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A uva em
situações INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
adversas Os vinhos tropicais do
Vale do São Francisco
Painel
ISCAM:
mercado
de vinhos
01
O cultivo de uvas no sul do Brasil
já é tradicional, mas não chega
a ser novidade nas regiões
tropicais como o Vale do Rio São
Francisco. Existem registros de
cultivo de uvas no Nordeste do
país já no século XVI, mas a
atividade tornou-se
efetivamente comercial a partir
de 1956, quando a empresa
Cinzano S.A. trouxe 100.000 pés De onde vêm as uvas?
de uvas híbridas para produção
de vinhos no região. Na década Apesar de o imaginário popular
de 70 outras fazendas se associar as uvas e o vinho ao inverno,
instalaram por ali e a sua origem está ligada à região do
consolidaram a produção, e no Mediterrâneo, que apresenta um clima
início dos anos 1990, entram em quente e seco no verão e
relativamente ensolarado no inverno. A
cena a vinícola Adega Bianchetti
domesticação privilegiou variantes de
Tedesco, a Vinícola Garziera e a
alto rendimento e rápido crescimento,
Duccos Vinícola. No início dos e adaptações feitas ao longo de mais
anos 2000, a produção foi de 8 mil anos, até os dias atuais,
reforçada com a chegada de produziram uvas com características
grandes investidores, como o específicas adaptadas a diversos
Grupo Miolo, da Serra Gaúcha, e ambientes. De forma geral, pode-se
o Dão Sul/Global Wines, de dizer que uvas produzidas em climas
Portugal, que criou a vinícola mais gelados tendem a ser mais
ViniBrasil. suaves e ácidas, ao passo em que as
uvas colhidas em ambientes quentes
A região atualmente emprega têm maiores teores de açúcar e,
direta ou indiretamente cerca de consequentemente, tendem a dar
3000 pessoas, e produz origem a vinhos mais alcoólicos.
aproximadamente 4 milhões de
litros de vinho ao ano, dos quais
95% são voltados ao mercado
nacional. Dois terços do vinho
produzido na região são
espumantes e um terço é tinto,
em sua maioria jovens. Desde
2022, algumas vinícolas da
região contam com uma
Indicação de Procedência que se
insere em um contexto de
constante desenvolvimento de
tecnologias para possibilitar e
aprimorar a produção vitivinícola
e confere prestígio aos vinhos lá
produzidos por estar atrelada a
um rigoroso controle de
qualidade.
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O avanço da tecnologia
permite a existência da
vinicultura em locais
cada vez mais extremos,
As novas variedades de
uva estão se expandindo
das regiões temperadas
curiosidade
para latitudes mais
elevadas e dando origem
Apesar de no geral ser sensível tanto às
a novas categorias de geadas quanto às altas temperaturas,
vinho, como os algumas das variedades da videira
“habitual” (Vitis vinifera) podem tolerar
refrescantes vinhos invernos bastante frios (até -22°C para
tropicais e os “vinhos Riesling e Pinot Noir, por exemplo),
gelados” (Eisweine) enquanto espécies adaptadas, como a
Vitis amurensis, podem suportar
alemães temperaturas de até -40°C. Além dessa
predisposição (selecionada
artificialmente), existem técnicas de
proteção para cultivar tipos de vinhas
pouco resistentes em locais onde os
invernos são rigorosos – como o
aterramento e o uso de estufas –, que
podem, no entanto, ser bem caras.
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