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Estudando: Impactos Ambientais

Legislação ambiental
Para a legislação ambiental completa, acesse:http://www.ibama.gov.br/supes-es/legislacao

Aspectos legais e institucionais. Legislação ambiental

(o seguinte texto foi extraído de CUNHA, A. B. da; GUERRA, A. J. T. (organizadores) Avaliação e perícia ambiental.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, p. 190-200, 1999.)

No tocante à compreensão do conteúdo e do alcance da legislação integrante do Direito Ambiental que compreende
normas dos diversos ramos da ciência jurídica, Custódio (1993) esclarece:

“Assim é que pela própria evidência dos elementos integrantes do meio ambiente, o conteúdo e o alcance da
legislação protecional correlata ora integram normas, notadamente de Direito Urbanístico, com sua legislação deuso
e ocupação do solo, do Código Florestal, das Leis de Proteção da Fauna e da Flora, do Código de Águas com
legislação complementar, ora se relacionam, direta ou indiretamente, com normas do Estatuto da Terra (Código
Rural), do Código de Mineração, do Código Civil (Direito das coisas Direito da Propriedade), do Código da Saúde
Pública, do Código de Defesa do Consumidor, Código Tributário, Código Penal, Direito Administrativo, Direito
Econômico, dentre outros ramos do Direito”

A legislação ambiental apresenta importantes conceitos e definições a serem considerados na delimitação da área de
conhecimento da Perícia Ambiental.

Milaré (1993) destaca os “três marcos mais importantes da resposta recente que o ordenamento jurídico tem dado ao
clamor social pela imperiosa tutela do meio ambiente”.

O primeiro marco foi a edição da Lei no 6.938, de 31.08.81; o segundo, a promulgação da Lei no 7.347, de 24.07.85,
e o terceiro, a edição da nova Constituição Federal, de 05.10.88, que deu à questão ambiental um significativo
impulso.

Acrescenta-se ainda a Lei no 8.078, de 11.09.90, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor, que, além de
ampliar a defesa dos direitos individuais, coletivos ou difusos visando à proteção à saúde e segurança dos
consumidores quanto aos produtos e serviços colocados no mercado de consumo, determinou alguns acréscimos à
Lei no 7.347 (Lei da Ação Civil Pública).

Lei Federal no 6.938, de 31.08.81

“Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências.”

Ainda segundo Milaré (1993), dentre tantos méritos atribuídos a esta lei, destacam-se:

- o de trazer para o mundo do Direito o conceito normativo de meio ambiente, como objeto específico de proteção em
seus múltiplos aspectos, bem como os conceitos de degradação da qualidade ambiental, poluição e
recursos ambientais;

- o de estabelecer a obrigação de poluidor pagador de reparar os danos causados, segundo o princípio da


responsabilidade objetiva (ou sem culpa), em ação movida pelo Ministério Público;

- o de propiciar o planejamento de uma ação integrada de diversos órgãos governamentais segundo uma política
nacional para o setor e instituir o Sistema Nacional do Meio Ambiente.

Na fundamentação das ações de proteção ao meio ambiente, destacam-se os seguintes dispositivos:

“Art. 3° - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

I - meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;

II - degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características do meio ambiente;

III - poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indireta:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

IV - poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por
atividade causadora de degradação ambiental;

V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o
solo, o subsolo e os elementos da biosfera.

Art. 4° - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:

VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao
usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento
das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da
qualidade ambiental sujeitará os transgressores:

I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000 (mil)
Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos de reincidência específica, conforme
dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal,
Territórios ou pelos Municípios;

II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público;

III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;

IV - à suspensão de sua atividade.

§ 1° - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente de
existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meo ambiente e a terceiros, efetuados por sua
atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e
criminal por danos causados ao meio ambiente.

Art. 15 - O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal ou estiver tornando mais grave
situação de perigo existente, fica sujeito a pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a 1.000
MVR.

§ 1° - A pena é aumentada até o dobro se:


I - resultar:

a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente;


b) lesão corporal grave;

II - a poluição é decorrente de atividade industrial ou de transporte;

III - o crime é praticado durante a noite, em domingo ou feriado.

§ 2° - Incorre no mesmo crime a autoridade competente que deixar de promover as medidas tendentes a impedir a
prática das condutas acima descritas.

Art. 18
Parágrafo Único - As pessoas físicas ou jurídicas que, de qualquer modo, degradarem reservas ou estações
ecológicas, bem como outras áreas declaradas como relevante interesse ecológico, estão sujeitas às penalidades
previstas no artigo 14 desta Lei.”

Quanto ao conceito normativo de meio ambiente, vários autores, entre eles Silva (1994), apontam para a existência
de três aspectos do meio ambiente, quais sejam:

- meio ambiente natural: constituído pela biosfera, ou seja, o solo, a água, o ar atmosférico, a flora e a fauna. É onde
se dá a correlação recíproca entre as espécies e as relações destas com o meio físico que ocupam;

- meio ambiente cultural: integrado pelo patrimônio artístico, histórico, turístico, paisagístico, arqueológico e
espeleológico;

- meio ambiente artificial: formado pelo espaço urbano construído, consubstanciado no conjunto de edificações, e
pelos equipamentos públicos: ruas, praças, áreas verdes, e todos os demais assentamentos de reflexos urbanísticos.

Lei Federal no 7.347, de 24.07.85

“Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (vetado), e dá outras providências.”

Essa lei, sem prejuízo da ação popular, disciplinada pela Lei no 4.717, de 29.06.65, veio disciplinar a ação civil
pública como um instrumento processual específico para a defesa do ambiente, possibilitando que a agressão
ambiental finalmente viesse a se tornar um caso de Justiça e que também pudesse ser proposta pelas associações
civis.

Teve o mérito, portanto, de abrir as portas do Poder Judiciário às associações que defendem o meio ambiente – o
que, no plano da legitimação, foi considerado uma extraordinária transformação – e, ainda, o mérito de ter criado
um fundo com recursos advindos das condenações em dinheiro, destinado à reconstituição dos bens lesados (art.
13).

Constituição Federal do Brasil, de 05.10.88

A partir do advento da Constituição Federal de 1988, a questão ambiental passou a ter relevo especial no Brasil, que,
através de diversos ordenamentos jurídicos, têm avançado no sentido de encontrar soluções para a degradação do
meio ambiente, procurando ajustar o Direito clássico a uma realidade antes desconhecida.

A Constituição brasileira incorporou à ordenação jurídica uma proteção ao Meio Ambiente que não confere ao Estado
o monopólio da defesa ambiental. A sociedade e também o cidadão passam a ter o poder e dever de defender o
meio ambiente, como bem determina o caput do art. 225, Capítulo VI – Do Meio Ambiente:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.”

RESOLUÇÃO CONAMA 001, de 23 de janeiro de 1986

Dispõe sobre os critérios e diretrizes básicas para o processo de Estudos de Impactos Ambientais- EIA e Relatório de
Impactos Ambientais-RIMA

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 48 do
Decreto nº 88.351, de 1º de julho de 1983, para efetivo exercício das responsabilidades que lhe são atribuídas do
mesmo decreto, e Considerando a necessidade de se estabelecerem as definições, as responsabilidades, oscritérios
básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos
instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente, RESOLVE:

Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais.

Artigo 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental -
RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo, o
licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:

I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;

II - Ferrovias;

III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos

IV -Aeroportos, conforme definidos pelo inciso I, artigo 48, Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66;

V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários;

VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230Kv;

VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos acima de
10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação,drenagem e irrigação, retificação de
cursos d’água, abertura de barras e embocaduras,transposição de bacias, diques;

VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);

IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração;

X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;

XI - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW;
XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petro-químicos, siderúrgicos, cloroquímicos, os destilarias de
álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);

XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI;

XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir
áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental;

XV - Projetos urbanísticos, acima de 100 ha. ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério da
SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes;

XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia.

Artigo 3º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo RIMA, a serem submetidos à
aprovação do IBAMA, o licenciamento de atividades que, por lei, seja de competência federal.

Artigo 4º - Os órgãos ambientais competentes e os órgãos setoriais SISNAMA deverão compatibilizar os processos
de licenciamento com as etapas de planejamento e implantação das atividades modificadoras do meio Ambiente,
respeitados os critérios e diretrizes estabelecidos por esta Resolução e tendo por natureza, o porte e as
peculiaridades de cada atividade.

Artigo 5º - O estudo de impacto ambiental, além de atender a legislação, em especial os princípios e objetivos
expressos na Lei de Política Nacional do ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais:

I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não
execução do projeto;

II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da
atividade;

III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de
influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza;

IV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto,


e sua compatibilidade.

Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto o órgão estadual competente, ou o IBAMA ou,
quando couber, o Município fixará as diretrizes adicionais que, pelas peculiaridades do projeto e características
ambientais da área, forem julgadas necessárias, inclusive os prazos para conclusão dos estudos.

Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo as seguintes atividades técnicas:

I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise dos recursos ambientais e
suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambientais da área, antes da implantação do
projeto, considerando:

a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e
aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade
ambiental. de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente;
c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação solo, os usos da água e a sócio-economia, destacando os sítios e
monumentos arqueológicos. históricos culturais da comunidade, as relacões de dependência entre a sociedade local,
os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da
magnitude interpretação da importância dos prováveis impactos vantes, discriminando: os impactos positivos e
negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e médio e longo prazos, temporários e permanentes;
seu grau de reversibilidade; suas propriedades comulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.

III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos entre elas os equipamentos de controle e sistemas de
tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas;

IV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos, indicando os


fatores e parâmetros a serem considerados;

Parágrafo Único Ao determinar a execução do estudo de lmpacto ambiental, o órgão estadual competente; ou o
IBAMA ou, quando couber, o Município fornecerá as instruções adicionais que se fizerem necessárias, pelas
peculiaridades do projeto e características ambientais da área.

Art. 7º - O estudo de impacto ambiental será realizado por equipe multidisciplinar habilitada, não depende direta ou
indiretamente do proponente do projeto e que será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados

Artigo 8º - Correrão por conta do proponente do projeto todas as despesas e custos referentes à realização do
estudo de impacto ambiental, tais como coleta e aquisição dos dados e informações, trabalhos e inspeções de
campo, análises de laboratório, estudos técnicos e científicos e acompanhamento e monitoramento dos impactos,
elaboração do RIMA e fornecimento de pelo menos 5 (cinco) cópias.

Artigo 9º - O relatório de impacto ambiental - RIMA refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental e conterá,
no mínimo:

I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais, planos e
programas governamentais;

II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas locacionais, especificando para cada um deles, nas fases
construção e operação a área de influencia, as matérias primas, e mão-deobra, as fontes de energia, os processos e
técnicas operacionais. os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a
serem gerados;

III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambientais da área de influência do projeto;

IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade, considerando o projeto
suas alternativas os horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios
adotados para sua identificação, quantificação e interpretação;

V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes situações da


adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a hipótese de sua não realização;

VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos,
mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau de alteração esperado;

VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;

VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem geral).

Parágrafo Único — O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão. As informações
devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de
comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as
conseqüências ambientais de sua implementação.
Artigo 10 - O órgão estadual competente, ou o IBAMA ou, quando o Município terá um prazo para se manifestar de
forma conclusiva sobre o apresentado.

Parágrafo Único - O prazo a que se refere o caput deste artigo terá seu termo inicial na data do
recebimento pelo órgão estadual competente ou pela SEM do estudo do impacto ambiental e seu
respectivo RIMA.

Artigo 11 - Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA será acessível
ao público. Suas cópias permanecerão à disposição dos interessados, nos centros de documentação ou bibliotecas
da SEMA e do órgão estadual de controle ambiental correspondente, inclusive o de análise técnica.
§ 1º - Os órgãos públicos que manifestarem interesse, ou tiverem relação direta com o projeto, receberão cópia do
RIMA, para conhecimento e manifestação
§ 2º - Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental e apresentação do RIMA, o órgão estadual
competente ou o IBAMA ou, quando couber o Município, determinará o prazo para recebimento dos comentários
feitos pelos órgãos públicos e demais interessados e, sempre que julgar promoverá a realização de audiência pública
para informação sobre o projeto impactos ambientais e discussão do RIMA.

Artigo 12 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

LEI FEDERAL Nº 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985.

Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (Vetado) e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º . Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por
danos causados:

I. ao meio-ambiente;

II. ao consumidor;

III. a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

IV. (Vetado).

Art. 2º . As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá
competência funcional para processar e julgar a causa.

Art. 3º . A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não
fazer.

Art. 4º . Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Lei, objetivando, inclusive, evitar o dano ao meio-
ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (Vetado).

Art. 5º . A ação principal e a cautelar poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela União, pelos Estados e
Municípios. Poderão também ser propostas por autarquia, empresa pública, fundação, sociedade de economia mista
ou por associação que:

I. esteja constituída há pelo menos um ano, nos termos da lei civil;

II. inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio-ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico (Vetado).

§ 1º . O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como
fiscal da lei.

§ 2º . Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo
habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.

§ 3º . Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério


Público assumirá a titularidade ativa.

Art. 6º . Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-
lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil e indicandolhe os elementos de convicção.

Art. 7º . Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a
propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.

Art. 8º . Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e informações
que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 1º . O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer organismo
público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser
inferior a 10 (dez) dias úteis.

§ 2º . Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação, hipótese em que a
ação poderá ser proposta desacompanhada daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los.

Art. 9º . Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência de


fundamento para a propositura da ação civil, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças
informativas, fazendo-o fundamentadamente.

§ 1º . Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão remetidos, sob pena de se incorrer em
falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.

§ 2º . Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja homologada ou rejeitada a promoção de
arquivamento, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão juntados
aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.

§ 3º . A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério


Público, conforme dispuser o seu Regimento.

§ 4º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão
do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

Art. 10. Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa de 10 (dez) a 1.000 (mil)
Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, a recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos
indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público.

Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz determinará o
cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da atividade nociva, sob pena de execução específica,
ou de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.

Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.

§ 1º . A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à
segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo
recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma das turmas
julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato.
§ 2º . A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao
autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.

Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um
Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e
representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados.

Parágrafo único. Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de
crédito, em conta com correção monetária.

Art. 14. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.

Art. 15. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a associação
autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público.

Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, exceto se a ação for julgada improcedente por deficiência de
provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de
nova prova.

Art. 17. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os honorários advocatícios arbitrados na conformidade
do § 4º do art. 20 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, quando reconhecer que a
pretensão é manifestamente infundada.

Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da
ação serão solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
danos.

Art. 18. Nas ações de que trata esta Lei não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
quaisquer outras despesas.

Art. 19. Aplica-se à ação civil pública, prevista nesta Lei, o Código de Processo Civil, aprovado pela Lei nº 5.869, de
11 de janeiro de 1973, naquilo em que não contrarie suas disposições.

Art. 20. O fundo de que trata o art. 13 desta Lei será regulamentado pelo Poder Executivo no prazo de 90 (noventa)
dias.

Art. 21. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário.

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