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FACULDADE UNINTA ITAPIPOCA

CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA


DISCIPLINA DE ESTÁGIO BÁSICO I

RESENHA CRÍTICA SOBRE O DOCUMENTÁRIO: HOLOCAUSTO


BRASILEIRO.

JOSÉ RICARDO TOMÉ DOS SANTOS

ITAPIPOCA, CE
2022.2
O documentário: holocausto brasileiro foi lançado em seis de outubro de
2016, com a direção de Daniela Arbex e Armando Mendez, sendo que, o mesmo foi
baseado no livro Homônimo, da própria Daniela Arbex. Assim, o documentário exibe
a história do centro psiquiátrico de Barcena, no estado de Minas Gerais, criado em
1903, aonde ocorreu o extermínio de 60 mil pessoas, entre os anos de 1930 e 1980.
Todo o documentário é baseado em fatos reais, e no depoimento de pessoas
que foram internadas, trabalharam ou que conheceu alguém que viveu em tal
hospital. No relato das pessoas fica evidente que o hospital foi criado com intuito de
ser um espaço que cuidaria das pessoas, porém com a demanda acentuada de
pacientes, o mesmo foi perdendo a essência de hospital, e assim, passou a ser
apenas um espaço que acolhia as pessoas.
De acordo com relatos de funcionários, as pessoas que cuidavam dos
pacientes que chegavam não tinham formações na área, e que o hospital apenas
contratava pessoas, ou seja, se soubesse aplicar uma injeção ou fazer algo similar
já era um quesito para ser contratado, além da medicação ser distribuída por cores,
se tivesse com. É valido ressaltar também que muitos pacientes não tinham nenhum
tipo de doenças, eram apenas retirados das ruas por policiais, deixado por parentes,
por serem homossexuais, prostitutas e outros.
De acordo com Foucault (1979), “a prisão fabrica delinquentes, mas os
delinquentes são úteis tanto no domínio econômico como no político”, e conforme o
relato de Walkiria Monteiro, enfermeira do hospital, “doido dava dinheiro". Com isso,
percebe-se que apesar de tudo, havia algo a mais por trás de toda a conjuntura,
uma negligência e violência tenebrosa por parte do estado. Além de lucrarem com
os corpos que eram vendidos para as universidades fazerem experimentos e
usarem em aulas práticas.
Dessa forma, o documentário oportuniza o telespectador a vislumbrar o
quanto foi torturante os dias vividos naquele hospital. Todavia, os pacientes
chegavam amontoados em um trem, como já citado anteriormente, muitas vezes,
não tinham nenhum tipo de doença. Com isso, os pacientes eram internados à força
e foram submetidos ao frio, à fome e a doenças. Além de terem sidos torturados,
violentados e mortos.
No livro: microfísica do poder, aonde Michael Foucault responde a perguntas
de Alexandre Fontana, o mesmo já afirma que a prisão cria delinquentes. No
entanto, com os cuidados incoerentes e desumanos do hospital de Barcena, pode-
se pontuar que a instituição não tratava os doentes, e sim, contribuía ainda mais
para a acentuação das doenças, e também para o mal-estar de outros pacientes.
Haja visto que os pacientes assistiam às torturas de outros, principalmente, quando
era usado o eletrochoque.
Os corpos dos pacientes que morriam, eram levados por um funcionário em
uma carrocinha e jogados em um espaço reservado para este fim. Foi relatado, que,
por vezes, a população pedia que o funcionário parasse a carrocinha só para ver o
defunto. Porém, com a grande morte de muitos pacientes, o espaço foi
sobrecarregando, e a população sentiu o odor dos mortos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Organização e introdução de Roberto


Machado. 3.ed. Rio de Janeiro: Graal, 1982.

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