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CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Meio ambiente como realidade natural e social.

Meio ambiente ecologicamente equilibrado é direito fundamental, previsto na


CF nas disposições sobre a ordem social.

Norma imediatamente aplicável a entidades públicas e privadas.

Art. 225, CF: § 1.º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao
Poder Público:

Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o


manejo ecológico das espécies e ecossistemas;

Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e


fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético;

Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus


componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização
que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade


potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,


métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de
vida e o meio ambiente;

Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a


conscientização pública para a preservação do meio ambiente;

Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que


coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade.

§ 2.º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o


meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo
órgão público competente, na forma da lei.
§ 3.º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais
e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.

§ 4.º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o


Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e
sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que
assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos
recursos naturais.

§ 5.º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados,


por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas
naturais.

§ 6.º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser
instaladas.

§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo,


NÃO se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais,
desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215
desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial
integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas
por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.

Estado e sociedade devem envidar esforços para preservação do meio


ambiente. Em caso de conflito, prevalece o interesse difuso.

VISÃO BIOCÊNTRICA do ser humano; dependência de tudo que o cerca.

Ingo Walfgang Sarlet e Tiago Fensterseifer - ANTROPOCENTRISMO


JURÍDICO ECOLÓGICO - reconhecer o valor intrínseco inerente não apenas
ao ser humano, como também a outras formas de vida.

O art. 3.º da Lei 6.938/1981 conceitua meio ambiente como o conjunto de


condições, leis, influências e interações de ordem física, química ou
biológica, que permitem, abrigam e regem a vida em todas as suas
formas.
A tutela ambiental também marca um COMPROMISSO INTEGRACIONAL
porque apresenta um compromisso com a presente e futuras gerações
(solidariedade intergeracional).

- Meio ambiente natural ou físico: é o que existe independentemente da


atuação do homem (solo, ar, água, flora, fauna);

- Meio ambiente artificial ou urbano: é constituído pelo espaço urbano


construído, consubstanciado no conjunto de edificações (espaço urbano
fechado) e dos equipamentos públicos (espaço urbano aberto); o principal
instrumento de proteção do meio ambiente artificial é o Estatuto da Cidade, e
são aplicadas as normas constitucionais que abrigam a função social da
propriedade (arts. 30 VIII e 182 CF/1988);

- Meio ambiente cultural: consiste nas intervenções humanas, materiais e


imateriais, que possuem um especial valor cultural, referente à identidade, à
ação, à memória dos diferentes grupos formadores da nacionalidade ou
sociedade brasileira. Compreende, assim, o patrimônio histórico, artístico,
paisagístico, arqueológico, ecológico etc.;

- Meio ambiente do trabalho: consiste especialmente na proteção dos


espaços laborais e da integridade física e mental dos trabalhadores, isto pela
necessidade da sustentabilidade, em todos os sentidos, onde as pessoas
executam sua atividade profissional.

COMPETÊNCIA CONCORRENTE da União, Estados e Municípios para


legislarem sobre o tema.

Já no tocante à competência administrativa, dispõe a Constituição: Art. 23. É


competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios: - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e
os sítios arqueológicos; - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização
de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;

Art. 216, § 1º - instrumentos de proteção: inventários, registros, vigilância,


tombamento e desapropriação. Rol exemplificativo, uma vez que a própria
Constituição elenca a ação popular (art. 5º LXXIII), o inquérito civil e a ação
civil pública (art. 129 inciso III) como instrumentos aptos a tanto.
- Tombamento: ato administrativo. Lei visa à preservação do bem.
Impede a descaracterização e destruição. Pode ser bens móveis e imóveis.
Pode ser feito pela União, Estados e Municípios (mais de um ente pode realizar
o tombamento). Também pode ser tombado em escala mundial – UNESCO.

Os bens públicos poderão ser tombados de ofício. Já o tombamento do bem


pertencente à pessoa natural ou jurídica de direito privado se fará voluntária ou
compulsoriamente.

A construção na área do entorno do bem tombado sofre restrições. Tem de


haver autorização prévia. Não pode nem colocar cartazes, anuncio ou qualquer
coisa que lhe reduza a visibilidade.

O REGISTRO é o instrumento destinado à proteção dos bens imateriais que


constituem patrimônio cultural brasileiro. Está regulamento pelo Decreto
3.551/2000, que dispõe 04 (quatro livros) para tanto, permitindo-se a adoção de
outros:

Art. 1º Fica instituído o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial


que constituem patrimônio cultural brasileiro.

§ 1º Esse registro se fará em um dos seguintes livros:

- Livro de Registro dos Saberes, onde serão inscritos conhecimentos e


modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades;

- Livro de Registro das Celebrações, onde serão inscritos rituais e


festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do
entretenimento e de outras práticas da vida social;

- Livro de Registro das Formas de Expressão, onde serão inscritas


manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas;

- Livro de Registro dos Lugares, onde serão inscritos mercados, feiras,


santuários, praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem
práticas culturais coletivas.

§ 2º A inscrição num dos livros de registro terá sempre como referência a


continuidade histórica do bem e sua relevância nacional para a memória,
a identidade e a formação da sociedade brasileira.

§ 3º Outros livros de registro poderão ser abertos para a inscrição de bens


culturais de natureza imaterial que constituam patrimônio cultural
brasileiro e não se enquadrem nos livros definidos no parágrafo primeiro
deste artigo.

São partes legítimas para provocar a instauração do processo de registro

- Art. 2º:

- o Ministro de Estado da Cultura;

- instituições vinculadas ao Ministério da Cultura;

- Secretarias de Estado, de Município e do Distrito Federal;

- sociedades ou associações civis.

O Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, de acordo com a UNESCO,


órgão das Nações Unidas, compreende as expressões de vida e tradições que
comunidades, grupos e indivíduos em todo o mundo recebem de seus
ancestrais e repassam a seus descendentes. No Brasil, 38 manifestações
culturais imateriais já foram reconhecidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (IPHAN). Destas, cinco estão inscritas na UNESCO como
Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. São saberes, celebrações e
formas de expressões: a “Roda de Capoeira”, o “Frevo”, o “Samba de Roda”, o
“Círio de Nazaré” e a “Arte Kusiwa”.

A cidade de Paraty (RJ) foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como patrimônio da humanidade.
É a primeira vez que um local é declarado patrimônio misto - cultural e natural -
na América do Sul. O reconhecimento se estende a Ilha Grande e uma extensa
área preservada de mata atlântica na Serra da Bocaina. A decisão ocorreu na
43ª reunião do Comitê de Patrimônio Mundial da Unesco, realizada em
05/07/2019 em Baku, capital do Azerbaijão.

09/08/2022

TUTELA CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE


Meio ambiente como realidade natural e social.

Meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa


humana (art 225, CF).

É imprescritível a pretensão de reparação civil de dano ambiental. STF.


Plenário. RE 654833, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 20/04/2020
(Repercussão Geral – Tema 999).

REVISÃO OK – 11/09/2022

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