Você está na página 1de 8

Resumo Itália 1

MATERIAL DE APOIO PARA ESTUDO SOBRE VINHOS VELHO MUNDO

 AS PRINCIPAIS REGIÕES VITÍCOLAS EUROPEIAS

ALEMANHA, ÁUSTRIA, ESPANHA, GRÉCIA, ITÁLIA, PORTUGAL, PAÍSES DO LESTE EUROPEU,

ROMÊNIA, BULGÁRIA, HUNGRIA

 Itália

A Itália é um dos mais velhos patrimônios vitícolas do mundo, onde o vinho é cultivado por
tradição em todas as regiões e por múltiplas técnicas. Um número impressionante de vinhos
de qualidade oferece atualmente uma paleta de produtos dentre os mais sofisticados do
Mundo. A imagem italiana não decorre simplesmente da quantidade produzida, mas também
graças a suas qualidades cada vez mais diversificadas e adaptadas aos gostos dos
consumidores, podendo corresponder perfeitamente aos estilos das novas gerações.

Multiplicidade terroirs: Aluviões, Argilas, Calcários, Xistos, Areias

CEPAS FUNDAMENTAIS:

 Cepas brancas: Moscatel, Cortese, Arneis, Trebbiano, Greco, Grillo, Vermentino,


Zibbibo, Albana, Garganega, Prosecco, Verdicchio, Malvasia, Orvieto, Catarrato, Inzolia,
Nuragus.
Resumo Itália 2

 Cepas tintas: Nebbiolo, Sangiovese, Brachetto, Barbera, Grignolino, Lambrusco,


Primitivo, Aglianico, Cannonau, Bonarda, Corvina, Rondinela, Refosco, Negro Amaro,
Nero D’Avola

SISTEMA DE DENOMINAÇÃO 1963/1978:

 Vino da Tavola : Vinho de mesa


 Indicazione geografica tipica : Vinho IGP
 Denominazione di origine controllata : Vinho de denominação simples
 Denominazione di origine controllata e garantita : Vinho de denominação de
origem controlada e garantida
 Classico : Coração da região, melhor tipicidade dos vinhos
 Riserva : Guarda prolongada

 PRINCIPAIS VINHOS

Barolo – Região do Piemonte


Dos famosinhos da Itália, talvez o Barolo seja o mais conhecido entre os bebedores (e
não bebedores) de vinho. Seja você leigo, iniciante, intermediário ou “expert”, já deve
ter ouvido falar em Barolo tanto quanto em Malbec. Ele vem do Langue, no Piemonte,
e é feito 100% com a uva Nebbiolo. Bastante concentrado, é o típico vinho austero e
encorpado, com taninos que secam a boca. Dependendo da idade, ganha aquele toque
(bem leve) de doçura que agrada a quase todo mundo. Pense na nobreza – o Barolo
seria um cavaleiro mais experiente do rei, o mais forte, mas também o mais elegante.
 Quando? Jantar de comemoração em família, reuniões de negócios, presentes
de agradecimento.
 Para quem? Bebedores que gostam de ter um vinho à mesa ou guardado na
adega por anos (seja para beber ou para mostrar que tem), pessoas sérias e
aqueles que preferem os vinhos potentes, mas macios e frutados.
 Com o quê? Comidas fortes, ricas em aromas e temperos. Carnes
(principalmente de caça), cogumelos e trufas, molho vermelho, batatas e raízes
assadas, queijos como parmesão.
Barbaresco - Região do Piemonte
O outro grande nobre piemontês também vem do Langue e também leva Nebbiolo. Se
o Barolo é um cavaleiro, Barbaresco é o príncipe. Principalmente por ter menos idade,
Resumo Itália 3

por passar menos tempo em carvalho antes de chegar à garrafa. Isso porque tem
menos taninos, o que é uma boa para quem não gosta daquela sensação que amarra a
boca. Mesmo assim, o Barbaresco é um vinho de guarda e, enquanto se preparava, sua
cor foi ficando mais vermelha, mais alaranjada, como um tijolo. Suas frutas ficaram
mais secas e maduras, como em passas (mas sem doçura!).
 Quando? Encontros entre amigos que costumam beber vinho, jantares a dois,
tardes em casa, sozinho ou acompanhando, com filme ou futebol.
 Para quem? Pessoas que não gostam de taninos que amarram a boca, aqueles
que preferem frutas mais secas e pouca (ou nenhuma) doçura, bebedores
acostumados a destilados e bebidas amadeiradas como o uísque.
 Com o quê? Carnes de panela ou mais gordurosas (como picadinho, bife à role,
cupim e rabada), linguiças, risotos e massas com molho branco, de queijos ou
funghi.
Valpolicella - Região do Vêneto

Valpolicella é uma região enorme, com várias pequenas denominações produtoras de


vinhos. A única semelhança são as três uvas que compõem todos eles: Corvina,
Molinara e Rondinella. Cada uma tem uma qualidade única, mas, juntas, se combinam
perfeitamente. Pense em frescor, em frutas vermelhas (todas elas!) e em muitas
especiarias (das mais simples às mais apimentadas), tudo isso em uma estrutura muito
bem feita para durar anos na guarda ou um par de dias a mais após aberto. Gosta de
vinhos leves ou de médio corpo, mas quer sentir sabores complexos? Eis o lugar!

 Quando? Almoços e jantares em família, reuniões com os amigos, eventos mais


descontraídos, verão e dias quentes.
 Para quem? Pessoas que preferem vinhos leves, frutados, frescos e não
encorpados. Não é para iniciantes.
 Com o quê? Arroz, feijão, carnes de panela, frituras, comidas com temperos
leves, massas simples, porco.
Amarone della Valpolicella -  Região do Vêneto
Resumo Itália 4

Um dos tipos de vinho cujo produtor mais interfere na produção. Acontece que ele é
feito com uvas “appassitadas”, o que significa que passaram um pouco do ponto (não
são passas, não são secas, só um pouquinho mais murchas). Isso faz com que
concentrem mais o sabor, os aromas, o açúcar residual, tudo! Claro que, com tanto
trabalho e uvas que rendem menos, o preço é mais alto também.

Leva as mesmas uvas do Valpolicella, e muitos acreditam ser a melhor forma de


conhecer os verdadeiros e mais profundos sabores delas: a Corvina, cheia de cerejas; a
Molinara, com muito frescor e especiarias como cravo-da-índia; e a Rondinella, com
taninos, pimentas e frutas em compota.

 Quando? Jantares românticos, reuniões de negócios, papo sério com os amigos.


 Para quem? Pessoas que gostam de um toque de doçura, vinhos potentes, que
enchem a boca e marcam presença. Quer mostrar para os pais que conhece os
bons vinhos? Eis a escolha.
 Com o quê? Pratos apimentados (como da cozinha baiana, indiana e mexicana),
milanesas e parmegianas, vitela, risotos com base de carne, queijos azuis.
Valpolicella Ripasso - Região do Vêneto

O terceiro dos grandes vinhos de Valpolicella é feito com uma mistura dos dois acima.
Ele utiliza as cascas das uvas “appassitadas” do Amarone e um pouco do próprio vinho
Valpolicella tradicional. O resultado é uma bebida escura, densa e cheia de texturas,
como o Amarone, mas muito fresco, vibrante e aromático, como o Valpolicella. Um
Valpolicella mais top, um Amarone mais em conta.

 Quando? Jantares românticos, encontros de família ou com os amigos,


reuniões de equipe, “networking”.
 Para quem? Pessoas que gostam de vinhos encorpados, mas frescos e frutados,
fáceis de beber. Bom para iniciantes e intermediários, ótimo para
harmonizações.
 Com o quê? Guisados e cozidos, carnes fibrosas como fígado e coração,
churrasco, queijos curados.
Resumo Itália 5

Franciacorta  Região da Lombardia

Pensou em espumante italiano, pensou em Prosecco e Lambrusco? Não, não!


Franciacorta é quem leva o apelido merecido de “Champagne” da Itália. Assim como o
espumtante, o Franciacorta é feito pelo método tradicional, com a segunda
fermentação em garrafa. Também nos moldes do francês, Franciacorta é tão top que é
o único vinho italiano que não precisa estampar a denominação de origem no rótulo.
Como era de se esperar, sentem-se os sabores tostados da levedura (como os de um
pão assando no forno) e frutas bem delicadas, madurinhas.

 Quando? Comemorações, celebrações, festas e casamentos, coquetéis,


recepções, abertura da noite com os amigos.

 Para quem? Quem não gosta de espumante? Franciacorta é para agradar a


todo mundo!

 Com o quê? Não precisa de nada, só de boas companhias. Mas também vai
bem com petiscos, feijoada, aves, frutos do mar e frituras.

Sagrantino di Montefalco  Região da Umbria

Apesar de pouquíssimo conhecido fora da Itália, o vinho produzido com a uva


Sagrantino na comuna de Montefalco também divide este patamar dos elevados. São
vinhos escuros e encorpados. Seus aromas são de passas, ameixas, alcatrão e pinho;
seus sabores de framboesas, cerejas e amoras. É um dos vinhos mais tânicos e
potentes da Itália. Mais uma curiosidade legal: a Sagrantino é uma das uvas que
contêm mais polifenóis, substância fortalece o coração, evitam inflamações e
diminuem os níveis de açúcar no sangue.

 Quando? Viagens românticas, noites frias, perfeito para esquentar o inverno e


para aquele restaurante rústico e escurinho.
Resumo Itália 6

 Para quem? Amantes dos vinhos encorpados, principalmente os que gostam de


sentir frutas vermelhas. Acima de tudo, para pessoas que gostam de descobrir
coisas novas e diferentes, ainda desconhecidas pela maioria.
 Com o quê? Guisados, trutas, fondue (de queijo ou chocolate!), massas com os
molhos mais fortes e exóticos.
Brunello di Montalcino - Região da Toscana

Sangiovese é a uva mais típica da Itália, e o Brunello é sua melhor expressão. A palavra,
em italiano, remete à escuridão, e isso já mostra como é o vinho à taça: um rubi
escuro, denso, licoroso. É hoje um dos vinhos mais apreciados não só na Itália, mas no
mundo! São complexos, seus aromas são intensos, suas frutas já trocaram a casca
vermelha pela roxa, seu sabor é quente, robusto e persistente. Ah, talvez você
também já tenha ouvido falar em Rosso di Montalcino – nada mais é do que a forma
mais jovem, mais simples e mais em conta do Brunello (“rosso” é “vermelho” em
italiano, uma etapa antes de tornar-se “escuro”).

 Quando? Reuniões importantes, um bate-papo com quem entende de vinhos,


um brinde especial.
 Para quem? Amantes dos vinhos frutados, principalmente os mais maduros,
pessoas que gostam de degustar o vinho e têm paciência para beber de golinho
em golinho, refletindo um pouco. É também uma boa na hora de impressionar
alguém (o pai da noiva? Pode ser!).
 Com o quê? Carnes vermelhas, suculentas, de preferência mal passadas.
Queijos como o pecorino são perfeitos, e pratos trufados também.

Vin Santo - Região da Toscana

Se alguém perguntar qual é o principal vinho de sobremesa da Itália, a resposta é o Vin


Santo. Na terra em que a Sangiovese manda, as uvas brancas não ficam de fora – A
Trebbiano e a Malvasia encontram no concentrado Vin Santo seu ponto forte. Ele é
feito das uvas mais frescas das videiras, que são secas até que sobre só seu açúcar
natural. Elegantemente doce, rivaliza sem dificuldades os francesas Sauternes e os
Resumo Itália 7

húngaros Tokajis, os melhores vinhos de sobremesa do mundo. Também possuem um


grande potencial de guarda, para mais de 10 anos!

Ah, só uma curiosidade, sabe de onde veio o nome? Antigamente, os padres escolhiam
os vinhos mais doces para suas missas… Não demorou para o vinho se tornar “santo”!

 Quando? Almoços e jantares especiais, chá da tarde, um momento doce com os


amigos, os pais, ao avós.
 Para quem? Para quem gosta de doce, simples assim.
 Com o quê? Sobremesas, doces à base de castanhas, manjares, frutas secas,
bolos que não sejam de chocolate, biscoitos italianos (o cantucci é o par ideal
do Vin Santo).
Supertoscanos - Região da Toscana

Os supertoscanos não pertencem a uma denominação única, como é o caso de todos


os outros que falamos. São vinhos, digamos, “rebeldes”. Eles não se enquadram às
regras das várias DOCs, mas são tão bem feitos e de tamanha qualidade que não
podem ser esquecidos. São vinhos que seguem o estilo de Bordeaux, ou seja, possuem
uma elegância sem igual e, aos poucos, abrem seus sabores (todos eles complexos):
couro, cedro, especiarias, cacau, petróleo e frutas silvestres bem sutis. Também
seguindo o estilo bordalês, são cortes de duas ou mais uvas, incluindo as mais clássicas
francesas: Cabernet Sauvignon e Merlot. É da região de Bolgheri que saem os
supertoscanos mais famosos. Já ouviu falar no Sassicaia, um dos melhores vinhos do
mundo? É um deles.

 Quando? Os momentos mais importantes e especiais da sua vida.


 Para quem? Pessoas que significam muito para você, que entendem muito de
vinho ou um presente para você mesmo!
 Com o quê? Antepastos e embutidos, pratos vegetarianos, polentas, pizzas e
lasanhas, calabresa e embutidos (apimentados ou não), carnes bovinas e suínas
na grelha ou na brasa.
Resumo Itália 8

Link de apoio:
https://www.youtube.com/channel/UCA4Wv8S_8MjVk8xw0VI0DsA

Você também pode gostar