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Universidade Cruzeiro do Sul

Pós-graduação em Saúde Coletiva

Disciplina: Políticas Públicas de Saúde Mental do Adulto e do Idoso.


Docente: Glauteice Freitas Guedes

Discentes:
1- Adílio Gonçalves - RGM: 31174230
2- Isabelle Nogueira de Oliveira – RGM: 30154359
3- Cibele Cristina Sanches Wenzel - RGM 30715393
4- Manoel Francisco dos Santos filho – RGM: 3158209

Atividade em Grupo

A) Porque o documentário foi chamado de holocausto brasileiro?

Porque ao narrar a história de um antigo sanatório, posteriormente transformado em


hospital psiquiátrico, aponta elementos que nos remete à uma das maiores tragédias
acometida em sociedade, e perpassada do homem para o homem, assim como foi o
holocausto. Nessa narrativa se desdobra com o exemplo das linhas de trens, que foram
comparadas as que os nazistas usavam para enviarem os prisioneiros ao complexo de
Auschwitz, bem como as imagens e os relatos que denota o extermínio de uma
população em sofrimento mental (cerca de 60 mil pessoas morreram ali). Atrelado ao
estigma social da loucura e o hospital caracterizado como depósito humano, ainda há a
forma que os pacientes do hospital colônia eram tratados e submetidos a diversos tipos
de maus tratos, que remetiam a um campo de concentração (por seus métodos e falta de
humanidade). Por fim, os pacientes viviam degradados fisicamente, emocionalmente e
moralmente, tendo como único caminho, a morte.

B) Descreva sua reflexão sobre a atuação dos profissionais da saúde na época


relatada no documentário?

O quadro de profissionais não era suficientes para a demanda de 5.000 pacientes, muitos
não tinham se quer formação na área da saúde. Eram recrutados por indicação política
ou eram policiais (guardas) o que acarretava na falta de humanização, descaso,
abandono, corrupção e morte. Outros achavam que estavam dando o melhor de si e que
isso bastava, onde não preferia não enxergar a realidade de maus tratos impostas no
hospital. Omissos a situação de violência, da mercantilização da loucura, da
concentração da assistência na rede privada e pela falta de estruturas públicas, como cita
a ex-enfermeira Walquiria Monteiro: “Doido, não tinha coisa melhor, para dar
dinheiro”.

A partir da perspectiva de tais funcionários despreparados em todos os sentidos, aos


quais alguns destes mal tinham instrução onde separava a medicação por cor, os
pacientes eram maltratados, assolados pela fome e miséria, abandonados a própria sorte
no local onde deveriam ter acolhimento e cuidado, mas eram jogados à morte por
pessoas omissas e coniventes com essa situação e que tratavam a conduta terapêutica do
eletrochoque como necessário e eficaz para aqueles que tiveram sua humanidade
arrancada de si.

C) É possível observar alguma diferença nos dias de hoje em relação ao tratamento


dos indivíduos com distúrbios mentais? Justifique sua resposta.

Há inúmeras diferenças! Naquele contexto as pessoas eram consideradas portadores de


doenças mentais que viviam confinados em hospitais psiquiátricos, como o hospital
colônia, isolados de tudo e de todos, até a morte. Muitos eram submetidos a técnicas
violentas como o eletrochoque, sobreviviam em condições desumanas prevalecendo a
falta de higiene, má alimentação, passando frio e sofrendo diversos abusos ou até
mesmo ao ter que trabalhar sem remuneração a troco de cigarros, por exemplo. Isso
decorre devido a muitas das pessoas que estavam internadas não tinham transtornos
mentais algum. Os pacientes admitidos àquela época eram através da repressão policial
e/ou política, distúrbios sociais e familiares, ou seja, eram considerados como aqueles
que não se encaixavam no que se pensava ser um cidadão normal e eram excluídos pela
sociedade, sendo então, enviados a este depósito de gente.

A partir da reforma psiquiátrica começam as mudanças que traria uma nova roupagem à
saúde mental, com questionamentos sobre a eficácia terapêutica do modelo
hospitalocêntrico e asilar, a desinstitucionalização da loucura, por meio da extinção dos
manicômios, mas também defende os direitos dos sujeitos em sofrimento psíquico e
orienta mudanças na assistência em saúde dessa população. Assim acarretou em
intervenções para fechamento de tais unidades por maus-tratos e mortes de pacientes,
favorecendo alterações significativas na legislação (por meio do projeto de lei nº 3.657)
e no modelo de atenção aos portadores de transtornos mentais e seus familiares, bem
como a inclusão social dos pacientes no contexto social e desta forma, contribuindo para
estruturar a Política Nacional de Saúde Mental e assim promover autonomia e
convivência desses sujeitos em sociedade.

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