Você está na página 1de 5

Lídia Ricaneli Matéria Promoção a Saúde

Determinantes Sociais
Tópicos Anotações
Saúde:
O conceito de saú de tem sido modificado ao longo do tempo, assim surgiram
mú ltiplas definiçõ es, abaixo destacamos as consideradas mais relevantes.
Em 1946, a Organizaçã o Mundial da Saú de (OMS) definiu a saú de como um
estado de completo bem-estar físico, mental e social e nã o apenas a ausência
de doenças ou enfermidades.
Posteriormente, Milton Terris propô s defini-lo como um estado de bem-estar
físico, mental e social com capacidade para funcionar e nã o apenas a ausência
de doenças ou enfermidades.
A Organizaçã o Mundial da Saú de (OMS), em vista da estratégia de "Saú de para
todos até o ano 2000", qualifica sua definiçã o clá ssica ao propor como
objetivos que os habitantes de todos os países tenham um nível de saú de
suficiente para poder trabalhar produtivamente e participar ativamente da
vida social da comunidade em que vivem.
A saú de abrange, portanto, aspectos subjetivos (bem-estar físico, mental e
social), aspectos objetivos (capacidade de funcionar) e aspectos sociais
(adaptaçã o e trabalho socialmente produtivo).
O conceito de saú de evoluiu ao longo da histó ria de um paradigma médico-
bioló gico para um conceito mais global, o paradigma só cio-ecoló gico, que
engloba e supera o anterior.
O paradigma socioecoló gico, portanto, estabelece o cená rio para a
compreensã o das condiçõ es e causas de saú de e doenças e incorpora
atividades relacionadas à saú de como parte das políticas sociais. Obviamente,
este paradigma deve integrar perspectivas biomédicas, psicossociais e
ecoló gicas. Esta abordagem implica uma revisã o do conceito tradicional de
assistência à saú de, passando dos esquemas puramente assistenciais para
uma maior ênfase em intervençõ es preventivas relacionadas com a melhoria
ambiental e o desenvolvimento de políticas setoriais de natureza só cio-
econô mica.

➥ SAÚDE PÚBLICA: CONCEITO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO.


Atualmente, a Saú de Pú blica é entendida como a Saú de do Pú blico; da
populaçã o e, portanto, engloba todas as dimensõ es coletivas da Saú de. O tema
bá sico e permanente da Saú de Pú blica é a pró pria populaçã o, organizada na
sociedade. O Pú blico nã o é apenas o objeto central da Saú de Pú blica, mas
também seu principal ator.
Entretanto, a conceitualizaçã o e o escopo da Saú de Pú blica, tal como é
considerada hoje, é o produto de uma evoluçã o histó rica. Assim, em 1920,
Winslow definiu a saú de pú blica nos seguintes termos:
"A saú de pú blica é a ciência e a arte de prevenir doenças, prolongar a vida e
promover a saú de e a eficiência física através de esforços comunitá rios
organizados para sanear o meio ambiente, controlar as infecçõ es comunitá rias
e educar o indivíduo quanto aos princípios de higiene pessoal; organizar
serviços médicos e de enfermagem para o diagnó stico precoce e o tratamento
preventivo de doenças, e desenvolver o mecanismo social que garantirá a cada
indivíduo da comunidade um padrã o de vida adequado para a manutençã o da
saú de".
A definiçã o de saú de proposta pela Organizaçã o Mundial da Saú de (OMS:
1946), que afirma que "a saú de nã o é meramente a ausência de doença, mas
um estado de completo bem-estar físico, mental e social do indivíduo".
A saú de pú blica assim considerada é constituída a partir do reconhecimento
da existência de processos e problemas de doenças coletivas. Isto implica que
as organizaçõ es, grupos ou instituiçõ es devem assumir um papel decisivo no
cuidado da saú de da populaçã o e que isto nã o pode ser responsabilidade
exclusiva de cada indivíduo.

➥ Conceito de Medicina Preventiva.


Leavell e Clarck definiram a medicina preventiva como a ciência e a arte de
prevenir doenças, prolongando a vida física e mental.
O século XIX foi chamado o "século da medicina preventiva". Os avanços no
campo da pesquisa, no caso das doenças transmissíveis, o desenvolvimento da
teoria infecciosa e a identificaçã o do agente causador tornaram possível os
meios e instrumentos para a prevençã o de doenças, o que levou ao
desenvolvimento da higiene e saneamento modernos.

➥ Os desafios da Saúde Pública e da Medicina Preventiva.


Em nossas comunidades hoje existem situaçõ es muito heterogêneas nas quais
as doenças infecciosas coexistem com outras doenças crô nicas, e os sistemas
de saú de devem se adaptar para poder controlá -las. Os problemas de saú de
ambiental oferecem outro campo de interesse e desafio para esta disciplina. O
estudo e a gestã o da saú de ambiental é uma especialidade da Saú de Pú blica.
Finalmente, a introduçã o do componente social na aná lise da situaçã o da
saú de e das condiçõ es de vida da populaçã o requer uma saú de pú blica versá til
e criativa para poder enfrentar estes e outros desafios futuros.

➥ Os Determinantes do Estado de Saúde da População.


1. Os determinantes do estado de saúde de acordo com Lalonde

A. O MEIO AMBIENTE: Os fatores que afetam o ambiente do homem têm uma


influência decisiva sobre sua saúde e são, de acordo com os resultados das
pesquisas mais recentes, aqueles com maior impacto sobre ele. No ambiente
natural, aqueles com maior impacto sobre a saúde derivam da poluição
ambiental.
B. ESTILOS DE VIDA E HÁBITOS DE ESTILO DE VIDA: Nas últimas décadas, tem
havido provas consideráveis de que o comportamento e os hábitos de vida podem
ter um impacto negativo sobre a saúde.
C. O SISTEMA DE SAÚDE: entendido como o conjunto de centros, recursos
humanos, meios econômicos e materiais, tecnologias, etc.
D. BIOLOGIA HUMANA: condicionada pela carga genética e fatores hereditários.

2
Este modelo desenvolvido por Lalonde deu origem à aná lise epidemioló gica
de Alan Dever para a avaliaçã o das políticas de saú de, que, em um estudo
sobre mortalidade no Canadá, estimou que o sistema de saú de contribuiu com
11% da reduçã o da mortalidade, enquanto a intervençã o sobre o meio
ambiente a reduziria em 19% e as melhorias nos estilos de vida em 43%,
mantendo inalterados os determinantes genéticos, que nã o foram
modificá veis. Esta interpretaçã o também é questionada por aqueles que
consideram que as conseqü ências para a eficiência dos serviços de saú de
poderiam ser muito enganadoras, uma vez que, com uma alocaçã o de 90% dos
gastos, eles contribuem apenas 11% para a saú de da populaçã o, uma
conclusã o que seria desastrosa para o desenvolvimento de intervençõ es de
saú de específicas.

OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE INCLUEM:

Ambiente social e econômico.


Ambiente físico.
Características pessoais e comportamentos individuais: estes contextos
da vida das pessoas determinam em grande parte suas chances de boa saú de.
Entre os principais fatores que determinam a saú de das pessoas, postulam-se
os seguintes
Renda: A pesquisa concluiu que uma renda mais alta está associada a
melhores indicadores de saú de na populaçã o.
3
Educação: baixos níveis de educaçã o formal estã o associados a saú de mais
precá ria, mais estresse e baixa autoconfiança.
Gênero: Ser feminino ou masculino implica em diferentes tipos de risco de
doença em diferentes idades.
Ambiente físico: á gua limpa, ar limpo, locais de trabalho saudá veis, casas
seguras, comunidades e ruas que contribuem para a boa saú de. Ser
empregado torna-o mais saudá vel, especialmente onde os trabalhadores têm
controle sobre suas condiçõ es de trabalho.
Redes de apoio social: o apoio das famílias, amigos e da comunidade em que
as pessoas vivem leva a uma saú de melhor. Cultura pró pria - valores,
costumes, tradiçõ es e crenças das famílias e comunidades afetam diretamente
a saú de das pessoas.
Fatores genéticos - desempenham um papel importante em certas condiçõ es
de saú de e no risco de desenvolver certos tipos de doenças. Os
comportamentos e estratégias individuais para lidar com e controlar fatores
de risco como dieta balanceada, atividade física, fumo, consumo excessivo de
álcool e lidar com o estresse afetam diretamente o estado de saú de das
pessoas.
Serviços de saúde: O acesso equitativo, oportuno e de qualidade aos serviços
de saú de, sejam eles preventivos ou curativos, também influencia o estado da
saú de.

Análise de documentos: OMS sobre Determinantes de Saúde.


Apesar de atingir a meta dos ODM de reduzir pela metade a taxa de pobreza
extrema, a reduçã o desta taxa na Regiã o quase parou nos ú ltimos anos. Isto
tem sérias implicaçõ es para a Regiã o, pois a pobreza tem um impacto direto
no acesso a moradia decente, serviços, educaçã o, transporte e outros fatores
vitais para a saú de e o bem-estar em geral. De fato, a pobreza é, sem dú vida, o
determinante mais importante da saú de. Para superar obstá culos e alcançar
progresso, é essencial que as políticas sociais reconheçam o papel do gênero
como um forte determinante estrutural da saú de.
Ao abordar os determinantes sociais da saú de, a importâ ncia da açã o
multisetorial enfatizou claramente a inaceitabilidade das grandes
desigualdades na saú de e na saú de como um direito humano. Para agir sobre
os determinantes sociais da saú de na Regiã o das Américas com base na
equidade, é necessá rio reconhecer as causas complexas e muitas vezes
duradouras da saú de e da iniquidade sanitá ria através da ciência social e da
pesquisa epidemioló gica. Um conjunto crescente de evidências levou à
intensificaçã o da açã o em todo o espectro da saú de global com notá vel
engajamento em nível de país na Regiã o das Américas.
A Estratégia de Acesso Universal à Saú de e Cobertura Universal da Saú de da
Organizaçã o Pan-Americana da Saú de observa que as recentes melhorias na
saú de em toda a Regiã o foram devidas em parte aos avanços no
desenvolvimento econô mico e social dos países, à consolidaçã o dos processos
democrá ticos, ao fortalecimento dos sistemas de saú de e ao compromisso
político dos países de atender à s necessidades de saú de de suas populaçõ es. A
estratégia reconhece que políticas e intervençõ es que abordam os
determinantes sociais da saú de e fomentam o compromisso da sociedade
como um todo para promover a saú de e o bem-estar, com ênfase em grupos
em situaçõ es de pobreza e vulnerabilidade, sã o pré-requisitos essenciais para
o progresso em direçã o ao acesso universal à saú de e à cobertura universal da
saú de. Há uma clara necessidade de esforços contínuos para superar a
exclusã o, a desigualdade e as barreiras ao acesso e à utilizaçã o oportuna de
serviços de saú de abrangentes. É necessá ria uma melhor açã o intersetorial
para influenciar políticas, planos, legislaçã o e regulamentos que abordem os

4
determinantes sociais da
saú de, bem como uma açã o
conjunta neste sentido além
do setor de saú de.

Você também pode gostar