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A casa José Maria da Fonseca

A casa José Maria da Fonseca é a mais importante da


região e tem o nome do seu fundador, nascido em 1804 na
aldeia de Vilar Seco, concelho de Nelas, em plena região
do Dão. Fundada em 1834 em Vila Nogueira de Azeitão, é
a mais antiga produtora de Vinhos de Mesa e Moscatel de
Setúbal, mantendo-se até hoje na posse dos seus
descendentes.
Homem de grande visão, José Maria da Fonseca foi um
pioneiro na vitivinicultura portuguesa. A substituição do
trabalho braçal pelo arado e o alargamento do compasso
entre as cepas para melhor exposição solar foram duas
inovações amplamente elogiadas na sua época. A ele se
deve também a introdução de novas castas na região, como
o Castelão Francês, que trouxe da Estremadura, bem como
a substanciais melhorias no Moscatel de Setúbal.

Em 1857, D. Pedro V confere a José Maria da Fonseca a Ordem da Torre e Espada de Valor,
Lealdade e Mérito. À data de sua morte, em 1887, a empresa possui marcas de prestígio
reconhecidas nacional e internacionalmente, sendo os seus produtos exportados para todos os
continentes.

A António Porto Soares Franco, representante da quinta geração da família e enólogo


diplomado em Montpellier, se deve o surgimento de dois vinhos rosés que representam duas
grandes marcas produzidas pela José Maria da Fonseca: Faísca e Lancers. Este último,
lançado nos Estados Unidos em 1944, mantém-se ainda hoje líder destacado dos vinhos
portugueses importados e consumidos naquele país.

A introdução do primeiro vinho branco de grande sucesso no mercado nacional surge em


1945 com o Branco Seco Especial (BSE) e, uma década mais tarde, em 1959, é lançada a
marca Terras Altas com vinhos do Dão. Os vinhos Pasmados, inicialmente conhecidos como
Branco Velho e Tinto Velho, adquirem a sua identidade própria em 1959.

A marca Palmela Superior dá origem, a partir de 1969, aos


vinhos Camarate Clarete, Camarate e, a partir de 1985,
Quinta de Camarate. Finalmente, em 1945 começa a
produção dos vinhos de garrafeira identificados por
secretivas siglas que os tornam autênticos objectos de
colecção: P, DA, AE, CB, EV, são os primeiros de uma
longa série de mais de vinte garrafeiras de diferentes
origens que conferem à José Maria da Fonseca uma
reputação assinalável na produção deste tipo de vinhos.

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A compra em 1986 da Casa Agrícola José de Sousa Rosado Fernandes, em Reguengos,
alarga a oferta de Vinhos de Quinta da José Maria da Fonseca, sendo actualmente o José de
Sousa o único vinho português produzido em talhas de barro.

O crescimento das vendas de Periquita, com uma fortíssima presença nos mercados externos,
do BSE e do Moscatel de Setúbal e, a nível de pequenas produções, o sucesso do José de
Sousa, do D'Avillez, e dos três vinhos de garrafeira CO, TE e RA, confirmam a aposta da
José Maria da Fonseca no desenvolvimento de um portfolio de produtos de qualidade.

A partir de 1995, novos vinhos como o Periquita Clássico, os Primum e a Colecção Privada,
conferem à José Maria da Fonseca uma certa harmonia entre a força da tradição e a
criatividade à volta de novos vinhos apetecíveis às novas tendências de consumo.

A José Maria da Fonseca encontra-se actualmente na posse da sexta geração dos seus
descendentes directos, desde que António Soares Franco assumiu a presidência em 1986 e o
seu irmão Domingos, diplomado em Enologia pela Universidade de Davis, na California,
assegura a vitivinicultura e cria um estilo muito próprio e personalizado dos vinhos que
caracterizam a casa.

Em Abril de 1996 a J.M. da Fonseca Internacional Vinhos e a marca Lancers são adquiridas
ao grupo britânico IDV, tornando a José Maria da Fonseca a maior empresa do sector detida
por capitais exclusivamente portugueses.

Neste mesmo ano, a empresa obtém o reconhecimento,


pelo IPQ, da qualidade do seu processo de produção e
engarrafamento segundo a norma ISO 9002, sendo o
primeiro produtor de vinhos de mesa a receber tal
distinção.

A estratégia de crescimento passa também pelo aumento


significativo da área de vinha, e consequentemente pelo
aumento da produção própria no conjunto total das vendas.
A José Maria da Fonseca detém, neste final de século, 600
hectares de vinha, 500 dos quais na Península de Setúbal e
os restantes no Alentejo. A estes devem juntar-se 150 hectares de gestão por conta de
terceiros.

Trabalho efectuado pelo aluno


Rui Tanganhito, Nº 1373
E.F.A. – B3B – disciplina de L.C.
Pesquisado em www.azeitão.net/vinhos/pt
Junho de 2009

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