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Figura 1 – Formação do “sistema cabruca”: mata nativa (a); retirada das matas primárias e
secundárias (b); plantio de cacau e formação da cabruca. Fonte: O autor.
*Os subprodutos
+ Para uma produtividade de 750 kg/ha (50@), é preciso ter 1,8 toneladas de
sementes frescas, proporção de 2,4 de peso fresco para sementes secas.
- 1,8 toneladas de sementes secas equivalem a: 200 L de mel de cacau; 150
kg de geleia; 180 L de vinagre e 250 L de destilado ou, então, se preferir usar a polpa e não
o mel: 300-400 L de polpa; 300-400 L de suco congelado; 600-800 L de néctar e 200-300 L de
geleiado.
*Alternativas para Agregar Valor
+ Selo de Origem
- Agricultura economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente
correta.
- Selo de origem de Indicação Geográfica.
+ Inclusão de cacau na política de preços mínimos do governo federal
+Chocolate fino
- Custo de produção de 60 % do bruto.
*Considerações Finais
+ A cadeia produtiva mundial do cacau movimenta anualmente 60 bilhões de
dólares, embora menos de 10% desse valor fique com o cafeicultor.
Questionário
SOUZA, C.A.S.; DIAS, L.A.S.; AGUILAR, M.A.G. Capítulo 2 – Implantação da cultura, In:
SOUZA, C.A.S.; DIAS, L.A.S.; AGUILAR, M.A.G.; BOREM, A. Cacau: Do Plantio a Colheita,
Viçosa: Editora UFV, 2016, p. 41 – 110.
*Introdução
+ A exploração comercial economicamente viável de um cultivo exige o
planejamento das suas fases, particularmente a sua implantação e formação
- Cacaueiro como cultivo perene.
*Produção de mudas
+ Áreas tradicionais = sementes na cova.
+ Verifica-se com frequência, mudas malformadas e mal-encanteiradas no viveiro,
propiciando a formação de mudas com o sistema radicular defeituoso. Adubação
inadequada do substrato para enchimento de sacolas, falta de espaçamento das mudas no
viveiro e uso indiscriminado de adubações foliares são responsáveis pelo maior crescimento
da parte aérea, em detrimento do sistema radicular, causando problemas à cultura no
campo.
+ Tipos
- Existem quatro tipos de mudas:
● Seminais (sementes);
● clonais (enraizamento de estacas);
● enxertadas que podem ser formadas sobre porta-enxertos, oriundo
de sementes ou de enraizamento de estacas; e
● cultura de tecidos.
Tabela - Necessidade de gesso (NG) de acordo com o teor de argila do solo da camada de 20
a 40 cm.
Teor de argila Necessidade de gesso (t/ha)
< 15 0,0 a 0,4
15 a 35 0,4 a 0,8
35 a 60 0,8 a 12
> 60 12 a 1,6
Fonte: ALVAREZ V. et al., 1999, com adaptações de SODRÉ; MARROCOS, 2009.
- Balizamento
● No espaçamento 3 x 3 m
● No espaçamento 3,5 x 3,5 m
● No espaçamento 4 x 4 m
● Espaçamento 2,0 x 2,0 x 4 m
● Poda alta de cacaueiros velhos para permitir entrada de luz e
desenvolvimento de cacaueiros novos.
- Plantio
● Cova de 40 x 40 x 40 cm
● 60 dias antes, preparo da cova com calcário e adubo.
● Adubação de plantio
X Adubação orgânica
# Aplicar 10 litros de esterco de curral ou três litros de
esterco de aves ou oito quilos de casca de cacaueiro.
X Adubação mineral
# Nitrogênio: se usar adubação orgânica, não há
necessidade de N na cova. Caso não use aplicar 20 g cova-1 de N.
# Calagem: 160 gramas de calcário por cova.
# Micronutrientes: 30 g de FTE BR-8 ou BR-12por cova
equivalente.
# Baixos teores de enxofre no solo aplicar dose mínima
do nutriente em 50 kg ha (300 kg ha-1 de gesso como dose mínima???).
-1
AGUILAR, M.A.G.; SOUZA, C.A.S.; DIAS, L.A.S.; MARINATO, C.S.G. Capítulo 3 – Botânica e
morfologia, In: SOUZA, C.A.S.; DIAS, L.A.S.; AGUILAR, M.A.G.; BOREM, A. Cacau: Do Plantio a
Colheita, Viçosa: Editora UFV, 2016, p. 111 – 122.
*introdução
+ Cacaueiro é uma planta perene, alógama, ou seja, de fecundação cruzada, embora
também exiba taxa de autofecundação que, em alguns casos, pode ser relativamente alta.
Segundo Alverson et al. (1999), a espécie pertencente à família Malvaceae, gênero
Theobroma.
DIAS, L.A.S.; FRANCISCO NETO, E.; SOUZA, C.A.S.; AGUILAR, M.A.G.; Capítulo 4 – Cultivar, In:
SOUZA, C.A.S.; DIAS, L.A.S.; AGUILAR, M.A.G.; BOREM, A. Cacau: Do Plantio a Colheita,
Viçosa: Editora UFV, 2016, p. 123 – 138.
*Introdução
+ Cultivar, ou variedade cultivada.
*Melhoramento genético
+ Segundo Dias (2001a), os objetivos do melhoramento genético do cacaueiro
devem contemplar dois aspectos:
- agronômico: focando genótipo de crescimento vigoroso, de alta
produtividade de sementes secas e precoces em produção. Além desses atributos esse
genótipo deve center genes de resistência a doenças de importância regional, como
vassoura-de-bruxa, e ter ampla estabilidade temporal e regional;
- comercial: objetivando genótipo com sementes de peso uniforme e médio
acima de um grama, conhecido com índice de sementes (IS) igual a 1, e índice de fruto (IF)
relativo ao número de frutos necessários para se produzir 1 kg de sementes secas. IF menor
é desejável, haja visto que a colheita e a quebra dos frutos representam 40% do custo de
produção de cacau. O conteúdo médio de gordura e casca das sementes deve ser de 55% a
11%, respectivamente.
+ Programa de Trinidade e Tobago, realizado entre as décadas de 30 e oitenta como
o mais bem sucedido.
- Os híbridos clonais comerciais das séries Trinidad Selection Amazon (TSA) e
Trinidad Selection Hybrid – TSH, de alto desempenho produtivo e com genes de resistência
às doenças VB e ceratocistes, foram lançados por Trinidad.
+ Populações coletadas por Pound em 1938:
- IMC: Iquitos Maranon Calabacillo
- MO: (Morona)
- NA: Nanay
- PA: Parinari
- SCA: (Scavina)
● O programa de Trinidad manipulou apenas quatro clones parentais:
IMC 67; SCA 6; P 18; e ICS 1.
● Híbrido: TSH 565 x SIAL 169.
+ Cultivares tradicionais da América Latina
- Theobroma cacao ssp. Cacao: domesticado a cerca de 3 mil anos em Iucatã
no atual México pelos maias.
- Síndrome de domesticação.
● Cultivar porcelana
X Variedade do Criollo.
X Produtor de cacau de alta qualidade.
X Susceptível a doenças.
● Cultivar Matina
X Forastero da Costa Rica.
● Cultivar Nacional
X Classificado como Criollo.
● Cultivares Tradicionais do Brasil
X Comum, Pará e Maranhão
X Cultivar comum
# Possui IF > 1
# Resistente a podridão-parda.
X Cultivar Pará
X Cultivar Maranhão
# Susceptível a podridão-parda.
- Cultivares modernos
● Theobahia: SCA 6 x ICS 1.
- Cultivares clonais modernos
● TSA e TSH (TSH 516, TSH 565, TSH 774, TSH 1188, TSA 654, TSA 656
e TSA 792), EET 397 e CEPEC 42.
● Híbridos: risco de segregação.
● 26 clones recomendados para plantio: CEPEC 42, CEPEC 2007,
CEPEC 2008, CEPEC 2010, CEPEC 2001, CEPEC 2002, EET 397, TSH 1188, TSH 516, TSH 565,
TSH 774, TSA 654, TSA 656, TSA 792, CCN 10, CCN 51, VB 276, VB 979, VB 990, BJ 11,
CAMACA 1, LP 06, PH 09, PH 114, PH 92 e PV 7066.
● Recomendados para o ES: PH 16, PS 13.19, CEPEC 2004, SJ 02, CP
49, CP 53, CP 54, CA 1.4 e Ipiranga 01.
SOUZA, C.A.S.; AGUILAR, M.A.G.; DIAS, L.A.S. Capítulo 5 – Nutrição, Calagem e Adubação, In:
SOUZA, C.A.S.; DIAS, L.A.S.; AGUILAR, M.A.G.; BOREM, A. Cacau: Do Plantio a Colheita,
Viçosa: Editora UFV, 2016, p. 139 – 177.
*Introdução
+ Correção do solo são práticas que exigem atenção especial devido ao elevado
consumo de insumos.
+ Os frutos extraem grande quantidade de nutrientes do solo e, mesmo que o
casqueiro (casca dos frutos colhidos e quebrados) que contém mais de 80%, volte
distribuído deem toda a plantação, as sementes secas exportam grande quantidade, a cada
colheita realizada.
+ Segundo Nakayama (2001), dentre os fatores de produção, a adubação e a calagem
bem orientadas constituem o meio mais rápido e mais barato de aumentar a produtividade
podendo contribuir com até 40% do incremento. Para Sodré et al. (2012), os custos com
nutrição do cacaueiro devem ficar em torno de 10%.
*Exigências Nutricionais
+ O efeito do sombreamento é complexo, pois envolve, além da redução da
intensidade de luz a redução da temperatura e do movimento do ar (vento), e afeta a
umidade relativa do ar e do solo. A redução da taxa de radiação é importante, pois ela
controla a fotossíntese. Maior irradiância implica maior temperatura, provocando aumento
na taxa respiratória (maior metabolismo) e, consequentemente, faz com que as exigências
de água, nutrientes e tratos culturais sejam maiores.
Tabela – 5.2 – Quantidade de macro e micronutrientes extraídas e exportadas por uma saca
de cacau de 60 kg de sementes secas.
Macronutrientes (g)
Nutrientes Cascas Sementes secas Total Casca(%total)
N 1636 2004 3640 45
P 80 128 208 39
K 2844 488 3328 85
Ca 228 48 276 83
Mg 204 116 320 64
S 116 56 172 67
Micronutrientes (mg)
B 1980 720 2700 73
Cu 960 960 1920 50
Fe 9900 4800 14700 67
Mn 6060 1680 7740 78
Mo 2,4 2,4 4,8 50
Zn 3660 2820 6480 56
Fonte: MALAVOLTA, 1987.
- Com exceção do fosforo, a casca contém 50% ou mais dos nutrientes
extraídos do solo.
● Importância da fermentação do casqueiro pré-aplicação no manejo
fitossanitário.
X Uso de cobre, solução de ureia a 15%, cal viva e Tricovab???
- Thong e Ng (1980), por meio da análise de toda a planta e em solos da
Malásia, encontrarem requerimento nutricional médio para N, P e K, respectivamente de
438, 48 e 633 kg ha-1.
Nutriente Sintoma
Nitrogênio Clorose uniforme nas folhas velhas em tom
verde-pálido; redução no tamanho das
folhas e da planta; e folhas velhas, espessas
e duras e com necrose a partir da
extremidade do limbo foliar.
Fósforo Plantas deficientes em fósforo apresentam
tamanho reduzido; desfolhamento precoce
e acentuado; sistema radicular mal
desenvolvido; folhas e caules pequenos e
de coloração variando de esverdeado,
marrom-esverdeado, púrpura ou verde-
escuro; necrose na zona apical e
estreitamento do limbo foliar; ângulo
agudo entre o pecíolo e o ramo;
florescimento e frutificação retardados e
frutos e sementes pequenos.
Potássio Necrose nas pontas e margens de folhas
velhas; divisão nítida entre o tecido
necrótico e o vivo, característica que serve
para distinguir da queima marginal por falta
de água e deficiência comum em solos
arenosos e ácidos.
Cálcio Necrose nas folhas mais novas formando
grandes ilhas entre as nervuras, com que da
prematura delas; redução no crescimento
de raízes.
Magnésio Clorose de folhas velhas com nervuras
mantendo-se verde; necrose formando
ilhas de tecidos mortos entre as nervuras,
havendo às vezes necrose marginal, comum
em solos ácidos, como observado em
viveiros.
Enxofre Clorose em folhas novas, com ou sem
redução do tamanho; nervuras mais pálidas
que o limbo; tecidos mais suscetíveis ao
ataque de insetos e folhas com afinamento
na ponta.
Boro Folhas jovens de tamanho reduzido,
torcidas e em espiral com lâmina foliar dura
e quebradiça; morte de ponteiros das
plantas; e frutos deformados.
Cobre Folhas novas pequenas, aparentando
compreensão longitudinal do limbo;
nervuras secundárias em menor número; e
necrose frequente no ápice foliar.
Ferro Redução do crescimento vegetativo,
diminuindo dessa maneira a produção e,
em casos agudos, verifica-se a seca dos
ramos e morte da planta; folhas jovens
cloróticas com margens serrilhadas; e
nervuras com ligeira coloração verde e em
casos avançados, completo branqueamento
das folhas.
Manganês Clorose nas folhas novas, limitada por faixa
entre nervuras e com sintoma visível nas
margens, apresentando coloração normal
nas nervuras e adjacências; deficiência
comum em solos alcalinos ou em
lançamento foliar após a colheita de grande
número de frutos.
Zinco A deficiência de zinco reduz o nível de AIA o
que provoca encurtamento dos internódios
e diminui o tamanho das células; folhas
novas com limbo estreito e margens
onduladas; lâmina curvada em forma de
foice; deficiência frequente em solos
arenosos e alcalinos e em lançamento foliar
após colheita de grande número de frutos.
Molibdênio Folhas mais finas e translucidas com clorose
internerval com diferentes matizes, mais
evidente nas regiões internervais, podendo
haver necrose marginal ou não.
Cloro No Brasil, ainda não foram verificados
sintomas de deficiência de cloro em
cacaueiros possivelmente em consequência
das constantes adições de KCl como fonte
de potássio.
Obs: efeito do P e do K no estresse foto-oxidativo.
*Recomendação de adubação
+ Baseadas em curvas de resposta geradas por estudos de calibração regionais.
+ Três tipos de adubação:
- De plantio;
- de formação; e
- de produção.
+ Perguntas a serem respondidas no cálculo da adubação:
- O quê?
- Quanto?
- Quando?
- Onde?
● As raízes do cacaueiro são muito superficiais, isto é, mais de 80%
delas estão nos primeiros 20 centímetros do solo. (Obs: Essa é uma característica da espécie
ou a resposta a uma condição ambiental específica???).
● Revolvimento da serapilheira no aumento da eficiência da ureia.
- Vale a pena adubar?
● Produtividade = Adubação + tratos culturais (poda, desbrota,
irrigação, controle fitossanitário).
● A sanidade da planta e do cultivo como determinadores da
adubação.
- Melhora a qualidade do produto?
● Sim...
- Com quê?
● Com o que tem eficácia!
- Adubação de formação
Tabela 5.7 – Quantidade de nutrientes (N-P 2O5-K2O) para os três primeiros anos após o
plantio do cacaueiro.
Ano de plantio N P-Mehlich-1 (mg dm-3) K trocável (meq 100 cm-3)
<7 7 – 15 > 15 < 0,12 0,13 – 0,3 > 0,3
-1 -1 -1
N (kg ha ) P2O5 (kg ha ) K2O (kg ha )
1° 60 40 20 00 70 50 20
2° 100 80 60 30 100 70 40
3° 140 150 100 50 140 100 60
Fonte: Souza et al. 2007.
● Para Chepote et al. (2013), as doses de fertilizantes aplicadas no 1°,
2° e 3° anos correspondem, respectivamente, a 1/3, ½ e 2/3 da dose total indicada do
terceiro ano em diante para N, P2O5 e K2O respectivamente.
- Nitrogênio
● Dantas (2011) encontrou estreita relação entre o índice SPAD (teor
de clorofila) e o teor foliar de N de cacaueiros, clone PH 16, no Sul da Bahia, nas zonas
climáticas úmidas e semiúmidas conjuntamente.
Tabela 5.9- Doses de P2O5 de acordo com o teor de P disponível no solo para as principais
regiões produtoras de cacau do Brasil.
Referências Fósforo disponível
Muito baixo Baixo Médio Alto
<9 9 – 16 17 – 30 > 30
2 -1
Chepote et al. 2013 P2O5 (kg ha )
90 60 30 00
- < 10 10 – 20 > 20
3
Souza et al., 2007 P2O5 (kg ha-1)
- 150 80 40
4
Garcia et al., 1985 <6 7 – 15 > 15
2
Valores determinados para a BA.
3
Valores determinados para o ES.
4
Valores determinados para o PA.
- Potássio
● As doses de K a serem aplicadas variam de acordo com o teor de
nutriente na análise de solo e também com a produtividade que deseja alcançar. Quanto a
eficiência, os fertilizantes potássicos empregados no Brasil estão na forma de cloreto,
sulfato ou nitrato e são todos solúveis em água e prontamente disponíveis às plantas.
Tabela 5.9- Doses de K2O de acordo com o teor de K disponível no solo para as principais
regiões produtoras de cacau do Brasil (tabela está errada!!!!).
Referências
Baixo Médio Alto
2 <0,1 0,1 – 025 > 0,25
Chepote et al.
K2O (kg ha-1)
2013
60 30 00
- Cálcio e Magnésio
- Enxofre
● Aumento de respostas principalmente em solos arenosos ou pobres
em matéria orgânica.
● Gesso e supersimples como fonte, além de outros sulfatos.
- Micronutrientes
+ DRIS – Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação
+ Adubação com Micronutrientes
- Quando os teores desse elemento no solo se encontram abaixo de 1,5 mg
dm-3, devem-se aplicar 4,0 kg ha -1 de Zn, na forma de óxido ou sulfato de zinco em pó. No
plantio, recomenda-se aplicar 15 a 25 g de FTE por cova.
*Adubação Modular para a Produção
+ Módulo é a dose de nutrientes necessária para produzir 150 kg ha -1 de sementes
secas, mais a vegetação correspondente da planta. Para as plantas em produção, usa-se um
mínimo de quatro e um máximo de 15 módulos. Quando o plantio de cacaueiro completa
três anos, são feitos três parcelamentos do adubo. O primeiro é fixo; o segundo e o terceiro
são variáveis, em virtude da reavaliação da produção (safra+temporão) e da análise de
folhas feita um mês após o primeiro parcelamento.
*Adubação Orgânica
+ Grande limitação ao seu uso é a quantidade a ser aplicada por hectare (10 a 20
toneladas por hectare).
+ Nível crítico de matéria orgânica 30 g kg-1.
+ 8 kg de composto de casca de cacau e, ou, esterco de curral.
*Adubação verde
*Fertirrigação
CHEPOTE, R. E.; SANTANA, S.O.; ARAUJO, Q.R.; SODRÉ, G.A.; REIS, E.L.; PACHECO, R.G.;
MARROCOS, P.C.L.; SERÔDIO, M.H.C.F; VALLE, R.R. Aptidão agrícola e fertilidade de solos
para a cultura do cacaueiro. In: VALLE, R.R. Ciência, tecnologia e manejo do cacaueiro,
Brasília:CEPLAC, 2012, p. 67 – 114.
*Introdução
+ Na Bahia, os levantamentos de solos mais aprofundados e o uso de corretivos e
fertilizantes no cultivo do cacaueiro forma introduzidos na década de 1960, alcançando um
máximo de utilização na década de 1980, quando este cultivo, juntamente com a cana-de-
açúcar, foi responsável por mais de 90% do consumo de fertilizantes na Região Nordeste.
+ Características físico-químicas do solo, sombreamento, estado fitossanitário,
regime hídrico do solo e impedimentos ao desenvolvimento radicular devem ser levados em
consideração no manejo da fertilidade em cacauais.
*Levantamento, classificação dos solos na região sudeste da Bahia
+ 1963 – mapeamento pedológico em nível de reconhecimento com detalhes, em
uma área de 91819 km2. Nesse levantamento foram identificados 31 unidades cartográficas,
usando-se como princípio taxonômico o sistema americano de classificação de solos – Soil
Survey Staff de 1958.
+ Algumas das classes:
● CEPEC Modal: NITOSSOLO Háplico Eutroférrico saprolítico/LUVISSOLO
Crômico Órtico típico.
● Itabuna Modal: ARGISSOLO Vermelho-Amarelo Eutrófico abrúptico
● Valença: Latossolo Amarelo Distrófico típico.
● Camacan: Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico cambissólico.
*Atributos de solos para o cultivo do cacaueiro
+ Nesta região, os melhores solos para a exploração do cacaueiro sob o ponto de
vista morfológico, físico-químico e mineralógico estão representados pelas seguintes
unidades: CEPEC Modal – NITOSSOLO Háplico Eutroférrico, Camacan – ARGISSOLO
Vermelho-Amarelo Eutrófico, Itabuna Modal – ARGISSOLO Vermelho-Amarelo Eutrófico, Rio
Branco – Cambissolo Háplico Distrófico e Solos Aluviais Argilosos e de textura média –
Neossolo Flúvicos Eutróficos típicos.
+ Solos medianamente adequados para o cultivo do cacau
- NITOSSOLO Háplico distrófico câmbico
- CAMBISSOLO Háplico Distrófico latossólico – Unidade Rio Branco
- GLEISSOLO Háplico Tb Eutrófico vertissólico – Unidade Hidromorfica
- Argissolo Vermelho-Amarelo Alítico Típico – Unidade Vargito
- Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico – Unidade São Paulinho
- Argissolo Amarelo Distrófico latossólico e/ou Latossolo Amarelo Distrófico
típico – Unidade Água sumida.
- LATOSSOLO Vermelho-amarelo ou Amarelo Distroférrico típico – unidade
Una.
- LATOSSOLO Vermelho-amarelo distrófico típico – unidade Valença
*Características edáficas do cacaueiro
*Fatores edáficos que afetam o desenvolvimento do cacaueiro
+ Importância da profundidade efetiva da raiz
- Trabalhos de Cadima (1970) e Chepote et al. (2009) sob o desenvolvimento
radicular em solos na região cacaueira do Sul da Bahia, mostram que a maior concentração
de raízes de cacaueiros provenientes de mudas seminais está na camada de 0-30 cm, e em
clones de cacaueiro (TSH – 1188 e TSH - 516) reproduzido por estaquia, a maior quantidade
de raízes encontra-se na camada de 0-20 cm.
- As raízes são impedidas de se desenvolverem principalmente quando ocorre
no solo camadas adensadas, rochas continuas ou concreções lateríticas, podendo também
ocorrer em solos com drenagem deficiente e condições adversas de textura.
- Aeração
● Quando o lençol freático permanece acima de um metro do seu
nível médio(normal) por um período de mais de seis meses, o cacaueiro produz pouco, o
que não acontece quando o tempo de permanência é de apenas três meses.
- Compactação
● Em experimento sob condições de casa de vegetação, Silva et al.
(1977) demonstraram que a compactação reduziu o potencial de infiltração de água no solo
provocando falta de oxigênio na zona radicular, limitando o crescimento das raízes do
cacaueiro.
- Condições texturais
- Profundidade
● Profundidade pedológica x profundidade efetiva.
● Pode-se estabelecer um limite entre 120 e 180 cm como ideal para
satisfazer um enraizamento capaz de suprir as necessidades em água e nutriente, evitando-
se oscilações na produção por variações das condições ambientais, especialmente excesso
ou falta de chuvas.
- Água no solo
●O cacaueiro é uma espécie com pouca tolerância à seca. Alvim
(1960), trabalhando com plantas com seis meses de idade, determinou que para manter os
estômatos completamente abertos é necessária uma umidade disponível no solo de mais de
60%.
● Áreas de baixada risco de oxirredução.
- Características físicas e mineralógicas
●Ca e Mg como discriminadores de solos adequados para cacau.
*Necessidades nutricionais do cacaueiro
+ Nitrogênio
+ Fósforo
+ Potássio
+ Cálcio
+ Magnésio
+ Enxofre
+ Boro
+ Cobre
+ Ferro
+ Manganês
+ Zinco
+ Molibdênio
*Sistemas para recomendar adubação na cultura do cacaueiro
+ Análise de solos
● Amostra composta por no mínimo 12 amostras simples.
● Gleba de no máximo cinco hectares, preferencialmente dois hectares.
● Amostra composta por 300 gramas para envio.
*Diagnose através da análise foliar
+ Na análise foliar do cacaueiro deve-se coletar a terceira folha a partir do ápice de
um lançamento recém amadurecido, geralmente entre 60-90 dias de idade, a meia altura da
copa da planta. A época de coleta é no verão (dezembro a janeiro), evitando-se ramos com
lançamentos novos. Recomenda-se coletar quatro folhas por planta (uma em cada
quadrante), percorrendo-se toda a área de uma gleba homogênea, em um total de 10
cacaueiros por amostra composta. Não devem ser coletadas folhas atacadas por pragas,
doenças ou com injúrias mecânicas. As folhas deverão ser coletadas e acondicionadas em
sacos de papel e remetidas de modo a darem entrada no laboratório no mesmo dia.
*Adubação foliar
+ 50% fevereiro a março; 50% setembro a dezembro?!?!.
PAIVA, A.Q.; ARAUJO, Q.R. Fundamentos do manejo e da conservação dos solos na região
produtora de cacau, In: VALLE, R.R. Ciência, tecnologia e manejo do cacaueiro,
Brasília:CEPLAC, 2012, p. 115 – 134.
*Introdução
+ Aumento da quantidade de microporos e a diminuição de macroporos. Com isso a
velocidade de infiltração da água fica mais lenta e a água passa a acumular-se na superfície,
provocando o escoamento conhecido como enxurrada. Esse escoamento superficial é um
importante fator gerador de erosão.
*Conservação do solo e da água
+ Intensidade das chuvas.
+ Relevo da região cacaueira
*Práticas agrícolas e qualidade do solo
+ Desmatamento e degradação do solo
- Os efeitos negativos do desmatamento e práticas posteriores sobre o solo,
podem ser indicados a partir de diversos fenômenos que, ao mesmo tempo em que
representam prejuízo efetivos para o sistema edáfico, repercutem nos demais membros do
ambiente. Assim, o solo pode apresentar: erosão, compactação, lixiviação, perda
microbiana, diminuição da infiltração e armazenamento de água, degradação da matéria
orgânica e poluição, dentre outras.
+ A queimada e o solo
- A natureza demonstra que os ambientes, nos quais a queimada ocorre
como um fenômeno natural (provocado por descarga elétrica, por fricção entre corpos),
apresentam-se, de modo geral, com solos empobrecidos, com consequentes deficiências
nutricionais, pH inadequado, altos teores de elementos tóxicos. Dentre as consequências
negativas advindas da queimada estão: a destruição dos organismos do solo, a queima da
matéria orgânica com liberação de CO2 para a atmosfera, volatização de alguns nutrientes,
principalmente nitrogênio, diminuição da infiltração e retenção de água, aumento da
susceptibilidade do solo à erosão, redução da capacidade produtiva dos terrenos e
desequilíbrios no meio ambiente.
+ Tratos culturais
- Calagem e adubação
- Capina
- Defensivos agrícolas
+ Causas e tipos de erosão
- Erosão por salpicamento
- Erosão laminar
- Erosão em sulco
- Erosão em voçoroca
+ Aptidão e erosão das terras
+ Reflexos da erosão
- O que provoca maior diminuição da fertilidade do solo: a exportação de
nutrientes ou a erosão?
- Fatores que são os principais determinantes da erosão no solo: chuva e
vento, cobertura e manejo do solo, topografia e propriedades do solo.
● Chuvas e ventos
● Cobertura e manejo do solo
CHEPOTE, R. E.; SODRÉ, G.A.; REIS, E.L.; PACHECO, R.G.; MARROCOS, P.C.L.; VALLE, R.R.
Recomendações de corretivos e fertilizantes na cultura do cacaueiro no sul da Bahia.
Ilhéus:CEPLAC/CEPEC. Boletim Técnico n° 203. 44p. 2013.
*Introdução
*Necessidades nutricionais para o cacaueiro
+ Potássio
- Acumula-se sempre nas partes em crescimento ativo; cerca de 70% do
potássio encontra-se adsorvido no suco celular e nas proteínas do protoplasma. Participa do
curso normal de todos os processos metabólicos e é responsável pela economia de água na
planta, diminuindo a tendência ao murchamento. O potássio tem importância na
translocação dos carboidratos e na síntese das proteínas e ácidos graxos. Este elemento
afeta a qualidade de muitos produtos vegetais, aumentando o conteúdo de açúcar, amido e
gordura.
*Amostragem do solo
+ Instruções para coleta
- A amostra composta de áreas homogêneas não deve ser superior a cinco
hectares e, em muitos casos, não superior a dois.
- 12 amostras simples.
*Diagnose foliar do cacaueiro
+ Para análise foliar do cacaueiro deve-se coletar a terceira folha a partir do ápice de
um lançamento recém amadurecido, na meia altura da copa da planta. A época de
referência da coleta é no verão, evitando-se ramos com lançamento foliar. Coletar quatro
folhas por planta (uma em cada quadrante), percorrendo-se toda a área de uma gleba
homogênea, num total de 10 cacaueiros por amostra composta (Sodré et al., 2001). Não
coletar folhas atacadas por pragas, doenças ou com injúria mecânica.
Sintoma Principal Sintomas Específicos Elementos
Plantas tipicamente - Clorose nas folhas (novas e Nitrogênio
cloróticas velhas), verde pálido,
redução no tamanho
das folhas e da planta,
folhas espessas e duras
apresentando, em casos
extremos, necrose a partir
da extremidade do limbo
(ocorre principalmente
em cacauais sombreados ou
invadidos por ervas
daninhas) Figura 1.
- Clorose em todas as folhas Enxofre
novas, redução do tamanho
e largura das folhas,
nervuras às vezes mais
pálidas que o limbo
(deficiência muito rara em
condições de campo). Figura
6.
- Clorose somente nas Ferro
folhas novas, cor amarelo
vivo com nervuras
verdes completos
branqueamento das folhas
nos casos avançados, porem
não há redução do tamanho
nem na espessura e as
folhas velhas
apresentam aspecto normal
(deficiência comum nos
solos mal drenados ou
muito pobres em matéria
orgânica ou sob condições
de alcalinidade. Figura 7.
Clorose internerval -Clorose nas folhas velhas, geralmente Magnésio
acompanhada de necrose
formando ilhas de tecidos mortos
entre as nervuras, havendo às vezes
necrose marginal (deficiência mais
comum em solos ácidos e às vezes
observada em viveiros). Figura 5.
- Clorose nas folhas novas, limitada Manganês
por uma faixa entre as nervuras,
apresentando as nervuras e
adjacências coloração normal
(deficiência comum em solos
alcalinos). Figura 9.
Folhas - Necroses estritamente marginais Potássio
tipicamente principalmente em folhas velhas.
necróticas Clorose marginal de duração efêmera
pela subseqüente necrose, havendo
divisão nítida entre o tecido necrótico
e o vivo, característica que serve
para distinguir da queima marginal
por falta de água (deficiência comum
em solos ácidos). Figura 3.
-Necrose nas folhas mais novas Cálcio
formando grandes ilhas entre as
nervuras, dispostas simetricamente ao
longo da nervura central, havendo
queda prematura das folhas
(raramente observada em condições
de campo).
Figura 4.
- Folhas novas de tamanho reduzido Boro
exibindo acentuada curvatura convexa
pelo aparente repuxamento da nervura
central, podendo formar verdadeira
espiral. Limbo endurecido e
quebradiço, necrose terminal nas
folhas mais
velhas (deficiência possível de
encontrar-se em solos arenosos e
lixiviados,
em períodos secos ou em condições de
alcalinidade). Figura 10.
Folhas novas deformadas - Folhas novas apresentando Zinco
distorções muito estreitas em relação
ao comprimento, margem
freqüentemente ondulada e limbo às
vezes em forma de foice. Clorose em
pequenas manchas entre as nervuras
secundárias podendo em casos
avançados dominar todo o limbo. As
folhas mais velhas podem mostrar
pequenas pontuações cloróticas
enfileiradas ao longo das nervuras
principais (deficiência freqüente em
solos arenosos e alcalinos, às vezes
induzida pelo excesso de calagem ou
de adubação fosfatadas). Figura 8.
- Folhas novas de tamanho reduzido, Cobre
dando a impressão de comprimidas
longitudinalmente. Nervuras
secundárias em menor número e com
distâncias irregulares convergindo
para a parte apical. Necrose freqüente
no ápice da folha (deficiência rara de
campo).
- Planta de tamanho reduzido, com Fósforo
folhas relativamente estreitas, porem
preservando a cor verde normal,
desfolhamento acentuado observa-se,
às vezes, uma necrose na zona apical
do limbo (deficiência muito
generalizada, mas talvez a mais
frequente, mas em geral despercebida)
Figura 2.
- Folhas novas relativamente finas e Molibdênio
translúcidas, apresentando ligeira
clorose marchetada, mas pronunciada
nas regiões internervais, podendo
apresentar, posteriormente, necrose
marginal (deficiência muito rara).
*Utilização de Corretivos no Cacaueiro
+ Quantidade de corretivo
- Soma de Ca2+ + Mg2+ = 3 cmolc dm-3
- Saturação por bases = 60%
+ Qualidade do corretivo
+ Aplicação do corretivo
-Em áreas de implantação, o calcário deve ser aplicado em toda a área, a
lanço e em cobertura após o balizamento. Esta aplicação deve ser feita de uma só vez, se a
dose não ultrapassar 4000 kg ha ano -1 em solos Argissolos Vermelho-Amarelo distrófico de
textura argilosa e Neossolos Flúvicos (aluviais argisolos distróficos), ou 2000 kg ha -1 ano-1 em
solos Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos e Argissolo Amarelo distróficos de textura
média e/ou franco arenosos. Quando a dose ultrapassar estes valores, a aplicação deve ser
dividida em duas ou três parcelas, respeitando-se a dose máxima permitida e aplicação
semestral, para solos com teor de argila acima de 30% e anual para solos com menos de
30%.
- Em lavouras já formadas, a aplicação do corretivo deve ser a lanço e em
cobertura, no espaço entre quatro cacaueiros. Para se determinar a quantidade de calcário
a ser aplicada com base no espaçamento de 3 x 3 m (9 m2), deve-se multiplicar pelo fator 0,9
que permite converter a quantidade de calcário recomendada, em kg por hectare, para
gramas. Por exemplo, para uma recomendação de 2000 kg ha -1, a quantidade aplicada em 9
m2 será de 1800 g.
+ Utilização de Gesso Agrícola
- O gesso agrícola é basicamente o sulfato de cálcio di-hidratado
(CaSO4.2H2O), obtido como subproduto industrial da produção de ácido fosfórico. É um sal
pouco solúvel em água (2,5 g L -1), no entanto, é uma boa fonte de cálcio (17 a 20% de Ca) e
de enxofre (14 a 17% de S).
- A acidez nas camadas subsuperficiais dificulta o crescimento de raízes
devido aos elevados teores de alumínio (> 0,5 cmol c dm-3 de Al3+) e saturação por alumínio
(m% ≥ 30%), principalmente quando associados a baixos teores de cálcio (Ca 2+ ≤ 0,4 cmolc
dm-3).
CC −PMP
¿= . Ds . Pe
100
Em que:
LL= Lâmina líquida de irrigação (mm)
CC=Capacidade de campo (%)
PMP=Ponto de murcha permanente
Ds = Densidade aparente do solo (g cm3)
Pe = Profundidade efetiva do sistema radicular.
AGUILAR, M.A.G.; SOUZA, C.A.S.; MARINATO, C.S.; DIAS, L.A.S.; Capítulo 8 – Identificação e
Manejo Integrado de doenças, In: SOUZA, C.A.S.; DIAS, L.A.S.; AGUILAR, M.A.G.; BOREM, A.
Cacau: Do Plantio a Colheita, Viçosa: Editora UFV, 2016, p. 230 – 255.
*Introdução
+ Diferentes doenças atacam diferentes órgãos da planta: a monilíase, por exemplo,
uma grave doença, até agora não registrada no Brasil, só ataca frutos, enquanto o fungo
Phytophthora spp pode atacar raízes, caules folhas e frutos.
+ O manejo da doença compreende a utilização de princípios e práticas como
exclusão, erradicação, proteção, terapia, sanificação e os métodos de controle genético,
cultural, biológico e químico, que visam aumentar a resistência do hospedeiro, reduzir o
inóculo do patógeno e subsequente infecção da planta.
*Podridão-parda
+ É causada pelo fungo Phytophthora spp. e ocorre em todas as regiões produtoras
de cacau. O nível de dano vai depender das condições climáticas, pois o fungo causa
maiores prejuízos nos meses frios e úmidos, nos quais a perda de produção pode ser de 20 a
30%.
+ No Brasil, são reconhecidas três espécies do fungo causador desta doença em
cacau: P. citrophthora, que é a mais virulenta, seguida por P. palmivora e P. capsici. Além
dessas, há outras espécies em várias regiões do mundo, como: P. megakarya, P. hevea, P.
megasperma, P. cinnamomi e P. nicotinae.
+ Nas primeiras horas após a infecção, que pode ocorrer em qualquer local da
superfície do fruto e em qualquer fase do seu desenvolvimento, sob alta umidade relativa
(acima de 85%), surgem os primeiros sintomas caracterizados por pequenas manchas. As
lesões desenvolvem-se rapidamente, assumindo coloração castanha característica e podem
atingir toda a superfície do fruto entre 10 e 14 dias. Entre três e cinco dias após o
surgimento das primeiras lesões, ocorre o crescimento do micélio e dos esporângios do
fungo, que têm coloração branca e aspecto purulento.
- Quando o fungo ataca frutos novos, em estádios mais avançados dessa
enfermidade, os sintomas podem ser confundidos com os do peco fisiológico.
- Em viveiros, sob alta umidade, podem ocorrer necrose das nervuras e secas
das folhas novas, além de murcha e seca das mudas.
- Dentre as três espécies que ocorrem em lavouras de cacau no Brasil, P.
palmivora é a que tem maior número de hospedeiros compreendendo diversas famílias e
espécies botânicas.
+ Os principais fatores climatológicos que favorecem surtos da podridão-parda são
temperaturas em torno dos 20 °C e umidade relativa do ar acima de 85%.
- Nessas condições, propágulos que sobrevivem no solo, almofadas florais e
casqueiros, além de raízes, frutos mumificados, folhas, ramos chupões e cancros podem ser
fontes de inóculo para disseminação da enfermidade.
- A chuva, ao respingar, favorece o transporte de propágulos do solo para os
frutos próximos ao chão e também pode lavar propágulos de lesões esporulados,
carreando-os no sentido descendente. Outros agentes de disseminação de menor
importância são o vento, insetos e ratos.
+ Para controle da podridão-parda são recomendadas medidas profiláticas
envolvendo ouso de fungicidas à base de cobre, além da remoção de frutos infectados,
colheitas frequentes, eliminação de casqueiro, redução de sombreamento, poda e
drenagem do solo, visando tornar o ambiente desfavorável à doença.
- Os fungicidas metalaxyl e phosetyl-Al são os que têm obtido maior sucesso
no controle e várias espécies de Phytophtora. Contudo, o metalaxyl tem sido mais
recomendado, porque controla maior quantidade de espécies em ampla gama de
hospedeiros.
● Genótipos: PA-30 e PA-50.
*Cancro
+ P. palmivora, P. citrophthora, Lasidiplodia, e Nectria sp.
+ O sintoma provocado pelas espécies de Phytophthora caracterizam-se pelo
aparecimento de manchas escuras e umidecidas no tronco da planta, seguindo de abertura
de pequenas fendas na casca de onde escorre um líquido escuro, impedindo a circulação de
seiva, podendo levar à morte da planta, caso não seja controlado.
- Surtos em locais onde ocorreram chuvas excessivas e inundações.
- A infecção pode ser removida e realizado o tratamento.
● O melhor controle é o cirúrgico, em que se retira a área infectada e
pincela com solução de hipoclorito de sódio 5%, aplicando a seguir uma pasta de fungicida,
que pode ser o óxido cuproso 5%. Quando a área lesionada for grande, é necessário realizar
pequenos furos na casca, para o escoamento do líquido e posterior aplicação dos produtos
indicados.
*Murcha-de-Verticillium
+ A doença também é comum em outros países como Ilhas de São Tomé e Príncipe,
Gabão, Sri Lanka e Uganda.
- Uganda Verticillium dahliae.
- O patógeno permanece no interior dos vasos do xilema até o final do
processo de patogênese, passando então a produzir essas estruturas de resistência que vão
permitir a sua sobrevivência, tanto em restos de cultura quanto no solo, por vários anos.
+ Os sintomas iniciam-se com a murcha e o amarelecimento das folhas, as quais sem
perda aparente da turgidez pendem e começam a secar e enrolar, mas continuam aderidas
à planta, mesmo após a sua morte. Em certos casos, não ocorre amarelecimento, mas todas
as folhas secam repentinamente. Em outras situações, os sintomas somente se manifestam
em determinadas partes da planta, devido ao nível de obstrução vascular, na forma de
pontuações observadas nas partes lenhosas do tronco galhos e ramos. Em tais casos, apenas
um ou outro galho pode secar, permanecendo o restante da planta aparentemente sadia.
Nas folhas podem surgir áreas cloróticas localizadas, as quais evoluem para necrose e
queima de bordos.
+ Plantas aparentemente mortas emitem brotações na base ou até em partes
superiores do caule após a recepa, porém não conseguem sobreviver por muito tempo, pois
a maioria dos vasos lenhosos das partes inferiores do caule e da raiz ainda estão obstruídos.
- Sintoma característico que permite sua identificação com maior certeza é a
descoloração dos vasos do xilema que se manifesta na forma de pontuações castanho a
negro em secções longitudinais. Esses escurecimento e obstrução dos vasos do xilema são
consequências de tiloses ou calos do depósito de goma ou da própria necrose das paredes
desses vasos.
- Sem fonte de influência genética garantida...
- Para controle químico, embora constatada a eficácia dos fungicidas do
grupo dos benzimidazóis, há restrições quanto à sua utilização, principalmente em razão dos
custos elevados. Dessa forma, recomenda-se algumas práticas culturais:
● eliminação e queima de plantas mortas ou órgãos contaminados
com o fungo, incluído sistema radicular;
● aplicação de adubações equilibradas e ricas em potássio, nutriente
que normalmente contribui para o aumento na resistência às doenças vasculares;
● recomposição do sombreamento.
*Murcha-de-Ceratocystis
+ Agente etiológico é o fungo Ceratocystis cacaofunesta, que penetra na planta
através de aberturas provocadas por insetos ou ferramentas utilizadas nas práticas de poda,
capina, enxertia e colheita, que atuam como disseminadores da doença. O seu
estabelecimento é facilitado com umidade elevada e sombreamento excessivo e sua
dispersão é pelo vento, respingos de chuva e pelo contato das raízes com o solo.
+ Os sintomas na parte aérea são murcha, clorose e seca dos galhos ou da planta
toda, dependendo do local da infecção. As folhas perdem a turgidez, enrolam e secam em
um prazo de duas a quatro semanas, permanecendo aderidas aos ramos por vários dias,
mesmo após a morte aparente das plantas. Essa aderência das folhas e a uniformidade de
colonização, principalmente no sentido horizontal, são os principais aspectos que permitem
diferenciar visualmente a murcha-de-Ceratocystis e a murcha-de-Verticillium.
- Diferença: murcha-de-Verticillium apresenta queda das folhas e ramos finos
após cerca de um mês, e tem lesões internas mais pontuais relacionadas à colonização
maior dos vasos do xilema, desde às raízes até as folhas. Num estádio mais avançado,
ocorre o escurecimento do caule ou ramo adquirido a coloração marrom-acastanhada.
Esses sintomas estão associados à presença de galerias feitas por insetos da família
Scolitidae gêneros Xyleborus e Xylosandrus, que contribuem indiretamente para a
disseminação da doença.
- Ao realizar cortes longitudinais no caule, constatam-se lesões necróticas
deprimidas ou cancros, resultantes da penetração do fungo nos tecidos lenhosos. Essas
lesões escuras começam a partir do ponto de penetração do patógeno, de onde se pode
observar, algumas vezes a exsudação de um líquido escuro e sentir cheiro de vinagre. Sobre
o lenho, nota-se uma lesão castanho-avermelhada a púrpura, que se prolonga para cima e
para baixo em torno do ponto de infecção e diminui em intensidade em direção aos tecidos
sádios.
- Para o controle desta doença, recomenda-se vistorias periódicas na lavoura
e, caso se encontre alguma planta com sintomas suspeitos, não devem ser realizados tratos
culturais e colheitas na área. As plantas doentes ou mortas devem ser eliminadas
imediatamente e se possível, queimadas no local. Também devem-se eliminar ao máximo
suas raízes, aplicando, em seguida, cal virgem na cova, incorporando-a ao solo.
- É necessária também a desinfecção das ferramentas as embebendo em
solução de hipoclorito de sódio ou formol 1:6 (1 L diluído em 6 L de água). É ainda possível
controlar o fungo mediante utilização conjunta das seguintes práticas de manejo integrado:
desbrota, roçagem, erradicação de plantas mortas, raspagem da parte lesionada,
pincelamento da lesão com hipoclorito de sódio em água (1:1), aplicação da pasta de óxido
cuproso a 10% junto com carbedazim a 1%, e pulverização trimestral do cacaueiro com
óxido cuproso a 3% junto com Metamidophos a 0,5%.
- A longo prazo, sugere-se o uso de variedades resistentes à murcha-de-
Ceratocystis. Nesse sentido, a variedade cacau jaca apresenta maior resistência, seguida dos
clones SIAL 577, CB 205, e CB1 205. Além desses genótipos, os clones CEPEC 2002, TSH
1188, PS 1319 e CEPEC 2008 também apresentam elevada resistência, podendo ser
utilizados como porta-enxertos, visando o controle da enfermidade.
*Vassoura-de-bruxa
+ Pode acarretar 90% de perda de produção em cacauais.
+ O agente causal é o fungo Moniliophthora perniciosa, que invade e infecta os
tecidos em crescimento de qualquer parte da planta, independentemente da idade. As
gemas apicais e axilares, almofadas florais flores e frutos apresentam sintomas de
hipertrofia e hiperplasia, além de outras anormalidades. Esses sintomas podem variar,
dependendo do tipo de tecido e também do seu estádio de desenvolvimento.
+ A seguir são apresentados os principais sintomas observados de acordo com o
órgão atacado ou estádio de desenvolvimento da planta:
- Plântulas
● As mudas atacadas no viveiro ou no local definitivo apresentam
engrossamento da região apical, clorose e em seguida, secamento das folhas, podendo
chegar à morte. Em alguns casos também é comum ocorrer alongamento da gema terminal
superbrotamento e vassouras nas axilas das folhas.
- Ramos
● As gemas vegetativas, os lançamentos foliares e brotos infectados
em plantas adultas dão origem a ramos deformados, inchados e com superbrotamento,
apresentando aspecto semelhante a uma vassoura, e são denominadas vassouras
vegetativas, que, posteriormente, secam, quando são chamadas vassouras secas. As folhas
geralmente são grandes, podendo estar curvadas e retorcidas. Também pode ocorrer a
formação de cancros nos ramos infectados.
- Almofadas florais
● As almofadas florais infectadas podem produzir vassouras
vegetativas, flores deformadas e frutos paternocárpicos, vulgarmente denominados
“morangos” e “cenouras”, a depender do ponto de infecção, os quais paralisam o seu
crescimento e adquirem coloração negra e petrificada.
- Frutos
● Infecções tardias nos frutos com dois e três meses de
desenvolvimento são notados através de sintomas de distorção, áreas inchadas,
assimétricas, com pontos amarelos em fundo verde ou pontos verdes em fundo amarelo e
necrose (manchas negras e brilhantes). As necroses podem se apresentar deprimidas ou não
e circundadas por halos cloróticos. O fungo coloniza primeiramente os tecidos internos e,
quando surgem os sintomas externos, as sementes já estão impróprias para o consumo,
pois encontram-se invadidas pelo micélio e fortemente aderidas entre si, tornando o fruto
rijo e com aspecto petrificado, ao contrário do sintoma de Phytophthora, que se apresenta
como podridão-mole.
+ Comportamento do fungo
- As infecções de M. perniciosa no cacaueiro são localizadas e não causam a
morte das plantas diretamente. No entanto, infecções sucessivas enfraquecem a planta pela
destruição dos ramos e a torna vulnerável aos fungos causadores de outras doenças que
podem realmente ocasionar a morte, principalmente em épocas secas, na ausência de
tratos fitossanitários e de adubação.
- O fungo possui ciclo de vida composto pelas fases parasíticas e saprofítica.
Após infectar os tecidos suscetíveis, principalmente os de crescimento, o fungo ocasiona a
formação de brotações hipertrofiadas, com entrenós curtos, inchamento e
superbrotamento, além de anomalias nos frutos e nas almofadas florais. Trata-se da fase
parasítica, comum pela formação das chamadas “vassouras verdes”. O período em que as
vassouras permanecem nessa fase é variável, em média entre cinco e 12 semanas,
dependendo do vigor da planta e da agressividade do fungo.
- Após a seca das vassouras, na fase saprofítica, observa-se um período de
dormência, que pode durar de quatro a 66 semanas, antes que os basidiocarpos comecem a
ser produzidos. Na estação chuvosa, em que ocorrem períodos alternados de aumento e
redução de umidade, e na presença de luminosidade, a produção de basidiocarpos é
favorecida nas vassouras e nos frutos mortos.
- Os basidiocarpos, produzidos tanto sobre vassouras secas quanto sobre
frutos infectados, após alternâncias de períodos secos e úmidos, constituem-se em fontes
primárias de inóculo, liberando basidiósporos (esporos), os quais são as principais unidades
infectivas. A liberação dos basidiósporos é normalmente à noite, com umidade relativa do ar
acima de 80% e temperatura entre 20 e 25 °C, o que favorece sua disseminação. Os
basidiósporos possuem vida curta, já que são vulneráveis à dissecação e não suportam
exposição à luz do solo por mais de uma hora (obs: possível efeito de luz UV?)
● A recomendação atual para o controle da vassoura-de-bruxa se
baseia no manejo integrado levando-se em consideração o nível de infecção da
propriedade, com o uso dos métodos subsequentemente descritos:
X Controle genético:
# Implementado mediante uso de genótipos
melhorados. Atualmente, utilizam-se clones tolerantes à enfermidade, dentre eles CEPEC
2002 a 2011, PH 09, PH 15, PH 16, SJ 02, PS 1319, CA 1.4, IPIRANGA 01, CCN 51, CCN 10, FA
13 e TSH 1188. A realidade climática do ES torna recomendável a irrigação.
X Controle cultural:
# Através de inspeção fitossanitária, remoção de
vassouras, substituição do genótipo suscetível por tolerante mediante enxertia, controle
profilático dos casqueiros, rebaixamento da copa, renovação dos cacauais e adensamento
da lavoura. Vale ressaltar que antes de iniciar a prática da enxertia, deve-se levar em
consideração o porte dos clones a serem enxertados, bem como a sua compatibilidade
genética, evitando-se assim a concorrência entre plantas improdutivas.
X Controle químico:
# Aplicação de fungicidas à base de cobre, no pico da
floração/início da bilração, para evitar a infecção de frutos, embora não mostre eficácia
pode proteger os lançamentos foliares. A dose recomendada é de 3 g do princípio ativo de
cobre metálico/planta ou 6 g planta bimestral-1. O emprego do fungicida tebuconazole na
dosagem de 1,2 L ha-1, quatro a cinco vezes anuais, também é recomendado em plantios
safreiros.
X Controle biológico:
# O controle biológico com o fungo Trichoderma
stromaticum (hiperparasita do fungo M. perniciosa) apresenta resultados satisfatórios
quando este é aplicado sobre as vassouras depositadas no chão e em casqueiros.
Atualmente, recomenda-se o fungicida microbiológico Tricovab até quatro vezes por ano, na
estação das chuvas, na dose de 2 kg ha -1 do produto comercial, sobre os restos culturais
resultantes da poda das vassouras e dos frutos doentes.
X Indução de resistência
# Embora ainda não totalmente incorporados ao
manejo integrado da doença, diversos indutores bióticos e abióticos mostram viabilidade
para o controle da vassoura-de-bruxa. Contudo, o único produto registrado e recomendado
como indutor de resistência para mudas de cacau é o Acibenzolar-S-Metil, que deve ser
aplicado na dosagem de 300 g 100 L-1 três vezes ao ano, com intervalo de 60 dias.
*Monilíase
+ Causada pelo fungo Moniliophthora rorereri. A doença ainda não havia sido
detectada no Brasil
+ O patógeno infecta os frutos em qualquer estádio de desenvolvimento; entretanto,
frutos com até 90 dias de idade são mais suscetíveis. A doença não causa infecção em
outras partes da planta, como acontece com a vassoura-de-bruxa e a podridão-parda. Os
danos econômicos variam entre países e regiões onde esta ocorre, podendo causar perdas
de até 95% dos frutos.
+ O fruto é a única parte do cacaueiro afetada por M. roreri, sendo os mais jovens,
ou seja, os de até 90 dias, os mais suscetíveis. Isso não implica que os frutos mais velhos
sejam imunes, mas a susceptibilidade decresce com a idade do fruto, isto é, nestes a
enfermidade progride mais lentamente.
+ Os sintomas dependem da idade do fruto no momento da infecção, e o período de
incubação do fungo é de 30 a 60 dias. Muitos dos sintomas observados são semelhantes aos
da vassoura-de-bruxa. Contudo, a monilíase não provoca frutos do tipo morango ou
cenoura; porém, os frutos jovens (bilros), com menos de 5 cm, ao serem atacados ficam
mumificados e com a esporulação do fungo tornam-se brancos, como se houvesse cal
hidratada sobre eles. Nos frutos jovens infectados não há formação de sementes. Estes
apresentam deformações e protuberâncias brilhantes e manchas marrons que se tornam
amarelas (amadurecimento precoce). Já os frutos com idade mais avançada têm pontos
necróticos de aparência oleosa, que se transformam em manchas chocolate ou marrom-
escuro, rodeadas ou não por uma área amarelada.
+ Nos frutos desenvolvidos atacados as sementes também são infectadas, formando
uma massa compacta. Tais sementes ficam imprestáveis, unidas umas às outras, e cheias de
uma substância aquosa, dificultando a remoção. Por isso a monilíase é também é conhecida
como podridão aquosa do fruto de cacau.
+ Quando a infecção ocorre no final do ciclo surgem pequenas lesões localizadas que
se restringem à casca do fruto. Nesse caso, aproveitam-se todas as sementes ou a maior
parte delas. Uma característica do fruto atacado por monilíase, assim como por vassoura-
de-bruxa, é que este pesa mais que o fruto sadio. Um sintoma que não é muito comum na
monilíase é a rachadura do fruto no sentido do comprimento, como se fosse uma fenda.
+ O fungo, ao infectar o fruto, avança diretamente para o interior deste, colonizando
e destruindo o mesocarpo e o endocarpo. Quando surgem os sintomas externos as
sementes dentro do fruto, já estão parcialmente ou totalmente comprometidas. A forma de
infecção do fungo da monilíase é similar ao da vassoura, de dentro para fora, enquanto a
infecção pelas diferentes espécies de Phythophtora spp ocorre primeiramente no exocarpo
do fruto (casca), para depois destruir as partes internas, inclusive as sementes.
+ Ao surgir a lesão necrosada de forma irregular, na superfície do fruto, após cinco a
sete dias forma-se uma massa micelial branca. Entre três e cinco dias, esse micélio
transforma-se em um pó creme ou cinzento, contendo os esporos do fungo. Os frutos
doentes cortados, quando em condições favoráveis, esporulam de três a quatro dias e de
forma abundante. Esses frutos quando permanecem aderidos à árvore tornam-se
mumificados e endurecem, por causa da desidratação provocada pela grande quantidade de
esporos.
+ O fungo da monilíase não sobrevive no solo, somente no fruto inclusive naqueles
sob o solo.
+ As principais disseminações do fungo são o transporte de frutos infectados,
material vegetativo e embalagens contendo os esporos do fungo. A disseminação natural
dos esporos se faz pelo vento e pelos respingos de chuva. Os esporos são viáveis em
condições adversas até por um período de nove meses.
+ Controle químico caro e pouco eficiente.
*Antracnose
+ Agente causal Colletotrichum gloeosporioides.
+ A doença pode infectar folhas, ramos e frutos, sendo sua incidência muito maior
em folhas e brotações. Nas folhas infectadas surgem manchas necróticas escuras que
normalmente iniciam a partir do ápice, atingindo as margens e posteriormente a maior
parte do limbo foliar ocasionando seu enrolamento.
+ O fungo infecta também pecíolos e ramos, causando a senescência precoce de
folhas, e, muitas vezes, a emissão de ramos laterais, dando um aspecto de superbrotamento
que é diferente do apresentado pela vassoura-de-bruxa. Também pode ser observada a
morte descendente dos ramos ou da planta toda. Em frutos jovens, notam-se numerosas
pontuações pequenas, escuras e úmidas, a partir das quais o fungo se desenvolve formando
lesões necróticas com halos cloróticos. Em frutos adultos surgem manchas escuras,
deprimidas, isoladas e úmidas, as quais podem coalescer, mas não causam sérios prejuízos.
+ Os esporos produzidos em ramos e frutos infectados são dispersos pela chuva e o
vento, principalmente. No viveiro, a água de irrigação e os respingos favorecem sua rápida
disseminação. A deficiência nutricional das mudas também é outro fator que pode
contribuir para o estabelecimento da doença, daí a importância de se fazer uma adubação
equilibrada.
+ Para controlar a antracnose devem-se remover tecidos mortos e frutos infectados,
a fim de diminuir o potencial de inóculo e sua incidência. É recomendada também a
pulverização com fungicidas à base de cobre ou então com o fungicida mancozeb a 2% do
produto comercial em lavouras adultas e a 0,3% em condições de viveiro.
*Doenças do Sistema Radicular
+ Podem ser causadas por vários patógenos:
- Rossellinia spp. = podridão-negra.
- Ganoderma philippii = podridão-vermelha.
- Phellinus noxius = podridão-castanha.
- Rigidoporus lignosus = podridão-branca.
● No Brasil, a podridão-negra e a podridão-vermelha apresentam
maior importância econômica e sua ocorrência é maior em terrenos recém desmatados
onde existem tocos remanescentes de plantas derrubadas.
● A podridão-negra pode atacar a planta em qualquer estádio de
desenvolvimento, enquanto a podridão-vermellha ataca cacaueiros com até seis anos de
idade.
● Em cacaueiros novos, a podridão-negra provoca necrose
generalizada das raízes que resulta em murcha, a clorose e seca das folhas que permanecem
fixas à planta. Em cacaueiros adultos, o progresso da doença é mais lento e os sintomas de
murcha clorose e seca das folhas ocorrem apenas em parte da planta que perde sua
folhagem.
● No caso da podridão-vermelha, nos estádios iniciais os sintomas na
parte aérea são similares aos da podridão-negra; porém, nos estádios mais avançados, as
raízes, inclusive a pivotante, necrosam até a região do coleto.
● Controle químico é de baixa viabilidade.
● Por isso, recomenda-se medidas preventivas como destoca,
remoção e destruição dos restos vegetais durante o preparo da área. Em plantios comerciais
são sugeridas inspeções frequentes e eliminação total das plantas infectadas, inclusive das
raízes. A aplicação e incorporação de 2 kg planta -1 de calcário ou cal, também é
recomendada com certo sucesso.
SOUZA, C.A.S.; AGUILAR, M.A.G.; DIAS, L.A.S.; Capítulo 9 – Colheita de frutos e
beneficiamento de sementes, In: SOUZA, C.A.S.; DIAS, L.A.S.; AGUILAR, M.A.G.; BOREM, A.
Cacau: Do Plantio a Colheita, Viçosa: Editora UFV, 2016, p. 256 – 280.
*Introdução
+ O beneficiamento do cacaueiro refere-se ao conjunto de práticas, realizadas na
propriedade, que visam garantir matéria-prima de qualidade superior, dentro de padrões
requeridos pela indústria chocolateira. Cinquenta por cento do bom chocolate depende do
cacauicultor, e os outros cinquenta por cento, da habilidade do chocolateiro.
+ O beneficiamento processa-se pela sequência de cinco etapas interdependentes
(uma ligada à outra), visando à formação do sabor e aroma (flavour) do chocolate.
- Além da semente seca, que corresponde a aproximadamente 10% do peso
total do fruto, podem ser ainda obtidos polpa, mel, geleia, vinagre, licor e destilados.
Etapas que fazem parte do beneficiamento do cacaueiro:
+ Colheita de frutos
- Iniciada a partir do segundo ano de cultivo (em plantios clonais).
- No cacaueiro são realizadas várias colheitas (6 a 8) em um ano, divididas em
duas safras: temporã (abril a agosto) e principal (setembro a dezembro). Geralmente, 60 a
70% da produção está concentrada na safra principal, embora em alguns anos, em
decorrência de mudanças na temperatura e distribuição da chuva, essa concentração da
produção possa variar.
- A colheita deve ser realizada com o fruto no estádio de maturação
completa. Nos frutos de cor verde, quando imaturos, a maturação ocorrerá quando a sua
coloração mudar para o amarelo-ouro ou amarelo-canário. Para os frutos que apresentam a
coloração vermelha ou roxa-escura quando imaturos, o ponto ideal de colheita é quando
mudarem para roxo-claro ou alaranjado.
- Colheita de frutos maduros fornecem sementes com o teor adequado de
açúcar geral boa fermentação.
- Separação dos frutos verdes e deformados somente para produção de
gordura (“manteiga”).
- Frutos excessivamente maduros apresentam perda de peso das sementes e
germinação do interior delas.
● Então, durante o beneficiamento, a radícula normalmente se separa
do cotilédone e deixa orifício nas sementes e este se transforma em porta de entrada para
insetos e patógenos.
- Ao colher frutos verdes há redução de 20% no peso das sementes. Porém, a
colheita de frutos verdoengos (estádio intermediário entre verde e maduro) acarreta
redução de peso da ordem de 10%. O correto é beneficiar os frutos que não estão no ponto
ideal de colheita em separado dos demais, visando não prejudicar a qualidade final do
produto.
- Durante a colheita, a melhor forma de se realizar a retirada dos frutos da
planta é cortar os pedúnculos de cima para baixo e não empurrar a ferramenta cortante
podão, facão ou tesoura em direção ao tronco. Esse manejo visa evitar dano a almofada
floral do cacaueiro, mantendo o ponto produtivo e impedindo um ferimento que poderia
servir como entrada para patógenos.
- O hábito de colher com a ponta do facão ou do podão é prejudicial ao
processo de fermentação das sementes por iniciar está ainda no fruto.
- Reunir as rumas em diferentes locais a cada colheita. Evitar manter os frutos
ao solo.
+ Abertura dos frutos e retirada das sementes – “quebra”
- Quebra: retirada das amêndoas que consiste na quebra do fruto para
extração manual das sementes.
- O intervalo entre a colheita e a quebra não deve ultrapassar cinco dias, para
facilitar a retirada de sementes e proporcionar maior rendimento em peso.
● Dois homens quebram cerca de 4500 a 6750 frutos por dia, o que
equivale a aproximadamente 500 kg de sementes frescas.
● Um quilo de sementes frescas fornecerá, em média, 400 gramas,
correspondendo a 40% do peso de sementes frescas.
● Na retirada das sementes, procure remover ao máximo a placenta
ou “cibirra”, fragmentos de casca, pedaços de ramos, folhas e materiais estranhos, em
misturas com as sementes e as sementes podres e doentes. Todos estes materiais na massa
de cacau prejudicam o processo de fermentação das sementes, além de serem considerados
defeitos na classificação física do lote.
X Retirada das sementes sem proteção pode ferir as unhas.
● Após a quebra, as sementes frescas devem ser transportadas no
mesmo dia para a casa de fermentação.
+ Fermentação das sementes secas
- Durante esse processo, ocorrem complexas reações bioquímicas que
provocam a morte do embrião, a hidrolise de açúcares e proteínas a liberação de enzimas e
substratos e a difusão de compostos fenólicos que entram em contato com as enzimas e
outras substâncias.
- O cacau quando não fermentado apresenta cotilédones compactos, cinza-
escuro ou roxo e de sabor extremamente amargo e ausência de aroma característico do
chocolate. É classificado como cacau ardósia, sendo útil apenas para o aproveitamento da
gordura. Caso haja fermentação incompleta, a semente apresentará internamente
coloração violeta, elevada acidez, amargor e adstringência, com fraco sabor e aroma de
chocolate. Porém a fermentação excessiva, superior a sete dias, resulta em um cacau de
coloração castanha-escura, com cheiro de amônia ou odor desagradável de material em
putrefação. O chocolate obtido desse tipo de cacau, geralmente possui cheiro de peixe e
sabor estranho não característico.
- A fermentação das sementes frescas ocorre em instalações de madeira,
chamadas cochos, cujas medidas são: largura de 1,2 m, comprimento variável de 3 a 6 m,
com divisões a cada metro, altura de 70 cm a um metro e furos de 6 mm de diâmetro,
espaçados de 15 em 15 cm, na parte inferior (fundo do cocho). A massa de cacau no cocho
não deve ser superior a 80 cm, sempre deixando um compartimento vazio para o seu
revolvimento. Estando o cocho cheio com a massa de cacau, deve-se, cobri-lo sempre após
os revolvimentos, utilizando sacos de juta ou folhas de bananeira, visando diminuir as
perdas de temperatura e umidade.
- A fermentação do cacau apresenta duas fases distintas: alcoólica e acética.
A primeira ocorre em condições anaeróbicas, isto é, sem oxigênio, e a segunda, em
condições aeróbicas, ou seja, na presença do oxigênio. A alcoólica é realizada
principalmente por leveduras dos gêneros Saccharomyces, Cândida, Pichia, Kloeckera,
Torulospora e Kluyveromyces. Estas leveduras provêm do ambiente, do ar, do contato com
as mãos e ferramentas dos trabalhadores que manuseiam o cacau nas fases de colheita e
quebra dos frutos.
● Não há necessidade de incorporação de leveduras, os naturais dão
conta. Essas leveduras, favorecidas pela ausência quase total de oxigênio na massa de
sementes com polpa com elevado conteúdo de açúcar e baixo pH (3,6), convertem a
sacarose, glicose e frutose em etanol e gás carbônico. Com a degradação da polpa da
semente pela ação dos microrganismos as células se rompem, liberando um líquido que
exala odores alcoólicos e que escorre para o fundo do cocho. Esse líquido deve ser drenado
para fora do cocho, pois ele impede que a fermentação aconteça corretamente. Este é o
motivo pelo qual o cocho deve possuir orifícios no fundo.
X Líquido é poluente devendo ser descartado adequadamente.
Essa exsudação de líquido termina em 24 a 36 horas após o início da fermentação. Durante
esta fase, a elevação da temperatura é lenta atingindo 30 a 35°C, 48 horas após o início do
processo.
- Depois deste período, é feito o revolvimento da massa, passando-a de um
cocho para outro, com o auxílio de pás de madeira ou de outro material inerte, a fim de
promover a sua aeração e uniformização. Nunca utilizar pás de material cortante, pois
danificam as sementes e prejudicam a qualidade do produto final. Após o primeiro
revolvimento, que é feito 48 horas após a colocação da massa no cocho, em razão de ser
esse o tempo necessário para uma boa fermentação alcoólica, e os próximos revolvimentos
serão a cada 24 horas até que se complete o tempo necessário para uma boa fermentação.
Normalmente, esse tempo varia de 5 a 7 dias dependendo das condições climáticas e da
quantidade de polpa nas sementes. São gastos sete dias para cacau com muito mel (polpa),
em épocas de muita chuva e temperaturas baixas, e cinco para cacau com pouco mel, isto é,
em épocas secas e temperaturas altas.
● Segundo Efraim et al. (2010) ao se fazer revolvimento, deve-se
seguir a temperatura da massa e não um valor de tempo pré-definido.
- Com a desintegração da polpa que envolve as sementes, aumenta a aeração
interna da massa de cacau, elevando-se assim o pH, devido à redução do ácido cítrico na
polpa e também a ação das leveduras. Em razão dessas condições, é favorecida a ação de
bactérias acéticas em detrimento das leveduras. Estas bactérias promovem a oxidação do
álcool a ácido acético. Nesta fase, a massa de cacau exala odores de vinagre, após o terceiro
ou quarto dia do início da fermentação. A fase acética é composta de uma reação
exotérmica (libera calor), onde há elevação da temperatura para 47 a 50°C. No final dessa
fase, poderá ocorrer também proliferação de bactérias lácticas, que são favorecidas pela
escassez de oxigênio na massa e pela elevação gradual do pH e da temperatura, produzindo
certa quantidade de ácido lático. As sementes, logo após serem extraídas, têm coloração
externa branco-leitosa a roxa, passando gradativamente, durante a fermentação para
marrom-claro a marrom-escuro. No início do processo, a massa de cacau exala odores de
álcool, passando a vinagre após o terceiro ou quarto dia de fermentação. A temperatura da
massa apresenta elevações que normalmente alcançam valores de 47 a 50 °C. Quando a
temperatura se estabiliza, o processo de fermentação está completo.
+ Como saber o ponto correto de fermentação da semente?
- Modo prático: para se saber o ponto correto de fermentação da semente é
o corte desta, no sentido perpendicular ao comprimento, utilizando-se de faca ou canivete.
Quando for cortada e espremida, o processo de fermentação está completo.
+ Secagem das Sementes
- É a etapa do beneficiamento em que se elimina o excesso de água da
semente recém-fermentada, cuja umidade inicial de 50 a 55% é reduzida de 7 a 8%. É nesta
fase que continuam as reações químicas no interior das sementes que conferem sabor e
aroma típicos do chocolate.
- Pode ser realizada naturalmente, ao solo, ou em secadores artificiais, ou
ainda em um sistema misto, com pré-secagem ao solo e término do processo em secadores.
A secagem das sementes deve ser lenta, pois quando rápida, não permite a obtenção de
matéria-prima de qualidade superior e reduz o preço pago pelo cacau seco.
- A secagem natural é feita ao sol, em uma instalação denominada barcaça,
podendo ser ainda em lonas, balcões e outras, e dura entre 8 a 12 dias, dependendo das
condições climáticas. A barcaça consiste em uma plataforma de madeira suspensa, que
serve de lastro, e de um teto móvel sobre roldanas, onde as sementes fermentadas são
espalhadas e expostas ao sol, nas mais diversas posições e revolvidas com frequência,
proporcionando perda uniforme de umidade. A espessura da massa sobre o lastro da
barcaça deve ter no máximo 5 cm, facilitando o seu revolvimento a intervalos curtos (a cada
meia hora) nos primeiros dias, para proporcionar a exposição constante das sementes ao
sol.
- Recomenda-se todas as tardes, após o terceiro ou quarto dia de secagem
das sementes, amontoar o cacau em uma ou mais leiras para uniformizar o processo e
evitar que a chuva ou sereno atrase a secagem e, ou, permita a formação de mofo na parte
externa das sementes.
- Quando há mofo nas amêndoas deve ser feito o pisoteio destas pela manhã.
O pisoteio não é prática rotineira na secagem e deve ser usado para eliminar o mofo
externo. Caso o mofo adentre as sementes secas, estas serão consideradas defeituosas na
classificação final do produto.
● Uso de terreiros suspensos em detrimento da barcaça.
- Secagem artificial: considerar temperatura do ar, depreciação da estrutura
risco de prejuízo à qualidade do produto devido à fumaça.
+ Armazenamento das Sementes Secas
- Após atingir a umidade adequada (7 a 8%) o cacau deve ser acondicionado
em sacos de juta ou aniagem para armazenamento, de modo a garantir sua qualidade até a
comercialização.
- O cacau fermentado e seco deve se mantido em ambiente limpo, arejado e
livre de insetos e roedores que atacam e depreciam o produto, com poucas variações
térmicas, sobre paletes de madeira afastados das paredes do armazém, e guardando
distância mínima de 50 cm entre as pilhas de sacos.
GRAMACHO, I.C.P.; MAGNO, A.E.S.; MANDARINO, E.P.; MATOS, A. Cultivo e beneficiamento
do cacau na Bahia; Ilhéus:CEPLAC, 1992.
*Introdução
*Classificação botânica
+ Descrição da planta
- O sistema radicular do cacaueiro consta normalmente de uma raiz principal
pivotante (espigão), que atinge uma profundidade variável entre 1 e 2 m, dependendo da
estrutura e profundidade do terreno. Dela parte ramificações laterais, em maior número nas
proximidades da superfície do terreno, as quais se subdividem e formam uma densa rede,
são as raízes as principais responsáveis pela nutrição da planta, enquanto a pivotante tem a
função maior de fixação do cacaueiro.
- O caule é ereto, de casca lisa e verde durante os primeiros dois anos e cor
cinza-escuro de superfície irregular na planta adulta. A uma altura variável entre 60 cm e 2
m o caule emite ramos laterais e, destes, outros que formarão a copa do cacaueiro.
- Quando novas, as folhas são cor de rósea e bronze-escuro e posteriormente
tornam-se rígidas e verdes. São alternas e opostas nos ramos laterais, enquanto nos ramos
verticais elas são alternas, porém em espiral.
- As flores se formam em inflorescências no tronco ou nos ramos lenhosos,
nas chamadas almofadas florais, de onde se desenvolvem e formam frutos. As flores são
hermafroditas, possuem os dois órgãos; masculinos, chamados estames, e femininos,
chamados estigmas.
- Polinização
● Polinização atribuída à dípteras do gênero Forcypomia. Logo, o uso
de inseticidas não é recomendado pelo autor. Maior ocorrência do inseto no período
chuvoso quando o cacaueiro emite flores.
● Fruto do cacaueiro é uma capsula, pentalocular, de cor dourada ou
vermelha. A superfície é percorrida por sulcos longitudinais profundos e superficiais.
● As sementes, que constituem a parte econômica do cultivo, variam
em forma e tamanho, segundo a variedade: são via de regras achatadas.
X “Criollo”, a casca é fina, os cotilédones brancos ou rosados e
de gosto adocicado;
X “Comum”, a casca é grossa, os cotilédones violáceo-escuros
e de gosto amargo.
- Variedades
● Três complexos genéticos: Criollo, Forastero e trinitário.
● Tipos de cacau criollo:
X Seleção Mexicana – RIM;
X Seleção da Guatemala – SGU;
X Seleção de Venezuela – Chuao, Choroni, Ocumare.
● Tipos de cacau forasteiro:
X Pará, Parazinho, Comum, Maranhão;
X Altos Amazônicos;
X Mutações da variedade comum: Catongo e Almeida.
● Tipos de cacau trinitário:
X Imperial College Selection – ICS – Trinidad;
X Seleção United Fruit – UF – Costa Rica.
● Criollo
X Os frutos são grandes, geralmente apresentam a casca fina e
rugosa, coloração verde-escuro quando imaturos, passando para a amarelo ou alaranjado
quando amadurecem. Possuem sementes grandes, de cor branca e violeta-pálida com muita
polpa, dando um produto de superior qualidade conhecido comercialmente como “cacau
fino”. As plantas e os frutos são menos resistentes ao ataque de pragas e infecções das
doenças. Estas variedades são cultivadas nos países da América Central. Na América do Sul
existem plantações na Venezuela, Colômbia, Equador e Peru.
● Forastero
X Apresenta frutos que variam da forma de cabaça ao
amelonado, possuem sementes achatadas de cor violeta-intenso, produzindo um cacau
conhecido como tipo “básico”. É a variedade mais difundida, dominando 80% da população
mundial, predomina nas plantações da Bahia, Amazônia, e nos países produtores da África.
Da variedade “comum”, amplamente cultivada na zona cacaueira da Bahia, houve uma
mutação, dando origem ao cacau Catongo e Almeida, que se caracterizam por possuírem
sementes brancas.
● Trinitário
X As variedades do grupo “Trinitário” produzem sementes de
coloração que varia desde o amarelo pálido até o roxo-escuro, e apresentam um produto de
qualidade comercial intermediária. Seus principais representantes possuem características
distintas, por serem variedades obtidas do cruzamento entre os Criollos e Forasteros e
reproduzidas assexuadamente (enraizamento de estacas, ou enxertia) constituindo-se
clones. Estes clones são muitos cultivados na América Central, principalmente em Trinidad e
Costa Rica, países de onde se originaram, e foram introduzidos em outros países e na zona
cacaueira do Brasil pela CEPLAC.
*Zonas Produtoras de Cacau na Bahia
+ Zona tradicional, Vale dos grandes Rios, Mista ou de transição e Recôncavo Baiano.
*Estabelecimento do cacaual
+ Clima
- Para o seu pleno desenvolvimento, o cacaueiro exige clima quente e úmido
com temperatura variando de 22 a 25 °C precipitação anual em torno de 1200 a 2000 mm
com um animo mensal variando entre 100 e 130 mm. As regiões produtoras estão situadas
entre as latitudes de 15 a 20 ° de latitude Norte e Sul sendo que as maiores concentrações
estão entre 10 ° acima e abaixo da linha do Equador.
- Os agrupamentos cacaueiros da Bahia estão localizados na faixa até 70 km
do litoral, ocorrendo neste ambiente dois tipos climáticos:
● Próximo ao litoral, com uma largura média de 40 km, a partir da
costa marítima, encontra-se um clima de florestas tropicais; é quente e úmido sem estação
seca definida, precipitação superiora 60 mm para o mês mais seco e precipitação total anual
acima de 1300 mm. As máximas pluviométricas ocorrem de modo geral, no período de
fevereiro julho, com uma redução da pluviosidade no mês de maio. Apresenta temperaturas
médias elevadas e pequenas oscilações no decorrer do ano.
● A partir de 40 a 70 km da costa marítima encontra-se outra faixa
climática que, como a anterior apresentam temperaturas médias elevadas e pequenas
oscilações no decorrer do ano. Nos meses de agosto a setembro verifica-se um período
relativamente seco, compensado por totais pluviométricos elevados nos meses de outubro
a dezembro.
+ Solo
- Mínimo de 80 cm de profundidade, fertilidade natural não é considerada
um empecilho.
- Este artigo tem como objetivo reunir as informações obtidas, na execução do projeto
previsão de safra de cacau da Bahia (PSCB), sobre os eventos fenológicos do cacaueiro: lançamento
foliar, floração, fruto bilro e fruto peco; e os parâmetros ambientais: temperatura, umidade relativa,
evapotranspiração de referência e precipitação pluvial, representados em análise gráfica, para avaliar a
associação entre esses elementos, com o intuito de subsidiar agentes da cadeia produtiva do cacau no
processo da tomada de decisão.
Explicam também, que a penetração de M. perniciosa para dar início à infecção no cacaueiro ocorre,
principalmente, através dos estômatos e da cutícula, com necessidade de superfície úmida e
temperaturas mais amenas, preferencialmente, nas primeiras horas da manhã.Da mesma forma, no
processo de colonização e da mudança do patógeno, no interior da planta, de uma fase (parasítica)
para outra (saprofítica) há grande influência de fatores nutricionais e processos metabólicos e, que
esses fatores e processos, são afetados pelas condições termopluviométricas, cujas oscilações embora
relativamente pequenas na RCB, podem ter grande repercussão no ciclo de vida deles.
Lançamentos tardios são mais expostos a condições adequadas para o desenvolvimento de vassoura
de bruxa e podridão.
A precipitação pluvial no período 1991/92-2011/12 caracterizou-se por valores totais anuais variando
de 1.104,0 a 2.211,7 mm, registrados respectivamente nos anos 1993 e 1999. A média mensal da
chuva variou de 80,3 mm em setembro a 187,8 mm em março (Figura 3). Não se observou estação
seca definida, e predominaram chuvas diárias de baixa intensidade que variaram de setembro a março
de 4,0 a 16,0 mm; de abril a junho de 4,0 a 12,0 mm e de junho a setembro houve predominância de
chuva diária na faixa de 4,0 a 8,0 mm (Tabela 1).
intensidade do lançamento foliar diminui a partir de novembro, com rápida interrupção no final de
março início de abril (m/a). Esta pequena oscilação pode estar associada ao acréscimo, seguido do
decréscimo, de 50 mm de chuva, nos meses de março e maio, respectivamente.
Por outro lado, H2O2 pode ser diretamente tóxico aos patógenos. Na presença
de ferro, dá origem ao extremamente reativo radical hidroxila (OH). Pode também
contribuir para reforçar as paredes celulares, tanto por interligações de
hidroxiprolinas e glicoproteínas ricas em prolina à matriz de polissacarídeos, como
aumentando a taxa de formação de lignina por meio da atividade das peroxidases.
Estes mecanismos tornam a parede celular mais resistente à penetração do
patógeno e à degradação enzimática. O peróxido de hidrogênio também intervém
na biossíntese do ácido salicílico
Obs: Inorganic phosphites (containing HPO2−3) have been applied to crops to combat fungus-
like pathogens of the order oomycetes (water molds). The situation is confusing because of the
similarity in name between phosphite and phosphate (a major plant nutrient and fertilizer
ingredient), and controversial because phosphites have sometimes been advertised as fertilizers,
even though they are converted to phosphate too slowly to serve as a plant's main phosphorus
[10]
source. In fact, phosphites may cause phytotoxicity when a plant is starved of phosphates.
[11]
Lemoynie and others have described this complicated situation and noted that calling
phosphites fertilizers avoided the regulatory complication and negative public perceptions that
[10]
might have been incurred by registering them as fungicides.
* Indução de resistência em cacaueiro
+ Inoculação de cacaueiros com uma raça menos virulenta de P. palmivora,
que induziu resistência contra outra raça mais agressiva desse fungo,
promovendo a sobrevivência de 88% a 100% das plântulas (PARTIOT,
1981).
+ A pré-inoculação de plântulas com basidiósporos de M. perniciosa,
provenientes de lobeira (Solanum lycocarpum), promoveu redução de 64%
na incidência da vassoura de bruxa em relação às plântulas inoculadas com
basidiósporos isolados do cacaueiro (RESENDE, 1998).
+ O isolado ALF247 do fungo endofítico simbionte do gênero Trichoderma
apresentou indução significativa da peroxidase, e o isolado ALF56 de T.
stromaticum, assim como o fitopatógeno M. perniciosa, mostraram tendência
de indução de atividade enzimática.
Obs: Trichodermil → pimenta-do-reino
+ No trabalho de Pereira et al. (2008), tanto a quitosana extraída do micélio de
espécies de Trichoderma como de espécies de Rhizopus apresentaram um
efeito protetor a plantas de cacaueiro contra Verticillium dahliae.
+ Trabalhos de indução de resistência em cacaueiros têm sido realizados com
elicitores abióticos caracterizados como ativadores de resistência de plantas,
principalmente o acibenzolar-S-metil (benzotiadiazole, BTH), um análogo do
ácido salicílico (MORAES, 1998).
+ O BTH reduziu significativamente o número de vassouras por planta e o
número de frutos infectados em condições de campo com a aplicação de 0,5
a 1,0 g do ia/planta a cada 60 dias (RAM; CASTRO, 2000). O efeito sistêmico
do BTH na proteção de novas brotações foi também demonstrado 30 dias
após a indução de resistência no híbrido Theobahia (SCA 6 x ICS 1).
Obs: RESENDE et al., 2002
defesa (CAVALCANTI, 2000).
+ Para entender o mecanismo de ação do ASM como indutor de resistência,
alterações nos níveis de fenóis totais, polifenoloxidases e peroxidases foram
avaliados aos 3, 15 e 30 dias após a pulverização de mudas da variedade
Catongo. A atividade enzimática de mudas de Theobahia foi avaliada 30 dias
após a pulverização. Em Catongo, não houve diferenças significativas no
conteúdo de fenóis totais e da atividade da polifenol oxidase após a
pulverização. No entanto, um aumento na atividade da peroxidase foi
detectado em todos os momentos de avaliação. Em Theobahia, aumentos
significativos em atividades de peroxidase e polifenoloxidase foram
detectados, indicando que as respostas de defesa devido à ASM são
genótipo dependente (RESENDE et al. 2002b).
+ Outro importante indutor abiótico é o próprio ácido salicílico, que, conforme
relatado anteriormente, tem sido utilizado com sucesso na indução de
resistência contra P. palmivora em cacaueiro (OKEY; SREENIVASAN, 1996).
+ Vieira e Valle (2012b), testando a indução de resistência sistêmica para o controle da
vassoura de bruxa em cacaueiros adultos dos clones ICS 1 (30 anos de idade) e CCN
51 (quatro anos de idade), registraram a eficiência de alguns indutores na diminuição
estatisticamente significativa da incidência da doença, quando comparados com
plantas controle. No ICS 1, após 36 meses, registrou-se a eficiência de vários
indutores [glicose 0,3; 0,6; 0,9 e 1,2 M; AS (15 mM); AS + glicose (0,6 M + 15 mM);
KCl (0,6 M); sacarose (0,3; 0,45 M)] na diminuição estatisticamente significativa de
vassouras vegetativas, de almofadas, número de frutos infectados e aumento do
número de frutos sadios por planta no clone ICS-1, suscetível a vassoura de bruxa,
quando comparados ao controle (Tukey p ≤ 0,05). Os indutores foram aplicados
através de injeção no tronco de 20 mL de cada um. Avaliação feita aos 18 meses no
clone CCN 51 registrou a eficiência de alguns indutores [AS + glicose (0,6 M + 15
mM); AS + glicose + H2O2 (0,6 M + 15 mM + 5 mM); KCl) (0,5 M)] aplicados
diretamente ao tronco (20 mL) e indutores [AS + glicose (0,6 M + 15 mM), AS +
glicose + H2O2 (0,6 M + 15 mM + 5 mM); quitosana (200 ppm)] aplicados via
pulverização (três pulverizações de 100, 100 e 50 mL) na diminuição estatisticamente
significativa (Tukey p ≤ 0,05) de vassouras vegetativas, de almofadas, número de
frutos infectados e aumento do número de frutos sadios por planta, quando
comparados ao controle (VIERA; VALLE, 2012b)
+ página 123
AHNERT, D.; MELO, H.L.; SANTOS, F.FJ.; LIMA, L.R.; BALIGAR, V.C. Capítulo 5
— Melhoramento genético e produtividade do cacaueiro no Brasil, In: SOUZA
JÚNIOR, J.O., ed. Cacau: cultivo, pesquisa e inovação [online]. Ilhéus, BA: EDITUS,
2018. ISBN: 978-65-86213-18-8. https://doi.org/10.7476/9786586213188.
*Introdução
+ O melhoramento genético do cacaueiro (Theobroma cacau L.) no Brasil tem
como objetivo principal o desenvolvimento de cultivares híbridos e clonais
com as seguintes características: elevada produtividade (igual a ou maior que
3000 kg/ ha/ano); resistência às principais doenças e pragas (perda máxima
de 5%); baixo índice de fruto (máximo de 16 frutos para produzir 1 kg de
cacau seco); e amêndoas com características físicas, químicas e
organolépticas que atendam às demandas da indústria (peso acima de 1 g,
menos de 12% de casca, teor de gordura acima de 55% e aroma e sabor que
atendam ao mercado) (AHNERT, 2006).
+ A partir do ano de 1997, os híbridos foram substituídos por cultivares clonais
resistentes à doença vassoura de bruxa.
+ Os cultivares clonais autocompatíveis, resistentes e produtivos representam
uma das maiores inovações feitas na cacauicultura brasileira nos últimos
anos.
+ Além disso, cerca de 400 novos clones estão em processo de avaliação pela
CEPLAC (LOPES et al., 2011), indicando que, num futuro próximo, novos
cultivares que reúnem alelos de diferentes fontes de resistência e que
tenham características agronômicas superiores deverão ser disponibilizados
aos agricultores.
+ Além disso, propiciam, também, a adoção de manejo agronômico altamente
tecnificado, assimilando novos conceitos, tais como, cultivo em blocos
monoclonais, mecanização, fertilizações programadas, fertirrigação, cultivo a
pleno sol, produção de cacau gourmet, etc.
* Breve histórico do melhoramento genético do cacaueiro no Brasil
+ SIC (Seleção Instituto do Cacau) -> 33 clones (1934).
+ O cacaueiro foi introduzido no Sul da Bahia, pela primeira vez, em 1746, por
meio de frutos/sementes vindos do estado do Pará. Essa primeira introdução
formou o cultivar local denominado Cacau Comum. Entre os anos de 1874 e
1876 houve novas introduções, também do Pará, que deram origem aos
cultivares Pará, Parazinho e Maranhão (BARTLEY, 2005).
+ Catongo é uma mutação do comum, cotiledones brancos e folhas novas
despegimentadas.
+ Foi selecionado um número expressivo de plantas — principalmente em
fazendas de agricultores — cujos clones foram denominados SIAL (Seleção
Instituto Agronômico do Leste) e EEG (Estação Experimental de Goitacazes).
Obs: Banco de Germoplasma (BAG)
+ Atualmente, existem dois grandes bancos de germoplasma mantidos pela
CEPLAC, um no Pará, com cerca de 2.000 acessos, e outro na Bahia, com
1.300 acessos (LOPES et al., 2011).
* Grupos raciais de cacau e seus usos no melhoramento
+ Evidências científicas sugerem que o cacaueiro (Theobroma cacau L.)
originou-se na Amazônia, sendo o seu mais provável centro de origem a
região de confluência dos rios Napo, Putumayo e Caqueta, no Alto
Amazonas, pois neste local, além de elevada diversidade genética, foram
encontrados cacaueiros dos dois grupos raciais principais: Forasteiro
Amazônico e Crioulo (CHEESMAN, 1944; MOTAMAYOR et al., 2002).
+ Trinitário, que surgiu na ilha de Trinidad, por hibridação natural entre Crioulo
e Forasteiro Amazônico.
+ O cacau Crioulo possui composição química de suas sementes diferentes
daquela encontrada no Amazônico (BARTLEY, 2005). Os cotilédones das
sementes úmidas do grupo Crioulo são de cor branca ou violeta claro,
enquanto os do grupo Amazônico são de cor branca, violeta-claro e violeta-
escuro. Em geral, as sementes de Crioulo requerem poucos dias para sua
fermentação completa; já a do Amazônico, mais tempo.
+ O cacau Crioulo produz amêndoas que se destacam pela baixa acidez,
adstringência e por sabor típico, conferindo a esse grupo elevada qualidade
organoléptica, sendo, por isso, mundialmente reconhecido como um cacau
fino ou gourmet. Atualmente existem poucos plantios de cacau Crioulo puro,
pois são muito suscetíveis ao ataque de pragas e doenças. Os tipos
cultivados mais conhecidos são: Porcelana, Ocumare e Chuao, todos da
Venezuela.
+ O cacau Amazônico, no geral, possue sabor mais encorpado, sendo mais
utilizados para produzir cacau regular (“bulk cocoa”). Cerca de 95% do cacau
produzido no mundo é do tipo Amazônico.
+ Desta população, entre os anos de 1933 e 1935, foram selecionados 100
clones com características de interesse — tais como fruto e semente
grandes, elevada produção, resistência a pragas e doenças, etc. — nas
fazendas da Ilha de Trinidad, assim formando a coleção mundialmente
conhecida dos clones ICS (“Imperial College Selection”), denominadas ICS 1
até ICS 100 (JOHNSON; BEKELE; SCHNELL, 2004).
*Bancos de germoplasma de cacau no Brasil
+ Um dos bancos de germoplasma está estabelecido no Centro de Pesquisas
do Cacau (CEPEC), Ilhéus, Bahia, que reúne cerca de 1.300 acessos
originários de diferentes regiões do mundo. O outro banco de germoplasma
está estabelecido em Marituba, Pará, na Estação de Recursos Genéticos
José Haroldo (ERJOH), que reúne cerca de 2.000 acessos, sendo 90%
destes silvestres, coletados nas bacias dos rios da Amazônia brasileira
(ALMEIDA et al., 1987; LOPES, et al., 2011).
*Autoincompatibilidade genética e seus problemas na produção de cacau
+ A autoincompatibilidade é um mecanismo fisiológico de base genética que
impede as plantas hermafroditas férteis de se autofecundarem.
+ No cacau, a autoincompatibilidade é controlada por uma série de cinco alelos
S, com a seguinte ordem de dominância (>) e codominância (=): S1> S2 =
S3> S4> S5 (KNIGHT; ROGERS, 1953, 1955). Existem também os alelos S0,
que são responsáveis pela autocompatibilidade. Além desses alelos,
suspeita-se que existam dois outros locos gênicos, A e B, que seriam
responsáveis por produzir substâncias precursoras para ativar os alelos da
série S (COPE, 1962).
+ Portanto, o cacau tem um tipo peculiar de autoincompatibilidade,
apresentando-se tanto na forma esporofítica como na gametofítica, em que a
reação de autoincompatibilidade acontece no ovário, no início da fusão
gamética. Havendo a autoincompatibilidade, após a liberação do núcleo
espermático no ovário, não ocorrerá a singamia, e a flor abortará.
* Métodos de melhoramento adotados em cacau
+ A espécie Theobroma cacau L. é considerada semidomesticada (CLEMENT,
1990), pois as plantas cultivadas não sofreram elevado grau de modificação
genética pelo processo de seleção e cultivo pelo homem, possivelmente pelo
fato de o cacaueiro ser perene e viver por mais de 100 anos em condições de
cultivo, havendo sobreposição de gerações. O
+ Quanto aos fatores de produção, os mais importantes são: número de frutos
por planta; peso de sementes por fruto; número de sementes por fruto; peso
médio de semente e índice de fruto (número de frutos necessários para
produzir 1 kg de sementes secas).
+ O cacaueiro é considerado uma planta preferencialmente alógama,
propagando-se tanto por sementes como de forma vegetativa, o que facilita
os trabalhos de melhoramento. Os métodos de melhoramento mais adotados
em cacau são a introdução de plantas, seleção massal em populações de
polinização aberta, desenvolvimento e seleção de cultivares híbridos,
desenvolvimento e seleção de cultivares clonais e seleção recorrente.
+ Introdução de plantas
- Primeiros clones introduzidos pela CEPLAC(1997): TSH 516, TSH
565, TSH 774, TSH 1188, EET 397, EET 392, TSA 654, TSA 656, TSA
792.
+ Seleção massal
+ Desenvolvimento e seleção de cultivares clonais
+ Desenvolvimento e seleção de cultivares hibridos
+ Seleção recorrente recíproca
* Cultivares de cacau e produtividade
+ Três tipos de cultivares são utilizados para plantio de cacau no Brasil: locais,
híbridos e clonais.
+ Cultivares locais da Bahia
- Os cultivares locais de cacau da Bahia são Cacau Comum, Pará,
Parazinho, Maranhão, Catongo e Almeida.
+ Cultivares híbridos de cacau
- Houve uma associação entre tamanho de sementes e percentagem de
casca da semente, em que sementes de menor peso produziram
maior percentagem de casca.
- A percentagem de gordura variou de 55 a 58%.
+ Cultivares clonais
- Cada cultivar tem um determinado porte, sendo uns mais altos, como
é o caso dos CCN 51, PS 1319 e SJ 02; outros baixos, como o PH 15,
BN 34 e PS 1030, mas todos são plantados em espaçamento de 3 m
x 3m.