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Curso Online:

Sommelier
Sommelier: Profissional Especializado................................................................2

Vinho: Introdução e História.................................................................................3

Processo de Vinificação: Vinhos Tintos...............................................................7

Processo de Vinificação: Espumantes...............................................................11

Aprendendo Técnicas de Degustação...............................................................12

Harmonizações.................................................................................................14

Referências bibliográficas..................................................................................19

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SOMMELIER: PROFISSIONAL ESPECIALIZADO

É o profissional responsável por cuidar da carta de bebidas de restaurantes,


bares, importadoras e lojas especializadas. A profissão é principalmente
conhecida por cuidar dos vinhos de restaurantes, no qual o sommelier de
vinhos é bastante requisitado para trabalhar em restaurantes renomados do
mercado. Porém a profissão evoluiu com o tempo e hoje também existe o
profissional sommelier de saquê, sommelier de cachaça, sommelier de cerveja
e até mesmo água. Em cada um dos casos, o profissional é o responsável pela
escolha, compra, recebimento, guarda e até prova das bebidas antes que
sejam servidas ao cliente. No Brasil a profissão é regulamentada pela Lei
12.467, de 26 de agosto de 2011.

De forma resumida, o Sommelier é diretamente responsável não somente pela


prova do vinho antes que ele chegue ao cliente final, sua atividade mais
conhecida, que objetiva garantir a qualidade da bebida, mas também por sua
escolha, compra, recebimento, indicação, harmonização e por sua guarda em
adegas. Todas essas funções são exercidas a partir do conhecimento teórico e
prático que o profissional adquire em cursos específicos e através do acumulo
de experiências ao longo do tempo.

A palavra Sommelier é francesa e originalmente designava o trabalhador


responsável por transportar as pipas de vinhos para os grandes castelos e
palácios na Idade Média, e que também acumulava a função de provar o
conteúdo das pipas antes que ele fosse servido à realeza, para que estes se
certificassem que não havia veneno em suas bebidas.

Atualmente, o Sommelier não se limita apenas a provar ou apresentar a carta


de vinhos do seu local de trabalho aos clientes. Novos caminhos do mundo
vinícola estão sendo explorados por este profissional. Além do seu trabalho
junto a restaurantes, hotéis, lojas e importadoras, o Sommelier está cada vez
mais apto a compartilhar seus conhecimentos adquiridos ao longo de anos de
estudos e prática através de palestras e cursos, por meio de consultorias para
empresas e eventos ou ainda escrevendo artigos para mídias especializadas
como sites, jornais e revistas.

Um sommelier deve ser capaz de avaliar os vinhos provados, analisando


suas características.

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VINHO: INTRODUÇÃO E HISTÓRIA

O mercado globalizado, o intercâmbio de culturas, o acesso mais fácil à


informação e principalmente o aumento no poder aquisitivo da população
brasileira fazem com que haja o crescimento do consumo do vinho no país,
logo há também a valorização de muitos aspectos do universo vinícola, entre
eles a profissão de Sommelier.

No Brasil, é considerado vinho a bebida obtida pela fermentação alcoólica de


mosto de uva sã, fresca e madura, sendo proibida a aplicação do termo a
produtos obtidos a partir de outras matérias-primas.

A constituição química das uvas permite que estas fermentem sem que lhes
sejam adicionados açúcares, ácidos, enzimas ou outros nutrientes. Apesar de
existirem outros frutos como a maçã ou algumas bagas que também possam
ser fermentados, os "vinhos" resultantes são geralmente designados em função
do fruto a partir do qual são obtidos (por exemplo vinho-de-maçã) e são
genericamente conhecidos como vinhos de frutas. O termo vinho (ou seus
equivalentes em outras línguas) é definido por lei em muitos países. A
fermentação das uvas é feita por vários tipos de leveduras que consomem os
açúcares presentes nas uvas transformando-os em álcool. Dependendo do tipo
de vinho, podem ser utilizadas grandes variedades de uvas e de leveduras.

Existem cinco tipos distintos de vinhos: os vinhos tintos, os brancos, os rosés,


os espumantes, e os vinhos fortificados. Em Portugal existe um tipo de vinho
específico, o vinho verde, que pode ser tinto ou branco, mas devido à sua
acentuada acidez pode ser considerado como uma categoria à parte. Os
vinhos tintos podem ser obtidos através das uvas tintas ou das tintureiras
(aquelas em que a polpa também possui pigmentos). Os vinhos brancos
podem ser obtidos através de uvas brancas ou de uvas tintas desde que
as cascas dessas uvas não entrem em contato com o mosto e que essas não
sejam tintureiras. Já os vinhos rosés podem ser feitos de duas maneiras:
misturando-se o vinho tinto com o branco ou diminuindo o tempo
de maceração (contato do mosto com as cascas) durante a vinificação do vinho
tinto.

O espumante é um vinho que passa por uma segunda fermentação alcoólica,


que pode ser na garrafa, chamado de método tradicional ou champenoise, ou
em auto-claves (tanques isobarométricos) chamados charmat. Ambas as
formas de vinificação fazem a fermentação em recipiente fechado,

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incorporando assim dióxido de carbono (CO2) ao liquido e dando origem às
borbulhas ou pérlage.

Os vinhos fortificados são aqueles cuja fermentação alcoólica é interrompida


pela adição de aguardente (~70% vol). De acordo com o momento da
interrupção, e da uva que está sendo utilizada, ficará mais ou menos doce. O
grau alcoólico final dos vinhos fortificados fica entre 19-22% vol. Os mais
famosos são o Vinho do Porto (Portugal), o Vinho da Madeira (Portugal),
o Xerez (Espanha) e o Marsala (Sicília).

No Brasil os vinhos são assim classificados:

Quanto à classe

De mesa: graduação alcoólica de 8,6° a 14° G.L., possui as seguintes


subdivisões:

Finos ou nobres: Vinhos produzidos somente de uvas viníferas.

Especiais: Vinhos mistos, produzidos de variedades viníferas e uvas


híbridas ou americanas.

Comuns: Vinhos produzidos predominantemente com


variedades híbridas ou americanas.

Frisantes ou gaseificados: Vinhos com gaseificação mínima de


meia atmosfera e máxima de duas atmosferas.

Leve: graduação alcoólica de 7° a 8,5° G.L., elaborado sempre com uvas


viníferas.

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Espumante: resultante unicamente de uma segunda fermentação alcoólica,
possui alto nível de dióxido de carbono, resultando em borbulhas (graduação
alcoólica de 10° a 13° G.L.).

Champanhe: É um espumante feito essencialmente com as uvas Chardonnay e


Pinot Noir, mundialmente conhecida, produzida exclusivamente na região
homônima na França. Champagne é uma denominação de origem.

Licoroso: graduação alcoólica de 14° a 18° G.L. Adicionado, ou não, de álcool


potável, caramelo, concentrado de mosto e sacarose.

Composto ou fortificado: graduação alcoólica de 15° a 18° G.L., obtida pela


adição ao vinho de plantas amargas ou aromáticas, substâncias de origem
mineral ou animal.

Quanto à cor

Tinto: produzido a partir de variedades de uvas tintas, com longo contato com a
casca da fruta. A diferença de tonalidade depende de tipo de fruto, do tempo e
do método de envelhecimento.

Branco: produzido em sua maioria, a partir de uvas brancas. Quando produto


de uvas tintas, a fermentação é feita com a ausência das cascas.

Rosado, rosé ou clarete: com aparência intermediaria pode ser produzido de


duas formas:

De uvas tintas: com breve contato com as cascas que dão a pigmentação ao
vinho, que após são separadas.

Por corte: obtém-se pela mistura de um vinho branco com um vinho tinto.

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Quanto ao teor de açúcar

Vinho Seco: 0 a 4g/L;

Vinho meio-seco ou semi-sec: 4,1 a 25g/L;

Vinho suave: mais de 25,1 a 80 g/l

Quanto à variedade da uva

Lista de variedades de uvas para a produção de vinhos - Vitis vinifera

Todos nós sabemos que o vinho é feito com uvas. Mas não são aquelas
encontradas no supermercado. As uvas próprias para o vinho são chamadas,
em latim, de Vitis Vinifera – têm pele grossa, bagos pequenos e doces e
contêm sementes. No mundo todo, são mais de 1.300 variedades diferentes,
algumas mais comuns, outras específicas de um país ou até de uma região.

Os primeiros termos com os quais você deve se acostumar no


mundo dos vinhos para saber o que você está bebendo
são Varietal e Assemblage (também substituído por Corte ou Blend).

Devido à complexa constituição presente no vinho, existem três tipos de


análise (Gustativa, olfativa e visual). Os aromas transmitem cada característica
presente no vinho. Cada vez que um vinho é servido, engarrafado ou
degustado, seu aroma se modifica. Estão presentes no nariz as mucosas
olfativas, local onde são presenciados os aromas. Alguns vinhos são
produzidos a partir de combinações e para que as tais sejam identificadas, a
análise olfativa é necessária. É uma bebida recheada de mistérios e sabores.

Os aromas mais reconhecidos são os florais, vegetais, balsâmicos, frutados,


minerais, animais e o de especiarias. Também são classificados em aromas
primários (uvas e vinícolas), secundários (processo de fermentação) e
terciários (bouquet ou processo de amadurecimento).

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PROCESSO DE VINIFICAÇÃO: VINHOS TINTOS

Um vinho considerado vintage é aquele feito com a totalidade ou maioria de


uvas produzidas em determinado ano e rotulado dessa forma. Muitos países
permitem que o vintage tenha uma pequena porção de uvas de outra safra.
Variações nas características das uvas de ano para ano podem incluir
profundas diferenças de sabor, cor, aromas, corpo e equilíbrio. Um bom vinho
tinto pode melhorar muito suas características com o envelhecimento, desde
que bem armazenado. Consequentemente, é comum que um apreciador ou
mesmo o fabricante guarde algumas garrafas de seus melhores vinhos para
consumo futuro.

A vinificação, de modo geral, requer pouca intervenção humana, entretanto,


produtores em todo o mundo orientam a produção do vinho através de variadas
técnicas que são aplicadas nas diferentes etapas do processo.

Colheita

A colheita é realizada em diferentes épocas de acordo com a variedade de uva,


o estágio de maturação – algumas variedades amadurecem mais cedo que
outras – e as condições climatológicas.

A maturação das uvas é um processo que passa por diversas e importantes


etapas.

E duas delas são muito importantes para determinar o momento ideal da


colheita, além do potencial de qualidade em uma determinada safra:

Maturação tecnológica (acompanhamento de açúcares e acidez)

Maturação fenólica (determinação dos principais polifenóis – antocianinas e


taninos)

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Desengace e esmagamento

Ao chegar na vinícola, as uvas são colocadas na desengaçadeira-esmagadeira


– máquina que remove os engaços dos grãos (os quais adicionam um amargor
indesejável ao vinho) e, de maneira sutil, rompe as cascas das uvas. Desta
forma, o suco da uva escorre livremente, sem que as cascas e sementes sejam
esmagadas.

Prensagem

Após o esmagamento das uvas, o mosto é prensado para separar as cascas e


sementes do suco.

O suco das primeiras prensagens é considerado mais nobres, sendo então


vinificado. Já o suco das últimas prensagens, geralmente é utilizado para
produção das aguardentes conhecidas como Grappa.

Fermentação

É a parte mais complexa e importante do processo de fabricação do vinho.


Nesta etapa, é necessário um controle rígido da temperatura, bem como a
presença correta de microrganismos responsáveis pela fermentação. Dentre
eles, o mais comum é uma levedura, a Saccharomyces cerevisae, e o controle
da temperatura é fundamental para o crescimento e cultura dos fungos, não
devendo exceder os 25 a 30 °C. O contato com o ar deve ser evitado, pois
ocorreria a oxidação do vinho, bem como também poderia ocorrer parada de
fermentação, uma vez que, quando as leveduras possuem oxigênio disponível,
podem respirar ao invés de fermentar.

Existem várias etapas na fermentação:

Fermentação tumultuosa

Ela dura poucos dias, quando ocorrem um grande desprendimento do gás


carbônico e o aumento da temperatura.

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Fermentação lenta

Com o passar dos dias, a fermentação começa a diminuir de intensidade


devido à diminuição da presença do açúcar. Nesta etapa, o líquido separa-se
da parte sólida (bagaço, cascas, etc) e são eliminados os últimos traços
de glicose, que se transformam em álcool. São poucos os açúcares que ainda
restam e, neste momento, o mosto já é o vinho propriamente dito.

Uma das primeiras decisões do enólogo nesta etapa, é escolher fermentar o


vinho em tanques de aço inox ou barris de carvalho.

Os tanques de aço, utilizados na maioria das vezes, tem poder de preservar o


frescor das uvas, oferecendo ao vinho maiores sabores de frutas.

Por outro lado, a fermentação em madeira prepara o vinho para, ao final do


processo, amadurecer em barris, tornando-os mais „macios‟ ao paladar. Vinhos
fermentados em carvalho geralmente são mais claros, menos frutados e
ganham aromas e sabores amadeirados.

Trasfega

Após o término da fermentação alcoólica, resíduos sólidos, matéria orgânica,


bactérias e leveduras se depositam no fundo do tanque.

De modo a evitar que sabores e aromas indesejáveis sejam passados ao


vinho, este é transferido para um recipiente limpo.

O ato de transferir o vinho de um tanque para o outro é chamado de trasfega.

Clarificação e estabilização

Concluída a fermentação e trasfega, o vinho é submetido a alguns processos


onde são removidos componentes que podem deixá-lo turvo.

Em seguida, são feitas as seguintes estabilizações:

Estabilização ao calor – evita que o vinho submetido à altas temperaturas se


torne turvo.

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Estabilização ao frio – evita que cristais se formem em baixas temperaturas.

Estabilização microbiológica – evita que novas fermentações aconteçam depois


do vinho engarrafado.

Amadurecimento

É uma das fases mais cultuadas do processo. Ocorre na grande maioria dos
vinhos tintos, e na minoria dos demais. Esta fase é realizada em barris de
carvalho e/ou na garrafa. Em ambos, o oxigênio, que passa pelos poros da
madeira - ou da rolha - fará com que o vinho entre em uma fase de
desenvolvimento que transformará seus aromas, sabores e sua cor, com essas
características ganhando em complexidade e qualidade. Pode variar em tempo
de acordo com as características do produto, devendo esse tempo ser avaliado
pelo enólogo. Para que ocorra da forma correta, o uso de bons barris, bem
como o armazenamento da garrafa em locais adequados - com pouca luz e
temperaturas amenas - é vital.

Tanques de aço limitam a exposição do vinho ao oxigênio, mantendo-os mais


frescos. Já os barris de carvalho possibilitam maior oxigenação, o que ajuda na
redução de taninos e acidez, além de conferir ao vinho novos aromas e
sabores – geralmente de especiarias, baunilha, coco, nozes, entre outros.

Para os vinhos brancos utiliza-se, na maioria das vezes, os tanques de aço,


para que seu frescor, aromas e caráter frutado sejam preservados.

Engarrafamento

Este repouso é benéfico para todos os vinhos, para que eles se estabilizem e
se recuperem de uma possível „doença da garrafa‟ – causada por agitação e
exposição da bebida ao oxigênio durante o engarrafamento.

Os vinhos podem repousar nas vinícolas por dias, semanas ou meses, porém,
alguns podem permanecer em garrafa por muitos anos.

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PROCESSO DE VINIFICAÇÃO: ESPUMANTES

- O método Champenoise

Proporciona um resultado diferente dos espumantes que são


elaborados através do método Charmat. Enquanto este último produz uma
bebida leve e refrescante, o método tradicional geralmente apresenta maior
estrutura e complexidade.

Neste processo o vinho passa por duas fermentações: a primeira em um


tanque, que pode ser de concreto, aço inoxidável ou madeira. Após, vinho
resultante da primeira fermentação, chamado de 'vinho base' é engarrafado e
passa por uma segunda fermentação, por aproximadamente dois meses. A
segunda fermentação também é conhecida como tomada de espuma, afinal, é
nesse momento em que o vinho adquire o gás carbônico.

O método tradicional de produção de champagne ou espumante requer duas


fermentações do mosto. Porém, para que o Champenoise ocorra corretamente
e resulte em uma bebida consistente, alguns cuidados são necessários.

Por exemplo, ao engarrafar, o produtor adiciona um líquido chamado liqueur de


tirage, que possui uma mistura de vinho com açúcar, que pode ser proveniente
da cana-de-açúcar, da beterraba ou da própria uva. Essa mistura deve resultar
em um vinho com 24g de açúcar por litro. Além disso, o liqueur tem também
leveduras selecionadas. Essa adição é necessária para começar o segundo
processo de fermentação.

Então, a garrafa é fechada com uma tampa de metal, semelhante àquelas das
garrafas de cerveja. Inicia assim a formação de bolhas de gás carbônico,
conhecidas como o perlage do espumante. O período de descanso da bebida
pode variar de acordo com o tipo de uva e o objetivo de cada produtor.

O processo de fermentação produz resíduos, chamados de borras. Como


o espumante já está em sua garrafa final, é preciso retirar as borras de forma
que não permaneça nenhum resquício de leveduras. Para isso, realiza-se a
remuage.

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APRENDENDO TÉCNICAS DE DEGUSTAÇÃO

A quantidade de açúcar no licor de dosagem interfere diretamente no estilo do


espumante. Por isso, para escolher a bebida de acordo com o seu paladar,
vale ficar atento às classificações do rótulo. Abaixo, segue a listagem dos tipos
de espumante, do menos para o mais doce.

Nature: menos de 3 g de açúcar por litro;

Extra-Brut: a partir de 3 g até 8 g por litro;

Brut: a partir de 8 g até 15 g por litro;

Seco ou Dry: a partir de 15 g até 20 g por litro;

Demi-Sec: a partir de 20 g até 60 g por litro;

Doce: a partir de 60 g de açúcar por litro.

O brinde só se popularizou no século XVI, na Inglaterra. Em inglês, o termo


significa "toast" (torrada), que vem do hábito de colocar pão torrado num cálice.
Ao beber à saúde de alguém, era preciso beber todo o vinho para então
alcançar a torrada embebida.

Mas existem inúmeras explicações para a prática do brinde. Uma delas diz que
o brinde é o costume de bater levemente os copos uns nos outros antes de
beber. Diz a lenda que essa prática começou para "misturar" o conteúdo dos
copos antes de bebê-lo. Se algum deles estiver com veneno, ele seria diluído
nos demais copos e seus efeitos diminuídos.

Hoje em dia, essa questão é muito mais prosaica. O brinde é usado na


celebração e em grandes acontecimentos em que o contato com os copos
indica o desejo de união, paz e alegria entre os presentes. O brinde evoluiu a
ponto de não se limitar apenas ao toque das taças. Diz-se que o brinde é uma
oportunidade de realçar e reunir os cinco sentidos humanos nos do vinho:

O olfato: representado pelo aroma

O paladar: representado pelo sabor

O tato: representada pela temperatura

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A visão: representada pelas cores

A audição: representada pelo som do toque das taças já que não há a


possibilidade de "ouvi-lo".

Quando falamos de técnicas de degustação, falamos em exame visual, olfativo


e gustativo. No exame visual, identificamos a cor do vinho, que indica a idade
do mesmo ou o tipo da uva, assim como nos permite ver se o vinho está
oxidado, por exemplo. Percebemos a concentração do vinho, a limpidez e a
viscosidade. Esta última representa as chamadas lágrimas que tanto ouvimos
falar. Quanto mais viscosas elas forem, quanto mais lentamente elas se
formarem e escorrerem pelas paredes da taça, é um indício de que o vinho
possui uma alta graduação alcoólica ou uma alta dose de açúcar.

O exame olfativo, para muitos, é o mais difícil! É o momento de sentir todos os


aromas do vinho. E aí não tem jeito, temos que recorrer à nossa memoria
olfativa e resgatar todos aqueles aromas que sentimos desde a nossa infância,
seja da cozinha de nossas avós, do pomar daquele sítio onde passamos
muitas de nossas férias, do jardim que nossa mãe cultivava... E por aí vai! Para
o curso, levei alguns itens para brincar com os aromas: geléias de diferentes
frutas, chocolates, suco de limão, abacaxi, frutas secas, temperos e
especiarias... Afinal, precisamos treinar nosso nariz para podermos identificar
mais facilmente os diferentes aromas que sentimos num vinho.

O final chega com o exame gustativo. Hora de ativar nossas papilas e


confirmar os aromas que sentimos no nariz e analisar a estrutura do vinho:
corpo, acidez, açúcar, álcool, taninos (para os tintos, apenas) e persistência,
também conhecida como "fim de boca", ou seja, quanto tempo sentimos os
sabores do vinho após o engulirmos.

Medidas

Copos e garrafas:

Cálices, taças ou balões: 12,5 cl.

A flûte de Champanhe: 12,5 cl. (Também chamada de tulipa)

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HARMONIZAÇÕES

A vantagem de caprichar na harmonização é a possibilidade de entrar em


contato maior com os diversos tipos de sabores e nuances que temos
disponíveis nos alimentos e, claro, nos vinhos.

Para harmonizarmos, no entanto, precisamos estar sempre atentos a


algumas características essenciais dos vinhos. Dentre elas, podemos citar:

 acidez;
 teor alcoólico;
 corpo;
 taninos.

Uma massa cuja cobertura seja feita de um queijo brie ou camembert pode ser
acompanhada de um tinto com estrutura mediana, um Cabernet Franc ou
um Merlot é uma bela pedida. No caso de queijos macios, o Espumante Sur
Lie é uma ótima pedida. Para os cremosos, recomendamos o Terroir Exclusivo
Viognier.

Um peixe cru ou grelhado, por exemplo, tem um sabor mais delicado e mais
leve do que um risoto de frutos do mar, por exemplo. Assim, o primeiro pede
um vinho mais leve e rico em aromas, como um Sauvignon Blanc, enquanto
para a segunda opção você pode levar à taça um Chardonnay com passagem
por carvalho.

Uma picanha assada com aquela espessa camada de gordura, além de mais
peso na boca, apresenta sabor mais acentuado. Para elas, escolha
um Tannat ou Syrah. O importante é que o peso e o sabor do
vinho acompanhem o da comida. Uma das maneiras de mensurar isso é
observando a quantidade de gordura e condimentos do prato.

Assim como o sal é um elemento fundamental para a harmonização de vinhos,


o açúcar também é. As sobremesas e doces em geral podem "mascarar"
o caráter frutado da bebida, prejudicando a combinação e passando uma
sensação amarga. Para evitar isso, o ideal é que você leve à taça um vinho
igualmente doce.

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O vinho deve ser degustado no copo ou cálice específico colocando-se apenas
uma quantidade suficiente para dois ou três goles. Uma vez aprovado, ele pode
ser servido até atingir o máximo de um terço da altura do copo. Esse
procedimento faz com que os aromas se concentrem dentro do copo além de
permitir apreciar as cores do vinho em todas as suas tonalidades.

Temperaturas ideais para degustação do vinho:

Vinhos tintos - 17 a 18 °C

Vinho do Porto Vintage - 16 °C

Vinhos tintos novos e os verdes - 12 a 14 °C

Vinhos da Madeira e Porto comuns - 12 °C

Vinhos brancos incluindo da Madeira e Porto - 10 a 11 °C

Vinhos Rosé - 10 °C

Vinhos brancos novos - 8 a 10 °C

Vinhos espumantes - 6 a 8 °C

É impensável harmonizarmos um lé de robalo com um Cabernet Sauvignon,


por exemplo, entre outras coisas, porque o corpo do vinho é muito superior ao
do prato. Da mesma forma, harmonizar um Chablis com uma feijoada seria um
grande desperdício. No primeiro caso, o vinho esmagaria a delicadeza do prato
enquanto, no caso da feijoada, o Chablis serviria apenas para matar a sede.

O efeito sensorial do tanino é mais tátil do que gustativo. Quando ele se


conecta às proteínas da saliva, ocorre uma desnaturação (perda da estrutura
tridimensional) delas, causando uma sensação adstringente caracterizada pela
“secura”, enrugamento das paredes da boca, da língua e até mesmo dos
dentes. Quando fornecemos mais proteína para se conectar aos taninos,
limitamos sua ação na saliva. Assim, as carnes vermelhas, principalmente mal
passadas, são a forma perfeita para fazer frente a vinhos muito tânicos. Essa é
mais uma peça do antigo conhecimento de que vinho tinto combina melhor com
carnes vermelhas.

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Carta De Vinhos

A carta de vinhos é um dos itens fundamentais dos restaurantes. Ela nada mais
é do que uma seleção de vinhos escolhida a dedo por um sommelier,
pensando sempre na qualidade da bebida e na harmonização com os pratos
oferecidos pelo local.

Uma boa carta de vinhos é aquela que consegue oferecer uma maior variedade
aos clientes, abrangendo opções mais comerciais e de fácil rotatividade, até
vinhos poucos conhecidos, mas de excelente qualidade.

Numa carta de vinhos de um restaurante, por exemplo, a seleção deve ser feita
pela qualidade das bebidas e pelas possibilidades de harmonização, buscando
sempre equilibrar o peso dos vinhos com o dos pratos.

1. Cabernet Sauvignon 2015, da Scarecrow


Região: Napa Valley (Califórnia, EUA)

2. La Tâche Grand Cru 2000, da Domaine de La Romanée-Conti


Região: Côte de Nuits (Burgundy, França)

3. Sangiovese Toscana 2006, da Soldera


Região: Toscana (Itália)

4. Sauternes 2001, da Château d‟Yquem


Região: Sauternes (França)

5. Very Old Single Harvest Port 1968, da Taylor‟s


Região: Porto (Portugal)

6. Grands-Échezeaux Grand Cru 2011, da Domaine de La Romanée-Conti


Região: Grands-Échezeaux Grand Cru (França)

7. Red 2014, d0 Viñedo Chadwick


Região: Maipo Valley (Chile)

8. Toscana 2005, da Masseto


Região: Toscana (Itália)

9. Pêra-Manca Tinto 2005, da Cartuxa


Região: Alentejo (Portugal)

10. Pomerol 2005, da Pétrus


Região: Pomerol (França)
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11. Lindaflor La Violeta Malbec 2010, da Monteviejo
Região: Uco Valley (Argentina)

12. Barca Velha Douro 1999, da Casa Ferreirinha


Região: Douro (Portugal)

13. Kayli Morgan Vineyard Cabernet Sauvignon 2013, da Hundred Acre


Região: Napa Valley (Califórnia, EUA)

14. The Bard 2013, da Realm


Região: Napa Valley (Califórnia, EUA)

15. Ark Vineyard Cabernet Sauvignon 2012, da Hundred Acre


Região: Napa Valley (Califórnia, EUA)

16. Brasas Cabernet Sauvignon 2014, da Palmaz


Região: Napa Valley (Califórnia, EUA)

17. Unico 1995, da Vega Sicilia


Região: Ribera del Duero (Espanha)

18. Pessac-Léognan (Grand Cru Classé de Graves) 1989, do Château La


Mission Haut-Brion
Região: Pessac-Léognan (França)

19. Cobos Malbec 2013, da Viña Cobos


Região: Mendoza (Argentina)

20. Grand Vin Pauillac (Premier Grand Cru Classé) 1982, do Château Latour
Região: Pauillac (França)

21. Cobos Volturno 2013, da Viña Cobos


Região: Perdriel (Argentina)

22. Octavius Amarone della Valpolicella Riserva 2010, da Marchesi Fumanelli


Região: Amarone della Valpolicella (Itália)

23. Cerretalto Brunello di Montalcino 2010, da Casanova di Neri


Região: Brunello di Montalcino (Itália)

24. Margaux (Premier Grand Cru Classé) 2010, do Château Margaux


Região: Margaux (França)

25. Pauillac (Premier Grand Cru Classé) 2003, do Château Lafite Rothschild
Região: Pauillac (França)

26. Patriarch 2014, da Frank Family


Região: Rutherford (Estados Unidos)

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27. Insignia 2002, de Joseph Phelps
Região: Napa Valley (Califórnia, Estados Unidos)

28. Brut Champagne 1988, da Krug


Região: Champagne (França)

29. Amarone della Valpolicella Classico 2003, da Quintarelli Giuseppe


Região: Valpolicella (Itália)

30. Saint-Émilion Grand Cru (Premier Grand Cru Classé) 1990, do Château
Cheval Blanc
Região: Bordeaux, Libournais, Saint-Émilion (França)

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Referências Bibliográficas

Wikipédia, a enciclopédia livre. Sommelier.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sommelier

Vinitude. Clube do Vinho. Profissão do vinho: Sommelier.

Disponível em:

https://www.clubedosvinhos.com.br/profissao-vinho-sommelier/

Wikipédia, a enciclopédia livre.Vinho.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Vinho

Thiago Ross. Vida e Vinho. Como o Vinho é Feito: Conheça as 8 Etapas do


Processo de Produção do Vinho.

disponível em:

https://vidaevinho.com/processo-de-producao-do-vinho-2/

Jhonatan Marini.Champenoise: o método tradicional de elaboração de


espumante.

Disponível em:

https://blog.famigliavalduga.com.br/champenoise-o-metodo-tradicional-de-
elaboracao-de-espumante/

Amanda Loyo. Sommelier. TÉCNICAS DE DEGUSTAÇÃO. Enogourmet.

Disponível em:

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https://enogourmet.ne10.uol.com.br/posts/tecnicas-de-degustacao-

Lucas Simões.10 dicas incríveis de harmonização de vinhos.

Disponível em:

https://blog.famigliavalduga.com.br/dicas-incriveis-de-harmonizacao-de-vinhos/

Adega. Como fazer uma harmonização perfeita?

Disponível em:

https://revistaadega.uol.com.br/artigo/como-fazer-uma-harmonizacao-
perfeita_10453.html

SONOMA BLOG. CARTA DE VINHOS.

Disponível em:

https://blog.sonoma.com.br/glossario/carta-de-vinhos/

Eustacia Huen. Forbes.30 melhores vinhos do mundo.

Disponível em:

https://forbes.com.br/listas/2019/04/30-melhores-vinhos-do-mundo/

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