o meu único braço bom enquanto a sua esposa vasculhava o
quarto. Ela encontrou um bilhete na sua mesa de cabeceira, dizendo que elas
estariam melhor sem ele e que ele estava em perigo, então ele teve que ir embora.
Eu respiro fundo, revivendo a raiva. — Dick conhecia esses caras de
merda. Se ele não tivesse penhorado a sua dívida comigo e apenas ido embora, eles
teriam matado ela e a bebê. Não teria importância para eles. Ele as deixou em
ainda mais em perigo do que se ficasse. Ele as deixou sem contar sobre o perigo
que elas corriam.

As lágrimas da Savannah escorriam pelo seu rosto. — Oh meu Deus. O que


eles fizeram?

— Eu fiz o que tinha que fazer para mantê-las seguras. O meu plano original
antes de aparecer na porta do Dick era bater no Dick e então convencer o chefe de
que não era a minha dívida. Que o filho da puta mentiu. Eu não poderia fazer isso,
depois de descobrir sobre a sua família. Eu tinha o dinheiro, baby. Saí de casa,
paguei a dívida na íntegra, inclusive com dinheiro extra, na esperança de garantir
a sua segurança. Fiquei em Chicago pelos próximos meses até encontrar um
emprego aqui e encontrar um lugar seguro para a Kristen ir. Eu me mudei depois
que ela se mudou. Também disse a mim mesmo que nunca mais jogaria pôquer.

Savannah se vira para mim, encostada na pia. — Nem mesmo com o seu pai?

— Eu não quero arriscar.

— Mas o seu pai não é um rei da máfia.

Eu ri. — Não, ele definitivamente não é isso, mas não me lembro da última
vez que joguei pôquer para me divertir. Todas as vezes, começou a ser sobre o
dinheiro, mesmo que fosse apostas muito baixas em uma noite de homens. Não
quero ser aquele cara de novo.

Savannah acena com a cabeça, mordendo o lábio inferior. Ela suspira e dá


um passo à frente, colocando as mãos na minha cintura, olhando para o meu rosto.
— Você tem que contar ao seu pai. O jogo significava muito para vocês dois para
continuar a ignorá-lo.

Eu fecho os meus olhos, suspirando, sabendo que ela está certa, mas temendo
essa conversa.

Ela me abraça perto do seu corpo. — Estou feliz pela Kristen e a bebê estarem
bem.

— Eu também querida. — Eu beijo o topo da sua cabeça. — Você pensa


diferente de mim? — Eu me sinto um maricas por fazer essa pergunta, mas preciso
saber.

— Sim. — Ela diz.

Eu fico tenso, empurrando-a para longe e quebrando o nosso abraço. Eu olho


para ela, pronto para qualquer coisa que ela jogue em mim. Os meus braços se
cruzam sobre o peito, os músculos tensos.
— Eu penso ainda melhor de você do que uma hora atrás. Você foi um herói
para a Kristen. Você fez coisas que não deveria? Sim, provavelmente, mas somos
humanos. Todos nós fazemos isso. No final, você fez a coisa certa. Você fez melhor
do que a coisa certa sem ter um pensamento egoísta. Estou supondo que você se
desfez de muito dinheiro. Você não questionou entregá-lo com um bônus para
mantê-las seguras. Você ficou em Chicago até ela encontrar um lugar melhor para
ir. Você é um homem maravilhoso, Liam, o que eu já conhecia, mas penso em você
de forma diferente. A minha opinião sobre você só melhorou.

Os meus braços caem para os lados, surpreso que esta linda garota possa ver
qualquer coisa em mim além do idiota que eu era. Eu não a mereço, com certeza e
um homem melhor a deixaria ir para encontrar alguém que a mereça. Eu a envolvo
nos meus braços, determinado a mantê-la. Todos os dias eu vou acordar
trabalhando pra caramba para ser o homem que ela merece.

— Estou saindo. — Harper grita pela porta.

— Espera aí. — Savannah chama. Ela caminha até a porta do seu quarto,
abrindo-a e permitindo que a Harper entre.

— Fiz um bolo de chocolate com caramelo salgado e três camadas.

— Puta merda. — Murmuro, com água na boca, me perguntando se posso


convencer a Savannah a deixá-lo aqui e apenas nós dois podemos comê-lo.

— Você é uma dádiva de Deus. — Savannah diz a Harper, abraçando-


a. Harper sorri para mim por cima do ombro da Savannah, fazendo um sinal de
positivo com o polegar. Eu sorrio de volta e aceno com a cabeça, deixando-a saber
que vou cuidar bem da Savannah.

— Eu tenho que voltar para a loja. Até mais tarde, crianças. — Harper acena
por cima do ombro enquanto ela sai do cômodo. Savannah fecha a porta atrás dela,
indo até o seu armário. Eu a sigo, observando enquanto ela troca o sutiã. Ela
entrou no comando esta manhã porque não tinha nenhuma outra roupa íntima. O
meu pau endurece olhando para ela e o meu peito aquece com o conhecimento de
que ela está confortável o suficiente para me deixar vê-la enquanto ela se troca.

Eu gemo quando ela coloca um conjunto de calcinha e sutiã de renda


combinando. Eu sigo em direção a ela, decidido a chegar ainda mais tarde do que
nós prevíamos. Ela põe a mão no meu peito. — Oh, não, bárbaro. Saia daqui.
— Ela empurra o meu peito, tentando me afastar, mas eu não me
movo. Finalmente, ela tira a mão, deixando-me ir na sua direção. Eu a envolvo nos
meus braços, a minha mão indo para a sua bunda nua, amassando-a. Savannah
beija o seu caminho até o meu pescoço, chupando a minha orelha. Eu rosno, usando
a mão na sua bunda para moê-la no meu pau.

Ela sussurra no meu ouvido. — Se você sair daqui agora, prometo que vou
recompensá-lo de uma forma deliciosa, mas se você ficar... — Ela agarra a minha
mão, deslizando-a na frente da sua calcinha, guiando um dedo no seu calor
úmido. Ela geme. — Se você ficar, estarei fechada para negócios. — Ela puxa a
minha mão dela e me empurra.

Eu a observo por um momento, vendo o desafio e a promessa nos seus


olhos. Eu giro no meu calcanhar, saindo do seu closet. — Mulher diabólica. — Eu
jogo por cima do ombro.

Ela ri e fecha a porta do closet.


CAPÍTULO 38

Savannah

— EU NÃO SEI POR QUE NÃO PODÍAMOs simplesmente deixar o bolo na sua casa.
— Liam resmunga.

— Porque implorei a Harper que saísse do trabalho para fazer isso, para não
ter que aparecer na casa dos seus pais de mãos vazias.

— Você não precisava levar nada, podemos aproveitar tudo por conta própria.

— Não. – Eu respondo, afastando a sua mão. Ele está tentando abrir o pote
enquanto dirige para pegar um pouco da cobertura. — Já estou nervosa o
suficiente, especialmente depois que você me contou sobre segunda—feira.

A sua família inteira provavelmente já me odeia e pensa que não causo nada
além de drama. Vamos torcer para que eles não descubram que tenho um ex—
namorado na prisão que quer me matar quando for solto. Posso ser
emocionalmente instável. Eu pretendo matar o meu ex—namorado quando ele
tentar me matar. Quem não iria querer o seu filho com esta mulher? Eu sou um
achado. Eu inclino a minha testa contra a palma da mão, que está úmida e
trêmula. O tremor só piora quando paramos na frente de uma substancial casa
colonial tradicional.

Eu olho para o meu vestido casual e sandálias, me sentindo incrivelmente


fora do lugar. A casa tem colunas. Colunas incríveis! A minha mente corre
tentando me lembrar de qualquer coisa que a minha mãe me disse sobre
etiqueta. Cresci em uma casa modesta no estilo rancho. — É aqui que você cresceu?
— Eu pergunto ao Liam.

— Não. — Ele responde, saltando do Jeep e vindo para o meu lado. Eu teria
aberto a minha própria porta, mas estou muito ocupada olhando para a grande
varanda no segundo andar. Esta casa seria perfeita no set de um filme. — Os meus
pais reduziram o tamanho quando a minha irmã e eu estávamos prestes a
terminar o ensino médio. A casa em que cresci não fica muito longe daqui.

O meu olhar vai para o do Liam, a minha boca aberta. — Reduziram? — Eu


consigo gritar.

Ele estende a mão, esperando que eu desça. Ele já está segurando o bolo na
outra mão.

— Eu não acho que seja uma boa ideia. — Sussurro.


— Do que você está falando? — Liam pergunta, perplexo.

— Eu... — Eu paro, fechando a minha boca, me sentindo incrivelmente


pequena para o que estou prestes a dizer. — Eu não acho que estou bem vestida.

— Baby, você está linda. Do que você está falando?

— Não tenho certeza se estou elegante o suficiente para... — Eu aceno as


minhas mãos na minha frente, tentando abranger a enorme casa. —...para tudo
isso.

Liam joga a cabeça para trás rindo. — Acredite em mim, não somos
extravagantes. Venha, você verá. Os meus pais só querem muito espaço para todos
os netos pelos quais estão querendo.

Essa declaração definitivamente não ajudou os meus nervos. Eu engulo em


seco e desço com a ajuda do Liam. O Liam entra direto na casa, me puxando atrás
dele. O saguão da frente é adornado com fotos de família nas paredes brancas e
nítidas. Os pisos são de madeira escura, contrastando com a leveza das paredes e
da decoração. Só vi uma pequena parte desta casa e já posso dizer que está
imaculadamente decorada. Estou babando a cada peça que passamos e sinto como
se estivesse vendo fotos de uma revista doméstica. Flores frescas estão espalhadas
por cada espaço por onde passamos.

— Eu vou te dar um tour mais tarde. — Liam diz. — Podemos terminar no


meu antigo quarto. — Ele balança as sobrancelhas.

— Absolutamente não. — Eu assobio.

Ele chama por sua mãe e seu pai enquanto caminhamos mais para dentro da
casa. Só quando estamos perto dos fundos da casa é que começamos a ouvir
barulho vindo do deck. Liam me leva para fora no jardim. O gramado é exuberante
e fofo. Parece que você pode deitar na grama por horas, tomando sol. Um dos lados
do deck se estende até chegar a uma grande piscina com cascata e escorregador. A
sombra sob a qual estamos parados me diz que também há uma sacada nos fundos
do segundo andar. Flores bonitas e coloridas estão nos canteiros que revestem o
deck e o quintal.

— Oi querido.

Eu me viro em direção à voz da mulher, vendo a mãe do Liam pela primeira


vez. Ela é tão imaculada quanto a casa pela qual acabamos de passar. O seu cabelo
curto e castanho é elegantemente curvado e olhos escuros habilmente
delineados. O seu jeans skinny de lavagem escura e blusa branca parecem que não
ousariam segurar uma ruga na presença dela. Fico cada vez mais apavorada
quanto mais ela se aproxima de nós. Estou tentando sorrir, mas tenho medo de
que pareça mais uma careta. O seu sorriso é amplo e acolhedor. Ela abre os braços
antes de se aproximar de nós e o Liam abre os dele para dar um abraço na sua
mãe, mas ela o ignora e vem direto para mim. Ele está olhando para ela com os
braços estendidos, equilibrando o bolo em uma das suas grandes mãos. Os meus
olhos se arregalam quando ela envolve os seus braços em volta de mim.

— Somos uma família que abraça, querida. — Ela esfrega as minhas costas
enquanto eu roboticamente envolvo os meus braços em torno dela, dando-lhe um
tapinha. — Você vai ter que se acostumar com isso.

Eu olho para o Liam. Ele está com o seu sorriso presunçoso, como se tudo
estivesse acontecendo exatamente como ele planejou, mas ele diz. — Droga, mãe,
trago uma garota para casa e você passa pelo seu único filho.

A sua mãe o ignora, me liberando do abraço e agarra as minhas mãos. — Eu


sou Katie. – Ela diz.

— Olá, Sra. Adler, sou Savannah.

Ela está tonta. — Não, nada disso. Me chame de Katie. A Sra. Adler é minha
sogra e, acredite, não gostamos dela.

Eu rio nervosamente. Katie dá um tapinha na minha bochecha. — Estou tão


feliz em conhecê-la.

— Estou bem, como você está? — Liam diz. — Oh, que bom, que bom.

— Liam, fique quieto. Estou cumprimentando a convidada importante.

Ele sorri. — Não posso discutir com isso, mãe. Ela é importante.

Eu coro enquanto os dois me encaram. Liam está com o braço em volta da sua
mãe agora. Eu pego o bolo da sua mão livre, estendendo-o para a sua mãe.

— Eu trouxe um bolo de chocolate e caramelo salgado com três camadas para


a sobremesa. Obrigada por me receber.

— Oh, querida, você não tinha que passar por problemas, mas parece
divino. Mal posso esperar para provar.

Eu sorrio, sem corrigir que não fui eu. Não quero dizer exatamente de
imediato que quase queimei a minha cozinha fazendo torradas. Liam sorri para
mim. Eu olho para ele.

— Vamos, vamos. — Diz Katie, tirando o bolo das minhas mãos. — Venha
conhecer todo mundo.

O pai e a irmã do Liam estão sentados perto da churrasqueira, as cabeças


voltadas para nós, observando a troca. Estou grata por não termos sido
bombardeados quando saímos pela porta. Ainda estou nervosa e tremendo, mas a
Katie aliviou um pouco a minha ansiedade. O cunhado e o sobrinho do Liam estão
no gramado jogando bola. Não tenho certeza se eles sabem que estamos aqui.
O pai e a irmã dele se levantam quando nos aproximamos. A irmã está
olhando para o Liam, apagando qualquer alívio que eu estava sentindo há poucos
momentos.

— Irmã. — Liam diz.

— Idiota. — Ela responde. Eu não posso evitar a risada que escapa dos meus
lábios. Ela olha para mim e sorri.

Liam me olha sem graça. — Realmente? — Ele pergunta.

Eu encolho os meus ombros. A irmã do Liam vem até mim, envolvendo-me no


mesmo abraço que a sua mãe deu. Em seguida, se afasta com os braços ainda em
volta de mim. Ela sorri. — Isso eu já posso dizer. Vou gostar de
você. Provavelmente mais do que gosto do meu irmão.

Eu sorrio de novo, me sentindo à vontade mais uma vez. — Obrigado. — Liam


responde secamente.

— Eu sou Olivia. — Diz a sua irmã.

— Savannah. — Eu respondo, sorrindo para ela. Acho que vou gostar dela
também. Ela tem os mesmos olhos quentes e ambarinos do Liam. — Lamento que
ele tenha sido rude com você no início desta semana. Isso foi minha culpa.

— Não foi culpa sua. — Dizem todos que estão no deck. Eu pulo, surpresa que
todos vieram na minha defesa, incluindo o seu pai, que ainda não conheci.

O seu pai me tira da Olivia, me abraçando forte como o resto da família


fez. Eu pego um vislumbre do Liam envolvendo a Olivia em um abraço,
murmurando no seu ouvido. Um pequeno sorriso puxa os meus lábios e estou feliz
que eles estão tendo um momento juntos. — É bom conhecê-la, querida. Eu sou o
Henry. E nem tente essa merda de Sr. Adler comigo. — Ele me dá o mesmo sorriso
que o seu filho tem, aquele que eu derreto cada vez que é disparado na minha
direção.

Eu sorrio de volta para ele, vendo que o Liam estava dizendo a verdade. Ele
é igual ao pai. — Eu sou Savannah.

— Oh, carne fresca. — Ouço outra voz falando. Eu me viro para ver o cunhado
do Liam subindo os degraus do deck com o seu filho nos braços.

— Tio Liam! Tio Liam! Tio Liam!

— Ei, campeão, é desse tipo de saudação que estou falando. — Liam pega o
seu sobrinho dos braços do seu cunhado e o gira. As risadas que enchem o ar são
os sons mais doces.

Sou levada para outro abraço, mas este é rápido. — Você realmente vai se
acostumar com todos os abraços. Sou Josh, o marido da Olivia.
— Savannah. — Digo a ele.

Ele se inclina na minha direção, sussurrando alto o suficiente para que todos
possam ouvir, mas parecendo ser uma forma conspiratória. — Quer um conselho
de outro estranho em Adler?

— Claro. – Eu digo de volta da mesma maneira, incapaz de parar o meu


sorriso.

— Corre! — Ele aponta o polegar por cima do ombro. — Essas pessoas são
um bando de malucos.

Eu sorrio junto com ele, gostando dele tanto quanto eu gosto da Olivia. Posso
dizer que eles têm o mesmo humor e devem treinar com frequência.

Liam caminha de volta para mim, envolvendo o seu braço livre em volta de
mim. — Campeão, esta é a minha namorada, Savannah. Savannah, este
destruidor de corações bem aqui, é o Tanner.

— Oi, Tanner. — Eu digo, dando a ele um pequeno aceno.

Ele dá o mesmo sorriso torto que tem no rosto do Liam. — Você é bonita.

Liam começa a fazer cócegas nele, perguntando. — Você está tentando roubar
a minha garota?

Tanner ri, tentando empurrar as suas mãos. Todo mundo está rindo
também. Eu sinto a última parte da minha ansiedade se esvaindo.
CAPÍTULO 39

Liam

O MEU PAI ESTÁ OLHANDO PARA MIM, pensando no que dizer. Ele não disse uma
palavra desde que coloquei cada um dos meus erros na mesa. Ele está me
observando em silêncio desde que eu disse a ele que queria falar com ele. Usei o
tempo livre a sós com ele para lhe contar tudo sobre Chicago e o mundo em que
caí. Josh está dentro colocando o Tanner para dormir. A minha mãe e a Olivia
estão sentadas com a Savannah. Cada uma delas está enrolada em uma cadeira
conversando. Eu olho para elas, verificando a Savannah. A minha boca se abre em
um sorriso quando a vejo sorrir, esfregando a minúscula barriga da minha irmã.

Eu olho de volta para o meu pai, que ainda está me observando. — Estou feliz
que você saiu dessa, filho.

Eu aceno, esperando muito mais dele.

— Isso explica há algumas semanas quando eu pedi para você jogar uma mão.

Eu aceno novamente, olhando para baixo, completamente envergonhado por


ter arruinado algo que nós dois gostamos de fazer juntos.

— Eu quero que você jogue de novo. Nunca jogamos por dinheiro. Não é isso
que fazemos. Se você nunca mais jogar outra mão com outra pessoa, a decisão é
sua. No entanto, você vai jogar comigo.

Eu olho de volta para a Savannah. — Não posso correr o risco de me tornar


essa pessoa de novo.

— Você não vai, não comigo.

— Veremos. — Digo a ele, não estou pronto para me comprometer com nada
ainda.

— Eu nunca deixaria você machucá-la. Todos nós a amamos. — Eu olho para


o meu pai. Ele está olhando para as mulheres agora também. — Se você tratá-la
como lixo ou algo como aquele seu colega de trabalho fez, eu pessoalmente chutarei
a sua bunda.

Eu sorri. — Você terá que entrar na fila. Eu chutaria a minha própria bunda
se fizesse algo assim com ela.

A gargalhada da Savannah chama a minha atenção. Eu viro a minha cabeça


em direção a ela, sentindo a queimação no meu peito. Eu quero andar até lá,
envolvê-la nos meus braços e inalar esse som. Não sei do que ela está rindo, mas
me vejo rindo junto com ela.

— Eu te disse. — Josh diz, vindo por trás de mim, me dando um tapinha no


ombro. Ele se senta, abrindo uma nova cerveja.

— Disse o quê?

O meu pai já está sorrindo, batendo a sua cerveja com a do Josh. — Que você
estava fodido.

Eu olho de volta para a Savannah. O bastardo está certo. Estou tão


fodido. Não há chance de deixá-la ir agora.

— Como vai, família Adler? — Eu me viro em direção à voz. Hudson está


entrando no quintal dos meus pais pelo portão.

Ele caminha até as mulheres primeiro, dando a cada uma delas um beijo na
bochecha antes de vir para nós. — Eu podia ver a comida do outro lado da rua. —
Diz ele, esfregando o estômago. — Achei que você teria algo extra, pensei em
agraciá-lo com a minha presença.

Alguns anos atrás, depois que o Hudson comprou uma participação na


empresa da sua família, ele comprou o terreno em frente aos meus pais, derrubou
a casa que estava lá e construiu uma monstruosidade no seu lugar. Não posso
negar que é uma casa linda, mas é muito grande para um homem que se recusa a
trazer uma companhia para a sua cama.

Nenhum de nós ri, acostumado com o seu certo tipo de charme.

O meu pai balança a cabeça e se levanta. — Vamos meninos, vamos comer.

Todos nós o seguimos até as mulheres. Ele ajuda cada uma delas a se
levantar e segura a mão da minha mãe enquanto caminhamos até a mesa.

— Vejo que você trouxe a sua garota para casa. — Diz Hudson. — Movimento
arriscado. Ela vai pensar que é sério.

— É sério. — Digo a ele.

— Sério mesmo, cara? — Hudson para de andar.

Eu paro, parando ao lado dele. — Sim, ela é... — Faço uma pausa, procurando
a palavra certa para abranger tudo o que é a Savannah. — Tudo.

O sorriso do Hudson divide o seu rosto. — Aww, o meu filho está se


apaixonando?

Eu não consigo parar o sorriso que está tomando conta do meu rosto. Eu não
respondo, mas continuo andando. Ele me alcança, passando o braço em volta do
meu ombro. — Isso é adorável. Estou feliz por você, cara. — Ele dá um tapa nas
minhas costas. Eu olho para ele, vendo se ele está falando sério. Ele pula de uma
mulher para a outra, nunca voltando duas vezes. Estou surpreso ao encontrar
felicidade genuína no seu rosto.

Eu puxo a Savannah para mim quando a alcançamos na mesa. Ela envolve


os seus braços em volta do meu pescoço, enquanto os meus se acomodam nos seus
quadris. Eu levanto uma mão para escovar o seu cabelo para trás. Eu coloco os
meus lábios nos dela. Ela suspira satisfeita. Quando me afasto dela e ficamos de
frente para a mesa, cada pessoa da minha família está olhando para nós com um
sorriso no rosto.

Quando o Hudson sugere que vamos bisbilhotar a noite das meninas no The
Cellar, aproveito a oportunidade de ver a Savannah. Passamos todas as noites
juntos nas últimas semanas, desde que tiramos a nossa bagagem. Passamos
alguns dias na minha casa, depois alguns dias na dela. Terminamos cada noite
explorando o corpo um do outro. Estou aproveitando cada momento que passo para
descobrir o que a faz gemer. Savannah continuamente me coloca de joelhos com a
sua boca pecaminosa, mãos suaves e boceta apertada.

Estamos vivendo uma fantasia que certamente não mereço ter. Ela já estava
dormindo no meio da minha cama quando cheguei em casa tarde da noite. Ela me
acordou no meio da noite chupando-me. Fizemos amor em silêncio antes de cair no
sono, envolvidos um no outro. Esta manhã, ela saiu pela porta para uma reunião
antes do meu alarme tocar. Não a vi antes dela sair para encontrar as garotas no
The Cellar. Estou morrendo de vontade de colocar os meus olhos e lábios nela.

Eu mando uma mensagem para o Gabe no nosso caminho para o bar, dizendo
a ele para nos encontrar lá. Chegamos a um entendimento silencioso depois de nos
encontrarmos adequadamente. Agradeço o fato de que ele cuidou da Savannah
como se ela fosse uma família. Eu faria o mesmo por sua mulher. Quando
entramos no bar, ouço as risadas das garotas por cima da música. Quando nos
aproximamos da mesa encontramos três garrafas de vinho vazias e uma nova
recém-aberta, eu sorrio. Eu amo quando a minha garota está tonta, ela fica
brava. As noites dessas garotas acabam bem para mim.

Savannah está sentada em um lado da cabine, sozinha. Eu deslizo ao lado


dela, os meus lábios pousando no seu pescoço. Ela ri, virando-se para mim,
segurando o meu rosto. — O que você está fazendo aqui, baby? Ainda não é hora
de me pegar.

— Bisbilhotando. — Eu digo a ela antes de beijá-la profundamente. Quando


as nossas línguas se fundem, ela geme. Um canudo bate no lado da minha cabeça,
eu quebro o nosso beijo e me viro para o outro lado da mesa. O James e o Hudson
têm cadeiras na ponta da mesa. Harper tem outro canudo apontado para o meu
rosto.
— Vocês são seriamente tão fofos. — Ela diz. — Se eu não amasse vocês,
gostaria de matá-los. Eu quero ser beijada assim.

Hudson se inclina na direção dela. — Eu posso te beijar assim, baby. A


qualquer momento. — Ele dá uma piscadela para ela antes de se recostar na
cadeira.

— Você não conseguiria lidar comigo. — Ela diz, dispensando-o. — No


entanto, esse bruto silencioso e sexy, por outro lado. — Ela diz, acenando com a
mão em direção ao James. — Ele é muito mais o meu tipo.

As meninas riem. — Ele é o tipo de todo mundo. — Diz Valerie.

James está rígido como uma tábua, as suas bochechas em um vermelho


rosado. Eu bato no seu ombro. — Desculpe, garotão, você não é o meu tipo.

Ele se afasta da minha mão, balançando a cabeça, mas permanece em silêncio


como de costume. Hudson está rindo junto com a Harper, não irritado com a
brincadeira dela. Os dois se tornaram bons amigos desde que a Savannah e eu
misturamos os nossos pequenos grupos. Eles lutam verbalmente. Hudson flerta
com a Harper como se não houvesse amanhã, mas ela continua a ignorá-lo. No
entanto, eu sei que ele nunca iria lá. Ele não gostaria de perturbar nenhuma
dessas garotas. Savannah e as suas garotas o têm enrolado nos seus dedos. Ele
fará tudo o que cada uma delas pedir.

— Batendo no James de novo, querida? — Gabe pergunta enquanto caminha


até a mesa. — Se eu fosse um homem menos confiante, você definitivamente me
daria um complexo.

Passamos o resto da noite rindo e tomando mais bebidas. Sussurro no ouvido


da Savannah a cada poucos minutos promessas do que vou fazer com ela e
pergunto se ainda é hora de sair. Senti falta da minha garota e a quero na minha
cama sem ninguém por perto.

Finalmente, ela me deixa arrastá-la para fora da cabine. Quando ela começa
outra conversa com a Harper sobre um vestido novo na Harper's, eu a jogo por
cima do ombro e saio marchando. Ela bate nas minhas costas enquanto eu
atravesso o estacionamento em direção ao Jeep. Eu bato na sua bunda. — Estou
pronto para levá-la para casa.

Ela ri, apertando a minha bunda. — Eu amo a sua bunda. — Ela geme. — É
tão sexy.

Eu a jogo no Jeep e vou para a minha casa o mais rápido possível. Ela
mantém a mão perigosamente alta na minha coxa durante todo o caminho até
lá. Mal estamos dentro de casa quando começamos a rasgar a roupa um do
outro. Eu tenho o seu vestido e sutiã puxados para baixo sob os seus seios. Os seus
mamilos estão tensos e implorando para serem chupados. Savannah envolve a sua
perna em volta da minha cintura. Pegando a sua bunda, eu a carrego para o meu
quarto. Os seus mamilos estão se arrastando sobre o meu peito nu. Ela está
gemendo com o contato, esfregando a sua boceta molhada contra o meu estômago.

— Sem calcinha esta noite? — Eu pergunto sem fôlego.

Ela para de chupar o meu pescoço, movendo a sua boca no meu ouvido. — Eu
sabia que voltaria para casa com você.

Eu rosno, agarrando a sua bunda com mais força, marchando mais rápido
para o meu quarto. Eu coloco a Savannah na beira da cama e caio de joelhos,
puxando as suas pernas sobre os meus ombros. Eu me inclino na sua boceta
escorregadia.

Ela tenta se aproximar de mim, mas eu coloco o meu braço na sua barriga,
segurando-a no lugar. Eu dou a ela uma lenta e longa lambida antes de me afastar.

— Diga-me o que você quer, linda.

— Me chupa, Liam. Por favor. — Ela tenta se mover do limite do meu braço,
mas não precisa. Eu dou a ela exatamente o que ela quer, lambendo os lábios da
sua boceta. Eu chupo o seu clitóris na minha boca, pastando-o com os meus
dentes. As suas mãos tocam no meu cabelo, empurrando o meu rosto para baixo
na sua boceta. Eu gemo, lambendo-a de cima a baixo novamente. Ela choraminga.

Eu mergulho a minha língua no seu núcleo, fodendo-a com a minha boca. Ela
resiste embaixo de mim, implorando por mais. Eu esfrego o seu clitóris em círculos,
removendo o meu braço da sua barriga para brincar com os seus mamilos. Eu
aperto um, rolando entre o meu indicador e polegar, puxando-o. As suas costas se
arqueiam. Eu continuo a foder com a minha língua e dou um leve tapa no seu
clitóris.

As mãos da Savannah puxam o meu cabelo enquanto ela grita durante o seu
orgasmo. Eu rastejo pelo seu corpo, batendo nela e pegando os últimos centímetros
da sua boceta apertada. Eu rosno, empurrando nela mais rápido. Ela está
ofegante. — Eu… eu vou gozar novamente.

Eu aperto um seio e uso a outra mão para massagear o seu clitóris e ela
dispara como um foguete novamente, estrangulando o meu pau com a sua boceta
apertada e molhada. Eu bombeio nela duas vezes mais antes de liberar o meu
orgasmo dentro dela.

Savannah envolve os seus braços em volta de mim quando desabo em cima


dela. Ela beija o meu pescoço, dizendo entre as lambidas. — É tão, tão bom todas
as vezes.

Os meus lábios pousam na sua boca; ela abre para mim. Eu afundo a minha
língua na sua boca, saboreando que o seu gosto ainda esteja na minha boca. Ela
chupa a minha língua, gemendo. Eu quebro o beijo, olhando nos seus olhos. — Eu
nunca vou me cansar de você, Savannah.
Ela me beija levemente mais uma vez. Eu saio dela, já sentindo falta do seu
calor. Eu vou ao banheiro, pegando uma toalha para limpar nós dois. Amo cuidar
dela depois. Eu amo o jeito que ela me deixa limpá-la antes de irmos para a
cama. Eu tiro o resto das suas roupas do seu corpo, que nunca saiu totalmente na
nossa pressa.

Uma vez que estamos ambos nus, eu puxo o seu corpo contra o meu. Ela deita
a cabeça no meu peito, com o braço e a perna pendurados no meu corpo. O meu
braço está em volta das suas costas, a palma na sua bunda e a outra mão está
descansando em cima da dela no meu estômago. Eu a ouço cair no sono, pensando
nas palavras que prometo dizer a ela em breve.
CAPÍTULO 40

Savannah

A CADA MANHÃ, o pavor que sinto de ir trabalhar para uma chefe que odeio
fica pior. Eu acordo cada vez mais tarde a cada dia, incapaz de reunir qualquer
direção para chegar ao trabalho a tempo, parecendo estar no meu melhor absoluto.

Quando admiti em voz alta para o Liam que queria economizar dinheiro
suficiente para abrir a minha própria boutique de marketing, o pavor do meu
verdadeiro emprego piorou. Na noite em que contei o meu sonho ao Liam,
conversamos até o sol nascer. Contei a ele todos os meus planos.

Ele me fez gritar o seu nome sem parar, me dizendo que era excitante pensar
em mim como uma chefe. Pensei naquela noite, enrolando o meu cabelo no dedo.

— Você poderia desistir. — Diz Liam. Eu olho para ele. Ele está encostado no
batente da porta do seu armário.

— Não consigo desistir.

— Por que não?

— Eu meio que gosto de ter um lugar para morar. Comida para comer. — Eu
suspiro. — Eu também preciso sustentar o meu vício em romances e roupas. Não
posso fazer isso sem um emprego.

— Você poderia morar comigo. — Liam diz, encolhendo os ombros antes de


voltar para o seu armário.

Eu saio da cama e vou até lá. — Você acabou de me pedir para morar com
você?

— Eu te dei a opção. Se você quiser morar aqui e começar a sua empresa, eu


vou te apoiar.

— Não. — Eu digo categoricamente. Eu giro no meu calcanhar, caminhando


para o banheiro.

Ele vem até a porta do banheiro, me olhando ficar pronta enquanto abotoa a
sua camisa. Amaldiçoo os meus mamilos quando eles se transformam em picos
rígidos com a visão. Todas as manhãs, quando ele veste um terno para o trabalho,
tenho que me conter para não arrancá-lo dele. Quando cheguei tarde na sua casa
uma noite para encontrá-lo no seu escritório, ainda de terno e óculos, caí de joelhos
diante dele, adorando-o. Eu também o montei na sua cadeira naquela noite.
Malditos ternos.

— Por que não? — Ele pergunta, confuso.

— Eu não estou pegando o seu dinheiro, morando com você, enquanto eu


simplesmente saio de cena sem ganhar a vida. Não vai acontecer.

Ele olha para mim, ainda confuso, então eu continuo. — Eu não vou viver
com você por necessidade. Se eu morar com você, será porque é algo que ambos
queremos.

— Eu quero isso.

Eu coloco os meus dedos sobre a sua boca. Ele beija a ponta dos meus dedos,
sorrindo atrás deles. Os seus olhos são brincalhões e brilham intensamente,
devorando o meu corpo nu. — Não tenho tempo para essa conversa agora. — Digo.
— Não posso largar o meu emprego. — Eu me inclino na ponta dos pés e beijo os
seus lábios.

— Tudo bem. — Diz ele. — Só saiba que eu não teria oferecido se não quisesse
você aqui. — Ele dá um tapa na minha bunda e sai do cômodo.

Eu balancei a minha cabeça. Eu me permiti fantasiar por um momento. Eu


entraria no escritório usando um vestido matador e sapatos fantásticos, colocaria
o meu aviso na mesa da minha chefe. Enquanto jogo uma linguagem pitoresca,
digo a ela que vou parar imediatamente e vou levar a Natasha comigo. Natasha
poderia me ajudar a administrar o negócio e a minha chefe aos poucos perderia a
cabeça sem nós lá. Essa maldita tirana.

Eu poderia voltar para casa todos os dias para um homem sexy em um terno
enquanto ainda estou usando um vestido matador e sapatos incríveis. Nós ficamos
juntos todos os dias agora, mas nesta fantasia, 'eu te amo' estaria fluindo dos
nossos lábios com frequência, as minhas roupas estariam no seu armário, exceto
que não seria o seu armário, seria o nosso armário.

Eu suspiro, me olhando no espelho, desejando que fosse a realidade. Eu me


preparo rapidamente depois de perceber o quão tarde estou prestes a chegar. Liam
e eu corremos para fora da porta ao mesmo tempo, nos beijando apaixonadamente
na garagem.

— Tenho muitas reuniões hoje. — Diz ele contra os meus lábios. Ele beija a
ponta do meu nariz. — Posso ser lento para enviar mensagens. Devo chegar em
casa na hora esta noite.

Casa. Eu gostaria que, quando ele disse isso, fosse um lugar, não um lugar
onde tivemos que decidir ir. Cada vez que olho para o Liam tenho que segurar as
palavras que dançam na ponta da minha língua, implorando para derramar. O
medo me estrangula, no entanto. Não posso dizê-las primeiro. Ele insinuou que
quer me manter por perto por muito tempo, dizendo que nunca quer me deixar
ir. Não quero presumir a coisa errada. Levamos esse relacionamento no meu ritmo
por um longo tempo, e depois que eu derramei a minha alma para ele, eu catapultei
para o amor. Agora, eu quero fazer isso no ritmo dele. Não quero assustá-lo
pronunciando essas palavras muito cedo.

Acenamos um para o outro enquanto seguimos em direções opostas. O meu


devaneio foi esquecido há muito tempo quando vejo o carro da Bruxa no
estacionamento. Nunca é bom quando ela chega antes da Natasha ou eu.
Enquanto vou para o meu escritório, me preparo para a surra verbal.

— Você demorou muito no banheiro. — A Bruxa cospe para mim enquanto eu


passo pela sua porta. Eu olho para ela, confusa.

Natasha fala atrás de mim. — Eu disse a ela que você estava no banheiro
quando ela veio esta manhã.

— Ah sim. Eu sinto muito. — Eu vou para o nosso escritório, subindo na


minha cadeira. — Obrigada, garota, eu te devo uma. — Eu sussurro.

— Faça a sua visita aos doces do homem com cookies novamente e ficaremos
quites.

Eu coloco a mão sobre a boca para suprimir a minha risada.

Liam visitou o meu escritório uma vez, trazendo guloseimas para todo o
andar. Ele até convenceu a Bruxa a comer umas. Depois que ele saiu do meu
escritório com arrogância, ela foi tolerável pelo resto do dia. Cada senhora o
bajulou. Eu não poderia culpá-las. Eu fiz o mesmo. Não havia nada como ver
músculos e uma bunda masculina firme envolta em um terno. Eu me abano
pensando nele.

— Vamos almoçar hoje. — Sussurra Natasha por cima do ombro.

— Estou tão cheia. — Diz Natasha, segurando a barriga.

Eu sorrio. — Você sempre come rolinhos de ovo demais.

— Não consigo resistir a eles, são tão bons.

Natasha e eu gostamos de ir ao restaurante chinês ao lado. É um dos únicos


restaurantes da área onde podemos ir e voltar na hora do almoço. Cada uma de
nós está encostada a uma parede do elevador enquanto subimos ao nosso andar.

— A dor de estômago vale muito a pena. — Diz Natasha, ainda esfregando a


barriga.

Eu rio de novo, levantando-me em linha reta quando o elevador apita no nosso


andar. Eu saio com passos largos, Natasha nos meus calcanhares. Voltamos para
o nosso escritório quando a recepcionista grita. — Coloquei uma entrega na sua
mesa. Esse seu homem te estraga, criança.
— Obrigada, Patty. — Eu grito por cima do ombro. Os meus passos
aumentam um pouco o ritmo. Estou animada para ver o que o Liam enviou desta
vez. Tentei explicar que a minha chefe não gosta, mas sempre que ele me manda
alguma coisa ou me liga no escritório durante o dia, o meu coração dispara como
se ele estivesse parado na minha frente. Borboletas enchem a minha barriga
quando percebo que ele enviou algo porque está pensando em mim.

A parede em frente ao corredor do nosso escritório é de vidro. Eu sorrio,


vasculhando a minha mesa através do vidro conforme nos aproximamos,
procurando o que ele enviou. Quando vejo o vaso cheio, o meu sorriso desaparece
e a bile enche a minha garganta. Eu paro, olhando para a minha mesa pela
janela. Natasha bate nas minhas costas.

— O que você está fazendo? — Ela pergunta. Ela espia por cima do meu
ombro. — Oh meu Deus! São lindas!

Estou balançando a cabeça, engolindo repetidamente, tentando manter a bile


baixa. Eu mordo o interior da minha bochecha para parar as lágrimas que estão
enchendo os meus olhos. Natasha me dá um empurrãozinho. Movo-me
roboticamente para o nosso escritório e, assim que estou na porta, o cheiro
repugnante atinge as minhas narinas, fazendo o meu estômago rolar. Eu fecho os
meus olhos, rezando para conseguir me controlar.

Pego as rosas vermelha—sangue da minha mesa e volto para fora da sala. —


Diga à Bruxa que fiquei doente e tive que sair imediatamente.

Natasha me olha confusa. — Está tudo bem?

Eu não respondo enquanto corro para fora do escritório e volto para o


elevador. Na descida, vejo o pequeno envelope branco saindo das rosas vermelha—
sangue. Com a mão trêmula, pego o cartão, virando-o.

Te vejo em breve.

Quando chego ao estacionamento, corro para os arbustos na beira do


estacionamento. Eu vomito, incapaz de parar de rolar o meu estômago.

Aiden.

Ele sempre amou me dar rosas, embora eu nunca tenha gostado delas. As
rosas vermelhas no balcão dos meus pais são uma das últimas coisas de que me
lembro antes de ele me deixar inconsciente e me sequestrar. Nunca fui capaz de
suportar o cheiro ou a visão delas desde então.

Te vejo em breve.

Ele me encontrou. Ele está vindo. Como ele saiu da prisão? Eu deveria ser
notificada de qualquer mudança. Eu deveria ser notificada se ele estivesse em
liberdade condicional. Eu fico doente de novo nos arbustos. A minha mão ainda
está segurando o vaso. Quando me levanto, limpo a minha boca com as costas da
mão. Os cabelos da minha nuca se arrepiam. Eu fecho os meus olhos, tentando
parar de ter a sensação de que ele está aqui me observando. Isso não pode estar
acontecendo.

Eu olho ao redor do estacionamento. Eu ando em direção ao lixo,


determinada. Eu lanço o vaso com as rosas por cima e para o lixo. Foda-se,
Aiden. Você vai me ver em breve? Eu estarei esperando, porra. Estou saltando para
frente e para trás entre o medo, a confusão e a raiva. Corro para o meu carro,
examinando o estacionamento o tempo todo.

Assim que saio do estacionamento, ligo para o Liam. O seu telefone vai para
o correio de voz. Quando a mensagem emite um bipe após a solicitação para deixar
uma mensagem, eu congelo. Não posso deixar isso na sua caixa postal. Eu desligo,
lembrando que ele estaria em reuniões a maior parte do dia. Eu aponto o meu carro
em direção a casa, na esperança de encontrar alguma clareza e formar um
plano. Eu preciso descobrir o que está acontecendo. Preciso confirmar que ele foi
solto. Eu mantenho o número de identificação que nunca fui capaz de memorizar
com documentos importantes na minha mesa. Esse número de identificação era o
meu número de caso exclusivo.

Eu paro na garagem, pulando do carro, subindo correndo a varanda. Estou


procurando as chaves de casa na minha bolsa. Eu congelo quando o meu pé chuta
alguma coisa. Raiva e confusão deixam o meu sistema, deixando apenas o
medo. Eu me viro, olhando para cima e para baixo na rua. Não há uma alma ou
carro à vista, mas sinto que estou sendo observada novamente. Lágrimas ardem
nos meus olhos. Eu respiro profundamente, tentando manter tudo sob controle. Eu
me inclino, sem me preocupar em pegar o vaso ou derramar rosas. Eu só quero o
cartão.

Não é muito bom jogar presentes fora, meu amor.

Mal posso esperar para te ver. Eu prometo que será em breve.

Corro para o parapeito da nossa varanda, vomitando na água. Não tenho


mais nada no estômago. Não há como eu entrar. Ele sabe onde eu moro. Não posso
ficar ao ar livre, esperando a polícia. Eu tenho que sair daqui. E se ele estiver lá,
esperando por mim? Eu olho para cima e para baixo na rua novamente antes de
correr para o meu carro. Eu saio da garagem, ligando para o Liam novamente. Eu
bato a minha mão no volante quando vai para o correio de voz novamente. Eu
acalmo a minha respiração e enxugo as minhas lágrimas antes de ligar para a sua
secretária.

Quando Rachel atende o telefone, eu pergunto. — Liam está em uma reunião?

— Savannah! Como você está, garota?

— Estou bem. — Eu limpo a minha garganta. — Ele está em uma reunião?

— Você está bem?


— Sim. Estou bem. Ele está em uma reunião? — É preciso cada grama de
força de vontade que possuo para conter as lágrimas que estão lutando para se
libertar.

— Sim, boneca. Ele está. Tem certeza que está bem?

— Por favor, diga a ele para me ligar quando estiver fora.

— Cla... — Eu desligo antes de ouvir o resto da sua resposta.

Eu dirijo em direção à loja da Harper, precisando avisá-la e mantê-la


segura. Quando viro para a rua, me ocorre que o Aiden pode estar me seguindo. Eu
poderia estar levando-o a uma das pessoas mais importantes da minha vida. Eu
passo pela loja dela, nem mesmo diminuindo a velocidade, esperando que ele não
saiba que eu tenho uma colega de quarto. E que ele não sabe nada sobre ela.

Eu ligo para o número da Harper e ela atende no primeiro toque. — Harper.


— Eu choro.

— Savannah? O que aconteceu?

— O meu ex. Ele está fora da prisão. Não vá para casa.

— O que? — Ela grita.

Eu rapidamente digo a ela que ele me enviou flores, dizendo que me veria em
breve.

— Vou fechar por hoje. Onde você vai? Para o Liam?

— Ele está em uma reunião. Não fui capaz de dizer a ele ainda. Eu vou para
o ginásio. Me encontre lá.

James também é uma das pessoas mais importantes da minha vida, mas
também é um dos mais corajosos que já conheci. Não tenho medo do que possa
acontecer com ele. James olharia a morte nos olhos e a morte iria para o outro lado.

Quando estaciono no ginásio, me olho no espelho retrovisor e tento limpar a


camada de rímel sob os meus olhos. Respiro fundo algumas vezes, olhando pela
janela para examinar o estacionamento. Não consigo afastar a sensação de estar
sendo observada.

Eu corro para dentro do ginásio. James está parado na recepção. Ele ergue os
olhos quando abro a porta. A sua boca começa a formar um sorriso até que ele vê
o meu rosto com mais clareza. As bordas desse sorriso rapidamente se
transformam em uma carranca intensa. Ele marcha até mim, acenando com a
cabeça em direção ao seu escritório. Lágrimas caem dos meus olhos quando eu
aceno.
Eu lidero o caminho para o seu escritório, James logo atrás de mim. Ele fecha
a porta com firmeza atrás de si. Sento-me, na sua sala, no seu sofá de couro
marrom no lado oposto da sua mesa. Ele se encosta na porta.

— Isso é sobre o Liam?

Eu balanço a minha cabeça e os seus ombros tensos cedem um pouquinho. —


Fale. — Ele exige.

— O seu jeito com as palavras é realmente incrível. — Digo em meio às


lágrimas, tentando manter um resquício de mim mesma. — Você deveria ser poeta.

— Savannah, fale. Agora. — Ele rosna.

Eu concordo. — O meu ex. Aiden. Ele voltou. — Eu desabo, a minha cabeça


caindo nas minhas mãos enquanto os soluços destroem o meu corpo.

James vem para o meu lado, colocando um braço em volta de mim. — Como
você sabe?

Conto tudo a ele, desde as duas entregas de flores, Liam estando em reuniões
sem telefone e a minha exigência de que a Harper me encontre aqui. James
absorve tudo em silêncio. O seu corpo está enrolado com tanta força. — Olhe para
mim, Savannah.

Eu olho para ele.

— Encontre aquela raiva que você encontrou no meu ringue. Sabíamos que
esse dia chegaria. Está aqui. Você é a porra de uma lutadora. A sua espinha é de
aço, lembre-se disso. Canalize esse medo e transforme-o em raiva. Você pode se
proteger. Eu vou te proteger. Liam irá te proteger. Não se esqueça de quem você
é. Não se esqueça do que você encontrou naquele ringue e o que você tem com o
Liam.

Eu aceno, as lágrimas ainda escorrendo pelo meu rosto. James segura o meu
rosto, enxugando-as. Ele beija a minha testa antes de se levantar. — Vou esperar
a Harper lá na frente. Mandarei a sua garota para cá quando ela chegar. Diga ao
Liam que você está aqui.

Eu puxo o meu telefone do bolso. Eu mando uma mensagem para ele.

Savannah: Me ligue quando puder. Estou na academia.

Agora, eu espero.
CAPÍTULO 41

Liam

EU VOLTO PARA O MEU ESCRITÓRIO, esperando pegar uma xícara de café antes
da próxima reunião. Quero tomar uma xícara de café, entrar no meu escritório,
fechar a porta e relaxar por um minuto. As reuniões duraram quase todo o
dia. Estou cansado de sentar na sala de reuniões, mas estou feliz por fazer parte
da tomada de algumas decisões. Não consegui mandar uma mensagem para a
Savannah o dia todo.

Ela me envia mensagens de texto diariamente com citações da sua chefe. Eu


sorrio, pensando nas mensagens que tenho certeza que estão no meu telefone.

Rachel me impede quando passo por ela. — A Savannah ligou. Ela parecia
chateada e pediu para você ligar de volta.

Eu aceno, dizendo. — A chefe dela é um verdadeiro trabalho. Ela realmente


não queria ir para o escritório hoje.

— Eu ouvi isso. — Rachel murmura baixinho.

— Eu ouvi isso.

Ela me dá um sorriso brilhante. — Eu queria que você ouvisse. — Ela se


volta para a sua mesa, voltando ao trabalho. Eu balanço a minha cabeça. Rachel
intensificou o seu jogo em brincar comigo desde que conheceu a
Savannah. Savannah deu permissão total para me dar o inferno em cada chance
que tivesse.

Eu puxo o meu telefone da gaveta da minha mesa, esperando ele ligar


novamente. O sorriso desaparece do meu rosto quando vejo várias mensagens da
Savannah e do James.

Savannah: Me ligue quando puder. Estou na academia.

James: Venha para a academia agora.

James: Quem diabos desliga o telefone?


James: Eu mesmo vou te matar se você não chegar aqui logo.

Eu disco o número da Savannah, sem respirar. Ela atende no segundo


toque. A sua voz soa como cascalho e se interrompe com a única palavra que ela
pronuncia.

— Liam?

— O que está acontecendo, baby?

— Ele... — Ela começa a chorar.

— Savannah. — Eu sussurro, o meu estômago apertando por ela não estar


nos meus braços. Eu começo a arrumar as minhas coisas, mantendo o meu telefone
pressionado no meu ouvido. Pego uma pasta na minha mesa para levar para casa
comigo. Se eu pular esta próxima reunião, vou precisar disso comigo para terminar
alguns trabalhos esta noite. — Baby fale comigo. Estou arrumando as minhas
coisas. Diga-me o que se passa. Eu estarei ai em breve.

— Ele está fora, Liam.

— Quem saiu?

— Aiden. Ele me encontrou.

A pasta na minha outra mão cai, espalhando os papéis pelo chão. — Estou a
caminho, baby. Fique na academia.

— Ok. — Ela diz suavemente.

Eu desligo, pego as minhas chaves e corro para fora do meu escritório. —


Cancele o resto do dia e amanhã, Rachel. Emergência. Eu tenho que sair.

Eu não espero por sua resposta. Apertei o botão de chamada do elevador


várias vezes antes de decidir descer correndo os sete lances de escada. Eu aponto
o meu Jeep em direção ao ginásio, chegando lá em tempo recorde. Estou fora do
meu carro assim que estaciono.

James está do lado de fora, encostado no prédio. Eu corro até ele, com a
intenção de chegar até a Savannah, tê-la nos meus braços e garantir que ela esteja
segura.

— Onde ela está? — Eu exijo.

— Meu escritório. Harper está com ela.


James me segue até o seu escritório. Eu abro a porta. Savannah se encolhe
com o barulho. Ela está sentada no sofá ao lado da Harper. Elas estão de mãos
dadas e amontoadas juntas. Ajoelho-me na frente da Savannah, enquadrando o
seu rosto nas minhas mãos. Eu olho para ela da cabeça aos pés duas vezes.

Eu aperto os meus lábios nos dela em um beijo contundente. — Savannah. —


Eu digo contra os seus lábios.

As suas mãos se fecham no meu paletó, me puxando para mais perto. Harper
põe a mão no meu ombro, apertando-o. Ela sussurra que estará no
ginásio. Savannah levanta a cabeça olhando para o James.

— Eu tenho a sua garota.

— Obrigada, pancake.

Ele revira os olhos antes de fechar a porta atrás de si. Assim que a porta se
fecha, volto para a Savannah. — Baby, conte-me tudo.

Ela fecha os olhos, dando um suspiro trêmulo antes de transformar a sua


coluna em aço. Eu a vejo se transformar na minha frente, enxugando o medo e se
transformando na lutadora que sei que ela é.

O meu sangue se transforma em lava quando ela descreve como voltou para
a sua mesa e viu aquelas rosas. Desde que ela me contou sobre como ele costumava
dar rosas a ela e trouxe algumas antes de sequestrá-la, eu as odiei. Eu me levanto
e ando pelo escritório, preparado para matar, quando ela me diz que havia outro
buquê na sua casa esperando por ela na sua porta com uma nota basicamente
dizendo que ele a estava observando.

— Você e a Harper vão ficar comigo. Graças a Deus a Olivia arrumou os


quartos de hóspedes na semana passada.

Eu nunca vi o seu rosto, mas estou pronto para rasgar esse filho da puta
membro por membro. Eu garanto que eles nunca encontrarão o seu corpo depois
que eu terminar com ele. Eu quero abatê-lo como um porco, somente por fazê-la se
preocupar.

As mãos da Savannah estão fechadas em punhos, descansando sobre os


joelhos. Ela bate com elas nos joelhos. — Eu deveria receber uma ligação sempre
que algo acontecesse. Se ele fosse transferido ou estivesse em liberdade condicional
e definitivamente se ele foi libertado. Eu nem liguei para confirmar que ele foi solto
ainda.

— Por que não? — Estou esperando, sem sombra de dúvida, que seja apenas
um amigo doentio do Aiden jogando com ela. Eu ainda vou matar quem está
fazendo ela se sentir assim, mas espero que o Aiden ainda esteja preso atrás das
grades, longe da minha garota.
— Há um número de identificação de caso que não memorizei. Está com os
meus outros documentos importantes em casa. Eu estava indo buscá-lo quando vi
as flores. Eu estava com muito medo de entrar. Não sabia se ele estava lá ou não,
também não queria descobrir, então apenas corri.

— Você fez a coisa certa. Obteremos todas essas informações quando formos
pegar as suas coisas.

— Você realmente não se importa se a Harper vier também?

Eu fico olhando para ela incrédulo. Será que ela pensaria que eu deixaria a
sua amiga e colega de quarto naquela casa quando o próprio diabo sabe onde elas
moram? — Nem pergunte isso. — Digo a ela, balançando a cabeça. — Vem cá,
baby. Quero pegar as suas coisas o mais rápido possível.

Eu a puxo do sofá e a trago para o meu lado. Eu quero colocá-la


cirurgicamente lá até que essa ameaça acabe. Inferno, eu quero mantê-la colada
a mim mesmo depois que essa ameaça passar.

Saímos do escritório. O James e a Harper estão no ringue de boxe. James


está instruindo a Harper como socar. Estou grato por aquele bastardo mal—
humorado. Agradecido por Savannah ter um lugar seguro para ir enquanto eu
estava preso alheio em uma reunião. Faço uma nota mental para enviar um e—
mail ao meu chefe e solicitar trabalhar em casa por enquanto. Não quero perder
nenhuma dessas meninas de vista.

Quando o James e a Harper nos vê, eles saem do ringue. James acena para o
lado, indicando que quer falar comigo em particular. Assim que estamos fora do
alcance da voz das meninas, ele me diz. — Estou atualizando o sistema de
segurança que colocamos na sua casa. Esse é bom, mas você precisa do melhor.

Eu cruzo os meus braços sobre o meu peito. — Você não obterá os meus
argumentos. Ambas ficarão comigo por um futuro próximo.

— Se você não puder ficar com elas, me avise e eu estarei lá.

Estendo a minha mão para ele apertar. — Eu aprecio isso, mas ambas terão
dificuldade em se livrar de mim.

James ri. — Entendido. Eu quero ajudar, no entanto. Quero matar o filho da


puta tanto quanto você.
CAPÍTULO 42

Savannah

LIAM SEGUE A HARPER E EU PARA A MINHA CASA. Todos nós paramos na


garagem. Liam sai do carro primeiro, examinando a rua em busca de qualquer
ameaça. Ele nos conduz escada acima. A bile sobe na minha garganta quando vejo
o vaso de rosas derramado. Depois que destranco a porta, Liam nos diz para
esperar enquanto ele verifica a casa. Ele puxa uma arma da parte de trás da calça
antes de entrar.

Depois de alguns minutos, ele vem nos buscar, nos puxando para dentro e
trancando a porta atrás de nós. — Vocês duas, se apressem. Peguem o que vocês
precisam e tanto quanto puderem0.

Harper sai em direção ao quarto dela. Ela nem queria voltar aqui para pegar
as roupas, dizendo que só podia usar as coisas do trabalho, mas o que ela não
poderia ficar sem é o seu computador e outros itens essenciais para o lado online
da sua boutique.

Eu me viro para o Liam. — Você pode ajudar a pegar algumas das minhas
coisas enquanto ligo para o número da linha da vítima para ver o que aconteceu?

Os seus nós dos dedos roçam a minha bochecha. — Qualquer coisa, baby. Você
tem um monte de coisas na minha casa, de qualquer maneira.

Vamos para o meu quarto juntos, andando de mãos dadas. Ele me guia para
dentro, olhando em volta novamente, embora ele tenha acabado de verificar a casa.
— Eu não quero ficar aqui muito tempo. Quero levar vocês de volta ao meu lugar,
onde sei que é mais seguro. Não me importo se os policiais disseram para esperar
por eles. Eles estão demorando muito para chegar aqui. Você pode ir mais tarde
para o seu depoimento.

— Basta embalar qualquer roupa. Vou fazer funcionar. Os meus artigos de


toalete ainda estão na sua casa da noite passada.

Liam puxa uma mochila do armário, colocando na cama. Ele volta para o
armário para pegar as roupas. Começo a procurar o número de telefone e o número
de identificação. Assim que encontro, eu ligo.

Eu sigo as instruções automáticas até poder falar com um agente. Eu fico na


espera, ouvindo uma música horrível até que, finalmente, alguém atende o
telefone.
— Meu nome é Brenda. — Diz uma voz suave. — Como posso ajudá-la?

Liam agora está sentado na beira da minha cama com uma mochila estufada
ao lado dele, me observando. Ele diz baixinho. — Coloque no viva—voz.

Tiro o telefone do ouvido e coloco no viva—voz. — Oi, estou procurando


informações sobre um preso. — Eu lhe falo o meu número de identificação e o
número de prisioneiro do Aiden.

— Apenas me dê um momento, por favor.

Dou um passo em direção ao Liam. Ele agarra a minha mão entre as suas,
levando os meus dedos à boca para beijá-los. Eu olho ao redor do cômodo que fiz
da minha casa nos últimos cinco anos. Este cômodo costumava ser o meu lugar de
solidão, o meu único santuário. Era o único lugar em que me sentia segura. Na
época em que eu não podia ir ao supermercado, mal saía deste cômodo. Eu escolhi
ficar aqui, no escuro e fingir que poderia, de alguma forma, ficar bem algum
dia. Eu finalmente encontrei maneiras de seguir em frente e Aiden tirou este
cômodo de mim, junto com tudo o mais que ele tirou.

Eu aumento o meu aperto no telefone, a raiva bombeando por mim. Eu


encontro mais ódio por ele, odiando-o por tirar mais de mim. Eu não vou deixá-lo
ganhar isso. Quando isso for feito, haverá apenas um de nós, disso tenho
certeza. Vou me certificar de que sou eu quem está permanecendo aqui na terra —
respirando, vivendo e amando.

— Sim, eu tenho isso bem aqui, Sra. Evans. O recluso Aiden Klein foi
libertado há três meses devido à superlotação e ao bom comportamento. Você foi
contatada por telefone uma semana antes dele ser libertado.

— Ninguém me ligou. — Insisto. Três meses. Eu olho para o Liam. Ele está
fora há mais tempo do que nos conhecemos. Ele poderia estar me observando —
nos observando — o tempo todo. Eu penso em cada momento em que pensei que
alguém estava me observando. Era ele? Era a minha imaginação como pensei
durante todos esses anos? Eu sinto olhos vigilantes desde que ele está na
prisão. Eu sempre olhei em volta e me perguntei, mas geralmente atribuía isso à
minha imaginação porque ele estava na prisão, mas por três meses ele está
vagando livre.

— Sim, eu tenho aqui nas notas, que você foi notificada por telefone uma
semana antes da sua libertação. Foi falado diretamente com você.

— Qual é o número no arquivo? — Liam late. Os meus olhos vão para o


Liam. Não acredito que não pensei nessa pergunta. Como eles podem insistir que
tiveram uma conversa comigo que nunca aconteceu? Eu teria me lembrado se o
meu ex—namorado psicótico estivesse sendo libertado da prisão, esse é o tipo de
coisa que você mantém na agenda. O dia em que o seu mundo desmoronará ao seu
redor novamente é um dia muito importante.
Brenda recita o número. Eu aceno... até o último dígito. — Esse não é o meu
número. — Murmuro. — Vocês ligaram para a pessoa errada.

Desligo o telefone, sem me importar com uma resposta. É tarde demais


agora. O dano está feito. Ele está fora. Ele sabe onde eu moro e ligaram para o
número errado.

A próxima semana passa sem incidentes. Harper e eu continuamos a ficar na


casa do Liam, nenhuma de nós querendo voltar para a casa ainda. Voltamos uma
vez para pegar mais roupas. Eu senti como se a casa inteira estivesse pronta para
atacar, que algo estava se escondendo atrás de cada canto e fenda, esperando para
pular em mim.

Depois de dois dias, Harper voltou para a sua loja.

Liam foi extremamente protetor ao longo da semana, implorando-me para


ficar em casa enquanto ele trabalha em casa. Eu me sinto como um animal
enjaulado dentro da casa do Liam. Ele não quer que eu verifique o e—mail
sozinha. Ele mal me deixa fora de sua vista na sua própria casa com um novo
sistema de segurança de última geração.

— Onde você vai? — Liam pergunta quando me levanto do sofá em que estou
sentada há dias.

— Lá fora. — Eu mordo.

— Vou com você, preciso de um pouco de ar fresco.

Eu me viro para ele, as minhas mãos cerradas em punhos. Eu não aguento


mais. Eu não posso ficar enjaulada. Eu posso me proteger. Eu posso ficar em um
quintal cercado por um tempo sem um maldito guarda—costas. Eu quero ar e
sol. Já estive presa em uma casa antes, uma vez contra a minha vontade e uma
vez por minha própria conta. Eu me recuso a viver assim novamente. — Não, eu
quero ir sozinha.

— Eu quero ir com você, linda. — Liam coloca o seu laptop de lado e se


levanta, caminhando até mim. Os seus braços sobem como se ele fosse me tocar.

Eu dou um passo para trás. — Não. — Eu digo o mais calmamente possível.


— Eu quero ficar sozinha.

A máscara descontraída cai do seu rosto, as suas feições se transformam em


uma carranca. Ele cruza os braços sobre o peito, dando um passo na minha direção.
— Não é uma boa ideia agora.

— Já faz uma semana. — Digo ao Liam. — Nada mais aconteceu. Harper


voltou a trabalhar.

— Esse filho da puta não está atrás da Harper. — Liam aponta para mim,
quase gritando. — Ele está atrás de você.
— Você acha que eu não sei disso?

A mão do Liam mergulha no seu cabelo antes que ele cruze os braços
novamente. Ele respira fundo, tentando se acalmar. — Eu prefiro estar com você
se você for sair.

Estou vibrando com a necessidade de me libertar. Os meus olhos começam a


arder, as lágrimas ameaçando se acumular neles. Eu cerrei os meus dentes para
evitar que o meu lábio tremesse. Estou me sentindo impotente, presa em uma
casa. Eu sei que o Liam e o James pensam que é para a minha proteção, mas posso
me proteger. Eu posso pegar um pouco de ar sozinha. Odeio ter voltado aos meus
velhos hábitos quando vi as rosas na minha mesa e na minha casa. Eu sabia que
esse dia chegaria e ainda reagi exatamente como não queria. Não vou viver a
minha vida com medo dele. Não vou reagir dessa forma novamente.

— Você acha que ele está se escondendo nos arbustos do seu quintal? — Eu
grito com o Liam.

Ele dá mais um passo para perto de mim, as sobrancelhas puxando mais


longe. As suas narinas dilatam. — Eu quero mantê-la segura.

— Eu posso me manter segura. — Eu choro, passando as minhas mãos pelo


meu cabelo, puxando as raízes. — Eu não posso ficar presa aqui. Eu já fiz isso. Eu
me recuso a fazer isso de novo.

Liam apenas me encara, respirando com dificuldade. O seu rosto se suaviza


um pouco quando ele dá mais um passo na minha direção. — Savannah. — Ele
implora.

— Eu preciso de ar, Liam. — Eu imploro a ele. Eu mordo o interior das


minhas bochechas para não chorar. — Eu não posso ficar enjaulada. Prefiro estar
em perigo do que ficar enjaulada novamente.

— Eu só quero mantê-la segura, baby. — Liam diz, olhando para baixo e


soltando um grande suspiro.

— Eu não quero que você me mantenha segura.

O olhar do Liam volta para o meu. A fúria assume as suas feições. — Você
não me quer?

— Não distorça as minhas palavras.

— Então explique o que você quis dizer, porque soa muito como se você
estivesse tentando se livrar de mim. O que há de tão errado em querer mantê-la
segura? Eu não quero te perder, Savannah.

Eu bufo, cerrando os dentes. — Eu não preciso de um homem parado na


minha frente, me protegendo. Lutei muito e treinei muito para ser capaz de me
proteger. Eu não serei uma donzela em perigo, parada atrás de um homem
implorando para ele parar o perigo.

— Droga, Savannah. — Ele dá mais um passo na minha direção e eu dou


mais um passo para trás, as minhas costas pressionando contra a parede. Ele está
bem na minha frente, mas ele não me toca. Os seus olhos estão passando
rapidamente pelo meu rosto. Ele levanta a mão como se fosse segurar a minha
bochecha, mas em vez disso, fecha o punho, deixando-a cair ao seu lado.

— Você não entende, linda? Eu não quero ficar na sua frente. Eu vejo você
exatamente como você é. Forte e feroz. Eu sei muito bem que você pode se
proteger. Não duvido disso por um segundo, mas você não pode me culpar por
querer protegê-la. Eu ficaria na frente de uma bala por você.

Eu balanço a minha cabeça, querendo protestar, mas ele continua. — Eu não


quero te defender, passar na sua frente, te bloquear de qualquer perigo. Eu sei que
isso não é você. Eu só quero a oportunidade de lutar ao seu lado. Contigo. Juntos.
CAPÍTULO 43

Liam

O MEU CORAÇÃO ESTÁ BATENDO FORTE. Preciso que a Savannah entenda que
não quero prendê-la. Eu quero libertá-la. Eu odeio que ela esteja se sentindo presa
dentro desta casa. Uma casa que quero seja nossa. Tê-la aqui diariamente com
uma boa parte das suas roupas me deixa tão tonto quanto um colegial. Quando
essa ameaça for resolvida, não acho que vou conseguir deixá-la voltar para a sua
casa. Eu a quero aqui comigo.

Todo o comportamento de Savannah suaviza com minhas últimas


palavras. Suas mãos pressionam contra meu abdômen. Eu coloco as minhas em
cima das dela. Ela pisa em mim, pressionando seu rosto no meu peito. Eu abaixo
minha cabeça para descansar em cima da dela. Eu quis dizer cada palavra que
disse. Quero a oportunidade de lutar ao lado dela, enfrentar o maldito mundo
juntos, lado a lado. Mas, se uma bala alguma vez voasse contra ela, é melhor ela
acreditar que eu pegaria por ela. Eu assumiria qualquer fardo por ela.

—Eu preciso sair, Liam.

Eu aceno com a cabeça, beijando o topo da dela. —Eu preciso ligar para o
escritório, de qualquer maneira.

Eu trago seu rosto para o meu, dando um beijo suave antes de empurrá-la em
direção à porta, dando um tapinha suave em sua bunda. A realidade é que Aiden
provavelmente não está se escondendo em meus arbustos no quintal. Esse não é o
seu estilo. Ele prefere brincar com ela como se fosse um titereiro de merda.

Quero ficar na janela observando Savannah, mas sei que não seria
apreciado. Em vez disso, sento no sofá, colocando meu laptop no colo. Deste ponto
de vista, posso ver a maior parte do quintal. Savannah está sentada em uma das
minhas espreguiçadeiras, o rosto voltado para o sol. Eu a observo por alguns
momentos de silêncio, desfrutando de sua beleza. Volto para o meu trabalho, mas
não consigo deixar de olhar para ela a cada poucos segundos.

Savannah volta para dentro um pouco depois, as bochechas rosadas do


sol. Ela está na minha frente, torcendo as mãos. Eu me preparo para o que ela está
prestes a lançar sobre mim. Posso dizer por essas ações que não vou gostar.

Coloquei meu laptop ao meu lado e me recostei, recostando-me nas


almofadas. Eu cruzo meus braços sobre meu peito e levanto uma sobrancelha,
silenciosamente dizendo a ela para cuspir.
—Eu acho que nós dois precisamos voltar ao trabalho. — Ela afirma, em
seguida, balança a cabeça como se já estivesse fechando o negócio.

Eu fecho meus olhos, suspirando. Eu sabia que isso aconteceria. Não quero
que ela volte a trabalhar. Ele sabe onde ela trabalha. Ele sabe onde ela mora. Mas
também sei que seus dias de licença médica estão acabando. Tenho acompanhado
a maior parte do meu trabalho aqui em casa, mas odeio admitir que seria mais
fácil no escritório. Eu não tenho tudo que preciso comigo.

Eu fecho meus olhos e aceno. — Eu sei. É hora de nós dois voltarmos para o
escritório. Não gosto disso, mas precisa acontecer.

Ela suspira e eu abro meus olhos para olhar para ela. Ela está sorrindo. —
Não pensei que veria você sorrindo sobre o fato de que você estaria voltando para
a Bruxa.

Seus lábios se contraem como se ela estivesse segurando uma risada. — Neste
ponto, até mesmo seu rosto seria uma visão bem—vinda.

Eu rio, puxando-a para baixo no meu colo. Eu acaricio meu rosto em seu
pescoço, dando-lhe beijos suaves e amorosos. — Me desculpe, querida. — Eu
inclino sua cabeça para trás, conectando nossas testas.

—Eu sei. — Ela diz. — Estou acostumada com você sendo um bárbaro. Eu só
tenho que viver com isso.

Eu faço cócegas nela, secretamente amando o fato de que ela gosta de me


provocar. Eu deslizo meu laptop no chão, sem me importar se terei que pagar por
uma troca. Eu empurro Savannah de costas no sofá, vindo por cima dela. Meus
quadris pousam entre suas pernas abertas. Ela circula meus quadris, esfregando
contra meu pau endurecido. Basta um pequeno toque dela para me transformar
em aço.

—Você ficou muito brava antes. — Digo a Savannah, beijando seu pescoço.

Suas mãos enrolam em meu cabelo —Mhmm, eu fiz. — Ela balança sua
boceta contra mim, fazendo nós dois gemermos.

-acho que é hora de nos beijarmos e fazermos as pazes.

Savannah puxa meu lábio com os dentes antes de passar a língua sobre ele.
—Eu nunca fiz sexo de reconciliação antes.

— Existe uma primeira vez para tudo. — Digo a ela, puxando sua camisa
sobre a cabeça.

Três orgasmos depois, eu não poderia dizer absolutamente nada sobre nossa
discussão, muito menos meu próprio nome. Savannah me arruína todas as vezes.
CAPÍTULO 44

Savannah

ESTA É A PRIMEIRA MANHÃ EM MUITO TEMPo em que não me importo de acordar


cedo para trabalhar. Tenho saudades de sair de casa todos os dias. Ficamos em
casa por uma semana, exceto para pegar mais roupas uma vez e ir à academia
todos os dias. Nem Liam nem eu queríamos perder um treino com a ameaça de
Aiden respirar em nossos pescoços.

Eu visto um vestido envoltório branco com saltos nude. É uma das minhas
roupas de trabalho favoritas. O pescoço é alto, as mangas longas, mas o vestido
abraça cada uma das minhas curvas perfeitamente. Cada vez que coloco, sinto que
vou chutar traseiros e anotar nomes. Costumo reservá-lo para reuniões com
clientes importantes como um amuleto de boa sorte, mas sair de casa pela primeira
vez em uma semana merece uma pequena comemoração.

Estou colocando os últimos retoques na minha maquiagem quando Liam


entra no banheiro para seu banho matinal, ainda nu da noite passada. Meus olhos
percorrem seu corpo, sentindo o calor pulsar entre minhas pernas. Eu lambo meus
lábios enquanto vejo seu pau esticar em minha direção. Liam está varrendo seus
próprios olhos para cima e para baixo em meu corpo. Ele vem logo atrás de mim.

—Porra. — Ele respira, puxando meu cabelo para o lado para que ele possa
beijar sua sarda favorita no meu pescoço. — Por que eu nunca vi esse vestido?

Eu encolho os ombros, revelando sua reação a mim. Ele belisca meu pescoço
antes de alisar a picada com a língua.

—Vou sair com você com esse vestido. — Ele me diz rispidamente.

—Parece um plano. — Digo a ele, esfregando minha bunda ao longo de seu


pau rígido. Eu me viro para ele, dando dois puxões rápidos e fortes. Eu fico na
ponta dos pés, beijando seu pescoço, ao longo de sua mandíbula desalinhada,
finalmente estabelecendo-me em seus lábios. Ele está se bombeando na minha
mão, mais rápido. Eu lambo ao longo da costura de seus lábios antes de cair de
joelhos.

Minhas mãos pousam em suas coxas, seu pau se esticando diante do meu
rosto. Eu olho para ele. — Obrigado por não me enjaular, Liam.

Seu início da palavra agradecer termina em um rosnado enquanto eu o levo


profundamente em minha boca, bombeando a parte de seu eixo que não se
encaixa. Eu relaxo minha garganta, me preparando para tomá-lo mais fundo,
lambendo ao longo da veia na parte inferior de seu eixo. Suas coxas apertam sob
minhas mãos quando eu aperto minhas bochechas.

Eu chupo o pau de Liam profundamente em minha garganta, meu nariz


pressionando contra sua pélvis. Eu olho para ele. Seus olhos são chocolate
derretido, pupilas dilatadas. Uma mão chega ao meu rosto, acariciando minha
bochecha. Cada homem com quem estive antes de Liam me fez sentir barata e
usada nesta posição, mas Liam me faz sentir como uma rainha no controle. Eu me
sinto fortalecida tomando meu homem assim, suas coxas tremendo por mim. Eu
continuo a observá-lo enquanto engulo. Sua mão livre se fecha ao lado do corpo.

—Porra, baby. — A voz de Liam está tensa e rouca. Ele bombeia seus quadris,
empurrando ainda mais fundo em minha garganta. Eu seguro suas bolas em uma
mão, rolando-as e, puxando ao mesmo tempo, eu o engulo novamente.

—Eu vou gozar. — Ele tenta se afastar, mas minha outra mão envolve seu
corpo, segurando sua bunda, mantendo-o lá. Eu quero isso. Quero engolir cada
gota dele antes de sair para o trabalho.

Eu puxo suas bolas novamente, esvaziando minhas bochechas, chupando-o


forte e rápido. Ele bombeia comigo antes de explodir em um grito do meu
nome. Depois que engulo até a última gota, ele me puxa para ficar de pé, as mãos
segurando meu rosto.

—Eu não mereço você. — Liam diz antes de me beijar profundamente. —


Deus me ajude se você descobrir isso.

Eu o beijo de volta, dando tanto quanto estou recebendo. Eu quebro o beijo,


respirando com dificuldade. — Eu tenho que ir agora.

-ainda não. — Ele me diz. Ele levanta meu vestido até meus quadris, me
acomodando no balcão. — Abra essas coxas para mim.

—Vou me atrasar. — Protesto enquanto abro as pernas para ele.

Liam cai de joelhos. — Não se preocupe, linda. Preciso do café da manhã


antes de você sair. — Ele abre minhas pernas mais afastadas, puxando minha
calcinha pelas minhas pernas, lambendo os lábios enquanto encara minha boceta
encharcada. Eu também não consigo achar que me importe.

Estou atrasada para o trabalho, mas isso não tira o sorriso estampado em
meu rosto quando entro no estacionamento. Eu me inclino para pegar minha bolsa
no banco do passageiro antes de sair do carro. Eu fico, fechando a porta. Eu suspiro
feliz; nem mesmo o pensamento de um dia com a Bruxa poderia destruir meu
humor.

Algo duro bate nas minhas costas, empurrando minha frente contra a lateral
do meu carro. Abro a boca para gritar, mas uma mão enluvada cobre minha
boca. Outra mão puxa meu cabelo com força, puxando minha cabeça para um
lado. Lágrimas ardem em meus olhos com a pontada de dor. Eu entro em pânico
por um segundo, tentando me lembrar o que fazer nesta situação.

Eu levanto meu pé para bater no pé do atacante, mas ele se move no último


segundo. Tento acertá-lo no estômago com o cotovelo, mas ele antecipa esse
movimento também.

Meu sangue gela quando ouço a voz do agressor.

— Eu sempre amei sua bunda em um vestido justo. — Aiden empurra seu


pau duro na minha bunda, puxando meu cabelo com força novamente. — Senti sua
falta, meu amor.

Sinto a picada de uma agulha no pescoço antes que tudo fique preto.

Eu lentamente volto à realidade. Meus olhos abrem e fecham algumas vezes


antes que eu possa mantê-los abertos. Eu gostaria que eles tivessem ficado
fechados. Tento gritar, mas minha boca está amordaçada. Estou sentada, com as
mãos amarradas nas costas e na cadeira. Meus tornozelos estão algemados na
cadeira. O chão é de concreto. Os tetos são altos. Devo estar em um armazém.

A parede na minha frente está coberta do chão ao teto com fotos


minhas. Imagens de anos. Existem algumas apenas de mim, algumas apenas de
Aiden. Eu começo a chorar quando vejo fotos que foram tiradas durante o período
em que Aiden estava na prisão. Como ele conseguiu isso? Eu me lembro de todas
as vezes em que senti que estava sendo observada. Achei que devia estar louca por
pensar continuamente que alguém estava assistindo, mas isso prova que meu
instinto estava certo. Eu balanço minha cabeça para a direita. Mais parede. Mais
fotos do chão ao teto. A bile sobe pela minha garganta quando vejo fotos minhas
nua, na cama, minha mão entre as pernas. Eu balanço minha cabeça, fechando
meus olhos, tentando enxugar essa realidade.

Eu balanço minha cabeça na outra direção, esperando ver apenas fotos, mas
isso é muito, muito pior. Olivia está afundada em uma cadeira, amarrada e
amordaçada. Eu grito, tentando gritar o nome dela. Por que ela está aqui? Por que
Aiden a levou? Ela não pode estar aqui. Eu olho para a pequena protuberância em
seu estômago, chorando mais. Não sei o que Aiden me injetou, mas imagino que
ele fez o mesmo com Olivia. Tento bater os pés para acordá-la, gritando em volta
da minha mordaça. Os ruídos são abafados, não podendo fazer barulho afetivo.

Eu continuo a gritar e gritar até que seu corpo estremece. Ela começa a gritar
em volta de sua mordaça, olhando em volta. Quando seus olhos pousam em mim,
ela parece aliviada por uma fração de segundo antes de começar a chorar
novamente. Tento transmitir um pedido de desculpas pelos meus olhos. Pelo que
eu sei, a família de Liam não sabe sobre meu passado. Ela não sabe por que está
aqui. Ela não sabe que foi levada por minha causa.
Lágrimas escorrem pelo meu rosto enquanto meus olhos imploram para que
ela de alguma forma me perdoe por essa bagunça. Olivia está balançando a cabeça
para frente e para trás, tentando entender, com lágrimas escorrendo pelo
rosto. Ela desvia o olhar de mim, olhando para as paredes ao seu redor, percebendo
que são fotos minhas. Na parede atrás dela estão mais fotos minhas nua em uma
cama. Essas são fotos do meu quarto e do quarto de Liam. Apenas o rosto de Liam
foi riscado em cada imagem.

Aiden não está apenas me observando, ele está observando Liam também. Os
olhos de Olivia voltam para os meus, ainda mais apavorados do que antes. Não
consigo imaginar o que deve estar acontecendo em sua cabeça.

Meu rosto vira na direção do barulho que acabou de passar pelo


armazém. Aiden passa por uma porta no canto da sala. — Ah, bom, vocês estão
acordadas.

Eu olho para Olivia, ela está gritando em volta de sua mordaça. Seu corpo é
empurrado o mais longe possível em seu assento, como se ela estivesse tentando
fugir dele. O meu é fazer o oposto, mordendo a chance de chegar mais perto, de
levar meu golpe. Eu quero quebrar Aiden em pedaços tão pequenos que ele nunca
será capaz de se recuperar. Ele não está apenas brincando comigo agora, ele está
brincando com pessoas que estou começando a considerar como uma família.

Aiden vem até mim, acariciando meu rosto. Tento desviar minha cabeça dele,
mas ele agarra meu queixo com força, trazendo meu rosto para encará-lo.

Eu mordo. — Foda-se. — Por cima da mordaça. Pelo olhar que ilumina seus
olhos, ele entende a confusão distorcida.

—Temos muito o que conversar, meu amor. — Aiden me diz, passando uma
mão pela minha bochecha, a outra ainda segurando meu queixo. Uma vez pensei
que ele era tão atraente. A primeira vez que o vi, fui sugada profundamente em
seus olhos azuis do oceano. Seu cabelo loiro escuro estava puxado para trás de seu
rosto e seu sorriso cegava contra sua pele bronzeada. Agora, ele é a pessoa mais
feia que já vi. Ele afasta as mãos do meu rosto e eu desabo, aliviada por ele não
estar mais me tocando. Ele está na minha frente, me olhando serenamente com
olhos loucos. Eu fico olhando para ele com ódio e promessas diabólicas.

Ele sorri, em seguida, levanta a mão, batendo no meu rosto com força. A força
vira minha cabeça em direção a Olivia, meu cabelo voando ao meu redor. Minha
respiração sai mais rápida, ofegante. Eu deveria ter esperado isso.

Eu trago meus olhos para Olivia. Ela parece chocada e apavorada. Tento
comunicar que vou nos tirar dessa. Vou pelo menos tirá-la disso. Ela não pertence
aqui nesta bagunça. Eu viro meus olhos de volta para Aiden, enviando
adagas. Suplicando com minha mente para mostrar alguma habilidade
sobrenatural e colocá-lo em chamas.
Aiden me dá um sorriso sinistro e maligno. — Isso foi por se prostituir
enquanto estive fora.

Eu continuo a atirar adagas e rezo para que ele entre em combustão


espontânea e se torne uma névoa rosa fina.

— Você pertence a mim, Savannah. Eu tenho que te lembrar? Como seu


precioso Liam se sente quando fode o que é meu? Quando ele vê meu nome na sua
pele? O nome ainda está lá sob aquela tatuagem nojenta.

Eu salto para frente, gritando com ele por causa da minha mordaça. Aiden
agarra meu queixo novamente. — Continue lutando, amor. Lembre-se do quanto
eu amo isso. — Ele agarra seu pau com a outra mão, segurando sua dureza. —São
apenas preliminares para mim.

Desvio o olhar, os olhos pousando nas minhas fotos novamente. Eu alterno


meu olhar de seu rosto para as fotos. Odeio que ele me conheça tão bem, mas quero
respostas.

Ele dá vários passos para longe de mim inspecionando a sala com um sorriso
sinistro no rosto. — Eu vou te contar tudo, meu doce. Primeiro eu quero trazer
aquele filho da puta que você tem fodido neste jogo.

O medo gela em minhas veias. Eu salto para frente, lutando contra minhas
restrições. Aiden vem até mim novamente, me dando um tapa no rosto. — Você
não luta tão duro por outro homem. Só eu, sua puta ingrata. — A mão de Aiden
envolve minha garganta, trazendo meu rosto para o dele. Nós olhamos um para o
outro, ambos respirando pesadamente. — Porra, eu senti sua falta. — Ele sibila.

Aiden rapidamente desfaz a mordaça em volta da minha boca. Abro minha


boca para gritar, mas sua boca pousa em cima da minha. Tento virar a cabeça, mas
ele me segura pela garganta. Sua língua vem dentro da minha boca, mas eu bato
meus dentes nela, puxando. Ele uiva de dor, tentando se afastar de mim, mas eu
não o deixo ir, nem mesmo quando o gosto de cobre de seu sangue começa a encher
minha boca. Eu mordo com mais força. Seu punho vem voando de lado, quebrando
meu rosto do dele.

Aiden agarra minha garganta novamente, apertando. Ele coloca a mordaça


de volta. Minha visão começa a ficar turva. Quando ele me solta, tento tossir em
volta da mordaça. Meu peito arfa, procurando o tão necessário ar. Ele me dá um
soco no lado do rosto mais uma vez antes de ir embora.

Estou caída para o lado. Eu finalmente trago meus olhos para Olivia. Ela está
chorando ainda mais forte, ainda gritando em volta da mordaça. Seu corpo está
inclinado em direção ao meu, como se ela quisesse vir em meu auxílio.

Aiden está na nossa frente novamente. Nós duas olhamos para ele. Ele sorri
quando olha para o meu rosto. Posso sentir que está inchando e não tenho dúvidas
de que está ficando de um tom feio de azul. — Os hematomas são um belo toque
para a próxima parte do meu plano. — Ele olha de volta para Olivia. Posso ver seu
plano antes mesmo de dar um passo em sua direção. Eu grito e imploro pela
mordaça, puxando contra minha restrição.

Seu soco no rosto dela é rápido e rápido. Eu começo a soluçar, me odiando por
trazer para minha vida pessoas que Aiden pode machucar.

Quando eu olho para trás para ele, ele está montando um tripé na nossa
frente, montando uma câmera em cima dele. Ele olha pelas lentes, murmurando.
– Perfeito. — Ele se vira para nós, caminhando lentamente, seu olhar passando
de uma para a outra

Ele dá um passo à minha frente primeiro, acariciando minha bochecha


novamente. — Eu odeio que você me faça machucar você. Se você apenas ouvisse.
— Ele parece uma criança petulante, que não consegue o que quer. Ele balança a
cabeça. — Se você não olhar para a câmera para nossa foto, vou matá-la. — Diz
ele, apontando para Olivia. Eu olho para ele. Ele me dá um sorriso antes de
caminhar até ela.

— O mesmo vale para você. — Ele diz a ela. — Se você não olhar para a
câmera para a nossa foto, vou matar minha adorável Savannah. Não pense que
não vou. Vou matá-la.

As lágrimas de Olivia correm mais rápido por seu rosto.

— Ok. — Aiden chama. —Vamos tirar uma foto. Olhos à frente, senhoras.
— Ele rapidamente aperta um botão em um controle remoto que tirou do bolso. Ele
o enfia de volta no bolso. A luz vermelha da câmera está piscando. Ele deve ter
ajustado um cronômetro, eu percebo.

O choque me preenche, e eu viro meus olhos para frente, obedecendo-o pela


primeira vez quando ele puxa duas armas de sua cintura e fica entre nós. Ele tem
uma arma apontada para cada uma de nossas cabeças. Eu olho para a câmera, as
lágrimas caindo mais rápido, observando a luz piscando cada vez mais rápido. E,
finalmente, o flash dispara.
CAPÍTULO 45

Liam

—NÃO ESTOU FELIZ POR TER VOCÊ DE VOLTA, chefe. — Rachel diz quando eu
passo por sua mesa. -agora, como vou arquivar e pintar minhas unhas na minha
mesa?

Dou a ela meu maior sorriso.

—Tão feliz em me ver? — Ela pergunta.

—Não. — Digo a ela. — Este sorriso é sobre Savannah.

Rachel sorri. —Ela é boa demais para você.

—Vamos torcer para que ela nunca descubra isso. — Digo a ela, entrando em
meu escritório.

Meu rosto está dividido em um sorriso desde esta manhã. Através do meu
banho, me vestindo e dirigindo para o trabalho. Não, nossa ameaça não
acabou. Está respirando tão forte em nossos pescoços, eu sinto, mas estou
comprometido em dizer a Savannah que a amo hoje. Eu queria deixar escapar
depois que ela me deu o melhor boquete da minha vida, mas parei um pouco antes
de passar pelos meus lábios. Eu não queria nem mesmo arriscar que ela pensasse
que eu estava dizendo a ela porque ela caiu de joelhos diante de mim. Ela vale
muito mais do que isso.

Eu envio uma mensagem para Savannah.

Liam: Como está a Bruxa esta manhã?

Liam: Vou fantasiar sobre esta manhã o dia todo. Vou sair com você esta
noite. Vou pedir a James para fazer companhia a Harper.

Olho para a tela, esperando que as bolhas de texto apareçam, mas não
aparecem. Eu suspiro, mantendo meu telefone na minha mesa, esperando
ansiosamente sua resposta. Começo a examinar os arquivos que se acumularam
na minha mesa durante a minha ausência esta semana. Eu sorrio quando meu
telefone vibra na mesa. Eu o pego e o viro, olhando para a tela.

Meu coração dispara ao ver o nome de Savannah. Eu deslizo pela tela.

Meu telefone bate na mesa quando vejo a imagem com uma palavra. —Porra!

Eu trago a tela de volta para mim, não querendo acreditar que vi o que
fiz. Rachel vem colidindo com meu escritório. Eu a ouço falando, mas não registro
as palavras.

A foto na minha tela é pior do que meu pior pesadelo. Meu coração para de
bater, meu sangue congela enquanto me torno a estátua de um homem. Meu
aperto é tão forte no telefone que estou surpresa que a tela não tenha se
quebrado. Rachel ainda está falando, tentando chamar minha atenção, mas tudo
que ouço é um rugido surdo. Não é um momento depois que eu percebo que sou eu
rugindo.

A mulher por quem estou eternamente apaixonado e minha irmãzinha me


encaram através da tela. Um homem está entre eles. Seu rosto não é mostrado. Eu
sei que é ele. Aiden. Ele tem uma arma apontada para cada uma de suas
cabeças. Uma palavra simples está abaixo da imagem.

Escolher.

Aquele filho da puta covarde. Eu vou destruí-lo. O gelo em minhas veias


derrete no lugar do fogo agora correndo por mim. Eu respiro fundo algumas vezes,
fazendo um plano. Percorro meus contatos até encontrar o nome que
procuro. Enquanto ouço tocar, rabisco dois números em um Post—it, entregando a
Rachel.

Nunca vou escolher, nunca terei que escolher. Estou tirando as duas de
lá. Então, vou estripá-lo como o porco que ele é. Ele nunca mais será um
pensamento em suas cabeças depois que eu terminar com ele. Eu escolho as duas,
não vou entrar em seus joguinhos. Vou encontrá-lo, destruí-lo e trazê-las para casa
em segurança. Estou morrendo de vontade de despedaçar o bastardo. Quero sentir
seu sangue espirrando na minha pele quando arranco seu coração de seu peito,
esmagando-o sob minha bota.

Eu levanto meu dedo para Rachel quando ele atende o telefone.

—Wells.

Maddox Wells. O irmão de Hudson e o único membro da família a quebrar a


tradição e não se juntar aos negócios da família. Maddox faz seu próprio conjunto
de regras, capaz de encontrar o cinza e acertar a linha a seu favor.

—Maddox, é Liam Adler. O ex da minha namorada sequestrou ela e minha


irmã. Eu não dou a mínima para quais leis você tem que quebrar, rastreia o
telefone dela. O bastardo acabou de me enviar uma mensagem do telefone de
Savannah.

—Ele está com Olivia?

A maioria das pessoas sentiria terror sobre seu tom que apenas vazou pela
linha. Eu gosto disso, sabendo que vai alimentá-lo para me ajudar a encontrar
Savannah e Olivia. Maddox e Olivia namoraram no colégio. Ele terminou com ela
antes de partir para seu serviço, não querendo que ela colocasse sua vida em
espera. Não tenho certeza se ele já a superou.

—Dê-me o número. — Ele exige.

Eu desfio o número de Savannah. —Encontre rápido, me ligue de volta. —


Eu desligo o telefone, pegando minhas chaves. — Ligue para esses números e diga
a eles para me encontrarem na academia.

Os olhos de Rachel estão arregalados e brilhantes de lágrimas, mas ela não


faz perguntas. Ela me segue para fora do meu escritório, já discando quando eu
chego à escada. Eu corro o mais rápido que posso descer o lance de escadas, saindo
do estacionamento nem mesmo trinta segundos depois. Eu ligo para James
enquanto estou correndo em direção ao seu ginásio.

Quando ele responde, eu grito. — Ele a levou. Ele também levou minha
irmã. Estou a caminho. Hudson e Josh estão nos encontrando na academia.

James não atende antes de desligar o telefone. Eu sei que ele está indo para
a sala trancada nos fundos do ginásio e carregando armas. Uma noite, enquanto
Savannah e eu estávamos malhando, ele me puxou de lado. Ele perguntou se eu
sabia atirar. Assegurei-lhe que sim e disse-lhe que carregava uma arma sempre
que saíamos de casa.

Ele me puxou para a sala dos fundos, mostrando-me sua enorme coleção de
armas. Armas, rifles, espingardas, facas, soqueiras. Ele parecia estar pronto para
a guerra. Sua coleção poderia equipar uma milícia inteira.

Eu entro em uma vaga de estacionamento, vendo Josh e Hudson parando ao


mesmo tempo.

-o que está acontecendo? — Josh pergunta.

Eu não respondo, apenas aceno com a cabeça em direção ao interior do


ginásio. Vou direto para trás, batendo na porta trancada. James abre um segundo
depois, e todos nós entramos.

—Que porra é essa? — Josh e Hudson dizem.

Eu me viro para Josh. — Quando foi a última vez que você falou com Olivia?

—Esta manhã, depois que ela deixou Tanner na creche.


O alívio me invade por Tanner estar seguro em sua escola, sem saber que sua
mãe está em perigo.

—Savannah tem um ex—namorado psicótico que foi recentemente libertado


da prisão depois que ele a atacou há vários anos. Ele sequestrou ela e Olivia esta
manhã. — Eu digo a ele o mais calmamente possível.

Seu rosto fica sem cor, olhos arregalados em choque. — Que porra você quer
dizer?

Conto tudo o que sei. Tento não mostrar a imagem a ele, sabendo que ficará
gravada em suas retinas pelo resto da vida, assim como na minha. Não importa
quando eu tiver Savannah envolvida de volta em meus braços, segura. A imagem
dela espancada e chorando com uma pistola apontada para sua cabeça certamente
me cumprimentará cada vez que eu fechar os olhos.

—Eu tenho Maddox procurando por seu telefone. É óbvio que eles estão em
um depósito.

James fala. — Estamos carregando e dirigindo pelo distrito do


armazém. Liguei para alguns dos meus contatos para ver se eles notaram alguma
atividade normal.

—Quais contatos? — Hudson pergunta, ainda perplexo com o cenário se


desenrolando. Seu rosto ainda está em choque, mas ele está pegando rifles e
munições. Seu irmão é quem serviu, mas ele também é um atirador habilidoso. Ele
estava na equipe de tiro no colégio, era excelente em acertar alvos distantes.

James balança a cabeça. — Ninguém que você ousaria conhecer. Eles vão me
avisar se virem algo acontecendo. Eles têm olhos em todos os lugares.

Ninguém o questiona mais. Digo a Josh. —Vamos recuperá-las.

—Você está fodidamente certo, nós vamos. Se ele machucar ela ou meu bebê,
irei massacrá-lo.

—Entre na fila. — Digo a ele. — Eu sei que Savannah fará tudo ao seu alcance
para manter Olivia segura. Oro para que enquanto ela a mantém segura, ela
observe e cuide de sua própria vida também. — Eu balancei minha cabeça. Não há
outra opção a não ser retornar perfeitamente intacta. Não vou aceitar nada menos.

—Vamos. — James chama, movendo uma prateleira para o lado, que leva a
uma saída escondida nos fundos.

—Que porra é essa? — Hudson murmura baixinho.


CAPÍTULO 46

Savannah

EU SEI NO MEU ÍNTIMO QUE LIAM ESTÁ DESTRUINDO Austin à nossa procura. As
lágrimas param de fluir, a determinação se instala em meus ossos. Estou
esfregando as algemas ao longo da madeira da cadeira, lentamente dando mais
espaço para minha mão deslizar. Vou tirar Olivia daqui, mesmo que morra
tentando.

Aiden volta para o armazém por aquela porta que ele continua
desaparecendo. Ele caminha até mim, levantando meu queixo.

—Eu não posso esperar até que Liam chegue aqui, então eu posso matá-lo na
sua frente. Será tão divertido destruir a última pessoa que estiver em nosso
caminho. Precisamos conversar um pouco antes que ele chegue aqui. Diga que você
se comportará se eu tirar essa mordaça de você.

Eu aproveito as chamas que estou morrendo de vontade de liberar,


precisando que ele tire essa mordaça. Eu tenho que sair dessas amarras. Ele
lentamente desamarra a mordaça e a tira da minha boca.

— Oi, amor. — Sussurra Aiden.

—Foda-se. — Eu cuspo de volta. Seu sangue de quando eu mordi sua língua


ainda está na minha boca, acumulando saliva. Eu cuspi na cara dele.

Ele limpa lentamente, me sufocando novamente. Ele segura meu pescoço


enquanto alternadamente me dá um tapa e soco no meu rosto e nas laterais. —
Você vai me ouvir, sua puta ingrata. Veja tudo o que fiz por você. Você não vê o
quanto eu te amo. — Cada afirmação é pontuada por um tapa ou soco em algum
lugar do meu corpo. Eu ouço os gritos de Olivia, mas nunca tiro meus olhos de
Aiden, desafiando-o a cada passo. Eu não deixo escapar meus gemidos de dor. Eu
os seguro, de frente para ele. — Eu cuidei de você o tempo todo. Eu sempre estive
com você. Você vai me ouvir.

Eu suspiro em torno de sua mão segurando minha garganta. —Eu farei


qualquer coisa que você quiser se você a deixar ir.

Ele solta sua mão. — Diga isso de novo.

—Eu farei o que você quiser se você a deixar ir.


Aiden me encara, nunca quebrando o contato visual. — Você quer dizer
aquilo. — Não é uma pergunta. Ele vê a sinceridade em meus olhos.

— Eu vou. — Farei qualquer coisa para tirar Olivia daqui, e então lutarei até
a morte pela minha vida pela dele.

Ele suspira. — Infelizmente, não posso deixá-la ir. Prometo que, se você
cumprir sua promessa, não a machucarei. Ela vai sobreviver a isso. Não posso
dizer o mesmo sobre seu irmão, mas ela sobreviverá enquanto você mantiver sua
palavra.

Eu aceno, concordando que Olivia sobreviverá. Não digo que Liam também
sobreviverá. Farei qualquer coisa para garantir que isso aconteça.

—Como? — Eu mordo.

-ah, meu amorzinho curiosa, você sempre foi assim. — Aiden sorri com
orgulho, olhando para as fotos enchendo as paredes de cima a baixo. — Esta é a
minha obra—prima.

Não digo nada e me recuso a olhar as fotos que enfeitam as paredes. Não vou
absorver todos os momentos que ele roubou de mim, me perseguindo.

—Você me deixou, mas meus amigos não. Eles me ajudaram muito enquanto
estive fora. Eu te disse, você é minha, Savannah. Você não deveria ter me
mandado embora. Eu fiz o que tive que fazer para mantê-la. E como você me
retribui?

Ele se aproxima de mim, puxando uma faca do bolso. Ele sacode a lâmina
aberta. A bile sobe no meu estômago — essa cena é muito próxima das memórias
que me assombram. Aiden corta meu vestido completamente na frente. Ele toca a
lâmina na minha garganta, minhas respirações, que não consigo parar, me
pressionam ainda mais na ponta. A primeira gota de sangue derrama. Aiden sorri
quando a faca quebra minha pele.

—Você fica tão bonita quando seu sangue lava sua pele cremosa. — Seus
olhos estão dançando. A sanidade o deixou há anos. Ele é totalmente estúpido. Ele
provavelmente pensou sobre este dia todos os dias durante os últimos anos.

Ele puxa a faca do meu pescoço, usando a ponta como um apontador. Ele
sacode o pulso, movendo a faca para cima e para baixo no meu corpo. — Como você
ousa fazer isso com meu corpo. Seu corpo é meu. Para minha satisfação. Você não
estraga sem o meu consentimento e com certeza não cobre a minha marca

Eu continuo em silêncio olhando para ele, tentando controlar minhas feições


como se estivesse absorvendo tudo isso, ouvindo-o. Compreendendo-o. Eu tenho
que fazer com que ele me solte.

-ao final da noite, cobrirei seu corpo com meu nome e gozarei tantas vezes,
que nunca mais se esquecerá a quem pertence.
A bile mais uma vez sobe na minha garganta. Não consigo impedir que
minhas pernas tentem se fechar. Ele confunde o movimento com outra coisa. — Os
pensamentos daquela noite também te excitam? Isso é o que me manteve na
prisão, pensamentos sobre você naqueles lençóis brancos e nítidos na cabana de
toras. Eu amo quando você aperta suas coxas.

Não o corrijo que estava tentando fechá-las para mantê-lo fora. Se ele acha
que eu o quero, isso funcionará a meu favor. Eu preciso que ele continue, continue
falando, continue confiando.

Eu penso em seus amigos que eu nunca conheci. Eu não gostava deles, então
não queria ficar perto deles. Aiden e eu ficamos principalmente em nossa bolha
naquela época. Eu teria reconhecido seus amigos se os tivesse visto.

-onde nós estávamos? Ai sim. Meus amigos me ajudaram a rastrear você,


entregaram fotos para mim. Foi muito fácil invadir sua casa e instalar
câmeras. Seu pobre Liam não sabia que enquanto ele estava tirando minha
mulher, eu estava em sua casa instalando câmeras. Como ele ousa tentar tirar o
que é meu. Como você se atreve... — Aiden continua andando na minha frente, e
ele acerta a faca na minha direção quando se refere a mim. – Deixar outro homem
ficar com o que é meu. Fiquei desapontado ao descobrir que você se tornou uma
prostituta enquanto eu estava fora. Não importava que fosse apenas com um
homem. Foi o suficiente.

Aiden me olha com nojo. — Eu odeio que outra pessoa tenha tocado em
você. Eu preciso fazer algo para punir você.

Ele esfrega a mão ao longo do queixo, como se estivesse pensando. Ele dá um


passo mais perto de mim, a mão ainda roçando sua mandíbula, a faca pendurada
frouxamente ao seu lado. Ele age tão rapidamente que não antecipo seu próximo
movimento. Ele me apunhalou duas vezes, uma em cada asa da fênix da minha
tatuagem. Eu grito de dor, incapaz de segurar. O sangue jorra de cada corte. Eu
aperto minha mandíbula, implorando a mim mesma para não chorar, mas as
lágrimas ardem em meus olhos com a dor cortando por mim.

—Isso a ajudou a aprender uma lição?

Eu olho para os meus pés, tentando mascarar minhas feições. Eu quero


gritar, mas preciso me libertar dessas amarras. Eu olho para ele, deixando-o ver
as lágrimas, e aceno. Olivia engasga com sua mordaça, sem entender o jogo que
estou jogando. Eu preciso que Aiden seja estúpido o suficiente para cair nas
minhas mentiras novamente.

Eu deixei as lágrimas caírem com mais força. Eu engasgo com a bile que
ameaça subir. — Ninguém nunca me amou como você.

Os olhos de Aiden se iluminam imediatamente, enchendo-se de lágrimas. —


Você está certa sobre isso, amor. Ninguém. Você é minha. Você sempre foi
minha. Eu odeio ter que te lembrar desse jeito. — Ele vira a cabeça para o lado,
contemplando enquanto olha para mim.

—Da última vez que você agiu assim, era mentira.

Eu deixei as lágrimas caírem, não confirmando ou negando. Eu soluço mais


forte, olhando para ele sem piscar. — Você apenas tem que entender, eu estava
com tanto medo, Aiden. Você estava me assustando. Não quero ter medo do
homem que amo.

Ele balança a cabeça. — Se você apenas fizesse o que eu pedi, nada disso
aconteceria.

Eu abaixei minha cabeça. — Você está certo. — Eu sussurro.

Olivia está chorando mais forte, gritando comigo. Eu não olho para ela, eu
não posso. Eu não posso quebrar essa personagem. Eu gostaria que ela
entendesse. Gostaria que ela me conhecesse melhor, para não duvidar de mim. O
sangue ainda está se acumulando no meu estômago, escorrendo pelas minhas
pernas e caindo no chão. Estou começando a me sentir tonta com os efeitos.

—Não me sinto bem. — Digo a Aiden.

— Preciso terminar minha história, meu amor. Eu quero que você perceba
como eu sou brilhante.

Eu aceno lentamente, deixando-o continuar, rezando para que ele me solte


quando acabar.

—Depois que eu vi você naquele primeiro encontro com aquele idiota, eu


esfaqueei seu pneu. Foi um aviso de que ele não deu atenção. No dia seguinte,
conectei câmeras em sua casa para poder observar se você fosse lá. Câmeras
estiveram em sua casa desde antes de minha libertação.

Ele ri para si mesmo. — Eu vi tudo. Foi maravilhoso assistir você, ver vídeos
e fotos suas. Eu sei que cada vez que aquela mão estava entre suas pernas, você
pensava em mim.

Não nego suas suposições grotescas. Eles não são verdadeiras, mas ele não
precisa saber disso.

—Você realmente deveria separar seus documentos importantes. Foi muito


fácil encontrar o número de identificação dos serviços às vítimas. — Ele morde as
duas últimas palavras. Ele ruge, —Você não foi uma vítima. Foi obra sua. Eu
precisava que você ouvisse e confiasse que você é minha. Que eu sou o melhor para
você. — Ele passa as mãos pelos cabelos, uma delas ainda segurando a faca
manchada com meu sangue.

—Lembra do David? Ele pediu a uma de suas companheiras de foda para


ligar, fingindo ser você. Ela mudou as informações de contato em um dígito. Isso
levou ao telefone de David. Aconteceu tão perfeitamente. Ele estava com uma
prostituta quando ligaram e pagou para ela fingir ser você. Eu sabia onde você
estava o tempo todo.

Ele se aproxima de mim, acariciando meu rosto. A esperança explode em meu


peito de que ele acredita em mim. Eu dou a ele um pequeno sorriso. Novamente,
ele se move antes que eu entenda o que está acontecendo. Ele me apunhala no
estômago mais uma vez antes de fechar a mão em volta da minha garganta,
apertando com força.

—Eu sei onde você estava esse tempo todo. Eu sei que você tem treinado para
lutar comigo. Você acha que vai me matar. Você acha que seu plano vai
funcionar. — Eu luto para respirar em torno de seu aperto. Ele se inclina em meu
ouvido. — Você achou que eu cairia nessa pequena atuação de novo? Também
tenho feito planos, meu amor. Estaremos juntos pela eternidade.
CAPÍTULO 47

Liam

ANDAMOS DIRIGINDO PELAS RUAS, procurando sinais de qualquer coisa. Josh


está ficando agitado, gritando e xingando a cada poucos minutos. Eu não o culpo. A
raiva está me queimando vivo por dentro, mas sei que preciso manter minha
cabeça no lugar para encontrá-las.

Fico ligando para Maddox, querendo uma atualização, mas ele não atendeu
o telefone. James está mantendo contato com alguns de seus contatos misteriosos
que supostamente conhecem Austin melhor do que qualquer um de nós. Nenhum
deles viu ou ouviu nada. Eu quero bater meus punhos no painel do SUV de James.

Meu telefone começa a tocar, eu luto para atender. O nome de Maddox está
piscando na tela. —Diga-me que você encontrou?

—Estou indo para lá com reforços. Estamos entrando em silêncio. Não é um


endereço exato. Como detetive da APD, devo dizer que você não pode entrar. Como
amigo, se você chegar lá primeiro, pegue sua namorada e Olivia.

Conto a área a James, e ele vira seu SUV em uma curva em U no meio da
rua. Carros de cada lado tocam buzinas, mas nenhum de nós se importa.

Meus músculos estão tensos, estou pronto para a batalha. James está
correndo pelas ruas laterais, nos levando ao nosso destino o mais rápido
possível. Meu instinto está agitando a cada segundo que Savannah e Olivia têm
que estar lá com ele.

O telefone de James toca em seguida. Ele leva o telefone ao ouvido, mas não
cumprimenta a pessoa na linha. Ele desliga rapidamente com um. — Eu devo a
você.

-meu cara viu alguém aos arredores que nunca viu na vizinhança antes. Ele
está entrando e saindo de um depósito, não muito desconfiado, até a última
vez. Ele saiu coberto de sangue.

Eu não paro o rugido que sai do meu peito. Eu bato minha mão no painel uma
e outra vez, me perguntando de quem é o sangue do maldito bastardo. Vou torturá-
lo por cada gota derramada de Savannah ou Olivia. Josh se acalmou,
provavelmente perdido em sua própria casa de horrores em sua mente.

Cada cenário possível está saltando na minha cabeça. Tento enxugá-los o


mais rápido possível, mas as imagens de Savannah sangrando, esculpidas de
maneira pior do que o que ele fez com ela da primeira vez, continuam surgindo em
minha mente.

Eu mando uma mensagem para Maddox com o endereço do armazém, incapaz


de falar.
CAPÍTULO 48

Savannah

EU ESTOU DOBRADA, FRACA PELA PERDA DE SANGUE. Cada plano voou pela
janela. Meus pensamentos preguiçosos se agarram a qualquer esperança que eu
pudesse ter deixado. Aiden saiu novamente, coberto com meu sangue alguns
minutos atrás. Não sei qual é seu próximo plano, mas rezo para que Olivia
sobreviva.

Eu levanto minha cabeça um pouco quando Aiden volta, e ele puxa uma
pequena cama de solteiro pela porta. Os lençóis brancos e a cabeceira de ferro
branco são muito semelhantes à cama da cabana. Lágrimas escorrem pelo meu
rosto quando eu percebo o que está por vir. Não sei se tenho forças para
revidar. Tento controlar minha respiração, encontrando qualquer grama de força
que me resta.

Aiden caminha até mim, tirando uma pequena chave do bolso. Ele se abaixa,
desbloqueando as algemas em meus tornozelos, em seguida, em meus
pulsos. Tento me levantar, mas caio na cadeira. Não tenho forças em meus
membros e sangue jorra do meu estômago. Aiden me coloca de pé pela garganta,
que eu sei que deve estar coberta de hematomas agora.

Eu o deixei me arrastar para a cama, contando com sua força enquanto


construía a minha. A adrenalina começa a subir por mim. Lembro-me de James
me dizendo todos aqueles anos atrás, que quando a adrenalina começa a bombear
em minhas veias, eu a deixo apodrecer e, em seguida, coloque-a em energia.

Ele me puxa, suportando a maior parte do meu peso. Não me concentro no


fato de que estamos cada vez mais perto da cama e, se isso não funcionar, ele vai
me estuprar novamente. Recuso-me a permitir que esse resultado se torne minha
realidade novamente. Eu me afasto dos gritos de Olivia, focando na energia que
bombeia por mim.

Quando chegamos à cama, ele me solta. Eu ajo como se mal pudesse


permanecer de pé. Ele se curva, prendendo uma braçadeira na cabeceira de
ferro. Eu uso esse momento como minha oportunidade. Eu agarro seu cabelo,
batendo seu rosto na cabeceira de ferro uma e outra vez. Ele me joga de costas e
eu caio no chão. Não sinto mais minhas punhaladas, só sinto o poder me
iluminando por dentro. Não vou desmoronar em cinzas novamente.

Ele se vira para mim com a faca na mão, e eu volto para a mesa onde ele
deixou a câmera e as armas. Ele me alcança antes que eu chegue à mesa. Eu
estava tão perto que se pudesse ter avançado mais alguns metros e estendido a
mão, teria sido capaz de pegar uma arma. Aiden levanta a faca sobre a cabeça,
pronto para mergulhá-la no meu coração. Eu chuto seus pés debaixo dele. Eu me
abaixo para uma posição agachada quando ele cai com força no concreto. A faca
voa de sua mão. Eu luto para pegá-la, sem olhar para trás.

Eu registro um tiro soando no ar antes de sentir a dor em meu ombro. Eu


grito em agonia, rastejando o último pé em direção à faca. Eu a seguro na minha
mão. Aiden está se levantando, vindo em minha direção. Eu luto para ficar em
meus próprios pés, mas eu consigo.

Ele dá um passo bem na minha frente, a arma pendurada frouxamente ao


seu lado. A faca está pendurada frouxa na minha. Estou com nada além do sutiã e
calcinha que coloquei esta manhã. Seus olhos permanecem nos meus e nos dele,
imaginando quem vai agir primeiro.

Eu me abaixo no mesmo momento em que ele dispara a arma na minha


direção novamente. Meus ouvidos estão zumbindo. Eu uso minha postura
agachada e seu choque por ser capaz de me mover rápido o suficiente para derrubá-
lo no chão. Ele cai de costas, a arma dispara antes que ele possa erguê-la na minha
direção novamente, e eu uso toda a minha força para apunhalá-lo no pulso.

A mão de Aiden se abre em torno da arma e eu a golpeio para longe. Ele leva
a mão até minha garganta, apertando ao mesmo tempo que levanto a faca acima
da minha cabeça, mergulhando-a em sua garganta. Ele tira a mão da minha
garganta, ainda olhando para mim. Eu empurro a faca mais fundo. Eu não vejo
seu sangue derramar dele, tentando encontrar qualquer lugar para olhar, exceto
para ele morrendo ou minhas mãos trêmulas e cobertas de sangue. Ele está
fazendo sons gorgolejantes. Eu mergulho a faca mais fundo e minha visão começa
a ficar turva.

Eu caio de lado, fechando os olhos. Eles parecem tão pesados. Estou tentando
mantê-los abertos, para ver se ele ainda está vivo. Eu não sei dizer. Tudo está
desaparecendo, escuridão fluindo de todos os lados. Acima dos gritos de Olivia,
ouço um sopro de respiração. Rezo para que a alma de Aiden tenha deixado seu
corpo, antes que eu sucumba à escuridão.
CAPÍTULO 49

Liam

CHEGAMOS A APENAS ALGUNS QUARTEIRÕES DO ARMAZÉM. Eu examino a área,


mas não vejo nenhum outro carro. Devemos ter derrotado Maddox e seu
apoio. James está correndo pela estrada, tentando nos levar ao armazém certo. O
único som no carro é a nossa respiração irregular quando nos aproximamos do
armazém. Esse som para quando um tiro é disparado. O SUV desacelera por uma
fração de segundo antes que James pise no pedal ainda mais forte. Outro tiro ecoa
quando paramos na rua.

Estamos examinando os números dos prédios, procurando o certo. O som está


ecoando no metal, tornando difícil determinar a localização exata. Eu salto para
fora do carro quando James bate nos freios. Cada um de nós traz uma arma na
frente de nós antes de estourar uma porta. Eu ainda não respirei desde que ouvi o
primeiro tiro soar.

Eu vejo duas cadeiras no meio. Olivia está em uma delas. Josh me empurra
para fora do caminho, correndo em direção a ela. A outra cadeira está vazia, mas
há poças de sangue ao redor. Tenho vontade de vomitar, pensando que é o sangue
de Savannah. Eu estou enraizado, examinando o resto do armazém, procurando
por Savannah e Aiden. Vejo a cama puxada para o canto de um quarto com uma
algema pendurada na cabeceira de ferro. Há sangue cobrindo o metal branco. Meu
interior aperta ainda mais, meu coração disparado. É uma piada cruel que eu não
vejo Savannah pessoalmente, mas seu rosto está me envolvendo em todas as
paredes do lugar.

— Pronto. — Grita Olivia. —Na mesa ali.

Olivia está chorando enquanto Josh tenta desfazer suas restrições. Hudson
está limpando a área enquanto James e eu corremos para a mesa, e quando
contornamos ela, vejo as poças de sangue. É quando eu vejo Savannah. Eu corro
em direção a ela.

—Savannah. — Eu digo quando eu a alcanço, procurando seu pescoço por um


pulso. —Baby, acorde.

Eu rugi. — Chame uma ambulância!

-o filho da puta está morto. Savannah o matou. —James disse baixinho atrás
de mim. Eu nem pensei em ter certeza de que ele estava morto. Eu quero trazê-lo
de volta e mata-lo mas, neste momento, não farei nada além de garantir que
Savannah esteja viva. Eu finalmente sinto a pulsação em seu pescoço; é fraca, mas
existe.

Eu arranco minha camisa, pressionando-a contra seu estômago. James dá a


volta pelo outro lado dela, fazendo o mesmo com o ombro dela. Não sei quantos
ferimentos ela tem, mas ela está coberta de sangue. Tem até sangue seco em volta
da boca.

—Baby, por favor, acorde. — Eu imploro a ela.

—Maddox e a ambulância estarão aqui em noventa segundos. — Hudson diz


acima de nós. Mais duas sombras se aproximam.

Eu finalmente desviei meus olhos de Savannah para olhar para minha irmã.

—Estou bem. — Ela sussurra. —Savannah me salvou.

Eu aceno, voltando meus olhos para a minha garota. A mulher que amo,
aquela que fui muito estúpido para contar. Eu sei que ela não pode me ouvir, mas
eu digo a ela, de qualquer maneira. — Eu te amo, amor. Eu te amo muito. Foda-
se, Savannah. Acorde.

Ouço botas batendo no chão. Eu não olho para a chegada de Maddox. Ele
entrou em silêncio, como ele disse.

Eu quero lutar quando os paramédicos tiram Savannah de mim, mas eu sei


que ela precisa deles se ela vai sobreviver. Ela não pode.. — Eu paro esse
pensamento antes que passe pela minha cabeça. Ela vai sobreviver. Eu tenho
planos para nós.
CAPÍTULO 50

Savannah

MEUS OLHOS ESTÃO TÃO PESADOS QUE NÃO CONSIGO ABRI-LOS, mas ouço ruídos
ao meu redor. Monitores de bipe. Fungando silenciosamente. Voz feminina suave.

Essa é a minha mãe? Minha mãe e meu pai estão aqui?

O que está acontecendo? Por que estou tão cansada?

Tudo dói.

Por que não consigo abrir meus olhos?

Eu quero sorrir quando sinto lábios pressionados contra a minha palma com
o murmúrio silencioso de Liam. —Por favor, acorde, baby.

Quero dizer a ele que estou tentando, mas sou sugada pela escuridão
novamente.
CAPÍTULO 51

Liam

—JÁ SE PASSARAM TRÊS DIAS, Doutor Monroe. Por que ela não está
acordando. — Eu exijo.

O pai de Savannah está segurando sua mãe enquanto ela chora


baixinho. Estou segurando uma das mãos de Savannah, enquanto sua mãe agarra
a outra. Eu não pensei que encontraria os pais de Savannah, Daniel e Ashley,
desta forma. Não achei que minhas palavras para o pai dela fossem. — Vou me
casar com sua filha quando ela acordar.

Mas, aqui estamos. Encolhida ao redor da cama de Savannah, onde ela está
em coma há três dias. Eu conheci seus pais por meio de sussurros silenciosos
naquela época. Oramos juntos para que Savannah acordasse. Nenhum de nós saiu
de sua cabeceira, exceto para usar o banheiro.

James está de pé ou sentado no canto desde esta manhã. Ele entrou


silenciosamente e ocupou seu lugar no canto. Ele estava desaparecido nos últimos
dias. Ele não tirou os olhos de Savannah e ficou em silêncio.

Minha família e os amigos de Savannah vêm sempre que têm permissão para
fazer vigília conosco.

Olivia chora baixinho em um canto toda vez que ela entra na sala. Ela
implora para Savannah acordar, desculpando-se por Savannah ter escolhido salvá-
la. Josh a segura em seus braços. Digo a Olivia toda vez que não vou permitir que
nada, exceto Savannah, acorde. Nada mais é aceitável.

Minha família fornece comida para nós quatro, mas nenhum de nós pode
comer. Não posso comer até ver os olhos esmeralda de Savannah brilhando para
mim.

-o corpo dela está se curando. Suas ondas cerebrais são boas, mas seu corpo
precisa se curar. Ela vai acordar quando estiver pronta. —Dr. Monroe
pacientemente repete o que ele tem nos ditos por dias.

Ele sai da sala sem dizer mais nada. Ele nos disse a mesma coisa várias vezes,
mas exijo saber todos os dias. Cada dia que passa, fico mais preocupado.

Dois dias depois, estou implorando a Savannah para acordar. — Vamos,


linda. Você tem que acordar. Vou mandar Hudson construir uma casa nova para
nós. Podemos enchê-lo com cachorros e bebês.
Eu pressiono um beijo em sua palma, descansando minha cabeça na lateral
da cama.

—Bebês? — Eu ouço murmurado baixinho. Ashley e eu pulamos, pairando


sobre ela. – Savannah. — Nós dois sussurramos.

Os olhos de Savannah abrem lentamente, pousando nos meus. —Liam. —


Ela diz, com lágrimas nos olhos.

Eu coloco um beijo leve em seus lábios. —Você está bem. Você está bem. —
Eu murmuro repetidamente.

Savannah desvia o olhar de mim para sua mãe. Suas sobrancelhas franzem
em confusão. —Mãe?

—Sim, bebê, papai e eu estamos aqui. Nós estivemos aqui, baby.

-o que aconteceu?

Eu congelo, não preparado para que ela não se lembre do que aconteceu.

—Não foi um sonho, foi?

Eu corro minha mão sobre sua cabeça, beijando sua testa. — Sinto muito,
querida, não foi, mas acabou agora.

Lágrimas enchem seus olhos. -acabou?

—Sim. Você acabou. — Digo a ela.

O pai de Savannah dá um passo à frente. Ela chora com seus pais, feliz por
ter saído de seu pesadelo. Chamo o médico, esperando que ele venha examiná-
la. Savannah diz que está com dor e com sede. Sua voz está crua.

—Vamos avisar a todos que você está acordada. — Diz Ashley depois que os
médicos saem da sala.

James se aproxima dela quando eles saem da sala. Ele se inclina, beijando
sua bochecha e sussurrando em seu ouvido. —Muito orgulhoso de você, garota.

Lágrimas escorrem pelos cantos de seus olhos novamente enquanto eles se


olham. — Obrigado, torta.

Todos nós olhamos quando a porta da sala se abre. Maddox intervém. -ouvi
dizer que você estava acordada. — Ele sorri suavemente para Savannah. — Vim
falar com Liam e seus pais sobre o que descobrimos até agora, mas voltarei depois
que você tiver descansado mais.

—Não. — Savannah diz. —Por favor, preciso saber tudo. Ele... Aiden disse
que tinha amigos me observando.
Maddox concorda. — Ele tinha computadores no armazém. Encontramos
evidências de que dois amigos de fora o ajudaram enquanto ele estava na
prisão. Também encontramos as câmeras em ambas as suas casas.

Savannah começa a chorar baixinho. — Você os encontrou?

Maddox suspira, olhando para o chão antes de encontrar seus olhos


novamente. — Eles desapareceram.

Meu olhar dispara para James. Ele não encontra meu olhar, apenas continua
a assistir a troca entre Savannah e Maddox até que ele sai da sala.

James pressiona outro beijo na testa de Savannah. — Conversamos depois.

Eu o sigo no corredor depois de prometer a Savannah que voltaria logo. —


Você não estava aqui por quase três dias.

James me encara sem dizer uma palavra. Hesito, olhando ao redor antes de
perguntar baixinho. — Os amigos serão um problema?

— Não. Eles nunca vão incomodá-la novamente.

Eu mergulho no que ele está confirmando. — Obrigado.

Ele dá um pequeno aceno de cabeça. — Volte para sua garota.


CAPÍTULO 52

Savannah

— EU ESTOU BEM, LIAM. Eu posso me vestir sozinha. — Eu murmuro.

— O médico disse para pegar leve.

— Vestir calças de ioga dificilmente é uma atividade extenuante.

Liam não escuta, insistindo em me ajudar, de qualquer maneira. Ele está


ajoelhado. Eu fico olhando para ele maravilhada. Meu pai me disse as primeiras
palavras de Liam para ele quando Liam saiu da sala um dia. Liam não disse
nada. Estou morrendo de vontade de dizer a ele que o amo. Também não mencionei
novamente que o ouvi falando sobre construir casas e enchê-las de cachorrinhos e
bebês.

Estamos indo para a mesma casa, tecnicamente morando juntos. Liam


encontrou um novo lugar para nós. James e Hudson, com a ajuda de Maddox,
invadiram as duas casas, encontrando as câmeras escondidas atrás dos móveis e
nas paredes. Nenhum de nós quer voltar a esses lugares. Liam colocou sua casa à
venda, e Harper e eu cancelamos nosso aluguel, mesmo aceitando a multa.

Liam alugou uma casa para nós, convidando Harper para morar conosco até
que estejamos todos resolvidos. Provavelmente vai demorar um pouco antes que
Harper e eu encontremos um novo lugar. Perdi meu emprego porque não apareci
no dia em que fui sequestrada. Aparentemente, a Bruxa não acha essa desculpa
adequada. Estou com medo de não ter uma renda entrando, mas estou cansada de
viver em silêncio. Estou pronta para começar meu negócio assim que estiver
curada.

Liam olha para mim com o joelho dobrado. Ele disse ao meu pai que quer se
casar comigo. Não sendo capaz de segurar por mais tempo, eu deixo escapar. —
Você disse ao meu pai que ia se casar comigo.

Ele sorri seu sorriso característico — Eu fiz.

— Então por que?

— Porque o que? — Ele pergunta, os lábios se contraindo. Ele sabe o que eu


quero.

— Por que você não disse isso?


Ele se levanta, se inclinando para mim, me beijando profundamente. Sua
língua se enreda na minha. Ele se solta, segurando meu rosto. — Linda, eu te
amo. Eu queria fazer isso especial, pois demorou muito, mas fui estúpido de
novo. Eu deveria ter te contado antes de tudo isso. Eu deveria ter te contado no
momento em que você acordou. A única coisa especial que preciso é você. Eu te
amo pra caralho.

Lágrimas caem pelo meu rosto. Eu envolvo meus braços em volta do seu
pescoço, trazendo sua boca de volta para a minha. — Eu também te amo. Eu te
amo muito.

Liam suspira. — Você não tem ideia do quanto eu precisava ouvir isso de
você. Nunca fique sabendo que você é boa demais para mim.

Nós nos beijamos novamente. Lágrimas escorrem pelo meu rosto. Ele se
afasta de mim, descansando sua testa contra a minha.

— Linda, estou muito orgulhoso de você. Estou maravilhado com você. Vou
adorar você pelo resto de nossas vidas.

— Esta é a sua proposta? — Eu pergunto.

— Nenhum bebê. Não é.

— Você quer construir uma casa e enchê-la com cachorrinhos e bebês?

— Eu quero tudo com você, linda.

Liam me carrega para dentro de casa, recusando-se a me deixar subir os


degraus do nosso novo apartamento. Eu grito quando nossas famílias e amigos
gritam bem-vindos ao lar quando entramos. Todos que amo e me importo estão em
uma sala. Não posso evitar as lágrimas felizes que caem. Eu me levantei das
cinzas, voando para uma vida nova e incrível.
EPÍLOGO

Savannah

Seis meses depois

— PARA ONDE VOCÊ ESTÁ ME LEVANDO? — Eu pergunto a Liam.

Liam me acordou cedo esta manhã, insistindo para que eu saísse da


cama. Uma vez que eu estava vestida, ele colocou uma venda em volta dos meus
olhos.

— Não estou dizendo. É uma surpresa.

Eu sorrio, esperando que seja uma proposta. Tenho esperado pacientemente


que Liam me peça em casamento. Ok, então não estou exatamente esperando
pacientemente. Cada vez que ele me levava para algum lugar, eu perguntava. —
Isso vai acontecer agora?

Ele sorria, me dizendo. — Você apenas terá que ver.

Parei de perguntar há um mês, me perguntando se meu questionamento


constante era o que o estava impedindo de propor. Ainda estamos morando em
uma casa alugada, sem saber para onde queremos ir em seguida.

Harper se mudou há dois meses, encontrando um condomínio bonito no


quarteirão de sua loja. Nós duas choramos quando ela saiu. Ela ainda traz assados
para todas as noites das garotas.

Mais ou menos na mesma época que Harper se mudou, meus pais se


mudaram para Austin, ambos declarando que estavam cansados de viver horas
longe de mim e estavam prontos para uma nova aventura. Tem sido maravilhoso
tê-los tão perto. Minha mãe tem ajudado Katie e Olivia com seus negócios desde
que Olivia foi colocada no repouso absoluto. O bebê deve nascer a qualquer
momento. Adoro vê-la tão grávida, com a barriga tão cheia. Olivia e eu
compartilhamos um vínculo inquebrável agora. Eu a trouxe para todas as noites
das garotas e, desde que ela começou a dormir, as noites das nossas garotas agora
são passadas no quarto dela e de Josh. O pobre Tanner ainda não sabe, mas vai
ter uma irmãzinha.

Liam me ajudou a abrir minha butique de marketing, Phoenix, um mês


depois que recebi alta do hospital. Harper insistiu que sua loja fosse meu primeiro
contrato. Eu lentamente construí meu negócio. Tenho trabalhado fora de casa,
mas com minha lista de clientes crescente, é hora de começar a procurar um
espaço. Natasha prometeu se juntar a mim quando eu puder pagar a ela um
salário.

O Jeep de Liam diminui a velocidade até parar. — Espere, linda.

Eu o ouço sair e fechar a porta. Ele abre minha porta, ajudando-me a ficar de
pé.

Ele me guia até uma determinada posição e depois vem atrás de mim. Ele
beija meu ombro. — Eu te amo, Savannah. Você me surpreende todos os
dias. Tenho muita sorte de ter você.

Meu coração começa a acelerar, preparando-se para o momento que acho que
está chegando.

— Eu também te amo. — Digo a ele. Minha voz soa vacilante. Eu engulo,


tentando conter as lágrimas picando meus olhos.

— Estou animado para ver você expandir seus negócios.

Fazer meu negócio crescer? Não é onde eu vi uma proposta indo.

Liam tira minha venda e sussurra. — Surpresa.

Quando meus olhos se adaptam ao sol, vejo uma pequena construção com um
toldo preto. Meu logotipo da Phoenix brilha contra o fundo preto. Eu suspiro,
minha mão subindo para cobrir minha boca. Eu viro minha cabeça para olhar para
Liam, mas ele caiu de joelhos.

— O—q-o quê?

Ele sorri seu sorriso sexy. — Você está perguntando há tanto tempo se este é
o momento. É finalmente o momento, e você não sabe o que está acontecendo.

Liam agarra minha mão, levando-a à boca para beijar. — Savannah, você é
meu mundo. Eu vi e amei cada faceta de você. Você é minha forte princesa
guerreira. Eu sou grato por você me deixar estar ao seu lado enquanto você luta
pelo seu caminho pela vida. Eu não estou desistindo de você por nada. Sua chance
de perceber que você merece algo muito mais do que eu se foi. — Ele ri e as
lágrimas escorrem pelo meu rosto. — Vou passar cada momento de nossas vidas
adorando você e sendo o que você precisa. Não estou pedindo que você se case
comigo. Estou te dizendo, você vai.

— Bárbaro. — Eu sussurro. — Eu te amo.

— Para sempre, linda. Eu irei te amar para sempre. — Liam desliza um anel
vintage deslumbrante no meu dedo. O diamante redondo está piscando para mim,
a faixa é de diamantes que cria ovais em um padrão. Eu suspiro quando olho para
ele. Eu envolvo meus braços em volta do seu pescoço, beijando-o
apaixonadamente. Nossas línguas se chocam.

— Eu não posso esperar para foder minha noiva. — Ele sussurra.

— Bárbaro. — Eu digo novamente, em minha voz mais amorosa.

O telefone de Liam toca em seu bolso, mas ele o ignora, se levantando, me


apoiando contra a porta do meu novo prédio de escritórios. Minhas pernas
envolvem sua cintura, e eu não me importo se estamos fora no meio do dia.

Quando o telefone dele para de tocar, o meu começa a tocar.

Eu quebro nosso beijo. — Provavelmente deveríamos responder. — No


momento em que me liberto de Liam e pego meu telefone na bolsa, o toque parou
e o de Liam começou novamente.

Ele atende no primeiro toque. — Olá? — Seus olhos se fixam nos meus. Ele
agarra minha mão, me puxando para o Jeep. Quando ele desliga, ele me diz. —
Livie está tendo o bebê!

— Oh meu Deus! Vamos lá. — Nós dois entramos no Jeep e corremos para o
hospital.

Depois de horas de espera, Josh aparece radiante de orgulho, nos dizendo


para virmos encontrar sua filha.

Eu entro na sala, indo direto para Olivia. Liam está ao meu lado, envolvendo
um braço em volta de mim. Olivia ajusta seu aperto, mostrando-nos sua linda
filha. Lágrimas correm para meus olhos, vendo seu rosto doce.

Josh dá a volta na cama, colocando um braço em volta de Olivia. Eles olham


um para o outro e depois para nós. — Queremos que vocês sejam padrinhos. —
Diz Olivia. — Para nossa doce pequena Grace Savannah.

Eu suspiro, as lágrimas derramando mais rápido.

A mão de Josh cobre a minha. — Nunca seremos capazes de agradecer o


suficiente por salvar Olivia.

Eu balancei minha cabeça.

Olivia me diz. — Pare. E segure sua afilhada

Ainda estou chorando enquanto a tiro dos braços de Olivia. Liam olha para
sua sobrinha, seus olhos brilhando intensamente.

Olivia engasga. — O que é isso na sua mão?

Liam diz. — Disse a ela que ela se casaria comigo.


Josh ri. — Você quer dizer perguntou?

— Não, eu disse a ela que ela vai. Sorte que ela gosta de mim assim.

Eu sorrio e me encosto nele. Liam me segura com força contra ele, passando
um dedo pela bochecha de Grace.

Liam sussurra em meu ouvido. — Gosto de ver você com um bebê.

Eu olho para ele, dando-lhe um beijo ardente. — Eu te amo, Liam.

— Também te amo, linda.

O fim

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