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DIREITO AMBIENTAL

Introdução ao Direito Ambiental - Aspectos Constitucionais II


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INTRODUÇÃO AO DIREITO AMBIENTAL - ASPECTOS


CONSTITUCIONAIS II
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pú-
blico e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futu-
ras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I –preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecoló-
gico das espécies e ecossistemas;

A Lei 9.985 prevê a unidade de preservação, para proteger e restaurar os espaços


territoriais, permitindo manejo ecológico das espécies.

II –preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar


as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;

Fazer um clone de uma pessoa, por exemplo, não é permitido, a fim de proteger
material genético.

III –definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus compo-


nentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permiti-
das somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integrida-
de dos atributos que justifiquem sua proteção;

Alguns espaços territoriais, como unidades de conservação, áreas de reserva legal


e de preservação permanente obtêm regramento especial de proteção imposta pela
Legislação. Uma unidade de conversão pode ser criada de forma livre, como por decreto,
mas a alteração é permitida somente por meio de lei.
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No caso de querer acabar com essa unidade, como de um lugar com madeiras raras,
ainda é necessário continuar protegendo essas árvores, por exemplo.

IV –exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente cau-


sadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto am-
biental, a que se dará publicidade;

Também é atribuição do Poder Público exigir estudo prévio de impacto ambiental


para atividades com significativa degradação do meio ambiente, em que a Resolução
Conama n. 1 de 1986 estabelece a avaliação de impacto ambiental e a Resolução Conama
n. 237 de 1997 que aborda o procedimento de licenciamento ambiental. É importante
dar publicidade a esse estudo, para que a população saiba o resultado, uma vez que a
proteção do meio ambiente também é dever da coletividade.
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V –controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e


substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;

Agrotóxico é um exemplo de substância que traz risco para a vida mesmo tendo sua
comercialização liberada. O PP, então, deve determinar as regras sobre qual agrotóxico é
permitido, sobre a utilização, sobre a produção etc.

VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização


pública para a preservação do meio ambiente;

A Lei 9.795 prevê a Política Nacional de Educação Ambiental que detalha essa regra,
a fim de causar menos danos ao meio ambiente, como propagar acerca da reciclagem e
da proibição de queimadas sem autorização do órgão ambiental.

VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais à crueldade.

A Constituição proíbe a crueldade contra animais.


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A questão dos rodeios em cidades pequenas, apesar de ser cruel para o animal, é do
interesse econômico da população.

VIII – manter regime fiscal favorecido para os biocombustíveis destinados ao consu-


mo final, na forma de lei complementar, a fim de assegurar-lhes tributação inferior
à incidente sobre os combustíveis fósseis, capaz de garantir diferencial competiti-
vo em relação a estes, especialmente em relação às contribuições de que tratam a
alínea b do inciso I e o inciso IV do caput do art. 195 e o art. 239 e ao imposto a que
se refere o inciso II do caput do art. 155 desta Constituição. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 123, de 2022)

Esse inciso tem como objetivo proteger o biocombustível, diminuindo os impostos e


alíquotas para incentivá-lo, por ser um combustível mais sustentável, ou seja, implan-
tou-se um regime tributário mais benéfico a fim de garantir a competitividade com os
combustíveis fósseis.

§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, re-
gistradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasi-
leiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos
animais envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 96, de 2017)

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Mesmo que anteriormente, na Lei da Vaquejada do Ceará, o STF tenha considerado


inconstitucional essa prática devido ao reconhecimento de laudos, o § 7º se deu pela
Emenda Constitucional em consequência do inciso VII citado anteriormente, em que o
Congresso Nacional determinou que não serão consideradas como crueldade práticas
esportivas que utilizam animais, desde que sejam manifestações culturais registradas,
como bem de natureza imaterial e com regulamentação por lei específica que assegura
o bem-estar dos animais.
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§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambien-
te degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente,
na forma da lei.

Esse parágrafo prevê, por exemplo, o caso de uma mineradora que ao explorar os
recursos minerais com as devidas licenças e autorizações, ainda assim será obrigada a
recuperar o meio ambiente da forma que o órgão competente determinar. Aqui se tem
um princípio do poluidor-pagador e da recuperação do meio ambiente.

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os


infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, indepen-
dentemente da obrigação de reparar os danos causados.

As sanções penais dos crimes ambientais são para pessoas físicas e jurídicas. A repa-
ração de danos causados é responsabilidade civil, penal e administrativa.

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Ma-


to-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na
forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente,
inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

Deve-se ter atenção ao fato de o Cerrado e o Pampa Gaúcho não estarem nesse
parágrafo. Os recursos naturais englobam recursos hídricos, florestais, entre outros.

§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações


discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
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Terras devolutas são terras devolvidas para o Estado, de acordo com o Direito Agrá-
rio. Englobam as terras roubadas dos indígenas, que passaram a pertencer à Coroa Por-
tuguesa, a qual distribuiu para pessoas que não cuidaram das terras. Por isso, voltaram
ao Poder Público. São indisponíveis, pois são necessárias para proteger o ecossistema.

§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida
em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

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A energia nuclear envolve a União, uma vez que pode causar riscos à saúde das pessoas.

• Para revisar, alguns princípios de direito ambiental previstos na CRFB são:


– princípio da obrigatoriedade da intervenção estatal (caput e § 1º);
– princípio da prevenção e precaução (caput e § 1º, IV);
– princípio da informação e da notificação ambiental (caput e § 1º, VI);
– princípio da educação ambiental (caput e §1º, VI);
– princípio da participação (caput);
– princípio do poluidor-pagador (§ 3º);
– princípio da responsabilidade da pessoa física e jurídica (§ 3º);
– princípio da soberania dos Estados para estabelecer sua política ambiental e de
desenvolvimento com cooperação internacional (§ 1º);
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– princípio do desenvolvimento sustentado (caput).

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Nilton Carlos Coutinho.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.

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