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Saúde Coletiva II

Prof. Esp. Luciana Santana Martins


O que é Saúde Coletiva
SAÚDE COLETIVA

• SAÚDE COLETIVA Coletivo: “Que abrange ou


compreende muitas coisas ou pessoas” (Aurélio).
• Atenção a Saúde Coletiva: “É um conjunto de ações de
caráter individual e coletivo, situadas em todos os níveis de
atenção do sistema de saúde voltadas para promoção da
saúde, prevenção de agravos tratamento e reabilitação,
centrado na qualidade de vida das pessoas e do seu meio
ambiente, levando em consideração o contexto histórico
/estrutural da sociedade.
Prevenção

• PREVENÇÃO. O que é?
• PREVENÇÃO. O que é?
• Prevenir é prever antes que algo aconteça e cuidar para que
não aconteça; Prevenção é a ação antecipada tendo como
objetivo de interceptar ou anular a evolução de uma doença;
• Prevenção não apenas para evitar o aparecimento de doença
mais também para interromper o processo da doença que já
se instalou no organismo.
FATORES DETERMINANTES DA DOENÇA

• Endógenos: Fatores determinantes que, no quadro geral da


ecologia da doença, são inerentes ao organismo e
estabelecem a receptividade do indivíduo. • Herança
genética.
• • Anatomia e fisiologia do organismo humano.
• Estilo de vida.
• • Exógenos: Fatores determinantes que dizem respeito ao
ambiente.
• • Ambiente biológico: determinantes biológicos.
• • Ambiente físico: determinantes físico-químicos.
• • Ambiente social: determinantes sócio-culturais.
NÍVEIS DE PREVENÇÃO

• Prevenção Primária: são ações dirigidas para a manutenção


da saúde.
• Prevenção Secundária: ações que visam a prevenção para
regredir a doença.
• Prevenção Terciária: ações se dirigem à fase final do
processo, visa reabilitar o paciente.
SAÚDE PÚBLICA

• Processo Saúde-doença
e
Promoção de saúde
DOENÇA x SAÚDE

Doença: “Falta de saúde; Moléstia específica (que ataca


animais e vegetais); Coisa que incomoda; Vício; defeito;
mania[...]”
(Dicionário Aurélio).

“A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental


e social, e não consiste apenas na ausência de doença.”
(OMS, 1946)

PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
MODELOS EXPLICATIVOS DA DOENÇA NA
HISTÓRIA
• Meados do século XX (Fase da multicausalidade):
Incorporação do psicossocial ao físico e biológico na
explicação das doenças;
Leavell & Clark (1976): tríade ecológica

ROCHA, 2012.
PEREIRA, 2015.
Saúde pública X Saúde coletiva

Campo
“Ciência e do conhecimento,
a arte de prevenir queas
abrange
doenças com oa fito
saúde pública, mas
de prolongar a vida
Saúde coletiva sem passar pelase instâncias
Refere-se
e de promover ao gerenciamento
a saúde o bem-estar
governamentais
esforço, responsáveis
político-governamental
mediante empenho da
por ela;
(programas,
sociedade preocupa-se
serviços,em caráter
organizada, em
Saúde contribuirno com
instituições)
necessariamente o de
sentido estudo
público, ação dode
levar
pública intervenções
governo,
fenômeno voltadas
sem dispensar às
a participação
saúde-doença em
“necessidades
de organizações
populações. sociais de saúde”.
privadas ou esforço
de particulares” (Rouquayrol & Silva, 2013).
FIGUEIREDO, 2012.
MODELOS EXPLICATIVOS DA DOENÇA NA
HISTÓRIA
• Leavell & Clark (1976): modelo da História Natural da Doença:
Busca descrever tanto a história natural quanto a prevenção de
doenças;
Compreende “as inter-relações do agente, do suscetível e do
ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento,
desde [...]o estímulo patológico[...], passando pela resposta do
homem ao estímulo, até as alterações[...]”.

FIGUEIREDO, 2012.
ROCHA, 2012.
PEREIRA, 2015.
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

• HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA


• Fases da história natural da doença
• Fase Inicial (ou de suscetibilidade) – Nesta fase ainda não há
doença propriamente dita, mas existe o risco de adoecer.
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

• Fase Patológica pré-clínica – a doença ainda está no estágio


de ausência de sintomas, mas o organismo apresenta
alterações patológicas.
• Fase Clínica – a doença já se encontra em estágio adiantado,
com diferentes graus de acometimento
Saúde pública X Saúde coletiva
• Década de 1970:
Dado o modelo biomédico sob o qual a saúde era vista, a
área da saúde era tida como a principal fonte de melhorias
no nível de qualidade de vida;
Advento de novos conceitos do processo saúde-doença
(determinantes sociais);
Saúde coletiva é um conceito recente, baseado na
promoção da saúde.
ROCHA, 2012.
PROMOÇÃO DE SAÚDE
• “[...]pode ser compreendida
[...]como uma visão ampliada [...] do
processo saúde-doença e a maneira
de intervir sobre este. Essa
concepção [...]sustenta [...] o
desenvolvimento de Processo deoscapacitação de
ações sobre
indivíduos e comunidades
Proposta disseminada
determinantes socioambientais da para
pela OMS
saúde e de políticas somente
melhorar e na década sua
controlar
públicas de 1980!
saúde.
intersetoriais” (Silva & Senna, 2013).
Carta de Ottawa, 1986.
• “[...]é basicamente uma atividade
no campo social e não um serviço
médico”; “uma ação global [para] http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAe2lQAK-2.jpg

melhoria na qualidade de vida”


(Pinto, 2013).
PROMOÇÃO DE SAÚDE - Histórico
• 1986:1ª Conferência Internacional sobre Promoção de
Saúde em Ottawa → Carta de Ottawa;
• 5 campos centrais de ação:
1. Elaboração e implementação de políticas públicas
saudáveis;
2. Criação de espaços que apoiem a promoção da saúde;
3. Desenvolvimento de habilidades pessoais;
4. Reforço de ação comunitária;
5. Reorientação dos serviços de saúde.
Silva & Senna, 2013.
PROMOÇÃO DE SAÚDE - Histórico
• 1986: 1ª Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde
em Ottawa → Carta de Ottawa;

Promoção de saúde: Estado, comunidade, indivíduos e o sistema de


Saúde: “o mais completosaúde;
bem-estar físico, mental e social
porSaúde
Vai além de
determinado se = objetivo
buscar
condiçõesestilos de vida
de vida
biológicas, saudáveis.
sociais, econômicas,
culturais,
Objetivo: “fazer educacionais,
das escolhas políticasase escolhas
saudáveis ambientais”.
mais fáceis”.
Saúde = recurso de vida
Promoção de saúde: “processo de capacitação das pessoas para
aumentar seu controle e melhorar a saúde”.
“Constatação do papel protagonizante dos
determinantes gerais sobre as condições de saúde”
Silva & Senna, 2013.
Portaria 2.446 de 11 de Março de 2014

Redefine a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS).


Art. 2º A PNPS traz em sua base o conceito ampliado de saúde e o
referencial teórico da promoção da saúde como um conjunto de
estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e
coletivo, caracterizando-se pela articulação e cooperação intra e
intersetorial, pela formação da Rede de Atenção à Saude (RAS),
buscando articular suas ações com as demais redes de proteção
social, com ampla participação e controle social.
Um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde,
no âmbito individual e coletivo;

Caracterizando-se pela articulação e cooperação intra e


intersetorial, pela formação da Rede de Atenção à Saude
(RAS)
Buscando articular suas ações com as
demais redes de proteção social, com
ampla participação e controle social.
Configura uma intervenção transversal e
intersetorial, cujo foco é a qualidade de vida da
população.

Reconhece que os modos de viver (individuos e


comunidades) são uns dos responsáveis pelas mudanças
ocorridas ,ao longo da vida, no processo saúde –
adoecimento.
Não concebe saúde na concepção biomédica

Trata os indivíduos como protagonista de informações

Não limita seu âmbito de atuação no sus, mas em


todos os segmentos e setores da sociedade
• PREVENÇÃO PRIMÁRIA
• Promoção da Saúde - ações destinadas para manter o
bem-estar, sem visar nenhuma doença Educação
sanitária;
• Alimentação e nutrição adequadas;
• Habitação adequada;
• Emprego e salários adequados;
• Condições para a satisfação das necessidades básicas para
o indivíduo.
• Proteção específicas
• Inclui medidas para impedir o aparecimento de uma
determinada doença:
• Imunização;
• Exame pré-natal;
• Quimioprofilaxia;
• Fluorretação da água;
• Eliminação de exposição a agentes carcinogênicos;
• Saúde Ocupacional.
DETERMINAÇÃO SOCIAL DAS DOENÇAS

• OMS (2005): Comissão sobre os Determinantes Sociais da


Saúde (CSDH, na sigla em inglês);
• DSS: “condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham”;
• Brasil: Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da
Saúde (CNDSS) – 2006;

ROCHA, 2012.
• Modelo de DSS de Dahlgren e Whitehead (1991)
DETERMINAÇÃO SOCIAL DAS DOENÇAS

• Recomendações:
Melhorar condições da vida quotidiana;
Combater distribuição desigual de poder, dinheiro e
recursos;
Força de trabalho treinada nos DSS e sensibilização da
opinião pública sobre os DSS.

ROCHA, 2012.
MODELOS DE ATENÇÃO EM SAÚDE

•É uma maneira de organizar os meios de trabalho utilizados


nas práticas ou processos de trabalho em saúde (PAIM,
2003).
• ModeloMédico Assistencial Privatista: é voltado para a
demanda espontânea, predominantemente curativo.
• Modelo Sanitarista: concentra atenção no controle de certos
agravos ou em determinados grupos de risco de adoecer e
morrer, através de campanhas e de programas especiais de
saúde pública.
• Modelo de Vigilância da Saúde: os serviços são voltados para
as necessidades de saúde identificadas na comunidade,
mediante estudos epidemiológicos.
REFERÊNCIAS
• FIGUEIREDO, N. M. A. Ensinando a cuidar em saúde pública. 2012.
• NARVAI, P. C.; FRAZÃO, P. Saúde bucal no Brasil: muito além do céu da boca. Rio de Janeiro:
Editora Fiocruz, 2008.
• OMS (Organização Mundial da Saúde). Constituição da Organização Mundial da Saúde. OMS:
Genebra. 1946. Disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-
Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-organizacao-mundial-
da-saude-omswho.html>. Acesso em: 30 out. 2016.
• PINTO, V. G. Saúde bucal coletiva. 6. ed. São Paulo: Editora Santos, 2014.
• SILVA, A. N.; ALBUQUERQUE, M. A. Fundamentos em saúde bucal coletiva. Rio de Janeiro:
MedBook, 2013.
• SILVA, J. L. L. O processo saúde-doença e importância para a promoção da saúde. Informe-se em
promoção da saúde, n.2.p.03-05. 2006. Disponível em:
<http://www.uff.br/promocaodasaude/informe>. Acessado em: 18/07/2017.
• PEREIRA, M. G. Epidemiologia: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
• ROCHA, J. S . Y. Manual de Saúde Pública e Saúde Coletiva no Brasil. São Paulo: Atheneu, 2012.
• ROUQUAYROL, M. Z.; GURGEL, M. Epidemiologia & Saúde. 7. ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2013.

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