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Hora-Aula/Hora-Relógio

2023-1
Discente: Ângelo Rucaly Ali Figueiredo Filho - RA nº 0367288
Discente: Hedilene Lima do Nascimento - RA nº 0367421
1º Semestre do Curso de Direito da FPb
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 3

2 ANÁLISE DO ARTIGO 225 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ........................................ 3

3 COMPREENSÃO DO PAPEL DO PODER PÚBLICO NA DEFESA DO MEIO


AMBIENTE................................................................................................................................ 5

4 COMPREENSÃO DO PAPEL COLETIVIDADE NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE. 7

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 7

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ................................................................................. 8


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ANÁLISE DO ARTIGO 225 DA CONTITUIÇÃO FEDERAL PARA A


COMPREENÇÃO DO PAPEL DA COLETIVIDADE E DO PODER PÚBLICO NA DEFESA
DO MEIO AMBIENTE PARA AS GERAÇÕES PRESENTES E FUTURAS.

Resumo: Este trabalho busca fazer uma análise do artigo 225 da Constituição Federal, com o
objetivo de compreender o papel da comunidade e do poder público na proteção do meio
ambiente hoje e para as futuras gerações. Para tanto, são discutidos os principais aspectos
relacionados à proteção ambiental nas normas do Brasil. Ressalta-se que a proteção ambiental
é tema fundamental para garantir a qualidade de vida das presentes e futuras gerações, sendo
fundamental a atuação conjunta da sociedade e do poder público para a promoção do
desenvolvimento sustentável.
Palavras-chave: Artigo Científico. Constituição Federal. Artigo 225 da Constituição Federal.
Defesa do Meio Ambiente.

1 INTRODUÇÃO

A Constituição Federal de 1988 representou um marco histórico no direito ambiental


brasileiro, pois consagrou o meio ambiente como direito fundamental ao incluir o artigo 225
em seu texto. Esse mecanismo estabelece que todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de todos os povos e essencial à qualidade de vida, cabendo
aos poderes públicos e a coletividade o dever de defendê-lo e protegê-lo para as presentes e
futuras gerações.
Diante disso, uma análise mais detalhada do citado artigo se faz necessária para
compreender o papel da comunidade e do poder público na proteção do meio ambiente para as
presentes e futuras gerações. Para tanto, faz-se necessário destacar a importância do meio
ambiente para a qualidade de vida das pessoas e o desenvolvimento sustentável do país, bem
como a importância da proteção ambiental para as gerações futuras.
Portanto, este trabalho propõe uma análise do artigo 225 da Constituição Federal com
base em revisão bibliográfica e interpretação do dispositivo com o objetivo de compreender o
papel da comunidade e do poder público na proteção do meio ambiente através das gerações,
presentes e futuras.

2 ANÁLISE DO ARTIGO 225 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Segundo diversos autores, a Magna Carta de 1988 inovou na tratativa dos direitos
ambientais em seu texto, uma vez que além de estabelecer a cooperação entre o Poder Público
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e a coletividade na defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado, ainda o elevou ao


patamar de direito fundamental. De acordo com as palavras de Moraes (2006):
A Constituição Federal de 1988 consagrou como obrigação do Poder Público a defesa,
preservação e garantia de efetividade do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida. (MORAES,
2006, p. 774)
O tema em questão é previsto no art. 225, da CF/88:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
§ 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
I. preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico
das espécies e ecossistemas;
II. preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar
as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III. definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV. exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade;
V. controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI. promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente;
VII. proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade.
§ 2º. Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.
§ 3º. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal
Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á,
na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente,
inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º. São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º. As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida
em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º. Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal,
registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar
dos animais envolvidos.
(BRASIL, 1988).
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Deste modo, conclui-se a partir da leitura do caput, que o bem jurídico tutelado é o meio
ambiente ecologicamente equilibrado, figurando-se como direito difuso, visto que sua
titularidade é de toda a coletividade. Nessa linha, complementa Souza Filho (2002):

“Dito de outra forma, cada um é individualmente é titular do direito sobre a relação


ou a coisa, mas essa titularidade não pode ser apropriada, transferida, alienada, quer
dizer, este direito não integra o patrimônio individual de cada um. Por isso mesmo
este direito é difuso, de titularidade difusa, não porque não se possa contar o número
de seus titulares (em alguns casos se pode), mas porque a titularidade não se prende a
essas pessoas, se alguém nasce adquire a titularidade sem diminuir a dos outros, se
um morre, não aumenta a dos outros, este é o sentido do caráter difuso. ” (Souza Filho,
2002, p. 34)

Além de caracterizar-se como bem de uso comum, ou seja, indisponível e inalienável,


com utilização de todos, encontrando-se como limite desta utilização, a preservação para a as
próximas gerações, em uma perspectiva de transgeracionalidade.
Ademais, impõe-se a cooperação entre o poder público e a coletividade, ao estabelecer
que ambos têm o dever, conjunto, de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e
futuras gerações.
Há que se ressaltar, entretanto, que as obrigações a serem exercidas por ambos não
podem ser confundidas, visto que o poder público, por meio de todo aparato estatal, possui
obrigações mais objetivas, como é previsto no § 1º do referido artigo.
Entretanto, as obrigações incumbidas à administração não se litam às previstas no
referido parágrafo, sendo essas tratadas no capítulo adiante.

3 COMPREENSÃO DO PAPEL DO PODER PÚBLICO NA DEFESA DO MEIO


AMBIENTE

Como visto anteriormente, o papel do poder público, na defesa do meio ambiente


ecologicamente equilibrado, é determinado inicialmente pelo § 1º do art. 225 da Constituição
Federal:

§ 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:


I. preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico
das espécies e ecossistemas;
II. preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar
as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III. definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV. exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade;
V. controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
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VI. promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização


pública para a preservação do meio ambiente;
VII. proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade.
(BRASIL, 1988).

Desta forma, o citado parágrafo estabelece os instrumentos para efetiva concretização


das determinações do caput, por intermédio de um rol de obrigações de atuação da
Administração Pública.
Dentre essas obrigações, apesar de todas possuírem extrema relevância, vale destaque a
prevista no inciso III, de definir as áreas a serem especialmente protegidas, sendo sua alteração
e supressão permitidas apenas através da lei, e sua utilização de forma a não comprometer a
integridade das particularidades que justifiquem a especial proteção. Ou seja, o estado tem a
atribuição de determinar as áreas que necessitem ser protegidas para a preservação do meio
ambiente ecologicamente equilibrado.
Outrossim, o inciso IV, prevê a exigência de estudos de impacto ambiental para
implementação de obras ou atividades que possam causar impacto ambiental. Instrumento de
fundamental relevância para o desenvolvimento sustentável, visto que impede que sejam
executadas atividades possivelmente nocivas ao ambiente sem realização prévia de estudos para
previsão dos danos e para implementação de medidas de contenção e recuperação.
Ademais, o inciso VI, versa sobre a promoção da educação ambiental, que deve ser
presente em todos os níveis de ensino, além da conscientização pública, fundamental para a
preservação. Determinação de extrema relevância, já que, é por intermédio desta, não
exclusivamente, que o poder público fornece à coletividade as ferramentas necessárias para o
exercício do seu papel, que além da preservação e não degradação, envolve praticas positivas
para a defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Entretanto, nem todas as determinações impostas à administração encontram-se
elencadas no § 1º, como se pode observar no § 2ª, que prevê a atuação do poder público, através
de órgão competente, na determinação das exigências técnicas necessárias para consolidação
da obrigação de se reparar áreas degradadas pela mineração.
Já no §3º, observa-se a atuação do poder público na aplicação de sanções penais e
administrativas, além de responsabilização civil, por meio da imposição da obrigação de
reparar, aos infratores que causarem dano ao meio ambiente.
Por fim, o § 4º determina que a administração, por intermédio do poder legislativo, fixe
os padrões de utilização para os biomas considerados patrimônio nacional, com foco em sua
preservação.
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4 COMPREENSÃO DO PAPEL COLETIVIDADE NA DEFESA DO MEIO


AMBIENTE

Por outro lado, à coletividade é incumbido um papel de proteção ambiental com caráter
mais subjetivo, visto que o artigo em análise não atribui um rol de medidas a serem exercidas
como é feito no caso das autoridades públicas.
Porém, tal fato não diminui a relevância desse papel, já que a Constituição Federal, por
meio do artigo em questão, é taxativa ao determinar a responsabilidade compartilhada da
coletividade na defesa e preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Nessa linha, pode-se ressaltar a atuação na defesa ambiental por intermédio da adoção
de práticas sustentáveis no cotidiano das comunidades, como a redução de consumo hídrico,
descarte apropriado de lixo, redução da poluição ocasionada por meios de transporte
particulares, dentre outras, além da conscientização para que cada vez mais eleve-se o número
de pessoas adeptas a práticas como estas.
Ademais, cita-se a participação coletiva de forma mais ativa, na atuação em conjunto
com órgãos públicos através de ONG’s, impulsionando movimentos sociais e colaborando na
elaboração e execução de políticas públicas que promovam ações de defesa ao meio ambiente.
Além de cobrar a atuação mais eficaz das autoridades.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Constituição Federal brasileira elevou os direitos ambientais ao status de


fundamentais ao incluí-los em seu texto a partir do artigo 225. Além disso, inovou ao
estabelecer a atuação conjunta entre a comunidade e o poder público para sua efetiva proteção.
Ao poder público cabe a atuação objetiva a partir de determinações taxativas, das quais
ressalta-se a responsabilidade sobre a definição das áreas de proteção ambiental, a realização
de estudos de impacto ambiental para implementação de obras ou atividades lesivas, a
promoção da educação ambiental, a aplicação de sanções penais e administrativas aos infratores
ambientais e a fixação dos padrões de utilização para os biomas considerados patrimônio
nacional, com foco em sua preservação.
Já à coletividade recai um papel mais subjetivo, visto que essa atuação é realizada
através da conscientização e da adoção no coletivo social de práticas menos lesivas ao meio
ambiente, além da utilização das ONG’s para auxílio e cobrança do poder público.
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF: Presidência da República [2023]. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 11 jun. 2023.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 20 ed. São Paulo: Atlas, 2006.
SOUZA FILHO, Carlos Frederico Marés de. Introdução ao direito socioambiental. In:
LIMA, André (org). O direito para o Brasil socioambiental. Porto Alegre: Sergio Antônio
Fabris Editor, 2002.
VASCONCELOS, L. S. O Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado Como Direito E
Dever Fundamental Na Constituição Federal Do Brasil De 1988. Revista Jurídica da FA7,
v. 9, n. 1, p. 97-108, 30 abr. 2012.
RIO DE JANEIRO (Estado). Secretaria do Estado do Ambiente e Sustentabilidade; CENTRO
DE ESTUDOS AMBIENTAIS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Saberes,
estratégias e metodologias: construindo programas de educação ambiental: volume 1:
meio ambiente e educação ambiental: conceituação, legislação e políticas públicas.
Organizado Marilene de Sá Cadei, Jacqueline Guerreiro Aguiar, Ágatha Lopes Tommasi
Oliveira. Riode Janeiro: INEA: CEADS/UERJ, 2021.

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