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DO ENVELHECIMENTO
AULA 2
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ausência de doença, determinada por ações pagãs, presença de epidemias,
avanço nas pesquisas médicas e criação de organizações públicas nessa área.
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1.2 Breve histórico sobre saúde
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avanços na ciência, com pesquisas microscópicas. A medicina social possibilitou
condições salubres para trabalhadores no século XVIII (Backes et al., 2009).
Em meados do século XIX, surgiu a ideia de que para cada doença existia
um agente etiológico, em virtude do avanço nas pesquisas e da ampliação dos
conhecimentos adquiridos sobre vírus e bactérias (Backes et al., 2009).
Um dos grandes marcos do século XX, para a área da saúde, foi a criação
da Organização Mundial da Saúde (OMS), obrigando o Estado a promover e
proteger a saúde de todos. Além da OMS, a Constituição brasileira de 1988
garante direito à saúde a todos, por políticas socioeconômicas. No Brasil, outro
marco para a área da saúde foi a regulamentação do Sistema Único de Saúde
(SUS) que, mesmo com avanços lentos em termos de oferecimento de serviços,
atende integral e igualmente à população desde 1988.
Atualmente, o conceito de saúde está ligado a um estado comum, normal
de funcionamento do organismo, ou seja, à condição de ausência de doença. A
ciência determina as percepções de saúde e doença da humanidade, atentando,
sempre, para a relação entre todas as alterações que possam vir a ocorrer com
o ser humano, seja no âmbito físico, seja mental, seja socioeconômico.
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Desde o século XVIII até a atualidade, há grande preocupação sobre o
reconhecimento epidemiológico das doenças, assim como suas formas de
transmissão, aquisição, manifestação orgânica e sintomas, para que o Estado e
a área médica possam buscar formas de prevenir e tratar as diversas patologias
existentes na sociedade humana. À medida que as pesquisas avançam na
descoberta sobre as patologias, as áreas farmacêutica e tecnológica também
progridem, proporcionando tratamentos mais eficazes e sobrevida aos
pacientes. Dessa forma, fica implícita a busca pela saúde orgânica
(funcionamento adequado de células, órgãos e sistemas) ou “não doença” do
organismo.
Nessa compreensão, prevalece o modelo de saúde individual, voltado
para os aspectos biológicos, com os cuidados médicos, atendimento hospitalar
e clínico (público ou privado), uso de equipamentos e medicamentos (Araújo;
Xavier, 2014). Ainda integrado a tal modelo, o ser humano é visto não como um
ser integral, mas fragmentado, pensado na patologia presente. Assim, seu
atendimento e tratamento são feitos levando-se em conta o tipo de patologia,
com os profissionais de cada área médica cuidando das especificidades clínicas.
A necessidade de cuidados específicos para cada tipo de patologia fez
com que houvesse mudança até mesmo na formação de profissionais da área
médica e da saúde. Para Araújo e Xavier (2014, p. 8), a especialização dos
profissionais trouxe “carência de interdisciplinaridade; surgimento das sub-
especializações; limitado desenvolvimento do espírito crítico e dependência dos
interesses econômicos”.
Sob o ponto de vista de saúde como ausência de doença, em uma
sociedade capitalista, o indivíduo que possui alguma patologia fica refém da
indústria farmacêutica e do consumo de serviços médicos. O aumento
populacional trouxe problemas em relação à qualidade no atendimento público,
e muitas vezes não há especialistas e número suficiente de equipamentos,
instrumentos e exames para detecção de doenças, além de oferecimento de
medicamentos e tratamento a toda população. Na busca pela saúde, quanto ao
tratamento de doenças, houve encarecimento do atendimento como um todo
(atendimento médico, diagnóstico e tratamento), o que fez com que a população
com condições econômicas privilegiadas venha dispor de parte da renda para
contratação de planos de saúde privados.
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Contudo, podemos afirmar que a saúde considerada como ausência de
doença ainda é um conceito muito presente entre a população mundial,
principalmente na visão ocidental.
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de um atendimento holístico, haja vista que as doenças e a percepção de saúde
são multifatoriais.
Nesse sentido multifatorial, a Organização Pan-Americana de Saúde
(OPAS) (2005), propõe indicadores para mensurar a saúde com base na
observação de grupos e espaços geográficos:
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2. Doenças crônicas não transmissíveis – diabetes, câncer e doenças
cardiovasculares são responsáveis por mais de 70% das mortes no
mundo; são impulsionadas pelo uso do tabaco e álcool, inatividade física,
dietas não saudáveis e poluição do ar.
3. Pandemia de gripe – o mundo está prestes a enfrentar mais uma
pandemia de influenza. Por isso, a OMS, anualmente, recomenda as
cepas que devem ser incluídas na vacina contra a doença a fim de
proteger as pessoas de gripes sazonais.
4. Cenários de fragilidade e vulnerabilidade – a OMS indica que 22% da
população mundial vive em locais onde crises prolongadas (seca, fome,
conflitos e deslocamento populacional) e serviços de saúde mais frágeis
as deixam sem acesso aos cuidados básicos de que necessitam.
5. Resistência antimicrobiana – a resistência aos medicamentos ocorre
devido ao uso excessivo e sem orientação em pessoas, em animais, em
alimentos e no meio ambiente. Por isso, a OMS está realizando um plano
global para conscientização sobre o tema.
6. Ebola – o vírus se espalhou por cidades, afetando mais de 1 milhão de
pessoas e pode se estender ainda mais, principalmente em áreas de
conflito. Além do Ebola, outros vírus são uma ameaça ao mundo, como
zika vírus, o vírus nipah, além de febres hemorrágicas, síndromes
respiratórias e a “doença X”.
7. Atenção primária de saúde – esses cuidados primários devem atender à
maioria das necessidades de saúde de uma pessoa ao longo da vida,
oferecendo cuidados integrados, baseados nas características da
comunidade.
8. Relutância em vacinar – muitas pessoas, no mundo todo, estão resistindo
ou recusando-se a vacinar os filhos, o que pode levar à reversão do
progresso em relação ao combate a doenças que podem ser prevenidas
por meio da imunização.
9. Dengue – essa doença, transmitida por mosquitos, pode levar à morte se
não for tratada rapidamente. A incidência dela vem aumentando
significativamente nos períodos sazonais e não só em países tropicais.
10. HIV – mesmo com enormes progressos no combate ao vírus, com
campanhas de prevenção, a epidemia continua se alastrando pelo mundo.
Nesse sentido, esforços têm sido feitos não apenas em iniciativas de
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prevenção, mas também de conscientização sobre a importância da
testagem.
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• Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) – são aquelas relacionadas ao
autocuidado como tomar banho, se vestir, se alimentar de maneira
independente.
• Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD) – são aquelas em que o
indivíduo possui capacidade de levar uma vida independente dentro da
comunidade onde vive, incluindo preparar refeições, utilizar transporte,
cuidar da casa, administrar as próprias finanças e tomar medicamentos,
entre outras.
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qual foram avaliados 51 casos de suicídio de idosos em dez cidades brasileiras,
indicou que transtornos mentais, depressão, conflitos familiares e conjugais são
as razões prevalentes de suicídio na terceira idade.
Outros aspectos de caráter social também podem ser indicadores de
suicídio nessa faixa etária, tais como aposentadoria, isolamento e perda de
prestígio social, além de atitudes preconceituosas e discriminatórias em relação
ao idoso (Leandro-França; Murta, 2014).
Em 2012, a OMS promoveu uma discussão sobre a implantação de ações
de combate à depressão em idosos, incluindo orientação para prevenção e
tratamento.
Para prevenção, detecção e tratamento dos transtornos mentais, a saúde
pública possui estratégias visando atingir os idosos da sociedade. Para Leandro-
França e Murta (2014), a descoberta precoce das patologias mentais favorece o
tratamento, a recuperação ou a manutenção da doença, utilizando medicação
adequada, psicoterapia e outras possibilidades que venham a beneficiar a saúde
do idoso.
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3) Exercitar o cérebro – os exercícios para treinar o cérebro podem ser feitos
diariamente, como memorizar números de telefone, lembrar e mudar os
caminhos para ir até os locais corriqueiros, fazer caça-palavras e outras
atividades de estimulação cognitiva. Aprender novos exercícios físicos e
idiomas, tocar um instrumento musica etc. também são essenciais para
manter o cérebro ativo.
4) Alimentação saudável – a escolha dos alimentos, optando por uma dieta
equilibrada, é fundamental para que o organismo permaneça saudável.
Uma dieta balanceada fornece nutrientes necessários para que o
organismo se mantenha em funcionamento adequado.
5) Cultivar relacionamentos – os laços familiares e sociais são
importantíssimos para compartilhar momentos e experiências. A
socialização, seja no âmbito familiar, seja no social, é essencial para evitar
a solidão e, consequentemente, a depressão.
6) Acompanhamento médico – cuidar da saúde independe da idade, mas os
idosos devem ter sempre o cuidado de fazer checkups para que, em caso
de doença, esta seja diagnosticada com rapidez, e o tratamento, mais ágil
e eficaz. No caso dos idosos, existe uma especialidade, a geriatria, para
que os cuidados sejam ainda mais efetivos.
7) Fazer coisas novas – participar de atividades e realizar coisas que
proporcionem bem-estar e prazer e buscar pelo novo trazem benefícios à
saúde física e psíquica, dando a sensação de felicidade.
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Dessa forma, não somente os familiares, mas a sociedade como um todo
e o Poder Público, devem buscar a valorização do idoso e dar-lhe condições
para usufruir de uma velhice saudável e feliz.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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OMS – Organização Mundial da Saúde. Carta de Ottawa. In: BRASIL. Ministério
da Saúde. Promoção da saúde: Cartas de Ottawa, Adelaide, Sundsvall e Santa
Fé de Bogotá. Brasília: Ministério da Saúde/Fiocruz, 1986.
OMS define 10 prioridades de saúde para 2019. Nações Unidas Brasil, 16 jan.
2019. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/oms-define-10-prioridades-de-
saude-para-2019/> Acesso em: 28 nov. 2019.
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