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A CIDADE DO PORTO

Fábrica do Carvalhido

Fábrica do Carvalhinho

A Primeira instalação da Fábrica do


Carvalhinho, ficava situada na Capela do
Senhor do Carvalhinho, local que
inspirou o nome da fábrica, pertencente à
Quinta da Fraga, no Porto, junto à
Calçada da Corticeira.
A sua fundação remonta ao ano de 1840
tendo como sócios fundadores: Thomaz
Nunes da Cunha e António Monteiro Catarino, ambos com experiência no campo da
cerâmica.
Em 1853 a fábrica sofreu ampliações que lhe permitiram lançar-se, definitivamente, no
campo comercial.
Em 1870 Castro Júnior, que é genro de Thomaz Nunes da Cunha sucede-lhe e toma os
destinos da fase seguinte de fábrica.
Na viragem do século e em conjunto com a fábrica das Devesas, a fabrica resistiu à
transição atingindo mesmo um elevado grau de desenvolvimento industrial.
Os azulejos de parede foram produzidos, pela primeira vez, nesta fábrica que recebeu ao
longo dos quase 140 anos de existência diplomas de mérito nesta área, constituindo o
maior exemplo disso a própria fachada de azulejos da Fábrica Carvalhinho, no Largo S.
Domingos.
No início do século XX, as fábricas de cerâmica portuguesas debateram-se com dois
problemas: o surgir de produtos cerâmicos estrangeiros (Inglaterra e França); e o atraso
tecnológico das máquinas utilizadas, comparativamente com as concorrentes.
Em 1906 a fábrica é ampliada. Renovou-se a parte técnica conseguindo-se alcançar
melhor e maior produção, exportando para o Brasil e África os seus produtos em grande
escala.
Entravamos assim na "Dinastia Freitas".
Em 1923 a Quinta do Arco do Prado é adquirida pelo gerente A. Pinto Dias Freitas,
filho do primeiro sócio da dinastia Freitas, um vasto terreno a algumas centenas de
metros da estação de V. N. de Gaia.

Seguindo modelos de fábricas de cerâmica da Alemanha


e Inglaterra nascem as novas e modelares instalações da
fábrica do Carvalhinho, dotadas do mais moderno
equipamento tecnológico da época.
Em 1930 o sócio A. Pinto Dias de Freitas vê-se obrigado
a, devido a grandes dificuldades financeiras, associar-se
à Real Fábrica de Louça de Sacavém de grande prestígio na época e para onde se
transfere a sede da Carvalhinho sob a direcção do Sr. Herbert Gilbert. Nesta fase a
fábrica atingiu o que se considerou "a idade de ouro".
Celebrando o centenário da sua existência em plena actividade, em 1940.
Depois da morte de António Dias de Freitas, em 1958, é nomeado Frederick W. Sellers
para gerente da fábrica de Gaia em colaboração com Eng.º Ant.º Almeida Pinto de
Freitas, um dos filhos do anterior sócio, que acaba por retirar-se mais tarde devido a
desentendimento com aquele gerente.
Em 1965 juntamente com um irmão, compra à fábrica de Sacavém a sua parte no capital
da empresa.
Não são, no entanto bem sucedidos, estes dois irmãos, uma vez que contraindo enormes
prejuízos, vêem-se obrigados a entregar a fábrica em haste pública ao Sr. Serafim
Andrade.
Esta encontrava-se já numa fase de total decadência, acabando por encerrar
definitivamente em meados da década de 80, perdendo-se, assim, uma das mais notáveis
unidades de cerâmica do nosso país.

(PortoXXI)

Fábrica de Miragaia
A Fábrica de Miragaia nasceu em 1775, tendo
por seus fundadores, João da Rocha, comerciante
emigrado na Baía, e seu sobrinho João Bento da
Rocha, naturais de Arcos de Val-de-Vez.
A direcção da fabrica ficou a cargo do Mestre
Sebastião Lopes Gavicho. Assim, com estes
homens inicia-se uma verdadeira "dinastia" de
industriais cerâmicos que ficaram conhecidos por
os " Rocha de Miragaia". Estes introduziram
inovações no sector, como a produção de louça em formas (1827-1830) e chegaram
mesmo a explorar, em determinados momentos, as fábricas concorrentes: Massarelos
(1819-1833), Santo António de Vale da Piedade (1825-1844) e a do Cavaquinho (1845).

A fábrica ocupava uma área bastante extensa, sendo construída na Rua da Esperança,
contígua à igreja de S. Pedro de Miragaia, laborando durante 77 anos, sendo que a sua
actividade apenas foi interrompida durante as invasões francesas e, posteriormente, no
período das lutas liberais.
Durante a sua existência são dignos de referência três períodos de fabrico desta fábrica:

O 1º período enquadra os anos de 1775 a 1827 sendo


considerado como o período áureo da fábrica, onde se
trabalhava com decorações a azul e castanho, tipo
"Rouen", outras com fundos amarelos e decorações
policromas.
Durante 1827 até 1840, já em pleno 2º período, é de
denotar uma maior industrialização da fábrica.
A produção adopta o uso de formas e a faiança é do tipo inglês com pintura monocroma
azul sobre decalque, obtido pelo processo de gravura em cobre.
Em 1829, Francisco da Rocha Soares relega a seu filho, a fabrica e consequentemente o
controlo do mercado da louça na cidade não só por ter tomado conta das principais
fábricas concorrentes como por, entre 1845/48 ter congregado as demais em uma única
organização.
Ainda durante este período estabeleceu um depósito de venda de louça, na Rua da
Esperança, com a participação das fábricas do Carvalhinho, Fervença, Fontinha, Monte
Cavaco e Vale Piedade.
O último período refere-se aos anos de 1840 a 1852 culminando com a falência e
encerramento da fábrica devido ao envolvimento político de Francisco Rocha Soares
filho, liberal militante, na Guerra Civil.

(PortoXXI)

Fabrica de Ceramica de Massarelos

Fábrica de Massarelos

Massarelos, é a mais antiga representação das


fábricas de faiança criadas no Porto.
Fundada em 1766 por Manuel Duarte Silva, na
Rua de "Sobre o Douro", em Massarelos.
A sua existência foi explorada por diversos
proprietários e industriais.
Por este facto, e tendo em conta que foram
relevantes as diferenças de pintura em várias
cores, costuma dividir-se o fabrico em 5 períodos
distintos:
Assim entre 1766/1819 o combustível utilizado era a carqueja. A decoração prendia-se
com cores azul, verde, amarelo e cor de vinho.

Entre 1819/1845, a fábrica entra no seu segundo período


sendo arrendada a Rocha Soares, da fábrica de Miragaia.
Uma vez que entre estes existia um relacionamento
familiar, a fabrica de Massarelos continuou, como de inicio,
uma empresa familiar.
Neste período, a faiança usa pasta mais fina, com decoração
policroma ou monocroma, de cor azul, cor de vinho, e ainda, as cores e esmaltes usados
pela fábrica de Miragaia.
No 3º período, inicia-se o fabrico de faiança utilizando o esmalte plumbífero, pintura
monocroma azul, e na decoração aplica-se a estampilha. A fábrica emprega barro
vermelho de Valbom de Baixo (Gondomar). Este período situa-se entre o ano de 1845e
o ano de 1873.
No 4º período (1873/1895) houve uma tentativa de maior industrialização na fábrica
produzindo-se azulejos lisos e em relevo, além de louça sanitária e várias peças
artísticas..

O 5º período (1900/1920), pertence já ao século XX e


refere-se à produção de faiança tipo, acentuadamente,
inglês com aplicação de decalques.
A partir de 1912 a gestão da fabrica pertence à firma
Chambers & Wall.
O edifício da fábrica de Massarelos, na Restauração, é
devastado em 1920 em virtude de um incêndio de
grandes proporções, contudo esta transição não afecta o
prestígio da marca " Massarelos - Porto" que continua a ser utilizado na produção da
fábrica da quinta do Roriz, em Quebrantões Norte, perto da ponte D. Maria Pia,
alongando-se face à margem do Douro.
Desta fabrica restam para memória, dois fornos transplantados que se podem observar
na margem da Avenida Gustavo Eifel.

(Porto XXI)

Evolução de uma Cidade no Tempo e no Espaço


A primeira vez que aparece na história o nome próprio de Portucale é ao terminar o Império Romano, no
Cronicon de Idácio, nos anos 456 e 459. Mas o cronista fá-lo acompanhar dos apelativos locus e castrum,
e diz que Braga, no ano 456, era a última cidade da Galiza. Daqui se vê que não reconheceu o Porto como
cidade, pois neste caso seria esta a última de Galiza. Idácio era natural do país e por isso, sabia muito bem
que no rio Douro terminava a Galiza; portanto o
Portucale locum, colocado por ele nas extremas sedes
desta Provincia, só podia ficar na margem direita daquele
rio, onde ela acabava. Ora conforme diz o primeiro
elemento da sua denominação, "portu", era o porto que
servia a Calem ou Cale, do lado da Galaecia, ao norte do
rio e sem fortaleza (Idácio claramente o distingue do
outro, munido de castrum). O Portucale castrum, pelo
contrário, devia ficar na margem esquerda do Douro e
em sítio elevado, porque só nestes se constróem os
castros. Calem ou Cale teria sido na sua origem uma
citânia lusitana, erigida numa eminência, e aproveitada
depois pelos romanos para estação de via militar de Lisboa e Braga, da qual vinham os passageiros
embarcar em baixo. A mudança do seu primitivo nome deve-se, por certo, à influência determinante do
embarque nas funções da estação, e por este motivo, portus veio a prefixar-se no topónimo originário;
todavia, no tempo do citado cronista, aquela citânia romanizada, em face do epíteto "castrum", voltou a
ser fortificada, certamente, à entrada dos povos germânicos. Resumindo, no domínio romano, no alto da
vertente esquerda do Douro ficava a última estação da via militar de Lisboa a Braga, chamada Calem no
"Itinerário" de António do princípio do séc. IV, e
Portucalem castrum no Cronicon de Idácio, escritor do
meado do séc. V na margem direita. Formou-se uma
povoação em sítio capaz de ser atracado pelos barcos,
que completavam a via ou estrada interrompida pelo rio,
e indispensável, quer para abrigo dos passageiros do
Norte nos dias de temporal, em que a travessia exigia
demora, quer para entreposto de mercadorias da
Galaecia. Era o Portucalem locum de Idácio, o qual com
a maior probabilidade, devia ficar no mesmo sítio da
Vila Baixa das Inquirições, a Oeste de Miragaia, fora do
Couto da Sé, pois o bispo exigiu o pagamento da
portagem aos moradores dela. No séc. VI esta povoação
foi elevada à categoria de cidade pelos Suevos, que
transferiram para aqui a Sé Episcopal de Meinedo entre
572 e 585. No alto da vertente direita do Douro levantou-
se a Igreja, que foi a primeira Catedral portucalense, e, a
par dela, formou-se uma povoação que abastecida
provavelmente no princípio com elementos do Portucale
romano marginal. No princípio do séc. VIII a cidade do
Porto foi destruída pelo Árabes ou Mouros, invasores e
dominadores. Contudo este domínio dos Árabes na
Galiza foi passageiro e pouco seguro, no entanto a
reacção contra a conquista Árabe não se fez esperar.
Pelagio e alguns bravos companheiros refugiaram-se nas
Asturias. Levantaram ali o estandarte duma guerra de
independência e de Religião e não só mantiveram
autónoma esta Província, mas também no decurso do
tempo, dilataram os seus limites por novas e sucessivas vitórias alcançadas contra os Árabes, até que de
todo os expulsaram da Península. No fim do séc. IX D. Afonso III de Leão, iniciou a restauração da
cidade do Porto, e é de crer que data dele a primeira fortificação, pois no fragmento das atas do chamado
Concílio de Lugo, atribuídas ao séc. X, aparece-nos o Portucale locum, denominado Castrum novum, e o
Portucale castrum, com o nome de Castrum
antiquum. No princípio do séc. XI, se não
falham velhas narrativas, aportou na Foz do Douro uma
armada de Gascões ou Vascões (Bascos), que, fixando-
se na cidade deserta, a fortaleceram e povoaram
definitivamente. Todavia, quanto à restauração
dos primitivos muros do Porto, feitos por D. Afonso
III (866- 910), e arrazados em 997 por Almonçor, não
parece ser obra dos Gascões, como dizem alguns
escritores, mas de Fernando Magno (1037-
1065), ordenada por este monarca após as suas
conquistas definitivas da Beira. Isso resulta da
Epistola sobre a expugnação de Lisboa, onde o seu autor conta, em 1147, que, tendo sido assolada a
cidade do Porto (Portugala) por uma grande incursão de Sarracenos, os estragos foram reparados havia
uns oitenta anos. Ora, deduzindo estes 80 anos a 1147, concluem-se que se fez a restauração aí por 1067,
isto é, quase no fim do reinado de Fernando Magno.
Esses primitivos muros, que circundavam e
defendiam o velho Burgo portucalense, existiam ainda no
séc. XVII, pois Fr. Manuel da Esperança, natural
do Porto, regista-os na sua História Serfica, deste
modo: "Ainda hoje ostenta (o monte da Sé) sobre a
sua cabeça uma coroa de muros, cêrca da cidade velha,
abertos por quatro portas com tribunas e altares, onde se oferece a Deus no sacrifício da Missa a
imaculada Hostia". Essas quatro portas ou entradas eram: a principal o Arco de Vandoma, que ficava ao
nascente do velho Burgo, a entestar com o largo da Sé e a rua Chã (Chão das Eiras); daí declinava o muro
monte abaixo, costeando as Escadas das Verdades, onde estava o Arco da Porta das Mentiras; tornejava
pelo alto do Barredo, angulando sobranceiro ao Rio da Vila, que desaguava a descoberto no fundo da
actual rua de S. João; rasgava-se no Arco ou Postigo de Santa Ana das Aldas, e, prosseguindo, formava o
Arco ou Porta de S. Sebastião, onde se recurvava para fechar o circuito. No princípio do séc. XII
restaurou-se a Diocese do Porto com a eleição do Bispo
D. Hugo, Arcediago da Sé de Compostela, e pupilo do
poderoso Bispo compostelano D. Diogo Gelmires. Com
a protecção deste Prelado obteve D. Hugo para a sua
Igreja do Porto da Rainha D. Teresa, em 1120, a doação
do Burgo portucalense, já referido, e do seu Couto, isto
é, do território adjacente convertido em Couto, cujos
limites fixou no respectivo diploma. De modo que o
território adjacente coutado à Sé portucalense parece ser
um triângulo irregular, tendo por base a linha do Douro,
que vai
de Noêda (Campanhã) ao ribeiro de Miragaia, tocando
pela ponta na Igreja de Paranhos. Três anos depois, o
Bispo D. Hugo que tinha conseguido como favor político
esta doação do Burgo contiguo à Sé e do Couto
adjacente, para a consolidar deu Foral à Povoação (1123,
modelado pelo de Sahagun, cujos doados eram ambos
franceses. D. Hugo, o grande Bispo francês, foi, sem
dúvida, o verdadeiro povoador da cidade. De D. Afonso
Henriques, que muitas vezes cá esteve, e em cujo reinado
apareceu - diz a lenda - a imagem de Senhora da Silva,
nuns silvados do monte da Sé, e foi começada a construir
a
catedral, onde ainda há um altar em que a dita Senhora se
venera. Dos Cruzados do Norte que, em 1147, de
passagem pela nossa costa, subiram ao monte da Sé, e no
adro da primitiva ermida que lá havia, ouviram o famoso
sermão de D. Pedro Pitões, incitando-os à conquista de
Lisboa aos Mouros. São coevas destes sucessos, embora
pelas construções que as orlavam tivessem outro aspecto,
muitas das escuras e estreitas ruelas e pouco vastos
largos das imediações da Sé. Necessidades indiscutíveis
de urbanização, obrigaram há pouco tempo a alterar o
aspecto de algumas dessas ruas e a fazer desaparecer
outras inteiramente. Já não existem pois o Largo do
Colégio, o Largo do Paço, a Rua de Nossa Senhora de Agosto; foram demolidas a Capela dos Alfaiates,
outra situada em frente da Igreja da Sé, e a casa brasonada que lhe ficava próxima. No séc. XIV
começaram a ser construídas as muralhas que, abraçavam, muito por longe, o nome de Muralhas
Fernandinas. O Porto era já a cidade mais importante do norte do país, e uma das mais activas e
populosas de Portugal, embora não chegasse talvez a contar, mesmo incluindo o arrabalde mais chegado,
cinco ou seis mil almas. Prosperara enormemente. Dentro do seu novo âmbito ficavam agora a velha e
extensa Chã das Eiras; o Lugar do Carvalhos do Monte, onde se ergueria o mosteiro de Santa Clara; O
Monte da Cividade (alto do Corpo da Guarda) - topónimo revelador da remotíssima existência ali dum
lugarejo pré-romano, que presumivelmente viera depois a ser a romana Cale; ficavam ainda pela encosta
abaixo até ao Douro, as ruas que conduziam ao antigo bairro da Ribeira núcleo demográfico de relativa
importância, e, do outro lado do Rio da Vila, o monte da Vitória em cujo cimo se estabeleceria no fim do
séc. XIV por ordem de D. João I a Judiaria do Olival. Pertenceram a esta Judiaria, as Ruas de S. Bento da
Vitória, de S. Miguel e da Vitória; dos seus primeiros habitantes, perdura ainda a recordação toponímica
nas Escadas da Esnoga (ou da Sinagoga). Disse no séc. XVI o Dr. João de Barros, na sua Geografia
d'Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes: - "A Cidade do Porto, que he cabeça da Comarca... he hua
Cidade muito notável e das princípais deste Reino, pellas cousas insignes que tem, a coal está iunto ao
Rio Douro, hua legoa do mar, onde chegarão todas as naos e navios que vem de toda a parte a ella. Esta
cercada de muro de cantaria mui forte, que se fes em tempo del Rey Dom Fernando, deste Reino, no coal
ha trinta torres fortes e altas e dose portas e postigos por
onde se serue." Na Rua nova, futura dos Ingleses e
actualmente do Infante D. Henrique, que então se
começou a abrir, em breve passaria a instalar-se o "alto-
tráfico, onde brotaram e vigoraram até hoje - escreveu há
cinquenta anos Ricardo Jorge - as instituições duma
sólida organização comercial marítima, que tem sido a
força prosperadora, sempre activa, do engrandecimento
da nossa terra". Fora das Muralhas Fernandinas, havia,
desde longos tempos, antigos núcleos de população, o
mais importante e típico dos quais, o de Miragaia, lhes
estava contíguo. Lá existira a velha Judiaria, com a sua
sinagoga, depois integrada no Convento de Monchique, e
ainda lá existe hoje o Monte dos Judeus com a sua centenária Escada... No séc. XVII, o Porto, começando
a não caber dentro das suas segundas muralhas, lança para fora múltiplos braços tentaculares. As zona
circundante, então ocupada por casais, olivedos, vimiais, laranjais e campos de cultura - O Largo do
Moinho de Vento atesta no seu nome a sua antiga situação montesinha - vão-se abrindo ruas que
rapidamente se povoam de casas. Constroe-se o Recolhimento do Anjo, no local onde se erguia... O
Mercado. No Campo das Hortas estabelece-se em princípios do séc. XVIII a Praça Nova. Na segunda
metade do mesmo século o Governador João de Almada, rasga a rua do Almada, e o seu sucessor,
Francisco de Almada e Medonça constrói ousadamente a Rua de Santo António. Na Cordoaria instala-se
o Hospício dos Capuchos de Santo António do Vale da Piedade. Na Rua da Fábrica constroem-se mais
edifícios. Fez-se o passeio das Fontainhas, Teatro de S.
João, Praça de Santo Óvideo e respectivo quartel, etc. ...
As lutas liberais da primeira metade do séc. XIX,
fizeram suspender esse notável surto do desenvolvimento
material da cidade. Mas depois, os progressos
acentuaram-se vertiginosamente. Até 1836 o Porto tinha
sete freguesias: Sé, Vitória, S. Nicolau, Santo Ildefonso,
Miragaia, Massarelos e Cedofeita. Pelo Decreto de 26 de
Novembro do citado ano, foram-lhe anexadas Lordelo do
Ouro, Campanhã, e S. João da Foz, e por carta de Lei de
27 de Setembro do ano imediato nova anexação se fez; a
da freguesia de Paranhos. Na origem das cidades, é a
função militar talvez a mais importante, e por ela
podemos fazer uma ideia do papel desempenhado pelas
acrópoles. O caso do Porto é incluído nesta categoria
pela sua situação antiga, de última terra da Galiza. Hoje a
importância desta função, é mínima como se
compreende. A função política é de facto uma função
muito importante de tal modo que só por si explica a
graduação existente entre uma simples comarca e a
capital de um país. Olhando o mapa da Europa, vê-se que
as capitais são geralmente as cidades maiores. O
desenvolvimento duma capital, explica-se pela sua tendência a centralizar todos os serviços públicos. A
função económica pode subdividir-se em: agrícola encruzilhada, comercial e industrial, estas duas últimas
reflectem o caso do Porto. Toda a cidade é, mais ou menos, um lugar de trocas; a cidade deve-se aos
comerciantes; o direito do mercado é um facto capital na formação duma cidade. No Porto não se deu
apenas o caso do comércio local, mas também o caso do transo e portos francos, na sua exportação de
vinho para todos os continentes. O desenvolvimento da grande indústria moderna, teve como
consequências a emigração das populações das aldeias, para as cidades. O grande desenvolvimento da
indústria, teve, como consequências já apontadas, o inconveniente da superlotação, a baixa de salários e a
dispensa de grande parte de mão de obra. Foi esse o grande problema do séc. XIX. Com o crescente
aumento de população, a cidade viu-se na necessidade de alargar, para poder dar abrigo a todos esses
emigrados, e fazer, de certo modo, baixar o preço da habitação. Na evolução da cidade, os factores
económicos não tiveram menos importânciaque os factores políticos. A concessão dum direito comercial
por uma autoridade política, foi um factor de prosperidade para o aglomerado; facto notável o do
desenvolvimento e influência das indústrias na expansão das cidades. Pouco a pouco principiam as
especializações: uma família ou indivíduo, produzem certos objectos que trocam por outros. Com a
revolução nas funções antigas o impulso acelerou-se: primeiro água, ar, homem e animal; depois a
moderna força, o vapor, uma concentração de operários em volta da máquina. Se a máquina eléctrica
tivesse sido inventada antes da de vapor, as consequências para o urbanismo teriam sido bem diferentes.
O maquinismo é a característica da nossa época e são infinitas as consequências motivadas por ela, que
abrangem o lado económico, político e até moral. Sob o ponto de vista de urbanistas, só temos um a reter;
a concentração da população, que é dupla: na cidade e à volta da fábrica. Fora todos os mecanismos da
civilização, o Porto teve também uma grande indústria agrícola: o cultivo e preparação dos seus afamados
vinhos. A acompanhar esta indústria, veio, forçosamente, o comércio.

(Fonte:Arkitectura)

Parque da Cidade

O Parque da Cidade possui uma superfície com 83 hectares de áreas verdes


que o classificam como o maior parque urbano do país! Este magnifico espaço
estende-se até ao Oceano Atlântico e é um dos destinos mais procurados por
todos os que pretendem passar bons momentos em contacto com a natureza.
Tendo sido projectado pelo arquitecto paisagista Sidónio Pardal nos anos 60,
foi inaugurado em 1993 (1ª fase) e finalizado em 2002, com a construção da
Frente Marítima. Mais de 9 Km de caminhos estendem-se ao longo do Parque
por entre relvados e áreas arborizadas, permitindo agradáveis caminhadas aos
seus visitantes. Existem ainda espalhados pelo espaço diversas estadias para
contemplação e descanso dos caminhantes, representando vários
acontecimentos, que contrastam com a expressão natural da vegetação
envolvente e que assumem um papel fundamental no jogo de espaços. A vasta
diversidade da fauna existente é outros dos grandes atractivos do Parque da
Cidade. Ao longo dos anos têm vindo a crescer e a fixar-se de forma natural
cisnes, patos bravos, coelhos, gansos, peixes, sapos, repteis, etc. A área é
ainda palco de vários percursos migratórios de aves, das quais se destaca a
garça. A flora do Parque é rica e diversificada, estando limitada pela
proximidade do mar. Existem 74 espécies arbóreas, 42 espécies arbustivas, 15
espécies de árvores de fruto e 10 espécies aquáticas, num total de várias
dezenas de milhares de exemplares. O Núcleo Rural de Aldoar, composto por
quatro quintas, foi inaugurado em 2002. Aí, podemos encontrar vários
equipamentos nomeadamente um restaurante, um salão de chá com esplanada
e um picadeiro para o uso do Clube de Póneis e um Centro de Educação
Ambiental, onde são realizadas várias actividades no âmbito da protecção do
meio ambiente, dirigidas ao público escolar em geral. Na quinta 66, existem
várias lojas de associações sem fins lucrativos que, no âmbito do “Comércio
Justo”, promovem e comercializam os seus produtos oriundos principalmente
da actividade artesanal e da agricultura biológica. A dinamização deste espaço
permite a todos os utentes que quotidianamente frequentem o parque,
usufruírem dum pólo de atracção num ambiente rural e natural único na
cidade. O Parque da Cidade é assim um espaço verde, com lagos, flora e fauna
variada, junto ao mar no norte da cidade, cujas colinas fazem com que o
visitante não se aperceba que está numa área densamente povoada e onde as
pessoas se juntam para praticar diversos desportos e passear, estando dotado
de vários equipamentos nesse sentido.

Igreja do Carvalhido

(Foto:Manuel de Sousa)
(Foto: José Lopes)

A Igreja do Carvalhido situa-se na freguesia de Cedofeita, zona do Carvalhido, na


cidade do Porto, em Portugal. Tem auditório e à entrada vê-se uma imagem com o
caminho Porto-Jerusalém.

Igreja dos Congregados


A igreja dos congregados foi inaugurada a 8 de Dezembro de 1680 e pertencia à
Congregação de Filipe de Néri e está situada na Praça Almeida Garrett.
A sua frontaria em estilo Barroco é do século XVII. As janelas são forradas com
azulejos modernos, representando cenas da vida de Santo António. Os vitrais são já
construção deste século.
O interior deste templo é composto por uma só nave e o coro, assente em colunas
Jónicas suportadas por três arcos.
Dois portais em estilo Barroco abrem o transcepto.
A decoração do interior da capela-mor foi feita com painéis representando passagens da
vida de Santo António, além dos painéis podemos ainda vislumbrar duas séries de
relevos esculpidos de Santo António.
Ainda no interior do templo destacam-se dos painéis, um representando a «Assunção da
Virgem» e o outro a «Sagrada Família».
Na Sacristia encontram-se guardados arcazes de pau preto e uma tela da Virgem e o
Menino.

(Texto: PORTOXXI)

Via da Cintura Interna


A Via de Cintura Interna -- correntemente designada pela sigla VCI (também
chamada IC23 ou CRIP - Circular Regional Interna do Porto) -- é uma auto-estrada
em forma de anel que contorna a zona central dos núcleos urbanos do Porto e de Vila
Nova de Gaia, em Portugal, numa extensão total de 21 km. Actualmente 30% da
população da Grande Área Metropolitana do Porto vive "dentro" do anel da VCI.

Características

A VCI apresenta normalmente três vias de rodagem em cada sentido, com separadores
centrais em betão do tipo "New Jersey" e separadores laterais metálicos (rails). Para
reduzir a área ocupada, as bermas são geralmente pequenas. A VCI dispõe de radares de
controlo de velocidade -- limitada a 90 km/h --, postos SOS, câmaras de videovigilância
e painéis de protecção acústica. Ao longo de todo o seu trajecto de 21 km, a VCI
intercepta a maioria das artérias urbanas do Porto e de Vila Nova de Gaia, contando
com numerosas passagens superiores e inferiores e dois túneis em Vila Nova de Gaia:
um sob a Avenida da República e outro sob o Jardim de Soares dos Reis. Os túneis
estão dotados de ventilação, rede de detecção de incêndios e sistema de detecção de
monóxido de carbono.

Em 1995 já circulavam na VCI, na margem norte do Douro, 130 mil veículos/dia, com
126 mil a passarem na Ponte da Arrábida e apenas 20 mil a circularem pela Ponte do
Freixo. Saindo da VCI, seguiam para Norte 54 mil veículos diários pela Via AEP, 71
mil pela Via Norte e 90 mil pela A3, rumo a Braga e a Amarante (A4) .

Nos finais de 2006 a ponte da Arrábida suportava já uma média de 170 mil veículos por
dia. Com a conclusão do anel da VCI em Janeiro de 2007, as previsões da empresa
Estradas de Portugal apontavam para uma redução em cerca de 20 mil veículos por dia
na Arrábida e um aumento de 35 mil no Freixo que passaria para perto dos 125 mil
veículos/dia. A Ponte do Infante e o tabuleiro inferior da Ponte Luís I veriam o trânsito
automóvel reduzido em 20% .

História

Quem pela primeira vez propôs a construção de uma Avenida de Cintura que
contornasse "a região nevrálgica da cidade, sede do comércio, escritórios, bancos, cafés,
cinemas, teatros, hotéis, restaurantes, etc." foi Antão de Almeida Garrett, no seu Plano
Geral de Urbanização da Cidade do Porto de 1947. Esta Avenida de Cintura começava
na ponte projectada para a Arrábida e, ligando à Via Rápida de acesso a Leixões, à Via
Norte de acesso a Viana do Castelo e Braga, a uma Via Noroeste em Contumil para
aceder a Guimarães e Penafiel, fechava o arco numa nova ponte mista (rodo e
ferroviária) que substituiria a velha Ponte Maria Pia. Convém lembrar que, em 1947,
nenhuma destas vias ou pontes existia.

Mais tarde, em 1962, Robert Auzelle, no seu Plano Director retoma algumas das
concepções anteriores, tentando dar resposta ao galopante trânsito automóvel. É
delineada a Via de Cintura Interna, com assumido perfil de via rápida e já não de
avenida urbana. Esta via, que começaria na Ponte da Arrábida (na época, ainda em
construção), teria o seu término na Avenida de Fernão de Magalhães, junto à zona das
Antas.

No ano seguinte é finalmente inaugurada a Ponte da Arrábida e construído o primeiro


troço desta via até à antiga Rotunda de Francos onde se iniciava a Via do Marechal
Carmona, como foi oficialmente baptizada a via rápida de acesso a Leixões, hoje
Avenida AEP. Na verdade este troço era parte integrante da auto-estrada n.º 1 que,
passando a Ponte da Arrábida, terminava logo uns 14 km mais a sul, nos Carvalhos.

Só 26 anos depois, em 1989, a VCI seria prolongada no Porto com a inauguração do


tramo entre Francos e o Amial. Na altura já estavam adiantados os planos e estudos para
a construção de uma nova ponte sobre o rio Douro, na zona oriental da cidade, por onde
deveria passar a futura auto-estrada principal de ligação a Lisboa, substituindo a já
muito congestionada Arrábida. Em 1994, a VCI é prolongada até às Antas, engolindo a
Avenida de D. João II e substituindo a rotunda da Praça de D. Manuel I, a meio da
Avenida de Fernão de Magalhães, por um nó rodoviário. No ano seguinte é construída a
Ponte do Freixo e a VCI é prolongada até lá, para receber o trânsito que vinha de Sul.
A Sul do rio Douro, as obras seriam mais demoradas. Do lado ocidental, a VCI
aproveita o troço da A1 entre a Ponte da Arrábida e Coimbrões, em Vila Nova de Gaia,
aberto em 1963, e é construído um pequeno prolongamento para norte, para a zona da
Barrosa, em 2002, dando acesso ao centro comercial GaiaShopping que acabava de ser
construído. Um pouco mais tarde, a partir do nó do Areeinho, em Oliveira do Douro, na
saída sul da Ponte do Freixo, é construído um novo tramo ligando a Avenida da
República, junto ao El Corte Inglés.

Foi preciso esperar mais alguns anos, para que os 1.300 metros que faltavam para fechar
o anel fossem concluídos, o que só veio a acontecer a 8 de Janeiro de 2007. Ou seja, 43
anos depois do seu início, a Via de Cintura Interna foi finalmente fechada!

Benefícios

A VCI é um anel rodoviário de fundamental importância para o Grande Porto e para


toda a Região Norte. Redistribui os veículos entre as duas principais pontes sobre o
Douro (Arrábida e Freixo), descongestiona o centro das cidades gémeas Porto e Gaia,
reduz os engarrafamentos, aumenta a segurança, reduz os custos de transporte e a
emissão de gases causadores do efeito de estufa.

Além de permitir a distribuição dos fluxos de tráfego regionais, servindo zonas


residenciais, industriais, comerciais, universitárias e desportivas, a VCI também é
utilizada pelo trânsito nacional para aceder às restantes auto-estradas (nomeadamente,
A1, A3, A4, A28 e A41).

Espera-se que a conclusão da IC24 (Circular Regional Externa do Porto) possa vir a
deslocar para zonas completamente periféricas o trânsito de longo curso que,
actualmente, ainda se vê forçado a recorrer à VCI.

(wikipédia)

IGREJA DA LAPA
A Irmandade de Nossa Senhora da Lapa foi instituída em 1755 pelo Papa Bento XIV.
No dia 17 de Julho de 1756 foi começada a construir a Igreja, de modo a substituir uma
capela menor.

Na capela-mór, por trás duma pesada porta de bronze, está o coração de D. Pedro IV
oferecido à cidade pela viúva a Imperatriz D. Amélia de Beauharnais, cumprindo o
desejo do marido. De 4 em 4 anos a porta é aberta, por funcionarios da Câmara
Municipal do Porto, de modo a poder substituir o líquido na jarra em que o coração está
inserido.

No coro-alto foi colocado em 1995 um órgão de tubos da autoria do mestre-organeiro


alemão Georg Jann. Trata-se do maior órgão da Península Ibérica.

(Wikipédia)
Igreja de Massarelos

A igreja de Massarelos fica localizada no Largo do Adro, que comunica com a


Rua da Restauração, a sua construção teve inicio em 1776. Contudo apenas
passou a igreja paroquial da freguesia de Massarelos quando se arruinou a de
Santa Maria da Boa Viagem, sede da freguesia até à extinção canónica da
mesma. Esta igreja pertence à confraria das Almas do Corpo Santo de
Massarelos, fundada, conforme tradição, em 1394, por mareantes que tinham
sofrido tempestade quando regressavam de Inglaterra, e à qual teria pertencido
o Infante D. Henrique. Esta confraria possuía grande importância no Porto,
desempenhando funções bancárias, comerciais e outras, tendo navios que
defendiam a costa quando apareciam piratas argelinos. Em 1741, a
esquadrilha da Confraria compunha-se de cinco barcos: «São João da Foz»,
«Santo António de Lisboa», «São Pedro e São Félix», «Nossa Senhora da
Conceição» e «Almas». Tinha também, por concessão régia, o privilégio de
ser depositária e fornecedora dos modelos de conhecimentos de bordo.

A igreja actual é dividida em três partes, por pilastras, na parte central,


deparamos com um portão com frontão partido no qual ao cimo encontramos
um nicho, que guarda a imagem do padroeiro, S. Pedro Gonçalves Telmo
ladeado por duas colunas rematadas com capiteis coríntios. Superiormente,
duas janelas laterais e um janelão circular. O entablamento é singelo, com
trabalho lavrado rodeando o janelão, que o remata em forma de concha,
elemento que remata igualmente as janelas. Aos lados, as torres sineiras
rematadas com ornatos em cada face e encimadas por uma cruz de ferro. Entre
os campanários e o entablamento existe um relógio. A fachada é guarnecida
com azulejos.

"A constituição desta igreja é de uma só nave. A capela-mor e o seu altar são
anteriores aos outros altares. Nos colaterais, à esquerda Nossa Senhora de
Fátima e, no da direita, S. José. No corpo da igreja, à esquerda Nossa Senhora
das Dores e, à direita, S. Cosme; nos outros dois, de época mais recente, à
esquerda o Sagrado Coração de Jesus e, à direita, Santo António. "

No tesouro da Irmandade existem ainda diversas pratas, entre as quais avulta,


pelo seu mérito artístico, uma custódia quinhentista.

"Interessante para a iconografia de S. Pedro Gonçalves Telmo é o grande


quadro a óleo que esteve colocado na igreja, junto à porta principal, do lado
esquerdo, e se guarda hoje na sala das sessões. Representa, ao alto, a
Santíssima Trindade: o filho abraça-se a uma cruz, junto à qual a figura da
Esperança segura uma âncora, a cujo cabo prende a mão S. Pedro Gonçalves
Telmo; em baixo, à esquerda, está pintado um letreiro que diz: "

-TRIUMPHO DA GRAÇA SOBRE A NATUREZA-

Merecem também referência, algumas imagens e o arcaz da sacristia.

Em 1943, ainda a irmandade realizava, no segundo domingo de Maio, a festa


a S. Pedro Gonçalves Telmo e nela distribuía o pão do fastio - pão bento, em
tempos muito procurado pelos tripulantes dos navios, como remédio contra o
enjoo e pelas mulheres grávidas. O pão do fastio ligava-se a milagre atribuído
a S. Pedro Gonçalves, quando pregava o dogma da S. Trindade.

O templo que hoje existe é o terceiro e pertence, como os anteriores, à


Confraria das Almas do Corpo Santo de Massarelos.

Do templo anterior, construído depois de 1640, de menores proporções que o


actual, subsiste a capela primitiva, construída sobre o rochedo em que
possivelmente assenta a capela-mor.Anos depois sofreu um restauro, sendo a
capela-mor decorada, interiormente, com pinturas a fresco, feitas pelo pintor
italiano Silvestro Silvestri, ao gosto bisantino.
Texto: PortoXXI

Capela das Almas


A Capela da Almas ou Capela de Santa Catarina fica situada na freguesia
de Santo Ildefonso no Porto.

A sua construção data dos princípios do séc. XVIII.

A capela tem dois corpos, sendo o segundo mais baixo, e sofreu obras de
ampliação e restauro que modificaram o estilo original, em 1801.

O exterior da capela está revestido de azulejos da autoria de Eduardo Leite e


foram executados pela Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego, em Lisboa que
datam de 1929 e representam os passos da vida de São Francisco de Assis e de
Santa Catarina, que são venerados na dita capela.

O revestimento é constituído por 15.947 azulejos que cobrem cerca de 360


metros quadrados de parede.
(Fonte: Wikipédia)

Gastronomia do Porto

Deixe-se seduzir pelo sabor apurado da gastronomia nortenha, na


cidade que viu nascer alguns dos pratos mais típicos da região.

Comece pelo bacalhau, que vem dos mares da Noruega e chega à


mesa em variadas formas. A mais conhecida é o Bacalhau à Gomes
de Sá, no forno com cebolada. Outros nomes, outras receitas
deliciosas como o Bacalhau à Zé do Pipo, o Bacalhau à João do
Buraco ou João do Porto.

Se prefere carne, prove a orelheira com feijão, o arroz de cabrito ou o excelente arroz de
cabidela, acompanhado com enchidos e com o gosto apurado da galinha a dar aquele
sabor irresistível.

Não se esqueça das tripas à moda do Porto. Esta receita muito antiga deu mesmo o
nome às gentes portuenses, que são conhecidas por «tripeiros». Prove, vai gostar.

Para noctívagos e não só, o pão de forma, bife, linguiça, salsicha fresca e queijo que dá
pelo nome de francesinha é a receita farta para retemperar energias. Hoje, são tantos os
locais no Porto onde pode provar francesinhas que o prato quase merece um roteiro
próprio.
A acompanhar todas estas delícias, junte os vinhos do Douro. É ao longo deste rio
nortenho que crescem os melhores vinhedos e é no Porto que pode provar o resultado
das melhores castas.

Para sobremesa, não esqueça o creme queimado, o arroz doce e, sobretudo pelo Natal,
as Rabanadas.
(Fonte: VisitPortugal)

Rua dos Mercadores

A Rua dos Mercadores foi, juntamente com a Bainharia e a Rua Escura, um dos eixos
de circulação vital para o Porto Mediévico, ligando a zona ribeirinha, centro
mercantil, ao burgo episcopal e assegurando a comunicação com as principais vias
medievais que saiam do Porto em direcção ao Entre-Douro-e-Minho e a Trás-os-
Montes. Percorrendo a zona extra-muros desde as imediações da Porta de Sant'Ana até
à Praça da Ribeira, junto ao Douro - ia, segundo documento antigo, "de Sant'Ana para
baixo até a Praça da Ribeira" - ela seria, como o seu nome indica, um dos locais
eleitos pelos mercadores portuenses para instalarem as suas moradias e
estabelecimentos. Era assim, uma zona rica da cidade.

Chafariz de S. Miguel
Ao lado da Sé do Porto encontra se uma fonte, o Chafariz de São Miguel, também
chamado do Anjo que terá sido construído por Nasoni.

O nome da fonte, que contém uma moldura em ferro forjado, assim como um baixo
relevo em mármore, advém duma estátua que está ao cimo que representa o anjo São
Miguel.

Obtido em wikipedia

Boavista
A Boavista é uma designação genérica de uma parte da zona ocidental da
cidade do Porto, em Portugal.

Não é uma freguesia, nem tem limites precisos. Genericamente entender-se


como designando toda a envolvente do eixo de quase 8 km que corre da Praça
da República (a leste) à Praça de Gonçalves Zarco (a oeste), junto ao Oceano
Atlântico, constituído pela Rua da Boavista e pela Avenida da Boavista.

De forma mais expressiva a palavra Boavista aplica-se à zona em torno da


Praça de Mouzinho de Albuquerque, popularmente conhecida, precisamente,
por Rotunda da Boavista.

A segunda equipa de futebol da cidade do Porto herdou esta designação -- o


Boavista Futebol Clube -- que tem a sua sede no Estádio do Bessa, a poucas
dezenas de metros da Avenida da Boavista.
José Marques da Silva

José Marques da Silva (Porto, 18 de Outubro de 1869 — Porto, 6 de Junho de 1947) foi um arquitecto
português. Fez o seu curso na Academia Portuense de Belas-Artes, seguindo depois para Paris, onde
viveu entre 1889 e 1896, e onde obteve o diploma de arquitecto com altas classificações.

Regressou a Portugal e criou rapidamente nome, pelo número e importância dos trabalhos que projectou e
construiu, alguns dos quais foram premiados na Exposição Universal de Paris de 1900 e na do Rio de
Janeiro 1908, com medalhas de prata e de ouro. Em 1907 foi nomeado professor de Arquitectura da
Escola de Belas-Artes do Porto e, em 1913, seu director, aposentando-se, por limite de idade, em 1939.
Foi académico de mérito das Academias de Belas-Artes de Lisboa e Porto, sócio correspondente da
Academia Nacional de Belas-Artes e oficial da Ordem de Santiago. Foi também professor do antigo
Instituto Industrial e Comercial do Porto.

A Universidade do Porto neste momento é a detentora do espólio do arquitecto, que se encontra no


Instituto Arquitecto Marques da Silva, sito na Praça do Marquês de Pombal, no seu antigo atelier, ao lado
da sua Moradia. Conjuntamente com o espólio do arquitecto, encontra-se o da sua filha, Maria José
Marques da Silva e do seu genro, David.

Obras mais notáveis

• Teatro Nacional S. João, no Porto


• Estação de São Bento, no Porto
• Liceu Alexandre Herculano
• Liceu Rodrigues de Freitas
• Casa de Serralves
• Templo de S. Torcato, em Guimarães
• Santuário da Penha, em Guimarães
• Edifício da Companhia de Seguros "A Nacional", na Praça da Liberdade, no Porto
• Edifício dos Grandes Armazéns Nascimento, na Rua de Passos Manuel, no Porto
• Edifício da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães

Projectos de monumentos premiados

• Heróis da Guerra Peninsular, no Porto


• Marquês de Pombal , no Porto
• Prelado D. António Barroso, em Barcelos.
(Wikipédia)

A Bandeirinha da Saúde
No largo fronteiro ao Palácio das Sereias existe uma pirâmide que servia de
suporte à bandeirinha da saúde que marcava o limite da atracagem dos navios
recém chegados. Os seus ocupantes só poderiam tocar terra depois de fazerem
o exame sanitário. A pirâmide de cantaria foi executada entre 1597 e 1633
pelo pedreiro Bastião Fernandes, com o objectivo de proteger a população em
tempo de peste.

Café Âncora d'Ouro


O Café Âncora d`Ouro, conhecido como 'O Piolho', é um café reputado
como o local de encontro de estudantes da Universidade do Porto.

O Piolho situa-se na Praça Parada Leitão, nr. 45, facilmente visivel a partir da
Praça dos Leões. A frequência é tradicionalmente do universo estudantil,
em parte devido a estar rodeado pela antiga Faculdade de Ciências, pelo
Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.

Casa Tait
A Casa Tait, ou a Quinta do Meio, é um espaço de rara beleza, situado uma extensa e
agradabilíssima área verde ajardinada, na zona central da Cidade do Porto.
Protegida por muros altos, a Casa Tait mantém ainda uma profunda marca característica
das famílias inglesas que a habitaram.
"Entre muitas é de destacar quem lhe deu o nome, William Tait, cidadão britânico,
proprietário e morador nesta casa a partir de 22 de Abril de 1900, negociante abastado,
ligado ao vinho do Porto, tornando-se pessoa relevante da época, estudioso que foi da
fauna e flora, e autor de ""The Birds of Portugal"" - Londres 1924; era possuidor de
uma excepcional colecção de ovos de pássaros e terá sido introdutor em Portugal de
algumas espécies vegetais. "
A disposição da casa favorece a preservação do sossego, individualidade e gozo de
condições naturais que sempre foram privilégio dos ingleses, encontra-se de costas
voltadas para uma estrita viela, sem janelas, abrindo-se contudo francamente sobre os
jardins, belos arranjos de intimidade e espécies vegetais neles conservadas, e, para a
bela panorâmica no sentido da barra do rio Douro.
Sucedeu a William Tait, Miss Muriel Tait , senhora de fino trato e cultura, que muito
contribuiu para a vida cultural da cidade. Esta vendeu a sua propriedade ao município
portuense, condicionando-lhe a função futura a espaço verde público onde podemos
ainda hoje reviver um pouco esses tempos e admirar as belas colecções de rosas,
camélias, de brincos de princesa, ou o majestoso «liriodendrum tulipifera», árvore
classificada, a qual merece uma observação atenta.
Este é sem duvida um local de vista obrigatória para os apreciadores da mágica
simbiose do verde, da água e do sol ameno do entardecer.
(PortoXXI)

Ferreirinha

D. Antónia Adelaide Ferreira (1811-1896), mais conhecida por Ferreirinha, foi uma
empresária portuguesa do século XIX.

Ficou conhecida por se dedicar ao cultivo do Vinho do Porto e pelas notáveis inovações
que introduziu. A sua família era muito abastada, possuía muito dinheiro e vinhas. O
pai, José Bernardo Ferreira casou-a com um primo, mas este não se interessou pela
cultura da família e esbanjou grande parte da fortuna.

D. Antónia teve dois filhos: uma menina, Maria de Assunção, mais tarde Condessa de
Azambuja, e um rapaz, António Bernardo Ferreira. Ficou viúva muito nova (33 anos), a
viuvez despertou nela a sua verdadeira vocação de empresária.

Sabe-se que a Ferreirinha, como era carinhosamente conhecida, se preocupava com as


famílias dos trabalhadores das suas terras e adegas. Apoiada pelo administrador José da
Silva Torres, mais tarde seu segundo marido, Adelaide Ferreira lutou contra a falta de
apoios dos sucessivos governos, mais interessados em construir estradas e comprar
vinhos espanhóis. Debateu-se contra a doença da vinha, a filoxera e deslocou-se a
Inglaterra para obter informação sobre os meios mais modernos e eficazes de combate a
esta peste, bem como processos mais sofisticados de produção do vinho. A Ferreirinha
investiu em novas plantações de vinhas em zonas mais expostas à radiação solar, sem
abandonar também as plantações de oliveiras, amendoeiras e cereais.

A Quinta do Vesúvio, uma das sua muitas propriedades, era por ela percorrida e vigiada
de perto. No ano de 1849 a produção vinícola era já de 700 pipas de vinho. Mercê de
bons acordos, grande parte dos vinhos foi exportada para o Reino Unido, ainda hoje o
primeiro importador de Vinho do Porto.
Quando faleceu, em 1896, deixou uma fortuna considerável e perto de trinta quintas. Do
Douro para o mundo passou a lenda da sua tenacidade e bondade. Em 2004 a RTP
exibiu uma série onde se retratava a sua vida, essa série era da autoria de Francisco
Moita Flores.

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