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Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal,
registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos
animais envolvidos.
Nos termos do § 2º, aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público
competente, na forma da lei.
Nos termos do § 5º, são indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados,
por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. Terras
devolutas são aquelas que não possuem um título legítimo de domínio ou posse,
popularmente conhecidas como “terra-de-ninguém”.
E nos termos do § 6º, as usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Alguns editais costumam cobrar alguns conceitos jurídicos ligados a Meio Ambiente.
Vamos discutir alguns deles aqui, muito relevantes para provas da Defensoria Pública,
Ministério Público e Magistratura, principalmente.
Entretanto, esse termo apresenta um sentido mais enriquecedor, pois engloba o conjunto
de elementos naturais, artificiais e culturais que interagem e condicionam o meio em
que se está. A Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
conceitua como meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações
de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas (art. 3°, I). Nota-se que aqui a definição dada é bastante ampla, abrangendo
tudo aquilo que permite a vida, que a abriga e rege.
Para José Afonso da Silva, a Constituição abrange o meio ambiente em alguns aspectos:
iii) Meio ambiente artificial ou urbano: compreende os diversos sistemas existentes nas
cidades. É mencionado na Constituição no artigo 182,
iv) Meio ambiente do trabalho, mencionado na Constituição Federal em seu artigo 220,
inciso VIII:
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos
termos da lei:
Dentro dessa perspectiva, podemos agrupar o meio ambiente em três vertentes: direito
fundamental individual, bem jurídico e princípio da ordem econômica.
A Constituição de 1988 elevou a proteção ao meio ambiente à condição de direito
fundamental individual, protegido sob o manto de cláusula pétrea, conforme assentado
no art. 225, já acima mencionado:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as
presentes e futuras gerações.
O bem jurídico tutelado em questão, mais do que o meio ambiente em si, é a qualidade
de vida, que tanto melhor será quanto melhor protegido estiver o ambiente. Nesse
sentido, busca-se a tutela dos elementos constitutivos do meio ambiente saudável,
incluindo a qualidade da água e do seu tratamento, do solo cultivável ou não, do
subsolo, dos mananciais, do ar atmosférico, da destinação dada aos resíduos sólidos
(abolição dos "lixões"), da fauna, da paisagem e do ambiente sonoro.
Não obstante a Constituição buscar organizar a proteção ambiental segundo uma visão
mais global do objeto de tutela, conforme se depreende dos §§ 1º e 4º de seu art. 225,
acima comentados, ela compreende também a proteção imediata de processos e
conjuntos constitutivos do meio ambiente e da realidade ecológica, como forma de
assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Importante anotar ainda que a proteção ao meio ambiente foi elevado à categoria de
Princípio da Ordem Econômica pelo constituinte de 1988, e aperfeiçoado pela Emenda
Constitucional 42/2003, que inseriu a previsão de tratamento diferenciado às empresas e
organizações de acordo com o impacto ambiental de seus processos produtivos,
consoante o inciso VI do art. 170:
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de
elaboração e prestação;
Art. 5º LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
A proteção ao meio ambiente e aos recursos naturais é ainda atribuída aos entes
federados em sua competência material comum e à União, Estados e DF na sua
competência legislativa concorrente, conforme os artigos 23 e 24 abaixo referenciados:
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
(...)
"O direito ambiental é norteado por diversos princípios, dentre eles o princípio do
poluidor-pagador, que fundamenta a reparação pelos danos ambientais. Por este
princípio, entende-se que ao empreendedor deve ser imputado o custo social externo de
sua produção. Em outra palavras, durante o processo de produção, não é proporcional
que o empreendedor apenas aufira os lucros, enquanto a sociedade suporta os prejuízos
decorrentes de sua atividade (externalidades negativas)". (RE 654.833/AC, relator Min.
Alexandre de Moraes, julg. em 20/4/2020)