Inquérito-Bolsonaro PF

07/12/2021 17:11 Email – delemaph.drcor.srdf@pf.gov.
br
Fl. 269
Re: Agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República SR/PF/DF

2021.0061542
DF/SR - Delegacia Repressão Crimes Meio Ambiente Pat. Histórico

ter 07/12/2021 17:10
Sent Items
Para:Celio Faria Junior <celio.faria@presidencia.gov.br>;
Cc:bruno.rosa@agu.gov.br <bruno.rosa@agu.gov.br>;
Prezado Sr. Celio Faria Junior

Chefe de Gabinete Pessoal do Presidente da República
Considerando o teor da mensagem enviada no dia 29 de novembro de 2021, solicitando indicação de data,
hora e local para oitiva do Sr. JAIR MESSIAS BOLSONARO, tendo em vista a proximidade do fim do prazo
estabelecido em decisão judicial, reitero os termos da solicitação para agendamento da oitiva.
Informo, por oportuno, que a douta Advocacia Geral da União, que nos lê em cópia, já obteve cópia dos autos.
Respeitosamente,
DENISSE DIAS ROSAS RIBEIRO

Delegada de Polícia Federal
De: Celio Faria Junior <celio.faria@presidencia.gov.br>
Enviado: segunda-feira, 29 de novembro de 2021 18:41
Para: DF/SR - Delegacia Repressão Crimes Meio Ambiente Pat. Histórico; GP - Chefia do Gabinete PR
Assunto: RES: Agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República

Prezada Delegada de Polícia Federal Denisse Dias Rosas,

Acuso o recebimento do e-mail abaixo e informo que, pela natureza do assunto, encaminhei o mesmo ao Senhor
Ministro da AGU e ao Subchefe de Assuntos Jurídicos da Presidência da República, em suas respectivas caixas de e-mail.

Atenciosamente,

Célio Faria Júnior

Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República
Palácio do Planalto, Praça do Três Poderes, 3º andar
Brasília/DF
(61) 3411-1057

De: DF/SR - Delegacia Repressão Crimes Meio Ambiente Pat. Histórico <delemaph.drcor.srdf@pf.gov.br>
Enviada em: segunda-feira, 29 de novembro de 2021 16:33
Para: GP - Chefia do Gabinete PR <chefiadogabinetepr@presidencia.gov.br>
Cc: Celio Faria Junior <celio.faria@presidencia.gov.br>
Assunto: Agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República
https://mail.pf.gov.br/owa/delemaph.drcor.srdf@pf.gov.br/?offline=disabled#path=/mail/AAMkADY5YjIzNTEyLTFlNzgtNGY3Ni05MGY4LWUzY2Nj… 1/2
07/12/2021 17:11 Email – delemaph.drcor.srdf@pf.gov.br
Fl. 270
SR/PF/DF
Senhor Chefe de Gabinete, 2021.0061542

De ordem da Delegada de Polícia Federal Denisse Dias Rosas Ribeiro, encaminho Ofício com solicitação de
agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República (Inquérito Policiall 2021.0061542 - Inq.
4878/STF).

Atenciosamente,

EPF Moacir Willmondes
Matricula 9.952.
https://mail.pf.gov.br/owa/delemaph.drcor.srdf@pf.gov.br/?offline=disabled#path=/mail/AAMkADY5YjIzNTEyLTFlNzgtNGY3Ni05MGY4LWUzY2Nj… 2/2
Fl. 271

2021.0061542
Celio Faria Junior <celio.faria@presidencia.gov.br>

qua 08/12/2021 13:44
Para:DF/SR - Delegacia Repressão Crimes Meio Ambiente Pat. Histórico <delemaph.drcor.srdf@pf.gov.br>;
Cc:bruno.rosa@agu.gov.br<bruno.rosa@agu.gov.br>; Pedro Cesar Nunes Ferreira Marques de Sousa

<pedro.cesar@presidencia.gov.br>; bruno.leal@agu.gov.br <bruno.leal@agu.gov.br>;
 1 anexos (2 KB)
image001.jpg;
Prezada Delegada Denise,
Cumprimentando-a cordialmente, participo que, conforme informei em meu e-mail, resposta ao e-mail inicial, abaixo no histórico, do dia
29/11/2021,
esse assunto é tratado pelo Advogado Geral da União e pelo Subchefe de Assuntos Jurídicos, aos quais encaminhei o e-mail,
imediatamente, e recebi retorno de que estão tratando o assunto. Novamente os copiei nessa mensagem e solicito a gentileza de tratar o
assunto diretamente com eles.
Caso não obtenha retorno me coloco à disposição para intermediar o contato.
Atenciosamente,

Em 7 de dez. de 2021, à(s) 17:11, DF/SR - Delegacia Repressão Crimes Meio Ambiente Pat. Histórico
<delemaph.drcor.srdf@pf.gov.br> escreveu:
Considerando o teor da mensagem enviada no dia 29 de novembro de 2021, solicitando indicação

de data, hora e local para oitiva do Sr. JAIR MESSIAS BOLSONARO, tendo em vista a proximidade
do fim do prazo estabelecido em decisão judicial, reitero os termos da solicitação para
agendamento da oitiva.
Informo, por oportuno, que a douta Advocacia Geral da União, que nos lê em cópia, já obteve
cópia dos autos.
Respeitosamente,

Fl. 272
Delegada de Polícia Federal SR/PF/DF
2021.0061542


Acuso o recebimento do e-mail abaixo e informo que, pela natureza do assunto, encaminhei o mesmo ao
Senhor Ministro da AGU e ao Subchefe de Assuntos Jurídicos da Presidência da República, em suas
respectivas caixas de e-mail.

Atenciosamente,


Brasília/DF
(61) 3411-1057


Senhor Chefe de Gabinete,
De ordem da Delegada de Polícia Federal Denisse Dias Rosas Ribeiro, encaminho Ofício com
solicitação de agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República (Inquérito Policiall
2021.0061542 - Inq. 4878/STF).
Atenciosamente,
Matricula 9.952.
Fl. 273
SR/PF/DF
2021.0061542
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MJSP - POLÍCIA FEDERAL
SUPERINTENDENCIA REGIONAL NO DISTRITO FEDERAL
Endereço: SAIS Quadra 7 - Lote 23 - Setor Policial Sul - CEP: 70610-902 - Brasília/DF
Ofício nº 5418488/2021 - SR/PF/DF

Brasília/DF, 2 de dezembro de 2021.
A Sua Excelência o Senhor

Dr. ALEXANDRE DE MORAES
Ministro Relator
Supremo Tribunal Federal
Brasília, Distrito Federal
Assunto: Solicitação de envio

Referência: 2021.0061542-SR/PF/DF (INQ 4878)
Senhor Ministro Relator,
Solicito a Vossa Excelência o envio dos autos físicos do inquérito policial nº

2021.0061542-SR/PF/DF, relacionado ao INQ 4878-STF, esclareço que existem diversos
documentos de diligências já finalizadas pendentes de juntada aos mencionados autos.

Respeitosamente,

Documento eletrônico assinado em 02/12/2021, às 16h16, por DENISSE DIAS ROSAS RIBEIRO, Delegado de Policia Federal,
na forma do artigo 1º , inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A autenticidade deste documento pode ser conferida
no site https://servicos.dpf.gov.br/assinatura/app/assinatura, informando o seguinte código verificador:
4d3fbf8189afbae81fb1f68f13b2bed969f6937d
16/12/2021 14:16 Email – Denisse.dd@pf.gov.br
Fl. 274
Registrado: OFÍCIO ELETRÔNICO 18388_2021 INQ 4878 Delegada de SR/PF/DF

2021.0061542
Polícia Federal da Superintendência da Polícia Federal no Distrito

Federal URGENTE SIGILOSO
comunicacaosej <comunicacaosej@stf.jus.br>
qui 16/12/2021 13:00
Para:Denisse Dias Rosas Ribeiro <Denisse.dd@pf.gov.br>;
 1 anexos (1019 KB)

OFÍCIO ELETRÔNICO 18388_2021 INQ 4878 Delegada de Polícia Federal da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal
URGENTE SIGILOSO.pdf;
R
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https://mail.pf.gov.br/owa/#path=/mail/inbox 1/1
Fl. 275
SR/PF/DF
2021.0061542

URGENTE
SIGILOSO
Ofício eletrônico nº 18388/2021

Brasília, 15 de dezembro de 2021.
A Sua Excelência a Senhora

Delegada de Polícia Federal da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal
Inquérito nº 4878
AUTOR(A/S)(ES) : SOB SIGILO

ADV.(A/S) : SOB SIGILO
INVEST.(A/S) : SOB SIGILO
(Gerência de Processos Originários Criminais)
Senhora Delegada,
Comunico a Vossa Excelência os termos da decisão proferida nos autos em

epígrafe, cuja cópia segue anexa.
Atenciosamente,
Ministro Alexandre de Moraes

Relator
Documento assinado digitalmente
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0F53-EF2C-4DBC-9462 e senha 805D-1E17-32D3-9D92
,, .
Fl. 276
SR/PF/DF
2021.0061542
INQUÉRITO 4.878 DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES
l
ra
AUTOR(A/S)(ES) :SOB SIGILO
ADV.(A/S) :SOB SIGILO
de
INVEST.(A/S) :SOB SIGILO
Fe
ia
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Po
de
DECISÃO
to
Trata-se de manifestação do Presidente da República JAIR
en
BOLSONARO (petição 117.832/2021), por meio da qual requer a
m
concessão de prazo adicional de 60 (sessenta) dias para a realização de

ta
sua oitiva nos autos deste inquérito.

É o relatório. Decido.
ar
Em decisão de 29/11/2021, verificando a pertinência e a possibilidade

ep
da inquirição do Presidente da República para o completo esclarecimento

D
dos fatos investigados, revelando-se em verdadeiro instrumento de

ao
preservação do direito à ampla defesa e ao contraditório (art. 5º, LV, da

Constituição Federal), deferi o requerimento da autoridade policial e
a
determinei à Polícia Federal que procedesse, mediante comparecimento

ad
pessoal e prévio ajuste de local, dia e hora, à oitiva do Presidente da

in
República JAIR BOLSONARO, no prazo de 15 (quinze) dias.

st
Efetivamente, com o início do prazo em 30/11/2021, o termo final

de
para a diligência ocorreria em 14/12/2021.

Verifico, porém, a plausibilidade dos argumentos expostos pelo
ia
Presidente da República nesta manifestação, no sentido de que "a agenda

óp
Presidencial, mormente neste período de final de ano, lhe impõe série de

C
compromissos - alguns deles em agendas externas - que dificultam

sobremaneira a sinalização de dia e hora no exíguo lapso ofertado pela Senhora
Delegada de Polícia Federal".
Diante do exposto, DETERMINO a prorrogação do prazo para a
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0AA1-912B-1286-6664 e senha E562-EB7D-D727-8CA0
, .. Fl. 277
SR/PF/DF
2021.0061542
INQ 4878 / DF
realização da oitiva do Presidente da República em 45 (quarenta e cinco)

dias, com termo final em 28/1/2021, resultando no total de 60 (sessenta)
dias para o cumprimento da diligência.
l
ra
Comunique-se à autoridade policial.
de
Ciência à Procuradoria-Geral da República.
Fe
Intime-se a Advocacia-Geral da União.
Cumpra-se.
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Brasília, 13 de dezembro de 2021.
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Ministro ALEXANDRE DE MORAES
Relator
de
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C
Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0AA1-912B-1286-6664 e senha E562-EB7D-D727-8CA0
Fl. 278

2021.0061542

qui 16/12/2021 14:15
Sent Items
Para:Bruno Luiz Dantas de Araujo Rosa <bruno.rosa@agu.gov.br>;

Decisão - oitiva do Presidente da República - INQ 4878.pdf;
Prezado Dr. Bruno Luiz Dantas,
Conforme contato anterior, encaminho a decisão sobre o pedido de prazo adicional exarada pelo Exmo. Sr.
Ministro Alexandre de Moraes.
Permaneço à disposição para esclarecimentos ou ajustes quanto a data, hora e local.
Respeitosamente,

De: DF/SR - Delegacia Repressão Crimes Meio Ambiente Pat. Histórico
Enviado: quarta-feira, 15 de dezembro de 2021 12:57:26
Para: Bruno Luiz Dantas de Araujo Rosa
Assunto: Re: Agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República

Prezado Sr. Bruno Luiz Dantas,
Acuso recebimento do correio eletrônico.

De: Bruno Luiz Dantas de Araujo Rosa <bruno.rosa@agu.gov.br>
Enviado: segunda-feira, 13 de dezembro de 2021 14:56:47

Para: Celio Faria Junior; DF/SR - Delegacia Repressão Crimes Meio Ambiente Pat. Histórico
Cc: Pedro Cesar Nunes Ferreira Marques de Sousa; Bruno Bianco Leal

Prezada Dra. Denisse Dias,

Em resposta ao email que nos fora redirecionado e ao Ofício n° 536307/2021-SR/PF/DF, informo que a
Advocacia-Geral da União aviou petição no bojo do Inquérito n° 4878/STF, relacionado ao procedimento
investigatório conduzido por Vossa Senhoria (IPL 2021.0061542), em que pleiteamos ao Excelentíssimo
Ministro Alexandre de Moraes o deferimento de prazo adicional para a indicação de dia para oitiva, haja vista
questões de agenda do Senhor Presidente da República.

Permaneço à disposição para esclarecimentos.

Att.,

Bruno Luiz Dantas de Araújo Rosa
https://mail.pf.gov.br/owa/delemaph.drcor.srdf@pf.gov.br/?offline=disabled#path=/mail 1/3
Fl. 279
Adjunto do Advogado-Geral da União SR/PF/DF
2021.0061542
Ed. Sede I - Setor de Autarquias Sul - Quadra 3 - Lote 5/6
Ed. Multi Brasil Corporate - Brasília-DF

De: Celio Faria Junior [mailto:celio.faria@presidencia.gov.br]
Enviada em: quarta-feira, 8 de dezembro de 2021 13:45
Para: DF/SR - Delegacia Repressão Crimes Meio Ambiente Pat. Histórico <delemaph.drcor.srdf@pf.gov.br>
Cc: Bruno Luiz Dantas de Araujo Rosa <bruno.rosa@agu.gov.br>; Pedro Cesar Nunes Ferreira Marques de Sousa
<pedro.cesar@presidencia.gov.br>; Bruno Bianco Leal <bruno.leal@agu.gov.br>


Cumprimentando-a cordialmente, participo que, conforme informei em meu e-mail, resposta ao e-mail inicial,
abaixo no histórico, do dia 29/11/2021,
esse assunto é tratado pelo Advogado Geral da União e pelo Subchefe de Assuntos Jurídicos, aos quais
encaminhei o e-mail, imediatamente, e recebi retorno de que estão tratando o assunto. Novamente os copiei
nessa mensagem e solicito a gentileza de tratar o assunto diretamente com eles.

Atenciosamente,

Em 7 de dez. de 2021, à(s) 17:11, DF/SR - Delegacia Repressão Crimes Meio Ambiente Pat.
Histórico <delemaph.drcor.srdf@pf.gov.br> escreveu:


cópia dos autos.

Respeitosamente,



Fl. 280
Prezada Delegada de Polícia Federal Denisse Dias Rosas, SR/PF/DF
2021.0061542

Atenciosamente,


Brasília/DF
(61) 3411-1057



2021.0061542 - Inq. 4878/STF).

Atenciosamente,

Matricula 9.952.
Fl. 281
SR/PF/DF
2021.0061542
POLÍCIA FEDERAL
DELEGACIA DE REPRESSÃO A CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE E PATRIMÔNIO
HISTÓRICO - DELEMAPH/DRCOR/SR/PF/DF
DESPACHO N° 5595199/2021
2021.0061542-SR/PF/DF
Considerando a decisão do Exmo. Sr. Ministro Relator Alexandre de Moraes, que estabeleceu data limite de 28 de janeiro de 2022
para realização de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República, determino:
1. Junte-se decisão que deferiu prorrogação de prazo para indicação de data, hora e local para realização de oitiva do Exmo. Sr.
Presidente da República;
2. Embora cientificada a União, encaminhe-se mensagem de correio eletrônico com cópia da ordem à douta AGU e ao chefe de
gabinete pessoal do presidente da república, informando que a PF aguarda posicionamento e está à disposição para realização
do ato;
3. Aguardar resposta;
4. Após, conclusos.

Brasília/DF, 16 de dezembro de 2021.
Documento eletrônico assinado em 16/12/2021, às 15h34, por DENISSE DIAS ROSAS RIBEIRO, Delegado de Policia Federal,
na forma do artigo 1º , inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A autenticidade deste documento pode ser conferida
no site https://servicos.dpf.gov.br/assinatura/app/assinatura, informando o seguinte código verificador:
479450f30921c5824bee879eb8b32fa211b1414f
Fl. 282
Prorrogação de prazo - oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República SR/PF/DF

2021.0061542

qui 16/12/2021 15:50
Para:celio.faria@presidencia.gov.br <celio.faria@presidencia.gov.br>;

Decisão - oitiva do Presidente da República - INQ 4878.pdf;
Prezado Sr. Celio Faria,
Encaminho, para ciência, decisão de prorrogação de prazo para agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente
da República. Aproveito a oportunidade para informar que a douta AGU, conforme email abaixo, já foi
comunicada.
A PF permanece à disposição para esclarecimentos ou ajustes quanto a data, hora e local para o ato.
Respeitosamente,

Enviado: quinta-feira, 16 de dezembro de 2021 14:15

Respeitosamente,


https://mail.pf.gov.br/owa/delemaph.drcor.srdf@pf.gov.br/?offline=disabled#path=/mail/sentitems 1/4
Fl. 283
DENISSE DIAS ROSAS RIBEIRO SR/PF/DF
Delegada de Polícia Federal 2021.0061542





Att.,

Adjunto do Advogado-Geral da União





Atenciosamente,

Fl. 284
SR/PF/DF
Prezado Sr. Celio Faria Junior 2021.0061542

cópia dos autos.

Respeitosamente,





Atenciosamente,


Brasília/DF
(61) 3411-1057



2021.0061542 - Inq. 4878/STF).

Atenciosamente,
Fl. 285
SR/PF/DF
EPF Moacir Willmondes 2021.0061542
Matricula 9.952.
Fl. 286
RES: Prorrogação de prazo - oitiva do Exmo. Sr. Presidente da SR/PF/DF

2021.0061542
República
Celio Faria Junior <celio.faria@presidencia.gov.br>

qui 16/12/2021 18:40
Para:DF/SR - Delegacia Repressão Crimes Meio Ambiente Pat. Histórico <delemaph.drcor.srdf@pf.gov.br>;
Cc:'bruno.leal@agu.gov.br'
<bruno.leal@agu.gov.br>; 'bruno.rosa@agu.gov.br' <bruno.rosa@agu.gov.br>; Pedro Cesar Nunes
Ferreira Marques de Sousa <pedro.cesar@presidencia.gov.br>; Renato de Lima Franca <renato.franca@presidencia.gov.br>;
Prezada Senhora Denisse,

Participo que encaminhei o e-mail abaixo aos AGU e SAJ para conhecimento e providências necessárias, além de incluí-
los como cópia nessa mensagem de retorno a Vossa Senhoria.

Atenciosamente,


Brasília/DF
(61) 3411-1057

Enviada em: quinta-feira, 16 de dezembro de 2021 15:50
Para: Celio Faria Junior <celio.faria@presidencia.gov.br>
Assunto: Prorrogação de prazo - oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República

Prezado Sr. Celio Faria,

Encaminho, para ciência, decisão de prorrogação de prazo para agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente
da República. Aproveito a oportunidade para informar que a douta AGU, conforme email abaixo, já foi
comunicada.
A PF permanece à disposição para esclarecimentos ou ajustes quanto a data, hora e local para o ato.

Respeitosamente,


Enviado: quinta-feira, 16 de dezembro de 2021 14:15
Fl. 287
SR/PF/DF
Assunto: Re: Agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República 2021.0061542



Respeitosamente,









Att.,



Fl. 288
SR/PF/DF
2021.0061542



Atenciosamente,




cópia dos autos.

Respeitosamente,





Atenciosamente,

Fl. 289
SR/PF/DF
2021.0061542

Brasília/DF
(61) 3411-1057



2021.0061542 - Inq. 4878/STF).

Atenciosamente,

Matricula 9.952.
.
Fl. 290
SR/PF/DF
2021.0061542
SUPERINTENDENCIA REGIONAL NO DISTRITO FEDERAL
IMPRESSO EM.: 06/12/2021 OPERADOR.: 18821 ORGAO.: SR/DPF/DF
FOLHA DE ANTECEDENTES
CERTIFICO QUE REFERENTE A PESSOA ABAIXO MENCIONADA CONSTAM AS

SEGUINTES INFORMACOES NOS ARQUIVOS DO INI/DPF. EM 06/12/2021
REGISTRO FEDERAL 004586813-1
+-----------------------------------------------------------------------------+
| A T E N C A O |
+-----------------------------------------------------------------------------+
| R E S T R I T O : ESTA INFORMACAO E VALIDA SOMENTE PARA A AUTORIDADE|
| JUDICIAL - NAO DEVENDO CONSTAR EM ATESTADO DE ANTECEDENTES - |
| ART. 709 E ART. 748 DO CPP - ART. 162 E ART. 202 DA LEP. |
| O DESCUMPRIMENTO DESTES ARTIGOS SUJEITARA SEUS AUTORES AS SANCOES LEGAIS. |
| |
| INCIDENCIA NUMERO 001 (**) |
| PROTOCOLO.......: 90007.000639/2021-51 |
| NOME: MAURO CESAR BARBOSA CID |
| NOME DO PAI: MAURO CESAR LUCENA CID |
| NOME DA MAE: AGNES BARBOSA CID |
| DATA NASCIMENTO: 17.05.1979 SEXO: MASCULINO |
| DOCUMENTO.......: ID MILITAR 0319409348 |
| NR. CPF.........: 927.781.860-34 |
| LOCAL DE NASCIMENTO : NITEROI - RJ |
| INQUERITO POLICIAL OU PROCESSO NUMERO: 00000000020210061542 |
| INSTAURADO PELA: SR/PF/DF BRASILIA -DF |
| EM: 24.08.2021, COMO INCURSO NO(S) |
| ART 325 PAR 2 CPB |
| ART 327 PAR 2 CPB |
+-----------------------------------------------------------------------------+
(**) O ARQUIVO DATILOSCOPICO DEIXOU DE SER CONSULTADO EM VIRTUDE

DESTE INSTITUTO NAO HAVER RECEBIDO IMPRESSOES DIGITAIS DA
REFERIDA PESSOA.
*** FIM **
.
Fl. 291
SR/PF/DF
2021.0061542

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO DISTRITO FEDERAL
Inquérito Policial nº 2021.0061542

REFERÊNCIA: INQUÉRITO STF nº 4878-DISTRITO FEDERAL
DESPACHO
1. Junte-se ofício eletrônico nº 519/2022 – STF comunicando que após

petição da Advocacia-Geral da União, endereçada ao Exmo. Sr. Relator
Alexandre de Moraes, informando que “o Presidente da República declina
da oitiva pessoal que lhe foi oportunizada pela autoridade policial, no bojo
do Inquérito n° 4878” foi exarada ordem judicial determinando a
realização da oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República na data de
28/01/2022, às 14h na Superintendência Regional da Polícia Federal no
Distrito Federal.
2. Diante da certidão do Sr. Escrivão que atesta o não comparecimento do
Sr. JAIR MESSIAS BOLSONARO, determino:
a) Disponibilizar correio eletrônico da AGU de envio de cópia do presente
inquérito policial, de 24/01/2022, bem como o comprovante de envio
de 24/01/2022;
b) Disponibilizar a guia de trâmite físico de encaminhamento dos autos
principais do INQ 4878-STF na data de 27/01/2022;
c) Disponibilizar relatório de análise nº 001/2022-SR/PF/DF;
d) Disponibilizar certidão de não comparecimento do Sr. JAIR MESSIAS
BOLSONARO, declaração assinada pelo mesmo e correio eletrônico
comunicando ao STF da referida situação;
e) Disponibilizar relatório com indicação de autoria, materialidade e
circunstâncias do fato investigado (INQ 4878);
f) Proceder as baixas dos autos no sistema de polícia judiciária (Epol),
tendo em vista a finalização dos atos em âmbito policial, até
Página 1 de 2
Fl. 292
SR/PF/DF
determinação em contrário; 2021.0061542
g) Encaminhar os autos do presente inquérito policial ao crivo do

Excelentíssimo Juízo
3. Ao Sr. Escrivão de Polícia Federal, para providências de seu cargo.
Brasília, 31 de janeiro de 2022.

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URGENTE
Ofício eletrônico nº 519/2022

A Sua Excelência a Senhora

Delegada de Polícia Federal da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal
Inquérito nº 4878
AUTOR(A/S)(ES) : TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
INVEST.(A/S) : JAIR MESSIAS BOLSONARO
INVEST.(A/S) : FELIPE BARROS
INVEST.(A/S) : VICTOR NEVES FEITOSA CAMPO
Senhora Delegada,
De ordem, encaminho a Vossa Excelência, para ciência e adoção das

providências cabíveis, os termos da decisão de cópia anexa, proferida pelo Senhor Ministro
Alexandre de Moraes, Relator, mediante a qual foi designada a oitiva do Excelentíssimo
Senhor Presidente da República para o dia 28 de janeiro de 2022, às 14 horas, na sede
da Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal (SR/PF/DF).
Atenciosamente,
AIRTON VIEIRA
Magistrado Instrutor
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código F195-C879-FB7C-73BE e senha BEA6-26F1-5784-A7E3
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INQUÉRITO 4.878 DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES

AUTOR(A/S)(ES) : SOB SIGILO
DECISÃO
Trata-se de manifestação do Presidente da República, JAIR

BOLSONARO (petição 3.375/2022), representado nesta oportunidade pela
Advocacia-Geral da União - AGU.
Sublinha a AGU, em síntese, que:
a) "por meio de Portaria da PF, a Delegacia de Repressão a

Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico –
DELEMAPH/DRCOR/SR/PF/DF instaurou o Inquérito Policial
tombado sob o número 2021.0061542, 'com a finalidade de realizar a
investigação dos fatos que, em tese e inicialmente, incidem nos tipos
penais previstos no art. 153, §2º e art. 325, ambos do Código Penal, e
materializar os atos de Polícia Judiciária necessários e/ou por
determinação do Excelentíssimo Senhor Ministro Relator Alexandre
de Moraes do Supremo Tribunal Federal no bojo do INQ 4878-STF'.";
b) após o acolhimento em 12/8/2021, nos autos do
Inquérito 4.781/DF, de "notitia criminis encaminhada pelo
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL ao STF em face do Presidente
da República, em razão de divulgação de conteúdo do Inquérito nº
1361/2018-4/DF, supostamente sigiloso, em publicações de redes
sociais, [...] o agente político vindicou 'a concessão de prazo adicional
de 60 dias – aos 15 consignados na decisão do dia 29/11/2021', o que
foi acolhido parcialmente, com deferimento de 45 dias adicionais
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 26DE-1F6F-A29D-768D e senha 2535-E81F-F779-70ED
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àqueles já em curso, com termo no próximo dia 28/01/2022 para a

indicação de dia e hora para a oitiva";
c) "nada obstante o caráter sigiloso do Inquérito n° 4.878/DF, a
defesa restou surpreendida com o vazamento de informação sensível –
e sigilosa –, qual seja, a divulgação na imprensa da data máxima para
a tomada do depoimento do Senhor Presidente da República [...]".
Aduz que o "ocorrido repercute em constrangimentos ao Senhor
Presidente da República, uma vez que cria expectativa e interesse da
imprensa, que já lhe aborda com perguntas para maiores detalhes
sobre a aludida oitiva e aspectos correlatos do inquérito, ampla
publicidade que tem o condão de romper com a presunção de
inocência, ou mesmo ser objeto de incompreensões pela sociedade civil,
que não domina detalhes técnicos do Direito Processual Penal e do
Sistema Acusatório a repercutir, até mesmo, em pré-julgamentos e
prejuízos que não se pode, ainda, mensurar [...]";
d) "[...] é cristalina a compreensão de que se está diante de
conduta manifestamente atípica por parte do Senhor Presidente da
República, na medida em que NÃO divulgou documentos agasalhados
pelo timbre do sigilo, assim cadastrados contemporaneamente à data
do fato investigado (04/08/2021), o que elucida a ausência de um dos
elementos essenciais dos tipos constantes dos arts. 153 e 325, qual
seja, divulgar informação confidencial/sigilosa, não havendo que se
falar em retroatividade da novel classificação, sob pena de ofensa aos
princípios do tempus regit actum e da legalidade";
e) "as razões declinadas nesta petição revelam que a existência
de fundamentação idônea do interessado, com destaque ao fato de que,
sob o ponto de vista da defesa, não se identificam elementos outros que
possam ser agregados ao inquérito, em depoimento pessoal, por parte
do agente político, àqueles que já o instruem e os ora disponibilizados,
pelo que não há falar em oposição genérica à participação em oitiva"; e
f) "outrossim, essa postura do Senhor Presidente da República
ampara-se no direito de ausência assegurado em decisões plenárias,
transitadas em julgado, desse Supremo Tribunal Federal, no bojo das
ADPF's n° 395 e nº 444, em que realizada interpretação conforme ao
art. 260 do CPP, para arredar a possibilidade de condução coercitiva, à
presença da autoridade, para fins de depoimento, por
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incompatibilidade com o Texto Constitucional, notadamente, com os

princípios da presunção de inocência, da dignidade da pessoa e não
autoincriminação".
Ao final, pede-se para:
I) informar, respeitosamente, que o Presidente da

República declina da oitiva pessoal que lhe foi oportunizada
pela autoridade policial, no bojo do Inquérito n° 4878, como lhe
garantem as normas constantes dos arts. 1º, III; 5º, LIV, LV, LVII,
e LXIII todos da CRFB/88, do Artigo 8º, item 2, alínea "g", da
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, o princípio do
nemo tenetur se detegere e a jurisprudência em controle
concentrado do STF (ADPF's 395 e 444), pugnando, assim, pelo
regular prosseguimento do feito, sem realização do ato solene;
II) vindicar a esse Supremo Tribunal Federal seja levado
ao conhecimento da Procuradoria-Geral da República, nos
moldes do art. 230-B, do RISTF, a corrente manifestação, que,
quanto ao tópico II, assume a natureza de notícia-crime, para
viabilizar seja elucidada a autoria da publicidade indevida de
informação sob sigilo nos autos n° 4.878 e o exercício das
competências contidas no art. 129, da CRFB/88;
II.1) ainda no que diz respeito à PGR e por ser instituição
destinatária única da peça investigativa, solicitar que seja
facultada sua prévia oitiva sobre o direito de ausência e,
mormente, acerca da flagrante atipicidade dos fatos, conforme
demonstrado no tópico III desta manifestação, a quem desde
logo se requer a valoração da quaestio à luz do que dispõe a
parte final do art. 1º, da Lei n° 8.038/90, ou seja, a promoção de
arquivamento dos autos;
III) reforçar o status de sigilo, atribuído por este juízo ao
presente inquérito, em todos os atos da tramitação do
procedimento, por ser a publicidade ostensiva incompatível
com o art. 20, do CPP, vulnerando, assim, direitos individuais
do agente político, que é salvaguardado por garantias como a
presunção de não culpabilidade;
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IV) acaso essa Relatoria entenda pelo não acolhimento do

contido no item "I", requer a remessa do pleito a julgamento
colegiado, haja vista o pedido encontrar amparo nas decisões
das ADPF’s 395 e 444, por incidência de similitude fática entre
este procedimento e o quanto decidido nas ações concentradas,
certo de que o overruling não é autorizado em sede de decisão
monocrática, em observância ao art. 927, I, do CPC;
V) seja intimada a Advocacia-Geral da União das decisões
que vierem a ser tomadas nestes autos, por ser órgão investido
em atribuições de defesa, de acordo com as disposições da Lei
n° 9.028/95 e;
VI) a juntada dos seguintes documentos, que instruem a
manifestação: a) Ofício CE nº 0015/2021, de 14 de julho de 2021;
b) e-mail do Grupo de Repressão de Crimes Cibernéticos; c)
Ofício n° 3392577/2021-GRCC/DRCOR/SR/PF/DF; d)
Expedientes de Reuniões e Notas Taquigráficas, ambos relativos
à PEC 135/2019.
É o relatório.
DECIDO.
Em 29/11/2021, verificando a pertinência da inquirição do Presidente

da República para o completo esclarecimento dos fatos investigados,
revelando-se em verdadeiro instrumento de preservação do direito à
ampla defesa (art. 5º, LV, da Constituição Federal), deferi o requerimento
da autoridade policial e determinei à Polícia Federal que procedesse a
oitiva pessoal do Presidente da República JAIR BOLSONARO, no prazo
de 15 (quinze) dias, concedendo-lhe a oportunidade de prévio ajuste de
local, dia e hora.
O investigado tomou ciência da decisão e, concordando com sua
oitiva, solicitou, por intermédio da petição 117.832/2021, a concessão de
prazo adicional de 60 (sessenta) dias para sua realização, alegando que:
"a agenda Presidencial, mormente neste período de final de ano,

lhe impõe série de compromissos alguns deles em agendas externas
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que dificultam sobremaneira a sinalização de dia e hora no exíguo

lapso ofertado pela Senhora Delegada de Polícia Federal.".
Em face da solicitação, determinei a prorrogação do prazo para a

realização da oitiva do Presidente da República em mais 45 (quarenta e
cinco) dias, com termo final em 28/01/2021, resultando no total de 60
(sessenta) dias para o cumprimento da diligência.
Ocorre, entretanto, que no dia anterior ao vencimento do prazo de 60
(sessenta dias) para que o Presidente da República indicasse local, dia e
horário para a realização de sua oitiva, a AGU protocolou nova petição,
onde, alterando anterior posicionamento do investigado, deixará não só
de indicar local, dia e horário para sua oitiva, mas também de realizar o
interrogatório.
Tenho ressaltado que a amplitude do interrogatório como meio de
defesa engloba não só o "direito ao silêncio", mas também o "direito de falar
no momento adequado", sob a ótica da impossibilidade de alguém ser
obrigado a produzir provas contra si mesmo, seja em suas declarações,
seja na compulsoriedade de entrega de provas com potencial lesivo à sua
defesa na persecução penal (T.R.S. ALLAN. Constitucional Justice. Oxford:
University Press, 2006, p. 12 ss).
A participação do investigado no inquérito ou do réu em seu
processo não é apenas um meio de assegurar que os fatos relevantes
sejam trazidos à tona e os argumentos pertinentes considerados. Mais do
que isso, o direito do acusado em manifestar-se livremente e em ser
ouvido no momento processual adequado é intrínseco à natureza do
julgamento, cujo principal propósito é justificar o veredicto final para o
próprio acusado, como resultado legal justamente obtido, concedendo-lhe
o respeito e a consideração que qualquer cidadão merece.
A previsão de interrogatório do acusado em procedimentos
sancionatórios, com a consagração do "direito ao silêncio" e do privilégio
contra a autoincriminação (privilege against self-incrimination), tornou-se
tema obrigatório a ser respeitado em relação ao direito constitucional à
ampla defesa, sendo direcionado no intuito de preservar o caráter
voluntário de suas manifestações e a regularidade de seu julgamento,
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com um diálogo equitativo entre o indivíduo e o Estado, como bem salientado

pelo citado professor da Universidade de Cambridge (Constitucional
Justice. Oxford: University Press, 2006, p. 12 ss).
Em uma República, o investigado – qualquer que seja ele – está
normalmente sujeito ao alcance dos poderes compulsórios do Estado
necessários para assegurar a confiabilidade da evidência, podendo, se
preciso, submeter-se à busca de sua pessoa ou propriedade, dar suas
impressões digitais quando autorizado em lei e ser intimado para
interrogatório.
Cabe-lhe, entretanto, escolher até onde vai auxiliar a acusação,
oferecendo explicações ou admissões à luz das evidências contra ele, bem
como consentir em ser interrogado, respondendo, ou permanecer em
silêncio, pois, como observado por KENT GREENAWALT, professor de
Colúmbia, "não é constitucionalmente razoável e exigível que alguém traia a si
mesmo – nemo debet prodere se ipsum" (Silence as a Moral and Constitucional
Right, 1981 – 23 William & Mary LR 15, pp. 35-41).
O diálogo equitativo entre o indivíduo e o Estado pressupõe absoluto
respeito à dignidade da pessoa, a possibilidade de acesso à defesa técnica,
com a participação do advogado em seu interrogatório; garantindo,
ainda, a ausência de qualquer tipo de coação ou indução nas declarações
do investigado, por parte do comportamento de autoridades públicas,
além de, no Brasil, vedar a possibilidade de condução coercitiva, no caso
de recusa injustificada de comparecimento por parte do investigado; em
que pese meu posicionamento em contrário, manifestado no julgamento
da ADPF 395.
O caráter voluntário de suas manifestações na ótica de um diálogo
equitativo entre o indivíduo e o Estado permite ao investigado exercer livre e
discricionariamente seu direito ao silêncio, podendo, inclusive, optar
pelas previsões legais que autorizem benefícios à sua confissão voluntária
ou adesão às hipóteses de colaborações premiadas. São suas opções e de
sua defesa técnica, pois como destacado pelo Juiz LORD KENNEDY
DIPLOCK, da mais alta Corte Inglesa de Justiça, na Câmara dos Lordes,
em 1980, no caso R. v. SANG, o "direito ao silêncio" configura legítima
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proteção ao investigado contra "uma confissão impropriamente obtida por

outros meios que destroem sua natureza voluntária (McDermott v. R. (1948) 76
CLR 501, p.512)".
Dessa maneira, será o investigado quem escolherá o "direito de falar
no momento adequado" ou o "direito ao silêncio parcial ou total"; mas não é o
investigado que decidirá prévia e genericamente pela possibilidade ou
não da realização de atos procedimentais ou processuais durante a
investigação criminal ou a instrução processual penal.
O respeito aos direitos e garantias fundamentais deve ser real e
efetivo, jamais significando, porém, que a Constituição Federal estipulou
verdadeira cláusula de indenidade absoluta aos investigados,
permitindo-lhes, inclusive, previamente afastar a possibilidade de
realização de atos procedimentais licitamente fixados pela legislação, tais
quais a fixação de data e horário para interrogatório em inquérito.
O absoluto e intransigente respeito às garantias fundamentais não
deve ser interpretado para limitar indevidamente o dever estatal de
exercer a investigação e a persecução criminal, função de natureza
essencial e que visa a garantir, também, o direito fundamental à
probidade e segurança de todos os cidadãos.
Em momento algum, a imprescindibilidade do absoluto respeito ao
direito ao silêncio e ao privilégio da não autoincriminação constitui
obstáculo intransponível à obrigatoriedade de participação dos
investigados nos legítimos atos de persecução penal estatal ou mesmo
uma autorização para que possam ditar a realização de atos
procedimentais ou o encerramento da investigação, sem o respeito ao
devido processo legal.
A Constituição Federal consagra o direito ao silêncio e o privilégio
contra a autoincriminação, mas não o "direito de recusa prévia e genérica à
observância de determinações legais" ao investigado ou réu, ou seja, não lhes
é permitido recusar prévia e genericamente a participar de atos
procedimentais ou processuais futuros, que poderão ser estabelecidos
legalmente dentro do devido processo legal, máxime quando já definidos
ou aceitos pela defesa, como na presente hipótese em que, inclusive,
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houve concordância do acusado em participar do ato procedimental e

solicitação de dilação de prazo para agendamento e oportunidade para o
Presidente da República exercer real, efetiva e concretamente seu direito
de defesa, como fator legitimador do processo penal em busca da verdade
real e esclarecimento de importantes fatos.
A manutenção da constitucionalidade desse diálogo equitativo entre
Estado-investigador e investigado na investigação criminal exige,
portanto, a estrita obediência da expressa previsão legal; que não
possibilita aos investigados a possibilidade, simplesmente, de impedir o
agendamento para realização de um ato procedimental, sob pena de total
desvirtuamento das normas processuais penais.
DIANTE DE TODO O EXPOSTO:
(1) Não tendo o Presidente da República indicado local,

dia e horário para a realização de seu interrogatório no prazo
fixado de 60 (sessenta) dias, DETERMINO SUA
INTIMAÇÃO, por intermédio da AGU (conforme solicitado
no item “V-v” de sua petição), para que compareça no dia
28/1/2022, às 14h00, PARA PRESTAR DEPOIMENTO
PESSOAL, na sede da Superintendência Regional da Polícia
Federal no Distrito Federal (SR/PF/DF), localizada no SAIS,
quadra 7, lote 23, Setor Policial Sul, Brasília/DF;
(2) DETERMINO O LEVANTAMENTO DO SIGILO

DOS AUTOS. Nos termos do inciso IX, do art. 93, da
Constituição Federal de 1988, todos os julgamentos dos órgãos
do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação. No caso dos
autos, embora a necessidade de cumprimento das diligências
e oitivas determinadas exigisse, inicialmente, a imposição de
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sigilo à totalidade dos autos, suas efetivações demonstram

não haver mais necessidade de manutenção da total restrição
de publicidade (HC 88.190/RJ, Rel. Min. CEZAR PELUSO;
Inq. 4.831/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO). Deverão
PERMANECER EM SIGILO toda a documentação relacionada
ao afastamento dos sigilos telemáticos e telefônicos, devendo
ser autuado em apartado e mantido o segredo de Justiça à sua
tramitação, nos termos do artigo 230-C, §2º do RiSTF.
Após a realização do interrogatório, IMEDIATA CONCLUSÃO.

Os demais requerimentos da AGU serão analisados no momento
procedimental adequado.
Providencie a Secretaria, com urgência, A INTIMAÇÃO DA AGU,

inclusive por meios eletrônicos.
Ciência ao Procurador-Geral da República.
Publique-se.
Ministro ALEXANDRE DE MORAES

Relator
Fl. 303
Re: 2021.0061542-SR/PF/DF (Inq. 4878-STF) SR/PF/DF

2021.0061542

seg 24/01/2022 16:28
Sent Items
Para:Bruno Luiz Dantas de Araujo Rosa <bruno.rosa@agu.gov.br>;
 1 anexos (2 MB)
a partir da fl 262 - 2021.0061542-Autos Principais-até fls. 290-2022.01.24.pdf;
Excelentíssimo Senhor Adjunto do Advogado-Geral da União Bruno Luiz,
Conforme solicitação, segue arquivo PDF com cópia digital dos autos 2021.0061542-SR/PF/DF a partir da
página 262.
Atenciosamente,

Enviado: segunda-feira, 24 de janeiro de 2022 15:43:18
Para: DF/SR - Delegacia Repressão Crimes Meio Ambiente Pat. Histórico
Assunto: 2021.0061542-SR/PF/DF (Inq. 4878-STF)

Excelentíssima Senhora Delegada Federal Denisse Ribeiro,

Aportou nesta AGU pedido de assessoramento do Senhor Presidente da República, no tocante aos autos de
Inquérito n° 2021.0061542-SR/PF, sob responsabilidade de Vossa Excelência, nesta Superintendência Regional
da PF-DF.

A par das disposições da Lei n° 9.028/95, da Portaria n° 42, de 25 de outubro de 2018, da CGU e do verbete n°
14 da Súmula Vinculante, que abarca, inclusive, elementos classificados como sigilosos, é o presente email
para solicitar, respeitosamente, a disponibilização de vista dos autos 2021.0061542-SR/PF, notadamente, da
página 262 em diante.

Com essas considerações, peço deferimento.



Fl. 304
SR/PF/DF
2021.0061542
Fl. 305
SR/PF/DF
2021.0061542

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO DISTRITO FEDERAL
IPL 2021.0061542 -SR/PF/DF

RELATÓRIO DE ANÁLISE DE MATERIAL APREENDIDO (RAMA)
RMA 001/2022 - IPL 2021.0061542 – SR/PF/DF – Inq 4878 – STF/DF
ANEXO: HD HV620S, marca ADATA, S/N: 1K3620550356 (Google Drive) e HD

HV620S, marca ADATA, S/N: 1K3620550292 (Apple - Icloud)
O presente RELATÓRIO DE ANÁLISE traz o detalhamento analítico

dos documentos apreendidos em decorrência do cumprimento de MEDIDA
CAUTELAR para acesso ao conteúdo de dados armazenados em serviço de
nuvem em poder de MAURO CÉSAR BARBOSA CID, exarado pelo
Excelentíssimo Senhor Ministro ALEXANDRE DE MORAES do Supremo Tribunal
Federal – STF, nos autos do Inquérito STF 4878 – DF.
DA CONTEXTUALIZAÇÃO:
A investigação visa colher elementos informativos relacionados à possível

violação de sigilo relacionado ao Inquérito Policial nº 1361/2018, objeto de
divulgação em live apresentada pelo Exmo. Sr. Presidente da República, no dia
04/08/2021 e posteriormente disponibilizado por meio das redes sociais do
Presidente da República.
Conforme exposto na representação policial foi identificado que além da
divulgação do teor do inquérito policial nº 1361/2018 na live do dia 04/08/2021,
houve disponibilização de uma cópia de referida documentação nas redes sociais
do Exmo. Sr. Presidente da República, o que foi feito por meio da postagem de
um link que remetia a um servidor situado fora do país, denominado rede
MASTODON. Em torno desse fato, surge o nome de DANIEL CID, que seria
administrador de uma rede denominada brasileiros.social (informação em anexo)
e é irmão do assessor especial da Presidência MAURO CESAR BARBOSA CID.
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Relatório de Análise de Material Apreendido – IPL nº 2020.0060052 DICOR/PF SR/PF/DF
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Conjugando tais dados com o termo de declarações de FILIPE BARROS,

constatou-se que referido parlamentar confirmou ter divulgado cópia do inquérito
policial, entre outras pessoas, também a MAURO CESAR BARBOSA CID, o que
foi feito no mesmo dia da live, por meio de aplicativo de mensagens de celular
WhatsApp (termo em anexo), indicando a origem da subsequente publicação da
documentação nos meios de comunicação. MAURO CESAR BARBOSA CID, em
termo de declarações, confirmou o recebimento do material e o subsequente
repasse a seu irmão.
Desta forma, a medida cautelar de acesso ao conteúdo de dados
armazenados em serviço de nuvem em poder de MAURO CÉSAR BARBOSA CID
tem o objetivo de colher elementos informativos que possam confrontar a hipótese
criminal enunciada.
DA ANÁLISE
A análise do material constante no armazenamento em nuvem da empresa

Apple (Icloud Drive) associada à conta de usuário: maurocid@gmail.com
identificou documentos relacionados ao vazamento do inquérito policial nº
1361/2018, demonstrando que MAURO CESAR CID efetivamente teve acesso
aos referidos autos da investigação ainda em curso.
O arquivo com nome “F_146A1FEE-857E-4372-91C1-
CF09A1FAA9AF_IRhSQ05MDDqZbsviBqg__fhyPeno=_12590297_y8xH” e
código hash “71B7BD6CC76836EE502183ECC4597DFD” em formato “PDF”
trata-se de uma cópia dos autos do IPL 1361/2018 – SR/PF/DF, com duzentas e
dez páginas, desde a portaria inaugural até a folha de número 384, que trata de
pedido de dilação de prazo para continuidade das investigações, datada de
20/04/2021.
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Portaria inaugural do IPL 1361/2018
Último documento do IPL constante na nuvem de Mauro Cid
Conforme esperado, o documento acessado por MAURO CID contém

diligências investigativas sigilosas requisitadas no âmbito do inquérito policial, que
não deveriam ter sido publicizadas a terceiros, pois estavam relacionadas à
investigação em curso. De forma exemplificativa, a última diligência constante na
cópia do inquérito acessado por MAURO CID, trata-se de um ofício endereçado à
operadora TIM BRASIL, requisitando dados cadastrais de determinados números
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de IPs, possivelmente relevantes para identificação de autoria e materialidade em

relação ao fato investigado.
No último item do ofício policial, a própria Autoridade Policial requisitante,

adverte a empresa quanto à proibição da divulgação do conteúdo da requisição
ao proprietário da conta ou a terceiros, sob pena de caracterização de crime.
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O documento (cópia do IPL 1361/2018 – SR/PF/DF) constante no serviço

de nuvem (Icloud Drive) da empresa Apple, associada ao usuário
maurocid@gmail.com possui as mesmas propriedades, número e identidade de
páginas do arquivo vazado por meio das redes sociais do Exmo. Sr. Presidente
da República (Facebook, Instagram e Twitter), no dia 04 de agosto de 2021, com
link disponibilizado na rede social Mastodon, na instância “brasileiros.social”.
Propriedades do arquivo PDF constante no Icloud Drive de Mauro Cid
Propriedades do arquivo PDF do inquérito vazado na rede brasileiros.social
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No entanto, é possível perceber que a cópia em formato “PDF” do IPL

1361/2018 – SR/PF/DF, constante no serviço de nuvem (Icloud Drive) de MAURO
CID, conforme os metadados extraídos por meio de procedimento pericial, teve
sua última modificação ocorrida em 04 de agosto de 2021 às 12h53min (UTC-3).
Tal informação revela que MAURO CID teve acesso ao documento no mesmo dia
da live do Exmo. Sr. Presidente da República, mas horas antes de seu início. Tal
informação vai de encontro a afirmação feita por MAURO CID em seu termo de
declarações, prestado à Polícia Federal em 22 de outubro de 2021, que ao ser
indagado se teve acesso a cópia ou a algum documento relacionado ao inquérito
policial n° 1361/2018-SR/PF/DF, respondeu que teve acesso digital aos autos
apenas durante a live do Presidente da República, que se iniciou por volta das
19hs.
Metadados do arquivo PDF armazenado na nuvem do usuário maurocid@gmail.com
Trecho do Termo de Declarações de Mauro Cid
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2 – Outros dados relacionados à Lives
A análise dos arquivos contidos no serviço de Icloud da empresa Apple

associado ao usuário maurocid@gmail.com, além das informações já descritas,
também identificou dados possivelmente relacionados a outras lives realizadas
pelo Exmo. Sr. Presidente da República JAIR BOLSONARO.
O arquivo em formato word com hash
“B3FB96BE686A7F9FF25414C12E1803F3” apresenta 36 tópicos relacionados
a assuntos diversos. Dentre os temas chama atenção o descrito no item 29 com
o seguinte título RELATÓRIOS OFICIAIS DO GOVERNO DO REINO UNIDO
SUGEREM QUE OS TOTALMENTE VACINADOS ESTÃO DESENVOLVENDO A
SÍNDROME DE IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA MUITO MAIS RÁPIDO DO
QUE O PREVISTO. O texto descreve uma possível relação da vacinação contra
a covid ao desenvolvimento, de forma mais acelerada, da AIDS, devido a “perda
do sistema imunológico”.
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2021.0061542
Item 29 do documento armazenado na nuvem de Mauro Cid
O referido documento em formato word, conforme descrito em suas

propriedades, foi criado e teve sua última modificação em 21 de outubro de 2021,
pela pessoa de nome MARIA FARANI RODRIGUES. Tais dados foram ratificados
pelos metadados extraídos por meio da ferramenta forense.
Propriedades do arquivo word
Metadados do arquivo word
Cabe ressaltar que o referido documento foi produzido no mesmo dia da

realização da live pelo Exmo. Sr. Presidente da República JAIR BOLSONARO,
em que abordou uma possível correlação entre a vacina da covid e uma maior
facilidade no desenvolvimento da Aids. No entanto, o arquivo armazenado na
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Fl. 313
2021.0061542
nuvem de MAURO CID teve sua última modificação ocorrida às 15h56min (UTC-
3) pela pessoa de MARIA FARANI RODRIGUES, sendo possivelmente o
documento que serviu de suporte para a fala do Exmo. Sr. Presidente da
República.
As pesquisas realizadas em fontes abertas identificaram que MARIA
FARANI RODRIGUES, última autora do documento, é assessora do Gabinete
Pessoal do Presidente da República.
Trecho do Diário Oficial da União1
Outros elementos identificados reforçam que possivelmente o documento

armazenado no serviço de nuvem Icloud do chefe da Ajudancia de Ordens da
1
https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-73-de-3-de-julho-de-2020-265070895
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2021.0061542
MAURO CID foi utilizado como suporte para a fala do Exmo. Sr. Presidente da
República na live realizada no dia 21 de outubro de 2021.
O mesmo arquivo em formato word com hash
“B3FB96BE686A7F9FF25414C12E1803F3”, armazenado no serviço Icloud de
MAURO CID, descreve em seu item 31 o seguinte título: DR FAUCI, O
MANDETTA AMERICANO, DIZENDO EM UM ARTIGO DE 2008 QUE A MAIORIA
DAS VÍTIMAS DA GRIPE ESPANHOLA NÃO MORREU DE GRIPE ESPANHOLA.
O referido tema foi abordado pelo Sr. Presidente da República na mesma live
realizada no dia 21 de outubro de 2021.
Em outro arquivo em formato word com nome “F_61FA74F6-48D0-43CA-

83DB-5FC8E19D9037_pseYISGcT8cL+DjNNOpAvIqhz4Q=_24139___JmA” e
hash “D471B4F12E50D640538D29A6805B0956” enuncia 66 tópicos com vários
temas que coincidem com os assuntos abordados pelo Exmo. Sr. Presidente da
República JAIR BOLSONARO em live realizada na data de 14 de outubro de
2021m, além de outros tópicos. O documento foi criado no mesmo dia da live
(14/10/2021) apresentando a última modificação às 16hs08min do referido dia. Da
mesma forma que os documentos anteriores MAURO CID teve acesso ao
documento antes do início da live realizada pelo Exmo. Sr. Presidente da
República JAIR BOLSONARO.
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Metadados do arquivo word
Metadados do arquivo Word
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Além dos arquivos supracitados, há outros documentos armazenados no

serviço de nuvem (Icloud) associados ao usuário maurocid@gmail.com, com
possível correlação com lives realizadas pelo Exmo. Sr. Presidente da República,
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Fl. 317
2021.0061542
que estão inseridos nos HDs indicados como anexo. Todo referido material do
serviço de nuvem objeto da medida cautelar estão contidos nos HDs
mencionados.
Em relação ao material constante no serviço de nuvem da empresa Google
(Google Drive), a análise não identificou dados relevantes para a presente
investigação.
Brasília/DF, 24 de janeiro de 2022.
____________________________
Fábio Shor
Delegado de Polícia Federal
Matr. 9097
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Fl. 318
SR/PF/DF
2021.0061542
POLÍCIA FEDERAL
Endereço: SAIS Quadra 7 - Lote 23 - Setor Policial Sul - CEP: 70610-902 - Brasília/DF
CERTIDÃO N° 298564/2022
IPL 2021.0061542-SR/PF/DF
Brasília/DF, 28 de janeiro de 2022.
CERTIFICO e dou fé que a oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, conforme decisão
judicial, de que se realizasse às 14h desta data, nesta sede da Superintendência Regional de Polícia Federal no
Distrito Federal, não se realizou em razão de sua ausência.
Esclareço que compareceram nesta Superintendência Regional de Polícia Federal no Distrito Federal, nesta data, às
14h, os representantes legais Bruno Bianco Leal (Advogado Geral da União), Bruno Luiz Dantas de Araújo Rosa
(Adjunto do Advogado-Geral da União) e Diogo Paiau Flores dos Santos (Procurador-Regional da União junto da 1a
Região) do Exmo. Sr. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro para entregar Declaração em anexa assinada
pelo mesmo.
Documento eletrônico assinado em 28/01/2022, às I4h26, porMOACIR WILLMONDES ALVES FONSECA. Escrivão de Policia
Federal, na forma do artigo Io. inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A autenticidade deste documento pode scr
conferida no site https://scrvicos.dpf.gov.br/assinatura/app/assinatura. infonnando o seguinte código verificador:
8fde48550c058de8bc5effcf3cf8c9dcab7alc48
Fl. 319
SR/PF/DF
2021.0061542
DECLARAÇÃO
Eu, JAIR MESSIAS BOLSONARO, Presidente da República,

domiciliado no Palácio do Planalto, Brasília/DF, neste ato representado pela Advocacia-
Geral da União, nos termos do artigo 22 da Lei n° 9.028/1995, venho, respeitosamente,
informar à Autoridade de Polícia Federal responsável pela condução das investigações do
IPL n°. 2021.0061542 que exercerei o direito de ausência quanto ao comparecimento à
solenidade designada na Sede da Superintendência da PF para o corrente dia, às 14:00,
tudo com suporte no quanto decidido pelo STF, no bojo das ADPF's n° 395 e 444.
Colho o ensejo de informar, em acréscimo, que colacionei, através de

representação processual, em manifestação datada e protocolada em 26/01/2022, os
esclarecimentos que reputava pertinentes levar ao conhecimento dessa Polícia Federal,
para além do pleito de remessa dos autos ao PGR, por entender presentes elementos que
permitem, desde logo, a adoção das providências contidas na parte final do art. Io da Lei
n° 8.038/90, ante a manifesta atipicidade do fato investigado.
Sem mais. renovo protestos de estima e consideração.
JAIR MESSIAS BOLSONARO

Presidente da República
28/01/2022 14:53 Email – Denisse.dd@pf.gov.br
Fl. 320
Comunicação - INQ 4878 SR/PF/DF

2021.0061542
Denisse Dias Rosas Ribeiro

sex 28/01/2022 14:48
Para:Cristina Yukiko Kusahara <cristina.kusahara@stf.jus.br>;
Cc:airton.vieira@stf.jus.br <airton.vieira@stf.jus.br>;

Certidão de ausência com anexo.pdf;
Prezada Chefe de Gabinete,
Encaminho a certidão com declaração anexa assinada pelo Exmo. Sr. Presidente da República JAIR MESSIAS
BOLSONARO para ciência do Exmo. Sr. Ministro Alexandre de Moraes.
Respeitosamente,

https://mail.pf.gov.br/owa/#path=/mail/sentitems 1/1
Fl. 321
SR/PF/DF
2021.0061542

INQUÉRITO POLICIAL: 2021.0061542 (INQ STF nº 4878-DF)

DATA DE INÍCIO: 24 DE AGOSTO de 2021
DATA DO FATO: 4 DE AGOSTO DE 2021
AUTORES IDENTIFICADOS: JAIR MESSIAS BOLSONARO, FILIPE BARROS BAPTISTA DE
TOLEDO RIBEIRO e MAURO CESAR BARBOSA CID (indiciado)
TIPIFCAÇÃO: artigo 325, §2º, c/c 327, §2º, do Código Penal brasileiro
RELATÓRIO
Trata-se de inquérito policial instaurado com a finalidade

de apurar autoria, materialidade e circunstâncias da divulgação do
inquérito policial nº 1361/2018-SR/PF/DF, iniciado a partir de
comunicação formulada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao Exmo.
Sr. Ministro relator Alexandre de Moraes.
Restringe-se a investigação a esclarecer os fatos ocorridos
no dia 04 de agosto de 2021, em que o Exmo. Sr. Presidente da
República JAIR MESSIAS BOLSONARO realizou uma transmissão ao vivo
(live), acompanhado do deputado federal FILIPE BARROS BAPTISTA DE
TOLEDO RIBEIRO e outras pessoas, com a finalidade de apresentar o
que seriam provas da ocorrência de fraudes e manipulações de votos
em eleições, decorrentes de alegadas vulnerabilidades do sistema
eleitoral brasileiro. Para tanto, divulgaram o conteúdo do inquérito
policial nº1361/2018-SR/PF/DF, instaurado para “apurar suposta invasão
a sistemas e bancos de dados do Tribunal Superior Eleitoral”.
Encerradas as atividades de polícia judiciária neste
inquérito, encaminha-se o presente relatório ao douto juízo relator,
Exmo. Sr. Ministro Alexandre de Moraes.
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SR/PF/DF
1. CONTEXTUALIZAÇÃO 2021.0061542
O presente procedimento foi instaurado com a finalidade de

esclarecer os fatos noticiados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
relacionados à divulgação de conteúdo de inquérito policial que tinha
como escopo uma suposta invasão a sistema do TSE, mas que foi
apresentado como prova da ocorrência de fraudes e/ou manipulação
de votos nos processos eleitorais. O teor de referido inquérito foi obtido
por pedido formulado pelo deputado federal FILIPE BARROS BAPTISTA DE
TOLEDO RIBEIRO, como relator de comissão que discutia a PEC nº
135/2019, ao presidente do inquérito, delegado VICTOR NEVES FEITOSA
CAMPOS, indicando que referido material subsidiaria os trabalhos da
comissão (vide ofício CE nº 00015/2021 e respectiva resposta).
1.1 A HIPÓTESE CRIMINAL

Com base na Instrução Técnica nº 01-DICOR/PF, de 19 de
dezembro de 2018, inicia-se a discussão com a apresentação da
hipótese criminal elaborada a partir dos dados obtidos ao longo do
presente inquérito, os quais foram submetidos a processo de verificação
durante a investigação e corroboram a seguinte asserção:
No dia 04 de agosto de 2021, em Brasília e por meio de canais de
comunicação (rádio, TV e rede mundial de computadores), JAIR
MESSIAS BOLSONARO e FILIPE BARROS BAPTISTA DE TOLEDO RIBEIRO,
com auxílio de MAURO CESAR BARBOSA CID, revelaram informações
sigilosas relacionadas ao conteúdo do inquérito policial nº1361/2018-
SR/PF/DF, cujo teor tiveram acesso em razão do cargo (presidente da
república, deputado federal relator da PEC nº 135/2019 e chefe militar
da ajudância de ordem da presidência da república,
respectivamente), com o intuito de fortalecerem a narrativa de
vulnerabilidade no sistema de votação por meio de urnas eletrônicas,
dentro de uma campanha de descrédito do processo eleitoral,
visando à aprovação de proposta de emenda à constituição para
instituição de “voto impresso auditável”.
Tal divulgação causou danos à administração pública, diante da
associação de seu conteúdo à “narrativa fraudulenta que se
estabelece contra o processo eleitoral brasileiro”.
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Fl. 323
SR/PF/DF
Referido inquérito foi repassado pelo presidente da investigação,
2021.0061542
delegado de polícia federal VICTOR NEVES FEITOSA CAMPOS, em
atendimento a solicitação formal à Polícia Federal apresentada pelo
relator da proposta de emenda constitucional nº 135/2019, deputado
federal FILIPE BARROS.
Observação importante: não é escopo deste inquérito

ingressar no mérito do inquérito policial nº 1361/2018-SR/PF/DF, pois os
objetos são distintos, como se discutirá nos tópicos 2.1 e 3.
1.2 FATOS RELACIONADOS

Antes de avançar sobre os atos praticados no curso deste
inquérito, importante esclarecer que a presente investigação se dá em
um contexto de outras apurações encerradas ou em curso (por exemplo,
os INQ nº4828, 4874, 4781 e PET 9842), que têm ou tiveram como escopo,
em maior ou menor profundidade e respeitadas as peculiaridades, a
prática de crimes vinculados à seguinte hipótese criminal (INQ 4874-STF):
Em período compreendido entre 2018 e a presente data, em
Brasília e em outros locais, PESSOAS IDENTIFICADAS no bojo dos
inquéritos 4781, 4828 e 4874 se uniram de forma estruturalmente
ordenada, com unidade de desígnios e divisão de tarefas (produção,
difusão e financiamento), com o objetivo de obter vantagens
financeiras e/ou político-partidárias por meio da produção e
divulgação de informações (texto, imagem e video) em meios de
comunicação (redes sociais ou canais de comunicação), de notícias
fraudulentas, falsas comunicações de crimes, ameaças e crimes
contra a honra (calúnia, difamação e injúria), lesando ou expondo a
perigo de lesão o Estado democrático de direito e a independência
e a harmonia entre os Poderes, ocultando ou dissimulando a natureza,
origem, movimentação ou propriedades de valores decorrentes da
atividade criminosa.
O estudo aprofundado dos inquéritos em curso ou

encerrados permitiu identificar que esse grupo de pessoas tem um modo
de agir bem delineado, o qual foi explicitado em documento elaborado
pela Polícia Federal no âmbito de sua participação no Inquérito
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Fl. 324
SR/PF/DF
Administrativo nº 0600371-71.2021.6.00.000 (Pje), em curso na
2021.0061542
Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral, conforme trecho que segue:
I – DOS FATOS
As investigações contidas nos inquéritos 4781 e 4874, ambos do STF,
indicam a articulação de uma rede de pessoas, com tarefas
distribuídas por aderência entre idealizadores, produtores, difusores e
financiadores, voltada à disseminação de notícias falsas ou
propositalmente apresentadas de forma parcial com o intuito de
influenciar a população em relação a determinado tema (também
incidindo na prática de tipos penais previstos na legislação),
objetivando, ao fim, obter vantagens político-partidárias e/ou
financeiras.
Essa atuação é baseada no largo uso de múltiplos canais da rede
mundial de computadores, especialmente as redes sociais, e na
eliminação de intermediários formadores de opinião, ao mesmo
tempo em que rebate ideias por meio da desqualificação do emissor
antagonista (falácia ad hominem). Além disso, promove ataque aos
veículos tradicionais de difusão de informação (jornais, rádio, TV etc.),
de modo a atingir o seu público de forma direta, horizontal, ao dissipar
a distinção entre o que é informação e o que é opinião. Esta rede
pretende, entre outros objetivos, diminuir a fronteira entre o que é
verdade e o que é mentira. A prática visa, mais do que uma
ferramenta de uso político-ideológico, um meio para obtenção de
lucro, a partir de sistemas de monetização oferecido pelas
plataformas de redes sociais. Transforma rapidamente ideologia em
mercadoria, levando os disseminadores a estimular a polarização e o
acirramento do debate para manter o fluxo de dinheiro pelo número
de visualizações.
É um modelo exitoso de influência baseado na forma como os
indivíduos percebem, aprendem, absorvem e difundem as
informações que outros fornecem no processo de comunicação
(psicologia cognitiva), identificando-se seu emprego tanto nas
eleições americanas de 2016, quanto, em maior ou menor escala, nas
eleições brasileiras de 2018. Seu uso no processo eleitoral é creditado
ao norte-americano STEVE BANNON e tem muita similaridade com o
modelo de difusão de notícias falsas1 descrito por Paul e Mattheus
1PAUL, Christopher e MATTHEUS, Miriam. The Russian Firehose of Falsehood Propaganda Model. Why it Might
Work and Options to Counter It. Rand Corporations. 2016. Disponível em
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Fl. 325
SR/PF/DF
(2016), baseado na ideia de transmissão da informação com2021.0061542
as
seguintes características: a) em “alto volume” e por multicanais,
implicando em variedade e grande quantidade de fontes; b) rápida,
contínua e repetitiva, focada na formação de uma primeira impressão
duradoura no receptor, a qual gera familiaridade com a informação
e, consequentemente, sua aceitação; c) sem compromisso com a
verdade; e d) sem compromisso com a consistência do discurso ao
longo do tempo (i.e., uma nova difusão pode contrariar
absolutamente a anterior sem que isso gere perda de credibilidade do
emissor).
Argumenta-se que se trata de um modo de atuação que refutaria
o modelo até então predominante de comunicação, denominado
two-step flow2, mas isso deve ser interpretado com reservas. A maneira
de agir aqui debatida exige a validação do discurso (falso ou com
fragmentos da verdade) realizada por um influenciador em posição
de autoridade perante sua “audiência”. Dizendo de outro modo,
referida prática só repercute nas mídias sociais e, consequentemente,
no mundo físico se referendadas por um ator responsável por originar
as ideias ou irradia-las junto a seus seguidores.
Estudos realizados por pesquisadores da universidade britânica de
Cambrigde a respeito das insinuações de ocorrência de fraudes em
votações3 demonstram que a disseminação de notícias falsas ou sem
lastro, atestadoras ou mesmo sugestivas de fraude nos sistemas de
votação, difundidas nas redes sociais, corroem a confiança da
população em geral no processo eleitoral (base do Estado
Democrático de Direito), ao mesmo tempo em que as medidas
esclarecedoras emitidas pelas instituições responsáveis pelo processo
eleitoral têm pouca eficácia na reversão da desinformação.
Os estudos constatam que tentativas das instituições públicas de
anularem a rede de mentiras com uma rede de verdades não são
eficazes, diante da aderência da primeira impressão na mente dos
receptores, fortalecida pelos mecanismos citados (variedade e
<https://www.rand.org/pubs/perspectives/PE198.html>. Acessado em 05/08/2021.

2 VLADUTESCU, Stefan e VOINEA, Dan V.. 2016 The Background Of Fake News: Through What Theory Can We
Understand The 2016 Us Presidential Election. Em livre tradução, esses autores explicam que na teoria do two-
step flow, idealizada por Lazarsfel, Berelson e Gaudet em 1948, “os efeitos da mídia são resultado de um
processo de duas etapas: alguns formadores de opinião que foram expostos à influência da mídia transmitem
mensagens ao público em geral e só então os efeitos da mídia são produzidos em grande escala”.
3 BERLINSKI, Nicolas et al. The Effects of Unsubstantiated Claims of Voter Fraud on Confidence in Elections.
Cambridge University Press. Journal of Experimental Political Sciense. 2021.P. 1-16. Disponível
<https://www.cambridge.org/core/journals/journal-of-experimental-political-science/article/effects-of-
unsubstantiated-claims-of-voter-fraud-on-confidence-in-elections/9B4CE6DF2F573955071948B9F649DF7A>.
Acessado em 02/08/2021.
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Fl. 326
SR/PF/DF
quantidade de canais, rapidez, continuidade etc.). Resta às
2021.0061542
instituições a adoção de condutas que desestimulem a prática e que
foquem nos objetivos buscados pelos promotores da desinformação,
não na desinformação em si.
Outro ponto de interesse com repercussão eleitoral é que o sistema
brasileiro é baseado no financiamento público de campanhas, cujo
valor é utilizado na campanha dos candidatos via partidos políticos,
enquanto o financiamento privado é permitido diretamente aos
candidatos dentro das limitações e exigências estabelecidas pela
legislação eleitoral. Com o emprego do modelo de influência já
discutido (monetização online), realizado por meio das redes sociais,
torna-se difícil realizar uma fiscalização eficaz e abre-se espaço para
o abuso de poder econômico ou político.
Conforme os relatórios de polícia judiciária nº 01/2021 (anexo I) e nº
02/2021 (anexo II), elaborados com base em fontes abertas,
identificou-se referida prática, convergente com o modo de agir aqui
descrito, em relação à difusão de supostas fraudes no processo
eleitoral com o emprego de urnas eletrônicas, tendo como figura
central, neste caso específico, o Exmo. Sr. Presidente da República
JAIR MESSIAS BOLOSONARO.
No evento citado, identifica-se um processo de dupla sustentação:
os canais que repercutem as insinuações ganham com o número de
visualizações geradoras da monetização; de outro lado, fortalece-se
a narrativa do emissor pela multiplicidade de canais que reiteram a
mensagem. Além disso, há os canais que se realimentam mutuamente
com difusões de outros canais (ex. lives), ampliando o lucro com a
monetização. Quanto mais polêmica e afrontosa às instituições for a
mensagem, maior o impacto no número de visualizações e doações,
reverberando na quantidade de canais e no alcance do maior
número de pessoas, aumentando a polarização e gerando
instabilidade por alimentar a suspeição do processo eleitoral, ao
mesmo tempo que promove a antecipação da campanha de 2022
por meio das redes sociais.
Os atos de polícia judiciária aqui realizados consistiram em

oitivas de pessoas em torno do fato (termos de declaração), análise
correicional; relatórios de análise de polícia judiciária, relatório de
auditoria do sistema de polícia judiciária, acesso a dados diversos e
requisições de documentos.
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Fl. 327
SR/PF/DF
Com o encerramento dessas atividades, apresenta-se2021.0061542
a
compilação das ações e, na sequência, discutir-se-á o mérito da
apuração e respectiva conclusão.
2. DAS DILIGÊNCIAS INSTRUTÓRIAS

Foram realizados os seguintes atos, registrados no caderno
principal:
DATA ATO EVENTO
24/08/2021 Expedição de ofício nº Análise correicional do inquérito policial
3966195/2021-SR/PF/DF divulgado e os demais atos de investigação.
à Corregedoria
Regional (COR/SR/DF)
25/08/2021 Expedição de ofício nº Solicitação de informações a respeito de
3981419/2021-SR/PF/DF consulta e acessos nos sistemas de polícia
à Corregedoria-Geral judiciária (ePol e SISCART) ao inquérito policial nº
(COGER/PF) 1361/2018-SR/PF/DF
25/08/2021 Informação nº Correição parcial no Inquérito Policial nº
20059881/2021- 1361/2018-SR/PF/DF, solicitada pela autoridade
NUCOR/COR/SR/PF/DF policial responsável pela instrução do IPL
2021.0061542-SR/PF/DF (INQ 4878-STF)
31/08/2021 Termo de declarações Oitiva de VICTOR NEVES FEITOSA CAMPOS
02/09/2021 Expedição de ofício nº Solicitação de envio de cópia do processo SEI! nº
4146517/2021-SR/PF/DF 08280.008965/2021-26 e de informações sobre o
encaminhamento do inquérito policial nº
1361/2018-SR/PF/DF para o deputado federal
FILIPE BARROS.
10/09/2021 Termo de depoimento Oitiva de IVO DE CARVALHO PEIXINHO
13/09/2021 Relatório contendo Transcrição fonográfica da Live presidencial do
transcrição dia 04/08/2021
17/09/2021 Termo de declarações Oitiva de FILIPE BARROS BAPTISTA DE TOLEDO
RIBEIRO
23/09/2021 Expedição de ofício nº Solicitação de envio da cópia da capa do
4490871/2021- SR/PF/DF inquérito policial nº 1361/2018- SR/PF/DF, em
atendimento a requisição da PGR/MPF.
23/09/2021 Ofício nº 38/2021- Envio de cópia da capa do inquérito policial nº
GRCC/DRCOR/SR/PF/DF 1361/2018-SR/PF/DF
29/09/2021 Termo de declarações Oitiva de MARIO ALEXANDRE GAZZIRO
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Fl. 328
SR/PF/DF
(participante da live presidencial) 2021.0061542
01/10/2021 Termo de declarações Oitiva de FILIPE BARROS BAPTISTA DE TOLEDO

RIBEIRO
15/10/2021 Decisão judicial Prorrogação da investigação por mais 60 dias, a
contar de 13/10/2021
18/10/2021 Relatório de análise de Resposta a solicitação de auditoria dos sistemas
polícia judiciária nº de polícia judiciária (ePol e SISCART) relacionado
001/2021 – ao inquérito policial instaurado inicialmente no
SINV/COAIN/COGER/PF SISCART sob o nº 1361/2018-SR/PF/DF.
20/10/2021 Relatório de análise de Relatório sobre a live presidencial do dia
polícia judiciária nº 04/08/2021
001/2021-SR/PF/DF
22/10/2021 Termo de declarações Oitiva de MAURO CESAR BARBOSA CID
09/11/2021 Termo de declarações Oitiva de DANIEL BARBOSA CID (irmão de MAURO
CID)
24/11/2021 Despacho Indiciamento de MAURO CESAR BARBOSA CID,
fundamentado com reconhecimento da materialidade e
indicação de autoria de FILIPE BARROS BAPTISTA
DE TOLEDO RIBEIRO e de JAIR MESSIAS
BOLSONARO.
24/11/2021 Expedição de ofício nº Solicitação de autorização de oitiva do Sr. JAIR
5296761/2021-SR/PF/DF MESSIAS BOLSONARO.
29/11/2021 Decisão judicial Autorização para realização de oitiva, no prazo
máximo de 15 (quinze) dias, do Sr. JAIR MESSIAS
BOLSONARO.
29/11/2021 Expedição de ofício nº Solicitação de agendamento de oitiva do Sr. JAIR
536307/2021-SR/PF/DF MESSIAS BOLSONARO.
13/12/2021 Decisão judicial Autorização do pedido formulário pela AGU para
prorrogação do prazo para realização de oitiva
do Sr. JAIR MESSIAS BOLSONARO, estendendo-o
até o dia 28/01/2022.
6/12/2021 Expedição de Reiteração da Solicitação de agendamento de
mensagem de correio oitiva do Sr. JAIR MESSIAS BOLSONARO.
eletrônico
24/01/2022 Relatório de análise nº Análise ao conteúdo de dados armazenados em
001/2022-SR/PF/DF serviço de nuvem utilizados por MAURO CESAR
BARBOSA CID
27/01/2022 Decisão judicial Determinação de realização da oitiva do Sr. JAIR
MESSIAS BOLSONARO no dia 28/01/2022, às 14h,
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SR/PF/DF
em unidade da Polícia Federal, considerando o
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não atendimento da decisão anterior.
2.1. DAS OITIVAS REALIZADAS

A maior parte dos dados que fundamentam a presente
investigação provém de fontes humanas, cujo conteúdo das narrativas
deve ser interpretado com a consciência dos interesses em torno dos
emissores da informação.
A primeira pessoa ouvida foi VICTOR NEVES FEITOSA CAMPOS,
delegado de Polícia Federal, então presidente do inquérito policial nº
1361/2018-SR/PF/DF, que informou, em apertada síntese, que não havia
conclusão de mérito dos fatos ali investigados, bem como esclareceu
que o fornecimento de cópia do mencionado inquérito policial se deu
em atendimento a uma solicitação formal apresentada à Polícia Federal
pelo relator da proposta de emenda constitucional (PEC) nº 135/2019,
deputado federal FILIPE BARROS, com a finalidade de subsidiar os
debates na comissão da referida PEC. Seguem alguns trechos do termo
de declarações:
“Indagado qual o objeto do inquérito mencionado (fato apurado),
respondeu QUE apurar a veracidade da ocorrência de suposta
invasão ao sistema do TSE, a qual teria ocorrido em setembro de 2018,
porém com divulgação na mídia somente em novembro de 2018; (…)
Indagado se havia alguma conclusão de mérito em relação a
existência de autoria, materialidade ou circunstâncias do suposto
crime ali investigado, respondeu QUE não existia, uma vez que a
investigação ainda estava em andamento; (…) Indagado
especificamente se algum parlamentar (ou alguém por ele) procurou
informações a respeito do inquérito, respondeu QUE o único pedido
que o declarante teve ciência por parte de parlamentar foi o de
solicitação de fornecimento de cópias do mencionado inquérito para
o Deputado Federal FILIPE BARROS; (…) QUE no dia 04/08/2021 o
declarante foi surpreendido com a informação de que o Deputado
Federal FILIPE BARROS e o Presidente da República estavam
divulgando o inquérito policial nº 1361/2018 na live; Indagado se
forneceu cópia de referido inquérito (integral ou parcial), respondeu
QUE foi fornecido a cópia integral dos autos do inquérito; Indagado
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SR/PF/DF
sobre qual a finalidade do repasse (motivou o pedido), isto é, a que2021.0061542
se
destinava a cópia repassada, respondeu QUE a cópia repassado do
inquérito tinha por finalidade atender demanda do relator da
comissão especial da PEC 135/2019 nos debates junto a aquela
comissão; QUE o pedido de fornecimento de cópia do referido
inquérito foi feito por uma autoridade legitima e para o uso especifico,
explicitado no oficio CE nº 00015/2021; QUE reforça que a finalidade
da autorização de fornecimento de cópia do inquérito se deu para
“subsidiar os debates na comissão” da PEC 135/2019; Indagado se, em
algum momento, foi informado ao declarante que a mencionada
cópia do inquérito seria empregada com o fim diverso da solicitação,
isto é, para subsidiar a realização da live realizado pelo Exmo. Sr.
Presidente da República no dia 04/08/2021, respondeu QUE não foi
comunicado; (…) Indagado se, como presidente do inquérito,
identificou nos autos qualquer elemento que permitisse afirmar que
houve manipulação de votos ou fraude em qualquer eleição,
respondeu QUE não identificou nenhum elemento que pudesse
afirmar isso; Indagado se, como presidente do inquérito, identificou
nos autos qualquer elemento que permitisse afirmar que houve
ataque à integridade das urnas eletrônicas, respondeu QUE não
identificou nenhum elemento que pudesse afirmar isso; (…) QUE o
declarante acrescenta que caso se entenda que exista informação
sigilosa ou restrita nos autos fornecido ao deputado federal FILIPE
BARROS, esse dever de sigilo foi repasso formalmente ao Deputado
Federal na medida que em que houve uma resposta formal da Polícia
Federal ao pedido também feito formalmente; QUE o tal dever de
sigilo esta previsto nos artigos 20 e 21 do ato da mesa da Câmara dos
Deputados nº 45 de 16 de julho de 2012.”
No dia 10/09/2021, foi ouvido IVO DE CARVALHO PEIXINHO,

perito criminal da Polícia Federal. Ele foi responsável por elaborar dois
relatórios de análise de alta tecnologia para serem utilizados no bojo do
Inquérito policial nº 1361/2018-SR/PF/DF. Seguem alguns trechos do termo
de declarações:
(...) Indagado se atuou no Inquérito Policial 1361/2018, respondeu QUE
os dois relatórios produzidos pelo setor do depoente foram juntados ao
IPL 1361/2018; QUE o setor do depoente produziu dois relatórios de
análise de alta tecnologia – RAAT; (...) Indagado foi procurado por
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SR/PF/DF
algum integrante do governo federal para tratar de assuntos
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relacionados ao IPL 1361/2018, que foi objeto da live produzida no dia
04/08/2021, respondeu QUE apenas recebeu mensagens, por meio do
aplicativo WhatsApp, do interlocutor que se identificou como Dep.
Felipe Barros, telefone (61) 9694-4343; QUE FELIPE BARROS encaminhou
a primeira mensagem, se apresentando no dia 02/08/2021; QUE no dia
03/08/2021, FELIPE BARROS encaminhou outra mensagem dizendo:
“Está em BSB? Gostaria de falar contigo”; QUE o depoente respondeu
dizendo: “Boa tarde. Estou em Brasília, porém estou em teletrabalho e
isolamento social. Caso haja algum interesse em reunião, sugiro que
seja seguido os canais hierárquicos”;
Na sequência, foi ouvido FILIPE BARROS BAPTISTA DE TOLEDO

RIBEIRO, deputado federal e relator da PEC nº 135/2019, o qual,
devidamente acompanhado de seu advogado, utilizou o seu direito
constitucional de permanecer em silêncio, alegando que o seu
representante legal não teria tido vista dos autos antes da data da sua
oitiva. Agendou-se nova data para permitir que o deputado federal
expusesse seu ponto de vista a respeito dos fatos.
Posteriormente foi ouvido MARIO ALEXANDRE GAZZIRO,
participante da live do dia 04/08/2021. Ele é professor do curso de
engenharia e de computação forense. Referido declarante atuou como
membro e presidente do Comitê de Tecnologias Eleitorais da Sociedade
Brasileira de Computação, que tem a função de avaliar tecnologias
eleitorais no âmbito público(governamental), bem como na comissão da
PEC nº135/2019, assessorando o deputado federal FILIPE BARROS. Em suas
declarações, MARIO GAZZIRO informou que, ao receber do deputado
federal FILIPE BARROS cópia dos autos do inquérito policial nº 1361/2018-
SR/PF/DF, foi alertado que se tratava de procedimento sigiloso. Além
disso, pelo estudo feito no referido inquérito, o declarante atestou que
não é possível indicar que houve fraude e/ou manipulação de votos nas
eleições de 2018, inclusive tal conclusão toi repassada ao deputado
FILIPE BARROS. Seguem alguns trechos do termo de declarações:
(...) Indagado quais as atividades foram realizadas no interesse da
mencionada comissão, respondeu QUE atuou realizando
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SR/PF/DF
assessoramento de questões técnicas relativas à urna eletrônica eo
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voto impresso, juntamente com outros professores convidados; (...)
QUE também atuou assessorando o deputado Federal FILIPE BARROS
na análise dos autos do IPL nº 1361/2018-SR/PF/DF; (...)Indagado se foi
fornecido algum documento relacionado a investigações da polícia
federal (quem, qual, quando, onde e como), respondeu QUE sim; QUE
o declarante recebeu, por meio do WhatsApp, em formato PDF, os
autos do IPL nº 1361/2018-SR/PF/DF; QUE os autos foram encaminhados
ao declarante pela pessoa do Deputado Federal FILIPE BARROS; QUE
tinha ciência de que se tratava de um documento sigiloso; QUE o
Deputado Federal FILIPE BARROS e declarante entenderam que pelo
fato de o Inquérito ter sido encaminhado à [comissão] da PEC
135/2019, o declarante como assessor poderia ter acesso aos autos
para realizar a análise técnica; (...) Indagado como se deu a sua
participação na elaboração/participação da live do dia 04/08/2021
do Exmo. Sr. Presidente da República na qual foi divulgado o teor do
inquérito policial nº 1361/2018-SR/PF/DF, respondeu QUE inicialmente
não sabia que iria participar da live; QUE viu pelo Twitter que o
Deputado iria participar da live; QUE em seguida recebeu uma
mensagem pelo WhatsApp do produtor do programa Pingo nos IS da
Jovem Pan, convidando o declarante a participar da live; QUE
acredita que o próprio Deputado Federal FELIPE BARROS tenha
passado seu contato ao produtor do programa; (...)QUE os
participantes basicamente queriam saber as impressões do
declarante sobre o conteúdo do inquérito policial vazado (inquérito
policial nº 1361/2018-SR/PF/DF); QUE sempre que o Presidente tentava
alegar que a invasão do sistema do TSE em 2018 poderia indicar a
fraude (ou possibilidade de fraude) nas eleições, o declarante
afirmava que isso seria apenas uma conjectura; QUE não concordava
com as insinuações do Presidente da República de que a invasão
corrida em 2018 nos sistemas do TSE indicaria uma fraude nas eleições
do mesmo ano; QUE inclusive comentou ao Deputado que o TSE, após
a invasão de 2018, corrigiu as falhas identificadas; QUE nunca afirmou
que houve fraude do nas eleições de 2018; (...) Indagado se, de
alguma forma, assessorou, intermediou ou orientou qualquer
participante na live ou pessoa relacionada ao governo federal,
respondeu QUE não; QUE não tinha conhecimento de que eles iriam
vazar o inquérito; QUE inclusive criticou o formato da live anterior
realizada pelo Presidente da República publicando vídeos da internet
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SR/PF/DF
sem qualquer credibilidade sobre possíveis fraudes nas urnas
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eletrônicas; QUE se soubesse que iriam vazar o inquérito policial não
teria participado da live; (...) Esclarecido ao declarante que a análise
correcional do referido inquérito policial não identificou qualquer
conclusão sobre a existência de fraude e/ou manipulação de votos e
que o objeto do inquérito não trata de possível fraude e/ou
manipulação de votos, indaga-se ao declarante de onde foram
extraídas as insinuações de tais ocorrências, respondeu QUE chegou
a mesma conclusão do inquérito; QUE não dá pra saber o que
aconteceu na invasão ao sistema do TSE em 2018; QUE o único fato
grave é a invasão em si e a demora em detectar a invasão; QUE pela
analise do inquérito não há indicativo de que houve fraude e/ou
manipulação de votos nas eleições de 2018; QUE foi esse, inclusive, o
assessoramento que o declarante deu ao Deputado Federal FELIPE
BARROS; (...) QUE o objetivo do Deputado Federal era identificar
alguma fragilidade no sistema eleitoral, com base nas informações do
inquérito, para subsidiar a aprovação do voto impresso; QUE entende
que o objetivo de acesso ao inquérito foi desvirtuada na live do dia
04/08/2021; (...) Indagado se, quando lhe foi fornecido acesso a
cópias de documentos do inquérito policial nº 1361/2018-SR/PF/DF,
alguém o alertou quanto ao sigilo legal de referido procedimento,
respondeu QUE sim; QUE o Deputado Federal FELIPE BARROS alertou o
declarante de que o inquérito era sigiloso;”
Oportunizada nova data, foi realizada a oitiva de FILIPE

BARROS BAPTISTA DE TOLEDO RIBEIRO, deputado federal e relator da PEC
nº 135/2019. Ele foi responsável por entregar cópia do inquérito policial nº
1361/2018-SR/PF/DF ao Exmo. Sr. Presidente da República e ao seu
assessor, ajudante de ordens MAURO CID, cujo teor foi inserido em
servidor localizado nos EUA, com posterior disponibilização na rede
mundial de computadores, apontando para a ocorrência de desvio de
finalidade especificada em seu ofício CE n° 0015/2021, que tratava de
solicitação de cópia de tal procedimento. Seguem alguns trechos do
termo de declarações:
(...) Indagado sobre qual era a sua função e atribuição junto a
Comissao da PEC 135/2019, respondeu QUE sua função era de relator,
tendo por atribuição realizar reuniões, audiências públicas e ao final
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SR/PF/DF
elaborar relatório sobre o tema discutido; (...) QUE o declarante
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elaborou o ofício n° 15/2021, destinado ao DPF HUGO CORREIA,
Superintende Regional da Polícia Federal no Distrito Federal,
solicitando cópia de todos os inquéritos da Policia Federal no ambito
da SR/PF/DF; QUE esse oficio foi encaminhado por correio eletronico e
fisicamente; QUE recebendo a resposta por correio eletronico; QUE ja
com o oficio elaborado, teve uma reuniao na SR/PF/DF com o
Superintendente, para explicar o prazo da Comissao da PEC 135/2021,
bem como a finalidade de acessar os inqueritos policiais, alem disso,
uma vez que o TSE se localiza em Brasilia, todos os inqueritos que por
ventura existissem estariam ou poderiam estar sendo desenvolvidos na
SR/PF/DF; (...) ; Indagado quem forneceu a numeração do referido
inquerito policial para que pudesse fazer a solicitação formal de copia
a Policia Federal, respondeu QUE recebia diversas informações, via
gabinete do declarante ou via comissao da PEC 135/2021, dentre
essas informaçoes recebeu o numero do inquerito policial; QUE nao
sabe informar a origem ou quem enviou a informação sobre o numero
do referido inquerito; Indagado para qual finalidade foi realizado o
pedido de copia dos autos do inquerito policial n° 1361/2018-SR/PF/DF,
respondeu QUE elucidar as inumeras denuncias recebidas pelo
declarante sobre vulnerabilidades dos sistemas eleitorais, subsidiar os
deputados federais e senadores, como toda sociedade brasileira;
Indagado quem analisou o conteudo do inquerito policial
mencionado, respondeu QUE ao receber o inquerito policial tomou
todas as cautelas para nao divulgar nenhum “fato falso” ou qualquer
interpretação equivocada por parte da comissao da PEC relacionado
ao conteudo do inquerito, para isso estudou e consultou diversas
especialistas na area de informatica, professores universitarios,
cientistas brasileiros e de outros paises e a propria consultoria legislativa
da Camara; (...) ; Indagado sobre qual era o seu papel na produção,
preparação e/ou difusao da live do dia 04/08/2021, respondeu QUE
estava presente no local apenas como um convidado do Presidente
por ser o relator da Comissao da PEC 135/2019; QUE nao teve relação
com produção, preparação e/ou difusao da live; (...) Indagado se
entregou ou determinou a entrega de algum documento sobre os
temas apresentados na live para algum participante desse evento do
dia 04.08.2021 ou a outra pessoa, respondeu QUE nao entregou
nenhum documento; Indagado se entregou, pessoalmente ou por
interposta pessoa, copia do inquerito policial mencionado ou de parte
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SR/PF/DF
dele ao Exmo. Sr. Presidente da Republica, (quem e quando)
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respondeu QUE a copia do inquerito policial foi disponibilizada ao
Presidente no mesmo periodo em que foi disponibilizado aos membros
da Comissao e aos Deputados Federais, conforme informado
anteriormente; QUE entregou pessoalmente a copia impressa do
inquerito ao Presidente; (...) Indagado sobre quando tomou
conhecimento da intenção do Exmo. Sr. Presidente da Republica em
apresentar o inquerito policial como forma de corroborar as alegadas
provas de fraude e/ou vulnerabilidades no sistema eleitoral,
respondeu QUE no dia live, ou seja, dia 04/08/2021, o declarante teve
ciencia que poderia abordar os fatos contidos no inquerito policial;
QUE inicialmente a live iria abordar temas relacionados ao voto
auditavel impresso e sobre PEC 135/2019 como um todo; (...) Indagado
se conhece DANIEL CID e MAURO CID e se repassou copia do inquerito
para referidas pessoas, respondeu QUE conhece o Coronel CID,
ajudante de ordens do Presidente, que salvo engano, ele solicitou,
apos a live, o envio via aplicativo de conversa Whatsapp de copia do
referido inquerito; Indagado se realizou e/ou participou de algum tipo
de reuniao preparatoria para discutir esse tema da que seria exposto
na live (quem participou e determinou a participação, data, objetivo
etc), respondeu QUE nao; (...)Indagado qual a motivaçao para a
difusao do conteudo do inquerito policial, em desvio da finalidade
especificada em seu oficio CE n° 0015/2021 de solicitação de copia
de tal procedimento, respondeu QUE nao houve desvio da finalidade
especificada no oficio;”
Na data de 22/10/2021, MAURO CESAR BARBOSA CID, chefe

militar da ajudância de ordem do presidente da república, compareceu
em sede policial para realização de sua oitiva. MAURO CID, para justificar
suas ações, informou ter tido acesso a um documento da Polícia Federal
apresentado por FILIPE BARROS atestando a “inexistência de sigilo” do
inquérito policial nº 1361/2018-SR/PF/DF, informação essa inexistente nos
autos. De outro lado, confirma ter publicizado o teor do inquérito, por
determinação do presidente da república, bem como expôs que a
finalidade da live era a divulgação desse documento. Seguem alguns
trechos do termo de declarações:
(...) Indagado se esteve presente na live realizada no dia 04/08/2021
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SR/PF/DF
pelo Exmo. Sr. Presidente da República, respondeu QUE esteve
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presente; Indagado qual o seu papel nessa live, isto é, qual a sua
incumbência durante essa transmissão, respondeu QUE na verdade foi
uma entrevista com o programa Pingos nos Is que se transformou em
uma live; QUE ficou incumbido da preparação do ambiente, ou seja,
organização logística e contato com a produção do Pingo nos Is;
Indagado quais os tipos de transmissão existente no momento da live,
respondeu QUE existiam duas câmeras, uma para a transmissão para
o página pessoal do Presidente no Facebook, outra para a transmissão
para o canal pessoal do Presidente no Youtube , além de um laptop
para transmissão direta ao programa Pingo nos Is; (...) Indagado sobre
quem era o responsável pela produção, preparação e/ou difusão da
live do dia 04/08/2021, respondeu QUE live foi apresentada de forma
extraordinária a pedido do Deputado Federal FILIPE BARROS, pois a
ideia era apresentar o conteúdo do inquérito policial envolvendo o
caso relacionado a invasão no TSE; QUE a produção do conteúdo
ficou a cargo do deputado FILIPE BARROS e a logística a cargo do
declarante; QUE no mesmo dia, ou seja, dia 04/08/2021, o Presidente
conversou com FILIPE BARROS sobre o conteúdo que seria divulgado
na Live, no Palácio da Alvorada, não se recordando que se tal
conversa ocorreu no período da manhã ou da tarde; Indagado sobre
quando tomou conhecimento da intenção do Exmo. Sr. Presidente da
República em apresentar o inquérito policial n° 1361/2018-SR/PF/DF
como forma de corroborar as alegadas provas de fraude e/ou
vulnerabilidades no sistema eleitoral, respondeu QUE tomou ciência
da intenção do Presidente durante a reunião acima mencionada;
QUE nessa reunião o Deputado Federal FILIPE BARROS trouxe o
inquérito impresso para a mostrar ao Presidente e explicar o seu
conteúdo; QUE o Deputado FILIPE foi indagado pelo declarante e pelo
Presidente se tal inquérito seria sigiloso, sendo que o Deputado FILIPE
respondeu que não era sigiloso e apresentou um oficio no qual o
Deputado Federal FILIPE teria solicitado o mencionado inquérito, bem
como perguntado se o mesmo era classificado, sigiloso ou reservado;
QUE a resposta do Delegado que forneceu o inquérito teria sido que
não haveria tal sigilo; QUE o declarante e o Presidente tiveram acesso
ao oficio do Delegado de Polícia informando a inexistência de sigilo
em relação aos atos; QUE o documento ficou em posse do Deputado
FILIPE BARROS; QUE perguntado ao declarante se o Deputado FILIPE
teria explicado o motivo de ter solicitado o mencionado inquérito a
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SR/PF/DF
Policia Federal, respondeu QUE já estava implícito que por ser o relator
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da PEC do voto impresso auditável ele teria solicitado para subsidiar
os trabalhos e debates junto aquela comissão; QUE durante a reunião
o Deputado FILIPE apresentou os dados existentes dentro do inquérito,
ou seja, fatos relatados nos documentos ali existentes, sendo que não
apresentou qualquer tipo de conclusão quanto existência de fraude
ou manipulação de votos; (...) ; Indagado se teve acesso a cópia ou
a algum documento relacionado a o inquérito policial n° 1361/2018-
SR/PF/DF, respondeu QUE não teve acesso ao documento físico, mas
que durante a live o Deputado FILIPE BARROS encaminhou via
aplicativo de whatspp, no telefone funcional (61- 99405-4085), a cópia
digitalizada do referido inquérito; QUE o Deputado encaminhou o
mencionado arquivo em razão da solicitação feita pelo Presidente,
pois ele informou que iria divulgar o conteúdo do inquérito nas redes
sociais; QUE diante disso, o Deputado FILIPE encaminhou 4 arquivos,
sendo o conteúdo integral do inquérito e mais três outros de
documentos considerados mais relevantes existentes dentro da
investigação; Indagado como tal cópia foi utilizada pelo declarante,
respondeu QUE o declarante encaminhou esses arquivos para o seu
irmão, DANIEL CID, que reside nos EUA, para que ele disponibilizasse
um link para viabilizar a publicação dos arquivos nas redes sociais do
Presidente; (...) ; Indagado se entregou, pessoalmente ou por
interposta pessoa, cópia do inquérito policial a alguém, (quem e
quando) respondeu QUE encaminhou somente a cópia do inquérito
policial ao seu irmão, DANIEL CID, via aplicativo de conversa
Whatsapp por meio de seu telefone funcional; Indagado se foi feito o
repasse dessas cópias aos meios de comunicação (quem, quando e
como), respondeu QUE não; QUE no entanto o link ficou público após
o termino da live; Indagado sobre quem foi responsável pela
disponibilização de link para acesso a cópia do inquérito policial no
perfil do Exmo. Sr. Presidente da República, respondeu QUE se recorda
que recebeu o link do seu irmão via aplicativo de conversa whatsapp,
e depois reencaminhou para o Presidente, via aplicativo de conversa
Whatsapp; QUE não se recorda se foi o declarante ou o Presidente
que publicou o link enviado na página pessoal do Presidente;(...)”
Como se observará na discussão (tópico 3), essa não teria

sido a única atuação de MAURO CID no apoio a ações de
desinformação promovidas em formato de live presidencial. Foram
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SR/PF/DF
encontrados indícios de sua participação especificamente na live
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presidencial de 21/10/2021 que insinuou uma correlação entre a

vacinação contra a COVID-19 e desenvolvimento da síndrome da
imunodeficiência adquirida (AIDS), objeto do INQ 4888-STF (vide tópico
Discussão).
Foi ouvido DANIEL BARBOSA CID, irmão de MAURO CID, chefe
de engenharia de software e de produtos em duas empresas sediadas
nos EUA. Ele confirma que recebeu, via aplicativo de conversa
WhatsApp, arquivos digitais de MAURO CID com o objetivo de
disponibilizá-los em servidor localizado nos EUA. Seguem alguns trechos
do termo de declarações:
“(...) Indagado se recebeu cópia em arquivo digital dos autos do
inquérito policial nº 1361/2018-SR/PF/DF, respondeu QUE no dia
04/08/2021, recebeu uma ligação pelo aplicativo de Whatsapp, de
seu irmão, MAURO CID; QUE MAURO CID solicitou ao declarante que
colocasse em um servidor três arquivos em formato PDF para
posteriormente criar um link para acesso público ao material; QUE
esclarece que MAURO CID não disse do que se tratava o conteúdo
dos arquivos em fomato PDF; QUE o declarante esclarece que em
nenhum momento acessou o conteúdo dos arquivos digitais e por isso,
não sabia do que se tratava; QUE somente teve noção do conteúdo
quando seu irmão entrou em contato solicitando que o material fosse
retirado do servidor; QUE os arquivos digitais do inquérito policial foram
repassados por MAURO CID ao declarante por meio do aplicativo
Whatsapp; Indagado sobre o que fez após receber o arquivo digital
dos autos do inquérito policial nº 1361/2018-SR/PF/DF, respondeu QUE
abriu o Whatsapp Web, fez o download dos arquivos e sem seguida
realizou uma cópia segura e upload dos arquivos para o servidor
“brasileiros.social”; (...) QUE em seguida encaminhou o link para
acesso ao material a seu irmão, MAURO CID, por meio do Whatsapp;
QUE o servidor “brasileiros.social” foi criado pelo declarante sem um
tema específico para que pessoas pudessem postar assuntos em
língua portuguesa na rede MASTODON; QUE o servidor
“brasileiros.social” foi retirado do ar pelo declarante quando seu
irmão, MAURO CID, solicitou que o link para os arquivos digitais do
inquérito policial nº 1361/2018-SR/PF/DF fosse tornado indisponível; (...)
Indagado com que frequência presta ou prestou esse tipo de auxílio
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SR/PF/DF
a seu irmão (TC EB CID) no interesse dele ou do Exmo. Sr. Presidente2021.0061542
da
República, respondeu QUE já realizou o procedimento de colocar no
ar link relacionados a arquivos em formato PDF a pedido do seu irmão
MAURO CID, umas 5 ou 6 vezes; QUE já questionou seu irmão algumas
vezes se não haveria nenhuma pessoa na equipe do Presidente da
República para realizar tal tarefa; QUE em razão de tal atividade ficar
a cargo de seu irmão, MAURO CID preferiu, nessas situações, pedir
ajuda ao declarante; (...) QUE nesse momento o declarante fornece
(por e-mail) cópia da mensagem trocada com MAURO CID no
aplicativo WhatsApp retratando o encaminhamento dos arquivos
referentes ao inquérito policial nº 1361/2018-SR/PF/DF;”
Na data de 29/11/2021, foi encaminhado ofício nº

536307/2021-SR/PF/DF ao Exmo. Sr. Presidente da República com
solicitação de indicação de data, hora e local para realização da oitiva,
conforme decisão judicial proferida pelo Exmo. Sr. Ministro relator
Alexandre de Moraes, a ser realizada dentro do prazo de 15 (quinze) dias.
Houve confirmação de recebimento pelo chefe de gabinete pessoal do
presidente da república.
No dia 02/12/2021, a Advocacia-Geral da União (AGU)
reiterou tal ciência, solicitando cópia dos autos do inquérito policial nº
2021.0061542 (INQ 4878-STF), a qual foi encaminhada na mesma data.
Na data de 07/12/2021, reiterou-se a solicitação de
indicação de data, hora e local, tendo em vista a proximidadLe do fim
do prazo (14/12/2021) estabelecido em decisão judicial.
Após pedido formulado pela AGU para prorrogação do
prazo para agendamento da oitiva, o juízo determinou que a mesma se
realizasse até o dia 28/01/2022.
Decorrido o prazo estabelecido, não houve atendimento à
ordem judicial mencionada, inviabilizando-se a realização do ato e a
consequente obtenção da perspectiva do Sr. JAIR MESSIAS BOLSONARO
a respeito dos fatos. Essa situação, entretanto, não teve o condão de
impedir a correta compreensão e o esclarecimento do evento, conforme
demonstrado no tópico a seguir.
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SR/PF/DF
3. DISCUSSÃO: 2021.0061542
O cotejamento dos elementos de interesse obtidos durante

a investigação possibilitou que se exarasse o despacho fundamentado
que determinou o indiciamento de MAURO CESAR BARBOSA CID, bem
como apontou autoria, materialidade e circunstâncias do fato,
atribuindo a prática do crime também a FILIPE BARROS BAPTISTA DE
TOLEDO RIBEIRO e a JAIR MESSIAS BOLSONARO, corroborando a ideia de
articulação de um grupo maior de pessoas cuja atuação se insere em
contexto mais amplo, tratado no INQ nº4874. O modo de agir é correlato
ao já apresentado ao TSE por ocasião do inquérito administrativo
instaurado e à PET nº 9842, vinculada ao INQ nº 4781, referente à
promoção de outra live presidencial, no dia 29 de julho de 2021.
A materialidade está comprovada nos documentos que
indicam o fornecimento de cópia do inquérito ao deputado federal FILIPE
BARROS; nos relatórios de análise nº 001/2021 e nº 001/2022; oitivas; bem
como na divulgação de conteúdo da investigação por diversas mídias,
inclusive na conta pessoal do presidente da república e em canais de
comunicação de massa.
Os documentos coligidos indicam que houve um pedido de
acesso formalmente realizado perante a autoridade policial presidente
do inquérito policial nº 1361/2018-SR/PF/DF, em que se indicava que a
solicitação da documentação era feita com uma nítida finalidade:
subsidiar as discussões que eram da relatoria de FILIPE BARROS no âmbito
da PEC nº 135/2019. Significa dizer que essa finalidade apontada no
pedido do parlamentar foi a motivação do ato administrativo do
presidente da investigação para compartilhar conteúdo do inquérito,
cujo sigilo é imposto por lei. Dizendo ainda de outra maneira: se a
finalidade indicada fosse para subsidiar uma live presidencial, a entrega
da cópia do inquérito policial teria sido indeferida (vide termo de
declarações de VICTOR NEVES FEITOSA CAMPOS).
Dois pontos são relevantes nesse tópico: a) a própria leitura
do ofício CE nº 00015/2021 assinado por FILIPE BARROS como relator da
PEC nº 135/2019, solicitando a cópia do inquérito à Polícia Federal, deixa
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SR/PF/DF
claro não só a finalidade apontada, mas especialmente o conhecimento
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do parlamentar quanto ao sigilo legalmente imposto a investigações em

andamento; b) as declarações de MARIO ALEXANDRE GAZZIRO
enfatizam a consciência do parlamentar a respeito do sigilo do inquérito
policial nº 1361/2018-SR/PF/DF, pois “o Deputado Federal FELIPE BARROS
alertou o declarante de que o inquérito era sigiloso” e “que o Deputado
Federal FILIPE BARROS e declarante [MARIO] entenderam que pelo fato
de o Inquérito ter sido encaminhado à [comissão] da PEC 135/2019, o
declarante como assessor poderia ter acesso aos autos para realizar a
análise técnica”.
Entretanto, FILIPE BARROS BAPTISTA DE TOLEDO RIBEIRO, com
desvio de finalidade, entregou referida cópia a JAIR MESSIAS
BOLSONARO, presidente da república, ciente de seu interesse no tema,
muito embora não haja, conforme relatório correicional realizado e oitiva
de testemunhas (vide declarações de MÁRIO ALEXANDRE GAZZIRO),
qualquer indicação de que os fatos apurados naquele inquérito tenham
relação com invasão a sistema de votação ou ocorrência de fraudes em
eleições. As divergências identificadas nas narrativas dos fatos entre os
envolvidos são circunstanciais (data de entrega da cópia, reunião prévia
ou intermediação por MAURO CID, por exemplo), não alterando o
cenário fático.
Todas as pessoas ouvidas que promoveram a divulgação
confirmam suas condutas e a consciência de que o fornecimento de
cópia do inquérito policial em andamento ao deputado federal FILIPE
BARROS foi feito originalmente com o fim específico de subsidiar as
discussões relativas à PEC nº 135/2019. Nesse ponto, desnecessário
ingressar na discussão relativa ao sigilo de documentos enviados pelo
Tribunal Superior Eleitoral ou à presença ou não de documentos
classificados em seu interior, pois o inquérito policial, ao contrário do
processo judicial, possui como regra o sigilo, conforme doutrina
majoritária, posicionamento dos tribunais (inclusive súmula 14 do STF 4) e
4 Estabelece referida súmula que “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
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SR/PF/DF
diante do artigo 20 do Código de Processo Penal. 2021.0061542
Esse, inclusive, é o posicionamento da própria Advogacia-

Geral da União (AGU) ao questionar a divulgação da data limite para
realização da oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República nos autos do
presente INQ 4878-STF (petição 3.375/2022). Ao pedir para reforçar “o
status de sigilo” do presente inquérito e afirmar que “a publicidade
ostensiva [do inquérito] é incompatível com o art.20, do CPP”,
vulnerabilizando os “direitos individuais” de pessoas em torno do fato,
está a AGU apenas reforçando uma previsão legal, cujo
desconhecimento não pode ser alegado por ninguém, muito menos por
agentes públicos.
Além disso, o inquérito policial mencionado continha
diligências investigativas sigilosas em andamento e que não deveriam ter
sido publicizadas a particulares, pois estavam relacionadas à apuração
em curso, conforme apontado no relatório de análise de polícia judiciária
nº 001/2022:
“De forma exemplificativa, a última diligência constante na cópia do
inquérito acessado por MAURO CID, trata-se de um ofício endereçado
à operadora TIM BRASIL, requisitando dados cadastrais de
determinados números de IPs, possivelmente relevantes para
identificação de autoria e materialidade em relação ao fato
investigado.
No último item do ofício policial, a própria Autoridade Policial
requisitante, adverte a empresa quanto à proibição da divulgação do
conteúdo da requisição ao proprietário da conta ou a terceiros, sob
pena de caracterização de crime.”5
As oitivas das pessoas envolvidas indicam entretanto que o

inquérito obtido foi utilizado com desvio da finalidade anunciada ao
presidente do feito, sendo repassado a outros funcionários públicos
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”

5 Refere-se ao teor do item 8 indicado no ofício nº 1705300/2021-GRCC/DRCOR/SR/PF/DF: “Ressalto, por fim,
que a divulgação do conteúdo desta requisição ao proprietário da conta ou a terceiros poderá caracterizar
o crime previsto no parágrafo único do art. 21, da Lei 12.850/2013: ‘Na mesma pena incorre quem, de forma
indevida, se apossa , propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei ‘ e/ou o crime
previsto no art. 153, §1º-A, do Código Penal: Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas,
assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração
Pública: Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa’”.
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SR/PF/DF
(presidente da república e assessor especial MAURO CESAR BARBOSA
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CID) para ser amplamente divulgado como lastro para ilações lançadas
durante a chamada live presidencial, um evento que foi preparado com
o objetivo de divulgar, por vários canais, o conteúdo do inquérito policial
nº 1361/2018-SR/PF/DF como argumento para defender uma narrativa
que os participantes já sabiam ser inconsistente, porque a) o escopo do
inquérito era distinto do que era ali alegado; b) o inquérito sequer fora
concluído (vide relatório correicional); e c) técnicos apontaram a
inconsistência do alegado (vide declaração do professor MÁRIO
ALEXANDRE GAZZIRO), tudo isso viabilizando a promoção de
desinformação e levando a população a erro quanto à lisura do sistema
de votação e à correção dos atos dos agentes públicos envolvidos no
processo, violando o que estabelece o Código de Ética Profissional
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal6:
“VIII: Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la
ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa
interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode
crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro,
da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a
dignidade humana quanto mais a de uma Nação. mas nem sempre
incidem em tipos penais previstos na legislação brasileira”.
Para além da violação ética por integrantes da cúpula da

administração pública federal e por parlamentar federal, observa-se a
incidência da conduta dos envolvidos no tipo penal descrito no artigo
325, §2º, c/c art. 327, §2º, do Código Penal brasileiro (vide despacho
fundamentado):
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que
deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
(...)
§ 2° Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou
a outrem (...)
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
6 Disponível em <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm>. Acessado em 28/01/2022.
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SR/PF/DF
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
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emprego ou função pública.
(...)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos
crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
administração direta, sociedade de economia mista, empresa
pública ou fundação instituída pelo poder público.
Conforme o conjunto probatório, há lastro para afirmar que

FILIPE BARROS BAPTISTA DE TOLEDO RIBEIRO obteve acesso à
documentação com o argumento de que a empregaria no exercício de
suas funções como relator da PEC nº 135/2019, mas utilizou referido
material para auxiliar JAIR MESSIAS BOLSONARO na narrativa de
vulnerabildade do sistema eleitoral brasileiro. Este, para tanto, contou
com a ajuda do assessor especial MAURO CESAR BARBOSA CID, que
também teve acesso à documentação em razão de seu cargo e
disponibilizou o conteúdo da investigação, via conta pessoal do
presidente da república (por determinação deste), com auxílio de seu
irmão. Todos, portanto, revelaram fatos que tiveram conhecimento em
razão do cargo e que deveria permanecer em segredo até conclusão
das investigações, causando danos à administração pela
vulnerabilização da confiança da sociedade no sistema eleitoral
brasileiro e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tudo com a adesão
voluntária e consciente do próprio mandatário da nação.
Por esses motivos, exarou-se despacho fundamentado que
determinou o indiciamento de MAURO CESAR BARBOSA CID no artigo
325, §2º, c/c 327, §2º, do Código Penal brasileiro. Os elementos coligidos
também apontam para a atuação direta, voluntária e consciente de
FILIPE BARROS BAPTISTA DE TOLEDO RIBEIRO e de JAIR MESSIAS
BOLSONARO na prática do crime previsto no artigo 325, §2º, c/c 327, §2º,
do Código Penal brasileiro, pois, na condição de funcionários públicos,
revelaram conteúdo de inquérito policial que deveria permanecer em
segredo até o fim das diligências (Súmula nº 14 do STF), ao qual tiveram
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SR/PF/DF
acesso em razão do cargo de deputado federal relator de uma comissão
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no Congresso Nacional e de presidente da república, respectivamente,

conforme hipótese criminal corroborada. Deixou-se, entretanto, de
promover o indiciamento de FILIPE BARROS BAPTISTA DE TOLEDO RIBEIRO
e de JAIR MESSIAS BOLSONARO em respeito ao posicionamento de parte
dos Excelentíssimos Ministros do Supremo Tribunal Federal, que preconiza
que pessoas com foro por prerrogativa de função na Egrégia Corte só
podem ser indiciadas mediante prévia autorização.
Além disso, a atuação do ajudante de ordens não seria um
fato isolado: o acesso autorizado judicialmente ao conteúdo de dados
armazenados em serviço de nuvem utilizado por MAURO CÉSAR
BARBOSA CID aponta a participação de MAURO CID em outros eventos
(vide relatório de análise nº 001/2022) também destinados à difusão de
notícias promotoras de desinformação da população, como, por
exemplo, no caso da insinuação veiculada na live presidencial do dia
21/10/2021 de que haveria uma suposta associação entre a vacinação
contra COVID-19 e a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).
Esses fatos são objeto de apuração em outro procedimento (INQ 4888-
STF).
A investigação, entretanto, não aponta a participação
dolosa do delegado presidente do inquérito policial nos fatos
subsequentes ao fornecimento da cópia. Nenhuma pessoa ouvida
forneceu elementos que permitissem inferir que a subsequente
divulgação indevida de seu conteúdo, com nítido desvio da finalidade
original, deu-se por aderência de desígnios com os autores do fato ou se
encontrava na esfera da previsibilidade objetiva da autoridade policial.
O repasse de cópia, portanto, é aqui compreendido como uma decisão
tomada no decorrer do exercício da presidência do inquérito, que
compartilhou com outro órgão (Poder Legislativo), com finalidade
específica (auxiliar o relator no debate da PEC nº 135/2019 em comissão
oficial do Congresso Nacional), documento legalmente sigiloso, situação
que ninguém pode alegar desconhecimento.
Por fim, não se procedeu à tomada de declarações de JAIR
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SR/PF/DF
MESSIAS BOLSONARO, diante do não atendimento da ordem judicial de
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comparecimento para oitiva. Essa ausência, por outro lado, não trouxe
prejuízo ao esclarecimento dos fatos.
4. CONCLUSÃO:
Considerando os elementos de interesse coligidos, que
apontam a autoria, a materialidade e as circunstâncias da divulgação,
de conteúdo de inquérito policial por funcionários públicos (presidente
da república, ajudante de ordem e deputado federal), na live do dia 04
de agosto de 2021 e sua publicização por diversos meios, com o nítido
desvio de finalidade e com o propósito de utilizá-lo como lastro para
difusão de informações sabidamente falsas, com repercussões danosas
para a administração pública, dá-se por encerrado o trabalho da Polícia
Judiciária da União.
Sigam os autos ao crivo do Excelentíssimo Senhor Ministro
Relator para as determinações que entender cabíveis, bem como para
avaliar as seguintes proposições da Polícia Federal, independentemente
de eventual início de ação penal pelo MPF:
a) autorização para compartilhamento do inteiro teor deste inquérito
com o INQ nº 4874-STF, tratando-o como evento integrante a ser
analisado em cotejamento com os dados lá contidos;
b) autorização para compartilhamento do relatório de análise nº
001/2022 e RE 2021.0077841-SR/PF/DF (quebra de sigilo telemático),
ambos relacionados a esta investigação, com o INQ 4888-STF,
como subsidio para análise conjunta.
Ao Sr. Escrivão, para as providências de praxe.

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07/12/2021 17:11 Email – delemaph.drcor.srdf@pf.gov.

Re: Agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República SR/PF/DF

DF/SR - Delegacia Repressão Crimes Meio Ambiente Pat. Histórico

Para:Celio Faria Junior <celio.faria@presidencia.gov.br>;

Prezado Sr. Celio Faria Junior

DENISSE DIAS ROSAS RIBEIRO

De: Celio Faria Junior <celio.faria@presidencia.gov.br>

Enviado: segunda-feira, 29 de novembro de 2021 18:41

Assunto: RES: Agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República

Célio Faria Júnior

Enviada em: segunda-feira, 29 de novembro de 2021 16:33

Para: GP - Chefia do Gabinete PR <chefiadogabinetepr@presidencia.gov.br>

Cc: Celio Faria Junior <celio.faria@presidencia.gov.br>

Assunto: Agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República

Re: Agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República SR/PF/DF

Celio Faria Junior <celio.faria@presidencia.gov.br>

Para:DF/SR - Delegacia Repressão Crimes Meio Ambiente Pat. Histórico <delemaph.drcor.srdf@pf.gov.br>;

Cc:bruno.rosa@agu.gov.br<bruno.rosa@agu.gov.br>; Pedro Cesar Nunes Ferreira Marques de Sousa

Prezada Delegada Denise,

Célio Faria Júnior

Prezado Sr. Celio Faria Junior

Chefe de Gabinete Pessoal do Presidente da República

Considerando o teor da mensagem enviada no dia 29 de novembro de 2021, solicitando indicação

DENISSE DIAS ROSAS RIBEIRO

De: Celio Faria Junior <celio.faria@presidencia.gov.br>

Enviado: segunda-feira, 29 de novembro de 2021 18:41

Assunto: RES: Agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República

Célio Faria Júnior

Enviada em: segunda-feira, 29 de novembro de 2021 16:33

Para: GP - Chefia do Gabinete PR <chefiadogabinetepr@presidencia.gov.br>

Cc: Celio Faria Junior <celio.faria@presidencia.gov.br>

Assunto: Agendamento de oitiva do Exmo. Sr. Presidente da República

Senhor Chefe de Gabinete,

EPF Moacir Willmondes

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

Ofício nº 5418488/2021 - SR/PF/DF

A Sua Excelência o Senhor

Assunto: Solicitação de envio

Senhor Ministro Relator,

Solicito a Vossa Excelência o envio dos autos físicos do inquérito policial nº

DENISSE DIAS ROSAS RIBEIRO

Registrado: OFÍCIO ELETRÔNICO 18388_2021 INQ 4878 Delegada de SR/PF/DF

Polícia Federal da Superintendência da Polícia Federal no Distrito

Para:Denisse Dias Rosas Ribeiro <Denisse.dd@pf.gov.br>;

 1 anexos (1019 KB)

Para recuperar a senha de criptografia clique aqui.

Supremo Tribunal Federal

Ofício eletrônico nº 18388/2021

A Sua Excelência a Senhora

AUTOR(A/S)(ES) : SOB SIGILO

(Gerência de Processos Originários Criminais)

Comunico a Vossa Excelência os termos da decisão proferida nos autos em

Ministro Alexandre de Moraes

INQUÉRITO 4.878 DISTRITO FEDERAL

RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES

concessão de prazo adicional de 60 (sessenta) dias para a realização de

sua oitiva nos autos deste inquérito.

Em decisão de 29/11/2021, verificando a pertinência e a possibilidade

da inquirição do Presidente da República para o completo esclarecimento

dos fatos investigados, revelando-se em verdadeiro instrumento de

preservação do direito à ampla defesa e ao contraditório (art. 5º, LV, da

determinei à Polícia Federal que procedesse, mediante comparecimento

pessoal e prévio ajuste de local, dia e hora, à oitiva do Presidente da

República JAIR BOLSONARO, no prazo de 15 (quinze) dias.