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MIRANDA, Itamar.

Presos penduram faixa


demonstrando luto na Casa de Detenção do
Complexo Penitenciário do Carandiru, na zona
norte de São Paulo, três dias após o massacre
ocorrido no local, quando 111 detentos foram
mortos pela Polícia Militar. 5 out. 1992. 1
fotografia. Disponível em:
https://g1.globo.com/podcast/o-
assunto/noticia/2022/09/23/massacre-do-

ESTAÇÃO
carandiru-completara-30-anos-com-projeto-de-
anistia-antes-de-condenacao-policial.ghtml.
Acesso em: 22 nov. 2022.

CARANDIRU
Alexandre Fayrdin Bellintani Filho, Enzo Sobral
Comisso, Fernando Teixeira Ribeiro, Julia
Milanezi Teixeira e Tom de Souza Freire
HISTÓRIA DO
SISTEMA
PRISIONAL
Na Antiguidade, o encarceramento não era uma forma de pena, mas um meio de
custódia e tortura dos acusados.

O conceito de sistema prisional tem origem nos mosteiros da Idade Média. A


primeira prisão com a proposta de recolher criminosos em celas surge em Londres,
em 1550. O conceito depois se difunde no Século XVIII.

No Brasil colônia não existia Código Penal. As pessoas eram submetidas às


ordenações filipinas. Isso perdurou até 1830.

Em 1850 se inaugura no Rio, capital do Império, a Casa de Correção da Corte.

O Código Penal de 1890 põe fim às penas de prisão perpétua, de morte e coletivas.
A restrição de liberdade individual fica limitada a 30 anos.
No século XX, com o objetivo de aumentar o controle, se distribui a população
carcerária segundo categorias criminais.

Em 1984 é abandonada a distinção entre penas principais e acessórias.

“Vigiar e Punir” foi publicado por Michel Foucault em 1975. Esta é uma das obras
mais famosas do filósofo francês e trata profundamente da questão da disciplina e do
poder no mundo moderno. Também se debruça com cuidado sobre a importante
mudança de estratégia que abandonou a punição em troca da vigilância constante e
reguladora. A pergunta que atravessa todo o Vigiar e Punir é: por que a prisão? Por
que a sociedade capitalista fez as instituições penais desempenharem o papel de
encarcerar? Quais são suas causas e seus efeitos?
JORNALISMO
New Journalism

Contracultura dos anos 60


Quebra da objetividade e cisão
jornalística
Truman Capote
Dick Hickock e Perry Smith
H.L Mencken e Edmund Wilson
Questão do lead
https://journalism.columbia.edu
Literatura jornalítica
/diversity-equity-and-inclusion
Disseminação mundial

Tabus e sensacionalismo
Revista Realidade (1966)
Contestação social (AI-5)
Pessoas comuns

https://pitangadigital.wordpress.co
m/tag/sensacionalismo-midiatico/
Considerações finais

Novas perspectivas de
jornalismo
Nuances
Era da Informação
Contestação ao próprio
jornalismo
https://www.thepattersonfound
ation.org/new-media.html
CARANDIRU
Construído em 1954, durante o período de governo de Jânio Quadros, a Casa de Detenção
Professor Flamínio Fávero, o então denominado Carandiru, possuía uma área equivalente à 60
mil metros quadrados e era considerada a maior penitenciária da América Latina

O Complexo do Carandiru se integrava a Penitenciária do Estado, pela Penitenciária Feminina e


o Centro de Observação Criminológica, possuindo 7 Pavilhões que eram divididos em blocos

“O Carandiru, que deveria abrigar 3,2 mil presos, na data do episódio, acolhia quase 7,2 mil
presos, sendo 2000 só no Pavilhão 9, distribuídos em 248 celas, ou seja, oito presos em média
por cela. Sendo assim, a penitenciária descumpria a Lei no 7.210, do Conselho Nacional de
Política Criminal e Penitenciária, de 11 de junho de 1984, no artigo número 83, que dizia que as
instituições penitenciárias deveriam ter lotação compatível com a sua estrutura e finalidade. O
documento diz ainda no artigo 88, que o condenado seria alojado em cela individual que conteria
dormitório, aparelho sanitário e lavatório.” (ONODERA, 2005, p.12)
O Casarão
A Divinéia
Os Pavilhões: Seis, Dois,
Cinco, Oito, Quatro, Sete e
Nove
Algumas caracterizações e
diretrizes internas
Corredor da Casa de Detenção permeado por sangue proveniente
do Massacre. Fonte: <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-
noticias/2022/11/17/barroso-transito-em-julgado-sentenca-pms-
massacre-carandiru.htm>. Imagem: Folhapress. Acesso em: 5 de
dezembro de 2022
VARELLA, Drauzio.
Estação Carandiru.
Companhia das
Letras. São Paulo.
2005. p 5.

A Casa de
Detenção

Desculpa galera, eu
esqueci a maquete
Julia
08/15

CARANDIRU E
DRÁUZIO
Dráuzio Varella

falta-e-politica-publica.ghtml>, acesso em 27 de nov de 2022


e/noticia/2022/05/20/drauzio-varella-sus-ja-tem-tudo-que-precisa-o-que-
Foto do Dr. Dráuzio Varella. Disponível em: < https://valor.globo.com/eu-
Nasceu em São Paulo, em 1943.
Estudou Medicina na USP
É oncologista e trabalhou com doenças
infecciosas
Promoveu esclarecimentos sobre a Aids, em 1986,
nas rádios Jovem Pam e 89 FM
Em 1989 começou a pesquisar sobre a Aids na
população carcerária da Casa de Detenção do
Carandiru, financiado pela Unip ( onde se inicia o
livro "Estação Carandiru ")
Atualmente, tem um site, um canal do YouTube e
dá entrevistas desmistificando a Medicina
Imagem do virus do HIV. Disponível
em: <
https://br.freepik.com/vetores-
gratis/close-up-diagrama-para-o-
virus-
hiv_4228026.htm#query=hiv&posi

Aids é o termo que se refere a


tion=0&from_view=keyword> ,
acesso em 11 de nov de 2022

doença que se desenvolve partir


do vírus do HIV. Porém, na época
ainda não havia tratamentos
contra o HIV, que progrediam
muito rápido para a doença,
assim nesse período esses Capa sobre a Aids e o Cazuza.
Disponível em:
termos acabaram se tornando <https://medium.com/observat%
C3%B3rio-de-
sinônimos m%C3%ADdia/quando-a-veja-
matou-cazuza-15933a4f909a> ,
acesso em 11 de nov de 2022
No antigo cinema que ficava no Pavilhão 6, era passado
um vídeo sobre o que era a Aids e como era transmitido
(com o equipamento cedido pela Unip) e o
médicotiraria dúvidas dos detentos. Mas para
convencer a malandragem a participar, o coordenador

Aids e o
do Departamento de Esportes, Waldemar Gonçalves (
amigo pessoal de Dráuzio e vítima da covid) fazia
assim: após terminar as perguntas, o Dráuzio iria
embora e era passado um filme pornô, sendo assim a

Carandiru palestra sobre Aids um sucesso de público e de crítica

Como era feito na conscientização sobre O TRABALHO DE DRAUZIO

a Aids no Carandiru?
EM CARANDIRU. YouTube,
2022. 1 vídeo (11 min e 1
seg). Publicado pelo Canal
Cortes Podpah Oficial.
Disponível em:
https://www.youtube.com
/watch?v=6zhK6E2xrp4.
Acesso em: 25 nov. 2022.
O Vira Lata
"Isto porque o "samurai das ruas" fez sucesso entre

garfunkel-libero-malavoglia/>, acesso em 27 de nov de 2022


https://jetstor.wordpress.com/2012/10/17/o-vira-lata-de-paulo-
Capa da HQ do
um público bem específico: os autores foram
contatados pelo médico e escritor Drauzio Varella
para produzir HQs com o personagem para detentos
do sistema carcerário de São Paulo. Na linguagem e
na cultura dos presos, Vira Lata ensinou

" O Vira Lata. Disponível em:


principalmente o sexo seguro em diversas edições
com tiragem grande, distribuídas nos presídios
paulistas." (OMELETE, 2016)

<
Clima e " Pagar a dívida assumida, nunca relatar
companheiro, respeitar a visita alheia, não cobiçar a
o

mulher do próximo, exercer a solidariedade e a

convívio altruísmo, conferem dignidade ao homem preso. O


desrespeito é punido com desprezo social, castigo
físico ou pena de morte." ( VARELLA, 2005)
Quaisnas regras não escritas de um
presídio?
Capa do livro " Estação
Carandiru" Disponível em:
<https://valor.globo.com/eu
-
e/noticia/2022/05/20/drauzi

Existe humor
o-varella-sus-ja-tem-tudo-
que-precisa-o-que-falta-e-
politica-publica.ghtml>,
acesso em 27 de nov de
2022

Ler o capitulo "Sombra" do livro


"Carcereiros"
Ler o capitulo " Maria-Louca" do livro
" Estação Carandiru"
Capa do livro " Carcereiros" Disponível
em:
<https://www.amazon.com.br/Carcereiro
s-Drauzio-
Varella/dp/8535921699/ref=pd_bxgy_img
_sccl_1/135-9619277-8270411?
pd_rd_w=RxMmc&content-
id=amzn1.sym.57f5b0c5-8f2e-45a4-8595-
2eb0fcbe85cd&pf_rd_p=57f5b0c5-8f2e-
45a4-8595-
2eb0fcbe85cd&pf_rd_r=MYS576GC6QDW7
M72G4PJ&pd_rd_wg=VqOJ6&pd_rd_r=46
d73d43-52c5-4b94-a063-
08fe25fcd413&pd_rd_i=8535921699&psc=
1>, acesso em 27 de nov de 2022
08/15

O MASSACRE
Começa a briga entre Barba e o Coelho

A PM recebe a autorização pra entrar


no Carandiru

Nessa altura, a malandragem já havia se Capa da Folha de São Paulo no dia 4 de out de 2022. Disponível em:
<https://imprenca.com/2013/04/massacre-do-carandiru-segue-e-
seguira-impune/>, acesso em 27 de nov de 2022

rendido

Mortes por fuzil, com pessoas presas em


celas e sem possibilidade de defesa

Por conta da eleição municipal, o


governador e o secretario de
segurança seguraram as informações
MASSACRE do Carandiru - Entrevista com Dr. Dráuzio Varella. YouTube, 2022. 1
vídeo (56 min e 37 seg). Publicado pelo Canal Moduspod . Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=w2MOBNV-D0Y&t=2s. Acesso em: 27 nov.
2022.
Em 2 de Outubro de 1992, mais um dos inúmeros episódios de violência institucional policial
culmina no famigerado “Massacre do Carandiru”, presídio localizado na Zona Norte de SP,
realizado pelos policiais do complexo
Oficialmente, fora registrado um número de 111 mortos, mas indícios acusam um montante
discrepante numericamente, apontando valor superior em questão de mortos no massacre
“Constatamos, através do Laudo do Instituto de Criminalística e de alguns prontuários de
presos mortos no Carandiru, que foram disparados 515 tiros fatais. Destes 254 disparos
atingiram o tronco e o pescoço, 126 a cabeça e 135 os membros. Segundo o parecer médico da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a alta concentração de lesões por armas
brancas em regiões conhecidas como vitais e o alto porcentual de mortes entre as vítimas,
sugerem, igualmente, a intencionalidade de se produzirem os óbitos.” (ONODERA, 2005, p.10-
11)
Possíveis reflexões na atualidade do sistema carcerário brasileiro no quesito de permanências e
impunidades: superlotação, práticas desumanas de acolhimento estatal em relação aos
indivíduos em circunstância de julgamento e impunidade policial
“O único condenado pelo episódio foi o Cel. Ubiratan Guimarães. “Se a intenção nossa fosse
matar, eu pergunto: por que 111 morreram e 2050 estão vivos?”. (ONODERA, 2005, p.15)
Fonte: livro
Estação
Carandiru, de
1999 por Drauzio
Varella. Retirado
de domínio
digital.
Disponível em:
Esquematização feita a respeito do
<https://noticias. Massacre, acusados e presos mortos
uol.com.br/cotidi
ano/ultimas-
em um âmbito estatístico
noticias/2013/04/ Disposições geográficas da sala de
16/era-
necessario- julgamento
entrar-no-
carandiru-nao-
eram-
necessarias-111-
mortes-diz-
desembargador.
htm>. Acesso em:
05 de deembro
de 2022
Coronel Ubiratan Guimarães

Coronel Ubiratan Guimarães


em cargo político após
Massacre. Disponível em:
<https://www.al.sp.gov.br/no
ticia/?id=268527>. Acesso em:
05 de dezembro de 2022
08/15

CARANDIRU E
A ARTE
RACIONAIS MC'S - DIÁRIO DE UM DETENTO (1997)

https://www.bing.com/images/search? https://www.bing.com/images/search?
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São Paulo, dia 1º de Outubro de 1992, oito Tirei um dia a menos ou um dia a mais, sei lá
horas da manhã Tanto faz, os dias são iguais
Aqui estou, mais um dia Acendo um cigarro, e vejo o dia passar
Sob o olhar sanguinário do vigia Mato o tempo pra ele não me matar
Você não sabe como é caminhar com a Homem é homem, mulher é mulher
cabeça na mira de uma HK Estuprador é diferente, né?
Metralhadora alemã ou de Israel Toma soco toda hora, ajoelha e beija os pés
Estraçalha ladrão que nem papel E sangra até morrer na rua 10
Na muralha, em pé, mais um cidadão José Cada detento uma mãe, uma crença
Servindo o Estado, um PM bom Cada crime uma sentença
Passa fome, metido a Charles Bronson Cada sentença um motivo, uma história de lágrima
Ele sabe o que eu desejo Sangue, vidas inglórias, abandono, miséria, ódio
Sabe o que eu penso Sofrimento, desprezo, desilusão, ação do tempo
O dia tá chuvoso, o clima tá tenso Misture bem essa química
Vários tentaram fugir, eu também quero Pronto, eis um novo detento
Mas de um a cem, a minha chance é zero Lamentos no corredor, na cela, no pátio
Será que Deus ouviu minha oração? Ao redor do campo, em todos os cantos
Será que o juiz aceitou a apelação? Mas eu conheço o sistema, meu irmão, hã
Mando um recado lá pro meu irmão Aqui não tem santo
Se tiver usando droga, tá ruim na minha mão Rátátátá preciso evitar
Ele ainda tá com aquela mina Que um safado faça minha mãe chorar
Pode crer, moleque é gente fina Minha palavra de honra me protege
Pra viver no país das calças bege Qual que foi? Quem sabe? Não conta
Tic, tac, ainda é 9 e 40 Ia tirar mais uns seis de ponta a ponta
O relógio da cadeia anda em câmera lenta Nada deixa um homem mais doente
Ratatatá, mais um metrô vai passar Que o abandono dos parentes
Com gente de bem, apressada, católica Aí moleque, me diz, então, cê quer o quê?
Lendo jornal, satisfeita, hipócrita A vaga tá lá esperando você
Com raiva por dentro, a caminho do centro Pega todos seus artigos importado
Olhando pra cá, curiosos, é lógico Seu currículo no crime e limpa o rabo
Não, não é não, não é o zoológico A vida bandida é sem futuro
Minha vida não tem tanto valor Sua cara fica branca desse lado do muro
Quanto seu celular, seu computador Já ouviu falar de Lúcifer?
Hoje tá difícil, não saiu o Sol Que veio do Inferno com moral
Hoje não tem visita, não tem futebol Um dia no Carandiru, não, ele é só mais um
Alguns companheiros têm a mente mais fraca Comendo rango azedo com pneumonia
Não suportam o tédio, arruma quiaca Aqui tem mano de Osasco, do Jardim D'Abril,
Graças a Deus e à Virgem Maria Parelheiros
Faltam só um ano, três meses e uns dias Mogi, Jardim Brasil, Bela Vista, Jardim Ângela
Tem uma cela lá em cima fechada Heliópolis, Itapevi, Paraisópolis
Desde Terça-feira ninguém abre pra nada Ladrão sangue bom tem moral na quebrada
Só o cheiro de morte e Pinho Sol Mas pro Estado é só um número, mais nada
Um preso se enforcou com o lençol Nove pavilhões, sete mil homens
Que custam trezentos reais por mês, cada De madrugada eu senti um calafrio
Na última visita, o neguinho veio aí Não era do vento, não era do frio
Trouxe umas frutas, Marlboro, Free Acertos de conta tem quase todo dia
Ligou que um pilantra lá da área voltou Tem outra logo mais, hãn, eu sabia
Com Kadett vermelho, placa de Salvador Lealdade é o que todo preso tenta
Pagando de gatão, ele xinga, ele abusa Conseguir a paz, de forma violenta
Com uma nove milímetros embaixo da blusa Se um salafrário sacanear alguém
Aí neguinho, vem cá, e os manos onde é que tá? Leva ponto na cara igual Frankestein
Lembra desse cururu que tentou me matar? Fumaça na janela, tem fogo na cela
Aquele puta ganso, pilantra corno manso Fudeu, foi além, se pã, tem refém
Ficava muito doido e deixava a mina só Na maioria, se deixou envolver
A mina era virgem e ainda era menor Por uns cinco ou seis que não têm nada a perder
Agora faz chupeta em troca de pó Dois ladrões considerados passaram a discutir
Esses papos me incomoda Mas não imaginavam o que estaria por vir
Se eu tô na rua é foda Traficantes, homicidas, estelionatários
É, o mundo roda, ele pode vir pra cá Uma maioria de moleque primário
Não, já, já, meu processo tá aí Era a brecha que o sistema queria
Eu quero mudar, eu quero sair Avise o IML, chegou o grande dia
Se eu trombo esse fulano, não tem pá, não tem pum Depende do sim ou não de um só homem
E eu vou ter que assinar o 121 Que prefere ser neutro pelo telefone
Amanheceu com Sol, dois de Outubro Ratatatá, caviar e champanhe
Tudo funcionando, limpeza, jumbo Fleury foi almoçar, que se foda a minha mãe
Cachorros assassinos, gás lacrimogêneo
Quem mata mais ladrão ganha medalha de prêmio
O ser humano é descartável no Brasil
Como modess usado ou Bombril
Cadeia? Guarda o que o sistema não quis
Esconde o que a novela não diz
Ratatatá sangue jorra como água
Do ouvido, da boca e nariz
O Senhor é meu pastor
Perdoe o que seu filho fez
Morreu de bruços no Salmo 23
Sem padre, sem repórter
Sem arma, sem socorro
Vai pegar HIV na boca do cachorro
Cadáveres no poço, no pátio interno
Adolf Hitler sorri no inferno
O Robocop do governo é frio, não sente pena (RACIONAIS mc's)-diario de um detento.mpg. YouTube, 2010. 1 vídeo
Só ódio e ri como a hiena (5 min e 46 seg). Publicado pelo Canal Márcio Almeida Márcio Preto.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LuqA3003eeo.
Ratatatá, Fleury e sua gangue
Acesso em: 5 dez. 2022.
Vão nadar numa piscina de sangue
Mas quem vai acreditar no meu depoimento?
Dia 3 de Outubro, diário de um detento
PLÍNIO MARCOS (1935-1999) - INÚTIL CANTO E INÚTIL
PRANTO AOS ANJOS CAÍDOS (1977)

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Referências bibliográfica

MODUS OPERANDI: #100


VARELLA, Drauzio. VARELLA, Drauzio.
- MASSACRE DO
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CARANDIRU FEAT. DR.
Companhia das Letras. Companhia das Letras,
DRÁUZIO VARELLA.
São Paulo. 2005. 2012. [Locução de]: Carol Moreira
e Mabê Bonafé.
Entrevistada: Dr. Dráuzio
Varella . São Paulo: Globo
UOL. Dráuzio Varella. UOL. Omelete. São Paulo: Uol, 2016. O Play, 30 dez. 2021. Podcast.
Biografia. São Paulo: Uol, Vira Lata | HQ de sucesso entre Disponível em:
2022. Biografia. presidiários ganha reedição. Disponível
em:
https://www.modusoperand
Disponível em: https://www.omelete.com.br/quadrinho ipodcast.com/episodios/ep1
https://drauziovarella.uol. s/o-vira-lata-hq-de-sucesso-entre- 00-massacredocarandiru.
com.br/biografia/. Acesso presidiarios-ganha-reedicao. Acesso Acesso em: 27 nov. 2022.
em: 27 nov. 2022.
em: 27 nov. 2022.
Referências bibliográfica
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Universidad Nacional del
daimprensa.com.br/imprens Disponível em:
Rosario. 2005. Disponível
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radical-na-imprensa- Pagina/historia-das-
<https://cdsa.aacademica.or
completa-50-anos/>. prisoes-e-dos-sistemas-de- g/000-006/407.pdf>.
Acesso em: 5 de dezembro punicoes. Acesso em: 6 dez. Acesso em: 4 de dezembro
de 2022 2022. de 2022
Referências bibliográfica
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Sistema Prisional. ETIC – 4o Intérprete: Racionais MC's.
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Científica, 2008. Disponível CD/LP, (1h e 13 min).
em Disponível em:
http://intertemas.unitoledo.br https://open.spotify.com/albu
MARCOS, Plínio. Inútil
/revista/index.php/ETIC/issu m/1UzrzuOmZfBgXyS3pgKD1
Canto e Inútil Pranto pelos
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