A legislação ambiental é relevante para a atuação de um(a) Engenheiro (a) Agrônomo
(a).
O novo Código Florestal teve inúmeras mudanças em relação ao Código antigo,
trazendo vários requisitos em determinados procedimentos que já estavam sedimentados. Com isso, demonstra-se as principais alterações do novo Código Florestal, trazendo as peculiaridades das Áreas de Preservação Permanente e as Áreas de Reservas Legais, como e realizada sua regularização e como fica os pequenos proprietários rurais com a nova lei. Salientando, por fim, as críticas que foram direcionadas para o respectivo Código. A nova legislação buscou traçar novos horizontes para a utilização e preservação do meio ambiente. Com isso, conseguiu determinar as áreas de reserva legal e a porcentagem que poderia ser destinada a esta proteção ambiental, variando, contudo, do bioma do imóvel rural.As áreas que tem como função principal manter o equilíbrio do ecossistema, que ficam localizadas na beira dos rios, nascentes, lagoas, topos de morros, encostas, montanhas e serras são as chamadas áreas de preservação permanente. Art. 2. Inciso II: Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; O novo código estabelece para Áreas de Preservação Permanentesão áreas sensíveis e necessárias para a preservação de serviços ambientais essenciais, tais como: fornecimento de água, regulação do ciclo hidrológico e climático, manutenção da biodiversidade e estabilidade geológica e proteção do solo. Nestas áreas, a vegetação deve ser preservada e não pode haver exploração econômica dos recursos florestais. O Código Florestal estabelece diversas categorias de APP e para cada uma delas define os parâmetros da faixa de proteção na qual a vegetação deve ser mantida. As áreas que devem ser protegidas incluem: faixas marginais ao longo de cursos d’água; área no entorno de nascentes, lagos e lagoas; topos de morros; regiões em altitude maior que 1.800 metros; restingas e manguezais A vegetação deve ser mantida, com a obrigação de recompor a área afetada. A retirada do regime de proteção a APP só é permitida quando tiver utilidade pública, interesse social e baixo impacto Reserva Lega é um percentual da área total do imóvel rural na qual é obrigatório manter a cobertura de vegetação nativa. No que toca à reserva legal, a nova legislação impôs que todo imóvel rural mantenha uma porcentagem de vegetação nativa, como reserva legal. Nos imóveis rurais situados em cerrados será de 35%, situados em campos gerais será de 20%, e, nas áreas da Amazônia legal, será de 80% do imóvel situado em florestas. Como regra geral, imóveis rurais situados na Amazônia Legal devem conservar um percentual bem maior de vegetação como Reserva Legal do que os imóveis rurais fora desta região. Na Reserva Legal não se pode manter atividade econômica tradicional, como agricultura, pecuária ou exploração madeireira. Admite-se apenas exploração econômica mediante manejo florestal sustentável. O objetivo da Reserva Legal é preservar remanescentes da vegetação nativa em todo o país e conservar a biodiversidade.Vegetação nativa deve ser mantida, a exploração econômica poderá ocorrer mediante ao manejo sustentável, aprovado por órgão competente. Conforme nos arts: 20. É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes, devendo-se observar:I - os períodos de coleta e volumes fixados em regulamentos específicos, quando houver;II - a época de maturação dos frutos e sementes;III - técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de indivíduos e da espécie coletada no caso de coleta de flores, folhas, cascas, óleos, resinas, cipós, bulbos, bambus e raízes. Art. 22. O manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva Legal com propósito comercial depende de autorização do órgão competente e deverá atender as seguintes diretrizes e orientações:I - não descaracterizar a cobertura vegetal e não prejudicar a conservação da vegetação nativa da área;II - assegurar a manutenção da diversidade das espécies; III - conduzir o manejo de espécies exóticas com a adoção de medidas que favoreçam a regeneração de espécies nativas. Art. 23. O manejo sustentável para exploração florestal eventual sem propósito comercial, para consumo no próprio imóvel, independe de autorização dos órgãos competentes, devendo apenas ser declarados previamente ao órgão ambiental a motivação da exploração e o volume explorado, limitada a exploração anual a 20 (vinte) metros cúbicos. O novo Código Florestal também criou um banco de dados inovador, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que armazena e processa informações georreferenciadas de APP e Reserva Legal. O CAR é um registro público eletrônico, de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, e possui diversas finalidades. Ele integra informações ambientais das propriedades e posses, compondo uma base de dados essencial para um efetivo planejamento ambiental e econômico em áreas rurais Art. 25. O poder público municipal contará, para o estabelecimento de áreas verdes urbanas, com os seguintes instrumentos: I - o exercício do direito de preempção para aquisição de remanescentes florestais relevantes, conforme dispõe a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001; II - a transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas; III - o estabelecimento de exigência de áreas verdes nos loteamentos, empreendimentos comerciais e na implantação de infraestrutura; e IV - aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental. Art. 26. A supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo, tanto de domínio público como de domínio privado, dependerá do cadastramento do imóvel no CAR, de que trata o art. 29, e de prévia autorização do órgão estadual competente do Sisnama. Art. 31. A exploração de florestas nativas e formações sucessoras, de domínio público ou privado, ressalvados os casos previstos nos arts. 21, 23 e 24, dependerá de licenciamento pelo órgão competente do Sisnama, mediante aprovação prévia de Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS que contemple técnicas de condução, exploração, reposição florestal e manejo compatíveis com os variados ecossistemas que a cobertura arbórea forme. Art. 35. O controle da origem da madeira, do carvão e de outros produtos ou subprodutos florestais incluirá sistema nacional que integre os dados dos diferentes entes federativos, coordenado, fiscalizado e regulamentado pelo órgão federal competente do Sisnama. Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações: I - em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental competente do Sisnama, para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de monitoramento e controle; II - emprego da queima controlada em Unidades de Conservação, em conformidade com o respectivo plano de manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor da Unidade de Conservação, visando ao manejo conservacionista da vegetação nativa, cujas características ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo; III - atividades de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa devidamente aprovado pelos órgãos competentes e realizada por instituição de pesquisa reconhecida, mediante prévia aprovação do órgão ambiental competente do Sisnama. Art. 51. O órgão ambiental competente, ao tomar conhecimento do desmatamento em desacordo com o disposto nesta Lei, deverá embargar a obra ou atividade que deu causa ao uso alternativo do solo, como medida administrativa voltada a impedir a continuidade do dano ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar viabilidade à recuperação da área degradada. Agricultura familiar: Art. 52. A intervenção e a supressão de vegetação em Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal para as atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental, previstas no inciso X do art. 3º , excetuadas as alíneas b e g, quando desenvolvidas nos imóveis a que se refere o inciso V do art. 3º , dependerão de simples declaração ao órgão ambiental competente, desde que esteja o imóvel devidamente inscrito no CAR. O novo Código Florestal obriga todos os proprietários e possuidores rurais a respeitar asregras relativas a APP e Reserva Legal. No entanto, ele cria um regime jurídico especial, com regras mais flexíveis, para as áreas consolidadas em APP e Reserva Legal. Áreas consolidadas são aquelas onde a vegetação foi ilegalmente suprimida para. Ao apontar os principais pontos defendidos no artigo do Novo Código Florestal fica evidente que a nova legislação teve um viés da praticidade, de modo que considerou a necessidade da preservação do meio ambiente, sem deixar de lado o crescimento que se faz necessário para uma melhor qualidade de vida. Ainda, respeitou as legislações que já estavam em vigor, respeitando, portanto, os atos jurídicos perfeitos, com forma de garantir a segurança jurídica. Entretanto, vários problemas podem surgir com o tempo, uma vez que houve uma prevalência dos benefícios singulares em detrimento dos benefícios coletivos. Com isso, é inegável que se tem mais vantagens para explorar do que para conservar o meio ambiente. No momento em que se tem determinados benefícios individuais, há uma sensação que o código favorece a população, pois é mais fácil perceber essa benesse. Entretanto, com o tempo, os prejuízos tendem a aparecer, de modo difuso e bem mais difícil de serem identificados. É imprescindível ao profissional engenheiro (a) agrônomo (a), conhecer novo Código Florestal, e saber sobre a legislação ambiental é relevante sim, para a atuação de um(a) Engenheiro (a) Agrônomo (a), pois o ambiente do agro tem essa necessidade de atender a todos os requisitos legais aplicáveis à atividade agrícola, o que exige um melhor conhecimento e aplicabilidade da Legislação Ambiental por parte do agrônomo, além da pressão ser cada vez maior da sociedade sobre as organizações, para que estas desenvolvam novos processos produtivos que não impactem o meio ambiente. A legislação neste contexto torna-se um fator crítico de sucesso. novo Código Florestalnovo Código Florestal Referências BRASIL. Lei Nº 12.651, de 25 DE Maio de 2012. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em: 25/11/22.
BRASIL. Lei Nº 6.938, De 31 DE Agosto de 1981. Disponível em: <