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CULTURA DA UVA

VITIS VINIFERA
Universidade Federal de Alagoas - Campus de Arapiraca
Curso de Graduação em Agronomia
7º período | Disciplina de Fruticultura II

CULTURA DA UVA
Vitis Vinifera

Aluisio Bernardo da Silva Junior - (20210191); Caroline Soares Costa - (20210313); Jânio de
Lira Santos - (20210203); Luana Kamila dos Santos - (20210356); Luiz Eduardo de Melo
Lima (20210357); Maria dos Anjos Ferreira do Nascimento - (20210503); Matheus Barbosa
da Silva - (20210505); Riquelle da S. Araújo Barbosa - (20210509); Victor Emanuel Santos
Lira - (20210662); Victor Reis Silva - (20210664).

Arapiraca/AL
Março de 2024
Origem:
A uva, fruto da videira (Vitis vinifera L.), tem suas
origens na Ásia, região do Oriente Médio, com
registros de cultivo datando de cerca de 8 mil
anos. Sua domesticação e dispersão se deu
através da migração humana e do comércio,
alcançando a Europa e posteriormente o
continente americano.
Histórico:
A história da uva no Brasil se entrelaça com a
própria colonização do país. As primeiras mudas
de videira chegaram em 1532, trazidas por Martim
Afonso de Souza na expedição que fundou a
Capitania de São Vicente. Brás Cubas, fundador da
cidade de Santos, é considerado o primeiro a
cultivar a uva em solo brasileiro.
Introdução no Brasil:

1.2.1. Adaptação da cultura:

As primeiras mudas introduzidas por Martim


Afonso de Souza eram provenientes das Ilhas
Canárias e Madeira, territórios portugueses com
tradição na produção de vinho.

Inicialmente, o cultivo se concentrava na região


litorânea do Nordeste, principalmente em
Pernambuco e na Bahia, com fins de produção de
vinho para consumo religioso e medicinal. Fatores
como clima e solo não se mostraram ideais para a
produção vinícola na região, limitando o
desenvolvimento da cultura da uva.
A partir do século XIX, a imigração italiana,
principalmente para a região Sul do país,
impulsionou a viticultura brasileira. Os imigrantes
trouxeram consigo conhecimento técnico, novas
cepas europeias e tradição cultural do consumo
de vinho, revitalizando o cultivo da uva.

O clima e solo da Serra Gaúcha se mostraram


propícios para a produção de uvas viníferas de
qualidade, impulsionando o desenvolvimento da
indústria vinícola brasileira.

Hoje, o Brasil se destaca como um dos maiores


produtores de uva do mundo, com produção
diversificada para consumo in natura, produção
de sucos, vinhos e outros produtos derivados.
Classificação Botânica:
Reino: Plantae;
Divisão: Magnoliophyta;
Classe: Magnoliopsida;
Ordem: Vitales;
Família: Vitaceae;
Gênero: Vitis.

Espécie relevante:
Vitis vinifera L.: A uva comum, a estrela do nosso estudo, é
conhecida por sua versatilidade, podendo ser consumida
fresca, seca (passas) ou fermentada (vinho).
Características Morfológicas e Fisiológicas:
Características Morfológicas e Fisiológicas:

Ciclo da videira:

A videira, com seu ciclo de vida anual, é marcada por


distintas fases que se entrelaçam com as estações do
ano.

Primavera (setembro a novembro): Brotação; Floração;


Queda de flores e formação de frutos. Verão (dezembro
a fevereiro): Crescimento e desenvolvimento das uvas;
momento crucial.
Características Morfológicas e Fisiológicas:

Outono (março a maio): Maturação e colheita. Inverno Ao longo de um ano, a videira completa seu ciclo de
(junho a agosto): Repouso vegetativo; poda. vida, desde a brotação na primavera até o descanso no
inverno. Cada estação contribui para a jornada da uva,
desde a floração até a maturação e colheita.
Importância econômica (comércio
internacional e nacional) e social:

1. China: 14.842.680 toneladas (2023)


2. Itália: 8.201.914 toneladas (2023)
3. Estados Unidos: 6.752.400 toneladas (2023)
4. França: 5.721.320 toneladas (2023)
5. Espanha: 4.607.850 toneladas (2023)

Outros países relevantes:

6. Turquia: 4.293.466 toneladas (2023)


7. Chile: 2.656.380 toneladas (2023)
8. Argentina: 2.478.140 toneladas (2023)
9. Irã: 2.198.450 toneladas (2023)
10. Brasil: 1.200.000 toneladas (2023)
Importância econômica (comércio
internacional e nacional) e social:

Produção Mundial: A produção mundial de uva em 2023 foi de 77.518.398


toneladas.
Produção no Brasil: O Brasil é o 10º maior produtor de uva do mundo, com
uma produção de 1.200.000 toneladas em 2023. A produção brasileira é dividida
em:

Uva de mesa: 600.000 toneladas


Uva para vinho: 600.000 toneladas
Importância econômica (comércio
internacional e nacional) e social:

A viticultura, a produção de uvas e vinhos, tem uma grande importância social


em diversas regiões do mundo.

Economia: Gera renda e emprego para milhões de pessoas, desde os


produtores rurais até os trabalhadores da indústria e do comércio.
Turismo: Atrai turistas para as regiões vinícolas, que podem conhecer os
vinhedos, as vinícolas e degustar os vinhos.
Cultura: Faz parte da cultura de muitas regiões, com tradições e festivais
relacionados à produção de vinho.
Gastronomia: A uva e o vinho são utilizados na culinária de diversos países,
complementando pratos e criando novas experiências gastronômicas.
Importância econômica
(comércio internacional e
nacional) e social:

A produção de uva tem uma importância social na


medida em que envolve um grande volume anual de
negócios voltados para os mercados interno e externo,
e se destaca entre as culturas irrigadas, como a que
apresenta o maior coeficiente de geração de empregos
diretos e indiretos.

Em torno do mercado interno se insere a grande


maioria dos pequenos produtores, que representam
cerca de 75% dos viticultores .
Regiões brasileiras com
maior produtividade:

No Brasil, a produção de uvas concentra-se principalmente


nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste, que produzem juntas
mais de 18 milhões de toneladas da fruta anualmente. A
região Sul continua liderando a viticultura no Brasil, tendo
alcançado a marca de 10,4 milhões de toneladas em 2022.

O Nordeste, por sua vez, vem apresentando um crescimento


significativo na produção de uvas, figurando como o segundo
maior produtor do país (2023: Produziu 5,5 milhões de
toneladas).
0
Regiões brasileiras com
maior produtividade:

Já o Sudeste, que produziu 2,3 milhões de toneladas da


fruta, e o Centro-Oeste, que produziu 53 mil toneladas,
apresentam números inferiores.

O Norte é a região com a menor produção, tendo colhido


apenas 1.300 toneladas no mesmo período.
Regiões brasileiras com maior produtividade:
Cultivares (brasileiras):

5.3. Isabel: Uva tinta


5.1. Bordô: Uva tinta híbrida,
americana, utilizada para
utilizada para produção de
produção de suco, vinho e
suco, vinho e consumo fresco.
consumo fresco.

5.4. Concord: Uva tinta


5.5. Uva Itália: Uva branca sem
americana, grande e com sabor
sementes, muito popular para
doce, muito utilizada para
consumo fresco.
produção de suco e geleia.
Cultivares (mundo):

5.5. Cabernet Sauvignon: Uva


5.7. Merlot: Uva tinta originária
tinta originária da França,
da França, utilizada para
utilizada para produção de
produção de vinhos tintos
vinhos tintos encorpados e
macios e frutados.
com taninos intensos.

5.6. Chardonnay: Uva branca 5.8. Sauvignon Blanc: Uva


originária da França, utilizada branca originária do Vale do
para produção de vinhos Loire, na França, utilizada para
brancos secos e com aromas produção de vinhos brancos
cítricos. frescos e aromáticos.
Cultivares
Cultivares de porta-enxerto

O porta-enxerto é um dos principais componentes


do sistema de produção que podem afetar direta e
indiretamente a produtividade e qualidade dos
frutos da videira. Para as condições semiáridas
brasileiras, o porta-enxerto deve reunir
características como vigor, resistência à pragas,
doenças, e sobretudo as espécies de nematoides
que estão presentes nos solos arenosos desta
região.
Cultivares
Cultivares de porta-enxerto

IAC 313 ou ‘Tropical’ (Golia (Vitis riparia –


Carignane x Rupestris du Lot) x Vitis cinerea)

IAC 572 ou ‘Jales’ (Vitis caribaea e `101-14 Mgt`


(V. riparia-V. rupestris)

IAC 766 ou ‘Campinas’ (`Ripária do Traviú` e a


espécie tropical Vitis caribaea)

SO4 (Vitis berlandieri X Vitis riparia)

Harmony (`Solonis` X `Couderc 1613` e


`Dogridge`)
Cultivares (outras variedades):

Pinot Noir: Uva tinta originária da Borgonha, na França, utilizada para produção de
vinhos tintos elegantes e com aromas de frutas vermelhas.

Tempranillo: Uva tinta originária da Espanha, utilizada para produção de vinhos


tintos encorpados e com aromas de frutas negras.

Sangiovese: Uva tinta originária da Itália, utilizada para produção de vinhos tintos
com aromas de frutas vermelhas e taninos macios.

Riesling: Uva branca originária da Alemanha, utilizada para produção de vinhos


brancos doces e secos, com aromas de frutas cítricas e flores brancas.
Cultivares
Cultivares de uvas de mesa com sementes

Itália ou Pirovano 65
Esta videira tem alta fertilidade após a quarta gema, adequada para poda média. Suas folhas são
médias a grandes, quinquelobadas, com seio peciolar estreito em forma de lira e cobertas de pelos na
parte inferior. Os cachos são grandes, cilíndrico-cônicos, compactos e de boa resistência ao
transporte. As bagas são grandes, podendo superar 23 mm de diâmetro, com peso médio de 600g,
verde-amareladas e ovais.

Benitaka
As bagas desta variedade têm uma coloração rosada escura desde o início da maturação, durante
todo o ano. Os cachos são grandes, com peso médio de 600g e as bagas variam de 8g a 12g. A polpa é
crocante e tem um sabor neutro, diferente da Italia, conhecida por seu sabor moscatel. Boa
conservação pós-colheita, com manejo similar à Italia. A mutação responsável pela coloração pode
ser revertida após alguns anos de cultivo.
Cultivares
Cultivares de uvas de mesa com sementes
Cultivares
Cultivares de uvas de mesa sem sementes

Thompson Seedless Sugraone


A Thompson Seedless, também conhecida como A cultivar Sugraone é precoce, com ciclo de cerca
Sultanina, é uma das uvas sem sementes mais de 90 dias até a colheita. Suas plantas são
importantes do mundo, com uso tanto fresco vigorosas e alcançam produtividade média de 30
quanto para passas e vinho. Representa a maioria t/ha/ano. As uvas têm polpa crocante, película
das uvas-passa da Califórnia. Suas plantas têm resistente e boa conservação pós-colheita. Com
alto vigor e necessitam de uma combinação teor de açúcares em torno de 15 ºBrix, têm baixa
adequada de copa e porta-enxerto para equilíbrio. acidez, resultando em sabor neutro e agradável.
O ciclo fenológico é de cerca de 100 dias da poda à
colheita. Os cachos são grandes e compactos,
exigindo raleio das flores com ácido giberélico
durante a floração.
Cultivares
Cultivares de uvas de mesa sem sementes
Clima e solo:
Clima:

Período Vegetativo:
Temperatura ideal: acima de 10 °C.

Desenvolvimento:
Temperatura ideal na faixa: entre 25 e 30 °C.

Maturação:
Temperatura ideal: perto dos 27 °C
Altas temperaturas = problema.

Acima de 36° C ela sofre com a queima das bagas.


Acima de 45° C a videira tem tendência limitar seu
desenvolvimento.
Clima e solo:
Elementos Climáticos Influenciadores:

Radiação Solar: Importante para o crescimento e


desenvolvimento da videira.

Temperatura: Afeta diretamente o ciclo de vida da planta


e a qualidade da uva.

Umidade Relativa do Ar: Impacta na necessidade hídrica


da planta e na ocorrência de pragas e doenças.

Precipitação: Importante para a disponibilidade de água,


mas pode ser influenciada por fatores geográficos, como
serras ou serrotes.

Velocidade do Vento: Pode afetar o desenvolvimento da


planta e a qualidade da fruta.
Clima e solo:
Radiação Solar e Fotossíntese:

Fonte de energia para fotossíntese e


evapotranspiração. Atua nos processos de fotoenergia
e fotoestímulos. Interfere no ciclo vegetativo da
videira e no desenvolvimento da baga. Maior
intensidade de radiação promove maior teor de
açúcares nos frutos.

Impacto da Radiação Solar na Evapotranspiração:


Maior fonte de energia para evapotranspiração.
Variação diária da radiação incidente sobre as plantas
de acordo com localização e época do ano.
Clima e solo:
Temperatura do Ar:

Influência na atividade fotossintética e


evapotranspiração da videira. Reações de fotossíntese
menos intensas abaixo de 20 ºC devido ao fechamento
parcial dos estômatos.

Máxima atividade e produtividade entre 25 ºC e 30 ºC;


redução próxima a 45 ºC. Limites de resistência entre 38
ºC e 50 ºC.
Faixa de temperatura ideal para produção de uvas de
mesa: 20 ºC a 30 ºC.

Impacto da temperatura elevada na redução do ciclo


fenológico e na mudança de coloração ou queimaduras
nas bagas.
Clima e solo
Umidade Relativa do Ar e
Evapotranspiração:

Valores elevados favorecem desenvolvimento vigoroso


e emissão das folhas, mas aumentam a incidência de
doenças em altas temperaturas.

Associação com rachadura de bagas, principalmente


em uvas sem sementes, devido a interações complexas
com temperatura e oscilações de umidade.

Cultivos bem irrigados em regiões áridas consomem


grandes quantidades de água devido à abundância de
energia solar e alto déficit de pressão de vapor.
Clima e solo:
Solos:

Principais Solos Cultivados:

Latossolos e Argissolos: Textura arenosa, acidez


moderada, baixa capacidade de troca de cátions (CTC) e
pobres em fósforo.

Luvissolos: Textura média, moderadamente ácidos ou


neutros, com valores médios de CTC e fósforo.

Vertissolos: Textura argilosa, pH alcalino, alta CTC e


pobres em fósforo na vegetação natural (Caatinga).

Neossolos: Incorporados ao sistema produtivo da videira


com o avanço da tecnologia, com baixo teor de matéria
orgânica.
Propagação
Processos

01. Semente: Método tradicional, mas lento e com


características imprevisíveis da planta.
Estaca: Técnica mais comum, rápida e permite selecionar
02.
características desejadas.

03. Enxertia: Combina porta-raíz e copa desejada, unindo


resistência e qualidade da uva.

04. Cultura de tecidos: Método inovador e rápido, porém


com alto custo.
8.2 Tipos de Propagação
01. Sexual: Através de sementes, com variabilidade genética.
02. Assexuada: Por estacas, enxertia e cultura de tecidos, preservando características da planta-mãe.
Propagação
Processos; Tipos de Propagação
Plantio
Após o preparo da área e implantação do sistema de condução,
procede-se a abertura das covas, com dimensões de 60 cm x 60 cm
x 60 cm, procurando-se separar o solo mais superficial daquele de
camadas mais profundas.

O plantio pode ser realizado em qualquer época do ano, sob


condições irrigadas. Entretanto, o plantio no período mais seco
reduz a ocorrência de doenças e a necessidade de tratamentos
fitossanitários.

No momento do plantio, a altura do colo da muda deve ficar 5 cm


acima do nível do solo, pois é normal a muda recém plantada
sofrer um rebaixamento após ser irrigada com uma quantidade
em torno de 20 litros de água.

O espaçamento de plantio a ser adotado na cultura da videira varia


em função da declividade, da variedade escolhida, tipo e fertilidade
do solo, do sistema de condução adotado e do tamanho do
maquinário disponível na propriedade.
Plantio
Espaçamento e Orientação da Videira
A tendência atual é o de redução nos espaçamentos de
plantio, sendo que para o sistema de condução em
espaldeira os espaçamentos variam, normalmente, de 1 a 1,5
m entre plantas e de 2 a 2,5 m entre linhas.
Para o sistema de condução em latada, os espaçamentos
variam de 1,5 a 2,0 m entre plantas e de 2 a 3 m entre
linhas.
Em terrenos declivosos, o sentido das fileiras deve ficar
perpendicular ao caimento do terreno, a fim de restringir a
velocidade de escoamento da água da chuva e evitar erosão.
Uma vez assegurado o primeiro pré-requisito, observa-se a
posição do sol. Segundo este parâmetro, o melhor sentido
das fileiras é o norte-sul
Para o sistema de condução em latada, os espaçamentos
variam de 1,5 a 2,0 m entre plantas e de 2 a 3 m entre linhas.
Plantio
Sistema de condução

Como a videira necessita de sustentação, cada região vitícola


adota um sistema que melhor se adapte às condições
climáticas locais. Além da sustentação, o sistema de
condução, principalmente para regiões úmidas, deverá evitar
o contato das plantas com o solo com o objetivo de reduzir
moléstias fúngicas.

Sustentar as plantas.
Permitir a melhor exposição da parte aérea à radiação solar.
Facilitar a poda.
Favorecer os tratos culturais e tratamentos fitossanitários.

O sistema de condução é definido previamente e de acordo com a


finalidade à que se destina o vinhedo.
GENERALIDADES /
CURIOSIDADES
As uvas proporcionam um grande benefício à saúde. Além de ser
uma fruta altamente energética, certas substâncias presentes na
fruta ajudam a reduzir a pressão sanguínea através da dilatação
das artérias. O suco da fruta também combate a acidez
sanguínea, auxilia a digestão e possui capacidade desintoxicante,
além de combater o envelhecimento. Por isso, as uvas têm uma
forte conexão com várias culturas ao redor do mundo. Por
exemplo, na mitologia grega, as uvas eram associadas ao deus do
vinho, Dionísio (Baco na mitologia romana), e eram
frequentemente usadas em celebrações e festivais. Além disso, as
uvas são um símbolo comum de prosperidade, abundância e boa
sorte em muitas culturas.
PRAGAS:
ÁCAROS

Ácaro-branco (Tetranychus urticae):

Pequeno, de cor clara, vive na parte


inferior das folhas.
Causa descoloração, amarelecimento e
enrolamento das folhas, podendo levar
à queda prematura.
PRAGAS:
ÁCAROS

Ácaro-rajado (Oligonychus ilicis):

Similar ao ácaro-branco, mas com


manchas marrons no dorso.
Provoca descoloração e bronzeamento
das folhas, reduzindo a fotossíntese e a
produção.
PRAGAS:
INSETOS

Mosca-branca (Bemisia tabaci):

Inseto branco, pequeno e de asas


hialinas.
Suga a seiva da planta, debilitando-a e
transmitindo viroses.
PRAGAS:
INSETOS

Lagartas:

Diversas espécies, como a lagarta-da-


folha (Spodoptera frugiperda) e a
lagarta-dos-cachos (Lobesia botrana).
Alimentam-se das folhas, brotos e
cachos, causando danos estéticos e
perdas na produção.
PRAGAS:
INSETOS

Mosca-das-frutas (Anastrepha
fraterculus):

Inseto adulto de coloração marrom


com manchas amarelas.
As fêmeas ovipositam nos frutos, as
larvas se alimentam da polpa,
tornando-os impróprios para consumo.
PRAGAS:
INSETOS

Tripes (Frankliniella occidentalis):

Insetos minúsculos, de cor clara.


Raspam a superfície das folhas e flores,
causando manchas prateadas e
deformações.
PRAGAS:
INSETOS

Broca-dos-ramos (Xylosandrus
compactus):

Inseto coleóptero que perfura os ramos


da videira.
Causa galerias e pode levar à morte da
planta.
Principais doenças
Míldio

O míldio da videira é causado pelo fungo


Plasmopara viticola.

Pode infectar folhas, inflorescência, bagas e ramos


herbáceos, podendo causar redução da área foliar,
com a morte do tecido ou desfolhamento.

Sintomas: pequenas manchas irregulares de cor


amarela-pálida na face superior da folha
(mancha-óleo).
Principais doenças
Ferrugem

É causada pelo fungo Phakopsora euvitis Ono.


São observados como pústulas amarelas e
pequenas na face inferior da folha.
Na face superior observa-se queima da área foliar
afetada.

Sintomas: Os sintomas e sinais começam nas


folhas mais velhas e, em seguida, nas folhas
mais novas, em aproximadamente 40 e 50 dias
antes da colheita.
Principais doenças
Cancro-bacteriano

Causado pela bactéria Xanthomonas campestris.

Nas folhas, os sintomas surgem como pontos


necróticos.

Nas nervuras, pecíolos das folhas e nos ramos


formam-se manchas escuras alongadas.

As bagas tornam-se desuniformes em tamanho e


cor, podendo apresentar lesões necróticas.
Principais doenças
Enrolamento da folha

Esta é a mais disseminada e importante doença


causada por vírus que afeta a videira.

Nove espécies de vírus (Grapevine leafroll-associated


virus 1-9 - GLRaV 1-9) já foram relatadas associadas à
doença.

Em videiras tintas infectadas, os sintomas são


avermelhamento de folhas e apenas o tecido ao longo
das nervuras permanece verde.

Enquanto que em cultivares brancas, as folhas tornam-


se cloróticas.

Nos dois casos, há enrolamento dos bordos das folhas


para baixo.
TRATOS CULTURAIS

PODAS

Desnetamento Capação
É a eliminação de ramos Poda das pontas de ramos
secundários, que crescem herbáceos, para reduzir
a partir do ramo principal, seu crescimento;
prejudicando o
desenvolvimento do
cacho;
TRATOS CULTURAIS

PODAS

Anelamento Desfolha
Retirar um anel de 1 cm As videiras vigorosas,
abaixo do cacho, em inicio desenvolvem excesso de
de formação; folhagem, mantendo o
ambiente úmido e sombrio,
favorecendo o
aparecimento de fungos;
TRATOS CULTURAIS

PODAS

Desbaste do cacho Amarração


Utilizado para uva de Consiste em manter a
mesa. Eliminam-se videira atada aos fios de
inicialmente as flores ou arame dos sistemas de
as bagas menores, condução.
favorecendo o
desenvolvimento da baga
e torna o cacho menos
compacto.
TRATOS CULTURAIS

QUEBRA DE
DORMÊNCIA
EM REGIÕES DE INVERNO AMENO A BROTAÇÃO DA
VIDEIRA É IRREGULAR. PARA UNIFORMIZAR A BROTAÇÃO
PODE SER UTILIZADO APÓS A PODA DE INVERNO.

Torção dos ramos: auxilia também na


antecipação da vegetação;
Calcionamida: 21% de N e 61% de dióxido
de cálcio,libera etileno que provoca a
ativação das gemas, aplicação
pulverização concentração 10 a 20%;
Cianamida hidrogenada: aplicação 48
hrs após a poda, concentração de 5 a
7% (regiões quente) e de 1 a 2% (regiões
frias);
Tratos culturais

REGULADORES
DE
CRESCIMENTO
Acido giberélico: tem vários efeitos, os principais
são:
- Aumento do tamanho de bagas, especialmente
em variedades sem sementes;
-Antecipação da maturação dos frutos;
-Formação de bagas partenocárpicas;
-Promoção da abcissão, reduzindo o número de
bagas por cacho;
-Aplicação antes da floração (3 mg/l), quando as
inflorescências tem de 2 a 3 cm, para promover o
alongamento da ráquis;
-Não é translocado no interior do cacho, apenas
as partes tratadas respondem ao produto,
TRATOS CULTURAIS

CONTROLE DE
PLANTAS DANINHAS
Comum o uso de medidas mecânicas para o controle
de plantas daninhas, como a capina manual na linha
da cultura com a utilização de enxadas.
Produção, colheita e pós-
colheita (armazenamento)
Valor da produção: R$ 4.536.903.000,00 (Quatro bilhões quinhentos e
trinta e seis milhões e novecentos e três mil Reais) (2022)
Quantidade produzida: 1.450.805 Toneladas (2022)
Área colhida: 74.798 Hectares (2022)
Rendimento médio: 19.396 Kg por Hectare (2022)
Estabelecimentos: 9.021 Unidades (2017)
Número de pés: 37.310.000 unidades (2017)
Produção, colheita e pós-
Colheita colheita (armazenamento)
Pré Colheita Medição do Teor de Sólidos Solúveis (Brix):
Características da Uva:
Amostragem representativa da área a ser colhida, com coleta
Fruta não climatérica: Não amadurece após a colheita. de seis bagas de diferentes regiões do cacho.
Tempo de maturação dos frutos varia conforme a variedade, Análise do suco obtido em refratômetro para determinar o
condições climáticas e práticas de manejo. teor de Brix.

Atributos para Determinação do Ponto de Colheita: Relação °Brix/Acidez:

Coloração: Mudança do tom verde para amarelo (uvas Importante para avaliar palatabilidade da uva.
brancas) ou intensificação da cor viva e brilhante (uvas Limites mínimos considerados bons para colheita variam de
vermelhas ou pretas). 15:1 a 16:1 para uvas com sementes e de 22:1 para uvas sem
Textura: Uva deve estar macia. sementes.
Sabor: Teor de sólidos solúveis totais igual ou superior a
15°Brix.
Produção, colheita e pós-colheita (armazenamento)
Diâmetro das Bagas: Limpeza, Classificação e Embalagem
Limpeza dos cachos:
Variedades com sementes: Padrão mínimo para exportação de
22 mm (Itália), 24 mm (Benitaka, Red Globe e Brasil) e 21 mm Segurar individualmente pelo pedúnculo e remover as bagas
(Ribier). muito verdes, pequenas e defeituosas com tesoura
apropriada.
Variedades sem sementes: Padrão mínimo de 17 mm para Bagas descartadas devem ser colocadas em recipientes
exportação. adequados e removidas rapidamente do ambiente.
Colheita
Classificação dos cachos:
Horário da Colheita:
Deve ser realizada preferencialmente nas horas mais frescas Classificados conforme grupo (presença ou ausência de
do dia. sementes), subgrupo (coloração), classe (peso do cacho),
subclasse (tamanho das bagas) e categoria (ocorrência de
Procedimento de Corte: defeitos).
Importância da Embalagem:
O pedúnculo do cacho deve ser cortado com uma tesoura
rente ao ramo de produção para evitar a desidratação do Além da apresentação, oferece proteção adequada à uva,
engaço que segura as bagas, garantindo que elas não se absorvendo impactos, vibrações e outros agentes que podem
desprendam com o tempo. afetar sua qualidade e quantidade.
Produção, colheita e pós-colheita (armazenamento)
Armazenamento:

Para manter a qualidade, é necessário realizar o pré-resfriamento dos frutos após a embalagem.

Utilização de sistema de ar forçado para diminuir a temperatura dos frutos para cerca de 4º C em aproximadamente 8 horas.

Após o pré-resfriamento, paletes são envoltos por filme plástico e armazenados em câmaras frias até o transporte e
comercialização.

Recomenda-se armazenar uvas com sementes a 2º C e uvas sem sementes de 0 a 1° C, ambas com umidade relativa de 90 a 95%,
para manter a qualidade por até três meses.
COMERCIALIZAÇÃO

A uva é um fruto versátil, apreciado fresco e na forma de diversos produtos derivados. Sua
comercialização exige planejamento e conhecimento das diferentes etapas, desde a produção até o
consumidor final.

1. Canais de comercialização:
Uva in natura:
Ceasas (Centros de Abastecimento Alimentar): Principal canal de venda, com grande volume e
preços competitivos.
Supermercados: Foco em uvas de mesa de alta qualidade e embalagens atrativas.
Varejão: Opção para venda direta ao consumidor, com preços mais flexíveis.
Feiras livres: Canal para venda direta ao consumidor final, com foco em produtos frescos e
locais.
Exportação: Oportunidade para produtores com certificações e logística adequada.
COMERCIALIZAÇÃO

Produtos derivados da uva:


Vinhos: Venda direta em vinícolas, lojas especializadas, supermercados e exportação.
Sucos: Distribuição em supermercados, lojas de produtos naturais e venda online.
Geleias, doces e conservas: Venda em lojas gourmet, feiras gastronômicas e venda online.
Passas: Distribuição em supermercados, lojas de produtos naturais e venda online.
Óleo de semente de uva: Venda em lojas de produtos naturais, farmácias e venda online.
COMERCIALIZAÇÃO

2. Estratégias de marketing e venda:

Diferenciação do produto:
Qualidade superior, certificações de origem e produção sustentável.
Variedades inovadoras e sabores diferenciados.
Embalagens atraentes e informativas.
Marcas fortes e histórias envolventes.

Promoção e divulgação:
Participação em feiras e eventos gastronômicos.
Presença nas redes sociais e marketing digital.
Parcerias com chefs de cozinha e influenciadores.
Degustação e promoções para atrair novos clientes.
COMERCIALIZAÇÃO

3. Aspectos legais e regulatórios:


Legislação específica para cada produto:
Normas de produção, embalagem e rotulagem.
Registro no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Licenças e autorizações para venda e exportação.

Certificações de qualidade:
Boas práticas agrícolas (BPA).
Análise de resíduos de agrotóxicos.
Certificação orgânica.
Selos de qualidade e origem.
COMERCIALIZAÇÃO
OBRIGADO

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