Você está na página 1de 252

FRUTÍFERAS DE CLIMA

TEMPERADO

UVA
Vitis
vinifera
Histórico
• Há evidências que indicam que a videira teria surgido
na Terra, no período terciário, onde hoje é a
Groenlândia, e quando o homem apareceu na Terra,
no período quaternário, a videira já existia há milhões
de anos.
• Acredita-se que a videira tenha sido a primeira planta
cultivada pelo homem, e que o primeiro cultivador
tenha sido Noé, segundo Gênesis, 9:20.
• Vários textos e tradições falam sobre a uva e o vinho,
e que essa cultura tenha atravessado diversos
continentes e tenha chegado a Portugal.
Histórico
• Veio para o Brasil na colonização, e tem relatos que
Martin Afonso de Souza formou o primeiro parreiral
em São Vicente, SP., em 1532, com mudas trazidas
por Brás Cubas de Portugal.
• Devido ao calor e umidade do litoral, Brás Cubas
levou mudas para o planalto de Piratininga – região
do Tatuapé, onde cultivou as videiras e fez vinho
brasileiro a primeira vez em 1551.
• A produção passou por altos e baixos em diferentes
estados e regiões do país, perdendo e ganhando
expressão.
Histórico
• E depois de ficar meio sumida por uns tempos voltou
a ter grande expressão no século XIX, quando foram
introduzidas cultivares americanas.
• Em 1933 já existia a Niagara branca, e surgiram delas
mutações, sendo que a Niagara Rosada foi a mais
expressiva.
• A cultivar Itália veio trazida desse país por um
agrônomo (Luciano Poletti), que formou um pomar
em Ferraz de Vasconcelos – SP.
• Em 1970 ela foi levada para o Nordeste.
Situação econômica
• O cultivo da videira está difundido em todos os
continentes, principalmente no Europeu, em países
como Itália, França e Espanha. Além deles, temos
como destaque Estados Unidos, Chile, China,
Argentina e Turquia.
• Mas, o continente Europeu ainda é destaque em
consumo e produção tanto de uva quanto de vinho.
• Entretanto, esse panorama vem mudando ano após
ano, pois os países com menos tradição vem
ganhando espaço, como o Chile, China, EUA,
Austrália e Nova Zelândia.
Situação econômica
• Em 1990, o continente Europeu era responsável por
63,3% da produção mundial de uva e 78% da
produção e vinho.
• Em 2010, era de 44% da produção mundial de uva e
68 da produção de vinho.
• O Brasil é o 19º. Produtor mundial de uva, com
produção aproximada de 1.446.459 toneladas em uma
área de 80.200 ha.
• Os principais estados são Rio Grande do Sul,
Pernambuco, SP, Paraná, Santa Catarina e Bahia.
Situação econômica
• Deve-se destacar a produção do Rio Grande do Sul em
vinhos, e o grande crescimento da cultura em
Pernambuco, cuja área hoje está perto de 10.000 ha.
• São Paulo é o terceiro maior produtor, com destaque para
a produção de uvas de mesa.
• Tem ocorrido também o aumento da procura pelo
consumidor por variedades sem sementes, o que tem
mudado certos plantios em diversas regiões.
• As exportações brasileiras ainda são recentes, e estão em
torno de 100.000 toneladas
• Nossas importações vem da Argentina e Chile.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

• - É uma das frutíferas mais importantes no mundo;


• - a cultura da videira tem uma grande importância
tanto econômica quanto social – porque envolve
grande volume de negócios anualmente – tanto para
os mercados internos quanto externos. Também gera
empregos diretos e indiretos.
• - a região Nordeste do Brasil merece destaque, pois
tem apresentado um aumento na área cultivada.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

• - atualmente, a uva é uma das principais frutas


exploradas no Vale do são Francisco, sendo que as
exportações já ultrapassaram as 85.000 toneladas
anuais, e sendo essa região responsável por 99% do
volume e valor das exportações brasileiras de uva de
mesa.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

• - os requerimentos dos mercados (que já comentamos


no começo do curso), impõem uma maior qualidade
dos alimentos, que associa as preocupações dos
consumidores com a segurança alimentar e as
exigências para a certificação do produto, levando em
conta o local de produção e diversos aspectos sociais
e ambientais.
• - por isso, há uma forte tendência no crescimento das
produções orgânicas e produções de uvas certificadas.
MORFOLOGIA DA VIDEIRA

• Dividimos a morfologia da videira em :


• - sistema radicular e parte aérea.

• Sistema Radicular:
• - quando propagadas por sementes, as raízes são
pivotantes e aprofundam-se no solo com maior
intensidade.
• - esse método somente é usado para o melhoramento
genético.
MORFOLOGIA DA VIDEIRA

• - as plantas que são originárias de estacas tem o


sistema radicular fasciculado e mais superficial.
• - a profundidade dessas raízes depende do tipo de
solo, topografia, aeração e compactação do solo, além
da densidade do plantio.
MORFOLOGIA DA VIDEIRA

• - Parte aérea:
• - o tronco possui o nome de CEPA, e tem a dimensão
variável de acordo com o tipo de condução.
• - o diâmetro é variável conforme a idade, espécie,
clima, solo e tratos culturais.
• - os ramos são sarmentosos, e quando as folhas caem,
são denominados bacelos. Nos sarmentosos,
distinguem-se os entrenós e os nós.
MORFOLOGIA DA VIDEIRA

• - em cada nó desenvolve-se uma gema. As gemas são


protegidas por duas escamas escuras e pilosas.
• - as gavinhas são órgãos de sustentação da planta, e
surgem geralmente depois da terceira folha, e oposta
a essa.
• - o cacho e a gavinha ocupam a mesma posição.
MORFOLOGIA DA VIDEIRA

• A videira apresenta 3 tipos de gemas:


• - a) gema terminal, que garante o crescimento em
extensão e a diferenciação de novos ramos, nós,
folhas, gemas e gavinhas.
• - b) gema pronta: que se desenvolve pouco depois de
sua formação sobre o ramo;
• - c) gema latente: que não se desenvolve no ano da
sua formação, mas permanece em repouso até a
primavera do ano seguinte.
MORFOLOGIA DA VIDEIRA

• A gema é constituída de gema principal – que já


apresenta um esboço de ramos, folhas, nós,
inflorescências e gavinhas; e de gemas secundárias –
que são inibidas por ação hormonal.
• Se a gema principal é perdida, as gemas secundárias
entram em atividade.
• A gema é protegida por escamas e pelos.
MORFOLOGIA DA VIDEIRA

• A videira tem frutos tipo baga, reunidos em cachos.


• - esses cachos podem variar em tamanho (pequeno,
médio e grande), forma (alongados ou cônicos) e
compacidade (muito compacto, compacidade média,
cheio ou solto).
MORFOLOGIA DA VIDEIRA

• As flores surgem em inflorescências do tipo umbela.


São pequenas, de cor verde-clara e podem ser
hermafroditas ou unissexuadas.
• A emissão dos órgãos reprodutivos ocorre no ramo do
ano, de modo que a brotação e a floração acontecem
no mesmo ciclo.
ECOLOGIA

• A videira é cultivada em uma grande diversidade de


regiões, abrangendo condições de solo e clima muito
diferentes entre si.
• O cultivo pode ser realizado em latitudes entre 35º.N
e 49º. S.
• A espécie se adapta melhor em regiões com verão
longo e seco e invernos brandos.
• Em regiões de verão úmido, há mais suscetibilidade a
doenças causadas por fungos – maiores problemas no
cultivo.
ECOLOGIA

• No Brasil, cultiva-se a videira desde o extremo Sul


até o Nordeste, adaptando-se as técnicas de produção
para cada condição climática.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• Luz, temperatura e água são essenciais para a


viticultura.
• LUZ:
• A videira é uma planta que exige radiação solar.
• Além do efeito direto sobre a fotossíntese, essa
radiação é importante para a cultura, especialmente
no período compreendido entre a floração e a
maturação, pois esse fator interfere no acúmulo de
açúcares contido nos frutos e consequentemente na
sua qualidade.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• A exigência das videiras, quanto a radiação solar,


pode ser expressa pelo número de horas de brilho
solar (insolação), durante o seu ciclo, que varia de
1.200 a 1.400 horas, sendo maior no período
reprodutivo.
• No Brasil essa exigência é atendida nas regiões
produtoras de uvas finas de mesa, como em Jales
(SP), e em diversas regiões produtoras de Minas
Gerais, Bahia e Pernambuco.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• Pode-se afirmar que um clima ideal para a cultura da


videira deveria apresentar um inverno
suficientemente frio para induzir o repouso da planta
e calor, luz e chuvas adequadas durante o seu ciclo
vegetativo para complementar os fatores anteriores,
propiciando condições para a videira possuir
folhagem ampla, sarmentos robustos e cachos
abundantes.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• O fator que mais contribui para a fertilidade das


gemas é a insolação. Quando essa diferenciação das
gemas acontece em épocas de alta nebulosidade, há
uma tendência na redução do número de cachos por
planta.
• A radiação solar é fundamental para a produção de
açúcar (por meio da fotossíntese). Temperaturas
elevadas e um pequeno déficit hídrico podem
aumentar o teor de açúcar das uvas.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• TEMPERATURA DO AR:
• A temperatura do ar influencia na viticultura tropical
de diversas formas.
• Uma delas é no crescimento, já que são requeridas
temperaturas entre 10 e 40ºC , em média para que as
plantas obtenham fotossíntese líquida positiva – ou
seja – produção de carboidratos para o crescimento,
em uma temperatura ótima entre 15 e 30ºC.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• Outra influência, é no desenvolvimento da videira.


• As variedades Itália e Rubi, produzidas no Brasil
necessitam de uma temperatura base de 10ºC, para
atingir a maturação a partir da data da poda de
produção.
• Assim, em lugares onde a temperatura é mais
elevada, o ciclo da cultura é menor, pois o seu
desenvolvimento é mais acelerado.
• Por isso é que é possível a produção de 2 safras
durante o ano.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• A temperatura do ar também interfere na qualidade


dos frutos da videira.
• Diversos autores já estudaram como a temperatura
influencia no acúmulo de açúcares nas bagas, bem
como estudos já comprovaram que para a sua perfeita
formação, a cor das bagas depende da ocorrência de
grande amplitude térmica – ou seja – de grande
diferença entre as temperaturas máxima e mínima
diárias.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• Isso tem importância maior nas variedades de casca


colorida, como a Rubi, Red Globe, Benitaka e outras.
• Como a viticultura tropical se desenvolve em regiões
de clima quente, há a preocupação com a ocorrência
de geadas em algumas localidades.
• Quando acontece uma geada, com uma temperatura
de +- 2ºC, não há a destruição total das plantas, mas
haverá a necessidade de uma nova poda, e isso vai
alterar o calendário de produção.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• Além da ação direta sobre as plantas, a temperatura


do ar também afeta indiretamente a videira, quando
da ocorrência de baixas temperaturas na floração,
devido a baixa atividade dos insetos polinizadores, o
que provoca deficiência na polinização.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• ÁGUA:
• A viticultura tropical se desenvolve sob condições de
clima seco.
• Com isso, há a necessidade de irrigação, haja visto
que as chuvas seriam insuficientes para atender as
necessidade hídricas da videira, que variam de 500 a
1200 mm, dependendo do clima e duração do ciclo.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• Outro aspecto relacionado com as chuvas, é a


ocorrência de precipitação de granizo, que causa
sérios prejuízos às videiras, entre eles perfuração e
queda das folhas, injúrias nos ramos, e
principalmente, danos às inflorescências e nos
cachos.
• Esse problema vem sendo resolvido com a utilização
de telas protetoras (brancas ou pretas).
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• Essa técnica altera o microclima da cultura,


principalmente a intensidade da radiação solar que
incide sobre as plantas.
• Assim, ocorre redução na taxa de fotossíntese,
retardamento na maturação e menor peso dos cachos.
EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS

• Quando se aproxima a maturação, as chuvas


deveriam reduzir gradativamente, ao mesmo tempo
em que a temperatura e o calor atingissem os seus
níveis ótimos, fazendo com que as uvas
amadurecessem com qualidade em açúcar, aroma e
sem riscos de ocorrência de podridões das bagas.
• Após a colheita, com a chegada do outono, a
temperatura entraria em declínio progressivo,
predispondo a planta ao período de repouso.
EXIGÊNCIAS EDÁFICAS

• A videira adapta-se a diversos tipos de solo, com


exceção dos muito úmidos e dos turfosos.
• Os melhores solos para a cultura são aqueles de
textura mediana, com bastante matéria orgânica,
porém não muito férteis, pois embora proporcionem
maior vigor à planta, há perda em qualidade dos
frutos.
EXIGÊNCIAS EDÁFICAS

• No Brasil, a videira é cultivada em solos de diferentes


características com relação às condições físicas e
químicas, tais como textura, profundidade, teor de
bases trocáveis e pH.
• As características físicas do solo, como os teores de
argila, silte e areia, são de fundamental importância,
pois determinam a forma de irrigação do vinhedo.
EXIGÊNCIAS EDÁFICAS

• As produções normalmente são mais elevadas, e os


problemas nutricionais menores nos solos leves,
profundos e bem drenados.
• A fertilidade natural do solo tem menor importância
porque as necessidades nutricionais das plantas
podem ser satisfeitas mediante as práticas de
adubações.
VARIEDADES

• As variedades cultivadas no Brasil pertencem às


espécies Vitis vinifera e Vitis labrusca.
• No Semiárido do Nordeste brasileiro, predominam as
variedades Itália e suas mutações Benitaka e Brasil,
Red Globe e Ribier (uvas de mesa com sementes);
Sugraone ou Festival, Crimson Seedless e Thompson
Seedless (uvas de mesa sem sementes); e Cabernet
Sauvignon, Syrah, Chenin Blanc, Sauvignon Blanc,
Moscato Canelli (uvas para a elaboração de vinhos
finos).
Uvas para mesa
• Cachos com formato cônico, bem compactos,
atraentes com sabor agradável, resistente ao
transporte, boa conservação pós colheita, 20 cm de
comprimento e peso entre 300 e 500 g.
• Bagas resistentes a degrana, de cor verde, verde-
amarelo, vermelho, rosada e preta.
Isabel Concord
Niágara Branca
Niágara Rosada
Redimeire Benitaka Itália

Redglobe Brasil Rubi


Uva sem sementes – Centennial Seedless
Uvas para vinho e suco
• Para Vinho:
• Bagas pequenas, com coloração intensa quando forem
tintas, alto teor de sólidos solúveis e acidez
equilibrada
• Para Suco:
• Coloração intensa, aroma e sabor doces, polpa mole.
• A grande produção de sucos é no Rio Grande do Sul
• Consumo grande e com potencial para crescimento
Concord – Clone 30 Bordô
Goethe
Cabernet Sauvignon Cabernet Franc
Syrah Merlot
Chardonnay Sauvignon blanc Moscato branco
VARIEDADES

• Características das variedades de uvas de mesa


recomendadas para o cultivo no submédio São
Francisco.
• - Itália; Red Globe; Benitaka; Brasil; Patrícia; Ribier;
• Sugraone ou Festival; Crimson Seedless; Thompson
Seedless; Sweet Saphire
Sweet Saphire
Sweet Saphire
Redglobe Itália

Benitaka Brasil
Sugraone Crimoson Seedless Thompson Se.
Syrah
Chenin blanc
BRS Cora Isabel Precoce
PROPAGAÇÃO

• A videira tanto pode ser propagada de forma sexuada


(por sementes) como assexuada (por via vegetativa).
• A propagação através de sementes é desaconselhável,
porque as novas plantas apresentam vigor,
produtividade e qualidade dos frutos inferiores aos da
planta-mãe, além de prolongar o tempo para a
formação de um vinhedo.
PROPAGAÇÃO

• As sementes são úteis no melhoramento genético,


para a obtenção de novas variedades.
• A propagação vegetativa tem a facilidade porque os
ramos novos emitem brotos e raízes, quando em
condições adequadas.
• Nesse tipo de propagação, as plantas obtidas tem as
mesmas características genotípicas da planta mãe.
PROPAGAÇÃO

• A produção de mudas de videira pode ser realizada


por diversos métodos, como a estaquia, mergulhia e
enxertia.
• Normalmente, a propagação é feita em nível de
produtor, adotando-se o seguinte esquema de
trabalho:
• 1º. Ano: o produtor adquire as estacas do porta-
enxerto, plantando-as no espaçamento do vinhedo (2
estacas por cova).
PROPAGAÇÃO

• As estacas são cortadas com 2 ou 3 gemas (25 a 30


cm), observando que o corte da extremidade inferior
seja feito imediatamente abaixo da gema, e o corte da
extremidade superior seja feito de 3 a 5 cm acima da
gema superior, o que evita que ela se desidrate.
• É importante fixar bem o substrato ou solo em torno
das estacas.
PROPAGAÇÃO

• 2º. Ano: a enxertia é realizada no próprio local do


vinhedo, nas estacas enraizadas no ano anterior.
• Essa enxertia pode ser por garfagem, borbulhia ou
encostia.
• Normalmente, o método mais usado é a enxertia em
garfagem no topo em fenda cheia.
• Esse método de enxertia, além de ser de mais fácil
execução, tem altos índices de pegamento.
PROPAGAÇÃO

• No momento da seleção dos garfos, é importante


observar que o diâmetro e o estádio de maturação dos
ramos da variedade copa sejam compatíveis com o
diâmetro do porta-enxerto.
• Para esse enxerto, o corte da cunha no garfo deve ser
feita de modo que fique liso.
• O garfo é introduzido na fenda do porta-enxerto,
depois de ter certeza que há um perfeito contato entre
os tecidos da planta enxerto e da planta porta-enxerto.
PROPAGAÇÃO
• O enxerto deve ser enrolado com fita de plástico,
desde a região da enxertia até a extremidade,
deixando somente as gemas descobertas.
• A extremidade superior deve ser protegida com a fita,
para evitar o dessecamento do enxerto.
• Depois do pegamento, se tira o amarrio, para evitar
um estrangulamento dos tecidos ao redor do ponto de
enxertia.
• Se as mudas forem enraizadas no viveiro, poderão ser
levadas a campo depois de 60 dias da enxertia.
• A enxertia é feita nos meses de julho-agosto.
PLANEJAMENTO E IMPLANTAÇÃO DO
VINHEDO
• Como em qualquer outra cultura, diversos fatores
devem ser avaliados antes da implantação de um
vinhedo – desde o custo da terra, sua proximidade de
centros comerciais para aquisição de insumos e
contratação de mão de obra, proximidade de indústria
processadora, locais para escoamento da produção,
proximidade de fontes de água de boa qualidade e
topografia (possibilidade de mecanização da cultura).
PLANEJAMENTO E IMPLANTAÇÃO DO
VINHEDO

• Além disso tudo, também o solo e o clima devem ser


avaliados.
• A videira se adapta em ampla variedade de solos, em
especial aos com boa drenagem, com pH entre 5,5 e
6,0 e com bom teor de matéria orgânica.
PLANEJAMENTO E IMPLANTAÇÃO DO
VINHEDO
• Dentre esses muitos fatores a serem analisados, a
exposição e a declividade são muito importantes.
• Quanto a exposição solar, os melhores vinhedos são
aqueles que recebem melhores raios solares e ficam
mais protegidos dos ventos frios do sul. Ou seja, as
filas devem ser dispostas em sentido Leste-Oeste.
PLANEJAMENTO E IMPLANTAÇÃO DO
VINHEDO
• Em relação a declividade, os terrenos de meia-encosta
são os mais indicados – quando não se tem áreas
planas. Esses terrenos permitem uma boa drenagem
de água e estão menos sujeitos a geadas. Áreas
planas tem menor capacidade de drenagem. Áreas
com declividade superior a 20% não são
recomendadas para implantar um vinhedo, pois há
dificuldades no manejo e aumento de custos devido
as práticas de conservação do solo.
PREPARO DO SOLO

• Em primeiro lugar, deve-se limpar o terreno, fazer a


destoca se for necessário, e retirar as raízes.
• O local deve ser escolhido com rigor, fazer uma
amostragem de solo bem representativa da área para
poder fazer recomendações coerentes de correção da
acidez e avaliação da fertilidade do solo.
• Em solos com maior teor de argila, o preparo de solo
deve ser feito em etapas:
PREPARO DO SOLO

• - subsolagem cruzada ou aração profunda,


• - distribuição uniforme do calcário recomendado na
superfície do solo;
• - gradagem para incorporá-lo e nivelar o terreno;
• - aplicação de adubos fosfatados e potássicos (mais
ou menos 3 meses depois da calagem);
• - incorporar os adubos através da gradagem.
• - preparar covas para o plantio com adubação.
PREPARO DO SOLO

• As linhas de plantio devem ser situadas em um nível


mais elevado que o nível do terreno, principalmente
quando os solos são rasos ou com algum
impedimento à drenagem.
• Esse procedimento visa uma melhor aeração do
sistema radicular.
• Esse nível mais elevado é conseguido através de
mobilizações do solo, preparado em leivas opostas
através do arado, mas esse solo já deve estar
mobilizado para que a linha de plantio não fique
sobre a zona compactada.
ESPAÇAMENTO

• Na escolha do espaçamento, muitos fatores deverão


ser levados em consideração:
• - necessidade de mecanização;
• - vigor da variedade;
• - fertilidade do solo;
• - sistema de condução;
• - irrigação.
ESPAÇAMENTO

• A densidade de plantio influencia a fisiologia da


planta, alterando o seu desenvolvimento em virtude
da competição que se estabelece entre as plantas.
• Deve-se evitar que o desenvolvimento excessivo da
vegetação ocasione sobreposição de folhas, o que irá
resultar em sombreamento, em má distribuição e
também em mau aproveitamento da luminosidade.
ESPAÇAMENTO

• Quando os terrenos são mecanizáveis, as distâncias


entre as linhas de plantio devem ter pelo menos 3,0
m.
• Pode-se utilizar espaçamentos de 3 m x 2 m para uvas
de mesa e de 3 m x 1,5 m para uvas para vinho.
QUEBRA-VENTOS

• Os ventos são uma preocupação para os produtores,


principalmente em certas épocas do ano.
• Ventos fortes são prejudiciais porque podem quebrar
ramos e causar danos mecânicos aos frutos, por causa
do atrito entre cachos e folhas.
• As espécies vegetais mais utilizadas como quebra
ventos são o eucalipto, leucena, bananeira.
SISTEMAS DE CONDUÇÃO

• O sistema de condução engloba o conjunto de


métodos e técnicas que permitem dar forma a planta e
ao vinhedo.
• As condições climáticas é que determinam a escolha
dos sistemas de condução.
• Em clima tropical, tanto o excesso de luz sobre os
cachos quanto o sombreamento excessivo merecem
cuidados, para evitar o aparecimento de manchas e de
golpes de sol nas bagas, o que altera a coloração das
uvas.
SISTEMAS DE CONDUÇÃO

• ESPALDEIRA:
• - é o sistema de condução vertical com apenas 1
plano de vegetação, onde a folhagem emitida pelos
braços das plantas deve ser sustentada por 2 ou 3 fios
de arame.
• Este é o sistema mais barato e tem maior facilidade
de instalação.
• Pode ser do tipo espaldeira alta ou baixa.
SISTEMAS DE CONDUÇÃO

• A espaldeira baixa é normalmente usada para


produção de uvas rústicas de mesa – tem mais ou
menos 1,60 m de altura.
• A espaldeira alta é usada para a produção de uvas
para vinho. Em função da sua maior altura, melhora o
posicionamento dos cachos, mas deve-se atentar para
a necessidade de um espaçamento maior entre as
plantas na linha de plantio, para que uma planta não
interfira na insolação da outra. A altura deve ser de
aproximadamente 2,2 m.
SISTEMAS DE CONDUÇÃO

• LATADA:
• - é o sistema de condução horizontal, também
chamado de pérgola ou caramanchão.
• - é bastante usado no Brasil, principalmente nas
regiões tropicais.
• - esse sistema permite uma maior expansão vegetativa
da planta e maiores produções, por isso, exige um
sistema de sustentação mais reforçado,e por isso,
mais caro.
SISTEMAS DE CONDUÇÃO

• Esse sistema é indicado para regiões mais úmidas,


pois permitem que o cacho e a folhagem fique mais
longe do solo, melhorando a aeração e reduzindo os
períodos em que a parte aérea fique úmida, reduzindo
assim a ocorrência de doenças fúngicas.
• Esse sistema tem sido recomendado também para as
áreas opostas: regiões de clima semi-árido, onde
exista excesso de radiação solar, pois se promove
uma maior proteção dos cachos pela folhagem, isso
evita que se aumente demais a temperatura dentro do
parreiral.
SISTEMAS DE CONDUÇÃO

• Y:
• Esse sistema também conhecido como manjedoura ou em
Y, já foi muito usado para a produção de uvas finas de
mesa, e recentemente voltou a ser usado por produtores
de Santa Catarina principalmente.
• Uma das razões da volta do seu uso é que a sua estrutura
em forma de Y permite que se façam adaptações para que
se possa fazer um pequeno cultivo protegido,
acrescentando arcos de pvc onde se pode colocar telas
anti-granizo ou filmes plásticos –se forma um pequeno
guarda-chuva sobre as plantas.
SISTEMAS DE CONDUÇÃO

• Vantagens do sistema Espaldeira:


• - o custo de implantação é relativamente baixo ,
menor do que a Latada;
• - pode ser ampliado aos poucos, pois a estrutura de
cada fileira é independente;
• - os tratos culturais como poda verde, pulverizações,
etc, são de mais fácil realização;
• - boa aeração;
• - facilidade de colheita e poda em operações
mecanizadas.
SISTEMAS DE CONDUÇÃO

• Principais desvantagens do sistema espaldeira:


• - tendência ao sombreamento – condição não muito
indicada para cultivares muito vigorosas ou para solos
muito férteis;
• - a densidade de ramos é mais elevada;
• - a produtividade do vinhedo é menor do que a da
latada.
PLANTIO E MANEJO DO SOLO

• Depois do preparo do solo, procede-se a abertura das


covas, com dimensões de 60 x 60 x 60 cm –
separando o solo mais superficial daquele de camadas
mais profundas.
• No momento do enchimento da cova, coloca-se no
fundo o solo da camada mais superficial e o restante
do solo depois.
• O plantio pode ser feito em qualquer época do ano em
condições irrigadas. Mas quando o plantio é em
períodos mais secos, a ocorrência de doenças é
menor.
PLANTIO E MANEJO DO SOLO
• O plantio pode ser feito através da estaca que servirá
de porta enxerto para o ano seguinte ou a muda
comprada já enxertada.
• De toda maneira, seja a estaca ou a muda enxertada,
devem ser plantadas no inverno.
• Se a opção for pelo plantio da estaca, esta deverá ser
tutorada para que cresça bem reta. No inverno do ano
seguinte é que se fará o enxerto nessa estaca com
estacas da variedade selecionada para a produção.
PLANTIO E MANEJO DO SOLO

• Os sistemas básicos de manejo de solo são: solo


coberto, solo parcialmente coberto e solo limpo.
• SOLO COBERTO:
• - pode ser mantido coberto através da manutenção da
vegetação natural ou com leguminosas e através de
coberturas mortas, como restos de culturas, ou com o
uso de plástico preto. No solo onde é mantida a
vegetação, a videira sofre concorrência, por isso essa
deve ser mantida roçada.
PLANTIO E MANEJO DO SOLO

• - outra forma de manejo é a cobertura do solo com


restos de vegetais. Essa prática traz bons resultados,
pois propicia controle da erosão e serve como
processo de incorporação de matéria orgânica ao solo.
• - a adubação verde é outra prática que pode ser usada.
Com ela, o solo fica coberto com vegetação de
leguminosas durante o período de repouso da videira,
e depois é incorporada ao solo no início da brotação.
PLANTIO E MANEJO DO SOLO

• - esse manejo também pode ser feito com o uso de


plástico preto. Esse plástico é colocado em todas as
filas, cobrindo de 0,80 a 1,0 m de cada lado da planta,
proporcionando um bom controle da erosão e não
permitindo o desenvolvimento de plantas daninhas.
PLANTIO E MANEJO DO SOLO

• SOLO PARCIALMENTE COBERTO:


• - deve-se adotar formas conhecidas de coberturas,
alternando-se, nas filas, faixas de vegetação nativa
com faixas de cobertura morta, ou adubação verde ou
plástico, porém mantendo-se limpa uma faixa de 80
cm de cada lado da planta onde são efetuadas as
adubações de manutenção.
PLANTIO E MANEJO DO SOLO

• SOLO LIMPO:
• - em solos limpos, a planta tem um melhor
desenvolvimento, já que não há concorrência de
plantas daninhas, mas os solos ficam mais sujeitos à
erosão.
• - em áreas com topografia acidentada e sujeitas a altas
precipitações, não se deve manter o vinhedo limpo
durante o ano.
• - uma forma de se manter o solo limpo é através de
herbicidas – às vezes esse custo é mais baixo do que
as capinas manuais.
PLANTIO E MANEJO DO SOLO

• - na utilização dos herbicidas, deve-se levar em


consideração os possíveis prejuízos ambientais que
eles podem causar.
• - o uso constante de herbicidas pode provocar um
ressecamento do solo e deixar resíduos com o tempo,
e isso poderá afetar o sistema radicular da videira,
que é superficial.
• - por isso, os herbicidas devem ser usados com
moderação.
PRÁTICAS CULTURAIS

• A realização correta das práticas culturais no


momento certo é muito importante para a formação e
manutenção dos vinhedos.
• A maioria dessas práticas são operações manuais que
exigem um bom conhecimento técnico de quem
executa.
• As principais práticas são:
PRÁTICAS CULTURAIS

• 1-) CONDUÇÃO DA PLANTA:


• - a videira é uma planta do tipo trepadeira, e necessita
de um suporte para o seu crescimento.
• - quando a brotação atinge + - 30 cm de altura do
solo, já deve ser feito o tutoramento para que ela
possa se desenvolver até o arame superior
verticalmente, para que dê origem a uma planta de
caule ereto.
• - a amarração deve ser feita com fita plástica ou
barbante.
PRÁTICAS CULTURAIS

• - quando surgem vários brotos na muda, seleciona-se


o mais vigoroso e ereto e tiram-se os outros.
• - o ramo principal é conduzido em haste única.
• - os ramos ladrões que saem do porta-enxerto, as
brotações laterais e gavinhas devem ser eliminados.
• - essas operações devem ser feitas semanalmente para
não deixar que por acaso esses ladrões cresçam
demais e depois machuquem a planta na hora de
retirá-los.
PRÁTICAS CULTURAIS

• 2-) PODAS:
• - a poda compreende um conjunto de operações que
se faz na planta e consiste na supressão parcial do
sistema vegetativo, como retirada de galhos, caules,
brotos, folhas, cachos, etc.
• As fases da lua tem influencia na poda: as luas
minguantes e nova tem certa preferência dos
produtores. Vinhedos maiores não levam em
consideração essas fases e realizam a poda em
qualquer época do ano.
PRÁTICAS CULTURAIS

• Os principais objetivos da poda são:


• a) impulsionar a produção precoce das plantas;
• b) uniformizar a produção, para evitar que os
excessos de carga possam levar a planta a safras de
baixa frutificação;
• c) melhorar a qualidade das uvas, que pode ser
prejudicada pelas produções muito elevadas;
• d) distribuir os fotoassimilados de maneira uniforme
para os órgãos vegetais;
• e) proporcionar uma forma adequada para a planta.
PRÁTICAS CULTURAIS

• 2.1-) PODA SECA:


• - a poda seca pode ser dividida em poda de formação
(objetivo é proporcionar um bom desenvolvimento
vegetativo à planta jovem e uma forma determinada
que será conservada durante toda a sua vida útil) e a
poda de frutificação ou produção (que é feita nas
plantas já formadas e tem a finalidade de regular o
equilíbrio entre o vigor e a produção).
PRÁTICAS CULTURAIS

• A poda de formação normalmente é feita depois de 12


a 18 meses após o plantio e depende de fatores como
fertilidade do solo, clima, vigor da planta e variedade.
Essa poda induz o desenvolvimento adequado dos
braços nas plantas jovens.
PRÁTICAS CULTURAIS
• A poda de produção é feita depois de 18 a 24 meses
após o plantio – quando as plantas estão em repouso
vegetativo. O período de repouso é variável e pode
ser determinado em função das condições climáticas
favoráveis ou ausência de chuvas durante as fases de
brotação até a floração e colheita. Durante o repouso,
a quantidade de água é reduzida a 20%, para
favorecer o acúmulo de reservas para o ciclo seguinte.
Após cada poda de produção se inicia um novo ciclo
vegetativo.
PRÁTICAS CULTURAIS

• Durante a poda, ao passar de uma planta para outra, é


importante realizar não só a desinfecção das tesouras
com solução de hipoclorito de sódio, mas também a
retirada dos restos dos ramos podados para fora do
vinhedo, e eliminados, para evitar a disseminação de
doenças.
PRÁTICAS CULTURAIS

• 2.2-) PODA VERDE:


• Os principais objetivos desse tipo de poda são:
• a) conduzir a seiva para os órgão da planta que estão
requerendo maior quantidade dela, alcançando-se um
equilíbrio de vigor das brotações e favorecendo-se a
frutificação;
• b) facilitar o pegamento dos frutos, a maturação
adequada e a obtenção de cachos com excelente
aspecto visual;
PRÁTICAS CULTURAIS

• c) corrigir erros eventualmente cometidos na poda


seca;
• d) permitir uma maior eficiência dos tratamentos
fitossanitários.

• A poda verde compreende as seguintes operações


manuais: desbrota, desfolha, eliminação de gavinhas
e netos, desponte, de ramos e cachos, desbaste de
cachos, raleio de bagas.
PRÁTICAS CULTURAIS

• DESBROTA:
• - nessa operação, devem ser eliminados os ramos que
nascem do caule, as brotações fracas e em excesso, e
as brotações duplas ou triplas que venham da mesma
gema. Quando se elimina essas brotações, elimina-se
o desperdício de seiva que iriam para essas partes
supérfluas, e favorecendo seu aproveitamento para
partes mais importantes da planta. Essa operação é
realizada quando as brotações atingem o
comprimento de 8 a 15 cm.
PRÁTICAS CULTURAIS

• DESFOLHA:
• - durante o período de crescimento dos ramos, efetua-
se a desfolha com o objetivo de equilibrar a relação
área foliar/número de cachos e melhorar a ventilação
e insolação no interior do vinhedo. Assim, há uma
maior eficiência no controle das doenças fúngicas. A
quantidade de folhas retiradas depende do vigor e da
área foliar da planta, com o cuidado de não eliminar a
folha oposta ao cacho para não deixá-lo exposto ao
pleno sol.
PRÁTICAS CULTURAIS

• - em variedades muito vigorosas, a retirada de folhas


antes da abertura das flores traz bons resultados, pois
diminui o suprimento de seiva elaborada para os
órgãos florais.
• - essa operação deve ser realizada com muito
cuidado, pois uma desfolha exagerada poderá trazer
muitos prejuízos, pela menor acumulação de açúcares
nos frutos e maturação incompleta dos ramos, bem
como pela ocorrência de queimaduras ou golpes de
sol nas bagas.
PRÁTICAS CULTURAIS
• ELIMINAÇÃO DE GAVINHAS E DESNETAMENTO
• - durante a fase de crescimento vegetativo deve ser
realizada a eliminação de gavinhas e netos (netos são
ramos que surgem nas axilas das folhas). Essas partes
da planta funcionam como “ladrões” da seiva que
deve ser dirigida para as brotações e o
desenvolvimento do cacho. O crescimento excessivo
desses ramos provoca desequilíbrio nutricional na
planta e prejudica o desenvolvimento da brotação.
PRÁTICAS CULTURAIS

• DESPONTE DE RAMOS E CACHOS:


• - o desponte é realizado uma ou duas vezes durante o
ciclo, de acordo com a necessidade da planta. Em
cultivares vigorosas, se faz um desponte alguns dias
antes da floração, para que se obtenha um bom
pegamento de frutos, através da eliminação da gema
apical. Com essa operação, o fluxo da seiva vai para o
desenvolvimento de folhas e cachos.
PRÁTICAS CULTURAIS

• A segunda fase de desponte de ramos é realizada


cerca de 60 a 80 dias após a poda. Sua finalidade é
melhorar a entrada de sol no interior do vinhedo,
equilibrando a relação entre a quantidade de cachos e
folhas. O desponte de cachos consiste na eliminação
de sua porção basal para alterar a conformação,
deixando-os mais cônicos e curtos.
PRÁTICAS CULTURAIS

• DESBASTE DE CACHOS:
• - essa operação consiste na remoção de cachos florais
antes da floração e dos cachos novos depois dos
frutos se formarem. Os cachos que vem dos netos
também devem ser eliminados, pois além de
apresentarem retardo em seu desenvolvimento,
concorrem por nutrientes com os cachos já formados.
São eliminados os cachos de ramos mais fracos, com
poucas folhas, doentes ou abafados pelo excesso de
ramos e folhas.
PRÁTICAS CULTURAIS

• - a finalidade do desbaste de cachos é equilibrar a


produtividade, evitando-se uma sobrecarga, e
promover que se obtenham cachos mais uniformes e
de melhor qualidade. O número de cachos que
permanece na planta varia muito de acordo com as
condições do vinhedo, vigor, espaçamento, porta-
enxerto, etc.
PRÁTICAS CULTURAIS
• RALEIO DE BAGAS:
• - com a função de eliminar o excesso de bagas e
produzir cachos de melhor aspecto e qualidade, deve
ser realizada a descompactação ou raleio dessas
bagas.
• - esta prática pode ser realizada em 2 fases: a primeira
quando os botões florais soltam-se facilmente do
cacho, o raleio é feito com o auxílio de um pente
plástico. O raleio com pente possibilita maior
eficiência dos controles fitossanitários, mas não deve
ser usado em épocas chuvosas – quando acontece um
abortamento natural das flores.
PRÁTICAS CULTURAIS

• - durante o raleio, deve-se eliminar somente o excesso


de botões.
• - na segunda fase de frutificação, quando o raleio é
feito com o pente, deve-se fazer um repasse. Se não
for feito, utiliza-se uma tesoura de ponta fina.
Eliminam-se as bagas pequenas, localizadas na parte
interna do cacho, deixando-o com bagas uniformes e
bem distribuídas.
PRÁTICAS CULTURAIS

• - o raleio com pente em relação ao raleio com tesoura,


apresenta como vantagens principais, maior
crescimento das bagas e economia nos custos com
mão-de-obra. Entretanto, é fundamental a utilização
de pessoal treinado para isso, porque requer bastante
atenção e cuidados.
PRÁTICAS CULTURAIS

• PROTEÇÃO DE CACHOS:
• - a proteção dos cachos é feita com uma cobertura
individual, com um cone de plástico, conhecido como
“chapéu chinês”, ou envolvendo-os com sacos de
papel pardo. Essa proteção é feita no início da
maturação ou do amolecimento das bagas. Os sacos
de papel são colocados nos cachos das plantas
situadas nas fileiras externas ou de bordadura, para
protegê-las do ataque de pássaros e insetos, da
exposição à poeira que possa vir de estradas próximas
e manchas causadas pelo sol.
REGULADORES DE CRESCIMENTO

• Reguladores de crescimento são substâncias obtidas


em laboratório, que tem o mesmo efeito que os
fitormônios sintetizados pelas plantas, e que podem
modificar o crescimento delas.
• Esses produtos podem ser usados na viticultura para
diferentes funções.
• A giberelina visa aumentar o tamanho das bagas,
promover a descompactação dos cachos.
• Também o raleio das flores pode ser obtido com a
aplicação de ácido giberélico.
REGULADORES DE CRESCIMENTO

• A cianamida hidrogenada é utilizada para quebra de


dormência de gemas (dormex). Em plantios de uva
em áreas mais quentes, outros tipos de produtos não
são capazes de quebrar a dormência das gemas (óleo
mineral, nitrato de potássio, tiouréia) – mas as plantas
respondem ao dormex.
• O etileno tem a função de induzir a queda das folhas
durante o período de repouso, e melhorar e
uniformizar a cor das uvas tintas, quando aplicado no
inicio da maturação.
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

• Todo o aspecto da produção de uvas está diretamente


relacionado com o estado nutricional das plantas. Em
função disso, a adubação dos vinhedos assume grande
importância.
• Do ponto de vista fisiológico, a nutrição das plantas é
uma atividade bastante complexa e completa.
• O estado nutricional das plantas é o balanço que se
obtém entre absorção e o transporte dos nutrientes,
através da fertilidade natural dos solos e/ou através da
adição de fertilizantes, e os gastos exigidos pela
evolução vegetativa da planta e a sua produção.
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

• A nutrição das plantas tem grande influência na


produção, bem como na maturação, formato, firmeza
da polpa, cor, tamanho, uniformidade das bagas.
Também tem ação na concentração de açúcares e
acidez das bagas.
• Além dos problemas de clima e solo, a nutrição da
videira é bastante influenciada pelo porta enxerto. A
característica genética do porta enxerto é que
determina a capacidade de absorção e transporte dos
nutrientes para a copa, através da profundidade do
enraizamento, resistência a seca e/ou umidade,
capacidade de troca de íons pelas raízes, etc.
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

• O processo da nutrição dos vinhedos está relacionado


com a água fornecida pelo sistema de irrigação.
• É preciso bastante cuidado no manejo de água,
porque o seu excesso pode levar a efeitos negativos
na qualidade da uva, com uma maior hidratação dos
tecidos e menor resistência ao ataque de fungos.
• O excesso de água no solo aumenta a absorção de
nitrogênio e potássio e as suas concentrações nas
folhas e frutos.
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

• Por outro lado, os teores de cálcio e magnésio tendem


a decrescer ou permanecer constantes, e isso aumenta
as relações K/Ca, K/Mg e K/Ca+Mg, o que conduz a
uma diminuição na qualidade das uvas.
• Essas relações desequilibradas levam a um distúrbio
fisiológico chamado de dessecamento da ráquis ou
dessecamento do cacho de uva. Caracteriza-se pelo
murchamento das bagas, relacionado com o excesso
de K em relação ao Ca e Mg e ao vigor da planta.
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

• O manejo de adubação da videira abrange 3 fases:


• - adubação de plantio;
• - adubação de crescimento;
• - adubação de produção.
• Para iniciar um bom cultivo da videira, a correção da
acidez do solo deve ser feita baseada nos resultados de
análise do solo, que irá indicar qual o tipo de calcário
deverá ser utilizado e em qual quantidade.
• Como é uma cultura perene, lembrar que as amostras
devem ser retiradas de 0 a 20cm e de 20 a 40cm (até de
40 a 60cm).
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

• Adubação de plantio:
• - depende essencialmente do resultado da análise do
solo. Os fertilizantes minerais e orgânicos são
colocados na cova e misturados com a terra da
própria cova antes de se fazer o plantio das mudas.
• - como orgânico, pode-se utilizar +- 20 litros por cova
de esterco de curral curtido ou 15 litros de esterco de
galinha curtido, ou outro produto que se tenha
disponibilidade.
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

• Adubação de crescimento:
• - constitui-se da aplicação de nitrogênio, fósforo e
potássio, por meio de fertilizantes minerais. A dose de
N deve ser parcelada, preferencialmente
quinzenalmente. O K também deve ser parcelada da
mesma forma. O P deve ser aplicado em torno de
40% da dose 6 meses após a adubação de plantio.
Junto com a adubação de fósforo, pode-se aplicar
também esterco na planta também.
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

• Adubação de produção:
• - depois da primeira poda de frutificação, deve-se
adubar o vinhedo a cada ciclo vegetativo, utilizando-
se esterco, fósforo, potássio e nitrogênio, de forma
equilibrada.
• - até o quarto ciclo de produção, a mesma análise de
solo pode servir de base para as adubações. Depois
disso, as análises foliares assumem maior importância
para recomendação de adubação.
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

• - as adubações com nitrogênio e potássio são feitas


em cobertura no local de maior umidade e mais
próximo do sistema radicular. Depois, esses adubos
devem ser incorporados. A aplicação desses 2
nutrientes deve ser parcelada.
• No caso de calcário, esse deve ser aplicado após a
colheita.
• As maiores deficiências de micronutrientes são de
boro e zinco.
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO

• Quando a análise foliar detectar problemas de


deficiência desses nutrientes, eles pode ser aplicados
via foliar, no início do florescimento.
• No caso de ter irrigação, a aplicação de nutrientes
pode ser feita através de um processo denominado
fertirrigação, que tem vantagens como a economia de
mão de obra, e fornecimento dos elementos de acordo
com a necessidade da planta. Entretanto, deve ser
bem dimensionada e com boa qualidade de água.
Esses fertilizantes devem ser altamente solúveis em
água para cumprir bem a sua função.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• São muitas as doenças que acometem a videira, como


as causadas por fungos, vírus, bactérias e nematóides.

• Descrição das principais doenças causadas por


fungos:
DOENÇAS DA VIDEIRA

• 1) Antracnose (Elsinoe ampelina):


• - é uma das mais importante doenças da videira,
conhecida como olho de passarinho. Quando o ataque
é muito severo, além de comprometer a produção do
ano, pode prejudicar as produções de safras futuras.
• - a ocorrência dessa doença em mudas jovens ou em
uvas de mesa são as mais prejudiciais, pois em mudas
jovens pode provocar até a morte delas, e em uvas de
mesa, compromete a aparência das uvas.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - o fungo se desenvolve em todas as partes verdes da


planta (ramos, folhas, gavinhas, inflorescências e
frutos), principalmente quando em desenvolvimento
inicial, em tecidos jovens.
• - a antracnose produz lesões circulares, com margens
escuras. Nas folhas, no pecíolo, no limbo e nas
nervuras, aparecem pequenas manchas castanho
escuras, que se necrosam e causam deformações e
perfurações.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - os ramos atacados ficam tão comprometidos que a


parte afetada pode ser totalmente destruída,
apresentando aspecto de queimado.
• - em ramos maduros, os cancros ficam tão profundos,
que podem provocar rachaduras ou até quebra dos
ramos.
• - nas inflorescências ocorre a seca, o escurecimento e
a queda dos botões florais.
• - nas bagas, surgem lesões necróticas, que as
deformam e retardam o seu desenvolvimento.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - nas bagas, a doença se caracteriza pela incidência de


manchas arredondadas, e o tecido atacado torna-se
mumificado e escuro, com os bordos mais claros, e
por isso é chamado de olho de passarinho. Nas partes
mais profundas das lesões, se observam massas
rosadas que são os esporos dos fungos.
• - o fungo se desenvolve em diversas faixas de
temperatura, e os ataques mais severos são em
primaveras úmidas.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - depois da instalação da doença, é muito difícil o seu


controle.
• - a eliminação através da poda de inverno (poda seca)
do maior número de ramos atacados diminui o
inóculo.
• - o tratamento com calda sulfocálcica no inverno
também reduz um pouco o inóculo inicial.
• - a fase crítica é no início da brotação, em função da
umidade da primavera.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - há diversos fungicidas com princípios ativos que


podem ser usados.
• - como medida preventiva, deve-se evitar o plantio
em baixadas úmidas e em áreas expostas a vento frios
e utilizar quebra ventos.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• 2) Míldio (Plasmopara viticola):


• - é considerada a principal doença da videira no
Brasil. É mais conhecida como mofo.
• - essa doença causa desfolha, enfraquece a planta e
provoca danos futuros.
• - o míldio ataca todas as partes verdes e em
desenvolvimento da planta.
• - nas folhas, o primeiro sintoma é o aparecimento da
mancha de óleo na face superior, de coloração verde
clara.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - as áreas da folha infectada sofrem dessecamento e


tornam-se marrons.
• - depois, toda a folha seca e cai.
• - quando ataca a inflorescência, ocorre a sua
deformação.
• - na floração, o patógeno provoca o escurecimento e a
destruição das flores afetadas.
• - esse fungo se desenvolve melhor em temperaturas
entre 20 e 25º.C e umidade acima de 95%.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - no final do período de crescimento da planta, o


fungo forma estruturas no interior das folhas. Essas
estruturas são o principal meio de sobrevivência do
fungo no inverno.
• - em regiões onde a planta vegeta o ano todo, o fungo
permanece ativo, e não há interrupção do ciclo de
vida dos fungos.
• - os métodos de controle são basicamente os
químicos, pois esse fungo tem a capacidade de causar
grandes danos em um curto espaço de tempo.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - algumas medidas preventivas seriam: a escolha de


áreas não sujeitas a encharcamento, plantio de
cultivares menos sensíveis, boa drenagem do solo,
adubação equilibrada evitando o excesso de
nitrogênio, melhorar a insolação e o arejamento das
plantas fazendo boa desbrota e poda verde.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• 3) Podridão cinzenta da uva (Botryotinia fuckeliana):


• - é conhecida como podridão do cacho ou botritis, e
reduz quali e quantitativamente a produção.
• - as perdas são mais importantes nas variedade de
cacho compacto.
• - quando a infecção acontece no final da maturação
da uva, ocorre o amolecimento da casca da uva pelo
fungo, e há uma perda de água, impedindo que os
frutos se deteriorem.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - as bagas murcham e se tornam ricas em açúcar.


• - os sintomas são observados principalmente nos
cachos.
• - nas folhas o sintoma ocorre na forma de lesões
marrom-escuras, mas são pouco comuns.
• - na floração, o fungo invade a baga e permanece
latente durante o desenvolvimento da mesma e só
aparecem os sintomas no início da maturação.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - as podridões podem ser melhor controladas através


de um programa de manejo, como: evitar cultivares
de cacho compacto, usar espaçamentos que permitam
um bom arejamento entre as plantas, controlar a
adubação nitrogenada, colher todos os cachos para
evitar que fiquem cachos mumificados na planta,
realizar podas verdes, tratar com fungicidas
adequados.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• Principal doença causada por vírus:


• 1) Enrolamento da folha da videira:
• - essa virose causa prejuízos a videira, afetando o
número, o peso e o tamanho dos cachos, além de
diminuir o teor de açúcar da uva, a longevidade da
planta e a qualidade do vinho.
• - os sintomas variam com as condições climáticas,
época do ano, fertilidade do solo e cultivar.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - os sintomas são facilmente visíveis e reconhecidos


antes da queda das folhas pelo enrolamento dos
bordos das folhas para baixo.
• - esses sintomas aparecem sempre a partir da base dos
ramos, evoluindo para as demais folhas da
extremidade.
• - nos cachos de plantas muito afetadas, o sintoma
mais comum é a maturação irregular e retardada da
uva, ou até não acontece a maturação.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - nessas plantas muito afetadas, o número e o


tamanho dos cachos são menores e as plantas tornam-
se definhadas.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• Principal doença causada por bactérias:


• 1) Cancro bacteriano (Xanthomonas campestris pv.
Viticola):
• - essa doença foi detectada no Brasil em 1998, e foi
um grande problema no início, pois não se conhecia
nem a doença nem medidas de controle.
• - nas folhas são observadas pequenas manchas
angulares escuras, distribuídas de forma esparsa nas
folhas.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - essas manchas quando se juntam causam a morte de


grandes áreas das folhas.
• - podem surgir manchas escuras, alongadas e
irregulares nas nervuras, e evoluem para cancros.
• - em ramos verdes surgem estrias alongadas e passam
a ser necróticas depois.
• - assim, ocorrem rachaduras longitudinais que se
alargam e expõe os tecidos internos.
• - há então uma infecção nos sistema vascular da
planta.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - as plantas infectadas produzem cachos com


sintomas de cancro no engaço, o que torna os frutos
imprestáveis para a comercialização.
• - no campo, a bactéria permanece de um ciclo para
outro, e possui diversos hospedeiros.
• - como medidas de controle, pode-se fazer a poda de
ramos infectados, a poda drástica ou a recepa,
eliminando as plantas que apresentam infecção.
• - desinfectar as ferramentas que são utilizadas no
vinhedo.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - o controle químico ainda não é garantido, mas pode


ser usado o oxicloreto de cobre seguido de calda
bordalesa, que podem reduzir a intensidade da doença
em campo.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• Principal doença causada por Nematóides:


• 1) Nematóides das galhas (Meloidogyne spp):
• - esses pequenos vermes, manifestam seus sintomas
mais visíveis nas raízes, onde se verificam
engrossamentos.
• - esses sintomas são chamados de galhas radiculares.
• - plantas altamente infestadas podem ter redução no
sistema radicular com galhas grandes e alongadas.
• - esses sintomas são mais severos em plantas de solo
arenoso.
DOENÇAS DA VIDEIRA

• - os nematóides reduzem a taxa de respiração e de


fotossíntese das videiras afetadas, e há um grande
decréscimo na produção.
• - como controle provisório de nematóides, pode-se
caprichar nas adubações, melhorar os períodos de
irrigação, realizar podas menos severas, também
deve-se investir em adubações orgânicas para
aumentar os inimigos naturais dos nematóides, como
fungos e bactérias, e melhorar a aeração do solo,
reduzindo a compactação.
OUTRAS DOENÇAS DA VIDEIRA
OÍDIO
PRAGAS DA VIDEIRA

• 1) Pérola da terra (Eurhizococcus brasiliensis):


• - essa praga é uma cochonilha subterrânea que ataca
as raízes das plantas.
• - várias espécies são hospedeiras dessa praga, em
especial as videiras e outras frutíferas de clima
temperado.
• - a cochonilha se desenvolve nas raízes e somente é
prejudicial na fase de ninfa, pois os adultos não tem
aparelho bucal.
PRAGAS DA VIDEIRA

• - é considera a pior praga da cultura da videira, pois


há grandes dificuldades em seu controle.
• - a sucção da seiva efetuada por essa cochonilha
provoca um definhamento progressivo da planta, com
redução da produção e até morte da planta.
• - em parreirais adultos, as folhas amarelecem entre as
nervuras, os bordos ficam encarquilhados para dentro,
e alguns casos, há queimaduras nas bordas.
• - em plantas jovens, a morte acontece normalmente
no 3º. ano.
PRAGAS DA VIDEIRA

• - as plantas adultas conseguem resistir mais tempo


porque seu sistema radicular está mais desenvolvido.
• - para evitar o ataque de pérola da terra, deve-se
caprichar na adubação desde o plantio para que as
plantas possam se desenvolver mais rapidamente,
controlar plantas invasoras que possam hospedar essa
praga, no caso de parreiral adulto, usar adubações
orgânicas. Controle químico também é possível, mas
são poucos produtos que oferecem controle
satisfatório.
PRAGAS DA VIDEIRA
• 2) Filoxera (Daktulosphaira vitifoliae):
• - é um inseto sugador – pulgão sugador- que apresenta
diferentes formas de acordo com a época do ano.
• - vivem parte da vida dentro do solo, sugando e injetando
toxinas nas raízes - ao sugarem as raízes, provocam
nodosidades.
• - os danos da filoxera são observados nas folhas.
• - esse ataque impede o desenvolvimento das brotações,
reduz a atividade fotossintética, chegando a paralisar o
desenvolvimento da planta.
• - em infestações severas, o inseto pode atacar gavinhas e
ramos jovens.
PRAGAS DA VIDEIRA

• - quando o ataque acontece nas raízes, se observam


muitas nodosidades que são resultantes do
entumescimento dos tecidos das radicelas.
• - essas nodosidades são causadas pela sucção
contínua do inseto, e resultam numa menor
capacidade de absorção de nutrientes, e servem de
porta de entrada para as podridões de raízes.
• - não existe controle químico para a filoxera. A
maneira mais eficiente é utilizar porta enxertos
resistentes.
OUTRAS PRAGAS QUE ATACAM A VIDEIRA
TRIPES
BROCA DOS RAMOS
MOSCA BRANCA
COCHONILHA
ÁCARO
BRANCO
COLHEITA E PÓS COLHEITA

• A uva é uma fruta não climatérica, ou seja, não


amadurece depois da colheita.
• Por isso, ela só deve ser colhida quando atingir as
condições apropriadas para o consumo.
• A uva deve ser colhida ao atingir o estádio ótimo de
aparência, de sabor, de aroma e de textura.
• A aparência é determinada pela cor da epiderme, que
é característica de cada variedade.
• Nas uvas brancas, adota-se como indicativo a
mudança de tom de verde para amarelo.
COLHEITA E PÓS COLHEITA

• Para as uvas de coloração vermelha ou preta, a


intensificação da cor, que se torna mais viva e
brilhante.
• A determinação da relação açúcares/ácidos é a que
melhor define o grau de maturação das uvas, e essa
relação deve ser superior a 20:1.
• Na prática, o índice de maturação mais usado para
definir o ponto de colheita é o teor de sólidos solúveis
(ºBrix), para o que se deve usar o refratômetro.
• As uvas de mesa devem ser colhidas com teor de
sólidos solúveis superior a 15º.Brix.
COLHEITA E PÓS COLHEITA

• Não se recomenda que se toque as bagas durante a


colheita e o manuseio. Isso porque existe sobre as
bagas uma cera natural, denominada Pruína, cuja
função básica é servir de proteção. O simples contato
com as maõs promove a remoção dessa cera, o que
torna o fruto mais suscetível à perda de água por
transpiração.
COLHEITA E PÓS COLHEITA

• A colheita deve ser feita nas horas mais frescas do


dia, evitando horários com orvalho e dias chuvosos.
• A uva é colhida manualmente, cortando os cachos
com pedúnculo longo, para evitar desidratação.
• Uma primeira toalete deve ser feita nessa hora,
retirando-se bagas mal formadas ou desuniformes.
• Os cachos colhidos devem ser acomodados em caixas
de plástico, forradas com espuma.
• Em cada caixa, deve-se colocar somente uma camada
dos cachos de frutas.
COLHEITA E PÓS COLHEITA

• Para manter a qualidade dos frutos depois de


colhidos, é necessário se retirar o calor de campo dos
frutos. Para isso, deve-se fazer o pré resfriamento.
• Essa operação é feita com ar forçado para diminuir a
temperatura dos frutos para aproximadamente 4º.C,
em um período curto.
• Depois desse pré resfriamento, os paletes devem ser
envoltos em filme plástico e armazenados em câmara
fria (a 2º.C aproximadamente).
BIBLIOGRAFIA
• Albuquerque, T. C.S. Uva para exportação: aspectos técnicos da produção.
EMBRAPA 53 p. 1996.
• Chalfun, N.N.J.; Hoffmann, A.; Pasqual, M. Fruteiras de clima temperado.
Universidade Federal de Lavras, 304 p. 1998.
• Fajardo, T.V.M. (ed) Uva para processamento – Fitossanidade. EMBRAPA,
131 p. 2003.
• Kuhn, G.B.; Lovatel, J.L.; Prezotto, O.P.; Rivaldo, O.F. O cultivo da
videira: informações básicas. 42 p. 1984.
• Lima, M.F.; Moreira, W.A. (ed) Uva de mesa – Fitossanidade. EMBRAPA,
75 p. 2002.
• Pio, R. Cultivo de fruteiras de clima temperado em condições tropicais e
subtropicais. Ed. UFLA, Lavras, 2014.
• Santos-Serejo, J.A.; Dantas, J.L.L.; Sampaio, C.V.; Coelho, Y.S. (ed)
Fruticultura Tropical –espécies regionais e exóticas. EMBRAPA, 509 p.
2009.
• Uva: o produtor pergunta, a Embrapa responde. Brasília, 202 p. 2008.
• Viticultura Tropical – Informe Agropecuário, v. 19, n. 194, 1998.

Você também pode gostar