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TRABALHO EM
SAÚDE COLETIVA I
Revisão: agosto/2020
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
ÍNDICE
1. HISTÓRIA DO SUS 03
4. PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS 07
8. SAÚDE 10
9. AÇÕES E ENFERMAGEM 17
12. EPIDEMIOLOGIA 29
14. IMUNIZAÇÃO 36
16. REFERÊNCIAS 62
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
1. HISTÓRIA DO SUS
1.1. BRASIL COLÔNIA
Em 15 de novembro de 1889, com o golpe militar que derruba Dom Pedro II,
instauram-se a República do Brasil. Baseando-se nos conhecimentos do Instituto
Soroterápico Federal, criado em 1900, e na necessidade de reforma urbana e
sanitária da cidade do Rio de Janeiro, o sanitarista Oswaldo Cruz iniciou uma fase de
intensas mudanças na Saúde Pública brasileira. Por meio de medidas autoritaristas e
militares, casas foram demolidas, pessoas desalojadas, mosquitos combatidos,
doentes isolados e vacinações realizadas à força, tudo em nome da Saúde Pública.
O detalhe é que a população não foi educada sobre por que motivo tudo aquilo
vinha acontecendo. O desagrado com as medidas de Oswaldo Cruz culminou em
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
uma revolta, em 1904. Carlos Chagas, sucessor de Oswaldo Cruz, conseguiu equilibrar
melhor as ações, progredindo sem oposição popular.
Nos últimos anos da ditadura militar e até mesmo depois da queda desse regime, à
medida que a sociedade voltava a atuar no sistema político, a Saúde Pública
finalmente ganhou um olhar social pela reforma sanitarista. Na época, foram criados
o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP), o
Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e o Conselho
Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), em um movimento que,
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
no fim, gerou a criação do SUS. Ao mesmo tempo, a rede privada conseguiu se
estabelecer, criando um subsistema de atenção médico-suplementar com a
formação dos diversos tipos de convênios: cooperativas médicas, medicina de
grupo, seguro-saúde, plano de administração e autogestão.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
Uma outra questão da organização do sistema está na descentralização político-
administrativo, enfatizada na forma da municipalização dos serviços e ações de
saúde, que significa redistribuição de poder, competências e recursos em direção
aos municípios, para que ele exerça o seu papel de gestor, para organizar ações de
vigilância à saúde, com a participação dos profissionais de saúde, dos usuários, de
entidades e movimentos da sociedade civil, atuando no reconhecimento da
realidade que se pretende mudar e na definição de prioridades. Aos municípios deve
caber a promoção das ações de saúde diretamente voltadas aos cidadãos.
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O SUS é um sistema legitimado constitucionalmente, mas que ainda está em fase de
estruturação e implementação; ele ainda não funciona como deveria por diversos
fatores: falta de conhecimento sobre seus objetivos e suas possibilidades, falta de
organização, fiscalização e controle dos recursos, falta de comprometimento dos
profissionais da área de saúde com esta nova proposta e falta de participação da
população nos Conselhos Locais de Saúde.
Por muito tempo o Brasil traçou suas políticas de saúde de acordo com interesses
políticos e econômicos. Após o Movimento Sanitário da década de 80 houve muitos
avanços e vitórias; o SUS foi legitimado e representa importante recurso que a
população tem para garantir seus interesses e melhorar as condições de vida.
4. PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS
São princípios organizativos do SUS:
4.1. UNIÃO
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(estados, municípios, ONGs, fundações, empresas, etc.). Também tem a função de
planejar, elaborar normas, avaliar e utilizar instrumentos para o controle do SUS.
4.3. MUNICÍPIOS
São responsáveis pela execução das ações e serviços de saúde no âmbito do seu
território. O gestor municipal deve aplicar recursos próprios e os repassados pela
União e pelo estado. O município formula suas próprias políticas de saúde e também
é um dos parceiros para a aplicação de políticas nacionais e estaduais de saúde. Ele
coordena e planeja o SUS em nível municipal, respeitando a normatização federal.
Pode estabelecer parcerias com outros municípios para garantir o atendimento
pleno de sua população, para procedimentos de complexidade que estejam acima
daqueles que pode oferecer.
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• Atenção à saúde: é tudo que envolve o cuidado com a saúde do cidadão,
incluindo atenção básica e especializada, ações e serviços de promoção,
prevenção, tratamento e reabilitação.
• Educação em saúde: processo para aumentar a capacidade das pessoas no
cuidado da saúde e no debate com os profissionais e gestores, a fim de alcançar
uma atenção à saúde de acordo com suas necessidades.
• Gestão do trabalho: é a organização das relações de trabalho baseada na
participação do trabalhador de saúde como sujeito e agente transformador do
seu ambiente.
• Gestão participativa: atuação efetiva de cidadãos, conselheiros, gestores,
profissionais e entidades civis na formulação de políticas, na avaliação e na
fiscalização de ações de saúde.
• Promoção da saúde: conjuntos de ações sanitárias integradas, inclusive com
outros setores do governo e da sociedade, que busca o desenvolvimento de
padrões saudáveis de: qualidade de vida, condições de trabalho, moradia,
alimentação, educação, atividade física, lazer entre outros.
• Regulação: é o poder exercido pelo Estado para fiscalizar e estabelecer padrões,
normas e resoluções para serviços, produtos, estabelecimentos e atividades
públicas ou privadas em prol do interesse coletivo.
• Saúde suplementar: é o sistema privado de assistência à saúde das operadoras
de planos de saúde e prestadores de serviços aos beneficiários, sob a regulação
da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
• Vigilância em Saúde: Conjunto de atividades que proporcionam conhecimento,
detecção, análise e monitoramento de doenças decorrentes, inclusive, de fatores
ambientais, com a finalidade de controlar e prevenir problemas na saúde
humana.
• Vigilância Sanitária: Ações de controle, pesquisa, registro e fiscalização de
medicamentos, cosméticos, produtos de higiene pessoal, perfumes, saneantes,
equipamentos, insumos, serviços e fatores de risco à saúde e ao meio ambiente.
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8. SAÚDE
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a “saúde é um estado de
completos bem-estares físicos, mentais e sociais e não a mera ausência de moléstia
ou enfermidade”. Por esta definição, é difícil medir o nível de saúde da população
porque as pessoas não permanecem constantemente em completo bem-estar.
Também, porque os níveis de bem-estar dependem de inúmeras variáveis existentes
no ambiente físico, mental e social do indivíduo.
De forma errada, tenta-se definir saúde como sendo a não-doença, pois os sistemas
de saúde, em sua maioria, baseiam-se no conceito de que se obtém saúde
erradicando-se as doenças.
Esses fatores podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida, que irão interferir
na saúde de individual e coletiva.
Deve-se pensar na saúde em uma escala graduada porque todos possuem algum
grau de saúde: em excelentes condições, razoavelmente bem, com alguma
perturbação e enfermos.
Uma das definições de saúde atualmente aceita é aquela apresentada por Perkins:
“Saúde é um estado de relativo equilíbrio de forma e função do organismo, que
resulta de seu ajustamento dinâmico satisfatório às forças que tendem a perturbá-lo.
Não é um inter-relacionamento passivo entre a matéria orgânica e as forças que
agem sobre ela, mas uma resposta ativa do organismo no sentido do reajustamento”.
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8.1.1. Período de Pré-Patogênese
Considera-se:
É o curso natural da doença, durante o qual o homem interage com o estímulo (uma
situação ambiental, um agente infeccioso) e apresenta como resposta inicial uma
mudança nos tecidos ou uma reação alterada; a seguir, ocorrem alguns sinais ou
sintomas que, após a ação do tempo ou da terapêutica, provocarão a sua
recuperação, cronicidade, invalidez ou morte.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
• Período de patogênese: efetua-se a prevenção secundária por meio de
diagnóstico e tratamento precoce e limitação da invalidez; a prevenção terciária
realiza-se através da reabilitação.
Convalescença
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PERÍODO DE PRÉ-PATOGÊNESE PERÍODO DE PATOGÊNESE
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A identificação do caso nos primeiros estágios da doença, quando o tratamento se
torna mais eficaz, é o princípio básico dos programas de controle dos distúrbios
nutritivos, mentais, alérgicos e de outras doenças.
8.2.2.3. Reabilitação
A reabilitação tem componentes físicos, mentais e sociais porque tem como objetivo
principal recolocar a pessoa afetada em uma posição útil na sociedade, com a
utilização máxima da sua capacidade restante.
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Os componentes do ciclo dinâmico da saúde são alimentação, habitação,
saneamento, educação e emprego;
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Para quebrar esse círculo vicioso da doença é necessário um levantamento criterioso
de dados para nortear a definição de propriedades e a utilização dos recursos
escassos decorrentes do próprio subdesenvolvimento. Alguns autores acreditam que
o investimento em saúde se inicia pela alimentação correta, moradia e saneamento
adequado; outros acreditam no investimento em educação.
Dessa forma, os direitos humanos são objeto constante de lutas em que se ganha ou
se perde em cada geração.
Partindo do princípio segundo o qual só tem saúde quem está bem adaptado ao seu
ambiente geral, o Estado deve promover boas condições de trabalho, boas
condições de estudo, transporte, alimentação, moradia, etc. Mas é necessária
também, a responsabilidade individual pela própria saúde.
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• Saneamento básico: água tratada nas residências, recolhimento e tratamento do
esgoto antes de jogá-lo no meio ambiente;
• A maioria dos municípios não tem tratamento de esgoto e a metade não tem
rede de abastecimento de água tratada;
Esses dados variam de um local para outro, pois o Brasil é um país de grandes
dimensões territoriais, com contrastes não só geográficos como sociais, econômicos,
culturais e, consequentemente, de saúde. Pela análise dos dados estatísticos, a
região Sul é considerada a área de melhor nível de vida e de saúde no Brasil.
9. AÇÕES DE ENFERMAGEM
A enfermagem desempenha papel importante na saúde e na doença, porque atua
nos diferentes níveis de prevenção. Suas ações preventivas não devem ser estáticas
ou isoladas, mas formar um elo contínuo na história natural de qualquer distúrbio. Por
exemplo: para um adolescente com um membro amputado, a enfermagem pode,
durante o processo de reabilitação (prevenção terciária), orientá-lo em relação às
doenças sexualmente transmissíveis (prevenção primária).
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• Motivar e conduzir a comunidade para a utilização das medidas de promoção
de saúde e proteção específica;
• Divulgar os serviços de saúde e os programas desenvolvidos;
• Individualmente ou em grupos, educar para a saúde quanto aos aspectos da
saúde e doença, higiene pessoal, aleitamento materno, planejamento familiar,
nutrição, crescimento, doenças sexualmente transmissíveis, saúde mental e bucal,
saneamento;
• Participar na execução de exames de saúde periódicos;
• Participar nas imunizações de rotina, seletivas (baseadas nos riscos de exposição)
e nas campanhas;
• Participar no rastreamento dos casos de notificação compulsória e aplicar as
medidas preventivas específicas;
• Colaborar no desenvolvimento de programas para detectar precocemente os
distúrbios e doenças;
• Prestar assistência de enfermagem de acordo com as condutas terapêuticas
imediatas e de limitação de incapacidade, no recurso de saúde (hospital, pronto-
socorro, centros de saúde) ou no domicílio, através das visitas domiciliares;
• Orientar e supervisionar os cuidados ao doente ou deficiente, prestados pela
família ou realizados pelo próprio indivíduo;
• Participar no processo de reabilitação do indivíduo com algum tipo de
incapacidade.
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10. PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PROJETO PAIDEIA - CAMPINAS)
10.1. POR QUE SAÚDE PAIDEIA?
A Atenção básica é um direito universal: todo brasileiro deveria ter livre acesso às
Equipes Locais de Saúde; a equidade seria assegurada pelo encaminhamento
discriminado aos outros níveis de assistência: o princípio da hierarquização. Em
Campinas trabalhamos com a meta de instalar uma rede de Equipes Locais de
Referência suficiente para garantir atenção básica aos 70% da população
considerados dependentes do SUS. Cadastrar e matricular a todos. Ao mesmo
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tempo, contudo, estabelecer diferenças de atenção conforme o risco biológico,
subjetivo e social de cada pessoa ou de cada família.
Além disto, cometeu-se um sério equívoco durante os últimos anos: quase metade
dos recursos investidos na atenção primária destinaram-se a Prontos Atendimentos,
que nem fazem clínica ampliada, nem prevenção, nem cumprem plenamente com
a função de atender urgências e emergências. A mudança do modelo de atenção
implica, portanto, em inversão desta tendência. Transformar, gradualmente, os
Pronto Atendimentos existentes em Pronto Socorros e ampliar a capacidade das
Equipes Locais de atender intercorrências clínicas, de resolver problemas individuais
e coletivos de saúde, e de intervir sobre os mecanismos de produção de doenças.
Para isto se faz urgente à implementação das seguintes diretrizes:
A) Clínica ampliada e ampliação das ações de saúde coletiva no nível local: Para
aumentar a capacidade de a rede básica resolver problemas de saúde
(individuais ou coletivos) há que se proceder a uma reformulação do processo de
trabalho nestas unidades em dois sentidos:
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
Clínica ampliada: Considera-se que todo profissional de saúde que atende ou cuida
de pessoas realiza clínica, havendo, portanto, várias modalidades de clínica: a do
enfermeiro, do psicólogo, do médico, etc.
Esta ampliação nunca poderá ser levada a cabo por um profissional isolado; é um
desafio concreto para a equipe interdisciplinar e será uma tarefa da Equipe Local de
Referência (Equipe de Saúde da Família) e das Equipes de Apoio.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
Ampliação das ações da saúde coletiva no nível local: Sem dúvida, a própria
ampliação da clínica é um recurso poderoso para tornar realidade essa diretriz.
A função destes núcleos será dupla: tanto apoio às Equipes de Referência, quanto
desenvolver ações diretas sobre grupos, instituições, ambiente, etc. Faz-se necessário
uma definição mais precisa de suas atribuições, tanto levando em conta problemas
específicos da região, quanto o projeto de descentralização da Vigilância à Saúde
em curso.
Este trabalho deverá ser realizado por Agentes de Saúde com apoio das equipes dos
CSs e dos Distritos. Em regiões em que estiverem se instalando novos serviços ou de
pequena cobertura assistencial, o cadastramento será realizado da forma clássica,
de domicílio em domicílio. Em Centros de Saúde que já contem com clientela regular,
o cadastramento poderá obedecer a critérios estabelecidos pela equipe local e
basear-se nos prontuários familiares existentes. Os Centros de Saúde serão
reorganizados em Equipes Locais de Referência (Equipes de Saúde da Família),
responsáveis pelo atendimento básico integral às famílias, e Equipes de Apoio
(Equipe Matricial), encarregadas de cooperar com as primeiras em áreas específicas,
como saúde mental, saúde coletiva, reabilitação, etc.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
As Equipes Locais de Referência (Equipes de Saúde da Família) serão compostas por
médico de família, enfermeiro, auxiliares de enfermagem, agentes de saúde, dentista
e ACDS ou ATDS. Respeitando as características de Campinas (epidemiológicas e da
própria rede) estimula-se que médicos pediatras, gineco-obstetras e clínicos (em
meio período) integrem a Equipe Local de Saúde da Família.
Este projeto introduz dois novos profissionais na rede básica: o médico de família e o
agente comunitário de saúde. Espera-se que sirvam como anteparo a tendência
progressiva à especialização que se verifica nos serviços de saúde de todo o mundo.
Reforçar a Equipe Local com profissionais contratados e treinados para
responsabilizar-se integralmente pela atenção à saúde de pessoas e de famílias. A
própria SMS/Campinas organizará cursos de capacitação para estes profissionais,
visto que não são formados com este perfil pelo sistema tradicional de educação.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
Trabalhar-se-á com dois modelos básicos de Equipe Local de Referência:
Além desta concepção ampliada e que deve orientar a gestão de todo o SUS, o
tomaremos também em sentido restrito: no de garantir Acesso, qualificando a
recepção nos Centros de Saúde. Assim:
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terminar com a prática de abrir agendamento em alguns dias do mês sem
avaliação prévia dos casos.
• Funcionamento: O local para funcionamento de um Acolhimento de casos
imprevistos deverá respeitar a privacidade (balcão não serve). O profissional deve
valer-se de protocolos para avaliação do risco à criança, mulher e adulto em
geral. O pessoal designado para o Acolhimento deverá passar por capacitação
e contar com apoio do tipo educação continuada. Poderão trabalhar no
Acolhimento, auxiliares de enfermagem, enfermeiros, médicos, assistentes sociais,
etc., contando sempre com pelo menos um médico na retaguarda de maneira
a solicitar-se a imediata avaliação conjunta do caso.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
possibilitando discussão de casos e de elementos teóricos e assegurando a
circulação de informação e de outras experiências entre os profissionais.
Parte do curso será comum para toda a Equipe de referência e outra específica
conforme o núcleo profissional. O conteúdo básico do Curso será: Política de Saúde
e o SUS; Clínica Ampliada e Promoção à Saúde; Gestão participativa e o trabalho
em equipe; O trabalho com famílias; Temas saúde/doença prevalentes:
dependência química, violência, hipertensão, diabetes, etc.
CONTATO: pessoa ou animal que teve contato com pessoa ou animal infectado, ou
com ambiente contaminado, criando a oportunidade de adquirir o agente
etiológico.
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produto, tóxico a partir de uma pessoa ou animal infectado, ou ainda, de um
reservatório para um hospedeiro suscetível, seja direta ou indiretamente
intermediada por vetor ou ambiente.
FÔMITES: objetivos de uso pessoal do caso clínico ou portador, que podem estar
contaminados e transmitir agentes infecciosos e cujo controle é feito por meio da
desinfecção.
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MORBIDADE: é como se apresenta o comportamento de uma doença ou de um
agravo à saúde em uma população exposta. Sendo calculada pelos coeficientes de
incidência e prevalência.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
TRANSMISSÃO: transferência de um agente etiológico animado de uma fonte
primária de infecção para um novo hospedeiro. A transmissão pode ocorrer de forma
direta ou indireta.
12. EPIDEMIOLOGIA
12.1. CONCEITO E IMPORTÂNCIA
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12.2. OBJETIVOS
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• Portador: Também conhecido como portador são, é a pessoa ou animal que
abriga o agente infeccioso, sem apresentar sinais e sintomas da doença,
constituindo fonte potencial de infecção.
• Fonte de infecção: É o homem, animal, água, solo e alimentos, dos quais o agente
infeccioso passa imediatamente a um hospedeiro.
• Comunicante ou contato: São as pessoas ou animais que tiveram contatos com
portadores e/ou reservatórios de alguma doença e poderão contraí-la, por
estarem provavelmente infectados.
• Período de incubação: É o intervalo de tempo que decorre entre a exposição e o
aparecimento de sinais e sintomas da doença. Neste período, o infectado
constituiu, também, fonte potencial de infecção.
• Período de transmissibilidade: É o intervalo de tempo no qual o agente infeccioso
pode transferir-se para o hospedeiro suscetível, de forma direta ou indireta.
• Período prodrômico: É a fase em que os sinais e sintomas apresentados não são
característicos da doença em questão. Ex.: febre, cefaleia, dores generalizadas
pelo corpo caracterizam várias doenças, dificultando o diagnóstico.
• Período de estado: Ao contrário do período prodrômico, nesta fase os sinais e
sintomas apresentados são característicos da doença em questão. Ex.: vesícula
bulbosas da varicela, tosse paroxística da coqueluche.
• Período de convalescença: Nesta fase, acontece desaparecimento dos sinais e
sintomas e inicia-se o processo de recuperação.
• Cadeia epidemiológica: É o fluxo organizado do estudo epidemiológico das
doenças transmissíveis.
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12.4. MEDIDAS E INDICADORES DE SAÚDE
Globais..................
Atividades sanitárias
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13.1. DISTRIBUIÇÃO CRONOLÓGICA
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doenças sofridas anteriormente, medicamentos consumidos e hábitos nocivos (fumo,
drogas e álcool).
Segundo o Ministério da Saúde, para que isto ocorra, é necessário que a V.E seja um
componente imprescindível dos programas de controle de doenças e suas
atividades executadas em todos os níveis de prestação de serviços (unidades
básicas, hospitais, clínicas particulares e população em geral).
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
Nível de prevenção terciária:
• Coletar informações;
• Processar, analisar e interpretar as informações obtidas;
• Fazer recomendações de ações com vistas ao controle dos agravos.
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13.8. NÍVEIS DE ATUAÇÃO
F Assessoria técnica
Consolidação da
ao nível regional;
U informação; Consolidação da informação;
N
Supervisão;
Ç Colaboração da Realização de investigação
informação epidemiológica;
Õ parcialmente;
Consolidação,
E processamento e
Execução das ações imediatas
S confirmação dos
Supervisão de nível de controle;
dados
local e ordenação;
definitivamente;
Informação ao
Retroalimentação;
nível central;
Elaboração de
informes;
14. IMUNIZAÇÃO
14.1. REVISÃO DE IMUNIZAÇÃO
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
Para se implantarem no organismo humano e desenvolverem uma infecção, os
microrganismos patogênicos necessitam ultrapassar os mecanismos de defesa do ser
humano.
Essa proteção contra a reinfecção pelo mesmo agente infeccioso pode ser
permanente ou provisória e se adquire esse estado por meio de:
14.2.1. Definição
14.2.2. Constituição
• Agente imunizante: as bactérias, vírus ou toxinas sofrem ação dos agentes físico-
químicos e transformam-se em produtos inócuos, mas mantêm a capacidade de
estimular a produção de anticorpos. Pode ser anatoxina ou toxoide, organismo
vivo atenuado, morto ou inativado;
• Fluido: utiliza-se normalmente água destilada ou soro fisiológico;
• Preservativos e antibióticos: empregam-se pequenas quantidades desses
produtos para dificultar o crescimento de contaminantes;
• Estabilizadores: utilizam-se compostos de alumínio nas vacinas com organismos
inativados ou toxoides, com o objetivo de aumentar a resposta imunitária.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
• Simples: contêm um único tipo de microrganismo ou de seu produto. Exemplo:
BCG;
• Mistas ou associadas: contêm mais de um tipo de microrganismo ou de seus
produtos. Exemplo: tríplice bacteriana (imunizada contra o tétano, difteria e
coqueluche).
A vacina, para ser considerada de boa qualidade, deve atender aos seguintes
preceitos:
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
PODEM SER
VACINA TEMPERATURA
CONGELADAS
Sabin - 20 ºC a + 8 ºC sim
Antissarampo - 20 ºC a + 8 ºC sim
Antiamarílica - 20 ºC a + 8 ºC sim
Antimeningocócica C - 20 ºC a + 8 ºC sim
BCG + 4 ºC a + 8 ºC Sim*
DPT + 4 ºC a + 8 ºC não
Dupla + 4 ºC a + 8 ºC não
TT + 4 ºC a + 8 ºC não
Antirrábica + 4 ºC a + 8 ºC não
Antitífica + 4 ºC a + 8 ºC não
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• Nível regional: armazena os imunobiológicos utilizados pelos serviços de saúde
constantes da sua área de abrangência. Devem dispor de geladeiras e freezers
para a conservação do produto à + 4ºC e – 20ºC. Em caixas térmicas, eles são
distribuídos às unidades de saúde pertencentes à regional;
• Nível local: armazena os imunobiológicos em geladeiras sob uma temperatura
entre + 4ºC e + 8ºC.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
• As vacinas devem ser colocadas nas prateleiras superiores;
• Garrafas com água e corante na prateleira inferior;
• Em caso de um defeito no equipamento ou falta de energia elétrica,
conservando-se a porta do refrigerador fechada, os imunobiológicos não sofrerão
rápida elevação de temperatura, por que:
− O evaporador (congelador) com sua carga de gelo contribuem para a elevação
lenta da temperatura, oferecendo proteção aos imunobiológicos, por um tempo
maior;
− As garrafas com água, colocadas na prateleira inferior, contribuem para lenta
elevação da temperatura interna, devido ao volume ocupado pelas garrafas
com água, que impedem a saída do ar frio e, sendo este mais denso, tende a
acumular-se na parte inferior do refrigerador.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
• Não colocar qualquer elemento na geladeira que dificulte a circulação do ar.
• Temp. 2ª a 8º C
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
15.4. PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO (PNI)
Cada lote vacinal só será liberado para uso após aprovação nos testes de controle
realizados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, do Ministério
da Saúde.
• Desnutrição;
• Emprego de antimicrobiano;
• Vacinação contra a raiva;
• Doença neurológica estável e/ou antecedente familiar de convulsão;
• Tratamento com corticosteroides em doses baixas ou moderadas por curto
período;
• Alergia não relacionada com os componentes das vacinas;
• Baixo peso ao nascer, até 2.000 gramas;
• Internação hospitalar;
• Infecção pelo HIV;
• AIDS, com exceção do BCG.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
Efeitos indesejáveis: a incidência de reações adversas à vacina varia de acordo com
as características do produto, a forma de administração e a pessoa a ser vacinada.
Consideram-se reações benignas ou esperadas a reação febril e a sensação de leve
desconforto; a complicação vacinal provoca distúrbios mais graves, com
comprometimento temporário ou permanente da função local, neurológica ou
sistêmica, podendo provocar sequelas e óbitos.
Nas gestantes já vacinadas com uma dose, deve-se aplicar 2 doses de dT ou TT;
Nas gestantes vacinadas com 2 doses, deve-se aplicar uma dose de dT ou TT;
Nas gestantes vacinadas com 3 doses ou mais, administrar uma dose de reforço se a
última aplicação ocorreu há 5 anos ou mais;
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
Nos ferimentos, aplica-se a vacina se a vítima tomou 2 doses ou menos, ou se a última
dose foi há mais de 5 anos;
Considera-se:
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO
A PARTIR DO BCG 1
NASCIMENTO HEPATITE B2
PENTAVALENTE (DTP+Hib+HB)
ROTAVÍRUS4
PNEUMOCÓCICA 10 VALENTE
3 MESES MENINGOCÓCICA C
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
4 MESES VACINA VIP3
PENTAVALENTE (DTP+Hib+HB)
ROTAVÍRUS5
PNEUMOCÓCICA 10 VALENTE
5 MESES MENINGOCÓCICA C
PENTAVALENTE (DTP+Hib+HB)
PNEUMOCÓCIA 10 VALENTE
MENINGOCÓCICA C
VOP6
DTP7
HEPATITE A11
4 ANOS VOP7
DTP
FEBRE AMARELA12
ANUALMENTE INFLUENZA10
4. A 1ª dose da vacina rotavírus deve ser aplicada aos 2 meses de idade. A idade
mínima para administração desta dose é de 1 mês e 15 dias e a idade máxima é
de três meses e 15 dias.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
5. A 2ª dose da vacina rotavírus deve ser aplicada aos 4 meses de idade. A idade
mínima para administração desta dose é de 3 meses e 15 dias e a idade máxima
é de 7 meses e 29 dias.
12. A vacina febre amarela deve ser aplicada como reforço para aquelas crianças
que receberam a primeira dose de vacina antes de 5 anos de idade. Deve-se
respeitar o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO
INTERVALO
ENTRE AS VACINAS DOSE
DOSES
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
HPV4 PRIMEIRA DOSE
3. Caso o adolescente tenha recebido três ou mais doses das vacinas DTP, DT e dT,
aplicar uma dose de reforço, se decorridos 10 anos da última dose.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
7. O intervalo mínimo entre a primeira e a segunda dose da vacina papilomavírus
humano é de 6 meses.
8. O intervalo para a terceira dose da vacina hepatite B pode ser de dois meses
após a segunda, desde que o intervalo de tempo decorrido da primeira dose seja,
no mínimo, de quatro meses.
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
3. Para pessoas de 20 a 29 anos de idade e profissionais de saúde recomenda-se
duas doses da vacina SCR, com intervalo de 4 semanas.
4. Demais adultos nascidos a partir de 1960, devem ter pelo menos uma dose.
5. A vacina também está disponível para mulheres no puerpério; caso não tenha
sido administrada no puerpério, administrá-la na primeira visita ao serviço de
saúde.
6. O intervalo mínimo entre a primeira e a segunda dose da vacina hepatite B é de
4 semanas.
7. O intervalo para a terceira dose da vacina hepatite B pode ser de 2 meses após
a segunda, desde que o intervalo de tempo decorrido da primeira dose seja, no
mínimo, de 4 meses.
8. Na profilaxia do tétano, após alguns tipos de ferimentos, deve-se reduzir este
intervalo para 5 anos. Em caso de gravidez observar calendário específico para
gestante.
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO
INTERVALO ENTRE AS
VACINAS DOSE
DOSES
ANUALMENTE INFLUENZA ⁶ -
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
3. Avaliar o risco-benefício da vacinação levando em conta o risco da doença e
de eventos adversos nesta faixa etária ou decorrente de comorbidades.
4. O intervalo mínimo entre a primeira e a segunda dose da vacina hepatite B é de
4 semanas.
5. O intervalo para a terceira dose da vacina hepatite B pode ser de dois meses
após a segunda, desde que o intervalo de tempo decorrido da primeira dose seja,
no mínimo, de quatro meses.
6. Disponível na rede pública durante períodos de campanha.
7. Na profilaxia do tétano, após alguns tipos de ferimentos, deve-se reduzir este
intervalo para 5 anos.
ESQUEMA DE VACINAÇÃO
INTERVALO ENTRE AS
VACINAS DOSE
DOSES
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
VIA E LOCAL DE
VACINA APRESENTAÇÃO DOSAGEM
APRESENTAÇÃO
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
*** Influenza Frasco-ampola 0,5 ml IM (região deltoide ou dorso
(vacina contra com dose glúteo)
gripe) única ou
múltiplas doses
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
Para os clientes faltosos: as fichas serão arquivadas pelas datas de retorno não
cumprido.
É uma estratégia que tem por objetivo ampliar a extensão da cobertura vacinal,
complementar o serviço de rotina ou controlar uma doença de maneira intensiva.
Para que isso ocorra, preconiza-se vacinar milhões de crianças menores de 5 anos no
mesmo dia em duas etapas, com intervalo de 60 dias entre cada dose; essa
estratégia rompe a cadeia de transmissão da doença pelo seguinte mecanismo:
Após a Campólio de 1980, o Brasil registrou 122 casos de poliomielite, o que comprova
a sua eficácia; mas, se os recursos utilizados em um único dia fossem incorporados à
rotina de trabalho, acredita-se que o resultado seria semelhante.
Até 1985, o objetivo da Campólio era controlar a doença em níveis aceitáveis; a partir
de 1986, a proposta é erradicar a doença do Brasil através das vacinações de rotina,
busca ativa dos casos e campanhas de vacinação.
55
Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
Indica-se vacinar crianças a partir de 9 meses, por ser a faixa etária de maior
incidência do sarampo. Dependendo da situação epidemiológica, pode-se alterar
a faixa etária, mas devendo-se lembrar que:
É aplicada 0,5ml por via subcutânea, normalmente aos 15 meses, como substituição
ao reforço da vacina contra o sarampo, indica-se a vacina antirrubéola, em dose
única, para as mulheres não grávidas e em idade fértil, com o objetivo de prevenir a
rubéola congênita.
15.6.4. Raiva
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
• Vacinação: nos casos em que o animal está desaparecido ou morto, sem
possibilidade de diagnóstico laboratorial; consiste na administração diária de 1ml
de vacina subcutânea ou intramuscular, até completar 7 doses e 2 doses de
reforço (10º, e 20º dia após a 7º dose);
• Soro vacinação: nos casos em que o animal está com diagnóstico clínico e/ou
laboratorial positivo. Consistem na aplicação IM de soro antirrábico, em dose
única e em quantidade variável, de acordo com o peso, e 10 doses de vacina
(uma por dia) e 3 doses de reforço (10ª 20ª e 30ª dia após a décima dose).
15.6.7. Meningite
Administra-se 0,5ml da vacina B e C por via IM, em duas doses com intervalo de 2
meses, para crianças a partir de três meses de idade até a idade adulta, mas o efeito
melhor é até dois anos de idade; a vacina C é indicada a partir de dois anos de
idade e em dose única.
A equipe de vacinação deve estar ciente de que esta prática envolve diversos
aspectos científicos e técnico-operacionais relativos aos agentes imunizantes e à
pessoa a ser vacinada.
• Selecionar uma sala que seja arejada, protegida da intensidade da luz solar direta
e de fácil acesso;
57
Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
• Dispor de freezer e a geladeira em local arejado, sem a incidência direta dos raios
solares, longe de qualquer fonte de calor e uma distância de 10 a 20 cm da
parede, armários e teto;
• Colocar a geladeira e freezer sobre um estrado ou apoio para evitar a oxidação
devida ao contato direto com o chão úmido;
• Fechar corretamente as portas, principalmente nas situações de corte de energia
elétrica;
• Manter a tomada como fonte exclusiva de energia elétrica do equipamento, pois
a sobrecarga elétrica pode danificar ou desligar os equipamentos;
• Providenciar um estabilizador automático de voltagem para os casos contínuos
de flutuação da energia elétrica;
• Providenciar as limpezas periódicas dos equipamentos, evitando-se o acúmulo de
sujeira e de gelo (camada de gelo de mais ou menos 2 cm);
• Após o descongelamento, limpar o equipamento com pano limpo, água e sabão;
• Após a limpeza, fechar a porta, ligar o equipamento e aguardar mais ou menos
três horas (até atingir a temperatura ideal) para recolocar os imunobiológicos,
diluentes e gelo;
• Manter os equipamentos para guardar exclusivamente as vacinas;
• Evitar abrir frequentemente o equipamento, a fim de manter uma temperatura
constante;
• Checar periodicamente o funcionamento e conservação das peças, tais como o
termômetro, borracha vedadora da porta, sistema automático de alarme, ruídos
estranhos, etc.
B. Armazenamento:
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
− Colocar os lotes mais antigos, com data de vencimento próximo, na frente das
prateleiras, para que o seu uso ocorra, na medida do possível, dentro do prazo de
validade;
• Comunicar à autoridade competente qualquer alteração da temperatura
recomendada, passando os seguintes dados: número do lote, data de validade,
número de doses, tempo de exposição à temperatura, temperatura da última
leitura (máxima e mínima) e a de momento, após, identificar e manter as vacinas
em temperatura adequada até o recebimento de orientações.
C. Transporte:
• Verificar qual o melhor tipo de transporte para a sua realidade: avião, carro, trem,
caminhão frigorífico, barco, etc.;
• Ao montar as caixas de transporte dos imunobiológicos, avaliar: tempo de
percurso, condições climáticas da região, tipo de veículo a ser usada no
transporte, necessidade de caixa térmicas revestida de madeira, etc.;
• Selecionar o tamanho adequado da caixa térmica a ser utilizada;
• Colocar o gelo em quantidade duas vezes maior que a quantidade de vacinas
(2/3 de gelo e 1/3 de vacina); grande quantidade de gelo poderá congelar as
vacinas e inativá-las (dependendo da vacina);
• Dispor o gelo de tal forma que circunde as vacinas;
• Evitar o contato direto da vacina com o gelo, forrando-se papel a superfície entre
o gelo e a vacina (que não pode ser congelada);
• Colocar o bulbo do termômetro dentro dos pacotes de vacinas existentes na
caixa térmica, fechá-la e vedar com fita adesiva;
• Identificar a caixa: destinatário, remetente, dia e hora, temperatura, tipo de
imunobiológicos e escrever “Cuidado frágil urgente”;
• Durante o carregamento, deixar o veículo à sombra;
• Dispor as caixas no veículo em áreas longe de fonte de calor (por exemplo,
distante do motor;)
• Orientar o condutor do veículo para:
− Manter as caixas sempre à sombra, durante o percurso;
− Manipular as caixas com cuidado para evitar quebras e que possam abri-las;
− Caso ocorra qualquer problema durante o transporte, comunicar imediatamente
o destinatário ou o remetente (de acordo com a menor distância), para que os
imunobiológicos possam ser resgatados o mais rapidamente possível, evitando-se
perdas;
• Ao receber o produto, verificar e anotar as temperaturas, hora da chegada e
data.
D. Vacina:
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
• Fazer compressas quentes no local da aplicação da DPT, Dt ou dT (é discutível se
devemos fazer ou não compressas quentes ou frias);
• Não colocar qualquer medicamento no local da aplicação do BCG e nem cobrir
a úlcera com gaze;
• Possibilidade de aparecimento do “falso sarampo” (processo exantemático) e da
“falsa caxumba” (enfartamento das parótidas) após 5 a 12 dias de aplicação da
vacina contra o sarampo ou tríplice viral;
• Não necessidade de intervalo entre a aplicação da vacina e as refeições ou
mamadas, com exceção das crianças vacinadas com Sabin e que são
portadoras de refluxo gastresofágico moderado ou grave;
• Importância da caderneta de vacinação como documento de saúde da criança
(para matrícula em creche e escola, acompanhamento do estado vacinal, etc.);
• Necessidade de trazer a caderneta todas as vezes que comparecer à Unidade
de Saúde;
• Selecionar uma sala onde não haja incidência de luz solar direta sobre qualquer
vacina; a sala de aplicação da BCG não deve ter luz solar; mas iluminação
artificial;
• Utilizar somente os frascos fechados que estão dentro do prazo de validade e em
condições de uso;
• No preparo da BCG, deixar o pó no fundo do frasco, serrar a ampola, envolver
com o saco protetor e quebrar a ampola;
• Aspirar ao diluente específico em temperatura semelhante à da vacina;
• Para não destruir os vírus vacinais, deve-se injetar lentamente o diluente pela
parede do frasco e evitar a formação de espuma;
• Após abertura de o frasco mantê-lo em temperatura de + 4ºC a + 8ºC;
• Verificar na bula a quantidade de vacina (nº de gotas ou ml) que corresponde a
uma dose;
• Desprezar o conta-gotas contaminado na boca da criança ou nos utensílios;
• Revacinar a criança que vomitou até 30 minutos após a vacinação da Sabin;
• Escalar para a sala da BCG o funcionário treinado e aferido pelo órgão
competente;
• Agitar lentamente o frasco para homogeneizar a DPT, Dt, dT, BCG e antissarampo,
antes de aspirar na seringa;
• Trocar a agulha para aplicação das vacinas aspiradas de frascos vedados com
borracha;
• Evitar que o líquido escorra pela agulha a ser utilizada na aplicação;
• Nos frascos abertos ou reconstituídos anotar data e horário, respeitando-se os
seguintes prazos máximos de validade:
− BCG: utilizar até 8 horas, inutilizando após esse período;
− DPT, dT, DT: 7 dias;
− Sabin: 7 dias;
− Sarampo: inutilizar após 6 a 8 horas, de acordo com a orientação do fabricante;
− Tríplice viral: inutilizar após 8 horas:
• Anotar o número de doses inutilizadas;
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
• Encaminhar ao órgão competente ficha de investigação de complicação
vacinal nos casos de reações pós-vacinais moderadas ou graves, locais ou
sistêmicas. Em alguns estados, essas fichas são encaminhadas ao Sistema de
Investigação de Casos de Complicação Vacinal vinculado ao C.V.E.
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I
• Avaliar o desempenho e a eficácia da campanha através da avaliação dos
participantes e dos dados estatísticos.
16. REFERÊNCIAS
BRAGA, José Carlos de Souza & PAULA, Sérgio Góes de. Saúde e previdência –
estudos de política social. São Paulo, CEBES- HUCITEC, 1981.
COHN, Amélia & ELIAS, Paulo Eduardo. Saúde no Brasil: políticas e organizações de
serviços. São Paulo, Cortez Editora, 1996.
IYDA, Massako. Cem anos de saúde pública: a cidadania negada. São Paulo, Editora
da UNESP, 1994.
Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. História das Políticas de Saúde no Brasil.
Centro de Formação dos Trabalhadores de Saúde. Roteiro e direção: Renato Tapajós.
Tapiri Vídeo produções. 1992.
SILVA, Kleber Pinto. A Cidade, Uma Região, O Sistema de Saúde: para uma história
da saúde e da urbanização em Campinas - SP. Campinas: Área de Publicações
CMU/UNICAMP, 1996. (Coleção Campiniana).
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Processo de Trabalho em Saúde Coletiva I