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DIREITO AMBIENTAL AGE/MG

PRINCIPIOS DO DIREITO AMBIENTAL


MEIO AMBIENTE NA CF
CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE

  Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

TODOS DEVEM PROTEGER E CONSERVAR O MEIO AMBIENTE, MAS INCUME AO


PODER PÚBLICO:

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico


das espécies e ecossistemas;         (Regulamento)

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as


entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético;         (Regulamento)   (Regulamento)  (Regulamento)   (Regulamento)

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus


componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade
dos atributos que justifiquem sua proteção;         (Regulamento)

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente


causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade;         (Regulamento)

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e


substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;         (Regulamento)

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização


pública para a preservação do meio ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade.         (Regulamento)

VIII - manter regime fiscal favorecido para os biocombustíveis destinados ao


consumo final, na forma de lei complementar, a fim de assegurar-lhes tributação inferior à
incidente sobre os combustíveis fósseis, capaz de garantir diferencial competitivo em relação a
estes, especialmente em relação às contribuições de que tratam a alínea "b" do inciso I e o
inciso IV do caput do art. 195 e o art. 239 e ao imposto a que se refere o inciso II do caput do
art. 155 desta Constituição.   (Incluído pela Emenda Constitucional nº 123, de 2022)

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio


ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente,
na forma da lei.

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os


infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal
Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na
forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais.         (Regulamento)         (Regulamento)

§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações


discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em
lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas
como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser
regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais
envolvidos.         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 2017)

DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

  Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob


qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto
nesta Constituição.

II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade


de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o
disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam
ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.

  Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos
da lei:

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

  Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,


simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:

II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio


ambiente;

  Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado


exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este
determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.         (Vide Lei nº 13.874,
de 2019)

§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas,


levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos
garimpeiros.

DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

  Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre


iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios:
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação;         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

  Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

  Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de


valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos


recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

  Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

AÇÃO POPULAR: ART. 5º LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

DA COMPETENCIA AMBIENTAL ADMINISTRATIVA E DA COMPETENCIA AMBIENTAL


LEGISLATIVA:

Competência Material e
Legislativa em Matéria
Ambiental
3
  A Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988,
dividiu a competência para todos os entes da federação. Uma
vez que acredita que mesmo havendo relação de coordenação
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o
chamado federalismo cooperativo, cada um é dotado de
autonomia, ou seja, eles possuem capacidades governar pelos
próprios meios, podendo ser estes: legislativo, administrativo,
material, financeiro, dentre outros.
  A doutrina faz uma repartição da competência entre material
e legislativa, sendo esta ligada as criações de leis e atos
normativos e aquela ao poder de polícia, ou seja, a de cuidar da
atuação dos entes federativos.

  Em matéria ambiental não é diferente, a


competência também é dividida em material e
legislativa, sendo ainda dividida em material:
exclusiva e comum e em legislativa: privativa, exclusiva,
reservada, concorrente, complementar, plena e remanescente,
tratando-se de artigos da Constituição Federal de 1988. 
  No Art. 21 da CRFB (1988) trata da competência
material exclusiva da União, ou seja, por tratar sobre
matérias de interesse geral, compete somente a união, por
exemplo o inciso XIX deste artigo que diz “instituir sistema
nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir
critérios de outorga de direitos de deu uso”.
  A competência legislativa privativa também só diz
respeito a União, pois defende que apenas a União pode
legislar nas questões elencadas no art. 22 da CF.
  Quando a União se mantem inerte a edição de uma lei
federal sobre as normas gerais, compete aos Estados e ao
Distrito Federal legislar sobre essa edição de norma, sendo
essa competência legislativa chamada de plena.

  Já no Art. 23 da CF que trata de competência material, mas


agora da comum, que tanto diz respeito a União como aos
Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal, uma vez que visa
à execução de normas à proteção do ambiente e isso é de
responsabilidade de todos os entes da federação.
  Em se tratando de competência legislativa concorrente,
todos os entes da federação têm o poder de legislar em
concorrência a respeito dos incisos elencados no
art. 24 CRFB (1988), de forma a melhor proteger o meio
ambiente.
  No que se diz respeito à competência legislativa concorrente,
existe um desdobramento, a competência legislativa
complementar, que trata sobre uma forma de complementação
as normas já existentes, sendo de competência dos Estados e
do Distrito Federal e está estabelecida no art. 24 § 2º da CF.
  Há competência legislativa apenas aos Estados, como é o
caso da exclusiva que diz no caput do art. 25 da CF que os
Estados possuem autonomia para legislarem sobre o que visem
ser melhor ao meu ambiente, mas sempre respeitando os
princípios da Constituição.
  No § 1º desse mesmo artigo, o legislador fala da competência
legislativa reservada, já que a Constituição determina as
competências que lhe sejam vedadas, as que não estiverem, os
Estados poderão legislar.
  Em relação aos Municípios, a competência pode ser, além da
material comum já citada, legislativa complementar e exclusiva
que trata dos assuntos de interesses locais e suplementar a
legislação federal e estadual no que couber, diz o
art. 30, I, II da CF.
  Nesse sentido, percebe-se que a competência sendo ela
material ou legislativa, é muito importante para a proteção do
meio ambiente, e que mesmo sendo na maior parte
concorrente, mostra o quanto o legislador visou melhor
atender a todos, uma vez que quando a União for omissa, os
Estados e o Distrito Federal se farão presentes.

Competências materiais: são aquelas relativas ao exercício e à


implementação de políticas públicas ou de atividades administrativas.
Exemplo: art. 23, VII, da CF: “ 23. É competência comum da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (…)18 de dez. de 2020

SISNAMA: conheça o
sistema de órgãos
públicos para a defesa do
meio ambiente
No Brasil, a defesa do meio ambiente está articulada em um sistema de órgãos
públicos chamado SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente), do qual
fazem parte entidades como o Ministério do Meio Ambiente, com a função de
supervisão e planejamento, e o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis), órgão executor das normas de proteção
ambiental.

Neste texto, o Politize! em parceria com o Bridje te explica o que é o SISNAMA,


como ele surgiu e como atuam os órgãos que o compõem.

O que é o SISNAMA e como ele surgiu?


SISNAMA é a sigla para Sistema Nacional do Meio Ambiente, o conjunto de
órgãos públicos (da União, de estados, de municípios, do Distrito Federal e de
territórios [1], bem como órgãos não-governamentais instituídos pelo poder
público) responsáveis pela proteção ambiental no Brasil. É um sistema porque
todos os órgãos que o compõem atuam sob os mesmos princípios e diretrizes,
cada um exercendo a sua função para alcançar o mesmo objetivo: a defesa
do meio ambiente ecologicamente equilibrado. 

Meio ambiente ecologicamente equilibrado é como a Constituição Federal trata


o que vulgarmente chamamos de “direito ao meio ambiente”. O direito dos
cidadãos, na verdade, não é a garantia de um simples “meio ambiente”, mas de
um meio ambiente preservado, equilibrado, útil para a humanidade, mas
protegido de ações devastadoras. Ele está previsto no art. 225 da Constituição:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.

O SISNAMA foi criado para integrar as políticas públicas de proteção ambiental


em um esforço de direção nacional, sem deixar faltar a estados e municípios
certa autonomia para atuar em suas respectivas regiões.

O sistema nasceu em 1981 com a promulgação da Lei nº 6.938/81, verdadeiro


marco na história da proteção ambiental brasileira, pois articulou a proteção
do meio ambiente sob a ideia de um único sistema nacional. Anteriormente,
estados e municípios tinham mais autonomia para redigir as suas
próprias regulamentações ambientais. Existiam, é claro, normas federais que
tratavam de exploração e conservação ambiental, como o Código Florestal de
1965. Mas a legislação era escassa, e muitas lacunas poderiam ser 
preenchidas por estados e municípios. Fato é que não havia
uma coordenação nacional preocupada com o meio ambiente, normas
harmônicas, esforços conjuntos. Este foi o espaço preenchido pelo SISNAMA. 

Leia também: o que é greenwashing?

Em complemento à realização desse sistema, a lei também inaugurou a


chamada Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), uma série de artigos
que definem conceitos básicos sobre o meio ambiente e dispõem
diretrizes e objetivos a serem seguidos por todos os órgãos responsáveis
pela proteção ambiental no Brasil. Segundo o Dr. Paulo de Bessa Antunes,
professor de Direito Ambiental da UNIRIO, a medida foi “uma reação do
governo federal ao crescente movimento dos estados com vistas a controlar a
poluição em seus territórios.” 

Assim, a Lei nº 6.938/81 integrou toda a atuação pública na esfera ambiental


em um único sistema (SISNAMA), regido por políticas nacionais (PNMA)
uniformes.

A estrutura e os órgãos do SISNAMA


O SISNAMA é composto pelos “órgãos e entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como
as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e
melhoria da qualidade ambiental” (art. 6º da Lei 6.938/81). 

Neste sistema, os órgãos federais são majoritariamente responsáveis por


editar normas gerais (como a PNMA), coordenar, supervisionar e executar a
proteção ambiental no país. Os órgãos estaduais e municipais realizam as
mesmas funções, porém de forma complementar e em seus respectivos
territórios. Ou seja, estados e municípios podem editar normas ambientais
e executá-las, contanto que elas não contrariem as normas federais, no
caso dos estados, e as normas federais e estaduais,  no caso dos
municípios     

A estrutura do SISNAMA foi assim definida pela Lei 6.938/81, conforme pode
ser visto no esquema abaixo:
F
onte: Bridje.
Órgão Superior: Conselho de Governo
Idealizado como a cabeça do sistema, este órgão colegiado seria composto por
todos os ministros do Poder Executivo Federal e teria a função de assessorar o
Presidente da República na formulação da Política Nacional e outras diretrizes
nacionais concernentes ao meio ambiente. 

Este conselho não existe hoje de facto, embora esteja previsto na legislação
[2].

Órgão Consultivo e Deliberativo: Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)


Originalmente, o CONAMA, como órgão deliberativo e consultivo do
Governo, teria a função de propor normas e diretrizes ao Conselho de
Governo. Com a ausência prática do órgão superior, o CONAMA assumiu sua
função, publicando diretamente normas, padrões e regulações gerais sobre o
meio ambiente para todo o país. José Afonso da Silva, constitucionalista
brasileiro, chegou a definir o SISNAMA como um conjunto de órgãos
coordenados pelo CONAMA [3]. 
Segundo a Lei 6.938/81, a finalidade do CONAMA é “assessorar, estudar e
propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o
meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua
competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente
ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida”.

Veja também: o que diz o direito ambiental?

Embora a função de propor normas tenha sido modificada, as outras


permaneceram. O órgão tem a função de assessorar diretamente a Presidência
da República (na falta do Conselho de Governo, que agiria como intermediário)
em questões ambientais, o que implica a realização de relatórios, estudos e
pesquisas nesse campo.

As normas elaboradas pelo CONAMA são publicadas


como Resoluções (espécie de ato administrativo). O órgão é sempre
presidido pelo Secretário do Meio Ambiente (Lei 6.938/81, parágrafo único do
art. 8º). Seu colegiado é formado por representantes de órgãos federais,
estaduais, municipais, do setor empresarial e civil. 

Órgão Central: Ministério do Meio Ambiente (MMA)


Embora a Lei 6.938/81 tenha previsto como órgão central a Secretaria do Meio
Ambiente (órgão extinto), esta função é hoje realizada pelo  Ministério do Meio
Ambiente , criado em 1992.

O art. 6º, III da Lei dispõe que sua finalidade, no sistema, é “planejar,
coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e
as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente”. 

Cada estado da federação possui suas próprias entidades públicas de proteção


ambiental, mas o Ministério do Meio Ambiente é o órgão central, o
coordenador. O MMA, por isso, tem a função de  planejar e elaborar políticas
ambientais para todo o país, coordenando-as e supervisionando-as como
órgão federal.

Órgãos Executores: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
Os órgãos responsáveis pela execução das normas das políticas ambientais
são o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), ambos vinculados ao Ministério do Meio Ambiente.

O IBAMA é sem dúvidas o órgão mais conhecido, sendo a referência da


população quando o assunto é proteção ambiental. Isto porque, na figura dos
seus agentes, ele se apresenta fisicamente para a aplicação da lei, a faceta
mais proeminente de um órgão executor.

Segundo a Lei nº 7.735/89, que criou o IBAMA, suas funções são exercer
o poder de polícia ambiental e executar ações das políticas nacionais de
meio ambiente. Para realizar estas funções, o órgão pode tanto fazer trabalho
de campo (como fiscalizar e aplicar punições), como articular ações de órgãos
estaduais e municipais. O IBAMA também tem as funções de propor e editar
normas e padrões de qualidade ambiental, e conceder licenciamentos e outras
autorizações em casos previstos na legislação.

Ao lado do IBAMA está o ICMBio, criado em 2007 pela Lei nº 11.516/2007. As


funções de execução e implantação das políticas nacionais ambientais dos dois
órgãos são muito parecidas. No entanto, o ICMBio está voltado para
as Unidades de Conservação estatuídas pela União, como os Parques
Nacionais e as Áreas de Proteção Ambiental. Nestas áreas, o ICMBio é o
órgão responsável, principalmente, pela conservação, exploração turística,
policiamento e outras atividades de implementação das políticas nacionais.

Órgãos Seccionais e Locais


O SISNAMA, como já explicado, é um sistema nacional, composto de órgãos
federais, estaduais e municipais. Os órgãos citados nos itens acima são os
membros federais do sistema; estão no topo da hierarquia para estabelecer
diretrizes, normas e fiscalizar. 

Os estados e municípios brasileiros têm autonomia para elaborar as próprias


normas e programas ambientais. Porém, como a proteção ambiental brasileira
é feita sob a coordenação de um sistema, eles atuam de forma complementar,
atingindo apenas suas respectivas jurisdições, sem contrariar as normas
federais.

Os órgãos seccionais são as entidades estaduais e os órgãos locais são as


entidades municipais. Os primeiros são responsáveis por executar programas,
projetos, controlar e fiscalizar atividades capazes de provocar a degradação
ambiental; os segundos por controlar e fiscalizar essas atividades.

Cada um destes órgãos, sejam seccionais ou locais, só têm poder em seus


respectivos territórios ou jurisdições. O Inea (Instituto Estadual do
Ambiente), por exemplo, é o órgão ambiental do Estado do Rio de Janeiro,
responsável direto pela proteção dos recursos naturais do estado. Conceder
licenciamentos de exploração, monitorar o uso e qualidade das águas, executar
projetos de recuperação ambiental no território etc., são funções pertinentes ao
órgão. O IAT (Instituto Água e Terra), outro órgão seccional, é o órgão
ambiental do Paraná, e realiza as mesmas funções do Inep, mas no seu
respectivo estado. A Sede (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) é órgão
ambiental do município de Curitiba. A lógica é a mesma: as atividades
ambientais, previstas na legislação, relativas ao território e à jurisdição
curitibana são de responsabilidade da Sede. Todos estes órgãos compõem,
também, o SISNAMA.
1. Territórios são porções de terra pertencentes à União. Atualmente, o Brasil não possui
territórios, mas a legislação e a Constituição Federal dispõem normas a seu respeito, caso o país
venha a reutilizar a classificação. Até 1988, os estados de Roraima, Amapá e o distrito estadual
de Fernando de Noronha eram administrados como territórios.
2. MILARÉ, Édis. Direito do ambiente: a gestão ambiental em foco: doutrina. jurisprudência,
glossário. 5. ed. São Paulo: RT, 2007, p. 295.
3. SILVA, José Afonso da. Direito  ambiental constitucional. 4ª ed. São Paulo: Malheiros, 2003,
p. 224.
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REFERÊNCIAS

Federalismo e Proteção do Meio Ambiente: o papel do federalismo cooperativo.


Paulo de Bessa Antunes.

Institucional – Site do IBAMA

Institucional – Site do ICMBio

Institucional – Site do CONAMA. 

MILARÉ, Édis. Direito do ambiente: a gestão ambiental em foco. 5ª ed. São


Paulo: RT, 2007

SILVA, José Afonso da. Direito  ambiental constitucional. 4ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2003.

AMIANTO - O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) pode julgar na quarta-


feira um conjunto de recursos apresentados contra a decisão que proibiu, em
2017, a extração e o uso do amianto crisotila. O entendimento foi adotado na
análise de normas editadas pela União e Estados

Acordo de Escazú
O Acordo Regional sobre Acesso à Informação, Participação Pública e
Acesso à Justiça em Assuntos Ambientais na América Latina e no Caribe,
mais conhecido como Acordo de Escazú, é um tratado internacional assinado
por 24 nações latino-americanas e caribenhas sobre os direitos de acesso à
informação sobre o meio ambiente, participação pública na tomada de decisões
ambientais, justiça ambiental e um meio ambiente saudável e sustentável para
as gerações atuais e futuras.[2] O acordo está aberto a 33 países da América
Latina e Caribe. Dos 24 signatários, foi ratificado por doze: Antígua e
Barbuda, Argentina, Bolívia, Equador, Guiana, México, Nicarágua, Panamá, Sã
o Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia e Uruguai.[1]
O acordo teve origem na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável de 2012 e é o único tratado vinculativo a ser adotado como resultado da
conferência. Ele foi elaborado entre 2015 e 2018 e adotada em Escazú, Costa Rica em 4
de março de 2018. O acordo foi assinado em 27 de setembro de 2018 e permaneceu
aberto para assinatura até 26 de setembro de 2020. [1] Foram necessárias 11 ratificações
para que o acordo entrasse em vigor, que foi alcançado em 22 de janeiro de 2021 com a
adesão do México e da Argentina. [3] O acordo entrou em vigor em 22 de abril de 2021. [1][4]
O Acordo de Escazú é o primeiro tratado internacional da América Latina e do Caribe
relativo ao meio ambiente, e o primeiro do mundo a incluir disposições sobre os direitos
dos defensores do meio ambiente.[2] O acordo fortalece os vínculos entre os direitos
humanos e a proteção ambiental, impondo requisitos aos Estados-membros em relação
aos direitos dos defensores ambientais. Sendo o objetivo fornecer acesso público total à
informação ambiental, tomada de decisões ambientais e proteção legal e recursos
relativos a questões ambientais. Também reconhece o direito das gerações atuais e
futuras a um meio ambiente saudável e ao desenvolvimento sustentável.

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