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FACULDADE PIO DÉCIMO

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Laura da Costa Dias e Millena Carvalho Pereira Santos

A HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL E O SISTEMA ÚNICO


DE SAÚDE - SUS:
Centro de Atenção Psicossocial - CAPS

ARACAJU
2023
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LAURA DA COSTA DIAS E MILLENA CARVALHO PEREIRA SANTOS

A HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL E O SISTEMA ÚNICO


DE SAÚDE - SUS:
Centro de Atenção Psicossocial - CAPS

Trabalho apresentado à
disciplina Psicologia da
Saúde, do curso de
Psicologia, da Faculdade
Pio Décimo, para obtenção
da nota da unidade.

Profª Aline Andrade


Rabelo.

ARACAJU
2023

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SUMÁRIO
1. Introdução………………………………………………………………………4
2. A história da saúde pública no Brasil…………..……………………………..5
3. O nascimento do SUS até os dias atuais………………………………………6
4. O surgimento do CAPS……………………………………………………….11
5. Política operacional e o papel do psicólogo no CAPS………………………14
6. Funcionamento do CAPS em Aracaju………………………………………15
7. Conclusão………………………………………………………………..……16
8. Referências……………………………………………………………………18

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INTRODUÇÃO
A história da saúde pública no Brasil sempre foi um tema complicado, permeado de
muita segregação durante longos anos, visto que no período colonial a ideia de saúde era apenas
para a alta sociedade, a população em geral sofria suas dores caladas, no período industrial o
conceito de prevenção ganhou força, mas no intuito apenas de evitar às faltas no trabalho,
tornando vacinas obrigatórias não para o meu bem-estar do povo, mas para que as “máquinas
humanas” não parassem. Passado isso, nos períodos democráticos foram inúmeras fases, da
“CAPs” ao “INAMPS”, programas que ofertavam assistência à saúde através da colaboração
financeira do trabalhador, sendo ainda por um longo período restrito a determinadas categorias
de servidores.
Após as fortes pressões dos movimentos civis e sociais na época, que exigiam uma
reforma nas políticas de saúde, ocorre a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986,
abordando pautas que seriam essenciais para a origem do SUS, como a saúde um dever do
Estado e do cidadão, visando o coletivo. Assim, o Sistema Único de Saúde foi criado
efetivamente em 1988, pela Constituição Federal Brasileira, que afirma ser dever do Estado
garantir saúde a toda a população do país. É importante entender o contexto que promoveu tal
criação e como funcionava a saúde no Brasil antes da implementação do SUS, atualmente um
dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, sendo o único a garantir assistência integral
e completamente gratuita.
Nesse cenário, de um sistema que oferta serviços desde a atenção primária até os
cuidados mais complexos, com a saúde mental não foi diferente, tal campo ganhou atenção na
nova política de saúde, mais à frente vindo a romper com os paradigmas dessa temática. Os
cuidados mentais passaram por três períodos, conhecidos por “Período da Custódia”, em que a
loucura como era popularmente chamada era reconhecida numa perspectiva naturalista,
categorizando o doente mental como um ser fraco, que não poderia viver normalmente em
sociedade, já o “Período da Terapia”, tinha uma base positivista e via o doente já como um
indivíduo em potencial, havendo um enfoque psicológico e social, no último período “Período
da Saúde Mental”, vigente até os dias atuais, o ser com patologias psíquicas passa a ser social,
com cuidados multidisciplinares e uma vida com direito de escolha.
Posto isto, após a Reforma Psiquiátrica, movimento iniciado em meados dos anos 90,
sendo sancionada na Lei 10.216, em 2001, teve como principal característica o fechamento
gradual de manicômios e hospícios espalhados pelo país. Como um substituto para esses
espaços, surge o CAPS, Centro de Atenção Psicossocial, são instituições que visaram a

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substituição dos hospitais psiquiátricos, os manicômios e, as suas formas de atendimento.
Tendo como objetivo o atendimento de indivíduos com transtorno mental severo e persistente,
e seus familiares, com um acolhimento pautado na integração social e familiar, promovendo
autonomia e reinserção do sujeito na sociedade, através de uma equipe multidisciplinar, com
diversas atividades e oficinas que promovam a satisfação dos objetivos firmados para cada
caso.

A HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

“O modelo de atenção à saúde no Brasil resultou, desde o seu início, de trocas e


apropriações de experiências entre europeus, índios e africanos, particularmente no que tange
à prática médica” (PÔRTO, 2006).
Logo, fazendo um apanhado histórico, no período de meados 1500 a 1889, do
descobrimento ao Império, a troca de mercadorias, promoveu também a troca de enfermidades.
“Com a chegada dos portugueses à Terra de Santa Cruz, um mundo novo e desafiante se
formava em relação às enfermidades. Aqui, juntaram-se à malária, doença tropical, até então
desconhecida para os europeus, aquelas trazidas pelos colonizadores, como peste bubônica,
cólera e varíola e, posteriormente, com a chegada dos africanos, a filariose e a febre amarela.
Um cenário preocupante foi-se desenhando, pois era frágil o conhecimento acerca da
transmissão e do controle ou tratamento dessas novas doenças. Diferentes intervenções ou
visões sobre as moléstias surgiam a cada momento.” (BAPTISTA, 2007).
Faz-se importante salientar também que à época, a população desconhecia o
saneamento básico, utilizando buracos na terra para realizar suas necessidades fisiológicas, a
ideia de higiene também era falha na época, visto que não existia conhecimento profundo
dessas temáticas, então lavar as mãos, banhos frequentes e até a limpeza das roupas não eram
tão habituais. Assim, aliando tais fatores à falta de conhecimento da prática medicinal, doenças
como a cólera, febre amarela, peste bubônica, entre outras, alastravam-se facilmente na
sociedade, causando inúmeras mortes.
É interessante analisar ainda que nesse tempo, eram poucos os profissionais de saúde,
sejam eles médicos e/ou enfermeiros, a maioria dos casos de doenças acabavam sendo
atendidas pelos boticários, farmacêuticos, da cidade, sendo as formas de conhecimento
advindas de inúmeras fontes, como pouca ciência e muita religiosidade, de matrizes indígenas,
jesuítas. No entanto, é em 1808, com a chegada da Família Real, que se desperta a ideia de um
controle sanitário, visando a prevenção de determinadas doenças, processo esse que seria

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ofertado para a alta sociedade, àqueles considerados “escória”, foram retirados das ruas e
levados para as periferias, dando uma ideia da origem das “favelas”.
Nesse ínterim, com o fortalecimento econômico das regiões centrais, principalmente a
região Sudeste, que ofertava maior demanda de serviços e empregos, se iniciou a migração do
campo para a cidade, que por sua vez não possuía a devida estrutura para um aumento
populacional tão depressa, gerando uma forte concentração de pessoas em pequenos espaços,
voltando a contribuir para o alastre de inúmeras doenças, causando epidemias de grande porte
e acarretando mais mortes. Mas com o crescimento de sujeitos na parte urbana, aumentou-se o
investimento de estrangeiros nos negócios brasileiros, dando uma fortalecida no capitalismo
do país e acelerando o processo de industrialização.
Com isso, mais indivíduos passam a ir para as cidades e o aumento de funcionários nas
corporativas trazem os problemas das condições precárias de trabalho, como as cargas horárias
altíssimas, muitas vezes sem direito a um dia de folga, vindo então as revoltas e greves,
reivindicando melhores condições laborais. Logo, em 1923, surge o primeiro aspecto da
previdência social, com a Lei Eloy Chaves, que cria a CAPs, caixas de aposentadorias e
pensões, funcionando para a categoria dos ferroviários e, só em 1926 incluindo portuários e
marinhos, entretanto abrangendo ainda uma minoria social, sendo um programa bem
segregacionista.
Com o desenvolvimento capitalista no país, o foco das indústrias era o alto nível de
produção, porém as condições de trabalho não contribuíam para tanto, havendo uma elevada
ausência de trabalhadores nos seus serviços, dando início às campanhas sanitárias, com
vacinação em domicílio de forma obrigatória, contra a febre amarela, no intento apenas de
evitar às faltas laborais, sem uma real preocupação com a saúde popular. Destaca-se que para
os que não faziam parte dessas categorias, não podendo contribuir para o tratamento, restavam
apenas os atendimentos particulares, caríssimos a época e, as Santas Casas de Misericórdia,
fundada por religiosos, visando ajudar os menos afortunados.
É no governo Getúlio Vargas que as CAPs, ampliam-se para IAPs, Instituto de
Aposentadorias e Pensões, incluindo as categorias: Aposentadoria e pensões dos marítimos,
comerciários, bancários, industriários, etc. Logo sendo fundado o Instituto de Previdência e
Assistência aos Servidores do Estado, IPASE, expandindo as áreas de atuação e, destacando
que é nessa fase que a saúde ganha uma nova perspectiva, de ser não somente a saúde para
cuidar da doença, mas também a saúde como prevenção, evitando o surgimento da doença.
Contudo, a falta de organização e planejamento no governo ocasionou problemas financeiros,

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além de não conseguir ofertar a mesma qualidade de atendimento para as diversas classes
inclusas no programa.
Passado isso, com a Ditadura Militar a saúde sofreu ainda mais, com cortes financeiros
que impossibilitaram o pleno funcionamento do sistema IAPs, o aumento de doenças como
dengue, malária, etc foi gritante, com um alto número de epidemias e de mortalidade infantil,
forçando a gestão militar a fazer algo. É então em 1966 criado o Instituto Nacional de
Previdência Social, INPS, que unifica todos os institutos que atendiam os trabalhadores. Por
conseguinte, em 1977, é criado o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência
Social, INAMPS, que instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social, Sinpas,
visando a especialização e integração dos serviços ofertados pela rede. Sendo assim, buscando
um melhor funcionamento, ficou a cargo do INAMPS, a assistência médica, a gestão financeira
coube o IAPAS, restando ao INPS a concessão dos benefícios.

O NASCIMENTO DO SUS ATÉ OS DIAS ATUAIS

Nesse ínterim, ocorre a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada entre 17 e 21 de


março de 1986, sendo um ponto chave para a criação definitiva do SUS, foi nessa reunião que
se discutiu a saúde como dever do Estado e do cidadão, a reformulação do sistema nacional de
saúde e como seria feito o financiamento desse projeto. Esse foi o primeiro evento que contou
com a participação de usuários, o final da ação resultou num consenso para a formação de um
sistema único de saúde, separado da previdência. Então, a Constituição Federal de 1988 foi o
primeiro documento a colocar o direito à saúde definitivamente no ordenamento jurídico
brasileiro, firmando a saúde como um direito do cidadão e um dever do Estado. E em 1993 o
INAMPS foi extinto, pela Lei nº 8.689, e suas competências transferidas às instâncias federal,
estadual e municipal gestoras do SUS.
“A criação do SUS põe em prática uma política federal de caráter descentralizador, que,
conjugada à gratuidade e universalidade, o torna o maior sistema público de saúde do mundo.
À União cabe o papel primordial de regulador, estimulador e avaliador das atividades de saúde.
Estados e municípios têm a responsabilidade de planejar e executar os serviços que atendem às
populações locais. Assim, os três entes federativos, em vez de concorrer, trabalham juntos.”
(Fundação Fernando Henrique Cardoso)

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Desse modo, o SUS vem com uma enorme transformação social, abrangendo a toda
uma população de forma gratuita, promovendo a saúde em todos os âmbitos desde a atenção
primária aos procedimentos mais complexos, tendo as seguintes principais diretrizes:
I. Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II. Atendimento
integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III. Participação da comunidade [...]”. Demonstrando então um compromisso do Estado em
não apenas cuidar e tratar, mas também prevenir doenças e promover a saúde, com uma visão
do coletivo, rompendo totalmente com os sistemas de saúde anteriores que vigoraram no país,
prezando por princípios como: A universalidade; A integralidade; A equidade; O controle
social.
Em 1990, o SUS foi regulamentado através da Lei nº 8.080, que define um modelo
operacional para o programa, apresentando uma forma de organização e de funcionamento, daí
por diante, frequentemente o SUS foi desenvolvendo novas políticas de atendimento e serviços
para melhor atender aos usuários, um destaque é o Centro Estadual de Vigilância em Saúde,
que desenvolve a vigilância em saúde na condição gestor/coordenador, integrando as
vigilâncias em uma prática sanitária de intersetorialidade, com múltiplas atividades e sistemas
de informações interligados. Nesse meio, o objeto das ações é o controle de fatores
determinantes e condicionantes, de riscos e de danos à saúde dos sujeitos, dessa forma
auxiliando às políticas de prevenção às doenças.
Atualmente, de acordo com o Ministério Público de Saúde o SUS atende cerca de 190
milhões de brasileiros, 80% desses dependem exclusivamente dos serviços de saúde públicos,
sendo o único sistema no mundo a ter tantos usuários integralmente. É importante salientar que
apesar de estar sempre associado ao atendimento de saúde “direto”, como por exemplo UBS
ou emergências, o SUS contempla centros e postos de saúde, hospitais públicos – incluindo os
universitários, os laboratórios e hemocentros (bancos de sangue) -, os serviços de Vigilância
Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, além de fundações e institutos de
pesquisa acadêmica e científica.
"O SUS é a política pública de maior inclusão social que esse país teve nos últimos 30
anos, porque determinou que todos tivessem direito a uma saúde resolutiva e de qualidade. Por
isso, o Governo Federal vem trabalhando diariamente desde o início para melhorar o sistema e
seguirá trabalhando para melhorá-lo cada vez mais. O nosso foco é em promoção e prevenção
da saúde, é salvar vidas, é cuidar da saúde das pessoas com dignidade, é deixar nosso sistema
cada vez mais robusto, preparado, inclusivo e resiliente para superar os desafios e atender as
demandas da população" (Marcelo Queiroga, ex-Ministro da Saúde)
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O SUS faz parte do cotidiano de todo e qualquer brasileiro, visto que está no
saneamento básico das ruas e residências, na vacinação no posto de saúde, na produção das
vacinas, na vigilância sanitária que fiscaliza os estabelecimentos comerciais, na academia ao
ar livre da pracinha, na ambulância do SAMU que atende acidente ou emergência, nas
consultas com os médicos, nos exames, na oferta de medicamentos, inclusive os de alto custo,
entre outros. Sendo reconhecido internacionalmente, o Programa Nacional de Imunização
(PNI), responsável por 98% do mercado de vacinas do país. O Brasil garante à população
acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde,
disponibilizando 17 vacinas para combater mais de 20 doenças, em diversas faixas etárias, na
rede pública de todo o país.
Outro destaque do sistema é ser o maior sistema público de transplante de órgãos do
mundo, o programa cresceu 63,85% na última década, saltando de 14.175 procedimentos em
2004 para 23.226 em 2014. E ainda, segundo dados divulgados em 2019 pelo Ministério da
Saúde indicam, por exemplo, que 96% dos procedimentos médicos de transplante são
realizados através do sistema de saúde, com uma assistência desde o pré-operatório ao pós-
operatório, sendo reconhecido internacionalmente pela grandiosidade da funcionalidade. O
SUS oferta ainda cuidados como hemodiálise, cuidados de saúde mental e de reabilitação,
atendimentos de pessoas com doenças raras, acompanhamento dos processos de mudança de
sexo, redução de estômago e tratamentos oncológicos.
O SUS abrange tantas áreas de impacto direto na qualidade de vida da população que
pode ser definido como a maior política de inclusão social do país, visto que foi um sistema
que acabou com a categorização de ser contribuinte ou não para poder receber assistência à
saúde, praticando ainda ações que previnem e promovem a saúde, como a fiscalização de
alimentos em cantinas escolares, contribuindo para a nutrição dos alunos, além de ser um
mercado de trabalho em constante crescimento para a própria sociedade, implicando
diretamente na economia, ou seja, o Sistema Único de Saúde tem efeitos em todos os setores
básicos do país.
“Ao longo do percurso de 30 anos de construção do SUS, a sociedade brasileira
experimentou grandes transformações sociais que resultaram em mudanças no seu padrão de
consumo alimentar, nutrição e saúde. No sentido positivo, destacam-se os esforços das políticas
econômicas e sociais em relação ao combate à pobreza e de aumento da renda do brasileiro,
que conjuntamente à melhoria do acesso a serviços tanto de saúde como de educação,
influenciaram a maneira como os brasileiros vivem, adoecem e morrem, impactando assim
positivamente a saúde no Brasil” (JAIME et al., 2018).
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É sabido que na prática existem dificuldades, como a superlotação, as filas de espera
demoradas, possíveis faltas de medicamentos, no entanto é imprescindível que o sistema
revolucionou a saúde e a qualidade de vida da população brasileira, elevando a expectativa de
vida, erradicando doenças, entre outros, tendo um saldo mais positivo e, buscando melhorar
diariamente, investindo financeiramente em políticas de tratamento, prevenção e promoção de
saúde, além de ampliação de hospitais gerais, centro de assistências, unidades básicas, entre
outros, atualizando as políticas operacionais e buscando qualificar cada vez mais os
profissionais da rede, destarte sendo um programa ainda em desenvolvimento frequente mas já
com grandes conquistas.

O SURGIMENTO DO CAPS

Para compreensão da atuação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) é de suma


importância compreender que o conceito de loucura sofreu mudanças no decorrer dos tempos
de acordo com as crenças, a política e costumes de cada época. Da mesma forma, essa trajetória
foi marcada por muitas lutas contra os descasos do poder público à essas pessoas que teve como
consequência grandes mudanças e descobertas que foram determinantes para o avanço no
atendimento na saúde mental. Se na idade média a loucura era sinônimo de possessão
demoníaca e os loucos eram queimados em fogueira, na idade moderna, dá-se o primeiro passo
para o tratamento do sofrimento psíquico, a loucura ganha status de doença e o ocidente
testemunha o nascimento do Hospital Psiquiátrico. Contudo, o tratamento desumano nessas
instituições provocou a revolta da sociedade que exigia mudanças no paradigma de
atendimentos à essa população.
No Brasil, um dos casos mais conhecidos dessa época é o Hospital Psiquiátrico de
Barbacena, conhecido como “O Holocausto Brasileiro”, visto que as ações cometidas
assemelhavam-se com os campos de concentrações nazistas, em que o intuito era separar as
pessoas de acordo com suas diferenças, levando em consideração que mais de 70% dos
internados não possuíam transtorno mental, e a instituição também era composta por aqueles
que foram abandonados por suas famílias, seja por orientação sexual, identidade de gênero,
crenças, culturas diferentes do aceitável pela sociedade. Portanto, estes indivíduos eram
deixados para morrer lá, não havia proposta de tratamento adequado e muito menos previsão
de alta para eles, considerando também que muitas pessoas assim que entravam, em questão
de pouco tempo morriam por algum outro fator, esse descaso ocorreu não só nesta instituição,

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como em diversas outras ao redor do Brasil, sendo imprescindível o fechamento destes
manicômios.
Tais anseios culminaram com o movimento da Reforma Psiquiátrica que propôs novas
formas de tratamentos, caracterizada como um movimento histórico de caráter social
econômico e político, influenciado pela ideologia de grupos dominantes, a prática ou ação da
reforma psiquiátrica faz parte do cotidiano de um bom número de profissionais de saúde
mental, e principalmente partindo de um trabalho mais humanizado que buscasse manter a
confiança do indivíduo na melhora do seu tratamento. Sendo assim, rompendo com os abusos
dos anos anteriores.
Como indicação de momentos práticos de reversão do modelo manicomial, podemos
citar a intervenção na Casa de Saúde Anchieta, em Santos, o Centro de Atenção Psicossocial
Dr. Luís da Rocha Cerqueira, ambos localizados em São Paulo, e o Centro Comunitário de
Saúde Mental de São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul, conhecido como “Nossa Casa”. A
Casa de Saúde Anchieta, é considerada um marco na história da psiquiatria brasileira, por se
tratar de uma experiência inovadora, em que ocorreu uma intervenção médico legal num asilo.
Esta pode ser considerada a primeira experiência concreta de desconstrução do aparato
manicomial no Brasil, e de construção de estruturas substitutivas.
Dessa forma, milhares de leitos foram, após muitas lutas fechados e está sendo
implantado uma significativa rede de serviços e dispositivos de saúde mental em todo território
nacional, com destaque especial para os CAPS que hoje são uma referência importante para o
acolhimento das pessoas em sofrimento psíquico onde foi aprovada a Lei 10,216/01, a Lei da
Reforma Psiquiátrica Brasileira. Por conseguinte, as iniciativas de natureza cultural demarcam
um novo contexto histórico da reforma psiquiátrica no qual a cultura se torna meio e fim da
transformação do lugar social da loucura, uma conquista que trouxe esperança para aqueles
que possuíam transtornos mentais e tinham medo de buscar ajuda, com a lei, houve mais
segurança e confiança quanto as formas de tratamentos.
Diante dessa realidade cruel, era de extrema necessidade o surgimento de um novo
modelo de contribuição, que viabilizasse uma rede que substituísse o modelo
“hospitalocêntrico”, sendo que no ano de 1986 é criado o primeiro CAPS no Brasil, amparado
pela lei 10.216/02, resultado de uma luta social que durou doze anos, atualmente, existem cerca
de 1.981 Centros espalhados pelo país, contribuindo para um atendimento populacional que
visava qualidade de serviço para os seus pacientes. O CAPS é um serviço substitutivo de
atenção de saúde mental que tem demonstrado efetividade na substituição da internação de
longos períodos, por um tratamento que não isola os pacientes de suas famílias e da
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comunidade, mas que envolve os familiares no atendimento com a devida atenção necessária,
ajudando na recuperação e na reintegração social do indivíduo com sofrimento psíquico.
Uma das mudanças proporcionadas com a reestruturação da assistência psiquiátrica foi
a de possibilitar que o doente mental permaneça com sua família, mas para que este convívio
seja saudável e positivo, é preciso que o serviço esteja inserido numa rede articulada de apoio
e de organizações que se propunham a oferecer cuidados para este indivíduo. É importante
salientar, que a criação do CAPS foi possível devido o modelo de Franco Basaglia
implementado na Itália, pois ele revolucionou o tratamento psiquiátrico, desenvolvendo uma
abordagem de reinserção territorial e cultural do paciente na comunidade. Isso em vez de isolá-
lo num manicômio à base de fortes medicações, vigilância ininterrupta, choques elétricos e
camisas de força.

O aprofundamento de sua metodologia e o retorno à vida social conseguido com


milhares de ex-internos em Trieste levou a prefeitura local, com o passar dos anos, a fechar o
hospital psiquiátrico, optando gradualmente pela abertura de novos centros terapêuticos
territoriais, como os concebidos por Basaglia. Desse modo, em substituição aos hospitais
psiquiátricos, o Ministério da Saúde determinou, em 2002, a criação dos Centros de Atenção
Psicossocial (CAPs) em todo o país.

O primeiro CAPS a surgir no Brasil, denominado Professor Luís da Rocha Cerqueira,


surgiu em 1986, na cidade de São Paulo, a partir da utilização do espaço da então extinta
Divisão de Ambulatório (instância técnica e administrativa da Coordenadoria de Saúde Mental,
responsável pela assistência psiquiátrica extra-hospitalar) da Secretaria Estadual de Saúde. Este
local foi transformado em um serviço que se propunha a evitar internações, acolher os egressos
dos hospitais psiquiátricos e poder oferecer um atendimento intensivo para portadores de
doença mental, dentro da nova filosofia do atendimento em saúde mental desse período.

A criação do Núcleo de Atenção Psicossocial (NAPS) em Santos, e do CAPS, em São


Paulo, demonstrou a indiscutível influência direta dessas experiências na política nacional em
saúde mental. A publicação da Portaria do MS no 224/92, em vigor desde janeiro de 1992, que
estabeleceu diretrizes e normas para a assistência em saúde mental, foi um exemplo. Ela
reafirmou os princípios do SUS, instituiu e regulamentou a estrutura de novos serviços em
saúde mental, orientados nas experiências do CAPS e do NAPS. Assim, Os CAPS/NAPS
podiam constituir-se, ainda, em porta de entrada da rede de serviços para as ações relativas à
saúde mental, considerando sua característica de unidade de saúde local e regionalizada.
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Atendiam, também, a pacientes referenciados de outros serviços de saúde, dos serviços de
urgência psiquiátrica ou egressos de internação hospitalar. Deveriam estar integrados a uma
rede descentralizada e hierarquizada de cuidados em saúde mental.

POLÍTICA OPERACIONAL E O PAPEL DO PSICÓLOGO NO CAPS

CAPS tem como modelo de atendimento o trabalho em rede, que é a comunicação ativa
entre os outros componentes que compõe a rede de atendimento em saúde mental como: a
atenção básica, Estratégias de saúde da Família (ESF), a própria família o sujeito. Desse modo,
É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em
hospitais psiquiátricos que visam no que diz respeito aos atendimentos primários e secundários:
a) Prestar atendimento em regime de atenção diária; b) Gerenciar os projetos terapêuticos
oferecendo cuidado clínico eficiente e personalizado; e c) Promover a inserção social dos
usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, trabalho, esporte, cultura e
lazer, montando estratégias conjuntas de enfrentamento dos problemas.

Os CAPS têm seus próprios espaços adequados, que são: consultórios para atividades
individuais (consultas, entrevistas, terapias), salas para atividades grupais, espaço de
convivência, oficinas, refeitório, sanitários e área externa para oficinas, recreação e esportes.
As pessoas atendidas nos CAPS são aquelas que apresentam intenso sofrimento psíquico,
preferencialmente, pessoas com transtornos mentais severos e/ou persistentes (BRASIL, 2005).
Cada usuário de CAPS tem seu projeto terapêutico individual, durante a permanência diária no
serviço, segundo suas necessidades; conforme as determinações da Portaria GM 336/02:

a) Atendimento Intensivo: trata-se de atendimento diário,oferecido quando a pessoa


se encontra com grave sofrimento psíquico. Esse atendimento pode ser domiciliar, se
necessário;

b) Atendimento Semi-Intensivo: o usuário pode ser atendido até 12 dias no mês. Essa
modalidade é oferecida quando o sofrimento e a desestruturação psíquica da pessoa
diminuíram; pode ser domiciliar, se necessário;

c) Atendimento Não Intensivo: à pessoa que não precisa de suporte contínuo da equipe
para viver em seu território; também pode ser domiciliar.

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O CAPS oferece várias atividades a seus usuários, dentre esses encontram-se asoficinas
terapêuticas. De um modo geral, as oficinas terapêuticas podem ser:

1. Oficinas expressivas: espaços de expressão plástica (pintura, argila, desenho


etc.), expressão corporal (dança, ginástica e técnicas teatrais), expressão verbal
(poesia, contos, leitura e redação de textos, de peças teatrais e de letras de
música), expressão musical (atividades musicais), fotografia, teatro.
2. Oficinas geradoras de renda: servem como instrumento de geração de renda
através do aprendizado de uma atividade específica, que pode ser igual ou
diferente da profissão do usuário. As oficinas geradoras de renda podem ser de:
culinária, marcenaria, costura, fotocópias, venda de livros, fabricação de velas,
artesanato em geral, cerâmica, bijuterias, brechó, etc.
3. Oficinas de alfabetização: esse tipo de oficina contribui para que os usuários
que não tiveram acesso ou que não puderam permanecer na escola possam
exercitar a escrita e a leitura, como um recurso importante na (re)construção da
cidadania.

Os CAPS são diferentes quanto ao tamanho do equipamento, estrutura física,


profissionais e diversidade nas atividades terapêuticas; e à especificidade da demanda, isto é,
para crianças e adolescentes, usuários de álcool e outras drogas ou para transtornos psicóticos
e neuróticos graves, sendo divididos em tipos que são caracterizados pelo número
populacional, sendo eles:

CAPS I E II: São CAPS para atendimento diário de adultos, em sua população de
abrangência, com transtornos mentais severos e persistentes.

CAPS III: São para atendimento diário e noturno de adultos, durante sete dias da
semana, atendendo à população de referência com transtornos mentais severos e persistentes.
CAPS para infância e adolescência, para atendimento diário a crianças e adolescentes com
transtornos mentais.

CAPSi: São CAPS para infância e adolescência, para atendimento diário a crianças e
adolescentes com transtornos mentais.

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CAPSad: São CAPS para usuários de álcool e drogas, para atendimento diário à
população com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas, como
álcool e outras drogas. Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com a finalidade exclusiva
de tratamento de desintoxicação.

Os profissionais que trabalham nos CAPS possuem diversas formações e integram uma
equipe multiprofissional. É um grupo de diferentes técnicos de nível superior e de nível médio.
Os profissionais de nível superior são: enfermeiros, médicos, psicólogos, assistentes sociais,
terapeutas ocupacionais, pedagogos, professores de educação física ou outros necessários para
as atividades oferecidas nos CAPS. Os profissionais de nível médio podem ser: técnicos e/ou
auxiliares de enfermagem, técnicos administrativos, educadores e artesãos. Os CAPS contam
ainda com equipes de limpeza e de cozinha.

Todos os CAPS devem obedecer à exigência da diversidade profissional e cada tipo de


CAPS (CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad) tem suas próprias características quanto
aos tipos e à quantidade de profissionais.

FUNCIONAMENTO DO CAPS EM ARACAJU

A verba para os CAPS parte do município e também do Ministério da Saúde, é


considerado o maior investimento em centro de assistência à saúde mental, possuem 6 Centros
de Assistência Psicossocial em que 2.500 pessoas são acompanhadas mensalmente, de acordo
com a especialidade adequada, envolvem cerca de 300 profissionais e 5 unidades também
possuem acolhimento noturno. Vale ressaltar que incluem a participação da família, devido ao
seu papel psicossocial e a inserção do grupo de familiares para desabafo e para que a equipe
possa compreender melhor a situação do paciente, em relação as visitas, é necessário sair da
unidade quando os pacientes optam por se afastar do tratamento. No ano de 2016, foram
realizadas cerca de 800 visitas domiciliares.

Por fim, o atendimento do psicólogo consiste numa conduta interdisciplinar, visto que
ele não lida apenas com o que é considerado de “cunho psicológico”, pois compreende todas
as complexidades do sujeito, incluindo sua posição no cenário político-social, portanto esse

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trabalho é dialogado com profissionais de outras áreas para proporcionar um tratamento
adequado e condizente com a necessidade do indivíduo.

CONCLUSÃO

Destarte, a criação do SUS (Sistema Único de Saúde) possibilitou a promoção da


qualidade de vida para toda a população brasileira, sendo conhecido como um dos maiores e
mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo desde o simples
atendimento para avaliação da pressão arterial, por meio da Atenção Primária, até o
transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito. Portanto, o SUS faz
parte da vida de qualquer brasileiro por descentralizar uma antiga divisão capitalista, em que
somente pessoas que contribuíam com o Governo ou planos privados possuíam direitos ao
acesso à saúde, e ao passar dos anos procura inovar em pesquisas, tratamentos, vigilâncias,
equipamentos e outros veículos para atender às demandas sociais.

Por meio do SUS, foi criado o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) com o intuito
de promover atendimento para as pessoas que se adequam nos princípios da instituição, que
visa os cuidados daqueles que possuírem transtornos graves e persistentes ou que recorrem ao
uso de substâncias químicas buscando preservar também a cidadania, o tratamento e os
vínculos sociais do indivíduo. Por conseguinte, o encaminhamento pode ser feito por
qualquer profissional da área da saúde e também por assistentes sociais e agente comunitário
ou então o serviço pode ser procurado diretamente pelo paciente ou familiar.

No entanto, uma equipe multiprofissional composta por médicos psiquiatras,


psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais avaliam o quadro do
usuário e indicam o tratamento adequado para cada caso, contando com um atendimento
interdisciplinar que envolve a desconstrução da divisão de cada profissão, de modo que o
psicólogo no CAPS lida com a complexidade e subjetividade do indivíduo, que consideram
os fatores políticos, econômicos, sociais e educacionais do indivíduo, tratando de maneira
dialogada com outros profissionais o modelo de supervisão e tratamento necessário para cada
um. Todavia, após a triagem é possível analisar se o cuidado se adequa ao tratamento
intensivo, semi-intensivo ou não-intensivo, dentre eles, as atividades desse serviço incluem
principalmente as oficinas expressivas, oficinas geradoras de renda e oficinas de
alfabetização com o viés de integrar por meio da interação.

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Entretanto, há casos que chegam ao CAPS que não se adequam ao serviço da
instituição, como quando há a presença de um conteúdo que se adequa à urgência mental, no
entanto, é feito o encaminhamento às outras instituições para a garantia de qualidade de vida
do indivíduo. Por ser o maior centro de acolhimento de saúde mental no país, há demandas
que não são propostas promovidas pelo serviço dos CAPS, então torna-se fulcral o
conhecimento da população acerca dessa temática para buscarem o melhor tipo de
acolhimento que se é adequado.

Por fim, após a construção de vários centros de atendimentos do CAPS, o Governo


Federal em conjunto com o Ministério da Saúde estabeleceram requisitos de atendimento
quanto as divisões entre CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad que são feitas a partir
do número populacional de um território, considerando que em Aracaju há a presença de
todos esses tipos de centros que procuram atender e regular as demandas da comunidade de
acordo com a necessidade do paciente. Outrossim, salienta-se que o que possibilita a eficácia
dessa política pública de saúde são as verbas destinadas para a melhora da qualidade no
tratamento e a contratação de profissionais que o realizem, sendo considerado o maior
receptor de verbas para saúde mental atualmente.

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REFERÊNCIAS

História do SUS. Disponível em: <https://www.cevs.rs.gov.br/historia>. Acesso em: 5 jun.


2023.

LEONEL, G. Entenda como surgiu o Sistema Único de Saúde e por que existe a máxima
“ruim com o SUS, pior sem ele”. Disponível em: <https://dalmass.com/entenda-como-surgiu-
o-sistema-unico-de-saude-e-por-que-a-maxima-ruim-com-o-sus-pior-sem-ele/>. Acesso em: 5
jun. 2023.

MACHADO, R. Antes do SUS. Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/saude-


publica/antes-do-sus/>. Acesso em: 5 jun. 2023.

Maior sistema público de saúde do mundo, SUS completa 31 anos. Disponível em:
<https://www.unasus.gov.br/noticia/maior-sistema-publico-de-saude-do-mundo-sus-
completa-31-anos>. Acesso em: 5 jun. 2023.

OLIVEIRA, L. A Saúde antes do SUS. Disponível em:


<https://radis.ensp.fiocruz.br/reportagem/a-saude-antes-do-sus/>. Acesso em: 5 jun. 2023.

Saúde no Brasil: história, políticas públicas, debates e criação do SUS. Disponível em:
<https://fundacaofhc.org.br/linhasdotempo/saude/?psafe_param=1&gclid=Cj0KCQjwj_ajBh
CqARIsAA37s0wT2dveEgL3C2YjpKwbVzGHYoVROgxOhDdlifn3IdkxvXXzMmmUSaM
aAsOPEALw_wcB>. Acesso em: 5 jun. 2023.

Após 20 anos, reforma psiquiátrica ainda divide opiniões. Disponível em:


<https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2021/04/06/após-20-anos-reforma-
psiquiatrica-ainda-divide-opinioes>. Acesso em: 5 jun. 2023.

Centro de Atenção Psicossocial - CAPS. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-


informacao/acoes-e-programas/caps>.

Aracaju dispõe de seis unidades de atendimento psicossocial à população. Disponível


em:<https://www.aracaju.se.gov.br/noticias/72992/aracaju_dispoe_de_seis
_unidades_de_atendimento_psicossocial_a_populacao.html>.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): Uma Instituição de Referência no Atendimento


à Saúde Mental, Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN:
2358-0909.

A importância do CAPS para atendimento à população, Seminare Psicologia, 5 de Junho


de 2019.

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