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Saúde Pública e Saúde Coletiva:

2 aplicações e relação com o meio


ambiente

Andréia Marega Luz

Introdução
O homem é o grande agente transformador do ambiente natural desde os primórdios.
Vimos no capítulo anterior que ao longo do processo civilizatório inúmeras modificações
foram realizadas no meio ambiente, e perduram até hoje, a fim de suprir as
necessidades da sociedade contemporânea.

Neste contexto, surgiram inúmeras doenças relacionadas com o processo de


urbanização, decorrentes da precária oferta e infraestrutura de saneamento básico.
Paralelamente, vieram as preocupações relacionadas à saúde da população. Dessa
forma, pode-se dizer que a preocupação com a saúde da população não é algo recente,
mas que vem se intensificando ao longo dos anos.

Sabe-se que hoje a população é tipicamente urbana e, grande parte das pessoas vive
em aglomerações urbanas cada vez maiores, que nos leva a refletir sobre três pontos
relevantes: a diversidade de recursos extraídos do ambiente natural, a velocidade dessa
extração e a forma de disposição e tratamento dos seus resíduos sólidos e efluentes
(PHIPIPPI JÚNIOR; MALHEIROS, 2005).

Parada para reflexão

Estes pontos nos levam a uma outra reflexão: Conseguiremos continuar a


alterar o meio ambiente natural sem esgotar os recursos naturais
disponíveis? De que forma essas modificações afetam a saúde da
população?

Por isso, é imprescindível que se tenha uma visão holística, dado ao amplo espectro de
efeitos adversos à saúde, decorrentes de exposições a fatores ambientais, variações
genéticas, variações geográficas, temporais e sociais (CARDOSO, 2005). Neste
contexto, a Saúde Pública e a Saúde Coletiva desempenham um papel fundamental no
estudo das relações entre meio ambiente e saúde.

À vista disso, o presente capítulo tem como objetivo possibilitar a você uma visão
compreensiva e crítica da história da saúde no Brasil, no contexto da Saúde Pública e
da Saúde Coletiva, relacionando-as com o meio ambiente.
Objetivos
Ao final deste capítulo, esperamos que você tenha desenvolvido a capacidade de:

• analisar os aspectos históricos das políticas em Saúde Pública de acordo com o


modelo econômico e seus impactos sobre o meio ambiente;
• apresentar os conceitos básicos de saúde e doença, bem como seus níveis de
atenção em saúde;
• discutir os modelos do processo saúde-doença e os níveis de prevenção, no
âmbito da Epidemiologia Ambiental e da Ecologia urbana;
• promover o desenvolvimento de responsabilidades, competências e atuações
conjuntas eficazes em processos de educação em saúde;
• incentivar reflexões e discussões críticas sobre saúde, meio ambiente e território.

Esquema
2.1 Conceituando Saúde Coletiva e Saúde Pública
2.2 História da Saúde Pública no Brasil
2.3 Processo saúde-doença
2.4 Determinantes de agravo à saúde pública
2.5 A evolução do conceito causal
2.6 Conclusão

2.1 Conceituando Saúde Coletiva e Saúde Pública


Como ponto de partida, pode-se entender a saúde coletiva como campo científico, que
compreende um conjunto de práticas (econômicas, políticas, ideológicas, técnicas etc.)
onde se produzem saberes e conhecimentos acerca do objeto “saúde” e, atividades de
intervenções centradas nos grupos sociais e no ambiente (PAIM; ALMEIDA FILHO,
1998).

Nunes (1994) situa a origem do campo da Saúde Coletiva na década de 1950. Para o
autor, o surgimento desse campo ocorreu em três etapas: a primeira, denominada etapa
pré-Saúde Coletiva, durou quinze anos a partir de 1955, e foi marcado pelo
estabelecimento do projeto de medicina preventiva; o segundo, que durou até o final da
década de 1970, é chamado estágio de medicina social; a terceira vai do final da década
de 1970 até, pelo menos, 1994, quando o autor escreveu o artigo “Saúde coletiva:
história de uma ideia e de um conceito”.

Já a Saúde Pública é definida por Wanless (2004, p. 3) como:

a ciência e a arte de prevenir doenças, prolongar a vida e promover a


saúde por meio do esforço organizado e escolhas informadas da
sociedade, organizações públicas e privadas, comunidade e
indivíduos.
Explicando melhor

Portanto, pode-se afirmar que a Saúde Pública engloba: saneamento básico,


controle das infecções, educação dos indivíduos, organização de serviços
médicos, diagnóstico precoce e tratamento das doenças e o desenvolvimento
de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na sociedade um
padrão de vida adequado à manutenção da saúde.

Observe que a Saúde Pública engloba conteúdos de áreas distintas, tais como a
Ecologia, o Planejamento Ambiental Urbano, as Ciências Médicas, entre outras. Neste
contexto, o profissional de gestão deve analisar a saúde de forma crítica.

Indicação de leitura

Compreender e diferenciar Saúde Coletiva de Saúde Pública pode não ser


uma tarefa simples. Para isso, leia o artigo “Saúde Pública ou Saúde
Coletiva?”, de autoria de Luis Eugenio Portela Fernandes de Souza. O autor
aborda de forma clara as diferenças e semelhanças entre essas duas áreas.
Disponível em:

http://www.escoladesaude.pr.gov.br/arquivos/File/saude_publica_4.pdf

2.2 História da Saúde Pública no Brasil

Os fundamentos de Saúde Pública estão diretamente relacionados à história da saúde


e, por isso, faremos uma análise da história da saúde no Brasil, desde o descobrimento
até os dias atuais. Durante a colonização pelos portugueses, período compreendido
desde o descobrimento até a instalação do Império, o Brasil não dispunha de nenhum
modelo de atenção à saúde da população nativa e, portanto, era realizada pelos pajés
com os recursos da terra, como por exemplo ervas.

Contudo, em 1808, a família real se instalou no Brasil e, por isso, foi criado as duas
primeiras escolhas de medicina do país, bem como foi organizada uma estrutura
sanitária mínima. Até 1850, porém, as ações de saúde pública eram limitadas à
delegação das atribuições sanitárias às juntas municipais e ao controle de navios e
saúde dos portos (POLIGNANO, 2003).

Após a proclamação da República, em 1889, estabeleceu-se no Brasil uma forma de


organização típica do estado capitalista, mas ainda sem um modelo sanitário, que
acabou deixando as cidades brasileiras à mercê das epidemias (BERTOLLI FILHO,
2010). Em 1900, esse cenário levou a cidade do Rio de Janeiro, capital do país na
época, a receber títulos hediondos de um país pestilento, devido às epidemias de
doenças como febre amarela, febre tifoide, malária, varíola, peste bubônica e
tuberculose (PALMA, s.d.).
O então presidente na época (1902-1906), Rodrigues Alves, preocupado com impacto
dessas doenças nas atividades econômicas do país, nomeou o médico sanitarista
Oswaldo Cruz como diretor do Departamento Federal de Saúde Pública, para que
fossem promovidas contra as epidemias que assolavam a cidade do Rio de Janeiro.

Nessa perspectiva, Oswaldo Cruz colocou guardas e soldados da polícia para visitar as
casas em várias regiões da cidade, a fim de combater o mosquito transmissor da febre
amarela. Além disso, intensificou a limpeza pública para acabar com os ratos e erradicar
a peste e, aprovou uma lei que tornava a vacinação obrigatória para erradicar a varíola
(PALMA, s.d.), conforme ilustra a Figura 1, charge de Leonidas Freire, publicada na
revista O Malho, em 1904.

Figura 1: Charge Revolta da Vacina.


Fonte: Guerra Vaccino-Obrigateza!.jpg (1904).

Você pôde perceber que tais medidas foram autoritárias e a oposição ao governo de
Rodrigues Alves, utilizou-se disso para despertar a revolta da população, alegando que
a desinfecção do ambiente e a vacinação obrigatória representam ameaça às famílias,
devido à entrada de pessoas estranhas nos lares (POLIGNANO, 2003). Esse
movimento ficou conhecido como Revolta da Vacina e o modelo de intervenção como
campanhista.

Ampliando o conhecimento

Para conhecer um pouco mais sobre a Revolta da Vacina, assista ao vídeo


“A Revolta da Vacina - Histórias do Brasil” elaborado pela TV Senado de
forma clara e didática, disponível no link, a seguir:

https://www.youtube.com/watch?v=6i6v9f_aWjg.

Este modelo, apesar das arbitrariedades, conseguiu erradicar a febre amarela na cidade
do Rio de Janeiro e, por isso, tornou-se, durante muitas décadas, dominante na
intervenção da saúde coletiva (POLIGNANO, 2003).
Em 1920, Carlos Chagas, biólogo e médico sanitarista, assumiu e reestruturou a
Diretoria Nacional de Saúde, incluindo a propaganda e a educação sanitária na
intervenção da saúde coletiva (SILVA, 2007). Nesta época, a principal atividade
econômica do Brasil era a monocultura cafeeira e, portanto, a concentração de recursos
e serviços de saúde estava voltada para os espaços onde havia circulação das
mercadorias, para que as doenças não prejudicassem a exportação de grãos. Este
modelo ficou conhecido como sanitarista campanhista (MENDES, 1996).

A exportação de grãos foi acompanhada de uma urbanização crescente e de grande


utilização de mão-de-obra de imigrantes, sobretudo europeus. Contudo, a falta de
garantias trabalhistas e as péssimas condições de trabalho resultaram na organização
de um movimento operário, que culminaram em greves gerais no país, em 1917 e 1919.

Esse movimento foi o início das conquistas por direito sociais, sendo a primeira delas,
a aprovação, em 24 de janeiro de 1923, da Lei Eloy Chaves, marco inicial da
previdência social no Brasil. Por meio desta lei foram instituídas as Caixas de
Aposentadoria e Pensão (CAP’s) (BREMER, 2010; POLIGNANO, 2003).

Porém, entre 1923 e 1929, o Brasil passou por diversas crises políticas e econômicas,
sendo que a mais severa ocorreu em 1929 e imobilizou temporariamente a exportação
de grãos. Dessa forma, foi necessária uma nova organização do estado e, em 1930,
instala-se a revolução, comandada por Getúlio Vargas, que rompe com a política café
com leite entre São Paulo e Minas Gerais.

Nessa época foi criado o “Ministério do Trabalho”, o da “Indústria e Comércio”, o


“Ministério da Educação e Saúde”. Em 1943, foi homologada a Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT), visando garantir os direitos dos trabalhadores (BREMER, 2010;
POLIGNANO, 2003). Nessa perspectiva, surgiu os Institutos de Aposentadorias e
Pensões (IAP’s), onde os trabalhadores membros eram divididos em categorias
profissionais e não mais por empresa, como na antiga CAP’s.

Já em 1949, foi criado o Serviço de Assistência Médica Domiciliar e


de Urgência (SAMDU) mantido por todos os institutos e as caixas
ainda remanescentes, com o objetivo de viabilizar assistência médica
no interior do país (POLIGNANO, 2003, p. 11).

Contudo, a população rural não estava contemplada nessa assistência médica e, por
isso, em 1956 foi criado o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERU),
incorporando os antigos serviços nacionais de febre amarela, malária, peste (SILVEIRA;
PIMENTA JUNIOR, 2011). Quase dez anos depois, em 1967, ocorreu a unificação de
todas as instituições previdenciárias no Instituto Nacional de Previdência Social
(INPS), que muitos já devem ter ouvido falar ou até mesmo vivenciaram.

Em 1970, o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DENRU) foi


substituído pela Superintendência de Campanhas da Saúde Pública
(SUCAM) com a atribuição de exercer o controle e erradicação de
doenças endêmicas de interesse nacional e das epidemias de doenças
que ponham em risco a segurança de parcelas significativas da
população (BRASIL, 2006, p. 36).

Cinco anos depois foi criado o Sistema Nacional de Saúde (SNS), com o objetivo de
definir o campo de ação na área de saúde, dos setores públicos e privados, para o
desenvolvimento das atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde. Surgiu
então uma demanda muito maior que a oferta. A solução encontrada pelo governo foi
pagar a rede privada pelos serviços prestados à população.
Mais complexo, a estrutura foi se modificando e acabou por criar o Instituto Nacional
de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) em 1978, que ajudou nesse
trabalho de intermediação dos repasses para iniciativa privada (BRASIL, 2003). No
entanto, o INAMPS era restrito aos empregados que contribuíssem com a previdência
social e, os demais eram atendidos apenas em serviços filantrópicos.

Neste contexto, em 1981, como reflexo da crise econômica vivenciada no regime militar,
criou-se o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária
(CONASP), com o objetivo de minimizar custos. Dois anos depois, foi criado um projeto
entre os ministérios da Previdência, Saúde e Educação, a fim de integrar ações
curativas-preventivas e educativas ao mesmo tempo (POLIGNANO, 2003).

Voltando um pouco no tempo, no Brasil, o Movimento da Reforma Sanitária, no final da


década de 70, culminou com a VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986. Essa
conferência sobre saúde propôs que a saúde seja um direito do cidadão, um dever do
Estado e que seja universal o acesso a todos os bens e serviços que a promovam e
recuperem (PAIVA; TEIXEIRA, 2014).

Foi, portanto, na Constituição Federal de 1988 que se cria o Sistema Único de Saúde
(SUS). No entanto, somente em 1990 o governo edita a Lei Federal nº 8080, de 19 de
setembro de 1999, conhecida como Lei Orgânica da Saúde, que dispõe sobre as
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

Ampliando o conhecimento

Para conhecer a Lei Orgânica da Saúde, acesse o link a seguir:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm

Até aqui você pôde perceber que a Saúde Pública está diretamente relacionada com as
condições de alimentação, de trabalho, habitação, acesso aos serviços e infraestrutura
de saneamento, acesso aos serviços de saúde, entre outros fatores. Deve ter notado
também que ao longo da história, a Saúde Pública se adaptou frente aos desafios de
cada momento político, econômico e social.

Por isso, a saúde pública deve ter como objetivo o estudo e a busca de
soluções para problemas que levam ao agravo da saúde e da
qualidade de vida da população, considerando para tanto os sistemas
sociocultural, ambiental e econômico. (PHILIPPI JUNIOR;
MALHEIROS, 2005, p. 20).

2.3 Processo saúde-doença


Agora que você já compreendeu os aspectos históricos da Saúde Pública, sabe que
essa área do conhecimento possui características que permeiam a transdisciplinaridade
e, por isso, torna-se relevante para profissionais de diferentes formações.
Neste contexto, você conseguiria definir o que é saúde? E o que é doença? É correto
definir saúde como ausência de doença? Existe alguém que está vivendo um ideal de
saúde?

Imagine que você esteja em uma consulta médica e, o médico ao examiná-lo espera
encontrar um estado de normalidade, a partir de dados como pressão arterial,
temperatura, batimentos cardíacos, entre tantos outros, não é mesmo? Caso estes
dados apresentem alguma diferença quando comparados com padrões normais, o
médico chega a um diagnóstico. Parece simples, mas você irá perceber adiante, que
definir saúde é mais complexo e envolve diferentes determinantes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a saúde é “o estado de completo


bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. Nota-se a
abrangência e profundidade desse conceito. Neste momento, considerando a
conceituação da OMS, você se considera saudável? Reflita sobre isso e, ao final deste
capítulo, busque responder essa questão novamente.

Analisando o conceito da OMS é possível perceber que ele extrapola o sistema


corpóreo, pois considera a inserção do homem no ambiente social e culmina com sua
estabilidade psicológica (NATAL, 2004). Paralelamente, no campo da Saúde Pública, a
abordagem é ainda mais complexa, pois não avalia apenas um indivíduo, mas expande-
se para uma visão mais abrangente, de saúde coletiva.

Nessa perspectiva, a Organização Pan-americana da Saúde (OPS) traz um conceito


mais holístico, onde:

A saúde, tanto individual como coletiva, é resultado das complexas


inter-relações entre os processos biológicos, ecológicos, culturais e
socioeconômicos que se dão na sociedade, ou seja, é o produto da
inter-relações que se estabelecem entre o homem e o ambiente social
e natural em que vive. (ORGANIZACION PAN-AMERICANA DE LA
SALUD – OPS, 1988, p. 13).

Com certeza, neste momento você já deve estar refletindo se de fato existe algum
agrupamento humano que vive um ideal de saúde ou um completo bem-estar físico,
mental e social. Mesmo em uma cidade qualquer, por mais saudável e sustentável que
seja, haverá pessoas com doenças incubadas, casos clínicos e óbitos.

Também é preciso considerar a visão ecológica da saúde, à luz da Saúde Coletiva ou


das populações. Por isso, vamos relembrar alguns conceitos importantes. Em Ecologia,
a vida é organizada e segue um espectro biológico, do mais simples para o mais
complexo, como por exemplo, célula, tecido, órgão e organismo (RICKFELS, 2010).

Sabemos que os organismos não vivem sozinhos, pois necessitam uns dos outros e em
conjunto foram uma população. As populações de diferentes espécies se inter-
relacionam e formam as comunidades, que por sua vez ocupam um lugar, um nicho
ecológico. Dessa forma, ao se estudar as inter-relações do ambiente com as
comunidades e vice-versa, estamos estudando um ecossistema. Contudo, os
ecossistemas não estão isolados, pois há troca de matéria e energia entre eles e, juntos,
foram a biosfera.

Percebe a complexidade das inter-relações do ponto de vista ecológico? Pois bem,


enquanto o médico atua no âmbito do organismo, a saúde pública trabalha em níveis
mais complexos, de populações, comunidades e ecossistemas! Portanto, pode-se
afirmar que a abordagem da saúde coletiva está alicerçada nos princípios da ecologia.
2.4 Determinantes de agravo à saúde pública
Nessa perspectiva, vamos adentrar no estudo dos determinantes de agravo à saúde
pública. Para facilitar o entendimento, os determinantes foram divididos em três
categorias: ambientais, econômicos e sociais (CARRAPATO; CORREIA; GARCIA,
2017).

Nos determinantes ambientais estão incluídos agentes químicos, físicos e biológicos.


Relembrando o que abordamos no Capítulo 1, vimos algumas consequências das
alterações ambientais na saúde. Por exemplo, as chuvas podem ser intensificadas
decorrente das alterações climáticas, ocasionadas pela queima de combustíveis fósseis
e consequente aumento dos gases do efeito estufa. Essa intensificação das chuvas
pode favorecer enchentes nos centros urbanos e, consequente aumento da incidência
de doenças de veiculação hídrica.

Além disso, a poluição atmosférica pode afetar diretamente a saúde. Segundo dados da
Organização Mundial de Saúde (2019), 50 mil pessoas morrem anualmente por conta
da poluição atmosférica no Brasil. A OMS usa como indicador o material particulado
(mp) 2,5 por ser um dos poluentes mais perigosos, visto que é pequeno e leve, entrando
pelo nariz e garganta e penetrando facilmente nos pulmões e sistema circulatório. A
Figura 2 retrata uma situação comum em muitas cidades no mundo e no Brasil, que é
a presença de poluentes atmosféricos.

Figura 2: Poluição atmosférica.


Fonte: Pixabay (2017).
Ampliando o conhecimento

1. A poluição atmosférica é um dos principais problemas da sociedade


atual, decorrente das ações antrópicas e que têm efeito devastador sobre
a saúde das pessoas. Na reportagem disponível no link a seguir, o
principal canal de notícias da Europa alerta sobre esse assassino
invisível.

https://www.youtube.com/watch?v=9UAF2BdQ0A4

2. Para compreender melhor os efeitos da poluição atmosférica sobre a


saúde, não deixe de ouvir o podcast disponível no link a seguir. Nele, o
professor de medicina da USP, o professor Octávio Pontes Neto, fala
sobre estes efeitos.

https://jornal.usp.br/atualidades/poluicao-atmosferica-pode-levar-ao-
declinio-cognitivo/

Porém, não é só a poluição atmosférica que têm efeitos adversos sobre a saúde.
Sabemos que a água é fundamental para qualquer atividade econômica e
imprescindível para a sobrevivência de todos os organismos vivos. Porém, este recurso
é finito e, pode representar um obstáculo ao desenvolvimento das cidades e à qualidade
de vida. Cabe ressaltar que não estamos falando apenas em disponibilidade de água,
mas, principalmente em qualidade.

Pesquisas têm demonstrado que a água doce, disponível para a população, está
contaminada por produtos químicos e metais pesados de grande impacto para a saúde
das populações. Além disso, a carência de coleta e tratamento de esgotos, têm como
consequência o seu lançamento em corpos hídricos, aumentando a concentração de
matéria orgânica, diminuição do oxigênio dissolvido e consequente mortandade de
fauna aquática. Esse fato, infelizmente é comum e, recebe o nome de eutrofização.

Ampliando o conhecimento

Para compreender melhor o fenômeno da eutrofização, acesse o link


disponível a seguir:

http://ecologia.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/des_eutro.htm

Você já deve ter visto alguma notícia sobre isso. Em dezembro de 2018, foram
recolhidas 89,23 toneladas de peixes mortos na lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de
Janeiro e, em fevereiro de 2019, foram recolhidas mais de 7 toneladas (COMLURB,
2019). Ainda em fevereiro de 2010, no Rio de Janeiro, uma imensa mancha de água
negra e de forte odor se misturou ao mar na praia de Ipanema. O que estes eventos têm
em comum? O fato de terem ocorrido como consequência do lançamento de efluentes
domésticos. Vale ressaltar que esse tipo de poluição coloca a população em risco, visto
que a expõe à microrganismos patogênicos, como por exemplo, agentes causadores de
diarreias.

Indicação de leitura

As fontes poluidoras e/ou contaminadoras dos recursos hídricos são


variadas, assim como os micropoluentes. Por isso, leia as páginas 12 a 16
do arquivo disponível no link a seguir:

http://repositorio.esp.mg.gov.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/74/
TCC%20Alexandra%20_%20para%20encaderna%c3%a7%c3%a3o%20fina
l%20%281%29.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Infelizmente, não é só o lançamento de efluentes domésticos que poluem os corpos


d’água. As atividades industriais geram efluentes com características qualitativas e
quantitativas muito diversificadas, podendo conter sólidos em suspensão, metais
tóxicos, substâncias teratogênicas, mutagênicas e cancerígenas. Além disso, pesquisas
recentes mostram a presença de microplásticos, substâncias medicamentosas,
agrotóxicos, espumas contaminantes, conforme mostra a Figura 3, entre outros.

Figura 3: Microplásticos em microscópio.


Fonte: POLLUTION TIETÊ RIVER.JPG (2007).

Cabe ressaltar que os metais tóxicos podem se bioacumular ou biomagnificar na cadeia


alimentar. A bioacumulação é a absorção dos poluentes pela ingestão direta de água
ou pela ingestão de um algum organismo que já tenha absorvido o poluente. Já a
biomagnificação ocorre de forma progressiva, ou seja, de um nível trófico para outro há
acúmulo de poluente.
Exemplificando!
Suponha que o lançamento de um determinado efluente industrial
contaminou um ambiente aquático com um metal tóxico. Neste ambiente
aquático, o metal foi ingerido por peixes, e se bioacumulou nos tecidos dos
mesmos. O ser humano, ao se alimentar deste peixe, ingere também o metal
tóxico. Agora imagine que esse peixe fosse ingerido por um peixe maior e
este, por sua vez, fosse ingerido por um jacaré. Neste caso, o jacaré teria
uma concentração maior do metal tóxico, visto que ao longo da cadeira
alimentar, a quantidade de metal tóxico aumentou de forma progressiva.

Parada para reflexão

Você já parou para pensar na infinidade de poluentes presentes nos corpos


d’água que são fontes de água para abastecimento? Consegue dimensionar
o quão grande é o desafio de tratar a água para todos estes poluentes? Já
refletiu sobre a ação destes poluentes e da interação entre eles sobre a saúde
da população?

Além disso, os determinantes biológicos incluem os fatores genéticos e exógenos como


os acidentes com mordidas de rato e as infecções causadas por microrganismos
presentes no meio ambiente modificado. Por exemplo, a disposição inadequada de
resíduos sólidos, em lixões a céu aberto, contamina o ar e as águas superficiais e
subterrâneas, tem efeito adverso direto na saúde da população. Outro ponto a destacar
é que o lixo e o lançamento de efluentes sem tratamento, também são ambientes
propícios à existência e proliferação de vetores de interesse para a saúde pública, como
roedores e artrópodes.

Exemplificando!
Mencionamos no capítulo anterior sobre o aumento da incidência de dengue
em períodos chuvosos, bem como sua relação com a expansão urbana de
forma desordenada e a falta de saneamento básico. Porém, doenças como
hepatite A, leptospirose, febre tifoide, entre outras, também preocupam as
autoridades, visto que também representam aumento dos gastos com
atendimento à população.

Além dos determinantes ambientais, os determinantes sociais também possuem efeitos


sobre a saúde da população. Os determinantes sociais influem fatores psicossociais,
hábitos, estilo de vida e aspectos organizacionais (PHILIPPI JUNIOR; MALHEIROS,
2005, p. 18).
Antigamente, acreditava-se que as doenças tinham origem nos miasmas (conjunto de
odores fétidos resultantes da matéria orgânica em putrefação nos solos e lençóis de
água contaminados) (CARRAPATO; CORREIO; GARCIA, 2017). Nessa perspectiva, o
estudo das migrações, por exemplo, tem papel importante como componente de
variação populacional e redistribuição espacial.

Conforme comentado anteriormente, a população mais vulnerável socialmente acaba


sendo excluída para áreas deficientes em infraestrutura de saneamento, moradia e
saúde, que expõe essa população a péssimas condições ambientais, como margens de
córregos, moradias em morros de alta declividade e sujeitos a erosão, entre outros.
Tudo isso, em conjunto com outros fatores, como desnutrição, desgaste físico, ausência
de segurança urbana, entre outros.

Por fim, os determinantes econômicos estão diretamente relacionados com as


diferenças de riqueza material. Por exemplo, populações com menor poder aquisitivo
tendem a ter privação material e comportamentos negativos que afetam diretamente a
saúde, como ausência de atividades físicas, alimentação inadequada, entre outros.
Além disso, o desemprego também afeta a saúde e deve ter atenção especial da Saúde
Pública.

2.5 A evolução do conceito causal


Como você pôde perceber até aqui, a saúde é resultante de um conjunto de fatores que
se relacionam. No entanto, nem sempre foi assim. Neste contexto, é possível dividir a
história da Saúde Pública em períodos que foram marcados por ideias que
predominaram.

O primeiro período ficou conhecido como Unicausalidade Miasmática, onde as


sociedades antigas, conforme já mencionado, acreditavam que a doença era um castigo
de Deus. Essa ideia predominou até o século XIX. Este castigo vinha na forma de forças
invisíveis pelo ar, atingia os indivíduos e provocava doença, sofrimento ou morte,
conforme mostra a Figura 4. Esse castigo ou fluido foi denominado de miasma. Quando
o miasma deixava o corpo do indivíduo, a saúde era reestabelecida. Por isso, muitas
medidas de controle e combate se baseavam em rituais de purificação.

Figura 4: Ritual de purificação de miasma.


Fonte: Cholera art.jpg (1831).
O segundo período é chamado de Unicausalidade Biológica e, ficou marcado pela
evolução da ciência, como a física ótica e o aperfeiçoamento das lentes. Nessa época,
passou-se a conhecer e distinguir o mundo dos micróbios, como as bactérias. A primeira
bactéria descoberta e descrita foi o “antrax bovino” (carbúnculo hemático), como fruto
das pesquisas de Pasteur, Kock e Klebs, entre 1865 e 1878 (AROUCA, 1976).

Ampliando o conhecimento

O antrax ou carbúnculo hemático é uma doença infecciosa que atinge o baço


dos bovinos. Trata-se de uma doença de fácil transmissão e difícil detecção.
Além disso, em 2001, o antrax foi utilizado como arma biológica. Para saber
mais, leia o artigo disponível no link a seguir.

http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/xcnEgwSWEH
nk5RO_2013-5-29-10-51-49.pdf

Nessa perspectiva, à medida que as enfermidades surgiam, estudava-se mais sobre os


seus agentes, ou seja, admitia-se cada vez mais que toda doença possuía um algum
agente biológico. Este período, iniciou-se no final do século XIX, perdurou pelo século
seguinte e chegou até a atualidade. Outro marco deste período foi a descoberta da
penicilina, em 1929, por Fleming. Por isso, este período também foi marcado e
conhecido como a ‘era dos antibióticos”. Contudo, observa-se que neste período,
acreditava-se em um único determinante, que era o agente biológico, sem considerar
outros fatores.

No período seguinte, conhecido como Multicausalidade, o determinismo puramente


biológico começou a ser contestado, devido ao fato de muitas doenças não terem
origem infecciosa. O que motivou essa contestação foi o fato de existirem portadores
sãos do bacilo causador da tuberculose (NATAL, 2004). Nesse sentido, passaram a
estudar quais outros fatores poderiam estar relacionados à doença, já que apenas a
presença do agente biológico não era suficiente para causar a doença.

Cabe ressaltar que para doenças infecciosas, como a tuberculosa, a presença do


agente biológico é um fator necessário. Porém, é preciso considerar o estado
imunológico do indivíduo, fatores alimentares, fatores climáticos, condições de vida e de
trabalho, entre outros. Apesar de já considerar muitos outros fatores, este período ainda
apresentava limitações, do ponto de vista da Saúde Pública.

Neste contexto, encontra-se o quarto período, que vivenciamos atualmente, conhecido


como Tríade Ecológica. Neste modelo, compreende-se a saúde ou a doença como
resultantes das interações estabelecidas entre agente, hospedeiro e ambiente. Na
categoria agente não estão apenas os agentes biológicos, mas também os químicos
(substâncias) e físicos (Sol, radiação, ondas eletromagnéticas, etc.). Em hospedeiro são
consideradas suas características, tais como, sexo, idade, condição socioeconômica,
raças e etnias e, ocupação. E, por fim, em ambiente, analisa-se o clima, a topografia, o
meio biológico.

Contudo, ainda existiram críticas referentes à tríade ecológica, por não avaliarem as
questões sociais de forma profunda. Neste contexto, o quinto período, é conhecido
como Influência Social. Na visão sociológica, o grande motivador do processo de
saúde-doença é a marginalização de grupos vulneráveis. Por fim, o último período,
conhecido como Atualidades, refere-se ao estudo epidemiológico considerando todos
os avanços nas áreas médica, ecológica, microbiológica, como também os fatores
sociais, mas agregando também o avanço tecnológico.

2.6 Conclusão
Ao longo deste capítulo você pôde perceber a complexidade de se conceituar saúde e
os desafios enfrentados pela Saúde Coletiva e pela Saúde Pública. É notório a
necessidade de uma formação abrangente e holística dos profissionais de saúde, para
que possam analisar a saúde como um conjunto de fatores complexos e distintos, que
se inter-relacionam.

Saúde é um valor que todos buscamos e almejamos. Neste contexto, a sociedade


precisa deixar de lado a concepção materialista e lembrar que saúde é qualidade de
vida, que por sua vez está diretamente relacionada com a maneira que exploramos os
recursos naturais.

Dessa forma, o estudo da saúde pública deve contemplar a compreensão clara dos
fatores econômicos, sociais, políticos, tecnológicos e ambientais que acompanham a
história do homem. As modificações ambientais decorrentes das ações antrópicas
devem nortear o estudo pela busca do bem-estar físico e mental.

Resumo

Neste capítulo você estudou aspectos importantes da história da saúde no Brasil, o


processo de unificação da saúde, os determinantes da saúde, bem com os fundamentos
de vigilância ambiental. A história da saúde possibilita compreender quais os processos
que levaram à unificação da saúde e quais os seus objetivos. Além disso, o capítulo
possibilitou a você compreender o conceito de saúde e doença de uma forma
abrangente, considerando determinantes sociais e ambientais.

A relação da saúde com o meio ambiente está presente não só no contexto biológico
das doenças, mas também das ações humanas que impactam o meio ambiente e nas
ações que buscam melhorar a qualidade de vida. Portanto, este capítulo não pretende
esgotar toda a abordagem dessa relação, por isso, é imprescindível que você busque
mais informações e conhecimento a respeito dessa disciplina. Bons estudos!
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