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1. HISTÓRIA DA SAÚDE NO BRASIL: DOS PRIMÓRDIOS AO


SURGIMENTO DO SUS.
Com a chegada dos portugueses à Terra de Santa Cruz, um mundo novo
e desafiante se formava em relação às enfermidades. Aqui, juntaram-se à
malária, doença tropical, até então desconhecida para os europeus, àquelas
trazidas pelos colonizadores, como peste bubônica, cólera e varíola e,
posteriormente, com a chegada dos africanos, a filariose e a febre amarela. Um
cenário preocupante foi-se desenhando, pois era frágil o conhecimento acerca
da transmissão e do controle ou tratamento dessas novas doenças.
A diversidade racial, presente no Brasil desde a sua colonização,
possibilitava um leque de opções de tratamentos, pois os índios, os
colonizadores e posteriormente os negros, eram detentores de conhecimentos
próprios para lidar com as enfermidades. Essas culturas, a partir de suas
cosmovisões, ofereciam procedimentos terapêuticos peculiares para as
moléstias que ocasionalmente os acometiam.
Desse modo, rezas, feitiços, plantas e ervas nativas, eram utilizados
rotineiramente por pajés, na população indígena, e por curandeiros, na
população negra, única forma de acesso à saúde para a maioria da população.
Algumas técnicas foram introduzidas aos poucos. Para quem poderia custear,
havia a figura do prático ou barbeiro, que utilizava procedimentos avançados
para a época, como sangria ou aplicação de sanguessugas, técnicas utilizadas
por médicos europeus. Também da Europa, os Jesuítas trouxeram a prática
médica da disciplina e do isolamento, para o tratamento dos doentes.
Os portugueses não demoraram a implantar o modelo das Santas Casas
de Misericórdia. As primeiras apareceram na capitania hereditária de São

Vicente, em 1543, por Braz Cubas e em Salvador, em 1549, por iniciativa de


Tomé de Souza. Na medida em que avançava a colonização, foram criadas
outras unidades semelhantes pelos Senhores chamados “homens bons”,
associados às Irmandades da Misericórdia, sociedades civis constituídas por
pessoas de posses, geralmente católicas, que se propunham a realizar
determinadas obras sociais.
1.1. A VINDA DA FAMÍLIA REAL E OS PRIMEIROS INCREMENTOS NA
ÁREA DA SAÚDE

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. Em meados do século XVII uma profunda crise demográfica
ocorreu no Brasil devido a uma epidemia de sarampo, abalando a incipiente
economia colonial. Após esse fato, as epidemias passaram a receber a atenção
governamental, sobretudo em razão dos prejuízos causados à política
econômica, pois os navios estrangeiros passaram a evitar os nossos portos com
medo do contágio (CAMPINAS, 2004).
Nesse sentido, as primeiras ações de saúde pública no Brasil colônia
foram: proteção e saneamento das cidades, principalmente as portuárias;
controle e observação das doenças e doentes, promovendo uma prática mais
eficaz no controle das moléstias. Essas ações denotavam a preocupação com a
saúde da cidade e dos produtos que eram comercializados, pois a assistência
ao trabalhador se resumia na prática da quarentena, para evitar a propagação
das doenças (BAPTISTA, 2007).
A transferência da família Real para o Brasil, em 1808, ocorreu em um
período em que o mundo científico evoluía, inclusive a medicina.
Nesta área, foram importantes os avanços no estudo da anatomia e a
descoberta do microscópio, que precedeu a revolução pasteuriana (SCLIAR,

2007). Nesse contexto, foram dados os primeiros passos da medicina tropical


com a criação de Faculdades de Medicina em Salvador e no Rio de Janeiro,
cidades portuárias que recebiam o maior número de navios e de escravos
(PÔRTO, 2006).
1.2. AS INICIATIVAS NA SAÚDE PÚBLICA COM O ADVENTO DA
REPÚBLICA
A proclamação da República em 1889 marca o início de um novo ciclo na
política de Estado, com o fortalecimento e a consolidação econômica da
burguesia cafeeira (BAPTISTA, 2007). O aparecimento de uma nova
organização social, a partir de fatores como, por exemplo, os primeiros sinais de
industrialização em algumas cidades, a chegada de imigrantes europeus e o
princípio da migração de pessoas do campo para as cidades, obrigou o governo
a melhorar o atendimento da saúde (CAMPINAS, 2004).
Nesse período, também ocorreu a chamada normatização médica, que
regulamentou o ensino e a prática médica, em conformidade com o modelo
europeu. Esta medida resultou em maior controle sobre as práticas populares de
cura, na substituição gradual dos religiosos das direções dos hospitais gerais, e

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na construção de hospitais públicos para atender doenças consideradas nocivas
à população, como as mentais, a tuberculose e a hanseníase (BAPTISTA, 2007).
1.3. O INÍCIO DAS POLÍTICAS SANITÁRIAS NO BRASIL
No governo de Rodrigues Alves (1902-1906), tendo Oswaldo Cruz à
frente, as iniciativas de saneamento e urbanização foram seguidas de ações
específicas na saúde, sobretudo no combate a algumas doenças epidêmicas.
Nesse contexto, nasceu um Código Sanitário que previa a desinfecção inclusive
domiciliar, o arrasamento de edificações consideradas nocivas à saúde pública,
a notificação permanente dos casos de febre amarela, varíola e peste bubônica,
e a atuação da polícia sanitária (BAPTISTA, 2007). Apesar do fim conflituoso,
Oswaldo Cruz conseguiu êxitos diante dos problemas epidemiológicos e colheu
informações valiosas para seu sucessor, Carlos Chagas, o qual pôde estruturar
uma campanha rotineira de educação e ação sanitária. Em 1923, foi realizada a
reforma sanitária.

Para desinfetar, percorriam ruas e visitavam casas, inclusive promovendo


a queima de roupas e colchões. Exigiam limpeza, reformas, interditavam prédios,
removiam doentes. Naturalmente, os alvos preferidos das visitas eram as áreas
mais pobres e de maior densidade demográfica (COSTA SILVA et al., 2010).
Também constava, nessa estratégia sanitária, a campanha de vacinação
obrigatória (BAPTISTA, 2007), que foi estopim de uma revolta popular, pelo
caráter autoritário do processo. Este movimento ficou conhecido como a Revolta
das Vacinas, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1904 (COSTA SILVA et al., 2010).
Na segunda fase do movimento sanitarista de Oswaldo Cruz, entre 1910
e 1920, o foco foi a zona rural. As preocupações se resumiam no saneamento
rural e no combate a três endemias rurais acintosas: ancilostomíase, malária e
mal de Chagas (BAPTISTA, 2007).
Em 1923, foi realizada a reforma sanitária brasileira, com a criação do
Departamento Nacional de Saúde, então ligado ao Ministério da Justiça (COSTA
SILVA et al., 2010).
1.4. AS REVOLTAS POPULARES E O SURGIMENTO DAS CAIXAS DE
APOSENTADORIAS E DAS PENSÕES (CAPS).
Em 1923, Eloy Chaves, propôs uma lei que regulamentava a formação de
Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). No entanto, eram restritas a
algumas organizações trabalhistas mais atuantes política e financeiramente,

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como os ferroviários e os marinheiros, ligados à produção exportadora
(OLIVEIRA & TEIXEIRA, 1985).

Foi um marco na história da Previdência Social no Brasil, pois os


funcionários poderiam ter direito à aposentadoria por invalidez ou por tempo de
contribuição, bem como à pensão por morte e a assistência médica (CAMPINAS,
2004).
1.5. O GOVERNO GETÚLIO VARGAS E OS PRIMEIROS INSTITUTOS DE
APOSENTADORIA E PENSÃO
Nos anos 30, sob o governo de Getúlio Vargas, as CAPs foram
transformadas nos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs). As principais
categorias de profissionais beneficiados foram: marinheiros, bancários,
comerciários, industriários.
Nesse período, ocorreu a criação do Ministério da Educação e Saúde
Pública (Mesp) e do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (MTIC). Assim,
esboçava-se o sistema de proteção social brasileiro, compreendendo a política
de proteção ao trabalhador (com obrigatoriedade da carteira profissional, jornada
de oito horas, direito a férias e a lei do salário mínimo) e, ainda, questões
relativas à saúde (BAPTISTA, 2007). Outro dado relevante foi a criação do
Conselho Nacional de Saúde.
Na década de quarenta, em plena guerra mundial, o governo brasileiro,
em convênio com o americano, estruturou o Serviço Especial de Saúde Pública
(SESP) (Costa Silva et al. 2010). Sua atuação norteou-se pela criação de postos
permanentes, centros de saúde e postos rurais, em várias regiões, como os
Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, na contratação de sanitaristas em
tempo integral e de uma equipe auxiliar com laboratoristas, escriturários,
médicos consultantes e visitadores.
1.6. A SAÚDE PÚBLICA NOS ANOS 50
Acontecimentos significativos no âmbito da saúde no período, foi a criação
do Ministério da Saúde (1953) e a reorganização dos serviços de

controle das endemias rurais no Departamento Nacional de Endemias Rurais


(Deneru – 1956). Tratou-se de uma política de saúde pública com ênfase na
prevenção de doenças transmissíveis, aliada a uma política de saúde
previdenciária restrita aos contribuintes da previdência e seus dependentes.
O Estado passou a contar com: postos de trabalho, indústrias (de
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medicamentos, de equipamentos), ensino profissional, hospitais, ambulatórios e
outros organismos (BAPTISTA, 2007).
O avanço da industrialização nacional gerou uma massa operária que
deveria ser atendida pelo sistema de saúde (MENDES, 1993). Tal fato exigiu
uma expansão rápida e progressiva dos serviços de saúde, e dada à
impossibilidade de o Estado suprir as demandas cada vez mais crescentes,
abriu-se espaço para os convênios-empresas.
1.8. AS REIVINDICAÇÕES POPULARES E O ANSEIO PELA
UNIVERSALIZAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA
Em 1974, foi criado o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS),
que distribuiu recursos para investimento na expansão do setor hospitalar (sendo
79,5% destinados para o setor privado e apenas 20,5% para o setor público). Em
1977, criou-se o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
(INAMPS), órgão que passou a coordenar todas as ações de saúde no nível
médico-assistencial da Previdência Social (BAPTISTA, 2007).
Outro fato importante foi a repercussão da Conferência Internacional de
Assistência Primária à Saúde, realizada em 1978 na cidade de Alma-Ata (no
atual Cazaquistão). Entre os temas tratados estavam:
• A participação comunitária;
• A cooperação entre os diferentes setores da sociedade;
• E os cuidados primários de saúde, além de forte oposição à privatização
e mercantilização da medicina sob o comando da Previdência Social.

1.9. O PROCESSO DE REDEMOCRATIZAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA


NO BRASIL
Realizada a VII Conferência Nacional de Saúde (1980), que apresentou
como propostas a reformulação da política de saúde e a formulação do
Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (Prev- Saúde).
Este último consistia em uma proposta de extensão nacional do Programa
de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (Piass). Já em 1981, com
a nomeação do Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária
(Conasp) e seu posterior diagnóstico, que apontava uma rede de saúde
ineficiente, desintegrada e complexa, indutora de fraude e de desvio de recursos,
foram então elaboradas algumas propostas operacionais básicas para a
reestruturação do setor, dentre elas o Programa de Ações Integradas de Saúde

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(Pais).
Posteriormente, em 1983, esse programa foi redefinido como Ações
Integradas de Saúde (AIS), que revelou ser a estratégia mais importante para a
universalização do direito à saúde e significou uma proposta de “integração” e
“racionalização” dos serviços públicos de saúde e de articulação destes com a
rede conveniada e contratada, o que comporia um sistema unificado,
regionalizado e hierarquizado para o atendimento.
A segunda metade da década de 80 foi marcada por uma profunda crise
de caráter político, social e econômico, tendo enormes repercussões sobre a
saúde da população, agravando as condições de vida, aumentando o
desemprego, a desnutrição e a mobilidade dos grupos sociais menos protegidos
(OLIVEIRA, 2000).
No governo da Nova República (1985), com o crescimento do movimento
social que defendia a democratização da saúde e difundia a proposta da reforma
sanitária (PAIM, 2003), sendo que alguns dos reformistas passaram a ocupar
cargos de expressão no âmbito político institucional do Estado (Ministério da
Saúde, Inamps, Fiocruz), o Ministério da Saúde convocou

gestores de saúde e, pela primeira vez, técnicos e usuários para a VIII


Conferência Nacional de Saúde (1986) (BAPTISTA, 2007).
Considerado um marco histórico da política de saúde brasileira, esta
conferência aprovou por unanimidade de seus 4.000 participantes, as diretrizes
da universalização da saúde e do controle social efetivo com relação às práticas
estabelecidas (BAPTISTA, 2007), e assim ficaram delineados os princípios
norteadores do que viria a ser o Sistema Único de Saúde – SUS. O relatório
desta Conferência de Saúde também destacou o conceito ampliado de saúde,
como direito de todos e dever do Estado (COSTA SILVA, 2010).
1.10. A VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE E O
SURGIMENTO DO SUS
Não obstante a VIII Conferência Nacional de Saúde ter-se constituído em
divisor de águas dentro do movimento de reforma sanitária no país, e tendo sido
realizada em um momento propício com o advento da Nova República, com a
eleição indireta de um presidente não militar e a perspectiva de uma nova
constituição (RONCALLI, 2003), suas propostas não foram concretizadas de
imediato (BAPTISTA, 2007).

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No entanto, por iniciativa do MPAS/Inamps, foi constituído o Sistema
Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), ocorrido em 1987, o que
representou ponte para a construção do SUS. Avançou na política de
descentralização da saúde e do orçamento, permitindo uma maior autonomia
dos Estados na programação das atividades no setor.
Além disso, prosseguiu-se nas estratégias de hierarquização,
regionalização universalização da rede de saúde, antes centralizadas no Inamps
(BAPTISTA, 2007).
Como este novo processo ocorria no período das discussões da
Assembleia Nacional Constituinte (1987 e 1988), o relatório da VIII Conferência
Nacional de Saúde foi tomado como base para a discussão da reforma do setor.
As proposições mais importantes desse relatório foram assumidas pela
“Constituição cidadã”, de 1988, dando origem ao SUS.

2. SUS COMO DIREITO DO CIDADÃO E DEVER DO ESTADO:


Como já visto, o Sistema Público de Saúde resultou de décadas de luta
de um movimento que se denominou Movimento da Reforma Sanitária. Foi
instituído pela Constituição Federal (CF) de 1988 e consolidado pelas Leis
8.080 e 8.142. Esse Sistema foi denominado Sistema Único de Saúde (SUS).
Algumas características desse sistema de saúde, começando pelo mais
essencial, dizem respeito à colocação constitucional de que Saúde é Direito do
Cidadão e Dever do Estado.
A relevância pública dada à saúde declarada na CF tem o significado do
destaque e proeminência da saúde entre tantas outras áreas e setores.
Destaque-se que foram consideradas como de relevância pública tanto a saúde
pública como a privada. Os juristas entendem nessa relevância pública uma
limitação ao simples entendimento de que a saúde seja apenas, pura e
simplesmente, um bem de mercado. Os serviços privados de saúde, além de
serem de relevância pública, estão subordinados à Regulamentação,
Fiscalização e CONTROLE DO SUS. Aí se incluem tanto o sistema privado
lucrativo exercido por pessoas físicas ou jurídicas individuais ou coletivas,
prestadoras ou proprietárias de planos, seguros, cooperativas e autogestões,
quanto o sistema privado não lucrativo, filantrópico ou não. Incluem-se: hospitais,
clínicas, consultórios, laboratórios bioquímicos, de imagem e outros, de todas as
profissões de saúde e com todas as ações de saúde.

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2.1. OBJETIVOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Lamentavelmente, todas às vezes em que falamos dos objetivos da saúde
pensamos em Tratar das Pessoas Doentes. Isso no público e no privado.
Esquecemos que o maior objetivo da saúde é impedir que as pessoas adoeçam.
Na CF art.196 consta: “saúde é direito de todos e dever do Estado
garantido mediante... o acesso igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação”. CF art.198: “atendimento integral com
prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais”. CF art.200: “ao SUS compete, além de outras atribuições no
termo da lei... (a listagem de várias ações do SUS)”.
A lei que regulamentou a CF foi a 8.080, que definiu, bem claramente, os
objetivos do SUS: identificar e divulgar os condicionantes e determinantes da

saúde; formular a política de saúde para promover os campos econômico e


social, para diminuir o risco de agravos à saúde; fazer ações de saúde de
promoção, proteção e recuperação integrando ações assistenciais e preventivas.
A saúde deve fazer estudos epidemiológicos sobre os condicionantes e
determinantes da saúde; trabalho, salário, comida, casa, meio ambiente,
saneamento, educação, lazer, acesso aos bens e serviços essenciais e divulgá-
los. Ao não identificar e divulgar as causas das doenças e seus condicionantes
e determinantes, passa-se a atribuir à área de saúde a responsabilidade única
pela falta de saúde.
Formular a política de saúde de modo a promover, nos campos econômico
e social, “o dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e
execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de
doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem
acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção
e recuperação” (Lei 8.080,). Aqui se identifica o poder dos dirigentes do SUS de
atuar na política de saúde, interferindo no campo econômico e social.
Finalmente, o SUS tem que se dedicar às ações de assistência às
pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da
saúde.
Recuperação da saúde é cuidar daqueles que já estejam doentes ou
tenham sido submetidos a todo e qualquer agravo à saúde. É a ação mais
evidente dos serviços de saúde. Somos, infelizmente, tendentes a reduzir a ação

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do setor saúde a essa área. Costumo dizer que quando temos que tratar de
doentes ou de acidentados, tem uma sensação de fracasso dos serviços de
saúde e da sociedade por não ter nem conseguido evitá-los.
2.2. FUNÇÕES DO SUS: REGULAR, FISCALIZAR, CONTROLAR E
EXECUTAR.
• FUNÇÃO DE REGULAÇÃO: Regular alguma coisa é estabelecer as
regras para que exista, funcione, consiga os resultados etc. As regras da saúde,
na verdade, começam na CF, que estabelece o direito à saúde e as linhas gerais
desse direito. Depois vêm as Leis 8.080 e 8.142 que regulamentam melhor
esse direito. A partir daí, vão surgindo as

regulamentações menores. Na saúde, além de ser necessário regular a


organização do sistema público e privado, também se regulamentam as ações e
serviços de saúde. Regulação do SUS, de um lado, é estabelecer como devem
funcionar os hospitais públicos e privados, as unidades de saúde, os consultórios
privados, quem pode exercer a função de médico, dentista etc., quais são os
dados essenciais que devem ser gerados pelos serviços; de outro lado, como
serão tratadas determinadas doenças de interesse público, quais os
medicamentos, quais as dosagens, como será feita a vacinação de adultos,
crianças etc., como as pessoas devem entrar no sistema de saúde público para
serem atendidas corretamente. Tudo isso e muito mais coisas fazem parte da
função de Regulação.
• FUNÇÃO DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE: Esses dois termos,
previstos na CF e na Lei 8.080, se misturam e se completam com outro que é a
auditoria. Digo que os termos: Fiscalizar, Controlar e Auditar têm em sua gênese
a mesma ferramenta e processo, que é Avaliar. Todos os três termos usam da
avaliação que é feita do comparar duas coisas ou duas realidades e emitir um
juízo de valor. Avaliar é comparar o que se observa com o que se quer como
bom e certo, com um paradigma, um ótimo, uma situação ideal e emitir o juízo
de valor se aquilo está do jeito que deveria estar, ou se mais longe ou mais perto
do ótimo. Os três termos Fiscalizar, Controlar e Auditar são baseados em
avaliação de conformidade. Essa é a grande igualdade entre eles. Entretanto,
começam a ser feitas separações entre eles tentando estabelecer diferenças
para caracterizar que são processos diferentes. As diferenças podem ser
estabelecidas pelo ponto de vista de quem avalia: se de dentro, é controle, se de

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fora, é fiscalização-auditoria. Não é o de fora da instituição é o de fora do cenário
onde acontece da responsabilidade pelo fazer acontecer. Aí dizem: quem faz
deve controlar, e depois nós de fora (de outro departamento, de outro nível, de
fora do setor ou da instituição) vamos fiscalizar-auditar. Outros querem separar
pelo corte que controle é de processo e que fiscalização-auditoria é de sistema.
Aí se misturam e digladiam definidos e definidores. Prefiro ver imensa igualdade
entre uma e outra coisa. Apenas vislumbro uma nuance do controle ligado a
quem tem a incumbência de garantir que as coisas devam acontecer, e
fiscalização-auditoria seja de

alguém mais externo e que pode olhar com outro olhar de quem só vai fiscalizar
e não tem a incumbência de fazer acontecer.
A fiscalização e controle no SUS podem ser dentro do próprio público ou
do privado (contratado-conveniado ou não): da ação de saúde, do serviço, da
instituição, dos profissionais, dos contratos-convênios, dos planos e seguros de
saúde etc.
• FUNÇÃO DE EXECUÇÃO NO SUS: O SUS tem que executar, fazer as
ações de saúde. É a incumbência do SUS precípua, explicitada em outros locais
da CF e da Lei 8.080, Essa execução das ações deve ser feita diretamente ou
através de terceiros e também por pessoa física ou jurídica de direito privado. O
SUS tem que ter serviços próprios para executar diretamente e tem a
possibilidade de contratar terceiros para completar os serviços que não der conta
de executar por si próprio. Além disso, a execução de serviços de saúde é
livremente permitida ao privado, pessoa física ou jurídica.
2.3. DIRETRIZES E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO SUS
As Diretrizes e princípios do Sistema Único de Saúde têm seu fundamento
na CF e na Lei 8.080.
Didaticamente, costumo tomar essas diretrizes e princípios unificados e
separá-los quanto aos aspectos técnico assistenciais e os técnicos gerenciais
que dizem respeito à organização administrativa do sistema.
As diretrizes e princípios técnico assistenciais da CF e Lei 8.080 são:
universalidade, igualdade, equidade, integralidade, intersetorialidade, direito à
informação, autonomia das pessoas, resolutividade e base epidemiológica.
UNIVERSALIDADE: O direito à saúde, bem-estar, felicidade é de todos:
pobres, ricos; empregados, desempregados; quem tem plano e quem não tem

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plano... O SUS não pode discriminar quem tem direito: nem discriminação
positiva, nem negativa. Universalidade significa o Para Todos.
IGUALDADE: Não discriminar a prioridade e a qualidade da atenção.
Todos os cidadãos têm igualdade de acesso às ações e serviços de saúde. Sem
discriminação positivo-negativa, com acesso nem tratamento diferenciados para
problemas iguais. Essa igualdade, ao não ser praticada, pode virar desigualdade
e iniquidade, movida por dois grandes parceiros: o financeiro e o tráfico de
influência. O tráfico de influência é um causador da desigualdade de acesso.
Muitas vezes queremos reduzir o tráfico de influência,

aquele praticado por políticos (vereadores, prefeitos, deputados etc.), mas a


maioria dos atos de tráfico de influência é feita diariamente nos serviços de saúde
públicos pelos próprios funcionários. É uma quebra da igualdade, quando
pessoas têm privilégios por laços de parentesco, favores de autoridades,
funcionários etc. Além disso, temos hoje o desafio de criticar a quebra da
igualdade da dupla porta de entrada em serviços públicos de saúde que usam
de seu poder de influência e da impunidade para fazer uma porta de entrada
para os usuários do SUS e outra melhorada e diferenciada para atender os
pacientes privados e de planos e seguros de saúde. Os serviços públicos de
saúde devem tratar todos de maneira igual sem diferenças odiosas e
discriminadoras.
EQUIDADE: Aqui vale comentar sobre a equidade que é a qualificação
da igualdade. O princípio da equidade é muitas vezes invocado, mas ele não
existe na legislação federal a não ser em algumas legislações, como a do Estado
de São Paulo. Equidade é a igualdade adjetivada pela justiça. Pela equidade
buscamos tratar diferentemente os diferentes (equidade vertical) e igualmente
os iguais (equidade horizontal). No SUS, só se pode fazer equidade e tratar
diferentemente a partir das necessidades de saúde. Priorizar atenção e
tratamentos só se por carências de saúde. Muitas pessoas imaginam que o SUS
possa fazer diferenças a partir do estado de pobreza das pessoas. Pensam que
o SUS além de ser dos pobres pode priorizar tratamentos e medicamentos para
os chamados carentes. Esse raciocínio é incorreto. Diferenças no SUS só por
necessidades de saúde.
INTEGRALIDADE: A integralidade também pode ser vista sob dois
prismas. A integralidade vertical que lembra a necessidade de se ver o ser

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humano como um todo e não apenas como um somatório de órgãos e aparelhos.
O segundo prisma é o da integralidade horizontal onde se entende que a ação
deva abranger seus três enfoques: promoção, proteção e recuperação da saúde.
Ver como um todo e agir nesse todo, integralmente.
INTERSETORIALIDADE: Não pensar saúde só como área de
recuperação da saúde: consulta, remédio, especialista, exame, internação...
Pensar saúde garantida por políticas econômicas e sociais que diminuam o risco
de as pessoas ficarem doentes ou piorarem. Levar em consideração a
determinação econômica e social da saúde. Os fatores determinantes e

condicionantes da saúde devem sempre ser levados em consideração:


“alimentação, moradia, saneamento, meio ambiente, trabalho, renda, educação,
transporte, lazer, acesso a bens e serviços essenciais; saúde expressando a
organização social e econômica do Brasil” (Lei 8.080,3).
DIREITO À INFORMAÇÃO: Todas as pessoas assistidas têm direito a
todas as informações sobre seu estado de saúde-doença. Todas as informações
sobre os pacientes: exames, prontuários etc. são de propriedade e direito do
paciente. O segredo médico é um segredo consequente do direito primeiro ao
segredo que é do paciente. Além disso, a população tem direito a “informações
quanto ao potencial dos serviços de saúde e de sua utilização pelo usuário”.
AUTONOMIA DAS PESSOAS: As pessoas, os cidadãos usuários, devem
ter preservada sua autonomia na defesa de sua integralidade física e mental.
Trata-se da preservação dentro dos serviços de saúde da liberdade de decisão
dos pacientes. Aqui se completa a autonomia associada ao direito de
informação. A verdadeira autonomia é condicionada pelo direito de acesso à
informação, o princípio discutido acima. Só bem informado o cidadão poderá
usufruir da verdadeira autonomia.
RESOLUTIVIDADE: As ações e serviços de saúde devem atender
também ao princípio de ter capacidade de resolução em todos os níveis de
assistência. Os serviços de saúde devem buscar resolver os problemas das
pessoas da melhor maneira possível e ao menor custo. Essa é uma questão que
cada vez fica mais complexa pela incorporação tecnológica cada vez maior e
onde o sistema de encaminhamentos acaba por bloquear a capacidade de ser
resolutivo. Cada vez mais se resolvem menos problemas que, mesmo os menos
complexos, são encaminhados quase que em cadeias. Princípio do SUS:

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capacidade de resolver problema.
EPIDEMIOLOGIA COMO BASE: A epidemiologia é uma das ciências da
saúde que têm como objetivo conhecer aquilo que ocorre com a população: as
condições ambientais em que vive a população, as condições gerais de saúde,
a oferta de ações e serviços de saúde. O objetivo mais importante da
epidemiologia é o estudo da morte e de doenças que ocorrem em determinada
população, em determinado lugar. A epidemiologia define o perfil demográfico e
o perfil de morbimortalidade em relação às doenças agudas e crônico

degenerativas (hipertensão, diabetes, câncer etc.); os agravos dos acidentes de


trabalho, de trânsito, de tóxicos, dos homicídios; as doenças evitáveis; as
doenças tratáveis precocemente.
4.4. AS DIRETRIZES E PRINCÍPIOS TECNOGERENCIAIS DA CF E
LEI 8.080 SÃO:
Descentralização, regionalização, hierarquização, gestor único em cada
esfera de governo, conjugação de recursos das três esferas de governo,
organização dos serviços para evitar duplicidade, complementariedade e
suplementariedade do privado, financiamento tripartite e participação da
comunidade.
DESCENTRALIZAÇÃO: A descentralização no sistema de saúde
brasileiro é uma diretriz-princípio. Consta como diretriz na CF e como princípio
na Lei 8.080. Descentralização, segundo o Glossário do MS do Projeto de
Terminologia da Saúde, é “redistribuição de recursos e responsabilidades entre
os entes federados, com base no entendimento de que o nível central, a união,
só deve executar aquilo que o nível local, municípios e estados, não podem ou
não conseguem. A gestão do SUS passa a ser responsabilidade da União, dos
Estados e dos Municípios, agora entendidos como os gestores do SUS”. Quem
fazia não tem mais a competência de fazer e precisa passar a outra esfera de
governo o que fazia e como fazia (se souber). A descentralização que
defendemos é aquela com ênfase na municipalização, com regionalização
ascendente e gestor único por esfera de governo. Regiões organizadas pelos
municípios com a cooperação técnica dos Estados e do MS. É colocar nas mãos
do município a decisão do quê e do como fazer saúde e os meios, principalmente
o financeiro, para poder fazer. Poder perto da necessidade do povo é mais fácil
de o cidadão controlar. Existem entraves a essa descentralização colocados pelo

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gestor descentralizador. Uns assumem posição favorável com argumentos como
descentralizar para desresponsabilizar e colocar menos dinheiro para a saúde
deixando para Estados e municípios o ônus. São feitas constantemente
acusações de desvio e mau uso dos recursos descentralizados a Estados e
municípios. Interpretações restritivas de leis criando controle distorcidos pelos
próprios organismos federais, como Tribunal de Contas da União (TCU),
Controlaria Geral da União (GCU), Tribunais de Contas dos Estados (TCE)
e Sistema

Nacional de Auditora (SNA). Desfinanciamento desencadeando desestímulo de


se conseguir implantar e implementar o SUS. Muitos servidores descentralizados
têm restrições à descentralização (implicitamente sempre temendo maior
controle de trabalho, horário e quase nada de ideológico). Existem entraves
também por parte dos gestores descentralizados que não querem muitas vezes
assumir seu papel e, comodamente, deixam suas competências constitucionais
e legais nas mãos dos outros gestores. Outras vezes são limitações por falta de
profissionais da área administrativa e técnica, como vigilância epidemiológica,
sanitária e ambiental.
DIREÇÃO ÚNICA: O SUS é de responsabilidade constitucional das três
esferas de governo, não podendo nenhuma delas se eximir dessa obrigação. O
comando legal é de que, em cada esfera de governo, só possa ser gestor uma
das esferas de governo. No município comanda o prefeito e o secretário
municipal de Saúde. No Estado, o governador e seu secretário de Saúde; e na
União, o presidente e o ministro da Saúde. A direção única em cada esfera de
governo é um complemento da descentralização. Hoje existe uma questão
falaciosa sendo discutida. Discute-se que a gestão única é apenas por esfera de
governo e não por território. Equivaleria a dizer que na esfera municipal só
poderia ter um gestor, não poderiam ser várias secretárias e secretários
cuidando da saúde. Apenas um. Entretanto, no território municipal poderia ter
um único gestor municipal concomitante a um único gestor estadual ou um único
gestor federal. Isso é controverso, e ainda que defendido pelas secretarias
estaduais de Saúde, não é reconhecido pelas secretarias municipais de Saúde.
REGIONALIZAÇÃO: As ações e serviços de saúde devem ser
organizados de forma regionalizada. Seria impossível que os 5.600 municípios
brasileiros fossem, cada um deles, suficientes e capazes de atender a toda sua

15
demanda em todos os níveis de atenção. A regionalização é fundamental à
organização do SUS, mas só dará certo quando for uma regionalização
funcional, ascendente, e nunca uma regionalização burocrático-administrativa e
descendente. “A proposta de regionalização, sem investimentos para cobrir os
„vazios regionais de infraestrutura‟, sem redefinir a relação público-privado
(especialmente diante dos planos de saúde) e sem mudança nos modelos de
atenção, seria mais uma proposta tecnocrática que não daria conta dos

desafios atuais do SUS. Sob o pretexto da regionalização, poderia estar havendo


um movimento de descentralização de decisões junto ao poder estadual” No
mundo inteiro, no público e no privado, sabe-se que ações e serviços de saúde
precisam ser organizados de forma regionalizada e hierarquizada. Quer dizer
que não se podem alocar todos os serviços em todos os lugares,
independentemente de seu tamanho, território e disponibilidade de
equipamentos e pessoal. Os serviços de saúde devem se complementar numa
associação permanente entre os mais simples e os mais complexos, se
referenciando e contra referenciando.
HIERARQUIZAÇÃO: Começa pela atenção ao indivíduo, à família e à
comunidade por meio dos Agentes Comunitários de Saúde, do Programa de
Saúde da Família, das Unidades Básicas de Saúde com seus procedimentos de
menor complexidade tecnológica (equipamentos e aparelhos) e da mais alta
complexidade de saber e prática humanos. Da atenção primária se vai à
secundária (especialistas, exames mais complexos, internações em clínicas
básicas, como pediatria, clínica e cirurgia gerais, ginecologia e obstetrícia). Da
secundária à terciária com profissionais e hospitais em áreas mais
especializadas. Na quaternária se encontram os profissionais e hospitais
superespecializados em uma única área, como os de cardiologia, neurologia,
cirurgia plástica etc.
SUPLEMENTARIEDADE DO PRIVADO: Na área de saúde, no Brasil, é
livre a iniciativa privada que pode ser exercida e utilizada de maneira totalmente
liberal, nos consultórios e nas clínicas contra pagamento direto. Pode também
ser organizado em forma de operadoras de planos e seguro de saúde,
individuais, familiares ou coletivos, conforme faculta a legislação. Entre as
operadoras de saúde temos, de um lado, os seguros de saúde, que são
seguradoras e não podem ter serviços de saúde; de outro, têm-se as empresas

16
de Medicina de Grupo, o Sistema de Autogestão patrocinado por empresas ou
trabalhadores e as Cooperativas Médicas e Odontológicas.
5. CONCEITOS: SAÚDE, SAÚDE PÚBLICA.
• Saúde: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS): Saúde
é um estado de completo bem-estar físico,

mental e social, e não, simplesmente, a ausência de doenças ou


enfermidades.
• Saúde Pública: é o conjunto de medidas executadas pelo Estado
para garantir o bem-estar físico, mental e social da população.
• Saúde Coletiva: Tem como objetivo principal prevenir o
desenvolvimento ou a disseminação de patologias e demais
problemas de saúde por meio da implantação de perfis sanitários
condizentes com a cultura e a necessidade de uma região.
5.1. OBJETIVOS DA SAÚDE PÚBLICA
A saúde pública tem por objetivo, promover a melhoria e bem estar da
saúde dos cidadãos.
Portando, proporcionar uma saúde de qualidade, são deveres do Governo
do Estado, onde o mesmo libera verba para o Ministério da Saúde, que são
utilizadas para melhoria de estrutura da saúde pública no Brasil, sendo ela
investida em leitos, medicamentos, e hospitais públicos.
5.2. INSTRUMENTOS BÁSICOS DE CONTROLE DA SAÚDE
PÚBLICA: VIGILÂNCIA SANITÁRIA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA.
• Vigilância sanitária: Entende-se por Vigilância Sanitária um
conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos
à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de
serviços de interesse da saúde, abrangendo:
1 - o controle de bens de consumo que, direta ou
indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas

as etapas de processo, da produção ao consumo; 2 - o controle da


prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente
com a saúde.
• Vigilância Epidemiológica: É o conjunto de atividades que
permite reunir a informação indispensável para conhecer, a
17
qualquer momento, o comportamento ou história natural das
doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores
condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre
bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à
prevenção e ao controle de determinadas doenças. A Vigilância
Epidemiológica é responsável por acompanhar o comportamento
das doenças na sociedade, reunindo informações com objetivo de
conhecer, detectar ou prever qualquer mudança que possa ocorrer
nos fatores condicionantes do processo saúde-doença, bem como
identificar a gravidade de novas doenças à saúde da população.
De posse dessas informações deverá então, propor medidas de
intervenção para reprimir ou amenizar os danos à população,
elaborar ações e estratégias em saúde.
6. NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE: PREVENÇÃO PRIMÁRIA,
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA, TERCIÁRIA E QUATERNÁRIA.
Na década de 70, foram estabelecidos, por Leavell & Clark (1976), três
níveis de prevenção que inter-relacionam atividade médica e saúde pública.
Nesse esquema, a promoção da saúde era concebida apenas como um
elemento da prevenção primária e voltada mais para os aspectos educativos
individuais. No entanto, a partir da década de 80, após a Carta de Otawa, a
promoção da saúde foi revalorizada, tornando-se objeto de políticas públicas em
várias partes do mundo. Diferentemente da promoção da saúde, a prevenção de
enfermidades tem como objetivo a redução do risco de se adquirir uma doença
específica por reduzir a probabilidade de que uma doença ou desordem venha a
afetar um indivíduo (CZERESNIA, 2003).
a) Prevenção primária: é a ação tomada para remover causas e
fatores de risco de um problema de saúde individual ou populacional antes
do desenvolvimento de uma condição clínica. Inclui promoção da

saúde e proteção específica (ex.: imunização, orientação de atividade


física para diminuir chance de desenvolvimento de obesidade).
b) Prevenção secundária: é a ação realizada para detectar um
problema de saúde em estágio inicial, muitas vezes em estágio subclínico,
no indivíduo ou na população, facilitando o diagnóstico definitivo, o
tratamento e reduzindo ou prevenindo sua disseminação e os efeitos de

18
longo prazo (ex.: rastreamento, diagnóstico precoce).
c) Prevenção terciária: é a ação implementada para reduzir em
um indivíduo ou população os prejuízos funcionais consequentes de um
problema agudo ou crônico, incluindo reabilitação (ex.: prevenir
complicações do diabetes, reabilitar paciente pós-infarto – IAM ou
acidente vascular cerebral).
d) Prevenção quaternária: é a detecção de indivíduos em risco
de intervenções, diagnósticas e/ou terapêuticas, excessivas para protegê-
los de novas intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes
alternativas eticamente aceitáveis.
7. ENFERMAGEM DE SAÚDE PÚBLICA: CONCEITO (SEGUNDO A
OMS) EQUIPE DE ENFERMAGEM DE SAÚDE PÚBLICA.
As ações de Enfermagem constituem-se na dinâmica das ações
sistematizadas e inter-relacionadas, seguindo metodologia orientadora do
cuidado e do registro desta prática profissional. A sistematização da assistência
de enfermagem na APS deverá ser realizada tanto na consulta de enfermagem
no âmbito da unidade de saúde quanto nas ações desenvolvidas na comunidade,
durante a visita domiciliar ou em outros espaços do território.
7.1. ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM:
O enfermeiro da equipe de atenção primária, que atua ou não nas equipes
de Saúde da Família, desenvolve seu trabalho tanto no âmbito da unidade de
saúde quanto na comunidade.
Entre as suas atribuições estão:
• A realização de assistência integral as pessoas e famílias na
unidade de saúde desde o acolhimento com classificação do risco
para os cuidados primários a consulta de enfermagem, bem como,
e quando necessárias ações no domicílio através da visita domiciliar
e/ou em outros espaços comunitários para promoção da saúde,
prevenção de agravos e vigilância à saúde.
8. CENTRO DE SAÚDE, PRONTO SOCORRO, POSTOS DE SAÚDE,
UNIDADES DE SAÚDE, UNIDADES MISTAS DE SAÚDE, HOSPITAL LOCAL,
ESPECIALIZADO E DE BASE.
8.1. CENTRO DE SAÚDE: São instituições através da qual se presta
uma atenção primária de saúde a indivíduos e famílias, considerando estas como
elementos de uma comunidade com os seus problemas, necessidades e
19
comportamentos.
8.2. PRONTO SOCORRO: Lugar específico ou pertencente a um
hospital e destinado aos serviços médicos de urgência.
8.3. POSTO DE SAÚDE: Unidade destinada à prestação de assistência
a uma determinada população, de forma programada ou não, por profissional de
nível médio, com a presença intermitente ou não do profissional médico.
8.4. UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS): é a porta de entrada
preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo desses postos é
atender até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a
necessidade de encaminhamento para outros serviços, como emergências e
hospitais.
8.5. UNIDADES MISTAS DE SAÚDE: Unidade de saúde básica
destinada à prestação de atendimento em atenção básica e integral à saúde, de
forma programada ou não, nas especialidades básicas, podendo oferecer
assistência odontológica e de outros profissionais, com unidade de internação,
sob administração única.
8.6. HOSPITAL LOCAL, ESPECIALIZADO E DE BASE: Quanto à
finalidade ou tipo de assistência, as instituições podem ser de ordem: Local: É o
hospital destinado a servir à população de determinada área geográfica,
prestando, no mínimo, assistência nas áreas básicas de clínica médica,
pediátrica, cirúrgica, obstétrica e de emergência. Geral: assiste pacientes de
várias especialidades, tanto clínicas quanto cirúrgicas, podendo ser limitados a
grupos etários (como os infantis ou geriátricos) ou grupos da comunidade
(militar), ou ainda apresentar uma finalidade específica (hospital de ensino); ou
Especializada: assiste predominantemente pacientes com alguma patologia

(doença) específica, entre eles estão os psiquiátricos, câncer, HIV, de órgãos,


etc.
8.7. VISITA DOMICILIAR: A visita Domiciliar no Contexto da Saúde da
Família é um instrumento de intervenção fundamental da estratégia de Saúde da
Família, utilizado pelos integrantes das equipes de saúde para conhecer as
condições de vida e saúde das famílias sob sua responsabilidade. Utilizando
suas habilidades e competências não apenas para o cadastramento dessas
famílias, mas, principalmente, para a identificação de suas características sociais
(condições de vida e trabalho) e epidemiológicas, seus problemas de saúde e

20
vulnerabilidade aos agravos de saúde.
8.8. INDICADORES DE SAÚDE: Parâmetros utilizados com o objetivo de
avaliar, sob o ponto de vista sanitário, a higidez de agregados humanos, bem
como fornecer subsídios aos planejamentos de saúde, permitindo o
acompanhamento das flutuações e tendências históricas do padrão sanitário de
diferentes coletividades consideradas à mesma época ou da mesma coletividade
em diversos períodos de tempo.
9. EDUCAÇÃO EM SAÚDE:
Um conjunto de atividades que sofrem influência e modificação de
conhecimentos, atitudes, religiões e comportamentos, sempre em prol da
melhoria da qualidade de vida e de saúde do indivíduo.
Com isso, a educação em saúde pode ser entendida como uma forma de
abordagem que, enquanto um processo amplo na educação, proporciona
construir um espaço muito importante na veiculação de novos conhecimentos e
práticas relacionadas.
Existem diversidades nos modelos de educação em saúde, sendo que
todas evidenciam um objetivo em comum, que é a mudança de hábitos, atitudes,
e comportamentos individuais, em grupos e no coletivo. Tal mudança de
comportamento está atrelada a aquisição de novos conhecimentos e adoção de
atitudes favoráveis à saúde.
10. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da experiência
acumulada por conjunto de atores envolvidos historicamente com o
desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como

movimentos sociais, usuários, trabalhadores e gestores das três esferas de


governo.
No Brasil, a Atenção Básica é desenvolvida com o mais alto grau de
descentralização e capilaridade, ocorrendo no local mais próximo da vida das
pessoas. Ela deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de
entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. Por
isso, é fundamental que ela se oriente pelos princípios da universalidade, da
acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da
atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação
social.

21
As Unidades Básicas de Saúde instaladas perto de onde as pessoas
moram, trabalham, estudam e vivem desempenham um papel central na garantia
à população de acesso a uma atenção à saúde de qualidade. Dotar estas
unidades da infraestrutura necessária a este atendimento é um desafio que o
Brasil único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes com um
sistema de saúde público, universal, integral e gratuita está enfrentando com os
investimentos do Ministério da Saúde. Essa missão faz parte da estratégia
Saúde Mais Perto de Você, que enfrenta os entraves à expansão e ao
desenvolvimento da Atenção Básica no País.
Promover e proteger a saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o
tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o
objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde
e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das
coletividades.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) é o contato preferencial dos usuários,
a principal porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede de
Atenção à Saúde. É instalada perto de onde as pessoas moram, trabalham,
estudam e vivem e, com isso, desempenha um papel central na garantia de
acesso à população a uma atenção à saúde de qualidade.
Na UBS, é possível receber atendimentos básicos e gratuitos em
Pediatria, Ginecologia, Clínica Geral, Enfermagem e Odontologia. Os principais
serviços oferecidos são consultas médicas, inalações, injeções, curativos,
vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico,
encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicação básica.

A atenção primária é constituída pelas unidades básicas de saúde (UBS)


e Equipes de Atenção Básica, enquanto o nível intermediário de atenção fica a
encargo do SAMU 192 (Serviço de Atendimento Móvel as Urgência), das
Unidades de Pronto Atendimento (UPA), e o atendimento de média e alta
complexidade é feito nos hospitais.
São quatro portes:
• UBS I abriga, no mínimo, uma equipe de Saúde da Família.
• UBS II abriga, no mínimo, duas equipes de Saúde da Família.
• UBS III abriga, no mínimo, três equipes de Saúde da Família.
• UBS IV abriga, no mínimo, quatro equipes de Saúde da Família.
22
11. PRINCIPAIS PROGRAMAS E SERVIÇOS DA SAÚDE
11.1. NASF - NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA FAMÍLIA:
Composto por: Assistente Social, Psicologa, Nutricionista, Fisioterapeuta,
Educadora Física, Farmacêutica. Os núcleos de apoio à saúde da família (NASF)
foram criados pelo ministério da saúde em 2008 com o objetivo de apoiar a
consolidação da atenção básica no brasil, ampliando as ofertas de saúde na rede
de serviços, assim como a resolutividade, a abrangência e o alvo das ações.
1. Saúde da criança e do adolescente, em parceria coma as
escolas, são realizadas palestras educativas além de oficinas nutricionais. temas
abordados como direitos da criança e do adolescente, sexualidade, álcool e
outras drogas, alimentação saudável, tabagismo, higiene pessoal, datas
comemorativas como dia da criança, com realização de atividades educativas,
lanches e distribuição de brindes.
2. Saúde do idoso, além das visitas domiciliares e atendimentos
individualizados pelos profissionais do NASF, palestras e orientações sobre as
doenças crônicas como hipertensão e diabetes, excesso de sal, alimentação e
osteoporose bem como palestras e apoio psicológico a doenças de fundo
emocional depressão, ansiedade, oficinas culinárias, passeios, momento de
beleza, apoio social, atividades física e de reabilitação, além de comemorações
de datas especificas saúde da mulher, realizadas palestras nas USF com os
temas direitos da mulher, DST/AIDS, câncer de mama e útero, apoio emocional
e social, alimentação saudável e atividade física. Esses encontros também
acontecem com gestantes adultas e adolescentes, nutriz com palestras

educativas incentivando a amamentação exclusiva e alimentação na gestação


entre outros temas.
3. Visitas domiciliares aos pacientes acamados e/ou sem condições
físicas de se deslocar até a USF (AVC, cadeirantes, pacientes oncológicos e
outros) atendimentos compartilhados psicólogo, nutrição, serviço social e
reabilitação. Além das visitas, oficinas e atendimentos aos usuários a equipe do
NASF também desenvolve palestras e capacitação nas UBS para os
profissionais com a intensão de divulgar e de conscientizá-los sobre a
importância da colaboração deles (profissionais da ESF), para um bom
desenvolvimento das atividades.
11.2. PSE- PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA:

23
Composto por Gestores das Secretarias de Saúde e de Educação,
Enfermeira, Assistente Social, Psicologa, Nutricionista, Fisioterapeuta,
Eduacadora Física e Professores.
Contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações de
promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas ao enfrentamento das
vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças e
jovens da rede pública de ensino.
Avaliação antropométrica; - atualização do calendário vacinal; - detecção
precoce de hipertensão arterial sistêmica (has); - detecção precoce de agravos
de saúde negligenciados (prevalentes na região: hanseníase, tuberculose,
malária etc.); avaliação oftalmológica; avaliação auditiva; avaliação nutricional;
avaliação da saúde bucal; avaliação psicossocial.
11.3. PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER,
(PAISM):
Executar ações dirigidas para o atendimento global das necessidades
prioritárias do grupo populacional feminino acima de 10 anos, com vistas à
redução da sua morbimortalidade especialmente por causas evitáveis. Ações
voltadas para atenção clínico-ginecológica; planejamento familiar; atenção
obstétrica e neonatal qualificada e humanizada; atenção em situação de
violência doméstica e sexual; redução do câncer de colo e mama e promoção de
ações voltadas para a mulher no climatério, na terceira idade, negras, indígenas,
do campo e da cidade.
11.4. PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA (PASC):
Atenção humanizada e qualificada à gestante e ao recém-nascido/
triagem neonatal: teste do pezinho/ incentivo ao aleitamento materno/ incentivo
e qualificação do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento (cd)/
alimentação saudável e prevenção do sobrepeso e obesidade infantil/ combate
à desnutrição e anemias carenciais/ imunização/ atenção às doenças
prevalentes/ atenção à saúde bucal/ atenção à saúde mental/ prevenção de
acidentes, maus-tratos/violência e trabalho infantil/ atenção à criança portadora
de deficiência.
11.5. VIGILÂNCIA SANITÁRIA:
Vigilância Sanitária de Alimentos, o objetivo é garantir a qualidade dos
serviços de alimentos. As ações da divisão são válidas para todos os tipos de
alimentos, matérias-primas, coadjuvantes de tecnologia, processos
24
tecnológicos, aditivos, embalagens, equipamentos, utensílios e também aos
aspectos nutricionais. a fiscalização e inspeção dos serviços fica a cargo das
secretarias municipais de saúde e pode ser complementado pela visa estadual.
Vigilância sanitária de produtos: controlar, monitorar, fiscalizar e
regulamentar a produção, distribuição, transporte e comercialização de
medicamentos, correlatos, saneantes domissanitários, cosméticos, produtos de
higiene, perfumes e agrotóxicos, coordenando as ações de vigilância sanitária
e farmacovigilância.
Vigilância Sanitária de Serviços: Uma das principais atividades da
vigilância é a fiscalização de hospitais, laboratórios, bancos de sangue e clínicas
médicas, estéticas e odontológicos, visando a qualidade dos serviços prestados.
Estes lugares devem estar sempre higienizados, pois tem um risco maior de
transmissão de doenças e infecções.
11.6. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA:
É o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável
para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural das
doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores
condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre bases firmes,
as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de
determinadas doenças. A Vigilância Epidemiológica é responsável por
acompanhar o comportamento das doenças na sociedade, reunindo informações
com objetivo de conhecer, detectar ou prever qualquer mudança

que possa ocorrer nos fatores condicionantes do processo saúde-doença, bem


como identificar a gravidade de novas doenças à saúde da população. De posse
dessas informações deverá então, propor medidas de intervenção para reprimir
ou amenizar os danos à população, elaborar ações e estratégias em saúde.
11.7. VIGILÂNCIA AMBIENTAL:
A Vigilância Ambiental em Saúde é um conjunto de ações que
proporcionam o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes do meio ambiente e que interferem na saúde
humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos
fatores de riscos ambientais, relacionados às doenças ou outros agravos à
saúde. A atuação da vigilância ambiental em saúde, em todos os níveis de
governo, requer articulação constante com os diferentes atores institucionais

25
públicos, privados e com a comunidade, para que as ações integradas sejam
implementadas de forma eficiente, a fim de assegurar que os setores assumam
suas responsabilidades de atuar sobre os problemas de saúde e de ambiente
em suas respectivas áreas.
11.8. SAMU:
Realiza o atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar:
residências, locais de trabalho e vias públicas. O socorro é feito após chamada
gratuita, feita para o telefone 192. A ligação é atendida por técnicos na central
de regulação que identificam a emergência e, imediatamente, transferem o
telefonema para o médico regulador. Esse profissional faz o diagnóstico da
situação e inicia o atendimento no mesmo instante, orientando o paciente, ou a
pessoa que fez a chamada, sobre as primeiras ações.

11.9. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA ARTIGO 28:


Ao coordenador de assistência farmacêutica compete:
• Definir a normatização da assistência farmacêutica, adotando uma
sistemática para seleção, programação, aquisição,
armazenamento, distribuição, dispensação e controle.
Considerando a padronização e diretrizes da comissão estadual
de assistência farmacêutica, afim de garantir a universalidade,
equidade e integralidade da assistência de saúde à população.
11.10. IMUNIZAÇÃO:
Normatização das ações e atividades do programa; Controle, distribuição
e avaliação de imunobiológicos do setor público (rotina, especiais, campanhas),
além de insumos impressos, seringas, agulhas e materiais de campanha;
Avaliação e apoio técnico nas investigações de notificações de eventos adversos
pós-vacinais; Avaliação e conduta nas notificações de alteração de temperatura
de exposição de imunobiológicos distribuídos no setor público; Capacitação de
recursos humanos com a formação de multiplicadores – imprimindo caráter
homogêneo à execução das ações programáticas; Coordenação de sistemas de
informações próprios (sistemas de informações do programa nacional de
imunizações SI-PNI)
11.11. PSF (PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA):
Prestar, na unidade de saúde e no domicílio, assistência integral,

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contínua, com resolubilidade e boa qualidade às necessidades de saúde da
população; intervir sobre os fatores de risco aos quais a população está exposta.
Eleger a família e o seu espaço social como núcleo básico de abordagem no
atendimento à saúde; humanizar as práticas de saúde através do
estabelecimento de um vínculo entre os profissionais de saúde e a população;
proporcionar o estabelecimento de parcerias através do desenvolvimento de
ações intersetoriais;
11.12. PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADULTO E IDOSO:
Coordenar e promover ações de atenção integral à saúde da pessoa
adulta e idosa, com vistas à prevenção e ao controle de agravos crônicos não
transmissíveis, como diabetes mellitus, a hipertensão arterial, o tabagismo e a
obesidade, para uma vida longa, ativa e saudável.
11.13. TFD (TRATAMENTO FORA DE DOMICÍLIO):
Instituído pela portaria nº 55 da secretaria de assistência à saúde
(ministério da saúde), é um instrumento legal que visa garantir, através do sus,
tratamento médico a pacientes portadores de doenças não tratáveis no município
de origem por falta de condições técnicas. Assim, o TFD consiste em uma ajuda
de custo ao paciente, e em alguns casos, também ao acompanhante,
encaminhados por ordem médica à unidades de saúde de outro município ou
estado da federação,
11.14. LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLINICAS MUNICIPAL:
O Laboratório de análises clínicas possui procedimentos para a coleta,
realização e entrega dos exames laboratoriais. Os exames de rotina serão
entregues em 3 dias úteis. Os exames realizados no laboratório de apoio serão
entregues no período de 20 a 30 dias úteis os exames que necessitam de jejum
obrigatório de 8 a 12 horas são: glicose, colesterol total e frações (hdl, ldl, vldl),
triglicerídeos, curva glicêmica e hemograma. O material é coletado no próprio
laboratório e as solicitações de coletas de emergência no hospital.
11.15. ATENDIMENTO DE FISIOTERAPIA:
Utilização da reabilitação baseada na comunidade (rbc) como ferramenta
participativa de intervenção junto à pessoa com deficiência, de forma articulada
com os sistemas estruturados de saúde, educação e assistência social; -
Orientações domiciliares para pessoas com deficiência, seus familiares e
cuidadores; - Intervenções para promoção de acessibilidade em prédios e
instituições
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11.16. SAÚDE BUCAL:
As ações nesta área visam melhorar a qualidade de vida da população,
discutindo alimentação saudável, manutenção da higiene e autocuidado do
corpo. A boca é um órgão de absorção de nutrientes, expressão de sentimentos,
defesa e comunicação. As unidades básicas de saúde realizam ações em saúde
bucal e, conforme a necessidade do usuário, encaminham para os serviços
adequados.
11.17. PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO TABAGISMO:
Esse programa tem como objetivo reduzir a prevalência de fumantes, e a
consequente mortalidade por doenças tabaco relacionadas. O programa utiliza
as seguintes estratégias: prevenção da iniciação ao tabagismo, proteção da
população contra a exposição ambiental à fumaça de tabaco, promoção e apoio
à cessação de fumar e regulação dos produtos de tabaco através de ações
educativas e de mobilização de políticas e iniciativas legislativas e econômicas.
Trata-se de um atendimento psicoterapêutico grupal aos usuários com maior
dificuldade para mudança de seu padrão de consumo do tabaco ou para atingir
a abstinência. Os grupos são abertos, heterogêneos (sexo e idade) e a
frequência dos atendimentos é quinzenal.
12. PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES (PNI)
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil é uma referência
internacional de política pública de saúde. A população brasileira tem acesso
gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde
(OMS).
Desde que foi criado, em 1973, o programa busca a inclusão social,
assistindo todas as pessoas, em todos o país, sem distinção de qualquer
natureza. As vacinas do programa estão à disposição de todos nos postos de
saúde ou com as equipes de vacinação, cujo empenho permite levar a
imunização mesmo aos locais de difícil acesso.

“Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de
doença. ”

Definição da Organização Mundial de Saúde.

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