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CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR
ORIGEM
A cultura da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) é uma gramínea perene que teve
origem da ilha de Papua, Sudoeste Asiático, nas regiões concentradas entre a Nova Guiné e
Indonésia. Esta cultura além de crescer em meio silvestre era também utilizada como planta
ornamental para embelezar os jardins e moradias (LOPES SOBRINHO, 2019).
Para Miranda (2008), a cultura foi marcada pela expansão juntamente com as
migrações náuticas dos habitantes do Oceano Pacífico, disseminando-se nas ilhas do Sul do
Pacífico, no Arquipélago da Malásia, em Bengala e na Indochina, sendo certo na Índia o seu
surgimento e/ou aparecimento como planta produtora de açúcar. De acordo com Delgado e
Cesar (1977) os persas foram os primeiros a desenvolver as técnicas de produção do açúcar
sendo estabelecidas as rotas do açúcar entre os países africanos e asiáticos.
Cristovão Colombo trouxe a cana-de-açúcar para a América na segunda viagem ao
continente, em 1493, quando começou a ser plantada na atual república Dominicana e Haiti,
todavia, oficialmente, foi Martim Affonso de Souza, em 1532, quem trouxe a primeira muda
de cana ao Brasil e iniciou seu cultivo na Capitania de São Vicente. Lá, ele mesmo construiu
o primeiro engenho de açúcar. Mas foi no Nordeste, principalmente nas Capitanias de
Pernambuco e da Bahia, que os engenhos de açúcar se multiplicaram (TRINTIN, 2012).
Porém, a economia açucareira foi uma das que mais se destacou na história do Brasil e
continua em evidência até os dias atuais em virtude de vários fatores, dentre eles: a alta
qualidade do solo; clima favorável; terras férteis; mão-de-obra farta e barata e pela
valorização do produto no comércio externo (TRINTIN, 2012).
IMPORTÂNCIA
É uma das culturas agrícolas mais importantes do mundo tropical, gerando centenas de
milhares de empregos diretos. É uma importante fonte de renda e desenvolvimento. A cana-
de-açúcar é uma cultura que possui alto valor econômico tanto no Brasil quanto no mundo,
sendo utilizada na produção de açúcar, energia elétrica e álcool (SILVA et al., 2014).
As indústrias sucroalcooleiras têm um papel importante na economia brasileira, a
cana-de-açúcar é uma das culturas com extrema importância no mercado mundial, assim
gerando milhares de empregos e uma fonte de renda para o trabalhador. Tendo como principal
produtor a região sudeste, as regiões do interior paulista são as mais desenvolvidas do Brasil,
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com sua renda per capita acima da média nacional e com desenvolvimento urbano crescendo
ainda mais, com isso a cana-de-açúcar possibilitou ao Brasil ser um dos países maiores
produtores de álcool, também sendo maior produtor e exportador de açúcar (SILVA, 2012)
CANA-DE-AÇUCAR NO BRASIL
O Brasil hoje é o maior produtor de cana-de-açúcar, desde o plantio até a produção de
açúcar, etanol e bioeletricidade, esse aumento tem colaborado para novas tecnologias e
aumento de usinas em todo o país. Essa planta trouxe bastantes benefícios, como empregos,
rendas para a população e para empresas sucroalcooleiras. A expansão da área ocupada pela
cultura tem incrementado a adoção de tecnologias como a utilização de biomassa para a
produção de calor e eletricidade (bioeletricidade). A boa adaptação da cultura a diversas
regiões brasileiras fez surgir várias plantas industriais, gerando postos de trabalho e renda
(NUNES, 2017).
O autor ainda destaca que a cana-de-açúcar vem contribuindo para a melhoria do
cenário social e industrial brasileiro, propiciando o desenvolvimento e a criação de programas
tais como o relacionado ao etanol que ocupa importante espaço no setor automobilístico pelo
fato de ser mais sustentável. O açúcar, por sua vez, constitui-se em um importante produto na
pauta de exportação nacional.
PRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, sendo que São Paulo responde
por 63,7% da área plantada no país. Grande parte das usinas paulistas de processamento de
cana podem escolher produzir açúcar ou etanol. Conforme dados do Mapa (2022), a região
sudeste, produz o equivalente a 63,7% da safra nacional, terá um volume colhido 4,0%
superior ao obtido na safra anterior. A área colhida caiu para cerca de 5,1 milhões de hectares
devido à concorrência da cana-de-açúcar com outras culturas, mas a produtividade subiu,
alcançando 74.571 kg/ha. Seguindo este movimento, no Centro-Oeste também houve
pequenos ajustes na área e na produtividade em relação ao levantamento anterior, com um
total de área estimado em 1,78 milhão de hectares, aumento de 3% na produtividade e com a
colheita de 129,1 milhões de toneladas, incremento de 1,5% sobre o ciclo passado.
No Nordeste, devido a problemas climáticos na última safra, parte das lavouras foi
abandonada ou dedicada a outros fins. Nesta temporada, muitas destas áreas retornaram à
produção, observando-se um crescimento de 3,2% na área a ser colhida. Além disso, estima-
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se uma produtividade de 62.720 kg/ha, o que deve gerar uma produção de 54,82 milhões de
toneladas, 10,1% superior à safra 2021/22. Já a Região Sul, nos últimos anos, tem perdido
consistentemente área de cana-de-açúcar para outras culturas como soja, milho, mandioca e
pastagens. A área colhida estimada na presente safra é de 496 mil hectares, 5,2% abaixo da
safra anterior. A produtividade prevista de 59.572 kg/ha é 1,5% abaixo da safra passada e a
produção deve chegar a 29,55 milhões de toneladas. Com relação ao Norte do país, apesar do
incremento de área e de produtividade, a região é responsável por menos de 1% da produção
nacional, com colheita prevista de 3,95 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no ciclo
2022/23 (MAPA,2022).
UTILIZAÇÃO
A cana-de-açúcar é a principal matéria-prima para a indústria sucroalcooleira
brasileira. A agroindústria da cana envolve etapas, como: produção e abastecimento da
indústria com matéria-prima; gerenciado dos insumos, resíduos, subprodutos e da
versatilidade da produção - de açúcar ou álcool; processamento e distribuição dos produtos
finais (ALACARDE, 2022).
O melado elaborado a partir do caldo de cana é um produto que apresenta boa
aceitação no mercado. Para as pequenas propriedades rurais, a elaboração do melado é uma
das formas lucrativas de beneficiar a cana, uma vez que o processo envolve equipamentos
simples e em pequeno número, com possibilidade de trabalho com mão-de-obra da própria
família (CARVALHO, 2007).
O caldo de cana ou garapa é o nome que se dá ao líquido extraído da cana-de-açúcar
no processo de moagem. É um alimento muito energético, assim como a rapadura, que é feita
através de processamento após a concentração do caldo. Do caldo de cana também são feitos
melado e açúcar mascavo. O caldo conserva todos os nutrientes da cana-de-açúcar, entre eles
minerais (de 3 a 5%) como ferro, cálcio, potássio, sódio, fósforo, magnésio e cloro, além de
vitaminas do complexo B e C (FAVA, 2004).
A busca por uma alimentação mais saudável fez surgir novos nichos de mercado para
produtos naturais, inclusive como insumos para a indústria de alimentos. Um bom exemplo é
o açúcar mascavo, usado nas barras de cereais, mistura de cereais matinais e pães integrais.
Suas características nutricionais, superiores em relação ao açúcar branco e outros produtos
concorrentes, fazem do açúcar mascavo um alimento de grande potencial de crescimento no
consumo (CCP, 2014).
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A aguardente nada mais é do que uma das bebidas mais antigas em nosso país. Ela é
feita a partir da cana de açúcar, quando a mesma está madura, limpa, fresquinha e pronta para
ser espremida. Quando colhida, ela é moída e 70% da cana se transforma em um caldo que vai
para a fermentação (NETO,2023).
A destilação fracionada da cana de açúcar gera um resíduo pastoso, que possui um
odor forte e bem característico, chamado de vinhaça. De maneira geral, este resíduo é
utilizado como um adubo potente, na área de plantio, diminuindo o gasto com fertilizantes e
até mesmo outros tipos de adubos (NETO,2023).
A utilização da adubação verde com leguminosas na cana-de-açúcar é recomendada
quando se reforma o canavial. Essa prática não interfere na brotação da cana. Seu custo é
relativamente baixo e promove aumentos significativos nas produções de cana e de açúcar em
pelo menos dois cortes. Adicionalmente, protege o solo contra a erosão e evita multiplicação
de plantas espontâneas (AMBROSANO et al.,2005).
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A cana-de-açúcar é uma planta semi-perene, do gênero Saccharum, família Poaceae,
com metabolismo fotossintético C4 e que possui grande armazenamento de sacarose nos
tecidos dos colmos, tornando-a de extrema importância comercial nas lavouras canavieiras,
sendo cultivado como um híbrido interespecífico que recebe a denominação Saccharum spp.
(RIPOLI; RIPOLI, 2006).
As estruturas morfológicas da cana-de-açúcar que favorecem na sua identificação: o
desenvolvimento em forma de touceira, caule do tipo colmo, produção de inflorescência,
rizoma e raiz fasciculada (LOPES SOBRINHO, 2019).
De acordo com Segato et al. (2006), as folhas da cana-de-açúcar possuem a coloração
verde, são sésseis, lancetadas, lineares, largas e agudas. Sendo distribuídas em toda a extensão
do colmo, com inserção na região nodal, em fileiras opostas e alternadas.
O ciclo fenológico da cana-de-açúcar (primeira e segunda época) é constituído por oito
fases distintas; são elas: plantio do tolete; brotação do tolete; início do perfilhamento;
perfilhamento intenso; maturação; colmos industrializáveis; corte ou colheita e brotação da
soqueira (SEGATO et al., 2006).
O plantio da cana-de-açúcar é feito em duas épocas, dando origem à cana planta de
ano (12 meses) ou à cana-planta de ano e meio (18 meses), mas após o primeiro corte o ciclo
de ambas é anual e ela recebe a denominação de cana soca (BARBOSA, 2010).
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ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO
Os estádios fenológicos da cana-de-açúcar são separados por (1) brotação e
estabelecimento – onde o crescimento é lento e depende da umidade do solo, levando de 20 a
30 dias para a ocorrência da brotação; (2) perfilhamento - que tem início em torno de 40 dias
após o plantio e pode durar até 120 dias; (3) crescimento dos colmos - começa a partir dos
120 após o plantio (ou corte) e dura por até 270 dias, em um cultivo de 12 meses, sendo o
estádio mais importante do cultivo, pois é quando se acumulam aproximadamente 75% da
matéria seca total e o estádio (4) maturação dos colmos - quando ocorrem reduções nas taxas
de crescimento da planta e aumento no acúmulo de sacarose nos colmos, tendo início de 270 a
360 dias após o plantio e podendo se prolongar por até 6 meses (DIOLA, SANTOS, 2010).
emissão de brotações, colmos ou hastes laterais por uma mesma planta, os quais recebem a
denominação de perfilhos. O perfilhamento ocorre a partir das porções subterrâneas dos
colmos (restolhos) anteriormente formados, e é governado, inicialmente, pela temperatura e
pela radiação, porém, também é afetado pela variedade e a densidade de plantio, pelo ciclo
(cana-planta ou cana-soca) e pela disponibilidade de água e de nitrogênio no solo. A cana-de-
açúcar perfilha nos primeiros meses após o plantio (ou rebrota), e esse perfilhamento
intensifica-se à medida que as condições de temperatura e a disponibilidade hídrica são
favorecidas. Após este período, o número de perfilhos diminui até se estabilizar
(SUGUITANI; MATSUOKA, 2001).
A maturação da cana-de-açúcar inicia-se junto com o crescimento intenso dos colmos,
sobreviventes do perfilhamento da touceira, sendo que o excesso de açúcar permanece
armazenado na base de cada colmo. Quando as touceiras atingem altura igual ou superior a
dois metros, é possível observar amarelecimento e consequente seca das folhas que se
encontram na altura mediana da planta, indicando que está sendo depositado açúcar nessa
região (BATISTA, 2013).
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seca e do inverno, o crescimento passa a ser muito lento durante cinco meses (abril a agosto),
vegetando nos sete meses subsequentes (setembro a abril), para, então, amadurecer nos meses
seguintes, até completar 16 a 18 meses. Este período (janeiro a março) é considerado ideal
para o plantio da cana-de-açúcar, pois apresenta boas condições de temperatura e umidade,
garantindo o desenvolvimento das gemas. Essa condição possibilita a brotação rápida, a
incidência de doenças nos toletes (ROSSETTO e SANTIAGO, 2022).
Para Duft (2015), a cana de inverno é uma modalidade que ganha cada vez mais
adeptos. A cana é plantada em junho ou julho, com a utilização de torta de filtro e/ou vinhaça
para auxiliar na brotação, em um período com poucas chuvas. Dessa forma, em 12 meses a
cana está pronta para ser colhida e tem mais tempo para se desenvolver. No entanto, a
produtividade é menor que a cana de ano e meio.
O sistema cana de inverno é adotado em propriedades em que há disponibilidade de
irrigação, pois o plantio é realizado na época seca do ano. O canavial apresenta altas
produtividades já no primeiro ano, já que é possível controlar a disponibilidade de água no
solo. Para Rossetto e Santiago (2015), com o uso da torta de filtro, que contém cerca de 70% a
80% de umidade, aplicada no sulco de plantio, é possível plantar a cana-de-açúcar mesmo no
período de estiagem. A torta fornece a umidade necessária para a brotação. Se ainda for feita
fertirrigação com vinhaça, ou mesmo irrigação, o plantio da cana-de-açúcar pode ocorrer
praticamente o ano todo.
CANA SOCA
Após a colheita da cana-planta, uma série de ciclos sucessivos são cultivados a partir
da rebrota, a chamada soqueira ou cana soca. A cada nova soqueira que se desenvolve, as
raízes mais velhas morrem e novas raízes são formadas. Também há a formação de novos
perfilhos e a partir desses, a nova safra de cana-de-açúcar é colhida. Após cada soqueira,
ocorre uma gradativa redução na produtividade (DUFT, 2015).
CANA BISADA
As canas que permanecem dois verões no campo recebem o nome de cana “bisada”.
Para algumas usinas tal matéria-prima é considerada apta ao processamento no início de safra
devido ao seu alto teor de sacarose e de fibra (CAROLO, 2009).
Então a cana bisada é a cana que deveria ser colhida em uma safra, mas por falta de
tempo será colhida apenas na safra seguinte. Essa cana passa por dois ciclos de
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desenvolvimento (meses chuvosos de outubro a março). Por conta disso é uma cana com
brotos laterais isoporizados, com mais açúcares invertidos e consequentemente com menos
potencial de produzir álcool e açúcar. O ideal é colher a cana 12 meses depois do corte da
soca para que ela tenha como crescer e maturar, a cana bisar é um efeito indesejado que
ocorre por problemas durante a safra ou falta de planejamento das usinas para fazer uma
colheita efetiva (DUFT, 2016).
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CLIMA E SOLO
As condições ambientais em que a cana-de-açúcar é cultivada podem influenciar a
cultura independente de sua finalidade: açúcar, aguardente, etanol, biomassa ou forragem.
Como há necessidade de alta produção de sacarose, a planta necessita encontrar condições de
temperatura e umidade adequadas para o seu pleno crescimento e desenvolvimento, seguida
de certa restrição hídrica e/ou térmica, para forçar o repouso e enriquecimento em sacarose na
época da colheita (MARCHIORI, 2004).
A cana-de-açúcar é considerada essencialmente uma planta tropical. A planta
sobrevive melhor em áreas ensolaradas quentes e tropicais. O clima “ideal” para maximizar a
produção de açúcar é caracterizado por: estação longa, quente, com alta incidência de
radiação solar e umidade adequada (período de crescimento); estação razoavelmente seca,
ensolarada e fresca, mas sem geada (período de amadurecimento) (PAES, 2007).
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RENOVAÇÃO DO CANAVIAL
Conforme Ruiz (2018), a renovação do canavial é realizada de 2 formas no Brasil,
com o sistema meiosi ou com o sistema cantosi. Em ambos, apenas uma parte da área é
destinada ao plantio de cana para a produção de mudas.
O Sistema de renovação do canavial meiosi (método inter-rotacional ocorrendo
simultaneamente), destaca-se por promover a produção das mudas para renovação do canavial
no mesmo talhão que será renovado, ao mesmo tempo em que ocorre a rotação de culturas na
área. Atualmente, uma das culturas mais utilizadas para fazer a rotação com a cana-de-açúcar
é a soja. Este sistema gera vantagens econômicas e logísticas, pois as mudas são produzidas
na mesma área onde serão plantadas, não havendo necessidade de transporte de um volume
grande de toletes de um talhão para o outro e ainda a área intercalar pode ser utilizada com
uma cultura rentável como a soja (RUIZ, 2018).
O sistema cantosi é o sistema de reforma do canavial que consiste em destinar os
cantos da propriedade (20% da área total) aos viveiros de cana-de-açúcar e os outros 80% da
área, para produção de grãos. Assim como no sistema meiosi, a soja é uma das culturas mais
utilizadas como cultura de rotação na renovação do canavial (RUIZ, 2018).
ADUBAÇÃO
O manejo da gestão do solo, envolvendo a correção da acidez e adubação, é um fator
determinante da produtividade das culturas. Entretanto, o emprego de fertilizantes e corretivos
deve ser criterioso e equilibrado, considerando que o uso do solo deve ser feito de forma a
manter sua fertilidade em equilíbrio com o meio ambiente. A cana-de-açúcar apresenta
sistema radicular diferenciado de outras culturas, uma vez que, não havendo impedimentos
físicos ou químicos, atinge níveis elevados do solo. Facilitar o crescimento das raízes em
profundidade contribui para o aumento da produtividade da cultura, já que aumenta o volume
de solo explorador para a retirada de água e nutriente (ROSSETTO e SANTIAGO, 2022).
Rosseto e Santigo (2022), descrevem que a época da adubação é muito importante
para o aproveitamento do fertilizante, levando-se em consideração o estágio da cultura, o
comportamento do elemento no solo e a idade do canavial (cana-planta e cana-soca).
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PRAGAS E DOENÇAS
Até hoje foram identificadas 216 doenças que atingem a cana-de-açúcar, sendo que
cerca de 58 foram localizadas no Brasil. Dentre estas 58 doenças, pelo menos dez podem ser
consideradas de grande importância econômica para a cultura (ROSSETTO e SANTIAGO,
2022).
Ainda conforme os autores, os causadores de doenças são vivos, eles podem produzir,
também, novas raças ou variantes que vencem essa resistência e passam a causar novo surto
de doença. Em função disso e das mudanças climáticas, podem surgir surtos epidêmicos,
havendo a necessidade de identificar novas doenças da cana e manter uma vigilância contínua
dentro dos canaviais, nos níveis estadual e nacional. As principais em destaque são:
escaldadura-das-folhas; estria vermelha; raquitismo-da-soqueira; mosaico; amarelinho;
ferrugem da cana; carvão da cana; mancha parda; podridão abacaxi; podridão de fusarium e
podridão vermelha.
Quanto à disseminação de patógenos ocorre principalmente pelos ventos e chuvas
onde se transporta os esporos quando esses são fungos, além de insetos vetores como pulgões
e brocas, maquinários agrícolas e ferramentas utilizadas no manejo da cultura como podões e
facões, mudas doentes que podem contaminar as demais. (ELIS, 2016).
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COLHEITA
O momento da colheita é definido em função da variedade, época de colheita, duração
do ciclo, manejo da maturação e condições climáticas (BARBOSA, 2010). A cana-de-açúcar
é colhida de forma escalonada, conforme os diferentes estágios de maturação das variedades,
o que permite uma melhor logística na colheita das áreas, que são bastante extensas
(MIRANDA, 2008).
A colheita do canavial é realizada anualmente e o aumento do número dos estágios de
corte ocasiona uma perda gradativa de produtividade, quando a lavoura não for viável
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VARIEDADES NO MS
As variedades de cana-de-açúcar são componentes importantes do sistema de
produção, isso porque é através delas que é possível elevar a eficiência produtiva do setor
sucroalcooleiro. No estado do Mato Grosso do Sul a variedade que continua sendo a mais
plantada nos é a RB867515, que ocupa 26,7% das áreas de plantio em 20/21. Já em segundo
vem a RB966928, com 14,5%, abaixo uma lista com as variedades mais plantadas no estado
sul mato-grossense (BRAGA JUNIOR, 2021).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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jul.2009.
DIOLA, V.; SANTOS, F. Fisiologia. In: SANTOS, F.; BORÉM, A.; CALDAS, C. (E.d.)
Cana de açúcar: Bioenergia, açúcar e álcool; Tecnologias e perspectivas. Viçosa: UFV,
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FAVA, A. R. Atletas ingerem garapa para repor energia. Jornal da Unicamp, edição 250, de
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RUIZ, L. Meiosi x Cantosi: qual o melhor sistema de plantio? 2018. Disponível em: Meiosi
X Cantosi: Qual omelhor sistema de Plantio? | Cana Online.
SILVA, M.A.; ARANTES, M.T.; RHEIN, A.F.F.; GLAUBER J. C. GAVA, G.J.C.; KOLLN,
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SILVA, J.P.N.; SILVA, M.N.; Noções da Cultura da Cana-de-Açúcar. Rede e-Tec Brasil,
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