O filme mostra a história da saúde pública no Brasil, a necessidade, a
luta, os desafios e a evolução, destacando os mecanismos que foram criados
para sua implementação, desde a revolta da vacina, as primeiras Caixas e IAP's até a implantação do SUS. Toda essa trajetória é contada no filme através de uma narrativa ficcional, vivida por atores, com reconstrução de época, apoiada por material de arquivo. De uma forma mais leve, realista e de fácil entendimento. O filme destaca que o século 20 foi marcado por avanços na engenharia, eletricidade e medicina, mas esse progresso não foi obtido com êxito no Brasil. Durante os anos que seguiram, muitas doenças acometeram a população como, febre amarela, malária, cólera e varíola, e enquanto a classe mais alta da sociedade provinha de bons cuidados médicos, a classe menos favorecida como a dos operários dependia da caridade. Haviam muitas pessoas sem auxílio médico à mercê de cuidados por benzedeiras e casas de caridades (as irmãs das Santas Casas de Misericórdia). Era muito comum, pois naquela época a saúde se limitava a pessoas com condições financeiras. Em 1892 criaram laboratórios bacteriológico, vacinogênico, análises clínicas e farmacêuticas. E foram ampliados logo depois com o Instituto Butantã, biológico e bacteriológico (Instituto Adolfo Luiz). Sendo assim, contrataram diversos pesquisadores estrangeiros para orientar as atividades ligadas à epidemia e quantidade de mortes em 1902. No Rio de Janeiro o principal instituto de pesquisa foi o Soroterápico de Manguinhos desde 1899 com intuito de criar vacinas e soros. Porém a falta de recursos para a atuação dos pesquisadores nos institutos de São Paulo e Rio de Janeiro, fez com que quase nada fosse feito em prol da saúde coletiva. Em outras cidades foram criados laboratórios de pesquisa, mas com a guerra política e a pobreza nada era feito a favor da melhora da população. O médico Oswaldo Cruz tornou-se diretor da Diretoria Geral de Saúde e com isso implementou medidas de saúde que consistiam em vacinar a população obrigatoriamente e despejar pessoas do centro da cidade onde h aviam riscos de transmissão de doenças. Com isso a população se voltou contra as medidas pois não houveram ações para incentivar a imunização de maneira adequada. Em 31 de Outubro de 1904, a manifestação nas ruas ganharam força, pois o povo não queria se submeter ao conjunto de medidas sanitárias impostas aos moradores do Rio de Janeiro. Já em 10 de novembro, começaram confrontos entre a população e a polícia fazendo com que os vendedores baixassem as portas de suas lojas. O povo ocupou as principais áreas do centro da cidade, mas houve a morte de um dos manifestantes fazendo com que as manifestações ficassem em segundo plano com mais revolta ainda, onde atearam fogo em locais e entraram em confronto com os policiais. O médico sanitarista Emílio Marcondes Ribas, foi um dos guias da medicina preventiva no país. Suas experiências no combate à febre amarela o levou a acreditar que a doença era transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o Doutor conseguiu comprovar por meio de experiências rigorosas. Depois de críticas, Emílio decidiu demonstrar de vez em 1903, junto a outros voluntários, acabou deixando-se picar pelo mosquito e adquiriu doença, provando definitivamente sua teoria. No ano seguinte a doença foi suprimida no estado de São Paulo. Foi Emílio, também, quem dirigiu o término das obras de saneamento da cidade de Santos, o que foi uma pequena vitória no quesito saúde para população. Chegando na Era Vargas, o Ministério da Educação e da Saúde Pública passou a compartilhar com o setor educacional um tipo de ministério próprio, estabelecendo um modelo dos serviços sanitários do país. A nova organização da área de saúde anunciou um compromisso com o Estado de cuidar do bem estar sanitário da população. As verbas despendidas pelo Governo Estadual desde o início da República, estabelecem um sistema de saúde pública ajustado às questões sanitárias próprias de cada região do estado. O Brasil viveu a fase conhecida como o período de redemocratização em 1964, marcado pelas eleições diretas. Os movimentos sociais obrigavam que os governantes cumprissem as promessas de melhorar as condições de vida, de saúde e de trabalho. Em 1966 o governo criou o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que ficou subordinado ao Ministério do Trabalho, assumindo o patrimônio e comprometimento dos que o antecederam, eles deveriam cuidar e dar atenção aos doentes individualmente mas infelizmente não era isso que era feito. Com a ditadura militar, ocorreu um sucateamento da saúde pública. Com desvio de dinheiro público com destino à saúde para investimento na industrialização. Em 1986 ocorreu a 8° Conferência Nacional de Saúde, o qual foi a primeiro a haver participação do povo. Foi criado o Sistema Único de Saúde e discutido os princípios de equidade, gratuidade e universalidade que deveriam existir no SUS.
Dito isso, conclui-se que o processo evolutivo e atenção à saúde
demorou muito tempo para ter avanços significativos, que durante esse período a população não tinha condições para conseguir um atendimento médico de qualidade, passou por inúmeras dificuldades, como as epidemias e o descaso por parte do governo. Com a criação do SUS houve uma melhora, apesar das dificuldades que ainda existem, o sus atende milhões de pessoas que precisam desse atendimento. Por fim, a saúde pública melhorou muito em comparação àquela época mas ainda existem obstáculos a serem ultrapassados.
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