Direitos Humanos e Fundamentais I
Prova 2
1.Conflitos entre Direitos Humanos
Qualquer atividade humana pode ser vislumbrada
(considerada) em regras de diretos humanos: Todo
ser humano tem direito à vida, à liberdade e à
segurança pessoal. Ninguém será mantido em
escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de
escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Ninguém será submetido à tortura, nem a
tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.
a)Tudo que se faz é em prol do reconhecimento da
sua dignidade em sociedade.
Qualquer dignidade humana pode ser considerada
para proteção dos direitos humanos
O princípio da dignidade humana reconhece o valor
intrínseco de cada indivíduo e estabelece que todas
as pessoas devem ser tratadas com respeito,
igualdade e liberdade. Ele orienta a proteção dos
direitos humanos e busca uma sociedade justa e
inclusiva, independentemente de características
pessoais.
b)A depender da interpretação aplicada e da
compreensão do conteúdo dos direitos humanos,
justificativas poderão ser criadas para determinadas
ações humanas e para a imposição de deveres de
proteção por parte do Estado e de terceiros.
Qualquer pressuposto de dignidade pode ser
considerado para proteção dos direitos humanos
c)Pelo conteúdo que se norteia podemos identificar
a proteção da dignidade.
Dignidade Humana
Um indivíduo, pelo só fato de integrar o gênero
humano, já é detentor de dignidade. Esta é
qualidade ou atributo inerente a todos os homens,
decorrente da própria condição humana, que o torna
credor de igual consideração e respeito por parte de
seus semelhantes.
Dignidade Humana na Contemporaneidade
Dignidade da pessoa humana esta relacionada com
poder de autonomia e forma de convívio com o
grupo familiar.
“O principio da dignidade impõem limite ao poder
do estado, devendo este respeitar, proteger e
promover as condições para que o ser humano
possa viver com dignidade no grupo familiar e na
sociedade”
Pilares da Dignidade Humana
Liberdade, justiça e solidariedade são valores que
estão vinculados, indissociavelmente, à dignidade
humana, porque constituem condições para a sua
efetivação.
Tipos de Dignidade Humana
a)Dignidade de mérito;
b)Dignidade de estatura moral;
c)Dignidade de identidade
Dignidade de Mérito
A dignidade de mérito depende da hierarquia e
posição social da pessoa. Há várias espécies desse
tipo de dignidade e ela é distribuída de uma forma
bastante desigual entre os seres humanos. A
dignidade de mérito existe em graus diversos e está
sujeita a aquisição, incremento, perda e
restabelecimento.
Dignidade de estatura moral
A dignidade de estatura moral é o resultado dos
feitos morais do sujeito; assim como a outra, ela
pode ser reduzida ou perdida por meio de feitos
moralmente reprováveis. Esse tipo de dignidade
está ligado à idéia de um caráter dignificado e à
dignidade enquanto virtude.
Dignidade de identidade
Ela está ligada às idéias de integridade corporal e
psicológica, e autonomia. Ela decorre da ausência
de danos corporais ou psicológicos que levem a
algum grau de exclusão social ou redução da
capacidade de autodeterminação ou liberdade de
ação.
Persuasão
 A persuasão é uma tática que você pode utilizar,
enquanto emissor de uma mensagem, para
convencer o receptor.
Convencimento
A capacidade de persuadir e influenciar outras
pessoas.
Formação de consenso em sociedade
A noção de consenso é aplicada por Comte à
sociedade, no sentido da interdependência dos
órgãos ou partes no todo. Empregue no sentido da
identidade partilhada pelos membros duma
comunidade, o consenso permite a ordem, de forma
implícita e explícita.
Desde que não surtam efeitos na sociedade não são
fatos sociais
Ao judicializar determinado procedimento,
entregamos ao estado a solução ou o exercício dos
direitos fundamentais.
Solução de Conflitos
A regra não pode ser judicializacao, mas sim
procurar uma solução consensual dos conflitos.
Existem quatros métodos atualmente, são eles a
negociação, a conciliação, a mediação e a
arbitragem. É o mecanismo de solução de conflitos
com vistas à obtenção da autocomposição
caracterizada pela conversa direta entre os
envolvidos sem qualquer intervenção de terceiro
como auxiliar ou facilitador.
2.Força Expansiva dos Direitos Humanos
Conceito
No caso, existiria uma força expansiva dos direitos
humanos, ou seja, atribui ao ordenamento
internacional posição de privilégio em detrimento
do ordenamento nacional.
Fenômeno pelo qual os direitos humanos
contaminam as mais diversas facetas do
ordenamento jurídico.
a) Nada pode ser construído pelo legislativo sem a
igualdade observada na Lei;
b) Essa verdadeira jusfundamentalização do direito,
inclusive atingindo as relações entre particulares
(eficácia horizontal dos direitos humanos), gera
conflitos aparentes entre direitos de titulares
diversos.
Jusfundamentalização do Direito
É a ligação dos fatos jurídicos (fatos que motivam
que alguém) com uma determinada ação, sob o
enfoque correspondente de sua doutrina e sua
jurisprudência, OU SEJA, é a ligação do fato
interpretado pelo agente do direito ligado Ao
fundamento no ordenamento jurídico positivo
constitucional.
a)Busca tornar fundamental o conteúdo desses
direitos.
Lei em sentido estrito
A lei, em sentido estrito, é ato conjunto do
Legislativo e do Executivo, isto é, exige a
participação de ambos os Poderes, para converter-
se em norma obrigatória depois de publicada.
Remete para uma definição mais particular de
determinado conceito no caso concreto.
Doutrinariamente muda-se o conceito do
ordenamento jurídico e cria-se um bloco de
legalidade, legitimando outros atos (princípios,
decreto, resoluções, emenda constitucional, etc.).
Bloco de legalidade
Ampliada a noção tradicional de legalidade para
juridicidade, a doutrina criou o chamado “Bloco de
Legalidade”, devendo os agentes públicos
observância às leis ordinárias, às leis
complementares, às leis delegadas, à Constituição,
às medidas provisórias, aos tratados e convenções
internacionais, atos administrativos.
Princípios
Os direitos humanos são aqueles princípios ou
valores que permitem a uma pessoa afirmar sua
condição humana e participar plenamente da vida.
Tais direitos fazem com que o indivíduo possa
vivenciar plenamente sua condição biológica,
psicológica, econômica, social cultural e política.
a)Os princípios não são mais objeto de
contemplação pra construção do ordenamento
jurídico. Contemporaneamente fundamentam-se nas
relações sociais, visto que são blocos de construção
essenciais das sociedades e das interações humanas.
OBS: O Estado cria lei em sentido estrito, ato
As relações sociais são a base para a formação de
normativo - o direito cria o conceito de ordenamento
grupos e comunidades.
jurídico, portanto o direito deu força normativa a
outros atos.
Nem todos os conflitos possuem um viés que
colidem com os Direitos Humanos, caso contrário,
poderia ser possível resolver todos os problemas no
caso concreto.
Legitimação dos Direitos Humanos
A legitimação dos direitos humanos refere-se ao
reconhecimento e aceitação generalizada desses
direitos como inerentes a todas as pessoas,
independentemente de sua origem, raça, religião,
gênero, orientação sexual, ou outras características.
Através de tratados internacionais, leis nacionais e
consensos sociais, os direitos humanos são
legitimados, o que significa que são considerados
válidos e protegidos em nível global. Isso envolve a
garantia de que os direitos humanos são
respeitados, promovidos e protegidos por governos
e instituições em todo o mundo.
a)Fator necessário para transformar a sociedade em
Democrática Social de Direito.
O que fazer quando o choque de interesse
revelar titulares distintos?
R: Quando ocorre um choque de interesses e
diferentes partes reivindicam direitos humanos em
conflito, é importante buscar soluções que
respeitem e protejam os direitos de todas as partes
envolvidas.
Diálogo e mediação: Promover o diálogo entre as
partes em conflito para buscar um entendimento
mútuo e uma solução que leve em conta os direitos
de todos.
Respeito aos direitos fundamentais: Certificar-se de
que qualquer solução ou decisão respeite os direitos
humanos fundamentais, como a dignidade, a
igualdade e a não discriminação.
Recorrer a normas legais e princípios éticos:
Consultar tratados de direitos humanos, leis
nacionais e princípios éticos para orientação na
resolução do conflito.
Ação de terceiros imparciais: Se necessário,
envolver mediadores imparciais, órgãos de direitos
humanos, organizações não governamentais ou
instituições internacionais para ajudar a resolver o
conflito de forma justa.
Priorizar o bem-estar comum: Buscar soluções que
promovam o bem-estar geral, equilibrando os
interesses conflitantes da melhor maneira possível.
a)Não é mais possível que o intérprete “socorra”
apenas de fórmulas de identificação da proteção à
dignidade da pessoa humana (ambos os interesses e
de titulares diferentes são amparados por ela).
Colisão de Direitos
A colisão de direitos ocorre quando dois ou mais
direitos fundamentais ou interesses legítimos
entram em conflito, tornando difícil a sua plena
realização simultânea. Em situações de colisão de
direitos, é necessário equilibrar esses interesses
conflitantes para encontrar uma solução que seja
justa e respeite o máximo possível os direitos de
todas as partes envolvidas.
Essas colisões podem ocorrer em diversas áreas,
como liberdade de expressão versus direito à
privacidade, liberdade religiosa versus igualdade de
gênero, entre outras. A resolução de colisões de
direitos muitas vezes envolve análise legal, ética e
considerações práticas para determinar a melhor
maneira de conciliar esses interesses divergentes,
garantindo o respeito pelos direitos fundamentais de
todos os envolvidos.
Colisão em sentido estrito
A expressão "colisão de direitos humanos em
sentido estrito" não é um termo jurídico comumente
utilizado na teoria dos direitos humanos. No
entanto, pode referir-se a situações em que dois ou
mais direitos humanos fundamentais entram em
conflito direto e requerem uma ponderação
cuidadosa para determinar qual direito deve
prevalecer em uma circunstância específica.
Essas colisões de direitos humanos podem ocorrer
em casos complexos e multifacetados, como
conflitos entre a liberdade de expressão e o direito à
privacidade, ou entre a liberdade religiosa e o
direito à igualdade. Em tais situações, os tribunais e
autoridades devem realizar uma análise detalhada,
considerando os princípios dos direitos humanos e a
legislação pertinente, para chegar a uma decisão
equilibrada que respeite ao máximo os direitos em
conflito. É um processo que leva em conta os
valores e objetivos subjacentes dos direitos em
questão.
a)É verificada quando o exercício de um
determinado direito prejudica a aplicação de outro
do mesmo titular OU de titular diverso – Nunca é a
titularidade, sempre é o exercício em questão.
b) Ela inicia quando o exercício do direito de um
prejudica o exercício de Direito de outro.
Subjetividade da Colisão de Direitos
Percepção individual: Cada parte envolvida na
colisão de direitos tem sua própria percepção do
valor e importância de seus direitos e interesses.
Suas opiniões e crenças pessoais desempenham um
papel significativo.
a)Direitos do mesmo titular: aqui surge a discussão
sobre se o titular pode dispor do direito a ser
sacrificado. Estamos diante da concorrência de
direitos (cruzamento ou acumulação de direitos);
Concorrência de Direitos
A concorrência de direitos, também conhecida
como colisão de direitos, ocorre quando dois ou
mais direitos fundamentais, princípios ou interesses
legítimos entram em conflito e competem entre si
em uma determinada situação. Isso significa que a
realização plena de um direito ou interesse pode
entrar em conflito com a realização plena de outro
direito ou interesse do titular – Direito de titulares
diferentes.
Diversidade de perspectivas: As pessoas afetadas
pela colisão de direitos podem ter perspectivas
diversas com base em sua cultura, religião,
educação, experiências de vida, entre outros fatores.
Emoções e sentimentos: As partes envolvidas
podem experimentar emoções intensas, como
medo, raiva, tristeza ou frustração, dependendo de
como percebem o impacto do conflito em seus
direitos e vidas.
Interesses pessoais: Cada parte tem seus próprios
interesses pessoais em jogo e pode lutar para
protegê-los, tornando a resolução do conflito mais
desafiadora.
Compreensão das circunstâncias: A percepção das
circunstâncias em torno da colisão de direitos pode
variar, e as partes podem ter interpretações
diferentes dos fatos.
Necessidade de diálogo: A resolução de colisões de
direitos do ponto de vista subjetivo muitas vezes
envolve a promoção de um diálogo aberto e
construtivo entre as partes, permitindo que
expressem suas preocupações e busquem um
entendimento mútuo.
Objetividade da Colisão de Direitos
Análise imparcial: A objetividade requer que a
análise do conflito de direitos seja conduzida de
maneira imparcial, sem favorecimento a nenhuma
das partes envolvidas.
Base legal e normativa: A análise objetiva leva em
consideração as leis, tratados, jurisprudência e
princípios legais relevantes, a fim de fundamentar a
decisão de maneira sólida.
Ponderação de princípios: A objetividade envolve a
ponderação cuidadosa de princípios legais e direitos
em conflito, considerando sua importância relativa
e as circunstâncias específicas do caso.
Precedentes jurídicos: Em muitos casos, a
objetividade requer a consideração de precedentes
jurídicos ou decisões anteriores de tribunais para
orientar a resolução do conflito.
Bem comum: A análise objetiva freqüentemente
busca uma solução que promova o bem comum e o
interesse público, equilibrando os direitos
individuais com as necessidades da sociedade.
Justificação detalhada: As decisões objetivas devem
ser devidamente justificadas, explicando por que
determinados direitos prevaleceram sobre outros e
fornecendo argumentos sólidos para a decisão.
Transparência: A objetividade envolve um processo
transparente em que todas as partes envolvidas
podem compreender como a decisão foi alcançada.
Consistência: A análise objetiva busca aplicar
princípios e critérios consistentes ao lidar com
casos semelhantes de colisão de direitos.
a)Direitos idênticos ou Direitos de diferentes
espécies;
 Colisão de Direito em Sentido Amplo
Conflito de direitos: A colisão de direitos envolve
uma situação na qual dois ou mais direitos
fundamentais ou interesses legítimos estão em
conflito e não podem ser plenamente realizados ao
mesmo tempo.
Análise legal: A resolução de colisões de direitos
objetivamente envolve uma análise jurídica
rigorosa, levando em consideração as leis, tratados,
jurisprudência e princípios legais relevantes.
Princípios jurídicos: A objetividade requer a
aplicação de princípios jurídicos como a
proporcionalidade, razoabilidade e não
discriminação na avaliação do conflito de direitos.
Ponderação: A ponderação cuidadosa dos direitos
em conflito é uma característica fundamental da
análise objetiva, considerando a importância
relativa de cada direito e as circunstâncias
específicas do caso.
Precedentes jurídicos: Decisões anteriores de
tribunais e precedentes jurídicos podem servir como
orientação na resolução de colisões de direitos
semelhantes.
Interesse público: A análise objetiva busca uma
solução que equilibre os direitos individuais com o
interesse público e o bem comum.
Justificação detalhada: As decisões tomadas
objetivamente devem ser devidamente justificadas,
explicando por que um direito prevaleceu sobre
outro e fornecendo argumentos jurídicos sólidos.
Transparência: A resolução do conflito de direitos
deve ser transparente, permitindo que todas as
partes envolvidas entendam o processo e a base
para a decisão.
Consistência: Princípios e critérios consistentes
devem ser aplicados ao lidar com situações
semelhantes de colisão de direitos.
a) O exercício de um direito que conflita ou
interfere no cumprimento de um dever de proteção
(de um direito qualquer) por parte do Estado;
Joaquim Gomes Canotilho
José Joaquim Gomes Canotilho defende que a
colisão autêntica de direitos fundamentais/
HUMANOS se dá em caso de choque ou conflito
no exercício de direitos ESSENCIAIS de titulares
diferentes, ao passo que a colisão de direitos em
sentido impróprio se passa com o choque ou
conflito no exercício de direitos
fundamentais/humanos com outros bens protegidos
pela constituição
Colisão Autentica de Direitos Fundamentais
Isso ocorre quando há um conflito real e
insuperável entre direitos fundamentais, nos quais é
impossível garantir a plena realização de todos os
direitos em questão. Nesses casos, deve haver uma
ponderação cuidadosa e justificada para determinar
qual direito prevalecerá. Por exemplo, um conflito
entre o direito à liberdade de expressão e o direito à
privacidade.
Colisão de Direitos em Sentido Impróprio
Isso se refere a situações em que não há um conflito
real entre direitos fundamentais, mas sim conflitos
de interesses que não envolvem direitos
fundamentais em conflito. Esses conflitos
geralmente envolvem interesses ou bens que não
são igualmente fundamentais e, portanto, são mais
facilmente resolvidos por meio de ponderação e
considerações práticas. Por exemplo, um conflito
entre o direito de propriedade de um indivíduo e
interesses econômicos gerais.
A distinção fundamental está na importância e
natureza dos direitos ou interesses em conflito. Na
colisão autêntica de direitos fundamentais, tratamos
de direitos igualmente valiosos, muitas vezes
insuperáveis, enquanto na colisão de direitos em
sentido impróprio, os conflitos envolvem interesses
que não são de igual magnitude e podem ser
resolvidos de maneira mais flexível. Ambos os
conceitos enfatizam a importância da ponderação e
da justificação na resolução de conflitos.
Como resolver tais conflitos?
Não há perda da titularidade dos direitos, apenas a
limitação do seu exercício.
Ponderação: A ponderação envolve a análise
cuidadosa dos direitos em conflito, considerando
sua importância relativa e as circunstâncias
específicas do caso. É preciso determinar qual
direito deve prevalecer em uma situação específica,
equilibrando os interesses em jogo.
Proporcionalidade: A proporcionalidade exige que
qualquer restrição a um direito humano seja
proporcional ao objetivo legítimo perseguido. A
medida adotada deve ser necessária e não mais
restritiva do que o necessário para atingir esse
objetivo.
Limitações legais: Muitas vezes, os direitos
humanos não são absolutos e podem ser limitados
por lei, desde que essas limitações sejam
proporcionais e necessárias para atingir um objetivo
legítimo, como a proteção da segurança pública.
Diálogo e mediação: A promoção do diálogo entre
as partes em conflito é fundamental. Através da
comunicação aberta e da busca de entendimento
mútuo, soluções podem ser encontradas.
Considerações éticas: Princípios éticos, como a
justiça, a igualdade e a dignidade humana, devem
guiar a resolução de conflitos de direitos humanos.
Jurisprudência e precedentes: Em casos jurídicos, a
jurisprudência e os precedentes anteriores podem
fornecer orientação sobre como resolver conflitos
semelhantes de maneira consistente.
Interesse público: A busca pelo interesse público e
bem comum deve ser um fator considerado ao
resolver conflitos de direitos humanos.
Tomada de decisão transparente: Decisões que
afetam direitos humanos devem ser justificadas de
forma clara e transparente, explicando por que um
direito prevaleceu sobre outro.
Participação das partes afetadas: Envolver as partes
afetadas na resolução de conflitos é crucial, pois
permite que expressem suas preocupações e pontos
de vista.
Revisão judicial: Quando a disputa envolve
questões legais complexas, a revisão judicial pode
ser uma maneira de garantir que as decisões
tomadas estejam em conformidade com a lei.
a) Para superar os conflitos entre os direitos
fundamentais (Direitos humanos) há de se
empreender análise a pesar sobre verdadeiro
conteúdo dos direitos envolvidos;
b) Fórmula de superação de conflitos aparentes
entre direitos humanos, utilizando interpretação
sistemática e finalística, a determinar o verdadeiro
conteúdo dos direitos envolvidos e a adequação
desse conteúdo à situação fática analisada.
Resolução de Conflitos entre Direitos Humanos
Teoria Interna
Na teoria interna defende-se que os direitos
fundamentais são absolutos e portanto não podem
ser restringidos, mas sofrem limites imanentes
expressos no Texto Constitucional - Para a Teoria
Interna, há limites internos a todo direito, quer
estejam traçados expressamente no texto da regra,
quer sejam imanentes ou inerentes a determinado
direito, possibilitando um direito colidir com outro.
Limites expressos ou aparentes
Limites Expressos: Os limites expressos são
aqueles que são especificamente estabelecidos na
legislação ou tratados de direitos humanos. Eles são
limitações claramente definidas e declaradas nos
textos legais que regulamentam os direitos. Por
exemplo, um tratado de direitos humanos pode
estabelecer que o direito à liberdade de expressão
pode ser limitado para proteger a segurança
nacional ou a saúde pública. Esses limites são
claramente delineados e devem ser aplicados de
acordo com as disposições legais.
Limites Aparentes: Os limites aparentes referem-
se a situações em que os direitos humanos podem
ser limitados com base em interpretações amplas ou
princípios gerais contidos nos próprios tratados de
direitos humanos, mesmo que não haja uma
limitação explícita ou expressa. Isso ocorre quando
os textos legais são interpretados de forma a
permitir restrições, considerando a natureza do
direito em questão e o objetivo legítimo a ser
alcançado. Por exemplo, o direito à liberdade de
expressão pode ser limitado para proteger a
reputação de terceiros, mesmo que essa limitação
não esteja explicitamente mencionada na legislação.
a) O direito fundamental/humano traz em seu texto,
a própria ressalva que o exclui da aplicação no caso
concreto – A liberdade de expressão exclui o
anonimato.
Limites Imanentes
São o resultado de uma ponderação de princípios
jurídico-constitucionais conducente ao afastamento
definitivo, num caso concreto, de uma dimensão
que, prima facie, cabia no âmbito prospectivo de
um direito, liberdade ou garantia - Cada direito
apresenta limites lógicos, imanentes, oriundos da
própria estrutura e natureza do direito e, portanto,
da própria distinção que o prevê (dos próprios
direitos)
a) Não está expresso mas encontro limite no seu
conteúdo interpretando.
Alguns exemplos de limites imanentes incluem:
Limites para Proteger Direitos de Outros: Muitos
direitos podem ser limitados quando o exercício
desses direitos interfere nos direitos de outras
pessoas. Por exemplo, o direito à liberdade de
expressão pode ser limitado quando o discurso
difama ou prejudica a reputação de outra pessoa.
Limites para Proteger a Segurança Pública: Em
nome da segurança pública e da ordem, alguns
direitos podem ser limitados. Por exemplo, em
situações de emergência, restrições à liberdade de
movimento podem ser aplicadas.
Limites para Proteger a Saúde Pública: Em
circunstâncias de saúde pública, como uma
pandemia, restrições à liberdade de reunião ou
circulação podem ser impostas para proteger a
saúde de toda a população.
Limites para Proteger a Moral e os Costumes: Em
algumas culturas e sociedades, os direitos podem
ser limitados em nome da moral pública e dos
costumes. Por exemplo, restrições à liberdade de
expressão em relação a material considerado
obsceno.
Limites para Proteger a Ordem Pública: Em
situações de tumulto ou ameaça à ordem pública,
podem ser impostas restrições aos direitos de
reunião e manifestação para manter a paz e a
segurança.
Teoria Interna – Negação dos Conflitos dos
Direitos Humanos
A teoria interna, por considerar possível a
delimitação rigorosa de cada direito fundamental,
refuta a possibilidade de conflito entre eles e, por
conseguinte, não admite sopesamentos de
princípios. É uma abordagem que enfatiza a
compatibilidade e a harmonização entre os direitos
humanos em vez de negar ou criar conflitos entre
eles. Isso significa que os defensores da teoria
interna argumentam que os direitos humanos devem
ser interpretados e aplicados de maneira a
minimizar os conflitos entre eles, se houver, e a
promover a sua coexistência pacífica.
Seu uso evita uma explosão do número de falsas
colisões entre direitos humanos e a conseqüente
insegurança jurídica sobre qual direito prevalecerá
em determinada situação.
Impõe ao intérprete que conheça, portanto, a
estrutura, a finalidade do direito em análise, para
que possa delinear seu âmbito de atuação. O que
estiver fora de seu âmbito é conduta desprovida de
amparo na ordem jurídica.
Teoria Estruturante do Direito
A Teoria Estruturante do Direito é uma maneira de
entender como o sistema jurídico funciona. Ela
sugere que o sistema jurídico é como um quebra-
cabeça, e a meta principal é ser justo.
Nesse quebra-cabeça, temos peças, que são as
regras e princípios legais. Essas peças se encaixam
para criar um sistema que busca justiça.
A teoria enfatiza a "equidade" como um princípio
central, o que significa tratar as pessoas de maneira
justa e igual. Quando enfrentamos casos legais,
usamos essas peças para tomar decisões e garantir
que sejam justas para todos.
A racionalidade e a possibilidade de controle
intersubjetivo na interpretação e na aplicação
do direito só são possíveis por intermédio de uma
concretização da norma jurídica após árdua análise
e limitação do âmbito de cada norma.
Friedrich Müller
Müller argumenta que a justiça deve ser vista como
um processo estruturado, onde os princípios e
regras legais formam as bases para a tomada de
decisões legais. Ele se concentra na interação entre
princípios e regras, bem como na deliberação
racional para alcançar a justiça. A teoria
estruturante de Müller considera que a estrutura
normativa subjacente ao direito é essencial para a
interpretação e aplicação do direito de maneira
justa.
Teoria Estruturante do Direito – Programa
Normativo
A aplicação do direito não é um tradicional
processo de subsunção do fato a determinada regra
preexistente, mas sim um processo de concretização
da regra a partir do texto e da realidade social.
Inicia-se a interpretação através da linguagem e
finalidade do texto gerando o chamado "programa
normativo".
O programa normativo se refere ao conjunto de
regras, princípios e normas que orientam a conduta
das pessoas em um determinado contexto legal.
A idéia por trás do programa normativo é entender
como as normas jurídicas são organizadas e como
elas funcionam dentro do sistema jurídico, como as
normas se aplicam em situações específicas e como
são interpretadas pelos tribunais e pelas autoridades
legais.
Fornece um quadro conceitual para a interpretação
e aplicação das leis. Ele ajuda a responder a
perguntas como: Quais são as regras aplicáveis em
um caso? Como elas se relacionam entre si? Quais
princípios orientam a decisão?
Enfatiza a importância de entender a estrutura
normativa do direito para alcançar uma justiça
eficaz e equitativa.
Âmbito Normativo
O "âmbito normativo" se refere ao conjunto de
regras, regulamentos, normas e princípios que
regulam um determinado campo ou área de
atividade. Em outras palavras, é o domínio no qual
as normas legais e éticas são aplicadas para orientar
o comportamento e as relações dentro desse campo
específico.
Por exemplo, o âmbito normativo do direito
empresarial se refere ao conjunto de leis e
regulamentos que governam as atividades
comerciais e empresariais. No contexto dos direitos
humanos, o âmbito normativo abrange os tratados,
convenções e leis que estabelecem e protegem os
direitos fundamentais das pessoas.
O âmbito normativo é crucial para a compreensão
de como as normas legais se aplicam em diferentes
contextos e como influenciam o comportamento e
as obrigações das partes envolvidas em uma
determinada área. Isso ajuda a garantir que as
normas sejam aplicadas de maneira apropriada e
justa em cada contexto específico.
a)É composto pelos dados da realidade abrangida
pelo programa normativo: a união do programa da
norma aos dados da realidade (âmbito normativo)
gera a norma jurídica incidente;
Teoria Estruturante do Direito – Teoria Externa
A teoria externa, ao contrário da interna, parte da
possibilidade de delimitação dos direitos
fundamentais bem como de sua restrição, o que
ocorre em dois momentos diferentes: no primeiro
através da identificação das normas e em um
segundo, através da proporcionalidade.
Essa teoria destaca que os direitos fundamentais
não estão restritos ao relacionamento entre
indivíduos e o Estado, mas também podem ser
relevantes em relações entre particulares e em
contextos internacionais. Isso significa que os
direitos fundamentais podem ser invocados em
litígios entre indivíduos, empresas e organizações, e
também podem influenciar as relações entre
Estados em questões internacionais.
Reconhece a universalidade e a aplicação
transnacional desses direitos, defendendo que eles
devem ser respeitados e protegidos em todas as
esferas da vida, independentemente de fronteiras
nacionais ou entidades específicas.
a) Reconhece que há conflitos autoriza ponderar
com as peculiaridades da realidade, usa a
razoabilidade e proporcionalidade;
Tratados Internacionais
São acordos internacionais juridicamente
obrigatórios e vinculantes (tratam-se da “expressão
do consentimento”).
São acordos entre diferentes países. Neles, os países
concordam em seguir regras específicas em áreas
como comércio, paz, meio ambiente, entre outras.
Esses tratados ajudam a regular as relações entre
nações e são geralmente negociados e assinados por
representantes dos países.
Principal fonte de obrigações do Direito
Internacional
A principal fonte de obrigações no Direito
Internacional é o costume internacional e os
tratados.
O costume internacional se desenvolve a partir da
prática repetida dos Estados, aceita como sendo
obrigatória (opinio juris) e geral.
Os tratados são acordos escritos entre Estados que
estabelecem obrigações legais específicas.
Além disso, os princípios gerais do direito e
decisões judiciais também podem desempenhar um
papel importante como fontes secundárias de
obrigações no Direito Internacional.
a)Ressalta o positivismo internacional (antes o
papel de principal fonte era reservado ao costume
internacional) - São acordos legais escritos que
estabelecem regras claras e obrigações entre
Estados. O positivismo jurídico enfatiza a
importância de normas escritas e positivas como a
base do direito. Quando os Estados celebram
tratados, eles estão criando uma forma tangível de
obrigações legais que podem ser aplicadas e
interpretadas de maneira objetiva.
Isso é particularmente importante no contexto do
Direito Internacional, onde a soberania dos Estados
é um princípio fundamental. Os tratados oferecem
uma maneira concreta de conciliar as diferenças e
interesses de diversos Estados, garantindo que
todos os envolvidos estejam cientes das obrigações
e responsabilidades mútuas.
Fatores
a)Convenções;
b)Pacto;
c)Carta (solenidade);
d)Protocolo (natureza suplementar de um acordo);
e)Convênio ou Acordo Internacional
Convenções
As convenções são tratados ou acordos celebrados
entre Estados soberanos para regulamentar áreas
específicas das relações internacionais. Essas
convenções são formalizadas por meio de
negociações diplomáticas e, quando ratificadas
pelos Estados signatários, tornam-se vinculativas.
Elas estabelecem regras e obrigações comuns para
os Estados em uma variedade de assuntos, como
comércio, direitos humanos, meio ambiente e
muitos outros.
Em resumo, as convenções no Direito Internacional
são tratados que focam em áreas particulares de
interesse mútuo entre Estados e são fundamentais
para criar um quadro legal que governa as relações
internacionais em diversos domínios.
Pactos
São acordos bilaterais ou multilaterais entre Estados
soberanos. Eles são semelhantes aos tratados, mas
geralmente têm uma natureza mais informal. Os
pactos podem abranger uma variedade de assuntos,
desde questões de segurança e defesa até acordos
comerciais, cooperação em áreas específicas e
compromissos mútuos.
Os pactos são uma maneira flexível de os Estados
cooperarem em determinadas questões sem a
formalidade e o processo detalhado de negociação
de tratados. Eles podem ser menos vinculantes do
que os tratados, mas ainda assim representam
compromissos legais assumidos entre os Estados. A
natureza e o grau de obrigações nos pactos podem
variar amplamente, dependendo do acordo
específico entre as partes envolvidas.
Carta (solenidade)
Refere-se à "Carta das Nações Unidas" ou, de
forma mais completa, à "Carta das Nações Unidas
para a Organização das Nações Unidas" (ONU). A
Carta das Nações Unidas é o tratado fundador da
ONU e foi assinada em 26 de junho de 1945 em
São Francisco, estabelecendo as bases para a
criação da organização.
A Carta das Nações Unidas estabelece os
princípios, objetivos, estrutura e funcionamento da
ONU, bem como os direitos e responsabilidades
dos Estados membros. Ela é considerada um dos
documentos mais importantes do Direito
Internacional e tem sido fundamental para a
manutenção da paz e segurança internacionais, a
promoção dos direitos humanos e a cooperação
entre os Estados em questões globais.
Quando se fala em "carta" no contexto do Direito
Internacional, normalmente se refere à Carta das
Nações Unidas, que é o tratado fundamental que
rege a ação da ONU e as relações entre os Estados
membros.
Protocolo (natureza suplementar de um acordo)
Um protocolo é um tipo de acordo que é
freqüentemente usado para complementar ou
estender um tratado existente. Ele tem uma natureza
suplementar em relação ao tratado principal. Um
protocolo é geralmente um documento separado
que é negociado e assinado após a conclusão do
tratado original, e seu propósito é adicionar
cláusulas adicionais, fazer modificações ou
esclarecimentos ao tratado original.
Os protocolos podem abordar uma variedade de
questões, como protocolos de emenda que
permitem alterações ao tratado principal, protocolos
interpretativos que esclarecem o significado de
certas disposições do tratado ou protocolos
adicionais que tratam de questões específicas
relacionadas ao tratado principal. Eles são usados
para fornecer detalhes adicionais ou atualizações
em relação ao tratado principal sem a necessidade
de renegociar todo o tratado.
Em resumo, os protocolos são instrumentos no
Direito Internacional que têm a função de
complementar, modificar ou estender acordos
existentes, como tratados, proporcionando
flexibilidade e adaptabilidade aos acordos
internacionais.
Convênio ou Acordo Internacional
Os convênios ou acordos internacionais podem
cobrir uma ampla gama de questões, desde questões
de comércio, meio ambiente, direitos humanos,
segurança, tratados de paz e muitos outros temas.
Eles são celebrados por meio de negociações
diplomáticas e, quando ratificados pelas partes
envolvidas, tornam-se vinculativos e estabelecem
obrigações legais.
São mecanismos fundamentais para regular as
relações entre Estados e entidades internacionais no
âmbito do Direito Internacional.
Codificação
Não necessariamente consagram novas regras de
direito internacional, por vezes acabam por
codificar regras preexistentes, consolidadas pelo
costume internacional ou ainda optam por
modificá-las.
Refere-se ao processo de sistematização e
organização das normas e regras que regem as
relações entre Estados soberanos. Esse processo
envolve a coleta, compilação e elaboração de
tratados, costumes e princípios gerais do direito
internacional em um corpo coerente de leis
internacionais.
Busca criar um conjunto ordenado de regras e
regulamentos que governam as relações entre
Estados, tornando o direito internacional mais
acessível e compreensível.
Destinatários
Os Tratados internacionais só se aplicam aos
Estados-partes, ou seja, os Estados que
expressamente consentem com a sua adoção
(adesão).
São os Estados e/ou organizações internacionais
que concordam em se submeter às regras e
obrigações estabelecidas nos tratados. Eles são
aqueles que têm a responsabilidade de cumprir as
disposições do tratado e podem usufruir dos direitos
e benefícios estabelecidos nele.
OBS: Não podem criar obrigações para os Estados
que neles não consentirem, a menos que preceitos
constantes do tratado tenham sido incorporados
pelo costume internacional.
Convenção de Viena:
Todo tratado em vigor é obrigatório em relação ás
partes e deve ser cumprido por elas de boa fé.
Art. 27 da Convenção:
Uma parte não pode invocar disposições de seu
direito interno como justificativa para o não
cumprimento do tratado - Ele estipula que as leis
nacionais de um Estado não podem ser usadas
como desculpa para não cumprir as obrigações
estabelecidas em um tratado internacional ao qual
esse Estado é parte.
Princípio da boa-fé (Tratados)
Cumpre ao Estado conferir plena observância ao
tratado de que é parte, na medida em que, no livre
exercício da sua soberania, contraiu obrigações
jurídicas no plano internacional.
Significa que os países que assinam tratados devem
agir de maneira honesta e justa. Eles não devem
tentar enganar ou quebrar os acordos de forma
desleal. Em vez disso, devem cumprir as promessas
feitas nos tratados e trabalhar juntos de maneira
sincera para alcançar os objetivos acordados. É
como um pacto de confiança entre os países.
Processo de Formação
Convenção de Viena (1969) ratificada pelo Brasil
(Des. L. 7.030/2009).
Lei dos Tratados
Limitou-se a disciplinar os Tratados entre Estados
(não envolvendo aqueles dos quais participam
organizações internacionais), no livre exercício de
sua soberania, o Estado contraiu obrigações
jurídicas no plano internacional.
Essa legislação nacional é necessária para que um
país possa cumprir suas obrigações nos termos da
Convenção de Viena. Ela pode abordar questões
como os tratados são celebrados, como as reservas
a tratados são tratadas, como os tratados são
interpretados e aplicados no sistema legal do país,
entre outras coisas.
Cada país que é parte da Convenção de Viena pode
adotar sua própria Lei dos Tratados para garantir a
conformidade com as normas estabelecidas na
Convenção em seu contexto jurídico interno. Isso
ajuda a harmonizar o direito interno com as
obrigações internacionais em relação aos tratados.
Consenso
A expressão do consentimento, mencionada
anteriormente é fundamental, a Convenção de
Viena, no Art. 52 expressamente prevê que “é nulo
o Tratado se sua aprovação for obtida mediante
ameaça ou pelo uso da força”.
Isso significa que, para que um tratado seja válido e
juridicamente vinculante, os Estados que o
celebram devem fazê-lo voluntariamente, sem
coerção ou pressão indevida. Se um Estado for
forçado a assinar um tratado ou se sua aprovação
for obtida por meio de ameaças ou uso da força, o
tratado será considerado nulo de acordo com o
direito internacional.
Essa disposição visa garantir que os tratados sejam
resultado de negociações e acordos voluntários
entre os Estados, promovendo a equidade e a
igualdade nas relações internacionais. Ela enfatiza a
importância do consentimento livre e informado na
celebração de tratados e na criação de obrigações
internacionais.
Reservas
a)De modo geral, os Tratados permitem a
formulação de reservas o que contribui para a
adesão do maior número de Estados;
b)A reserva é uma declaração unilateral feita pelo
Estado, quando da assinatura ou da ratificação, com
o propósito de excluir ou modificar efeito jurídico
de certas previsões, quando de sua aplicação
naquele Estado;
c)Observa-se, não podem ser feitas reservas que se
mostrem incompatíveis como objeto e o propósito
do Tratado, conforme art. 19 da Convenção (1969).
Essas declarações permitem que um Estado limite
ou modifique o alcance de suas obrigações sob o
tratado. Em outras palavras, as reservas permitem
que um Estado se comprometa com o tratado, mas
com certas exceções ou modificações específicas.
As reservas podem ser usadas para personalizar o
tratado de acordo com as necessidades ou
circunstâncias do Estado que as faz. No entanto, as
reservas não podem ser incompatíveis com o objeto
e o propósito do tratado. Além disso, nem todos os
tratados permitem reservas, e alguns tratados
proíbem ou restringem seu uso.
O uso de reservas pode ser uma questão complexa
no direito internacional, uma vez que há o desafio
de equilibrar o respeito aos compromissos
internacionais com a necessidade de flexibilidade
dos Estados. Portanto, as reservas são
regulamentadas pela Convenção de Viena sobre o
Direito dos Tratados de 1969, que estabelece
diretrizes específicas sobre como as reservas devem
ser feitas e aceitas.
Etapas de Incorporação
As etapas de formulação e incorporação de um
Tratado é critério de cada Estado, conforme suas
exigências constitucionais variando assim
significativamente.
Início
Ocorre com os atos de Negociação, conclusão e
assinatura.
Competência: Chefe do Poder Executivo
O início da etapa de incorporação de um tratado
internacional ocorre com a decisão de um Estado de
aderir a esse tratado. A decisão de incorporar um
tratado em um sistema jurídico nacional pode
ocorrer de várias maneiras.
Assinatura
a)Traduz um aceite precário e provisório;
Aceite precário e provisório
Essa expressão não é comum nas práticas e normas
gerais do Direito Internacional e dos tratados.
Geralmente, a assinatura representa um
compromisso preliminar, e a efetivação das
obrigações do tratado ocorre por meio da
ratificação ou adesão, de acordo com as leis e
procedimentos internos do Estado.
b)Não irradia efeitos jurídicos vinculantes;
Irradia efeitos jurídicos vinculantes
A assinatura, por si só, é apenas um ato de intenção
de aderir ao tratado. É um compromisso preliminar,
mas não cria obrigações legais vinculantes até que o
tratado seja ratificado (ou aderido) e as etapas de
incorporação no sistema jurídico nacional sejam
concluídas.
c)Mero consentimento do Estado quanto á forma e
ao conteúdo final do tratado;
d)Indica que o tratado é autêntico e definitivo
Aprovação Congressual (fase do Decreto
Legislativo)
É o segundo passo.
Após a assinatura o tratado será levado á apreciação
e aprovação do Poder Legislativo.
A aprovação congressual, geralmente na forma de
um Decreto Legislativo, é uma etapa importante no
processo de incorporação de tratados internacionais
em muitos países, incluindo o Brasil. Essa etapa
envolve o papel do Poder Legislativo (Congresso
Nacional no caso do Brasil) na aprovação e
ratificação de tratados internacionais.
Quando um Estado assina um tratado, isso expressa
sua intenção de aderir ao tratado, mas não cria
obrigações legais vinculantes. A ratificação é o ato
formal pelo qual o Estado confirma seu
compromisso com o tratado, tornando-o legalmente
vinculante.
A aprovação congressual, por meio de um Decreto
Legislativo, é a etapa em que o Poder Legislativo
do Estado revisa e aprova o tratado, permitindo que
o Estado cumpra suas obrigações internacionais.
Isso demonstra a conformidade do tratado com as
leis nacionais e garante a participação do Poder
Legislativo na decisão de ratificação.
No Brasil, por exemplo, a Constituição exige que
tratados internacionais sejam aprovados pelo
Congresso Nacional por meio de um Decreto
Legislativo antes de serem ratificados pelo
Presidente. Portanto, a aprovação congressual é um
passo essencial no processo de ratificação de
tratados internacionais, assegurando que o tratado
seja incorporado ao sistema jurídico nacional de
acordo com as normas e procedimentos internos do
país.
Inciso I, art. 19. CF:
“É da competência exclusiva do Congresso
Nacional”:
I- Resolver definitivamente sobre tratados, acordos
ou atos internacionais que acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional.
Isso significa que o Congresso Nacional tem a
autoridade exclusiva para aprovar ou rejeitar
tratados e acordos internacionais que envolvam
obrigações financeiras significativas ou que possam
afetar o patrimônio nacional de um país.
Essa disposição confere ao Poder Legislativo a
responsabilidade de revisar e tomar decisões sobre
tratados que possam ter impacto financeiro ou que,
de alguma forma, comprometam os interesses
econômicos e patrimoniais do país. O Congresso
Nacional deve avaliar se tais tratados estão de
acordo com os interesses nacionais e se são
adequados antes de permitir sua ratificação.
2.Etapas procedimentais para aprovação da
Declaração dos Direitos Humanos
1 Etapa
Em sessão realizada no dia 16 de Fevereiro de 1946
do Conselho Econômico e Social das Nações
Unidas, ficara decido que a Comissão de Direitos
Humanos (hoje Conselho de Direitos Humanos),
desenvolveria seus trabalhos em 3 etapas: (Fase de
elaboração da DUDH)
1 Etapa
Elaboração de uma declaração de direitos humanos
(Art. 55 da Carta das Nações Unidas). A etapa foi
concluída em 18 de Junho de 1948, segundo o
Projeto de Declaração Universal dos Direitos
Humanos, aprovado pela Assembléia Geral em
10/12/1948 - O objetivo era criar um conjunto de
direitos que fosse universal, ou seja, válido para
todas as pessoas ao redor do mundo,
independentemente de sua nacionalidade, raça,
religião ou qualquer outra característica.
2 Etapa
Aprovação de dois pactos – um sobre direitos civis
e políticos e outro sobre direitos econômicos,
sociais e culturais. A etapa foi concluída em 1966 e
durante esse período outras várias Convenções
foram criadas - O Pacto Internacional sobre
Direitos Civis e Políticos foca nos direitos
individuais, como a liberdade de expressão, de
religião, de assembléia e de voto, além do direito a
um julgamento justo e a não ser submetido à tortura
ou tratamento cruel. O objetivo dele é promover a
liberdade e a igualdade de todas as pessoas perante
a lei.
Já o Pacto Internacional sobre Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais concentra-se nos
direitos coletivos, como o direito a um padrão de
vida adequado, a educação, ao trabalho digno e a
participação na vida cultural. O objetivo é garantir a
melhoria das condições de vida e o bem-estar de
todas as pessoas.
3 Etapa
Criação de mecanismo para assegurar a universal
observância desses direitos (ainda não completada)
- Para garantir a observância universal desses
direitos, foram criados diversos mecanismos, como
tratados internacionais, organizações internacionais
e tribunais especializados. Esses mecanismos são
responsáveis por monitorar e investigar denúncias
de violações de direitos humanos, aplicar sanções
aos responsáveis e promover a conscientização
sobre a importância desses direitos.
Entre os principais mecanismos de proteção dos
Direitos Humanos, podemos citar a Organização
das Nações Unidas (ONU), que criou a Comissão
de Direitos Humanos e, posteriormente, o Conselho
de Direitos Humanos, órgão responsável por
supervisionar e promover a proteção dos direitos
em todo o mundo.
Além disso, existem diversos tratados
internacionais de direitos humanos, como a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, a
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação Racial e a Convenção sobre os
Direitos da Criança. Esses tratados estabelecem
normas e princípios básicos que devem ser seguidos
pelos países signatários.
a)Trata-se do principal instrumento do Sistema
Global de Direitos Humanos;
b)Documento fonte de todo o Direito Internacional
dos Direitos Humanos;
c)Ponto de convergência dos documentos
internacionais que se destinam á proteção dos
direitos humanos e inspiração de todos os sistemas
de proteção - Esses documentos servem como
referência e inspiração para todos os sistemas de
proteção dos direitos humanos ao redor do mundo.
Diversas organizações internacionais, como a
Organização das Nações Unidas (ONU) e a
Organização dos Estados Americanos (OEA),
foram responsáveis por criar e promover esses
documentos. O ponto de convergência entre eles é
que todos defendem a importância de respeitar e
garantir os direitos fundamentais de todas as
pessoas, independentemente de sua raça, religião,
gênero, nacionalidade ou qualquer outra
característica.
Ideal da DUDH
“A Assembléia Geral proclama a presente
Declaração Universal dos Direitos Humanos como
ideal comum a atingir por todos os povos e todas
as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos
os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente
no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela
educação, por desenvolver o respeito desses
direitos e liberdades e por promover, por
medidas progressivas de ordem nacional e
internacional, o seu reconhecimento e a sua Embate
aplicação universal e efetiva tanto entre as
Em relação aos direitos sociais, econômicos e
populações dos próprios Estados membros como
culturais (direitos sociais de segunda dimensão),
entre as dos territórios colocados sob a sua
instalou-se um grande embate entre os blocos da
jurisdição” - Isso significa que a Assembléia Geral
Guerra Fria, que EUA e U.R.S.S possuíam
entende que a Declaração Universal dos Direitos
perspectivas diferentes - Os EUA defendiam uma
Humanos é um objetivo comum a ser alcançado por
perspectiva capitalista, baseada na economia de
todas as pessoas e nações. Para isso, é importante
mercado e na propriedade privada. Eles
que todos os indivíduos e instituições da sociedade
acreditavam que a liberdade individual e a
tenham a declaração em mente e se esforcem para
competição livre eram fundamentais para o
promover o respeito e a educação sobre esses
desenvolvimento econômico e para a proteção dos
direitos e liberdades. Além disso, medidas
direitos individuais. Portanto, eles valorizavam
progressivas devem ser tomadas tanto a nível
mais os direitos civis e políticos, como liberdade de
nacional quanto internacional para garantir que
expressão, eleições democráticas e direitos de
esses direitos sejam reconhecidos e aplicados
propriedade.
universalmente e de maneira efetiva, tanto dentro
dos estados membros quanto nos territórios que Por outro lado, a URSS adotava uma perspectiva
estão sob sua jurisdição. socialista, com uma economia planejada pelo
Estado e a idéia de igualdade social. Eles
Conteúdo
acreditavam que o acesso equitativo aos recursos e
a)Em decorrência do cenário bipolarizado instalado serviços era essencial para alcançar o bem-estar
no segundo pós-guerra, definir o seu conteúdo não social. Portanto, eles valorizavam mais os direitos
foi tarefa fácil - Isso aconteceu porque cada bloco sociais, econômicos e culturais, como saúde,
defendia diferentes valores e princípios em relação educação, igualdade de oportunidades e direitos
aos direitos humanos. Os países capitalistas trabalhistas.
enfatizavam a liberdade individual, como a
c)Vida, liberdade e segurança pessoal;
liberdade de expressão e de religião, enquanto os
países comunistas destacavam princípios como a d)Proibição de escravidão e servidão;
igualdade social e econômica.
e)Proibição a tortura e tratamento cruel
Essas diferentes visões dificultaram a criação de
consenso sobre o que deveria ser considerado como f)Igualdade;
direitos humanos. Além disso, cada bloco tentava
promover seus próprios interesses e criticar os g)Proibição a prisão arbitrária
abusos de direitos humanos cometidos pelo outro
h)Garantias processuais (ampla defesa, presunção
bloco.
de inocência etc)
b)Dois blocos, de um lado os Estados Unidos e de
i)Liberdades (locomoção, reunião, pensamento,
outro a União Soviética: o período ficou conhecido
religião, etc);
como Guerra Fria
j)Direitos sociais em geral (trabalho, educação,
Consenso: Proclamar os direitos civis e cultura, lazer, segurança).
políticos (direitos liberais de primeira dimensão) -
houve um consenso entre os países participantes Discussão:
da Guerra Fria em proclamar os direitos civis e
políticos como uma maneira de combater regimes Direitos Liberais X Direitos Sociais
autoritários, destacar as diferenças entre o mundo
Nesse período surgira a tese de que os direitos
livre e o bloco comunista, e obter apoio e
liberais seriam superiores aos direitos sociais e
influência na luta ideológica da época.
somente os primeiros seriam considerados
fundamentais/humanos - significa que algumas
pessoas acreditam que certos direitos, como a
liberdade de expressão e o direito à propriedade
privada, são mais importantes do que outros, como
o direito à saúde e à educação. Além disso, essas
pessoas argumentam que apenas os direitos liberais
são essenciais e universais para todas as pessoas.
A tese foi rejeitada prevalecendo, portanto, a idéia
de unidade e indivisibilidade dos direitos
humanos e todos os direitos foram proclamados na
DUDH, em um mesmo patamar/paridade
hierárquica (Direitos civis, políticos, econômicos e
culturais) - Isso significa que, na Declaração
Universal dos Direitos Humanos (DUDH), todos os
direitos foram considerados como igualmente
importantes e essenciais para a promoção e
proteção da dignidade humana. Não há uma
hierarquia entre os direitos civis e políticos
(liberais) e os direitos econômicos, sociais e
culturais (sociais). Ambos são considerados como
direitos humanos fundamentais e devem ser
garantidos e respeitados por todos os países.
Essa concepção de unidade e indivisibilidade dos
direitos humanos busca evitar a segmentação dos
direitos, reconhecendo que as liberdades individuais
não podem ser plenamente exercidas se houver
desigualdades sociais e econômicas. Da mesma
forma, o pleno desenvolvimento dos direitos sociais
depende da proteção dos direitos políticos e civis.
Natureza Jurídica da DUDH: Tratado ou
Resolução?
Tratado
Juridicamente obrigatório, logo vinculam os
Estados, ou seja, devem ser garantidos no plano
interno. São acordos formais e vinculativos entre
dois ou mais países. Eles são geralmente escritos e
assinados por representantes dos países envolvidos
e exigem a ratificação e o cumprimento por parte
desses países.
Exemplo: Convenção das Nações Unidas sobre os
Direitos da Criança e o Tratado de Não Proliferação
de Armas Nucleares.
Resolução
São meras recomendações, não vinculam os
Estados, ou seja, não geram efeitos internos. Elas
expressam a opinião ou posição da organização e
podem orientar os estados membros a agirem de
acordo com certos princípios ou objetivos
estabelecidos pela organização. As resoluções
podem ser adotadas por maioria simples ou por
consenso, dependendo dos procedimentos da
organização em questão.
Exemplo: Resolução 242 do Conselho de
Segurança da ONU, que estabelece princípios para
resolver o conflito árabe-israelense.
Polêmica
Caso a Declaração fosse proclamada em forma de
Resolução, os direitos dela integrantes não seriam
exigíveis imediatamente, o que repercutiria,
principalmente no aspecto dos direitos sociais (que
prescindem de atuação positiva do Estado) - significa
que esses direitos não poderiam ser aplicados
imediatamente e de forma obrigatória. Isso teria
conseqüências principalmente nos direitos sociais, que
dependem de ações positivas do Estado para serem
efetivados. Isso pode resultar em atrasos na
implementação de programas e projetos que buscam
promover o bem-estar da população, afetando
principalmente as pessoas que mais precisam desses
direitos.
Em que pese, a DUDH foi aprovada como uma
Resolução da ONU. Sob o aspecto formal,
portanto, não é juridicamente obrigatória -
significa que os países membros da Organização
das Nações Unidas concordaram em adotar a
declaração como um conjunto de princípios a serem
seguidos no respeito aos direitos humanos. No
entanto, sob o aspecto formal, a DUDH não tem o
poder jurídico obrigatório. Isso significa que os
países não são legalmente obrigados a seguir
estritamente as disposições da DUDH, mas são
incentivados a fazê-lo como um compromisso
moral e ético.
Possui força Jurídica?
Possui tanto no âmbito internacional quanto no
âmbito nacional.
Elemento de interpretação de Tratados e
Convenções internacionais e como fonte de
inspiração para a aprovação e interpretação das
regras internas e dos Estados democráticos – em
casos de violações, os indivíduos possuem o direito
de recorrer aos tribunais para buscar reparação e
justiça.
Materialização dos princípios da Carta da ONU
- significa transformar em realidade as idéias e
objetivos estabelecidos na Carta da Organização
das Nações Unidas (ONU). Estes princípios
incluem promover a paz e a segurança
internacionais, respeitar os direitos humanos,
buscar soluções pacíficas para os conflitos e
promover o desenvolvimento social e econômico.
Consenso internacional sobre os Direitos
Humanos - busca incentivar os governos a
respeitar e proteger esses direitos e garantir que
todos os indivíduos tenham acesso a eles,
independentemente de sua nacionalidade, raça,
religião, gênero ou qualquer outra característica.
Integra o Soft Law (instrumentos normativos cuja
força jurídica é menos densa que a das leis, são
instrumentos quase-legais) - não são formalmente
aplicáveis ou exigíveis em tribunais ou pela força
do poder estatal. Em vez disso, eles são acordos
consensuais ou recomendações que visam orientar
as ações e comportamentos dos estados,
organizações internacionais e outros atores no
cenário global. Eles representam um conjunto de
normas mais flexíveis do que aquelas estabelecidas
por leis tradicionais.
Solução da carência de densidade normativa da
DUDH
a)Foi proposta a criação de um Tratado que
reproduzisse os direitos enunciados na Declaração
Universal dos Direitos Humanos - os países se
comprometeriam legalmente a cumprir e proteger
os direitos humanos estabelecidos, tornando-os
aplicáveis e exigíveis no âmbito nacional e
internacional. O objetivo é fortalecer a
implementação dos direitos humanos e garantir sua
proteção de maneira mais efetiva, por meio de
mecanismos de responsabilização e prestação de
contas.
Aceita a proposta, porém, novo impasse surgiu
quanto ao conteúdo de tal Tratado (a proclamação
ou não dos direitos sociais)
Solucionando o impasse (20 anos mais tarde –
1966) com a adoção de 2 Tratados, materializados
pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais.
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
O pacto tem como objetivo promover e proteger
direitos como a liberdade de expressão, a igualdade
perante a lei, o direito à vida, à liberdade e à
segurança pessoal, entre outros.
Ele reconhece que todas as pessoas têm direito à
dignidade humana e que os governos têm a
responsabilidade de respeitar e proteger esses
direitos. Os países que ratificaram o pacto
concordam em adotar medidas para assegurar que
seus cidadãos possam usufruir plenamente desses
direitos. Eles também concordam em submeter
relatórios sobre a implementação do pacto ao
Comitê de Direitos Humanos, órgão responsável
pela supervisão do tratado.
Exemplo: O Pacto Internacional dos Direitos Civis
e Políticos (PIDCP) adotado pela Assembléia Geral
das Nações Unidas em 1966. É um tratado
multilateral que estabelece uma série de direitos
humanos e liberdades fundamentais que devem ser
garantidos por todos os estados signatários do
acordo.
Alguns dos direitos civis e políticos garantidos pelo
PIDCP incluem: o direito à vida, à igualdade
perante a lei, à liberdade de pensamento, de
expressão e de religião, o direito de participar em
eleições livres e justas, o direito à liberdade de
associação e reunião pacífica, o direito à
privacidade e à não discriminação.
Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais
Garante que todas as pessoas tenham acesso a
condições de vida dignas, trabalhos justos, saúde,
educação e participação na vida cultural, entre
outros direitos fundamentais. Visa proteger os
direitos básicos das pessoas em várias áreas, como
trabalho, saúde, educação, moradia, alimentação,
cultura, entre outros.
Exemplo: O PIDESC estabelece uma série de
direitos fundamentais, incluindo o direito ao
trabalho digno e livre escolha de emprego, o direito
a um padrão de vida adequado, incluindo
alimentação, moradia e vestuário adequados, o
direito à saúde, o direito à educação, o direito de
participar na vida cultural, científica e artística,
entre outros.
Os Estados que ratificam o PIDESC têm a
obrigação de adotar medidas progressivas para
garantir a plena realização dos direitos econômicos,
sociais e culturais do seu povo.
Aplicação dos Pactos
a)Os direitos previstos no Pacto Internacional dos
Direitos Civis e Políticos teriam aplicação imediata
e os direitos previstos no Pacto Internacional dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, teriam
aplicação progressiva, fórmula essa, que solucionou
o impasse - Dizer que os direitos previstos no Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos teriam
aplicação imediata significa que esses direitos
devem ser implementados imediatamente pelos
países que assinam o pacto, sem a necessidade de
um processo gradual pela sua indispensabilidade. Já
os direitos previstos no Pacto Internacional dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais teriam
aplicação progressiva, ou seja, sua implementação
seria gradual ao longo do tempo, considerando a
disponibilidade de recursos dos países e a
capacidade de implementá-los de forma efetiva.
Essa abordagem resolve o impasse entre a
necessidade de garantir imediatamente os direitos
civis e políticos e a necessidade de considerar a
progressão gradual para garantir os direitos
econômicos, sociais e culturais.
b)Tais pactos não se limitaram a reproduzir os
direitos previstos na DUDH, ampliando o rol -
significa que eles foram além do que foi
estabelecido inicialmente nesse documento. Os
pactos adicionaram mais direitos e expandiram a
lista de direitos humanos reconhecidos
internacionalmente. Isso significa que as pessoas
têm mais garantias e proteções para seus direitos
fundamentais, abrangendo uma gama mais ampla
de questões e necessidades humanas.
O Sistema Global por definição
Declaração Universal dos Direitos Humanos +
Pacto dos Direitos Civis e Políticos + Pacto dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais =
estrutura o que chamamos de Declaração
Internacional de Direitos (Sistema Geral da ONU).
Declaração Internacional de Direitos
É um documento que estabelece os direitos básicos
e fundamentais de todas as pessoas,
independentemente de sua nacionalidade, sexo,
religião ou origem. Ela garante direitos como a
vida, liberdade, igualdade, dignidade e segurança
para todos. Serve como um padrão internacional
para a promoção e proteção dos direitos humanos
em todo o mundo.
a)Convenção sobre a eliminação de todas as formas
de discriminação racial (ONU – 1966/1969);
b)Convenção sobre a eliminação de todas as formas
de discriminação contra a mulher (ONU – 1979/
BRASI. 2002);
c)Convenção contra a tortura e outros tratamentos
de penas cruéis, desumanos ou degradantes (ONU –
1984/ BRASIL. 1991);
d)Convenção sobre os Direitos da Criança (ONU –
1989/BRASIL. 1990);
e)Convenção sobre os Direitos da Pessoa com
Deficiência (ONU – 2007/BRASIL. 2009);
f)Convenção Internacional sobre a proteção dos
Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e dos
Membros das suas Famílias (ONU –
1990/BRASIL. Ainda não ratificou);
g)Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos
dos Povos Indígenas (ONU – 2007);
h)Declaração de Princípios de Tolerância (ONU –
1995);
i)Declaração do Milênio das Nações Unidas (ONU
– 2000).
Soft Law
(regras “brandas”)
Aprovação Congressual (fase do Decreto
Legislativo)
Inciso I, Art. 49, CF:
“É de competência exclusiva do Congresso
Nacional:
I- Resolver definitivamente sobre tratados, acordos
ou atos internacionais que acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional” -
Isso significa que apenas o Congresso Nacional,
que é formado pelos deputados e senadores, tem a
autoridade de decidir de forma final sobre tratados,
acordos ou atos internacionais que possam trazer
conseqüências negativas para o patrimônio
nacional.