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Programa de Saúde
na Escola – PSE
Autores
Danielle Keylla Alencar Cruz
Denise Ribeiro Bueno
Marcílio Marquesine Ferrari
Maria Waughan
Unidade 1
Saúde e educação: articulação na
história e construção de contexto
favorável à criação do programa
saúde na escola
Olá! Seja bem-vindo(a) a primeira aula do curso de forma-
ção no Programa Saúde na Escola. Antes de conhecermos
as características e funcionalidades do PSE vamos voltar
um pouco na história para apresentar a relação antiga
entre saúde e educação e de como o PSE foi resultante
deste encontro entre duas grandes políticas públicas. Em
seguida, abordaremos os documentos institucionais que
promoveram a criação e sustentação necessárias ao forta-
lecimento do Programa. São eles: as Políticas Nacionais de
Promoção da Saúde e de Atenção Básica e a Lei de Diretri-
zes e Bases da Educação.
Boa leitura.
UNIDADE 1
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É na década de 1930 que a educação e a saúde se encontram defini-
tivamente. No governo de Getúlio Vargas, foi criado o Ministério dos
Negócios da Educação e da Saúde Pública.
Fonte: http://www.fundasantos.org.br/news.php?extend.1028.14
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A chegada da família real no século XIX promoveu a organização das ações
de saúde, mas com forte viés sanitário, focado no controle de navios e
portos e delegação de ações às juntas municipais, afinal de contas, o país
estava se industrializando. Certamente, nenhum navio atracaria em um
lugar com epidemia descontrolada e sem mínimas condições sanitárias.
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Você sabia?
Fonte: https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/educacao-fisica-no-brasil-20369943
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mia o cuidado com a saúde ao sujeito – lavar as mãos, escovar os dentes,
tomar determinado número de banhos ao dia, cortar as unhas –, único
responsável por evitar as doenças, em detrimento das condições sociais
em que vivia. O Higienismo perdurou nas escolas até a década de 50.
Vamos refletir?
O breve passeio que acabamos de fazer pela história foi para contextu-
alizar e fortalecer a ideia central da aula a seguir: a educação e a saúde
são velhas conhecidas. A democratização do Brasil promoveu as modi-
ficações estruturantes das duas políticas. Então, ao falar sobre o Pro-
grama Saúde na Escola, devemos tratar como um reencontro entre a
educação e a saúde, no qual nada deverá ser como antes.
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AULA 2 - Saúde e Educação: lastros institucionais
do Programa Saúde na Escola
Na saúde, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS) pela Lei nº 8.080/90,
que apresentou os princípios e diretrizes do novo sistema universal, des-
centralizado, com participação das três esferas de governo no seu finan-
ciamento e na prestação de serviços de saúde.
Você sabia?
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educação igualitária, plural, gratuita, democrática e universal, tendo a
escola como principal lócus do seu desenvolvimento. Ainda destaca o
acesso às políticas públicas, entre elas, a saúde.
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Figura 1 - Representação da construção do entendimento
sobre equidade (da esquerda para direita).
Fonte: http://www.cawi-ivtf.org/sites/default/files/publications/
ei-lens-community-agencies-2015-en.pdf
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O território da APS possui população adscrita, que é o quantitativo de
pessoas vinculadas a uma equipe da Estratégia de Saúde da Família
(ESF). O PSE usa este dispositivo para vincular uma ou mais equipes da
ESF às escolas aderidas ao Programa. Dessa forma, a escola, apesar de
ser o principal local para desenvolver as ações do PSE, não deve ser o
único. O território também é uma dimensão de práticas de educação e
de saúde. Portanto, deve ser potencializado na implementação do PSE.
O que pode unir estas duas grandes políticas para a construção de obje-
tivos comuns? Nós acreditamos que a Promoção da Saúde pode ser este
campo de saberes, práticas e intencionalidades que possui sinergia com
a saúde e a educação. Vamos chamá-lo de campo de convergência.
Mas, é preciso construí-lo e preenchê-lo coletivamente, tornar coisas
estruturantes na educação e na saúde comuns aos que compartilham
do PSE. Assim, passam a ser interesse e objetivos do PSE, não mais a res-
trição de ações de saúde para os educandos, mas questões como evasão
e abandono escolar, intermitência de frequência e baixo aproveitamen-
to por motivos de saúde, gravidez na adolescência, violência dentro e
fora da escola, prevenção de doenças, cuidado integral, entre outros.
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2. Como um programa intersetorial, o município e o Distrito Federal que
desejarem aderir ao PSE devem colocar entre as suas propostas a for-
mação e a institucionalização dos Grupos de Trabalho Intersetorial
(GTI) do PSE, responsável por agregar, minimamente, representantes
da saúde e da educação para elaborar o planejamento conjunto para
o programa. Os GTI também estão previstos para o governo federal
(representantes dos Ministérios da Educação e da Saúde) e nos gover-
nos estaduais (Secretaria de Educação e de Saúde). Eles serão assunto
mais adiante no curso. O importante agora é demarcá-los por sua
principal função: promover a gestão compartilhada e ser um espaço
de governança do programa.
Agora que você conhece as bases que geraram o conceito do PSE, seus prin-
cípios e diretrizes, vamos conhecer as características do Programa, atores
e processos que o tornam o maior programa de educação e saúde do país.
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