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RESCUED BY LOVE
LIVRO 5

© 2020 Kali Hart


Semana Valentine’s

Staff
Disponibilização - WAS
Tradução e Revisão Inicial - WAS
Revisão Final - BOOKAHOLIC
Leitura Final - SUNSHINE
Formatação - WAS

Fevereiro 2021
SINOPSE
Lainey

Atualmente, estou atolada com pedidos de bolos personalizados.


Não tenho tempo para namorar ou me envolver com alguém.
Certamente não tenho tempo para ficar presa em um elevador enquanto faço uma
entrega.
Mas o homem com quem estou subindo no elevador
me faz repensar minhas prioridades.
Ele é extremamente sexy, irresistível e me
olha como se eu fosse a sobremesa.
Eu poderia me apaixonar por ele, se apenas
me permitisse.

Mitch

Eu nunca pego o elevador.


Mas quando vejo a bela curvilínea parada lá
dentro, abandono as escadas e entro.
Que sorte a minha de ficarmos presos.
Ela não tem ideia de quem eu sou, e tenho que admitir, é revigorante conhecer uma
mulher que não está atrás do meu dinheiro.
Quanto mais tempo estamos presos, mais difícil é resistir a ela.
E para ser honesto, não quero. Eu quero torná-la minha.

Rescued by Love é uma série de romance doce e fumegante com cinco irmãs donas de uma
confeitaria que encontram seus Felizes Para Sempre com homens robustos e protetores que
secretamente têm corações de ouro.
Capítulo Um
Lainey

— Lainey? — Minha irmã Hannah liga de seu escritório.

Engulo um grunhido, mantendo meu olhar focado no fondant


cuidadosamente moldado. Estou dando os toques finais no meu último
pedido de bolo especial e minhas irmãs sabem que não devem me
interromper neste estágio. Deve ser importante, ou Hannah não arriscaria
minha ira. Ainda. — Só um segundo.

— Tenho más notícias.

Minhas mãos congelaram, pairando sobre a obra-prima em forma de


carro clássico para a celebração do Anderson Auto. Meu primeiro receio é
que minha melhor amiga Celia esteja cancelando sua rara visita. Eu não a
vejo desde que abrimos Sprinkles on Top quase cinco anos atrás. — O que é
isso?

— Mark. Ele está com gripe.

Mark é nosso motorista de entrega. Ele é confiável, flexível e nunca


ligou para dizer que está doente. Desde que o contratamos, alguns anos
atrás, não tive que entregar um único bolo. — Você está brincando.
Hannah mantém o telefone longe do ouvido, uma expressão de nojo
no rosto. — Não, tenho certeza que ele está dizendo a verdade. Quer falar
com ele?

Eu balanço minha cabeça, já calculando os minutos perdidos que


esta entrega vai me custar se eu não conseguir convencer uma das minhas
irmãs a assumir a tarefa. O único ponto positivo é que limpei minha agenda
parao resto do fim de semana para mostrar a casa a Celia. — Diga a ele que
desejos suas melhoras.

Ignorando o coro constante de vozes, bipes de fornos e panelas


barulhentas que me cercam, eu me concentro no bolo. Preciso
terminar. Agora.

Pegando meu saco de confeitar meio cheio, folheio a variedade de


minúsculas partes de fondant ainda esperando para serem
adicionadas. Restam apenas a grade decorativa dianteira e a placa
personalizada. Decorar bolos é um trabalho de amor. Eu escapei para
projetá-los do jeito que algumas pessoas escapam dos livros.

— Uau, isso está deslumbrante! — Eliza diz de passagem, sem dúvida


a caminho do depósito para mais granulados.

— Acha que vai ser elegante o suficiente? — Não importa quantos


bolos eu faça, ou quantos elogios eles recebam, fico nervosa cada vez que
um bolo sai da confeitaria. Hoje, essa ansiedade se justifica.
Os Andersons são a família mais rica da cidade. Um grande império
corporativo que parece deslocado entre a atmosfera amigável de
uma pequena cidade. Ame-os ou odeie-os, eles têm muita
influência. Recusar o pedido significaria uma má reputação para a Sprinkles
on Top - esse é o poder que eles têm sobre todas as pequenas empresas da
cidade. Eu nunca tomaria uma decisão que prejudicasse a confeitaria que
minhas irmãs e eu trabalhamos tanto para construir.

Então, coloquei meu orgulho de lado e trabalhei pra caramba para


criar um bolo que se encaixasse em sua reputação - elegante, brilhante e
meticuloso. Afastando-me agora, procuro por imperfeições. Não vou
permitir nenhuma.

Eliza toca meu braço. — Se eles reclamarem daquele bolo, todos e


cada um deles terão que examinar a cabeça.

— Não acho que você quer ter a sorte de entregá-lo hoje à noite?

— Desculpe, não posso. Amelia tem um concerto na escola.

Conforme o dia passa, descubro que acontece o mesmo com o resto


das minhas irmãs. Todo mundo tem outro lugar para estar ou outro
compromisso. Sou a única que tem entrega hoje.

Termino meu dia na confeitaria e relutantemente carrego o bolo


para fazer a solicitação de entrega imediata às 18h.

— Não tenho tempo para isso, — murmuro, parando em uma vaga


reservada para hóspedes perto da porta da frente. Claro, pode ser apenas o
medo de entrar neste edifício gigante. Minhas irmãs e eu nunca tivemos
muito dinheiro enquanto crescíamos. Nossa família se dava bem, mas fomos
ensinadas a ser felizes com as coisas mais simples.

Empurrando o carrinho para o prédio mais alto da cidade -


brincamos que o escritório corporativo da Anderson Auto é nosso
mini arranha-céu - respiro fundo. Entrar e sair. Dez minutos no máximo. Este
edifício é um evidente ostentação do império Anderson. Tudo nele é
exagerado, desde o piso de mármore até o enorme lustre pendurado em um
teto alto e louco.

Apenas acabe com isso.

Entregar este bolo para a celebração da festa do escritório é a última


coisa a ser acrescentada à minha lista completa hoje. Pelo menos depois que
isso for feito, posso ir para casa e me preparar para a chegada de
Celia. Minhas irmãs foram avisadas de que não terão notícias minhas antes
de segunda de manhã. Haverá muito vinho, sobremesa e risos neste fim de
semana. E talvez um pouco mais de sobremesa.

Empurro o carrinho pelas portas de vidro deslizantes, tecendo meu


caminho através da vasta área cheia de cadeiras de couro, e sigo em direção
ao elevador. O saguão está deserto, como me disseram que estaria. Todos
estão no último andar, esperando para comemorar algum marco importante
para a gigante automobilística.
Enquanto espero o elevador descer para o primeiro andar, vejo
alguém entrando no prédio. Apresse-se, elevador! Não estou com vontade
de conversar com um estranho durante todo o caminho até à festa.

O elevador apita e eu coloco meu carrinho para dentro. Solto um


suspiro de alívio quando as portas começam a fechar. Não é que eu seja
anti-social. Acabei de ficar sem paciência para esta semana e estou ansiosa
para começar meu fim de semana.

O próprio pensamento me faz sorrir como uma idiota. Não me


lembro da última vez que tive um fim de semana de folga. A palavra perdeu
sua qualidade brilhante.

— Espere! — Uma mão se estende entre as portas quase fechadas,


me fazendo gritar. — Se importa se eu pegar uma carona? — O timbre
profundo de sua voz chega aos meus ouvidos antes que eu tenha um
vislumbre. O terno e a gravata que espero ver estão faltando. De jeans, uma
camisa quadriculado de botão, barba e desalinhado, este homem alto, de
ombros largos, olha perdido.

— Qual o andar? — Limpo minha garganta, esperando me livrar da


gagueira nervosa que não deveria.

— Décimo.

— Você vai para a festa? — As palavras saem antes que eu possa


controlá-las. Elas parecem rudes e críticas. Nunca quis parecer assim, mas
minhas irmãs me mantêm atrás por um motivo. Raramente digo mais do
que três palavras a qualquer cliente que não peça um de meus bolos.

— Vou, infelizmente. — O homem se inclina para mais perto,


estendendo a mão. — Sou Mitch.

Fico olhando para sua mão por alguns segundos e o julgo mais uma
vez. Muito duro para um lugar como este. — Lainey, — eu digo, levantando
minha mão em direção à dele. Quando nossos dedos se tocam, meu pulso
triplica. Seu toque é quente e... perigoso. Sim, muito perigoso. Quanto mais
cedo a viagem de elevador acabar, melhor.
Capítulo Dois
Mitch

Estive temendo esse evento a semana toda, mas mamãe teria me


matado se eu perdesse. Como herdeiro do Império Anderson Auto, ela me
lembra apenas a cada dois dias que meu estilo de vida atual é apenas uma
suspensão da execução. Meus pais me permitindo trabalhar em uma
garagem em vez de no escritório corporativo é um favor. Nada mais.

Pelo menos tenho uma linda mulher para me fazer companhia por
alguns minutos antes de ser inundado por lembretes de que o tempo está
passando. Logo, terei que trocar as roupas manchadas de graxa por um
terno e uma gravata. — O que você está escondendo aí, Lainey? — Eu
pergunto com um aceno de cabeça para a tampa de aço inoxidável
protegendo um tesouro no carrinho.

— Bolo. — Ela limpa a garganta novamente, olhando para mim e


depois para longe. — Para a festa.

— Sprinkles on Top? — Eu pergunto, tentando localizar por que eu


nunca a vi na confeitaria antes. Pego uma dúzia de donuts ou biscoitos para
os caras da garagem pelo menos uma vez por semana. Eu teria me lembrado
daquele cabelo loiro macio ou de seus olhos, da cor de chocolate derretido.

— Sim.
Eu olho acima da porta, observando a luz se mover de um número
para outro. Do quatro para o cinco. — Você é a lendária mestre de bolos, —
eu digo,lembrando-me da esposa de um amigo se gabando sobre o bolo de
aniversário de seu filho recentemente.

— Eu não sei sobre lendária.

O elevador balança e sacode.

Lainey se lança para o carrinho, firmando-o com as duas mãos.

Eu seguro Lainey. Meus braços a envolvem protetoramente, minha


cabeça encostada na dela. É isso ou ela vai bater com força no carrinho. O
cheiro de jasmim invade meus sentidos quando o elevador finalmente
para. A luz principal apaga-se e um holofote toma o seu lugar.

— O que aconteceu? — Ela está tremendo em meus braços, os nós


dos dedos brancos por causa do aperto mortal no carrinho.

— O elevador está preso, — eu digo com uma meia risada. — Isso


pode ser minha culpa, — acrescento, lentamente liberando meu domínio
sobre ela. A ausência de seu calor me faz sentir vazio. Enfio minhas mãos
nos bolsos da frente da minha calça jeans para não estender a mão para ela
novamente e me inclino contra a parede enquanto meus olhos se ajustam
ao tom vermelho.

— Sua culpa? — Lainey se recosta na parede oposta a mim,


agarrando-se ao corrimão. Eu sou incapaz de desviar o olhar da subida e
descida profunda de seus seios provocada por sua respiração pesada. —
Explique.

— Eu realmente não quero ir a essa festa, — eu admito. — Acho que


o universo conspirou a meu favor. — Eu não adiciono o bônus de estar preso
no elevador com uma deusa curvilínea que faz meu pulso acelerar. Estou em
um hiato de namoro há vários meses, mas talvez seja hora de suspender
essas restrições.

— Você não poderia ter subido as escadas?

— Você já ouviu falar de escadas travando?

Finalmente, sua expressão tensa diminui, seu sorriso quebrando em


meio ao brilho vermelho. — Devemos apenas esperar isso, ou o quê?

Nunca estive preso em um elevador antes, mas vi filmes. Eu sei que


não devemos pular para cima e para baixo para fazê-lo se mover. Preso
entre o sétimo e o oitavo andar, aquela queda não seria agradável. Procuro
no painel um botão de chamada e, em vez disso, encontro um painel
fechado com um telefone de emergência.

Sinto os olhos de Lainey em mim durante minha breve conversa com


a empresa de segurança. — Temos que esperar um pouco, — digo a ela,
desligando o telefone. — Alguém cortou um cabo de energia no chão. O
lado leste da cidade está sem energia.

— O quê? — Ela empurra a parede. O pânico em seus olhos


arregalados é inesperado.
— Você tem algum lugar…

— Não podemos ficar presos, — diz Lainey, balançando a cabeça. Ela


começa a andar em seu canto apertado. — Não podemos ficar presos. — Ela
olha para mim. — Ligue novamente. Você deve conhecer um dos
Andersons. Certamente um deles pode consertar isso em dois minutos.

Ela não me reconhece. Bom.

Dou uma risada leve, na esperança de aliviar suas preocupações. Não


funciona. — Eles vão consertar a energia em breve, — eu asseguro, embora
saiba que pode ser um exagero esperar por isso em uma noite de sexta-
feira. Não tenho dúvidas de que mamãe já fez sua própria ligação. Ela não
liga para suas ocasiões especiais serem interrompidas. — Nós apenas temos
que esperar.

— Não. Eu não posso ficar presa. Você não entende. Eu preciso sair.
— Lainey aperta o botão para abrir a porta. — Abra. Vamos, abra!

Embora meu conhecimento sobre segurança em elevadores seja


limitado, tenho quase certeza de que a coisa mais importante a fazer se
estiver preso é manter a calma. Lainey parece à beira de um ataque de
pânico. Um pinball se pôs em movimento, incapaz de parar de quicar por
todo o elevador.

Eu faço a única coisa que posso pensar para acalmá-la.

Pisando em seu caminho, ela colide com meu peito. Eu rapidamente


seguro suas bochechas e a beijo com força na boca.
Capítulo Três
Lainey

Estou muito chocada com o beijo para reagir no início, mas em


segundos meu corpo traidor responde. Eu derreto nos braços de Mitch
enquanto meus lábios se movem contra os dele. Sua barba faz cócegas na
minha bochecha. Ele cheira a sândalo e trabalho duro. Ele parece calor e
proteção. O pânico que ameaçava me desfazer se dissipa, substituído por
um novo.

Estou beijando um estranho.

O lado racional do meu cérebro entra em ação. Empurro o peito de


Mitch e volto para o meu canto. — Para o que foi aquilo? — As palavras
saem como um latido estrangulado. Meus nervos estão muito inflamados
com a sensação do que acabou de acontecer.

— Você precisava se acalmar.

— Então você me beijou? — A pior parte é que quero beijá-lo de


novo. Já faz tanto tempo que um homem não me toca de uma forma íntima,
e nunca um único beijo me acordou assim. Eu culpo o período de
seca. Todas as minhas irmãs estão casadas e com famílias. Elas vêm me
avisando que serei a próxima. Mas o amor nunca me fez nenhum favor no
passado.
Fiz de tudo para me manter ocupada e evitá-lo.

No entanto, agora que estou presa em um elevador com um


estranho, tenho uma ideia peculiar para tentar.

— Eu não tinha muitas opções, — diz Mitch, seu sorriso muito


evidente no brilho vermelho. Isso o faz parecer ainda mais sexy. — Você tem
um encontro quente que vai perder? — ele pergunta.

Eu soltei uma risada sim certo. — Minha melhor amiga está vindo
para a cidade. Não a vejo há anos. — Talvez fosse divertido ver se ele estava
com ciúme, mas nunca fui o tipo de pessoa que brinca.

— Ela, —Mitch repete a palavra, acenando com a cabeça em


compreensão. — Talvez você devesse deixá-la saber que está... presa.

Estou menos chateada com o beijo a cada segundo. Não consigo


imaginar quais seriam as outras alternativas para me fazer parar de entrar
em pânico, mas nenhuma das ideias que conjuro é agradável. — Boa ideia.
— Pego meu telefone na bolsa, não me surpreendendo com a mensagem de
texto anunciando que ela está a uma hora de distância. Não tem vinte
minutos.

— Tudo certo? — Mitch pergunta.

— Sim. — Eu digito uma mensagem, deixando Celia saber que posso


não estar em casa quando ela chegar e desistindo do esconderijo da chave
reserva. Menciono problemas com o elevador, mas não o gostoso que está
preso comigo. Se ele e eu pudermos apenas manter isso entre nós... bem,
tanto melhor. — Ela ainda está a caminho, — acrescento, embora não tenha
certeza do porquê. Duvido que Mitch se importe.

— Há quanto tempo vocês são amigas?

Certa de que Mitch está apenas tentando passar o tempo, decido


que ser honesta com um estranho não é tão ruim neste caso. — Desde o
primeiro ano da faculdade. Nós duas decidimos sair para começar a escola
de culinária juntas.

— Então, você pode cozinhar e assar.

Eu dou de ombros levemente. — Quando quero. — Minhas pernas


estão cansadas de ficar em pé, mas tenho medo de sentar.

Mitch me pega olhando para o chão. — Vá devagar. Eu acho que está


tudo bem.

— O que você é, um técnico de elevador? — pergunto com uma


risada, relaxandopara o chão. É um dia ruim para usar vestido.

— Apenas um velho mecânico de automóveis.

Sua aparência faz muito sentido agora. O jeans com uma mancha de
graxa no joelho, a camisa casual e as botas de trabalho. Eu quase faço um
comentário sobre a multidão corporativa convidando seus operários, mas
seguro minha língua desta vez. — Há quanto tempo você faz isso? —
pergunto, tentando soar casual, embora eu realmente queira saber sobre
ele. — Trabalhar em carros?
— Desde que eu tinha idade suficiente para segurar uma chave
inglesa.

— Você ama, então?

— É minha vocação, sabe? — ele diz, deslizando para o chão. Suas


pernas se esticam no meio do elevador. As pontas de suas botas estão a
alguns centímetros de meus tornozelos. Esta disposição dos assentos não
deveria ser tão... íntima. Mas é verdade.

— É assim que me sinto em relação aos bolos, — digo, desesperada


para manter a conversa fluindo e eu sã. É a única esperança que tenho de
manter meus pensamentos longe de beijar Mitch novamente. De fazer
outras coisas com Mitch. Coisas que não faço há muito tempo com nenhum
homem. — Adoro me perder no processo de criação. Minhas irmãs sabem
que não devem me perturbar enquanto estou a criar.

— Olhe para nós, — diz Mitch, batendo de propósito na minha


canela com a ponta da bota. — Apenas dois estranhos em um elevador,
fazendo o que amam. Talvez um de nós consiga continuar vivendo esse
sonho.

Antes que eu possa pedir a ele para explicar essas palavras


misteriosas, meu telefone toca.

Celia: Cheguei cedo!

Celia: Encontreia chave e comecei com uma garrafa de vinho. Longa


viagem.
Celia: Ainda está presa?

Lainey: Sim. Falta de energia. Pode demorar um pouco.

— É Celia, — explico, afastando o telefone. — Ela está adiantada.

— Pensei que você tivesse inventado sua amiga para esconder um


namorado secreto, — diz Mitch.

— Eu não tenho namorado, secreto ou não. — O brilho vermelho,


sem dúvida, esconde o rubor que posso sentir se espalhando. Se eu fosse
um peixe, teria mordido o anzol na primeira vista. — Eu fico muito ocupada
com meus negócios. Tenho pedidos lotados para as próximas seis
semanas. Não há tempo para muito mais. — Agora estou divagando. Ótimo.

— Sempre há tempo para outra coisa. Você apenas tem que fazer
disso uma prioridade, — diz Mitch, deslizando pela esquina até se sentar ao
longo da mesma parede. Ele deixa espaço suficiente entre nós para outra
pessoa. Que eu desejasse que ele escorregasse pelo resto do caminho é
exatamente por que esse homem é um problema.

Eu não consigo resistir a ele.

Eu não quero resistir a ele.

Pela primeira vez, quero esquecer todas as minhas responsabilidades


e minhas experiências amargas com namoro. Quero ceder a algo um pouco
louco e emocionante. Ficar com um homem que acabei de conhecer
enquanto estamos presos em um elevador parece se encaixar nessa
descrição.

— Lainey?

— Hmm?

— Se você continuar olhando para os meus lábios assim, terei


problemas para me comportar.
Capítulo Quatro
Mitch

— Não estou olhando para os seus lábios, — diz Lainey. — Você


achou que eu estava olhando para os seus lábios?

Sua réplica é adorável pra caralho e a mesma razão pela qual eu sei
que as coisas estão prestes a se empolgar se este poder não for restaurado
o mais rápido possível. Estou tentado a fazer outra ligação e trocar meu
nome, mas tenho que admitir, é meio legal que Lainey não saiba quem eu
sou.

As mulheres geralmente se interessam mais pela minha carteira do


que por mim. Não quero que ela saiba que sou filho de George
Anderson. Ou que devo assumir o controle de toda a empresa quando ele
decidir se demitir. Eu sou James para minha mãe e a maioria dos colegas de
terno e gravata neste prédio. Mas sou Mitch para meus amigos.

— Você estava olhando para os meus lábios, — eu digo, mordendo o


de baixo ligeiramente para provar meu ponto. — Está tudo bem, Lainey. Eu
não me importo. Eu quero te beijar de novo. — Talvez falar palavras ousadas
seja a maneira mais segura de bagunçar tudo isso. Mas eu não consigo me
conter. É verdade. Esse primeiro beijo enviou faíscas voando. Eu quero ver
se um segundo faz o mesmo.
— Eu-eu não posso me envolver.

Eu chego um centímetro mais perto. — Por que não?

— Minha agenda, — ela diz, como se eu já soubesse a resposta.

— Você só trabalha?

— Não. Mas a maior parte do meu tempo livre é gasto com minhas
irmãs e suas famílias.

Eu chego um centímetro mais perto. Deus me ajude. Eu


posso sentir o calor saindo dela. — O que você faz por você? — Eu pergunto.

— Acredite ou não, criar bolos personalizados é o que eu faço para


mim. É a minha paixão. Minha fuga da realidade. — As palavras não têm a
convicção que sei que ela quer que eu ouça. Ela limpa a garganta,
levantando o queixo como se em desafio, mas isso só aproxima nossas
bocas. — Eu amo o que faço.

— Mas? — Eu descanso minha mão no espaço entre nós, meu dedo


mindinho a uma largura de uma pena do dela.

Lainey deixa escapar um suspiro pesado, seu olhar fixo em nossas


mãos quase se tocando. O calor girando no pequeno espaço entre nós é
inegável, mesmo neste elevador frio. — Eu acho que em algum lugar ao
longo do caminho, parte da diversão foi embora. Eu costumava ter tempo
para criar bolos personalizados para a vitrine. Agora tenho sorte de colocar
alguns bolos em tabuleiro por dia entre todos os pedidos
personalizados. Sinto falta dessa liberdade criativa. Fazer algo por capricho e
não ter que me preocupar se vai vender.

Cubro minha mão com a dela, dando a ela vários momentos para se
afastar. — O que você faz para relaxar, Lainey?

— O que é isso? — ela pergunta com uma risada, e seu olhar pousa
em meus lábios novamente.

A mulher está me tentando de todas as maneiras que ela não


deveria. Fantasias de deixá-la nua, de saborear aquela doce boceta e de
sugar aqueles mamilos estão se repetindo desde aquele beijo. Quero dar
prazer a essa mulher de maneiras que ela nunca experimentou antes, e
quero fazer isso... para sempre.

Eu engulo em seco, afastando esse último pensamento. Não vai me


servir para desvendar de onde veio ou o que pode significar. — Eu posso te
mostrar, — eu digo, inclinando-me e olhando descaradamente em seus
lábios.

— E se o elevador começar a funcionar de novo?

— As luzes vão acender antes que a porta se abra. — Eu me inclino o


resto do caminho, capturando seus lábios novamente. Devorando sua boca
e implorando para entrar com minha língua. Minha mão embala sua
bochecha, puxando-a para mais perto. Seus dedos delicados se enrolam na
minha nuca.
Eu me sinto como um garoto de quinze anos tonto, beijando sua
paixão. Também me sinto como qualquer homem de sangue quente pronto
para reivindicar o que é meu.

Lainey geme em minha boca enquanto minha mão cai em sua


coxa. Anseio colocá-la sob o vestido que tem me torturado desde o
momento em que a vi com ele, mas não quero pressioná-la, a menos que
seja o que ela queira. — Você tem que me dizer para parar se eu for longe
demais, — sussurro em seu ouvido.

Nossos olhares se fundem, perturbando-me profundamente. Uma


conexão perdura lá, mais forte do que qualquer coisa que já conheci. Mas o
mais importante, vejo a confiança que ela está me dando. Nunca farei nada
para comprometer isso.

— Continue, — ela implora.

Lentamente, deslizo minha mão por baixo de seu vestido. Eu avanço


lentamente para o seu centro, ansioso para sentir essa boceta molhada. Ela
abre as pernas para mim, permitindo que meus dedos rocem sua calcinha
de seda. — Tão molhada, Lainey, — eu rosno contra seu pescoço.

— Faz algum tempo.

Egoisticamente, fico feliz em ouvir isso. O pensamento de outro


homem tocando sua boceta me deixa violentamente zangado. — Eu posso
consertar isso, — digo ao invés. Coloco um dedo dentro de sua calcinha e a
puxo. Suas costas se arqueiam quando faço contato com seu botão inchado.
Eu beijo um trajeto até o V de seu vestido, ansiando por liberar
aqueles seios. Mas se conheço minha mãe, ela está armando todos os tipos
de inferno para ter a energia restaurada rapidamente. Não quero deixar
Lainey em uma posição muito comprometedora caso o elevador de repente
comece a funcionar.

Com círculos lentos, exploro suas dobras molhadas. Seus dedos


cavam em meu ombro cada vez que sacudo seu clitóris. Anseio por prová-la,
mas sei que a chance virá mais tarde. Ainda acariciando-a, eu deslizo um
dedo em seu canal.

— Oh, Mitch! — ela engasga em um sussurro rouco.

Nossos lábios se juntam novamente enquanto eu a fodo com minha


mão, deslizando um segundo dedo dentro. Suas expressões e choramingos
são sexy pra caralho. Se a porta do elevador se abrir, serei eu quem terá
algo a esconder. Meu pau está duro e dolorido para estar dentro dela.

Mas Lainey é especial. Especial demais paratransar com ela pela


primeira vez em um elevador.

— Tem que ficar quieta, — advirto contra seu ouvido. — Alguém


pode ser capaz de ouvir você.

Ela morde o lábio inferior, estrangulando os gemidos em um volume


baixo que só eu posso ouvir. Continuo até sentir sua boceta apertar meus
dedos. Seguro minha mão contra ela enquanto ela estremece. As unhas
cavam com força em meu ombro enquanto tenta tanto não gritar.
— Espero que tenha ajudado a relaxar.

Lainey descansa a cabeça contra a parede, um sorriso satisfeito


espalhado em seus lábios. — Você poderia dizer isso.

Pode ter sidosegundos ou minutos depois, mas a luz do teto acende,


banhando o elevador com luz normal. Nós dois nos levantamos quando o
elevador sobe. Vejo Lainey endireitar seu vestido, sorrindo com o rubor em
suas bochechas. — Eu quero ver você de novo, Lainey.

A porta se abre antes que ela possa responder. Sem surpresa,


mamãe está bem ali.

— Oh bom! Você conseguiu, James. — Ela me estrangula em um


abraço, como se eu tivesse me perdido no mar em vez de preso em um
elevador. — Estávamos esperando por você.

— James. — Eu ouço aquele nome sussurrado fracamente e giro em


direção a Lainey. O sorriso de momentos atrás se foi quando a percepção
inundou aqueles lindos olhos castanhos. — Você é James Mitchell Anderson.

— Você deve ser da confeitaria, — diz a mãe antes que eu possa


dizer uma palavra. — Esse bolo está bom? Não derreteu nem nada?

Lainey levanta a tampa com as mãos trêmulas, revelando um carro


clássico. Embora seja um vislumbre rápido, o bolo é meticulosamente
detalhado. Parece o Chevelle preferido do papai. — Onde você gostaria?

— Me siga.
Lainey se recusa a olhar para mim agora que a verdade foi
revelada. Eu estava preocupado que cifrões piscariam em seus olhos, não
fúria. Merda. Agora o que eu faço?
Capítulo Cinco
Lainey

Eu sou uma idiota.

Não posso acreditar que não juntei as coisas no elevador. Como


eu não sabia que Mitch era filho do homem mais rico da cidade?

— Aqui, parece que você precisa disso, — diz Celia, entregando-me


outra taça de vinho. No segundo em que o bolo foi movido para a mesa
designada, corri para a escada. Terei que voltar para pegar meu carrinho
outro dia. Eu não ia dar outra chance no elevador.

É tão bom estar em casa. No entanto, também parece vazio de


alguma forma.

— Estou tão feliz que você está na cidade, — digo a Celia, afastando
os pensamentos de Mitch para que possa me concentrar no que
realmente importa - minha melhor amiga passando o fim de semana
comigo. Ela tem grandes novidades para compartilhar, mas não me deu
nenhuma dica pelo telefone. — Eu tenho saudade de você.

— Senti sua falta também.

— Qual é a surpresa? — Eu pergunto, desesperada para substituir


todas as memórias de Mitch por qualquer outra coisa. Se minha boceta
ainda não estivesse formigando com seus dedos mágicos, poderia ser mais
fácil.

Celia toma um gole lento de vinho, seu sorriso crescendo a cada


segundo que passa.

— Celia!

Ela parece pronta para explodir e, em segundos, o faz. — Minhas


irmãs e eu vamos administrar uma pousada juntas! No início, eu era tão
cética quanto o resto delas. Mas já conversamos sobre tudo e estou muito
animada.

— Sério?

— Nossa tia-avó faleceu e deixou para nós em seu testamento.

Tomo outro gole generoso de vinho, desejando que as visões de


Mitch se dissipem. Esta noite é sobre minha melhor amiga e a celebração de
suas notícias que mudarão sua vida. — Onde?

— Daisy Hills. É uma pequena cidade ao lado da montanha.

— Você está saindo da cidade grande?

Celia acena com a cabeça. — Estou.

Porque me ocorre que esta notícia merece um abraço de tirar o


fôlego, eu coloco meu copo na mesa e a envolvo em um abraço apertado. —
Estou tão feliz por você.
— Ainda faltam alguns meses para a inauguração, mas estou me
mudando agora para ajudar a supervisionar algumas atualizações. Ou seja, a
cozinha. Você sabe como sou exigente em relação à minha cozinha. — Celia
esvazia sua taça de vinho e serve outra. Passamos da ilha da cozinha para o
meu sofá, e eu levo o chocolate.

— Como foi sua viagem? — Eu pergunto, colocando um chocolate na


minha boca.

— É a minha vez de fazer as perguntas, — diz Celia. — O que há com


oolhar corado? Se eu não soubesse melhor, diria que você transou.

Minhas bochechas esquentam instantaneamente, tanto de culpa


quanto de um desejo ardente de repetir. — Não é nada.

— Mentirosa.

É escusado. Celia sabe quando estou mentindo melhor do que


qualquer uma das minhas irmãs. Ela deveria. Foi ela quem serviu o vinho e
ofereceu lenços de papel quando o Idiota Número Um partiu meu coração
na faculdade. O Idiota Número Dois foi igualmente devastador na escola de
culinária. Eu quase entornei chocolate por cima dele.

Limpo minha garganta e pego outro chocolate. — Fiquei presa em


um elevador. Com um homem.

— Vou precisar de mais vinho para esta história. — Ela sai do sofá
para pegar a garrafa. — Comecea falar.
Eu conto tudo para ela. A melhor coisa sobre Celia é que ela nunca
me julga por nada. Ela aceita tudo o que vem. Melhor ainda,ela não está
tentando me convencer de que meu Príncipe Encantado está lá fora como
todas as minhas irmãs.

— Você vai vê-lo de novo?

— Não.

— Porque ele tem dinheiro?

— Porque ele mentiu sobre quem ele era.

— Acho que ele não mentiu, — ressalta Celia. — Acho que ele omitiu
certos detalhes com uma estranha.

— Detalhes importantes.

Celia rejeita minhas objeções. — Querida, aquele homem deu a você


um orgasmo infernal com apenas a mão. Imagine o que mais ele é capaz de
fazer. Não estou sugerindo que você se case com o cara. Mas você merece
se divertir um pouco.

— Nós não trocamos exatamente os números, — eu digo, como se


isso fosse impedir Celia de pressionar. Mas conheço minha amigamelho do
que isso.

— Ele trabalha em uma garagem. Isso pode ser difícil de encontrar?


— Ela me pega com a boca cheia de chocolate e caramelo. É uma vantagem
totalmente injusta. Eu não posso nem grunhir uma objeção ao esquema
dela. — Vamos beber. Esta noite, você e eu vamos colocar tudo em
dia. Amanhã, vamos caçar seu ascensorista.
Capítulo Seis
Mitch

Não consegui tirar Lainey da minha cabeça desde que ela fugiu
ontem à noite. Minha mãe me arrastou pela festa, praticamente me
prendendo ao braço para que eu não pudesse escapar mais cedo. Quando
saí, a Sprinkles on Top estava fechada.

Ainda estou chocado como o inferno que ter dinheiro faz Lainey
perder o interesse. Isso me deixa ainda mais certo de que ela é a pessoa
certa para mim. Sei que é loucura pensar assim sobre uma mulher que
conheci há apenas um dia. Mas o pensamento recorrente de que ela deveria
ser minha não vai embora.

Cada minuto que estou sem ela parece uma tortura. Nunca
experimentei nada parecido antes. Na verdade, estava começando a pensar
que ficaria solteiro pelo resto da minha vida porque não sentia nada por
nenhuma das mulheres com quem namorei.

Lainey despertou minha alma.

— Lainey está trabalhando hoje? — Eu pergunto para a mulher atrás


do balcão. Há uma vaga familiaridade sobre ela. Presumo que ela seja uma
das irmãs Belmont, mas não consigo identificar qual.

— Ela está de folga no fim de semana.


Claro, a melhor amiga. Eu deveria deixar em paz. Aceitar minha
derrota pelo menos até segunda-feira. Mas não consigo esquecê-la. Mesmo
se eu não puder vê-la até que sua amiga deixe a cidade, preciso ouvir sua
voz. Preciso consertar as coisas. — Se eu precisasse falar com ela, como
poderia fazê-lo? — Eu pergunto, na esperança de que sua irmã esteja do
meu lado, embora ela não tenha razão para estar.

— Você está... você está namorando Lainey?

— Tentando.

— Eu sou Kaylee. Sou uma das irmãs dela.

— Sou Mitch…

— Mitch Anderson. Você é o mecânico que consertou meu pneu


furado há alguns anos, quando fiquei presa na casa de Nic.

— Você é a esposa de Nic?

— Claro que sou. — Ela puxa uma tira de papel da caixa registradora
e rabisca algo nela. — Lainey ficará brava por eu ter dado a você o número
dela?

— Provavelmente.

Malícia brilha nos olhos de Kaylee. — Então estou fazendo a coisa


certa. — Ela desliza o papel sobre o balcão. — Ela merece alguém bom,
Mitch. Não acredita que haja alguém lá fora para ela. Espero que você prove
que está errada.
— Estou pensando nisso.

Deixo a confeitaria com um sorriso atrevido no rosto, sem dar a


mínima para quem me olha como se eu tivesse enlouquecido. A duas
quadras da confeitaria, paro em um estacionamento quase vazio e disco o
número dela. Estou prestes a admitir a derrota após o quarto toque quando
ela atende.

— Quem é?

— Jante comigo. — Receio que, se disser meu nome, ela desligue na


minha cara instantaneamente. Essa tática pode me dar mais um ou dois
minutos.

— Jantar? Eu nem te conheço.

— Oh, mas você conhece.

— Mitch?

— Jante comigo, Lainey, — eu digo novamente, implorando desta


vez. — Dê-me a chance de acertar tudo entre nós.

— Não.

— Por que não?

— Minha melhor amiga está em…

— Esta é a melhor amiga, — diz outra mulher ao telefone. — Lainey


vai sair com você esta noite. Pegue-a às sete. Ela mandará uma mensagem
com o endereço.
— Sete, então. — Eu termino a ligação com um sorriso
presunçoso. Pela primeira vez, parece que tudo está se encaixando. Vou
fazer tudo o que puder para tornar esta noite o mais romântica
possível. Não sei por que Lainey sente que não consegue encontrar a
verdadeira felicidade. Mas vou mostrar a ela que ela não só pode, mas que
merece apenas o melhor.
Capítulo Sete
Lainey

— Espero que esteja tudo bem, — diz Mitch enquanto estacionamos


em sua garagem. Meus olhos ainda estão fixos na enorme casa em estilo
cabana. Tudo nele é elegante e exagerado. Parece estar a várias léguas de
meu próprio estilo de vida.

— Está tudo bem.

— Se você está preocupada…

— Kaylee e Nic moram a algumas casas de distância. — É a razão


pela qual concordei em vir até aqui. Se as coisas derem errado, a casa dela
fica a apenas uma curta caminhada. — Gosto mais disso do que de um
jantar chique em um restaurante.

— Você gosta?

— Todas aquelas pessoas boquiabertas, tentando nos entender? —


Eu balanço minha cabeça. — Não, obrigada. — Mais de um encontro no
meu passado deu errado enquanto as pessoas olhavam, sem dúvida
tentando entender por que uma mulher curvilínea como eu estava saindo
com um cara fora do meu alcance. Mitch é quente o suficiente para
virar todas as cabeças. Adicione a isso a reputação de sua família... Eu não
precisava desse constrangimento.
— Ainda há um jantar chique lá dentro. Mas estou fazendo sozinho.

— Você cozinha?

Mitch pisca para mim, enviando arrepios instantâneos direto para o


meu núcleo. — Estou mais confortável na grelha. Vamos lá. Eu não vou
morder. — Ele empurraabra a porta. — A menos que você queira.

Uma emoção corre através de mim com suas palavras


sugestivas. Celia certificou-se de que cada peça de roupa que uso esta noite
servisse a um propósito; para me ajudar a transar. Não sei por que ela está
tão focada na minha vida sexual. Ela foi a única assistindo a Netflix e
alimentando uma ressaca de tanto vinho na noite passada.

— Sua casa é deslumbrante, — eu digo uma vez dentro, incapaz de


deixar de escanear tudo. Os tetos abobadados, as toras, as janelas do chão
ao teto. Mas é um vislumbre de sua cozinha que capta toda a minha
atenção.

— Vá. Confira.

Tudo naquela cozinha é o paraíso. Os fornos duplos, o fogão a gás, as


bancadas de granito e muito espaço de preparação.

— Você gosta disso? — Enquanto eu estava ocupada olhando, Mitch


conseguiu se aproximar sorrateiramente de mim. Ele está tão perto que
sinto o calor irradiar de seu corpo. Anseio cair em seus braços. Para repetir
aqueles beijos ardentes do elevador.
— Eu amo isso. — Não consigo me mover do meu lugar, hipnotizada
por aqueles olhos escuros. Seus lábios estão tão próximos. Eu ansiava por
senti-los contra minha pele a cada minuto de espera. Nunca senti uma
atração tão intensa por um homem antes. Talvez Celia esteja
certa. Eu deveria me divertir um pouco.

Mitch estende a mão para colocar meu cabelo atrás da orelha. — Se


você continuar me olhando assim, nunca vou comer os bifes.

— Achei que poderíamos pular direto para a sobremesa.

Nossos lábios colidem. Línguas dançando o tango. Mãos movendo-se


avidamente por nossos corpos.

Quero este homem mais do que qualquer outro, e não é apenas


devido ao período de seca. É o próprio Mitch. Eu deveria correr para muito,
muito longe, antes que ele se torne mais irresistível. Minha decisão de
manter meu coração protegido está enfraquecendo. Eu quero me entregar a
ele, e não apenas meu corpo. Meu coração e minha alma também.

Eu posso estar com problemas.

As mãos de Mitch deslizam pelos meus braços e descem para os


meus seios. Ele os aperta através do tecido, me fazendo gemer. É tão bom
ser tocada - desejada. — Por que não levamos isso para o quarto? — ele
sussurra em meu ouvido.

— Ok. — Espero que ele não consiga ouvir o tremor em minha voz
revelando o quão nervosa estou. Eu já fiz sexo antes. Esse não é o
problema. Só não me lembro de ter gostado. Estou preocupada que ele
fique desapontado.

— Ei — diz Mitch, erguendo meu queixo com o nó dos dedos. — Não


temos que fazer nada que você não queira. Eu garanto que minha intenção
era fazer o jantar para você e ver para onde essa noite iria a partir daí. Pular
para a sobremesa…

— Foi ideia minha. — Eu brinco com o cabelo da nuca


dele. Timidamente, admito: — Já faz um tempo, Mitch.

— Eu vou cuidar muito bem de você, Lainey. — Ele beija minha


bochecha. Em segundos, nossos lábios se reconectam, mais famintos do que
antes. Em um tango bêbado, acabamos descendo o corredor e pousamos
em uma cama macia. Nós caímos em cima das cobertas, perdendo roupas
no caminho.

Meu nervosismo está cedendo ao puro desejo lascivo. Preciso que


Mitch me toque. Preciso senti-lo dentro de mim.

— Isso é bom, — ele diz, os olhos fixos no meu sutiã de renda


preta. Segundos depois, sinto o fecho ceder. — Mas isto é melhor. — Ele
pega um seio em sua mão, empurrando meu mamilo em direção a sua
boca. Parece o paraíso. Eu deixo meus olhos fecharem enquanto ele chupa
um, depois o outro.

Rodamos de novo, e o desejo de Mitch por mim é evidente. Sinto seu


comprimento pressionado contra minha barriga. Ele é enorme. Eu deveria
estar com medo de que o homem pudesse me dividir em duas, mas em vez
disso, estou excitada. — Mitch?

— Sim, querida?

— Eu quero você dentro de mim. Por favor.

— Já que você pediu tão bem. — Minha calcinha sai em


segundos. Mitch paira sobre mim, sua mão preparando minha boceta. —
Você quer que eu use camisinha?

Eu mordo meu lábio, debatendo. Eu sei que é a coisa mais


responsável a fazer, mas também não consigo imaginar ter algo entre
nós. Eu preciso sentir tudo dele. — Estou tomando pílula, — digo, abrindo as
pernas em um convite. — E não estive com ninguém em anos.

— Estou limpo, — ele diz, abaixando seu pau na minha entrada. —


Eu prometo, vou devagar. — Mitch enfia a cabeça no meu canal. Eu suspiro
quando ele me estica. — Olhe para mim, Lainey. Mantenha seus olhos em
mim. Eu prometo que nunca vou fazer nada para machucar você. Ok?

— Ok. — Eu mantenho meus olhos fixos nos dele enquanto ele me


preenche centímetro por centímetro. Minhas paredes se esticam,
desconforto se transformando em prazer. Seus golpes lentos ganham
velocidade, o ritmo perfeito. Eu não posso acreditar que sexo
é tão bom. Solto uma risada vertiginosa e incrédula.

— O que é tão engraçado?


— Eu não sabia que sexo poderia ser tão bom.

— Mal começamos. — Ele me beija com força na boca, aumentando


seu ritmo para provar seu ponto. Meus quadris balançam para encontrar
seus impulsos, me surpreendendo mais e mais como tudo isso é bom. Eu
entendo por que minhas irmãs estão tão apaixonadas por seus maridos
agora. Eu estive perdendo isso o tempo todo?

Mitch desliza a mão entre nós, provocando meu clitóris com o


polegar. É o suficiente para escalar tudo. Grito seu nome. A mesma onda
crescente de prazer que senti crescer no elevador é duas vezes mais
poderosa agora. Este orgasmo vai balançar todo o meu corpo. — Estou
gozando, — grito.

Mitch bombeia mais e mais rápido até que meu corpo parece que
está explodindo em milhões de pequenos pedaços. Nunca experimentei
nada parecido. — Uau. Isso foi incrível.

— Bom.

— Você...

— Ainda não. Estou economizando para a segunda rodada.


Capítulo Oito
Mitch

Estar com Lainey é tudo que eu pensei que seria e muito mais. Fiz de
tudo para não gozar dentro dela, reivindicando-a para sempre. Antes de o
fazer, ela precisa saber o que isso significa.

Porque uma vez que minha semente for plantada em suas


profundezas, nunca haverá outra para mim. Nunca desistirei dela.

Eu a amarei até o fim dos tempos.

— Como estava seu bife? — Eu pergunto, admirando o quão sexy


Lainey fica vestindo uma das minhas camisetas. E nada mais.

— Delicioso.

— Bom. — Meu pau ainda está duro, implorando por liberação. Mas
nossos estômagos roncando anularam uma segunda rodada imediata. Agora
que nossos pratos estão limpos, estou pronta para mais. — Você vai ficar
comigo esta noite?

— Eu quero.

— Sua amiga?

— Celia só está na cidade até amanhã à noite. — Os olhos de Lainey


caem para minha boxer. — Eu não vou te deixar assim, você sabe.
Meu pau, sem dúvida, estará em algum estado semi-duro de agora
em diante no que diz respeito a Lainey. Estou desapontado por ela não
poder ficar esta noite, mas entendo. Eu não gostaria de ficar entre ela e sua
amiga. — Você está pronta para ir de novo? — Eu pergunto, limpando os
pratos.

— Sim. — Eu a vejo tirar minha camiseta, revelando todas as suas


curvas. Eu amo cada uma delas. — Achei que poderíamos ter essa
sobremesa na cozinha.

Lanço para ela um sorriso enquanto deixo cair minha boxer. — Goze
para mim, Lainey. Eu quero curvar você e fodê-la.

Seus olhos escurecem quando ela se aproxima de mim, deslizando


entre mim e a pia. Ela arqueia as costas e abre as pernas, agarrando-se ao
balcão. — Estou pronta, Mitch. Foda-me. Goze dentro de mim.

Eu gemo com suas palavras. É preciso cada grama de restrição para


se conter o tempo suficiente para colocar tudo na linha. — Se eu fizer isso
Lainey, você é minha. Não vou compartilhar você e não vou viver sem
você. É isso que você quer?

— Sim.

Alinhando meu pau em sua entrada, eu empurro para dentro em um


movimento rápido. Alcançando sua cintura, eu dou prazer a seu clitóris
enquanto bato nela uma e outra vez. Tudo o que tenho sentido e tudo o que
tenho lutado está vindo à tona agora. Estou me apaixonando por Lainey
Belmont. Estou me apaixonando forte. — Goze comigo, Lainey.

Nossos mundos explodem juntos enquanto seguro meu pau dentro


de seu doce canal. Enchendo-a. Reivindicando-a. Agora e sempre.

***

Durante a sobremesa - cheesecake de morango - tento encontrar as


palavras para convencer Lainey a passar a noite. Não parece certo ela partir
depois do que aconteceu entre nós. Mas, para ser honesto, não parece
certo dormir sem ela nunca mais. Eu a quero na minha cama, para sempre.

— Eu gostaria que você pudesse ficar, — finalmente digo, sabendo


que as palavras não serão suficientes. O fato de ela já estar vestida fala
sobre isso.

— Eu preciso checarCelia, — ela diz, um pedido de desculpas em sua


voz. — Mitch, não é que eu não queira ficar. Eu quero. — Mesmo assim,
ouço a hesitação em sua voz. Algo a está segurando. Lembro-me das
palavras de sua irmã e me pergunto o que poderia fazer para levá-la a
mudar de ideia. Para fazê-la acreditar que merece um homem que irá
capturar a lua para ela. Eu sou esse homem.

— Eu quis dizer o que disse antes, — eu digo. — Você é…


— Olá? — A voz de minha mãe ecoa na minha entrada, fazendo meu
sangue congelar. O que diabos ela está fazendo aqui? — James, você está
em casa?

Os olhos de Lainey se arregalam, mas antes que eu possa dizer a ela


que não foi minha culpa ou me desculpar pela interrupção, minha mãe
irrompe na cozinha.

— O que é isso? — Os olhos da mãe focam o laser em Lainey.

— Mãe, você interrompeu um encontro. Existe uma emergência?

— Olhe aqui, — ela diz a Lainey, me ignorando completamente. —


Eu sei quem você é. Meu filho não precisa de nenhuma garimpeira atrás de
sua herança. Se você acha que ele vai dar uma moeda de dez centavos pela
sua confeitaria, você está redondamente enganada.

— Mãe!

Lainey se levanta de seu assento, agarrando sua bolsa e correndo em


direção à porta da frente. Tudo acontece tão rápido que mal tenho tempo
de registrar. Eu persigo Lainey, chamando por ela da garagem. Mas ela corre
em direção à casa de Nic. Duvido que Kaylee seja gentil comigo se eu seguir
Lainey por todo o caminho até lá.

Em vez disso, volto para lidar com minha mãe.

— Às vezes, você só precisa de as chamar como as vê, — diz ela,


servindo-se de um pedaço de cheesecake.
— Você precisa sair.

— Desculpe?

— Você acabou de espantar a mulher que amo.

A mãe deixa cair o garfo e ele bate no prato. — Ama?

— Sim, eu amo Lainey Belmont.

— Você não pode...

— Eu posso. — Estou tentando como o inferno acalmar minha


respiração irregular e pesada. — Eu entendo por que você está sendo tão
insistente sobre eu trabalhar em uma garagem, mas você não tem o direito
de ditar minha vida amorosa. Lainey não se preocupa com meu dinheiro. Na
verdade, quase a perdi por causa disso.

— Eu não tinha ideia de que você se sentia assim por ela.

Eu finalmente sento e solto um suspiro pesado. — Eu quero casar


com ela. E se você quiser me ver assumindo o Anderson Auto,
você vai consertar isso. Se não o fizer, vou pedir demissão agora.

— Você não faria isso.

— Eu faria.

Não é sempre que mamãe fica abalada, mas ela definitivamente está
agora. Depois de alguns momentos de silêncio tenso, ela finalmente diz: —
Sinto muito, Mitch. Euestava errada. — Mamãe sempre foi uma força a ser
reconhecida, mas ela sempre admite quando está errada. — Vou consertar
isso do meu lado. Prometo que vou.

Só espero que seja o suficiente para reconquistar Lainey.


Capítulo Nove
Lainey

— Eu não consigo acompanhar todos esses pedidos! — Hannah sai


do escritório segurando um bloco de notas. Ela preencheu uma página
inteira. — Entrega quinzenal de cupcakes para o centro comunitário, sorvete
social mensal na escola primária, rosquinhas às sextas-feiras no escritório
corporativo da Anderson Auto e suas garagens na cidade.

As palavras Anderson Auto são as que ressoam. — O quê?

— Você disse Anderson Auto, certo? — Kaylee pergunta, com as


mãos nos quadris.

Ela tem sido uma dádiva de Deus desde que Celia saiu da
cidade. Confessou que foi ela quem deu meu número a Mitch, esperando
que ele fosse diferente. Ela tem sido o ombro no qual chorei todas as noites
desde então.

O problema é que Mitch é diferente. Mas eu nunca arriscaria a ira de


Alice Anderson. De que adianta o amor se custa à minha família o negócio
que construímos do zero?

— Sim, a própria Alice está fazendo todos esses pedidos. Eles


querem retribuir à comunidade por meio de produtos de panificação.
Kaylee me encara até que eu encontre seu olhar. — Você sabe algo
sobre isso? — ela pergunta.

Eu balanço minha cabeça. Ignorei ligações de Mitch e lutei contra a


vontade de ouvir suas mensagens de voz. Mas acho que é hora de ouvir o
que ele tem a dizer. Se Alice está fazendo todos esses pedidos com nossa
confeitaria, pode ser uma oferta de paz. — Eu preciso fazer uma pausa.

Todas as minhas irmãs me olham como se me tivessem crescido três


cabeças. — Não percebemos que você sabia o que essa palavra significava,
— brinca Becca.

— Ha, ha. — Pego meu telefone e saio pela porta dos fundos. Estou
prestes a ouvir a primeira mensagem quando o vejo. — Espreitando em um
beco escuro esses dias? — Minhas palavras são vacilantes e estranhas. Não
era exatamente a piada que eu queria.

— Ainda não está escuro, —Mitch responde com um encolher de


ombros. Seu sorriso é fraco. Quanto mais perto ele chega, mais óbvio para
mim é que o homem não dormiu muito bem. É minha culpa? — Tenho
tentado ligar para você.

Eu levanto meu telefone. — Eu estava prestes a ouvir suas


mensagens.

— Posso resumir tudo para você agora. — Ele dá o passo final,


deixando quase uma pena de largura entre nós. — Sinto muito pelo que
minha mãe fez e pelo que ela disse a você. Ela lhe deve um pedido de
desculpas e está pronta e disposta a lhe dar um quando você estiver pronta.

Sinto um nó na garganta e tento limpá-lo. — É só isso?

— Não. — Mitch enfia meu cabelo atrás da orelha, o roçar de seus


dedos iniciando uma repetição em minha mente. — Eu amo você, Lainey. Eu
quis dizer tudo o que disse naquela noite em minha casa. Você é tudo para
mim. Tenho estado infeliz sem você.

— Sinto muito por ter fugido, — digo, percebendo que devo um


pedido de desculpas também. — Quando sua mãe ameaçou a confeitaria,
eu não pude ficar. Eu tinha que proteger minhas irmãs.

— Compreendo. — Mitch abaixa a cabeça, nossos lábios agora


apenas a alguns centímetros de distância. — Eu prometo que a Anderson
Auto não será nada além de bom para a Sprinkles on Top. E prometo ser
nada além de bom para você. Você merece o melhor de tudo, Lainey. Estou
preparado para te amar todos os dias da minha vida.

— O que você está dizendo?

— Estou dizendo que quero que você se case comigo. Seja minha
esposa.

Envolvo minhas mãos em volta do seu pescoço e puxo seus lábios o


resto do caminho em direção aos meus. Nosso beijo é faminto e cheio de
urgência, desesperado para compensar todo o tempo perdido. — Sim, — eu
digo entre beijos, meu coração cheio. — Sim, eu vou casar com você.
Epílogo

Cinco anos depois…


Lainey

Hoje faz dez anos desde que minhas irmãs e eu abrimos a Sprinkles
on Top. Os negócios estão crescendo melhor do que nunca.

— O bolo está pronto?

Eu atiro a Kaylee um olhar de advertência quando me inclino, pronta


para aplicar os toques finais. — Perto.

— Você acredita que fizemos isso? — Kaylee encosta o quadril no


balcão, admirando meu bolo. Estou muito feliz em repreendê-la por
interromper e ela sabe disso. Lembro-me do primeiro dia em que abrimos as
portas, de como todas estávamos animadas e apavoradas. Cada uma de nós
deu tudo de si, sabendo que nosso negócio poderia falhar.

— Dez anos, — digo, ainda pasma, o tempo voou tão rápido.

— Veja o quanto mudou para todas nós, — Kaylee diz, suspirando


sonhadoramente. — Cinco irmãs Belmont, todas casadas e felizes com
novos sobrenomes e um bando de filhos.
Achei que estava destinada a ser apenas tia até conhecer Mitch. Eu
esfrego minha barriga, emocionada com a ideia de conhecer nossa segunda
filha. Sempre houve uma família com cinco filhas por tantas gerações
quanto pudermos encontrar. Minhas irmãs acham que sou aquela destinada
a continuar nossa tradição.

Secretamente, espero que elas estejam certas.

— Ei, querida, como vai esse bolo? — Mitch pergunta. — Uma


multidão enorme se reuniu na rua.

— E essa é a minha deixa para ir. — Kaylee se dirige para a porta,


dizendo por cima do ombro: — Vou dizer a eles que o bolo está chegando.

Mitch me beija na nuca. Mesmo depois de todo esse tempo juntos,


meu marido ainda me faz estremecer de ansiedade ao menor toque. Nesse
ritmo, teremos cinco filhas a qualquer momento. — Estive morrendo de
vontade de ter você só para mim o dia todo, — ele rosna em meu
ouvido. Sinto uma brisa onde Mitch junta o tecido do meu vestido. — Você
tem trabalhado tanto nesta celebração. — Seus dedos provocam minha
boceta através da minha calcinha. — Deixe-me ajudá-la a relaxar.

— Mitch! — Podemos ser interrompidos a qualquer momento. Eu


poderia viver com o constrangimento se uma de minhas irmãs nos
pegasse. Mas a ideia de que nossa filha, ou qualquer um de meus sobrinhos
ou sobrinhas, possam nos descobrir é muito arriscado.
— Mamãe vai passar a noite com Olivia, — diz ele, retirando a mão e
arrumando meu vestido. — Quando essa celebração acabar, você será toda
minha.

— Espero que seja uma promessa.

— Pode apostar que sim.

— Que tal aquele bolo? — Eliza chama da porta. — Está


pronto agora?

Mitch e eu trocamos um olhar acalorado - uma promessa do que


está por vir esta noite com uma casa só para nós.

— Lainey! — Eliza chama novamente.

Dou uma última olhada para avaliar a obra-prima que criei. — Está
pronto.

FIM

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