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REVISÃO DIREITOS

HUMANOS
NOÇÕES GERAIS DE DIREITOS HUMANOS

IDEIA CENTRAL DOS prover meios e instrumentos jurídicos


DIREITOS HUMANOS para a defesa da dignidade das pessoas

Direitos humanos: defesa dos direitos de dignidade, direitos universalmente aceitos na ordem internacional

Direitos do homem e do cidadão: direitos políticos e civis

Direitos fundamentais: conjunto de direitos positivados na ordem interna de determinado estado

Teoria da margem de apreciação: utilizada para resolver conflitos entre direitos fundamentais e direitos
humanos. Ponderada pelo princípio da proporcionalidade. O próprio estado estabelece limites e restrições ao
gozo de direitos em face do interesse público.

DIREITOS HUMANOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Conjunto de valores e direitos


Conjunto de valores e direitos na ordem positivados na ordem interna de
internacional para a proteção da determinado país para a proteção da
dignidade da pessoa dignidade da pessoa

Os direitos humanos são matéria central, tendo em vista que são imprescindíveis para que o ordenamento
jurídico afirme direitos das pessoas e limite a atuação estatal contra arbitrariedades.

Classificação
Teoria do Status de Jellineck
Relação na qual a pessoa encontra-se
status subjectionis em estado de sujeição em relação ao - status passivo
Estado.

Relação na qual a pessoa detém tão


status libertatis somente a prerrogativa de exigir uma - status negativo
abstenção do Estado

Relação na qual a pessoa tem a


status civitatis possibilidade de exigir prestações do - status positivo
Estado
Relação na qual a pessoa poderá - status ativo
status civitatis participar na formação da vontade do
Estado
Com base nisso é possível delinear uma classificação dos Direitos Humanos em:

 Direitos humanos de defesa


 Direitos humanos prestacionais
 Direitos humanos de participação

PARA FINS DE PROVA:

defesa dos direitos exigem uma


DIREITOS DE DEFESA negativos
de liberdade abstenção estatal

DIREITOS promoção dos exigem uma


PRESTACIONAIS positivos
direitos de igualdade atuação estatal

DIREITOS DE participação do exigem ao mesmo


PARTICIPAÇÃO indivíduo na tempo abstenção e misto
sociedade prestação

Classificação do Caso Luth


Entende-se que todos os direitos possuem um viés negativo e positivo ao mesmo tempo. O que varia é a carga
entre uma e outra, de modo que os direitos ditos prestacionais possuem tão somente uma carga prestacional
mais significativa, ao passo que os direitos negativos, possuem uma carga abstencionista mas intensa.

Estrutura dos Direitos Humanos Segundo André Ramos de Carvalho


Direito-pretensão: confere-se ao particular o direito a ter alguma coisa que é devido pelo Estado ou até mesmo
por outro particular. Assim, o Estado (ou esse outro particular) devem agir no sentido de realizar uma conduta
para conferir o direito.

Direito-liberdade: impõe a abstenção ao Estado ou a terceiros, no sentido de se ausentarem, de não atuarem


como agentes limitadores.

Direito-poder: possibilita à pessoa exigir a sujeição do Estado ou de outra pessoa para que esses direitos sejam
observados

Direito-imunidade: impede que uma pessoa ou o Estado hajam no sentido de interferir nesse direito.

Fundamentos dos Direitos Humanos

FUNDAMENTOS DOS DIREITOS Razões que legitimam e motivam o


HUMANOS reconhecimento dos Direitos Humanos

Impossibilidade de delimitação dos fundamentos


5 motivos:
1) Divergência quanto à definição do conjunto de direito abrangidos
2) Estão em constante evolução
3) Constituem categoria heterogênea
4) Consagrados a partir de juízos de valor que não podem ser justificados e comprovados
5) Constitui disciplina universalmente aceita e fundada na moral

Possibilidade de fundamentação

Fundamento jusnaturalista: direitos humanos equivalentes a direitos naturais. Categoria de direitos associada a
uma ordem superior, universal, imutável e inderrogável.

Fundamento racional: direitos não relacionados à natureza ou religião. A razão humana distingue o homem dos
demais seres

Fundamento positivista: são direitos humanos valores e juízos condizentes com a dignidade positivados no
ordenamento. Em geral, as ordens jurídicas são mutáveis e derrogáveis. Se a lei for omissa ou contrária a
dignidade humana será inaceitável.

Fundamento moral: direitos subjetivos, originados diretamente dos princípios independente da existência de
regras prévias. São direitos morais que não aferem sua validade por normas positivadas, mas diretamente de
valores morais da coletividade humana.

Fundamento da dignidade: dignidade como valor base, núcleo do direito básico. É o ponto em comum de todos
os fundamentos debatidos pela doutrina.

Estrutura Normativa
Os direitos humanos possuem normatividade aberta, com maior incidência de princípios do que de regras.

REGRAS PRINCÍPIOS

Mandados de Mandados de
determinação, técnica otimização, técnica do
do “tudo ou nada” “mais ou menos”

Pós Positivismo
 Corrente da filosofia do direito que busca a reaproximação entre direito e moral, de modo que as normas
jurídicas levem em consideração valores e comportamentos éticos.

 Em razão disso, desenvolve-se e consolida-se a teoria dos princípios, defendidos como espécie de normas e com
caráter vinculativo

 No âmbito interno, essa corrente do pensamento favorece a positivação desses valores nas respectivas
Constituições, pelo denominado neoconstitucionalismo (promoveu o rompimento entre as áreas pública e
privada; houve a constitucionalização do direito privado com o valor da dignidade humana espalhando-se para
todas as áreas antes isoladas).

 Para os direitos humanos, dada a sua natureza, esse movimento corrobora e fortalece a disciplina no âmbito
interno e internacional

DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

**TABELA DA EVOLUÇÃO DA CF BRASILEIRA IMPRESSA


A CF é apontada pela doutrina como: marco jurídico na proteção dos direitos e garantias fundamentais, de
superação a um momento anterior de exceção.

É considerada como uma das mais avançadas do mundo na matéria

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
 Art. 1º ao 4º
 A CF foi uma reação contra o período ditatorial e de exceção
 A CF procurou valorizar a pessoa em detrimento do patrimônio

Forma de governo: República


Forma de Estado: Federação
Regime de Governo: Democrático
Sistema de Governo: Presidencialismo

Fundamentos da República
Art. 1º, CF

soberania

cidadania

dignidade da
SO-CI-DI-VA-PLU pessoa humana

valores sociais do
trabalho e da livre
iniciativa

pluralismo
político

Soberania
Poder político supremo que não encontra limites em outros poderes, tanto na ordem interna quanto
internacionalmente. Esse conceito tem se modificado com o tempo e atualmente predominam ideias de
pluralismo político e social.
As ideias relacionadas ao direito comunitário e à soberania compartilhada caminham no sentido desta
relativização, tendo sido fortalecidos principalmente a partir da segunda metade do século XX.

Cidadania
Participação política dos cidadãos nos negócios do Estado e nas áreas de interesse público

Dignidade da pessoa humana


Superprincípio;
Núcleo essencial da irradiação dos direitos humanos;
Qualidade intrínseca de todo ser humano

Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa


Concilia direitos sociais com direitos econômicos
PARA O STF: O principio da livre iniciativa não pode ser invocado para afastar regras de regulamentação do
mercado e de defesa do consumidor
Pluralismo político
Exige o respeito à diversidade e às liberdades. Engloba o pluralismo político, social, econômico, partidário,
religioso de ideias, cultural, dentre outros.

Separação dos poderes (Art. 2º, CF)


 Repartição equilibrada dos poderes entre órgãos distintos. Essa distribuição de poderes confere equilíbrio à
Federação.
 Sistema de freios e contrapesos (check e balances): Cada poder tem autonomia para exercer sua função, porém
é controlado pelos outros poderes.

Objetivos do Estado brasileiro (Art. 3º, CF)


Todos os objetivos estão relacionados com a busca da dignidade da pessoa. Esses objetivos constituem metas a
serem alcançadas. Definem ponto de chegada.

sociedade
livre, justa e
solidária

promoção do ddesenvolvimento
bem de todos nacional
objetivos
fundamentais

redução das
erradicação da
desigualdades
pobreza e da
sociais e
marginalização
regionais

Fundamentos vs. Objetivos

 Base de sustentação
Fundamentos
 Define o ponto de partida

Objetivos  Define o ponto de chegada

Prevalência dos Direitos Humanos como princípio regente das relações internacionais (Art. 4º, CF)

PRINCÍPIOS QUE REGEM A REPÚBLICA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

 Independência nacional
 Prevalência dos direitos humanos
 Autodeterminação dos povos
 Não intervenção
 Igualdade entre os Estados
 Defesa da paz
 Solução pacífica dos conflitos
 Repúdio ao terrorismo e ao racismo
 Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade
 Concessão de asilo político
APLICAÇÃO IMEDIATA E CATÁLOGO ABERTO DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
(Art. 5º, §§ 1º e 2º, CF)
 As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata
Não se confunde aplicação com aplicabilidade!

 Catálogo aberto: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte.
Aceitação de outros direitos previstos em instrumentos internacionais

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS COMO CLÁUSULAS PÉTREAS


(Art. 60, §4º, CF)
Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir os direitos e garantias individuais.

REGRAMENTO DIFERENCIADO DOS TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS DE DIREITOS


HUMANOS
Conforme posicionamento atual do STF:
1) Tratados internacionais de direitos humanos aprovados com quórum de emenda constitucional: possuem
status de emenda constitucional no mesmo patamar hierárquico da CF

2) Tratados internacionais de direitos humanos aprovador com quórum de norma constitucional: possuem status
de norma supralegal, em ponto intermediário, acima das leis, abaixo da CF.

3) Demais tratados internacionais, independente do quórum de aprovação: possuem status de norma


infraconstitucional.

SUBMISSÃO AO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL


O Brasil se submete à submissão do tribunal penal internacional cuja criação tenha manifestado adesão.

INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA PARA A JUSTIÇA FEDERAL EM CASO DE GRAVE


VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS
(Art. 109, §5º, CF)
Cai muito em prova!
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o
Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou
processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.     

 Somente o PGR poderá ingressar com o incidente


 A petição deverá ser apresentada perante o STJ; e
IMPORTANTE!  O expediente processual tem por finalidade deslocar o
julgamento de determinado processo da justiça
especializada ou justiça estadual para a justiça federal
MODIFICAÇÕES PERPETRADAS NA CF EM DIREITOS HUMANOS

Dignidade da pessoa humana


Prevalência dos Direitos
como fundamento da República,
Dignidade da pessoa como Humanos como princípio
valor central e orientador de
objetivo da Federação orientador do Brasil nas relações
todo o ordenamento jurídico
internacionais
brasileiro

Catálogo aberto de Direitos


Positivação expressa de um rol de Aplicabilidade Imediata dos Humanos (aceitação dos
Direitos Humanos Direitos Humanos previstos nos instrumentos
internacionais)

Direitos e garantias individuais Formação de Tribunal


Direitos Sociais como espécie de
como cláusulas pétreas de nosso Internacional dos Direitos
Direitos Fundamentais
Estado Humanos

Incidente de deslocamento de
Regramento diferenciado dos
Possibilidade de submissão do competência para a Justiça
tratados internacionais de
Tribunal Penal Internacional Federal em caso de grave
Direitos Humanos
violação a direito humano

TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS


Origem e Conceito
A doutrina afirma que a origem de direitos humanos remota o ano de 1215, com a Magna Carta na Inglaterra.
Porém, é com a declaração de direitos do povo da virgínia, em 1776, que se fala propriamente em direitos de
liberdade como direitos humanos dentro de um texto constitucional.

DIREITOS HUMANOS = DIREITOS FUNDAMENTAIS

Os direitos fundamentais são direitos humanos positivados no ordenamento interno de determinado país.

Dimensões
1ª DIMENSÃO DOS 2ª DIMENSÃO DOS 3ª DIMENSÃO DOS
DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS
Direitos difusos e coletivos
Relacionados ao meio
ambiente
Direitos sociais, culturais
Direitos Direitos civis e políticos Relacionados à proteção
econômicos
jurídica do consumidor

Autodeterminação dos
povos
Associação aos lemas da Solidariedade ou
Liberdade Igualdade
Revolução Francesa Fraternidade
 Revolução Gloriosa na  Revolução
Inglaterra Mexicana de 1910
 Pós Segunda Guerra Mundial
 Independência dos EUA  Revolução Russa,
Marcos históricos
em 1917, que
 Surgimento da ONU em 1945
 Revolução Francesa culminou com o
comunismo da
 Paz de Westfália URSS
 “Encíclica Rerum
Novarum” – Papa
Leão XIII em 1891

 “O Contrato Social” – Jean-  “Manifesto do


Jacques Rousseau Partido
Comunista” – Karl
 “Segundo Tratado sobre o Marx e Frederich
Governo” – John Locke Engels
 Trabalhos acadêmicos que
Marco teórico Ambos afirmam que os Necessidade de visem à proteção universal e
homens possuem mais atenção às solidária da humanidade
determinados direitos que questões sociais e
não podem ser suprimidos melhor distribuição
pelos governantes, e se de riquezas. O 1º
forem, configuram um mostrou-se contra
governo violador. as arbitrariedades
cometidas pelos
empregadores
contra a classe
operária
Constituição
Mexicana de 1917
– considerada o
primeiro texto
constitucional a
proclamar direitos
sociais
 Constituição Americana de  Declaração Universal dos
1787 Constituição de
Direitos Humanos de 1948 – Na
Weimar na
visão da doutrina majoritária,
Marco jurídico Alemanha em
 Declaração Francesa dos não é um tratado internacional,
1919
Direitos do Homem e do no sentido formal, e não possui
Cidadão de 1789 em si força vinculante
São marcos do
movimento
constitucionalista e
declararam o
surgimento de
Estado de bem-
estar social (Welfare
State)
Passagem do Estado Passagem do Estado Revolta da sociedade contra as
Evolução da
absolutista para o Estado Liberal para o atrocidades das guerras mundiais
sociedade
Liberal Estado Social
Direito à liberdade de
Exemplo Direito à saúde Direito ao meio ambiente
expressão
4ª DIMENSÃO DOS DIREITOS HUMANOS 5ª DIMENSÃO DOS DIREITOS
HUMANOS
Direitos relacionados às pesquisas biológicas e à
manipulação do patrimônio genético das pessoas
(Norberto Bobbio)
Direitos Direito à Paz
Tutela da democracia, do direito à informação e o
pluralismo político (Paulo Bonavides)
Marco histórico Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05) 11 de Setembro

Direitos Fundamentais vs. Garantias Fundamentais


Direito fundamental: interesse ou faculdade juridicamente protegida em razão de possuir valores essenciais da
ordem jurídica
Garantia fundamental: procedimento específico, cuja finalidade é conferir eficiente proteção a direitos
fundamentais
As garantias processuais podem ser classificadas em:
 Processuais
 Materiais
 Institucionais

GARANTIAS
São os remédios constitucionais Habeas corpus, habeas data, etc.
PROCESSUAIS

GARANTIAS Sigilo bancário é garantia material


São as garantias propriamente ditas
MATERIAIS da privacidade, da intimidade, etc.

Independência do Poder Judiciário é


garantia institucional de todos os
São institutos que a CF consagra e que visa, em ultima
GARANTIAS direitos na medida em que os
instância, preservar o Estado Democrático de Direito
INSTITUCIONAIS protege de violação do próprio
em que se baseiam os direitos fundamentais
Estado; separação de poderes vida
proteger a liberdade humana etc.

Fundamentos:

FUNDAMENTO JUSNATURALISTA

 Normas anteriores e superiores ao direito estatal posto, decorrente de um


conjunto de ideias, fruta da razão humana
 CRÍTICA: os Direitos Humanos não são direitos naturais, preexistentes e
superiores a quaisquer espécies normativa, mas decorrente da evolução
histórica da sociedade
Não há teoria
FUNDAMENTO POSITIVISTA
isolada que
prevaleça em
 São Direitos Humanos os valores e juízos condizentes com a dignidade
concurso em
positivados no ordenamento
concurso
 CRÍTICA: considera os Direitos Humanos como único fundamento que
enfraquece a proteção, porque diante da omissão legislativa ou de contrária à
dignidade, permite-se a precarização de tais direitos
FUNDAMENTO MORAL

 Os direitos humanos podem ser considerados direitos morais que não aferem
sua validade por normas positivadas, mas diretamente de valores morais da
Titularidade
coletividade humana.
TITULARIDADE ATIVA TITULARIDADE PASSIVA
 Pessoas naturais: titularidade de todos os direitos  Poder público: abrangendo o Poder Executivo,
fundamentais Legislativo e Judiciário

 Pessoas jurídicas: titularidade de todos direitos  Ordem internacional


fundamentais compatíveis, como o direito à
propriedade  A própria sociedade.

 Poder público: titularidade de direitos fundamentais


compatíveis, como as garantias processuais do
contraditório, ampla defesa etc.

 Entes despersonalizados: são titulares considerando


os direitos de 3ª dimensão como as comunidades
indígenas

E os animais, são titulares de direitos fundamentais?


Embora haja internacionalmente países que atribuam
direitos fundamentais aos animais, nossa CF adota uma
visão antropocêntrica (homem é o centro) de forma que
a fauna e a flora são objetos de tutela constitucional na
qualidade de bens jurídicos, e não de sujeitos de
direitos.

Características

Superioridade Relatividade ou
Historicidade Universalidade
Normativa Limitabilidade

Irrenunciabilidade
ou Inalienabilidade Imprescritibilidade Interdependência
Indisponibilidade

Aplicabilidade
Caráter Erga Omnes Exigibilidade Abertura
Imediata

Proibição do
Dimensão objetiva Eficácia horizontal
retrocesso

Limitações aos direitos fundamentais


 Não há direito absoluto em nosso ordenamento. Até mesmo o direito à vida poderá ser restringido em hipóteses
excepcionais
 Alguns direitos fundamentais sofrem limitação pela própria Constituição. Existem direitos fundamentais sujeitos
à reserva legal qualificada

 Existem também direitos fundamentais que sofrem limitação em razão da tutela de outro direito fundamental. É
o que se denomina de reserva simples. Nesses casos, quando dois direitos fundamentais colidem, eles cedem
para que sejam resolvidos os conflitos sociais.

 Os direitos fundamentais podem ser restringidos por normas de hierarquia constitucional ou por normas
infraconstitucionais, quando o próprio texto constitucional assim autorizar de forma expressa a restrição.

 Diante da constatação da necessidade da ponderação de interesses, frente a uma colisão inevitável de direitos
fundamentais, deverá prevalecer a proporcionalidade, evitando assim a aniquilação de direitos.

Reserva Legal Limitação pela


Qualificada propria CF
LIMITAÇÕES DE
DIREITOS
Reserva Legal Limitação em razão da
Simples colisão entre
direitos
fundamentais

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E OS TRATADOS DE INTERNACIONAIS DE DH

Direitos humanos representam o conjunto de


direitos reputados imprescindíveis para que
se concretiza a dignidade das pessoas

Acordos internacionais regidos pelo Direito


TRATADOS INTERNACIONAIS
Internacional, que versam sobre direitos que
DE DIREITOS HUMANOS
concretizam a dignidade da pessoa

INCORPORAÇÃO À ORDEM JURÍDICA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS


Para que um tratado obrigue o Estado brasileiro internamente ele deverá passar por 4 fases:

Assinatura internacional

Aprovação pelo Congresso Nacional

Ratificação e depósito
atura internacional
Promulgação interna

Os tratados internacionais são assinados, no Brasil, pelo Presidente da República, no exercício da chefia de Estado
(Art. 84, VIII, CF)

De acordo com a doutrina, existem dois modelos para que determinado tratado internacional passe a vincular
interna e juridicamente o Estado:

MODELO DA UNICIDADE DE VONTADE MODELO DA DUPLICIDADE DE VONTADE

Manifestação apenas do Poder Manifestação do Poder Executivo


Executivo (Chefe de Estado) (Chefe de Estado) E
Os tratados internacionais de Direitos Humanos que gerem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio
nacional implicam na obrigatoriedade de aprovação do tratado internacional perante o Congresso Nacional para a
incorporação ao ordenamento jurídico interno (Art. 49, I, CF)

O Presidente no
exercício de sua Assina o tratado internacional
função típica de chefia
de Estado
EM RESPEITO À
SEPARAÇÃO DE
PODERES O Congresso Nacional Aprova o documento internacional
na sua função típica que acarretará encargos ou
de legislar compromissos gravosos

APROVAÇÃO PELO CONGRESSO  consiste na autorização para que o Presidente se obrigue perante a
NACIONAL comunidade internacional

A partir da retificação e do depósito, o tratado internacional passa a vincular o Estado no cenário internacional.
Contudo, internamente ainda é necessária a promulgação do tratado na ordem interna.

A promulgação do tratado internacional internamente consiste na transformação do tratado em lei interna do


país. A respeito dessa fase, há duas teses:

Teoria monista: a partir da ratificação e do depósito do tratado no órgão internacional o Estado já estaria
vinculado internacional e internamente, sendo necessária a promulgação do tratado internacional na ordem
interna.
Teoria dualista: somente com a promulgação do tratado internacional na ordem interna seria possível falar em
vinculação interna.

No Brasil não se adota nenhuma das duas!

No Brasil:
ASSINATURA PELO PRESIDENTE
 competência privativa

APROVAÇÃO PELO CONGRESSO NACIONAL


 dos tratados que acarretarem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio
do Estado
 modelo de duplicidade de vontade
 decreto legislativo

RATIFICAÇÃO E DEPÓSITO NO ÓRGÃO INTERNACIONAL


 certidão de nascimento jurídico do tratado internacional
 vinculação internacional

PROMULGAÇÃO DO TRATADO INTERNACIONAL


 transformação do tratado internacional em lei interna do país
HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
Art. 5º, §3º, CF – EC 45/04

Se o tratado internacional versar sobre


Direitos Humanos;

Se for aprovado na Câmara dos EQUIVALE À


Deputados, em 2 turnos, por 3/5 dos EMENDAS
votos dos respectivos membros; CONSTITUCIONAIS

Se for aprovado no Senado Federal, em 2


turnos, por 3/5 dos votos dos
respectivos membros

Portanto:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL E TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS


HUMANOS APROVADOS COM QUÓRUM DE EMENDA
 Compreende o texto originário e as emendas constitucionais

TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS APROVADOS COM


QUÓRUM DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS
 Caráter supralegal

ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS


 Buscam validade nos atos normativos primários
 Ex: decretos executivos, portarias, instruções normativas

PARA FINS DE PROVA:


SE A QUESTÃO NADA ESPECIFICAR: adotar a posição majoritária de que os tratados incorporados possuem
natureza jurídica supralegal (se internalizados com o quórum ordinário) ou equiparam-se às emendas
constitucionais (se internalizados pelo mesmo procedimento delas).
SE A QUESTÃO ESPECIFICAR O POSICIONAMENTO DOUTRINÁRIO: com fundamento no Art. 5º, §2º, da CF, todos
os tratados internacionais de Direitos Humanos possuem status de norma constitucional.

Tratados de Direitos Humanos anteriores à EC 45/04 possuem status hierárquico supralegal

PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS NORMAS

1º) ASSINATURA Presidente

Congresso Decreto Legislativo – ATO Marca a EXISTÊNCIA DO


2º) APROVAÇÃO NORMATIVO PRIMÁRIO TRATADO
Nacional

3º) RATIFICAÇÃO E
Presidente
DEPÓSITO

Decreto Executivo – ATO Marca a EXECUÇÃO


3º) PROMULGAÇÃO Presidente NORMATIVO SECUNDÁRIO INTERNA DO TRATADO

 É competência exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados internacionais que
gerem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio

 É competência privativa do Presidente da República celebrar tratados, sujeitos a referendo do Congresso


Nacional.

NORMAS FORMAIS E MATERIAIS


PARA O STF:

TRATADO APROVADO COM materialmente formalmente


QÚORUM DE EMENDA
constitucional constitucional
CONSTITUCIONAL

TRATADO APROVADO SEM


QÚORUM DE EMENDA
materialmente
CONSTITUCIONAL constitucional
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS – RESUMO E ESQUEMAS

 Principal instrumento do Sistema Global


 Principal contribuição para a universalização da proteção ao ser humano
 Núcleo: dignidade da pessoa humana
 Considerada fonte matriz dos sistemas de direitos humanos existentes

ESTRUTURA DA DUDH
Dimensão de Direitos Humanos Artigos Discussão
Consenso na comunidade
1ª dimensão Artigo 1º ao 21
internacional
Discussão entre EUA x URSS –
2ª dimensão Artigo 22 ao 30 porém prevaleceu a tese de
proteção a esses direitos
Não há previsão direta, mas apenas Os direitos dessa geração foram
3ª dimensão algumas referências ao longo do concebidos mais tarde, razão pela
texto qual não constam na DUDH

DIREITOS ALBERGADOS
 direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal;
 proibição à escravidão e à servidão;
 proibição à tortura e ao tratamento cruel, desumano ou degradante;
 reconhecimento da personalidade jurídica (sujeito de direitos);
 direito à igualdade;
 proibição da prisão arbitrária;
 direito a justa e pública audiência perante um tribunal independente e imparcial;
 presunção de inocência;
 proteção à vida privada
 liberdade de locomoção;
 direito de asilo (não invocável em caso de perseguição legitimamente motivada por crime de direito comum)
 direito a nacionalidade;
 direito de contrair matrimônio e fundar uma família;
 direito de propriedade;
 direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;
 direito à liberdade de reunião e associação pacífica;
 direito de participação política;
 garantia de acesso ao serviço público do país;
 direito à segurança social;
 direito ao trabalho;
 direito ao repouso e lazer;
 direito a padrão de vida capaz de assegurar saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis;
 direito à educação; e
 direito de participar livremente da vida cultural
NATUREZA JURÍDICA
1ª corrente: Não constitui documento vinculativo, pois a DUDH trata da declaração de direitos, sem mecanismos
de fiscalização ou implementação.

2ª corrente: A DUDH constitui norma jurídica vinculante porque integra o direito costumeiro e os princípios
gerais de direito, pois:
A) As constituições – a exemplo do Brasil – incorporam preceitos da DUDH no texto;
B) A ONU, em seus diversos documentos, faz remissões ao seu texto, alertando para o seu caráter obrigatório; e
C) Várias decisões proferidas pelas diversas cortes internacionais referem-se à DUDH como fonte do direito
PREVALECE A 2ª CORRENTE

DISPOSIÇÕES DA DUDH

PREÂMBULO Fundamentos

Direitos
ARTIGOS
substantivos

A DUDH não foi aprovada como tratado ou convenção, mas sob a forma de resolução

PREÂMBULO

A dignidade – núcleo da DUDH – decorre da mera condição humana e


independe de concessão política da sociedade
it

As atrocidades decorrentes das Guerras Mundiais foram determinantes


para o processo de internacionalização dos Direitos Humanos

A comunidade deve se esforçar para criar meios de implementação dos


direitos previstos na Declaração, entre os quais a educação e o ensino
em direitos humanos

O princípio da Igualdade
formal (igualdade na lei)
A DUDH
CONSAGRA:
O princípio da Igualdade
material (igualdade perante
a lei ou isonomia)
PRINCÍPIO/DIREITOS HUMANOS ESSENCIAIS

Princípio da Direito à Direito à Direito à


Direito à vida
igualdade liberdade segurança propriedade
PARA A DOUTRINA ESPECIALIZADA A vedação à tortura e à escravidão
EM DIREITOS HUMANOS constituem direitos humanos absolutos

Devido processo legal Publicidade dos atos processuais

Vedação à prisão/detenção/exílio Princípio da presunção de


arbitrários GARANTIAS inocência
PROCESSUAIS DA
Igualdade no processo DUDH Princípio da irretroatividade na lei
penal
Imparcialidade do julgador

Princípio da irretroatividade DUDH

Princípio da irretroatividade da
CF
Lei Penal Maléfica

Um direito individual –
em relação a cada
um de seus
participantes
SEGUNDO OS
DOUTRINADORES, O
DIREITO DE REUNIÃO
É, AO MESMO TEMPO: Um direito coletivo –
no tocante a seu
exercício conjunto

Direito ao trabalho (em termos genéricos)

Liberdade de escolha do emprego

Condições justas e favoráveis de trabalho

Proteção contra o desemprego

DIREITOS TRABALHISTAS Igualdade de remuneração para igual trabalho


PREVISTOS NA DUDH
Direito à remuneração justa e satisfatória

Liberdade de associação em sindicatos

Direito à repouso e lazer


GRAU ELEMENTAR Gratuíta Obrigatória

GRAU FUNDAMENTAL Gratuíta

GRAU TÉCNICO-
Acessível a todos
PROFISSIONAL

SUPERIOR Mérito

DIREITOS SOCIAIS NA DUDH

 Garantia de vida socialmente digna (alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos,


serviços sociais, proteção em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez ou velhice)
 Proteção à maternidade
 Direito à instrução
 Direito de participação dos bens culturais
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS – RESUMO E ESQUEMAS
(PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA)

 Principal instrumento para a implementação dos Direitos Humanos no âmbito da OEA


 Editado em 1969, foi ratificado pelo Brasil somente em 1992

1969 1992 1992 1992

 Edição do  Aprovação  Ratificação e  Promulgação


Pacto de San pelo Congresso depósito pelo interna pelo
José da Costa Nacional por Presidente da Decreto
Rica meio do DL nº República Executivo nº
27/1992 678/1992

O Pacto de San José da Costa Rica previu apenas direitos de primeira dimensão, ou seja, direitos civis e políticos.

Direitos de primeira Direitos civis e Extensivamente


dimensão políticos previstos ao longo do
texto

PACTO DE SAN JOSÉ DA


COSTA RICA Apenas menção
expressa à
Direitos de segunda Direitos sociais, implementação
dimensão econômicos e culturais progressiva e de
atuação cooperativa
dos Estados-membros

Os direitos sociais, econômicos e culturais somente foram disciplinados no Protocolo San Salvador (Protocolo
adicional à Convenção)

PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA PROTOCOLO DE SAN SALVADOR

 Direitos civis e políticos  Direitos sociais econômicos e culturais

DIREITOS ALBERGADOS

 Personalidade jurídica  Vida


 Integridade pessoal  Proibição da escravidão e da servidão
 Liberdade pessoal  Garantias judiciais
 Legalidade e retroatividade da lei penal  Indenização por erro judiciário
 Proteção da honra e da dignidade  Liberdade de consciência e de religião
 Liberdade de pensamento e de expressão  Direito de resposta
 Direito de reunião  Liberdade de associação
 Proteção da família  Direito ao nome
 Direitos da criança  Nacionalidade
 Propriedade privada  Direito de circulação e residência
 Igualdade perante a lei e proteção judicial

GARANTIAS JUDICIAIS
Juízo natural e imparcial
Presunção de inocência
Assistência de um tradutor
Ampla defesa
Não autoincriminação
Possibilidade de recorrer das decisões

Direito à vida
(Art. 4º)
 Desde à concepção

 Não foi abolida no pacto de San José da Costa Rica, uma vez que é admitida
nos países que já a prevejam para os crimes mais graves
PENA DE  Em nenhuma hipótese será aceita para: delitos políticos ou conexos, para
MORTE menores de 18 anos quando da prática do ato infracional, para maiores de
setenta anos e para mulheres grávidas
 Países que tenham abolido a pena de morte não poderão restabelecê-la

Trabalhos Forçados
(Art. 6º)

REGRA Vedado

Pena privativa de Liberdade acompanhada de trabalhos forçados

EXCEÇÃO Depende de sentença judicial

TRABALHOS
Não pode afetar a dignidade ou a capacidade física e intelectual do
FORÇADOS
preso

Trabalhos normalmente exigidos de pessoa reclusa em cumprimento


NÃO SERÃO de sentença
CONSIDERADOS
COMO TRABALHO Serviço militar
FORÇADO
Serviços exigidos em caso de perigo ou de calamidade

Obrigações cívicas normais


Direito de Suspensão
(Art. 27)

DIREITO DE SUSPENSÃO

Hipóteses:
 Guerra;
 Perigo público; e
 Emergência que ameace a independência ou a segurança do Estado

Temporário

Não é autorizada a suspensão dos seguintes direitos:


 Reconhecimento da personalidade jurídica;
 Vida;
 Integridade pessoa;
 Proibição da escravidão e da servidão;
 Princípio da legalidade e da retroatividade;
 Princípio da liberdade de consciência e de religião;
 Proteção da família;
 Direito ao nome;
 Direitos das crianças;
 Direito à nacionalidade; e
 Direitos políticos

MECANISMOS DE IMPLEMENTAÇÃO

Dois órgãos competentes para a implementação dos direitos:


 Comissão Interamericana de Direitos Humanos – órgão de natureza executiva
Fiscalização do cumprimento das regras do Pacto, sendo responsável pelo recebimento e pelo processamento
dos relatórios, das comunicações interestatais e das petições individuais.
 Corte Interamericana de Direitos Humanos – órgão de natureza jurisdicional

Mecanismos de implementação das normas da Convenção


RELATÓRIOS COMUNICAÇÕES INTERESTATAIS PETIÇÕES INDIVIDUAIS

Artigo 42 Artigo 45 Artigo 44

Petições individuais
 Possibilidade de a vítima de direito humano denunciar violações
 Se o Estado-parte aderir ao seu texto, se submeterá automaticamente a ele

 A mera assinatura do Pacto de San José da Costa Rica já gera a


submissão ao sistema de peticionamento individual
PETIÇÕES
INDIVIDUAIS  Não há necessidade, portanto, de declaração expressa do Estado-
parte aceitando esse mecanismo de implementação

Legitimados para apresentar as petições individuais:

Vítima de violação ao seu direito humano;


Legitimados para
apresentar as

Individuais
Petições

Grupo de pessoas; e

ONGs legalmente reconhecidas

Comunicações Interestatais
 Será necessária a declaração expressa do Estado-parte reconhecendo a competência da Comissão para
recebimento e exame de tais comunicações
 Podem ser utilizadas para objetivos políticos e propósitos intervencionistas

Requisitos de admissibilidade das petições e comunicações


(Art. 46 e 47)
 Esgotamento ou inexistência de recursos internos para reparação do direito humano violado ou quando os
recursos disponíveis forem inefetivos;
 Apresentação do expediente internacional no prazo de 6 meses a contar da decisão interna insatisfatória
 Não haja outro procedimento internacional apurando a questão; e
 Identificação com nome, nacionalidade, domicílio e assinatura (não são aceitas petições individuais apócrifas)

Esgotamento ou inexistência de recursos internos


ADMISSIBILIDADE
REQUISITOS DE

Apresentação do expediente internacional no prazo de 6


meses a contar da decisão interna insatisfatória

Inexistência de outro procedimento internacional


(litispendência internacional)

Identificação com nome, nacionalidade, domicílio e assinatura


SERÃO INADMISSÍVEIS  Não preencher algum dos requisitos de admissibilidade
PETIÇÕES OU  Não expuser fatos que caracterizem violação dos direitos desta Convenção
COMUNICAÇÕES  For manifestamente infundada ou for evidente sua total improcedência
QUE:  Por substancialmente reprodução de petição ou comunicação anterior

Recebimento de petições ou comunicações

RECEBIDA A COMUNICAÇÃO

Analisa os requisitos de
admissibilidade:

Não estiverem Se estiverem


presentes presentes

Arquiva Solicita informações ao


Estado acusado

Comissão analisará a
subsistência das
acusações:

Insubsistente Subsistente

Arquiva Tenta solução


amistosa

Se positiva Se negativa

Fará relatório que será


Fará relatório que
encaminhado aos Estados-
será enviado ao
partes envolvidos
Secretário-Geral
da OEA
Prazo de 3 Se nada fizerem
meses para
tomar
providências
Comissão após decorrido
prazo de 3 meses:

Decidirá acerca Decidirá se serão


das medidas publicadas as
tomadas
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
(Capítulo VII) (Art. 34)

 Criada pela OEA


 Constitui órgão executivo, responsável pela promoção, pela observância e pela defesa dos direitos humanos no
Sistema Americano.
 Composto por 7 membros de alta autoridade moral e reconhecido saber em Direitos Humanos
 Sua principal tarefa é a responsabilização dos Estados em caso de descumprimento dos direitos civis e políticos
expressos na Carta e na Declaração Americana.

Estimular a
observância do
Pacto de San José
Atuar no recebimento da Costa Rica
e processamento das Efetuar
petições individuais e recomendações
comunicações
ATRIBUIÇÕES DA
COMISSÃO
Responder às consultas Preparar estudos e
formuladas pelos relatórios
Estados-partes
Solicitar
informações dos
Estados-partes

À comissão é conferido o direito de receber denúncias de violação às regras prescritas na Convenção, a partir das
quais desenvolverá trabalho de exame e investigação.
A provocação da Corte se dá tão somente pela Comissão ou pelos Estados-partes, vedando-se à pessoa litigar
diretamente na Corte Internacional.
Para que uma petição ou comunicação interestatal seja admitida perante a Comissão, a doutrina elenca requisitos
formais e materiais

REQUISITOS FORMAIS REQUISITOS MATERIAIS


A qualificação do interessado indicando o nome, a
nacionalidade, a profissão, do domicílio, bem como a
assinatura da pessoa, grupo de pessoas ou órgão ou Esgotamento dos recursos da jurisdição interna
entidade representativa. É impossível a provocação da
Comissão por intermédio de denúncia apócrifa.
Fatos que envolvem a violação a direito humano.
Trata-se de informar o contexto fático, trazendo Apresentação da denúncia no prazo de 6 meses a
elementos que viabilizem o exame pela Comissão. Em partir de quando foi cientificada da decisão definitiva
razão disso, devem ser levadas informações interna
comprobatórias, testemunhas, documento, etc.
Indicação do Estado que pretensamente violou os A matéria discutida não pode ser objeto de outro
direitos humanos processo internacional
Não ocorrência da coisa julgada no âmbito da OEA ou
Indicação quanto à utilização do aparato interno de
em qualquer outro organismo de jurisdição
proteção dos direitos humanos
internacional
Fundamentação, sob pena de expressa
improcedência

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS


(Capítulo VIII) (Artigo 52)

 Órgão jurisdicional do sistema interamericano de direitos humanos e constitui excelente alternativa para a
reparação da violação de direitos humanos
 Independente e autônoma
 Seu objetivo é a aplicação e a interpretação da Convenção Americana de Direitos Humanos
 Tribunal com o propósito primordial de resolver os casos protegidos pela Convenção Americana de Direitos
Humanos

LEGITIMADOS PARA INGRESSAR NA


CORTE

Estados-partes Comissão
Interamericana de
Direitos Humanos

Uma pessoa poderá peticionar diretamente à Corte nos casos graves


e urgentes para evitar danos irreparáveis para que sejam tomadas
EXCEPCIONALMENTE
medidas acautelatórias, nos procedimentos já em andamento na
Corte.

Por outro lado, se a questão ainda não tiver sido analisada pela Corte, o pedido individual somente será
submetido por intermédio da Comissão.

A comissão deverá participar de todas as reuniões da Corte, seja nos processos em que for parte, seja nos
processos iniciados pelos Estados-membros, caso em que atuará como se fosse um fiscal.

 Competência contenciosa: A Corte possui competência para resolver litígio que lhe são submetidos
 Competência consultiva: Possui competência para responder questionamentos sobre a interpretação de
determinada regra do Sistema Interamericano e sobre a compatibilidade das leis internas com o Pacto de San
José da Costa Rica.

Assuntos que são tratados no âmbito da corte:


Alcance da competência consultiva
Sistema de reservas
Restrições à adoção da pena de morte
Limites ao direito de associação
Sentido do termo “leis”
Exigibilidade do direito de retificação ou resposta
Etc.
ATENÇÃO: O Brasil reconheceu por prazo indeterminado a competência da Corte, contudo, exige que os Estados,
que com ele litiguem, também tenham aceitado por prazo indeterminado a submissão à Corte (cláusula de
reciprocidade). Nosso país, contudo, não reconheceu a competência da Corte no mesmo momento em que
ratificou a Convenção.

As decisões da Corte podem ser:


 Finais: decidirão a respeito do direito protegido, determinando que ele seja assegurado caso reste configurada a
violação a direito humano, bem como a reparação indenizatória à vítima. Aqui é cabível esclarecimento à Corte
no prazo de 90 dias a contar da notificação da decisão, caso a parte tenha dúvida quando à extensão do que fora
determinado pela corte.

 Liminares: “medidas provisórias”, decorrem de situações urgentes a pedido da vítima de violação aos Direitos
Humanos (quando a questão estiver submetida à Corte) ou a pedido da Comissão (ainda que a questão não
esteja submetida à Corte)
Dessas decisões não é cabível recurso!

Homologação: A posição predominante na doutrina é no sentido de que, uma vez que se trata de sentença
internacional (e não estrangeira), não é necessário observar o procedimento de homologação da sentença
estrangeira perante o STJ. Contudo, até o presente não há posicionamento do tribunal brasileiro a respeito desse
assunto.

RESUMO DOS PRINCIPAIS CASOS ENVOLVENDO O BRASIL NO SISTEMA INTERAMERICANO

CASOS OBSERVAÇÕES
O caso discutiu a morte de Damião Ximenes Lopes, portador de deficiência mental,
que foi submetido a condições desumanas e degradantes enquanto encontrava-se
internado para tratamento psiquiátrico no Ceará.
Por petição da irmã da vítima, a Corte Interamericana de Direitos Humanos foi
Caso Ximenes acionada e decidiu pela omissão do Estado brasileiro em apurar os fatos,
(2006) condenando-o a indenizar a vítima (U$ 140.000), a investigar e sancionar os
responsáveis pela violação dos direitos de Damião, a publicar a sentença na Corte
no DOU e em jornal de grande circulação, bem como a desenvolver programas de
formação e de capacitação de médicos, em especial para o tratamento de pessoas
portadoras de necessidades especiais.
Esse processo envolveu a discussão em torno de Francisco Gilson Nogueira de
Caso Nogueira de Carvalho, advogado defensor dos direitos humanos, que denunciou crimes
Carvalho (2006) cometidos por grupo de extermínio envolvendo policiais e servidores públicos.
O processo, contudo, foi arquivado por falta de provas.
Em processo discutiu interceptações telefônicas e monitoramento de linhas feitas
de forma ilegal e irregular pela Polícia Militar do Estado do Paraná, violando regras
do Pacto de San José da Costa Rica relativas ao direito de privacidade.
Não se discutiu, nesse procedimento, a legalidade (ou melhor, o controle de
Caso Escher
convencionalidade) da Lei de Interceptações Telefônicas.
(2009)
O resultado do julgamento perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos
foi favorável às vítimas. Condenou-se o Estado brasileiro a indenizá-las (U$
20.000), a publicar nos meios oficiais parte do julgamento, bem como a investigar
os fatos que deram origem ao caso.
Caso Garibaldi Nesse caso, discutiu-se a responsabilidade do Estado brasileiro por omissão da
(2009) apuração e da responsabilização pelo homicídio de Sétimo Garibaldi, no Paraná.
A decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos foi favorável, condenando
o brasil a indenizar os familiares da vítima (U$ 200.000), a publicar sentença no
DOU e em jornal de grande circulação, dispondo, ainda, a respeito do dever de o
Estado apurar, com eficácia, o inquérito para identificar, julgar e sancionar os
responsáveis pela morte da vítima.
O caso envolveu a responsabilidade do Estado brasileiro em investigar e apurar as
violações de direitos humanos decorrentes de detenção arbitrária, tortura e
desaparecimento forçado de 70 pessoas resultantes de operação do Exército, que
teve por finalidade acabar com a denominada Guerrilha do Araguaia. Além disso,
discutiu-se a validade da Lei de Anistia, uma vez que a não investigação foi
Caso Gomes Lund – fundamental na referida Lei.
Guerrilha do Em seu julgamento, a Corte Interamericana de Direitos Humanos decidiu que a Lei
Araguaia (2010) de Anistia impede a investigação e sanção de violações a Direitos Humanos, bem
como que o Brasil violou direitos das vitimas e familiares. Fixa, ainda, o dever de
indenizar as vitimas e familiares interessados, bem como a necessidade de
publicação da decisão em diário oficial e jornais de grande circulação e, por fim, o
dever de implementar políticas públicas para que ocorra a promoção dos Direitos
Humanos.
PROTOCOLO ADICIONAL À CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
RESUMO E ESQUEMAS
(PROTOCOLO DE SAN SALVADOR)

Protocolo responsável por acrescentar a proteção aos direitos sociais, econômicos e culturais no âmbito do
Sistema Interamericano.

1988 1995 1996 1999

 Edição do  Aprovação  Ratificação e  Promulgação


protocolo de pelo depósito interna pelo
San Salvador Congresso pelo Decreto
Nacional, Presidente Executivo nº
por meio do da República 3.321
DL nº 56/95

Os direitos assegurados nesse protocolo são os mesmos previstos no Pacto Internacional dos Direitos Sociais,
Econômicos e Culturais.

Por envolver direitos prestacionais de segunda dimensão, o artigo 1º prevê que a aplicação de seus direitos
deverá ocorrer de forma progressiva.

DIREITOS ALBERGADOS

DIREITOS ALBERGADOS NO PROTOCOLO DE SAN SALVADOR


 Direito do trabalho  Direito a condições justas, equitativas e satisfatórias de trabalho
 Direitos sindicais  Direito à previdência social
 Direito à saúde  Direito a um meio ambiente sadio
 Direito à alimentação  Direito à educação
 Direito aos benefícios da cultura  Direito à constituição e à proteção da família
 Direitos da criança  Direito de proteção das pessoas idosas
 Direito à proteção de deficientes

Direitos Trabalhistas
Vem assegurados nos artigos 6º e 7º e compreende o direito mais extensamente tratado. O pacto garante a todos
a oportunidade de obter os meios para levar uma vida digna e decorosa por meio do desempenho de uma
atividade lícita, livremente escolhida ou aceita. Para tanto, os Estados-partes deverão empreender esforços para
adotar medidas que objetivem:
1. O pleno emprego
2. A orientação vocacional
3. O desenvolvimento de projetos de treinamento técnico-profissional, (em especial os destinados aos deficientes)
4. A execução e o fortalecimento de programas que coadjuvem um adequado atendimento da família para que
possibilidade à mulher o exercício do direito ao trabalho.

O tratamento ao direito do trabalho prossegue no artigo 7º, estabelecendo a necessidade de se garantir condições
justas, equitativas e satisfatórias de trabalho. Para tanto, prevê uma série de direitos e garantias, quais sejam:

 Salário mínimo
 Salário equitativo àqueles que exercem igual trabalho
 Liberdade de escolha da profissão que lhe convier
 Direito à promoção, que levará em conta: qualificações, competência, probidade e tempo de serviço
 Estabilidade no emprego, prevendo, no caso de desligamento imotivado, o direito à reintegração ou indenização
 Segurança e higiene no trabalho
 Proibição de trabalho noturno ou em atividades insalubres ou perigosas para os menores de 18 anos ou que
possa colocar em perigo a saúde, a segurança ou a moral do trabalhador
 Em relação aos menores de 16 anos, o trabalho deverá observar necessariamente o direito à instrução
obrigatória, não sendo admitido o trabalho em detrimento do estudo
 Limitação diária e semanal da jornada de trabalho, prevendo jornadas especiais para os trabalhadores que
laboram em atividades perigosas, insalubres e noturnas
 Repouso, gozo do tempo livre, férias remuneradas, bem como remuneração nos feriados nacionais

Relacionado com os direitos dos trabalhadores, está o artigo 8º, que prevê o direito de se organizarem sindicatos,
de se filiarem e desfiliarem deles, bem como a possibilidade de se organizarem e federações e confederações.
Além disso, é assegurado o direito de greve

MECANISMOS FISCALIZATÓRIOS

O Protocolo de San Salvador prevê dois mecanismos de implementação: o sistema de relatórios e as petições
individuais.

Relatórios: deverão ser apresentados ao Secretário-Geral da OEA, que transmitirá ao Conselho Interamericano
Econômico e Social e ao Conselho Interamericano de Educação, Ciência e Cultura (Art. 19, 1)

Petições individuais: são restritas aos casos de violação de direito de liberdade sindical e de educação (Art. 19, 6).
Essas petições serão recebidas e processadas pela Comissão Interamericana de Direitos.

 Abrange todas as matérias


 Será apresentado ao Secretário-Geral da OEA, que encaminhará ao
RELATÓRIOS Conselho interamericano Econômico e Social e ao Conselho
Interamericano de Educação, Ciência e Cultura.

 Restringe-se à Liberdade sindical e à educação


PETIÇÕES
INDIVIDUAIS  Será apresentada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos

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