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PSICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA E COLETIVA

NOME: RAÍSSA EDUARDA ALVES MOREIRA

1- Defina o termo Saúde Coletiva.

Campo interdisciplinar de ações e saberes voltados para a promoção, proteção


e recuperação da saúde das populações, respeitando suas diversidades –
entendendo saúde não apenas como ausência de doença, mas um processo
que envolve questões: epidemiológicas, socioeconômicas, ambientais,
demográficas e culturais.

2- Discorra sobre o papel da Saúde Coletiva?

A saúde coletiva propõe a superação das intervenções sanitárias sob a forma de


programas temáticos, voltados a problemas ou grupos populacionais
específicos, com base em uma epidemiologia meramente descritiva e em uma
abordagem normativa de planejamento e administração. Ela adota intervenções
articuladas de promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde, com
base em uma abordagem multidisciplinar, com a contribuição das ciências
sociais, da epidemiologia crítica e do planejamento e da gestão estratégicas e
comunicativas.

3- Diferencie saúde pública de saúde coletiva.

A saúde pública é definida, segundo Winslow, como “a ciência e a arte de


prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde física e a eficiência
através dos esforços da comunidade organizada para o saneamento do meio
ambiente, o controle das infecções comunitárias, a educação dos indivíduos nos
princípios de higiene pessoal, a organização dos serviços médicos e de
enfermagem para o diagnóstico precoce e o tratamento preventivo da doença e
o desenvolvimento da máquina social que assegurará a cada indivíduo na
comunidade um padrão de vida adequado para a manutenção da saúde.”.

Já a saúde coletiva é definida mais recentemente como “campo de produção de


conhecimentos voltados para a compreensão da saúde e a explicação de seus
determinantes sociais, bem como âmbito de práticas direcionadas
prioritariamente para a sua promoção, além de voltadas para a prevenção e o
cuidado a agravos e doenças, tomando por objeto não apenas os indivíduos,
mas, sobretudo, os grupos sociais, portanto, a coletividade.”

4- Discorra sobre a relação da Reforma Sanitária com a construção da


Saúde Coletiva no Brasil.
A saúde coletiva inspirou, com suas diretrizes, o projeto da Reforma Sanitária, e
essa por sua vez deu origem ao Sistema Único de Saúde.
Atualmente a saúde coletiva utiliza de seus elementos de modo a integrá-los nas
estratégias de atenção integral à saúde.
5- Considerando o texto de Scliar (2007). História do Conceito de Saúde,
cite 5 exemplos da evolução do conceito de saúde desde as eras mais
remotas até na atualidade, destacando o conceito de saúde de acordo com
a época histórica.

Grécia: A partir da mitologia grega, várias divindades estavam vinculadas à


saúde. Cultuavam-se a divindade da medicina, Asclepius ou Aesculapius, e duas
outras deusas, Higieia, a Saúde (o seu culto, representa uma valorização das
práticas higiênicas), e Panacea, a Cura (representa a ideia de que tudo pode ser
curado). Além disso, deve-se notar que a cura, para os gregos, era obtida pelo
uso de plantas e de métodos naturais, e não apenas por procedimentos
ritualísticos.
Oriente: No Oriente, fala-se de forças vitais que existem no corpo: quando
funcionam de forma harmoniosa, há saúde; caso contrário, sucedem a doença.
As medidas terapêuticas (acupuntura, ioga) têm por objetivo restaurar o normal
fluxo de energia no corpo.
Idade Média: Na Idade Média europeia, a influência da religião cristã manteve a
concepção da doença como resultado do pecado e a cura como questão de fé.
O cuidado de doentes estava, em boa parte, entregue a ordens religiosas, que
administravam inclusive o hospital, instituição que o cristianismo desenvolveu
muito, não como um lugar de cura, mas de abrigo e de conforto para os doentes.
Procurava-se evitar viver contra a natureza.
Revolução Industrial: A evolução industrial trouxe também uma série de
condições inóspitas aos trabalhadores, naquele período, as fábricas não
ofereciam sequer condições mínimas para que um ser humano pudesse
trabalhar sem ter sua saúde seriamente afetada. Em 1842, Edwin Chadwick
(1800-1890) escreveu um relatório que depois se tornaria famoso: As condições
sanitárias da população trabalhadora da Grã-Bretanha. Chadwick, que não era
médico nem sanitarista, mas advogado, impressionou o Parlamento, que em
1848 promulgou lei (Public Health Act) criando uma Diretoria Geral de Saúde,
encarregada, principalmente, de propor medidas de saúde pública e de recrutar
médicos sanitaristas. Dessa forma teve início oficial o trabalho de saúde pública
na Grã-Bretanha.
Século XX: O conceito da OMS, divulgado na carta de princípios de 7 de abril de
1948 (desde então o Dia Mundial da Saúde), implicando o reconhecimento do
direito à saúde e da obrigação do Estado na promoção e proteção da saúde, diz
que “Saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não
apenas a ausência de enfermidade”.

6- O conceito da OMS, divulgado em 1948, define que “Saúde é o estado do


mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência
de enfermidade”. Esse conceito representa uma evolução no conceito de
saúde, mas ele é suficiente para definir saúde?
a) Sim ou não. Por quê?
Não, ele não é suficiente uma vez que a plenitude de bem-estar em todas as
esferas da vida é uma utopia e está fora do alcance da maioria das pessoas.
Alguns aspectos relacionados à esse conceito de saúde podem se sobressair à
outros na vida cotidiana, e isso não significa ausência de saúde em determinados
indivíduos.

b) Relacione o conceito da OMS com a noção atual de saúde como


qualidade de vida.

De acordo com a OMS, qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua


inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive
e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. O
conceito de saúde se relaciona muito com o conceito de qualidade de vida, uma
vez que há a integração de corpo, mente e contexto social em suas
conceituações. Saúde e qualidade de vida são interligadas.

7- Cite 5 temas significativos da relação dos movimentos sociais com a


saúde.

No Brasil, está presente, por exemplo, em movimentos rurais, como os sem-terra


ou os movimentos de barragens, passando por movimentos de mulheres,
comunidade de base da igreja católica, movimentos negros, sindicatos
profissionais ou movimentos ecológicos.

8- Na temática dos Determinantes Sociais da Saúde, discorra sobre a


diferença de desigualdade e iniquidade social.

Desigualdades em saúde se referem a quaisquer diferenças observáveis entre


subgrupos (de nível econômico, escolaridade, local de residência, sexo, entre
outras) dentro de uma população.
As iniquidades são diferenças (ou desigualdades) consideradas injustas a partir
de um juízo de valor.

9- Sintetize os 3 enfoques para o estudo dos mecanismos através dos quais


os Determinantes Sociais da Saúde provocam as iniquidades de saúde:

1. os físico-materiais: as diferenças de renda influenciam a saúde pela


escassez de recursos dos indivíduos e pela ausência de investimentos
em infraestrutura comunitária (educação, transporte, saneamento,
habitação, serviços de saúde etc.), decorrentes de processos econômicos
e de decisões políticas.
2. os psicossociais: explorando as relações entre percepções de
desigualdades sociais, mecanismos psicobiológicos e situação de saúde,
com base no conceito de que as percepções e as experiências de
pessoas em sociedades desiguais provocam estresse e prejuízos à
saúde.
3. os ecossociais: buscam integrar as abordagens individuais e grupais,
sociais e biológicas numa perspectiva dinâmica, histórica e ecológica.

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