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Meio Ambiente

Ecológico
Curso Práticas Ambientais, Sociais e de Governança

Luiz Eduardo São Thiago


Direitos Fundamentais – Gerações
(ou dimensões)
 direitos fundamentais de primeira geração são os ligados ao valor liberdade, são os
direitos civis e políticos. São direitos individuais com caráter negativo por exigirem
diretamente uma abstenção do Estado, seu principal destinatário.
 direitos fundamentais de segunda geração são os direitos sociais, econômicos e
culturais. São direitos de titularidade coletiva e com caráter positivo, pois exigem
atuações do Estado.
 direitos fundamentais de terceira geração, são os direitos da comunidade, , ou seja, têm
como destinatário todo o gênero humano, como os difusos e coletivos, ligados ao valor de
fraternidade ou solidariedade, são os relacionados ao desenvolvimento ou progresso.
Dentre eles, destaque-se o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, assim
como os direitos ao desenvolvimento, ao patrimônio comum da humidade. São direitos
transindividuais, em rol exemplificativo, destinados à proteção do gênero humano.
 direitos de quarta geração, introduzidos no âmbito jurídico pela globalização política,
compreendem os direitos à democracia, informação e pluralismo.
Evolução das práticas ambientais

1. Controles Ambientais – leis e regulamentos que estabelecem obrigações


ambientais e padrões/parâmetros para garantir a qualidade ambiental.
2. Certificação ISO 14:001 – Sistema de Gestão Ambiental – políticas e
compromissos ambientais.
3. Selos verdes.
4. Relatórios de Sustenatbildiade – Econômica / Social / Ambiental.
5. ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
6. ESG – boas práticas ambientais, sociais e de governança.
Lei de Crimes Ambientais – LEI Nº 9.605/98

 Marco no cumprimento das obrigações ambientais.


 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente.
 Responsabilidade administrativa, civil e penal.
 DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE
 Dos Crimes contra a Fauna.
 Dos Crimes contra a Flora
 Da Poluição e outros Crimes Ambientais
“Classificação do Meio Ambiente”
 Meio Ambiente Natural:
O Meio Ambiente Natural, também chamado de Meio Ambiente Físico, é composto pela atmosfera,
águas (subterrâneas e superficiais, mar territorial), solo e subsolo, fauna e flora e o patrimônio
genético.
A tutela do Meio Ambiente Natural se dá pelo artigo 225 da Constituição Federal, em seu parágrafo
1º, incisos I e VII, e parágrafo 4º:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoque a extinção de espécies ou submetam animais à crueldade.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e
a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
“Classificação do Meio Ambiente”

 Meio Ambiente Artificial:


O Meio Ambiente Artificial é compreendido pelo espaço urbano construído, consistente no
conjunto de edificações (chamado de espaço urbano fechado), e pelos equipamentos públicos
(espaço urbano aberto). O Meio Ambiente Artificial é uma área que está diretamente
relacionada ao conceito de cidade.
A tutela constitucional do Meio Ambiente Artificial está presente no artigo 225 da Constituição
Federal, que trata especificamente do Meio Ambiente, mas também nos artigos 21, inciso XX e
182 (que trata da Política Urbana) da carta constitucional, dentre outros:
Art. 21. Compete à União:
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico
e transportes urbanos.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público Municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei têm por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
“Classificação do Meio Ambiente”
 Meio Ambiente Cultural:
Integra o Meio Ambiente Cultural o patrimônio artístico, paisagístico, arqueológico, histórico e
turístico. Vale pontuar que, apesar de serem bens produzidos pelo Homem e, portanto, também
serem caracterizados como artificiais, eles diferem dos bens que compõem o Meio Ambiente
Artificial em razão do valor diferenciado que possuem para uma sociedade e seu povo.
O Meio Ambiente Cultural é tutelado especificamente pelo artigo 216 da Constituição Federal
brasileira:
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações
artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.
“Classificação do Meio Ambiente”
 Meio Ambiente do Trabalho:
O Meio Ambiente do Trabalho é constituído pelo ambiente, local, no qual as pessoas desenvolvem
as suas atividades laborais, remuneradas ou não remuneradas, “cujo equilíbrio está baseado na
salubridade do meio e na ausência de agentes que comprometam a incolumidade físico-psíquica dos
trabalhadores, independentemente da condição que ostentem” (FIORILLO, 2003, p. 23).
A tutela do Meio Ambiente do Trabalho também está contida na Constituição Federal nos artigos
225 e 200, inciso VIII:
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Ressalta-se que a tutela do Meio Ambiente do Trabalho difere da tutela dos direitos trabalhistas. As
normas e leis que integram o Direito do Trabalho disciplinam as relações jurídicas entre empregado
e empregador, ao passo que, a tutela do Meio Ambiente do Trabalho refere-se à segurança e saúde
do trabalhador no ambiente em que ele trabalha.
CRFB 1988 - CAPÍTULO VI - DO MEIO
AMBIENTE

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
CRFB 1988 - CAPÍTULO VI - DO MEIO
AMBIENTE
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies
e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei,
vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua
proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade.
CRFB 1988 - CAPÍTULO VI - DO MEIO
AMBIENTE
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação
de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e
a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
Meio Ambiente Natural ou Ecológico

 LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981

 Meio Ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem


física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas;

 Recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas,


os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna
e a flora.
Desaparecimento de Civilizações

Civilização Maia

 Uma das civilizações mais poderosas das Américas, conhecida por seu sistema de
escrita altamente sofisticado, arquitetura e habilidade astronômica, entre outras
proficiências progressivas – podem ter entrado em colapso por causa de uma
miscelânea de problemas ecológicos.
 Sua população inchada foi sustentada por tão pouco tempo devido a um sistema
insustentável de agricultura de corte e queima, que acabou destruindo as florestas,
causando uma seca gigantesca ao eliminar o sistema natural de captura de água das
copas das árvores.
 Eventualmente, a diversidade biológica diminuiu e a civilização maia entrou em
colapso (por volta de 900 d.C.), provavelmente como resultado de suas próprias
ações.
Desaparecimento de Civilizações

Civilização Minóica

 Evidências arqueológicas da civilização minóica de Creta (durando de 3.000 a 1100 aC)


mostraram provas de desmatamento durante os estágios finais de desenvolvimento,
levando muitos estudiosos a sugerir que a má gestão ambiental pode ter sido o
principal culpado em seu colapso.
 Como os minoanos eram uma grande potência marítima, eles provavelmente
precisavam de grandes quantidades de madeira para construir seus navios. Eles
também usaram madeira para transações econômicas e, quando o suprimento acabou,
Creta foi atingida por uma erosão do solo prejudicial e inundações repentinas.
 A mudança no clima fez com que os minoanos realocassem ou fechassem suas
instalações de produção. Os desafios sociais e naturais juntos podem ter sido a razão
para seu desaparecimento gradual.
Desaparecimento de Civilizações

 Civilização Anasazi

 Como tantas outras civilizações e culturas, os Anasazi foram vítimas de


pressões ambientais. A superpopulação colocou uma grande pressão sobre os
escassos recursos hídricos do sudoeste americano, onde os Anasazi viviam.
 O problema foi agravado por um período de seca extrema, que os Anasazi se
tornaram incapazes de administrar por causa da tecnologia de irrigação
agrícola sobrecarregada. O povo Anasazi acabou fugindo de suas magníficas
moradias nos penhascos pelos rios Rio Grande e Little Colorado no final do
século XIII.
Evolução do Pensamento Ambiental
Aglomeração humana e sociedade – há 12 mil anos
Evolução do Pensamento Ambiental
Revolução Industrial – séc. XVIII
Evolução do Pensamento Ambiental
Pós revolução industrial – séc. XIX e XX
O que é
Recurso Natural?

Elementos disponibilizados
pela natureza que podem ser
utilizados pelas atividades
humanas.
Recursos naturais
Renováveis: Aqueles cujo tempo de reposição natural é
compatível com as necessidades humanas.

Não Renováveis: Aqueles que não se formam


novamente ou cuja reposição natural seja muito lenta.
O Brasil detém a segunda maior área
florestal do planeta.

516 milhões de hectares

60,7%
do território nacional
O Brasil abriga a biodiversidade mais
rica do mundo

55 milhões de espécies de plantas


524 espécies de mamíferos
1.677 espécies de aves
517 espécies de anfíbios
2.657 espécies de peixes
O Brasil é o país que possui maior
quantidade de água doce do mundo

12%
da água doce mundial

10%
7%
Natureza e Recurso Natural são
sinônimos?
RECURSO NATURAL

 A noção mais abrangente e difundida do que sejam os “recursos naturais” nos


remete imediatamente à idéia de uma natureza utilizada pelo homem, afinal
recurso, segundo o Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa (2004), “é o
ato de recorrer. Auxílio, proteção, socorro.” Ou seja, “recurso natural”
expressa a necessidade do homem em buscar na natureza as condições
para a manutenção de sua vida.
Natureza e Recurso Natural são
sinônimos?
Natureza????
o conceito de natureza não é natural, sendo na verdade criado e instituído pelos
homens. Constitui um dos pilares através do qual os homens erguem as suas
relações sociais, sua produção material e espiritual, enfim, a sua cultura.”
O conceito de natureza é uma importante chave de compreensão de diferentes
sociedades, pois cada povo se relaciona com a natureza por ele interpretada.
 “nãoexiste uma Natureza em si, existe apenas uma Natureza pensada. (...). A
natureza em si, não passa de uma abstração. Não encontramos senão uma idéia de
natureza que toma sentido radicalmente diferente segundo as épocas e os homens.”
 Mesmo a evidente dimensão dos problemas ambientais atuais não é capaz de
ocultar a diversidade das relações que mantemos com a natureza Se temos apenas
um planeta Terra, em compensação temos muitas maneiras de o habitar.
Conceito de Natureza não é natural

Contudo, as sociedades não são iguais e o conceito de natureza é uma importante chave de
compreensão das diferentes visões das sociedades, pois cada povo se relaciona com a natureza por
ele interpretada. Em outras palavras, a forma como uma sociedade conceitua a natureza determina
de qual maneira ela vai se relacionar com ela. A relação dos povos com a natureza se estabelece no
interior das sociedades, tanto quanto as relações sociais.
Homem é Natureza?

A natureza para a sociedade urbana industrial ocidental

Separação

Homem /natureza

homem sujeito x natureza objeto


(antropocentrismo)
GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS:
QUAIS? PARA QUE? E PARA QUEM?

Desta forma, há que se levar em consideração de que sociedade se está falando quando da
definição acerca da gestão de determinados recursos naturais.
 15.1 Assegurar a conservação, recuperação e uso sustentável de ecossistemas terrestres e de água doce interiores e seus serviços, em especial florestas,
zonas úmidas, montanhas e terras áridas, em conformidade com as obrigações decorrentes dos acordos internacionais
 15.2 Promover a implementação da gestão sustentável de todos os tipos de florestas, deter o desmatamento, restaurar florestas degradadas e aumentar
substancialmente o florestamento e o reflorestamento globalmente
 15.3 Combater a desertificação, restaurar a terra e o solo degradado, incluindo terrenos afetados pela desertificação, secas e inundações, e lutar para
alcançar um mundo neutro em termos de degradação do solo
 15.4 Assegurar a conservação dos ecossistemas de montanha, incluindo a sua biodiversidade, para melhorar a sua capacidade de proporcionar benefícios
que são essenciais para o desenvolvimento sustentável
 15.5 Tomar medidas urgentes e significativas para reduzir a degradação de habitat naturais, deter a perda de biodiversidade e, até 2020, proteger e evitar a
extinção de espécies ameaçadas
 15.6 Garantir uma repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos e promover o acesso adequado aos recursos
genéticos
 15.7 Tomar medidas urgentes para acabar com a caça ilegal e o tráfico de espécies da flora e fauna protegidas e abordar tanto a demanda quanto a oferta de
produtos ilegais da vida selvagem
 15.8 Implementar medidas para evitar a introdução e reduzir significativamente o impacto de espécies exóticas invasoras em ecossistemas terrestres e
aquáticos, e controlar ou erradicar as espécies prioritárias
 15.9 Integrar os valores dos ecossistemas e da biodiversidade ao planejamento nacional e local, nos processos de desenvolvimento, nas estratégias de
redução da pobreza e nos sistemas de contas
 15.a Mobilizar e aumentar significativamente, a partir de todas as fontes, os recursos financeiros para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade
e dos ecossistemas
 15.b Mobilizar recursos significativos de todas as fontes e em todos os níveis para financiar o manejo florestal sustentável e proporcionar incentivos
adequados aos países em desenvolvimento para promover o manejo florestal sustentável, inclusive para a conservação e o reflorestamento
 15.c Reforçar o apoio global para os esforços de combate à caça ilegal e ao tráfico de espécies protegidas, inclusive por meio do aumento da capacidade
das comunidades locais para buscar oportunidades de subsistência sustentável
Responsabilidade do Estado

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
III -proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
VI -proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;
VII -preservar as florestas, a fauna e a flora;
XI -registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
Responsabilidade do Estado

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:
VI -florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e
dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII -proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII -responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
TÍTULO VII: DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
Capítulo I - Dos Princípios Gerais da Atividade
Econômica

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na


livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de
elaboração e prestação;
TÍTULO VII: DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
Capítulo III - Dos Princípios Gerais da Atividade
Econômica

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
Política Nacional do Meio Ambiente

PRINCÍPIOS (art. 2º):


II -racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III -planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV -proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
VIII -recuperação de áreas degradadas;
IX -proteção de áreas ameaçadas de degradação
Política Nacional do Meio Ambiente

Objetivos (Art.4º):
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do
meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio
ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
dos Municípios;
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao
uso e manejo de recursos ambientais;
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à
vida;
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos
causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins
econômicos.
Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza - SNUC

 Lein°9.985/2000;
 Decreto4.340/2002–RegulamentaoSNUC.

Marca uma importante modificação na estrutura de grande parte das áreas


protegidas brasileiras, definindo critérios mais objetivos para a criação e gestão
dessas áreas. Criando um sistema unificado.
Unidades de Conservação:

Espaço territorial e seus recursos ambientais (...) com características naturais


relevantes, legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos de
conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual
se aplicam garantias adequadas de proteção.
Principais Objetivos:

Art. 4
I –contribuir para a manutenção da diversidade biológica
II- Proteger espécies ameaçadas de extinção
III – Preservação e restauração dos ecossistemas naturais
XIII – Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações
tradicionais respeitando e valorizando seu conhecimento e cultura
CONSERVAÇÃO X PRESERVAÇÃO

 CONSERVAÇÃO: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a


preservação a manutenção, a utilização sustentável, A restauração e a
recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício,
em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de
satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras , e garantindo a
sobrevivência dos seres vivos em geral.
 PRESERVAÇÃO: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a
proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistema além da
manutenção dos processos ecológicos prevenindo a simplificação dos sistemas
naturais.
CATEGORIAS:
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
A compensação ambiental

Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de


significativo impacto ambiental (...) o empreendedor é obrigado a apoiar a
implementação de uma unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral.
Principais instrumentos de gestão
PLANO DE MANEJO

 Plano de Manejo é “documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais
de uma unidade de conservação se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem
presidir o uso da área e a manejo dos recursos naturais”
CONSELHOS GESTORES EM UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO
Mosaicos de UCs
Corredores Ecológicos
O SNUC em números
Zoneamento Ecológico Econômico
Zoneamento Ecológico Econômico
Zoneamento Ecológico Econômico
 II do Art. 9º da Lei nº 6.938/81
 Regulamentado pelo Decreto Federal Nº 4.297/02
DO CONTEÚDO DO ZEE

O ZEE dividirá o território em zonas, de acordo com as necessidades de proteção,


conservação e recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento
sustentável.
A definição de cada zona observará, no mínimo:

I - diagnóstico dos recursos naturais, da sócio-economia e do marco jurídico-


institucional;
II - informações constantes do Sistema de Informações Geográficas;
III - cenários tendenciais e alternativos; e
IV - Diretrizes Gerais e Específicas, nos termos do art. 14 deste Decreto.
DO CONTEÚDO DO ZEE

O diagnóstico deverá conter, no mínimo:


I - Unidades dos Sistemas Ambientais, definidas a partir da integração entre os componentes da natureza;
II - Potencialidade Natural, definida pelos serviços ambientais dos ecossistemas e pelos recursos naturais
disponíveis, incluindo, entre outros, a aptidão agrícola, o potencial madeireiro e o potencial de produtos
florestais não-madeireiros, que inclui o potencial para a exploração de produtos derivados da biodiversidade;
III - Fragilidade Natural Potencial, definida por indicadores de perda da biodiversidade, vulnerabilidade natural
à perda de solo, quantidade e qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos;
IV - indicação de corredores ecológicos;
V - tendências de ocupação e articulação regional, definidas em função das tendências de uso da terra, dos
fluxos econômicos e populacionais, da localização das infra-estruturas e circulação da informação;
VI - condições de vida da população, definidas pelos indicadores de condições de vida, da situação da saúde,
educação, mercado de trabalho e saneamento básico;
VII - incompatibilidades legais, definidas pela situação das áreas legalmente protegidas e o tipo de ocupação
que elas vêm sofrendo; e
VIII - áreas institucionais, definidas pelo mapeamento das terras indígenas, unidades de conservação e áreas
de fronteira.
DO CONTEÚDO DO ZEE
As Diretrizes Gerais e Específicas deverão conter, no mínimo:
I - atividades adequadas a cada zona, de acordo com sua fragilidade ecológica, capacidade de suporte ambiental
e potencialidades;
II - necessidades de proteção ambiental e conservação das águas, do solo, do subsolo, da fauna e flora e demais
recursos naturais renováveis e não-renováveis;
III - definição de áreas para unidades de conservação, de proteção integral e de uso sustentável;
IV - critérios para orientar as atividades madeireira e não-madeireira, agrícola, pecuária, pesqueira e de
piscicultura, de urbanização, de industrialização, de mineração e de outras opções de uso dos recursos
ambientais;
V - medidas destinadas a promover, de forma ordenada e integrada, o desenvolvimento ecológico e
economicamente sustentável do setor rural, com o objetivo de melhorar a convivência entre a população e os
recursos ambientais, inclusive com a previsão de diretrizes para implantação de infra-estrutura de fomento às
atividades econômicas;
VI - medidas de controle e de ajustamento de planos de zoneamento de atividades econômicas e sociais
resultantes da iniciativa dos municípios, visando a compatibilizar, no interesse da proteção ambiental, usos
conflitantes em espaços municipais contíguos e a integrar iniciativas regionais amplas e não restritas às cidades;
VII - planos, programas e projetos dos governos federal, estadual e municipal, bem como suas respectivas fontes
de recursos com vistas a viabilizar as atividades apontadas como adequadas a cada zona.
LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012
Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa

Estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação


Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de
matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e
prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros
para o alcance de seus objetivos.
LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012
Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa

Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta Lei atenderá aos seguintes
princípios:
 afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e
demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos
hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem estar das gerações
presentes e futuras;
 reafirmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do papel
das florestas e demais formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento
econômico, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na presença do
País nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia;
 ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o
compromisso do País com a compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da
terra e a preservação da água, do solo e da vegetação;
LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012
Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa

 As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação


nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de
interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de
propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente
esta Lei estabelecem.
LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012
Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa

 Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por


vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico
de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações
humanas;
 Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural
com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos
naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e
a proteção de fauna silvestre e da flora nativa
LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012
Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa

 área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com
edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio;
 área urbana consolidada: aquela que atende os seguintes critérios:
a) estar incluída no perímetro urbano ou em zona urbana pelo plano diretor ou por lei municipal específica;
b) dispor de sistema viário implantado;
c) estar organizada em quadras e lotes predominantemente edificados;
d) apresentar uso predominantemente urbano, caracterizado pela existência de edificações residenciais, comerciais,
industriais, institucionais, mistas ou direcionadas à prestação de serviços;
e) dispor de, no mínimo, 2 (dois) dos seguintes equipamentos de infraestrutura urbana implantados:
1. drenagem de águas pluviais;
2. esgotamento sanitário;
3. abastecimento de água potável;
4. distribuição de energia elétrica e iluminação pública; e
5. limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos sólidos.
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
 Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda
da calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa
marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos
d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
 Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas:
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no
raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45º , equivalente a 100% (cem por cento) na linha de
maior declive;
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
VII - os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem)
metros em projeções horizontais;
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média
maior que 25º , as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima
da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou
espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do
espaço permanentemente brejoso e encharcado.
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
 A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo
proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica,
de direito público ou privado.
 Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação
Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é
obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os usos autorizados
previstos nesta Lei.
 É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente
para obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental.
ÁREA DE RESERVA LEGAL
 Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de
Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação
Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel,
 A localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá levar em consideração os
seguintes estudos e critérios:
I - o plano de bacia hidrográfica;
II - o Zoneamento Ecológico-Econômico
III - a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com Área de
Preservação Permanente, com Unidade de Conservação ou com outra área legalmente
protegida;
IV - as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e
V - as áreas de maior fragilidade ambiental.
ÁREA DE RESERVA LEGAL

 Será admitido o cômputo das Áreas de Preservação Permanente no cálculo do


percentual da Reserva Legal do imóvel, desde que:
I - o benefício previsto neste artigo não implique a conversão de novas áreas para
o uso alternativo do solo;
II - a área a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação,
conforme comprovação do proprietário ao órgão estadual integrante do Sisnama; e
III - o proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no Cadastro
Ambiental Rural - CAR, nos termos desta Lei.
ÁREA DE RESERVA LEGAL

 A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo
proprietário do imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa
física ou jurídica, de direito público ou privado.
Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo
sustentável, previamente aprovado pelo órgão competente do Sisnama.
Para fins de manejo de Reserva Legal na pequena propriedade ou posse rural
familiar, os órgãos integrantes do Sisnama deverão estabelecer procedimentos
simplificados de elaboração, análise e aprovação de tais planos de manejo.
 A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente
por meio de inscrição no CAR de que trata o art. 29, sendo vedada a alteração
de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de
desmembramento, com as exceções previstas nesta Lei.
CADASTRO AMBIENTAL RURAL

 Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Sistema Nacional de


Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, registro público eletrônico de
âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de
integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais,
compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento
ambiental e econômico e combate ao desmatamento.
Muito obrigado!!!

Luiz Eduardo São Thiago


Luiz.saothiago@interacaoambiental.com.br
21 98894-2773

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