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ALUNA: Laiane Gomes Rodrigues Alves - MATRICULA: N46443-7 – TURMA: DR2S28.

AUTOR: O médico Drauzio Varella relata dez anos de atendimento voluntário na Casa de
Detenção de São Paulo, o maior presídio do Brasil, e mostra como um código penal não-escrito
organizava o comportamento da população carcerária.
Em 1989, o médico Drauzio Varella iniciou na Detenção um trabalho voluntário de prevenção à
Aids. Entre os mais de 7200 presos, conheceu pessoas como Mário Cachorro, Roberto Carlos,
Sem-Chance, seu Jeremias, Alfinete, Filósofo, Loreta e seu Luís. Não importava a pena a que
tinham sido condenados, todos seguiam um rígido código penal não escrito, criado pela própria
população carcerária. Contrariá-lo poderia equivaler à morte.
O relato de Drauzio Varella neste livro tem as tonalidades da experiência pessoal: não busca
denunciar um sistema prisional antiquado e desumano; expressa uma disposição para tratar com
as pessoas caso a caso, mesmo em condições nada propícias à manifestação da individualidade.
Lançado em 1999 e transformado em filme em 2003, por Hector Babenco, Estação Carandiru
recebeu o Prêmio Jabuti 2000 de livro do ano e, desde então, já vendeu centenas de milhares de
exemplares.
OBRA: A obra traz o nome Estação Carandiru por situar-se em frente ao metrô e por ser um
bairro da zona norte de São Paulo, localizado na subprefeitura de Santana. A Casa de Detenção
de São Paulo, popularmente chamada de Carandiru, foi um complexo penitenciário fundado na
década de 20, aonde já chegou a abrigar mais de sete mil presos, sendo o maior presídio do
Brasil e da América Latina. Um dos fatos mais conhecidos da história do presídio ocorreu em
1992, quando 111 detentos foram mortos pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, a comando
do Coronel Ubiratam Guimarães, tudo começou com uma briga de presos no pavilhão nove, esse
fato teve grande repercussão nacional e internacionalmente e ficou conhecido como o "Massacre
do Carandiru". Em 1989, o Dr. Drauzio Varella iniciava um trabalho voluntário, no complexo
penitenciário de São Paulo, de prevenção à AIDS, o qual se abrira as portas para a edição do
livro. Até 2002, ano em que o presídio foi desativado, trabalhou como médico voluntário no local.
O Doutor Varella chegou a idealizar uma revista em quadrinhos, O Vira-Lata, como parte do plano
de prevenção da AIDS na cadeia.
O Dr. Drauzio Varella começa, no livro, descrevendo a Casa de Detenção de São Paulo,
detalhadamente, para que o leitor possa se situar e analisar o que se passa e o que ele passou
durante o seu período de voluntariado dentro de um grande presídio, registrando fatos e as
experiências pessoais dos detentos. O propósito da obra é levar ao conhecimento da sociedade
todos os acontecimentos, mas não fragmentados como nos jornais e mídia, onde só ouvem e
mostram os casos isolados, as rebeliões e as represálias, o Doutor tenta mostrar que naquele
presídio, mesmo com a superlotação que se encontrava, existia uma sociedade que necessitava
de um tratamento e de uma dignidade de pessoa humana, e não de uma segregação por parte da
população e do Estado, porque além de tudo eles eram humanos, sendo imprescindível o apoio
para suas recuperações, no entanto por viverem coletivamente fora do ambiente cívico-urbano,
existiam leis, as quais eram regidas por códigos não escritos, baseadas apenas no respeito e na
disciplina.
O complexo era composto por nove pavilhões, um quartel da polícia militar, dois campos de
futebol e um pátio, chamado de divinéia, dentre os pavilhões havia o chamado amarelo, que era o
pavilhão cinco, onde abrigava bandidos que desrespeitaram as leis do crime como: estupradores,
delatores, etc., aos quais, esses eram marcados para morrer. Durante o período de estadia
dentro da Casa de Detenção, Varella pôde além de realizar o trabalho preventivo contra a AIDS,
fazer grandes amizades às quais foram possíveis para redigir o livro com a riqueza de detalhes,
alguns deles: Sem Chance, o nome se dava por uma marca nas suas pronúncias, que sempre
finalizava seu discurso; Bárbara, travesti que abrigava no Pavilhão cinco. Ao longo de mais de
uma década de convívio com os presos e com funcionários da Detenção, o Doutor organizou
palestras, gravou vídeos e além de tudo, não fazia apenas um trabalho de combate e prevenção
à AIDS, tratava também as doenças que assolavam a vida carcerária dos detentos, não se
limitando, somente, ao combate e prevenção da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
Portanto, é um livro de histórias não de medicina, esta que relata apenas informações altruístas,
mas sim fatos ocorridos no interior de um grande cárcere, que necessitam ser relevadas, não com
o intuito de relevar as falhas e sim, de forma genérica, a precária situação com que vivem os
presos no Brasil. A obra é escrita com um estilo direto e com tonalidades machadianas, que vem
desmentir grande parte dos mitos que assolam a sociedade quando se fala em presídio, que
ainda hoje é cultivada a respeito da vida nas prisões. A presente obra inspirou o filme de Hector
Babenco, Carandiru, o qual foi seguido em grande parte do que estava no livro, mas não com a
riqueza de detalhes como na obra.

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