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Ao longo das últimas décadas, adquiriu-se conhecimento de várias situações nas quais

as pessoas foram tratadas de forma completamente desumana e violenta nos manicômios


onde o proposito inicial era de oferecer cuidados para aqueles considerados mentalmente
doentes. O livro Holocausto brasileiro (2013) aborda o Hospital da Colônia que ficava em
Barbacena, no estado de minas gerais que foi o palco do que ficou conhecido como o
Holocausto Brasileiro.
A luta antimanicomial tem como foco garantir que pessoas com transtorno mentais ou
vivenciando sofrimento psicológico tenham os seus direitos básicos respeitados pela
sociedade e que sejam tratadas de forma digna na qual abrange três planos principais como
ético-jurídico, assistencial e social-político buscando garantir o respeito dos direitos humanos,
a qualidade do cuidado e a inclusão social das pessoas com transtornos mentais.
Diante disso, no Hospital da Colônia a legislação brasileira falhou em proteger os
direitos dos pacientes psiquiátricos e como as aplicações das leis existentes foi negligenciada,
a fim de elucidar o livro relata que os barbacenenses trocavam postos de trabalho por votos
na qual muitos coronéis da política mineira ‘nasceram’ junto com a colônia, transformando em
grande curral eleitoral. O plano etico-juridico com a reforma Psiquiátrica brasileira buscou uma
mudança de valores éticos e nos aspectos legais relacionados ao tratamento e cuidado a
pessoas com transtornos mentais.
No plano assistencial, a obra detalha as condições desumanas e a violência que
ocorreram no hospital, a falta de cuidados apropriados, as superlotações, a utilização de
métodos brutais de contenção destacando que os pacientes comiam ratos, bebiam esgoto ou
urina, dormiam sobre capim, eram espancados e violados, muitos morriam de frio, fome,
choques e de doenças. O cabo Antônio Gomes da Silva um dos sobreviventes chegou a falar
que ‘Se existe inferno, o Colônia era esse lugar’.
No social-político, a escritora Daniela Arbex relata que os funcionários do hospital
identificavam o trem onde chegavam os pacientes em Barbacena como o ‘trem de doido’ na
qual o vocabulário foi incorporado nos mineiros. O livro sugere a necessidade de mudanças
sociais e políticas para prevenir futuros abusos e garantir a inclusão de pessoas com
transtornos mentais.
CENTRO UNIVERSITARIO MAURICIO DE NASSAU
GRADUAÇÃO DE PSICOLOGIA

NATHÁLIA RODRIGUES DE SOUSA

Reforma Psiquiatra Antimanicomial á Luz do Holocausto Brasileiro

TERESINA
2024

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