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Brasil Colônia, Império

e República Velha
Brasil Colônia (1500-1822)
Durante o período Brasil Colônia, destacamos como caraterísticas em relação
às ações de saúde:

Castigo ou
Doenças Pajé
Provação

Curandeirismo Padres Jesuítas


• Físicos e cirurgiões-barbeiros. • Santa Casa de Misericórdia Santos
– 1543.
• Santa Casa de
Misericórdia Salvador – 1549.

Brasil Colônia (1500-1822)


• Chegada da Família Real ao Brasil em 1808.
• Política médica.
• Intervenção na condição de vida e de saúde da população.
• Vigiar/controlar o aparecimento de epidemias.
Teoria Miasmática (BRASIL, 2005)
Concebia as emanações de elementos do meio físico como seus agentes
responsáveis e insalubres, porque ainda não se conhecia a existência dos
microrganismos.
Considerava-se que o ar era o principal causador de doenças, pois carregava
gases pestilenciais oriundos de matéria orgânica em putrefação.
Alvará de 22 de janeiro de 1810 (BRASIL, 2005)
• Criação de um lazareto para a quarentena de viajantes e de escravos
portadores de moléstias epidêmicas.
• A autoridade sanitária poderia conceber o visto de entrada das pessoas na
cidade.

Brasil Império (1822-1889)


• Ações de combate a doenças transmissíveis.
• Era bacteriológica.
Com o desenvolvimento da bacteriologia (Era bacteriológica) e da utilização de
recursos que possibilitaram a descoberta dos microrganismos, foi identificado
o agente etiológico da doença, concretizada na segunda metade do Século XIX
e no início do Século XX. (BRASIL, 2005).
Teoria da
Unicausalidade

Superação da Teoria
Miasmática

O modelo unicausal de compreensão da doença


baseava-se na existência de apenas uma causa
(agente) para um agravo ou doença. Essa
concepção causou sucesso na prevenção de
diversas doenças infecciosas, mas apresentou uma
visão única em relação ao combate às
enfermidades em geral.
(BATISTELLA, 2007).

República Velha (1889-1930)


• Avanço da bacteriologia.
• Medicina higienista.
• Planejamento das cidades.
• Doenças de destaque: cólera, peste bubônica, febre
amarela, varíola, tuberculose, hanseníase e febre tifoide.
Durante o período da República Velha, a medicina
higienista passou a ter
ênfase no Brasil e a determinar o planejamento urbano
das grandes cidades.
No momento em que os tripulantes estrangeiros receavam desembarcar nos
portos brasileiros, com medo de contrair inúmeras doenças que se
proliferavam aqui, o saneamento foi a solução encontrada para tentar
melhorar a imagem do País no exterior.
FONTE: Brasil, 2005.
Medidas Jurídicas Impositivas
• Notificação de doença.
• Vacinação obrigatória.
• Vigilância sanitária.
Nomeação de Oswaldo Cruz para Diretor do Departamento Federal de Saúde
Pública
Em 1903, Oswaldo Cruz foi nomeado diretor geral de Saúde Pública, cargo que
corresponde, atualmente, ao de Ministro da Saúde. Em 1904, enfrentou um de seus
maiores desafios como sanitarista: devido a uma grande incidência de surtos de
varíola, o médico tentou promover a vacinação da população
A vacinação era feita pela brigada sanitária. Os profissionais entravam na casa das
pessoas e vacinavam todos os que lá estivessem. Mas, essa forma de agir indignou a
população. O fato ficou conhecido como Revolta da Vacina.
FONTE: Brasil, 2014.

Modelo Campanhista
As campanhas contra febre amarela, peste bubônica e varíola, assim como as
medidas gerais destinadas à promoção de higiene urbana, caracterizavam-se
pela utilização de medidas jurídicas impositivas de notificação de doenças,
vacinação obrigatória e vigilância sanitária em geral.
(BRASIL, 2005).
Era Vargas, Autoritarismo
e Nova República

Elementos das Ações de Saúde


• Registro demográfico: conhecer a composição os fatos vitais de
e importância da população.
• Introdução do laboratório como auxiliar do diagnóstico etiológico.
• Fabricação organizada de produtos profiláticos para serem usados pela
população.

Propaganda
1920 – Carlos Reestruturação do
Departamento
Chagas Educação
Nacional de Saúde
sanitária
Assistência médico-previdenciária
• Órgãos especializados: tuberculose, hanseníase e doenças venéreas.
• Expandiram-se as atividades de saneamento para outros estados.
• Em 1923, foi celebrado o convênio entre o Brasil e a Fundação Rockefeller
e promulgada a Lei Eloy Chaves → considerada o marco do início da
Previdência Social no Brasil e que criou as Caixas de Aposentadorias e
Pensões (CAP).

Era Vargas (1930-1964)


• 1930: Criação do Ministério da Educação e Saúde (MESP).
A saúde pública era de responsabilidade do MESP, ou melhor, tudo o que
fosse relacionado à saúde da população e que não se encontrava na área da
medicina previdenciária era desenvolvido no Ministério do Trabalho,
Indústria e Comércio.
Nesse sentido, o MESP prestava serviços para os identificados como pré-
cidadãos: os pobres, os desempregados, os que exerciam atividades
informais, ou seja, as pessoas que não eram seguradas da previdência social
(BRASIL, 2011).
• 1933: Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAP), organização
dos trabalhadores em categorias profissionais.
• 1953: Criação do Ministério da Saúde.
Autoritarismo (1964-1985)
• A saúde pública era de baixa qualidade e limitada.
• 1966: fusão dos IAPs, o que resultou na criação do
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
• 1970: Movimento da Reforma Sanitária.
O movimento pela Reforma Sanitária surgiu da indignação de setores da
sociedade sobre o dramático quadro do setor da saúde. O movimento atingiu
sua maturidade a partir do fim da década de 1970 e princípio dos anos 1980 e
mantém-se mobilizado até o presente.
Ele é formado de técnicos e intelectuais, partidos políticos, diferentes
correntes e tendências e movimentos sociais diversos. Um dos marcos dessa
luta foi a realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986.
(BRASIL, 2007).

• 1977: Criação do Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência


Social (INAMPS).
A persistência da crise promoveu um movimento burocrático administrativo
que tentou reordenar o sistema, dividindo as atribuições da Previdência em
órgãos especializados.
Assim, criou-se o Sistema Nacional de Previdência (SINPAS), que congregou o
Instituto de Administração da Previdência e Assistência Social (IAPAS), o INPS
e o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS)
(BRASIL, 2005).
A assistência médica previdenciária era restrita aos trabalhadores que
exerciam atividade remunerada e aos seus dependentes e a atenção à saúde
centrada na doença e em procedimentos.
• 1978: Conferência de Alma-Ata, em que germinou o debate entre vários
países sobre a importância da atenção primária à saúde e que impulsionou o
debate de um novo modelo de saúde no Brasil.
• 1981: Instituição do Plano CONASP (Conselho Consultivo de Administração
da Saúde Previdenciária). O Plano se dividia em três grandes grupos de
programas, um deles eram as Ações Integradas de Saúde (AIS).
O CONASP, criado pelo Decreto nº 86.329 da Presidência da República, como
órgão do Ministério da Previdência e Assistência Social, deveria operar como
organizador e racionalizador da assistência médica e procurou instituir
medidas moralizadoras na área da saúde (BRASIL, 2011).

• 1983: Criação das AIS. Essa foi uma das primeiras experiências com um
sistema de saúde mais integrado e articulado (RONCALI, 2003).
• 1986: 8ª Conferência Nacional de Saúde.
Pela primeira vez, na história do país, essa Conferência permitiu a participação
da sociedade civil organizada no processo de construção de um novo ideário
para a saúde. Foi norteada pelo princípio da “saúde como direito de todos e
dever do Estado”. Suas principais deliberações foram a base para a
institucionalização do SUS pela Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2007).
• 1987: Criação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS).
Enquanto se aprofundavam as discussões sobre o financiamento e a
operacionalização para a constituição do Sistema Único de Saúde (SUS), em
julho de 1987, criou-se o SUDS, cujos princípios básicos eram, também: a
universalização, a equidade, a descentralização, a regionalização, a
hierarquização e a participação comunitária (BRASIL, 2011).
• 1988: Institucionalização do SUS pela Constituição Federal de 1988, com
disposições sobre a Seguridade Social nos art. 194 e 195 e, em relação à
saúde, nos arts. 196 a 200.

• 1990: Regulamentação do SUS pelas Leis Orgânicas da Saúde: Lei nº


8.080/1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, a proteção e a
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências; e a Lei nº 8.142, que dispõe
sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde
e dá outras providências.
Evolução da Medicina
Previdenciária no Brasil

Evolução da Medicina Previdenciária no Brasil

SUS (1988 – Atualidade)


INAMPS (1977-1993)
INPS (1966-1977)

IAP (1933-1966)

CAP (1923-1933)
trabalhadores de determinadas empresas
CAPs
financiadas pelos empregados e pelos
Medicina empregadores
Previdenciária
(assistência trabalhadores de determinadas
médica restrita aos categorias profissionais
IAPs financiados pelos empregados, pelos
trabalhadores que
exerciam atividade empregadores e pelo governo
remunerada e aos unificação dos IAPs, com a reunião de
seus dependentes). todos os trabalhadores
INPS e
INAMPS financiada pelos empregados, pelos
empregadores e pelo governo

Vamos compreender detalhadamente


As CAPs eram organizadas por empresas, e os IAPs, por categorias
profissionais.
CAPs - Cada empresa tinha o próprio sistema de previdência social e
assistência médica, portanto, não sofriam interferência externa, tampouco de
outras empresas (1923-1933). Por exemplo, o banco Gama tinha sua CAP,
assim como o banco Beta tinha a sua, e uma não sofria interferência da outra.
IAPs - Cada categoria profissional (ex.: reunião de todos os bancários em um
único instituto) tinha seu sistema próprio de previdência social e assistência
médica, logo, seus componentes não sofriam interferência externa de outras
categorias (1933-1966).
Por exemplo, os bancos Gama, Beta e demais tinham um instituto próprio - o
Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Bancários (IAPB), o qual não sofria
interferência dos demais, como, por exemplo, o Instituto de Aposentadoria
dos Portuários e Marítimos (IAPM).
Em síntese, as CAPs eram custeadas pelos empregados, pelas empresas e
pelos consumidores. Na realidade, o financiamento das CAPs era bipartite -
realizado pelos trabalhadores e pelos empregadores – e o financiamento dos
IAPs, tripartite, realizado pelos empregadores, pelos trabalhadores e pelo
Governo. No entanto, podemos considerar que os consumidores custeavam
as CAPs quando compravam mercadorias ou adquiriam serviços.

INPS - Todas as categorias profissionais (marítimos, comerciários, bancários,


servidores públicos, entre outros) passaram a ter apenas um sistema
previdenciário - o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) - que unificou
todos os IAPs.
Esse instituto era gerido pelo governo e responsável pela assistência médica e
pela previdência social de seus integrantes (trabalhadores formais e
respectivos dependentes). O INPS durou pouco tempo (1966-1977).
INAMPS - O INPS administrava tanto os serviços de assistência médica quanto
os de previdência social. Imagine como era a ‘bagunça’ desse instituto.
Em 1977, por meio da Lei nº 6439/77, que instituiu o Sistema Nacional de
Previdência e Assistência Social (SINPAS), o governo desdobrou o INPS em
Instituto de Administração da Previdência Social (IAPAS), Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS) e Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social (INAMPS).
O INAMPS passou a ser a autarquia responsável pela assistência à saúde dos
trabalhadores e seus dependentes inscritos no sistema de previdência social.

Em resumo, a partir de 1977, a Previdência e a Saúde reuniram-se, com a


criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS),
controlado pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS).
Faziam parte desse sistema, entre outros, os institutos responsáveis pela
assistência médica (INAMPS) e pela Previdência Social (INPS e IAPAS). Nessa
época, só os contribuintes e respectivos dependentes do INPS tinham direito
aos serviços do INAMPS.
Principais características da história
da Saúde Pública brasileira

Principais características da história da Saúde Pública


Brasileira – Período Republicano
• A assistência à saúde pública e à privada era de baixa
qualidade e resolutividade.
• Campanhas de prevenção e de combate a algumas
doenças transmissíveis e endemias rurais.
República • Assistência à saúde oferecida pelas Santas Casas de
Velha Misericórdia para a população carente.
(1889-1930) • Criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs),
em 1923, que deram início à assistência médica
previdenciária, restrita a trabalhadores de
determinadas empresas.
Principais características da história da Saúde Pública
Brasileira – Período Republicano
• Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde e
Educação (MESP) e, posteriormente, do Ministério da
Saúde (MS), de baixa qualidade e limitada.
Era Vargas • Assistência médica prestada por meio dos IAPs somente
(1930-1964) aos trabalhadores de determinadas categorias
profissionais que exerciam atividade remunerada.
• Os IAPs substituíram as CAPs a partir de 1933.

Principais características da história da Saúde Pública


Brasileira – Período Republicano
• Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde, de baixa
qualidade e limitada.
• Unificação dos IAPs, que originou o INPS em 1966.
• Criação do INAMPS, em 1977, que desmembrou as ações de
assistência médica do INPS.
Autoritarismo • As políticas de saúde privilegiavam o setor privado.
(1964-1985) • Assistência médica previdenciária (INPS e INAMPS) restrita
aos trabalhadores que exerciam atividade remunerada e
respectivos dependentes, estendida no final do período da
Ditadura Militar aos trabalhadores rurais.
Principais características da história da Saúde Pública
Brasileira – Período Republicano
• Assistência médica previdenciária centrada na doença e
em procedimentos, de baixa qualidade e alto custo, que
culminou com a falência do INAMPS.
Autoritarismo • Início do movimento da Reforma Sanitária na década de
(1964-1985) 1970.
• Criação do plano CONASP (Conselho Consultivo de
Administração da Saúde Previdenciária), em 1981, e das
Ações Integradas de Saúde (AIS), em 1983.

Principais características da história da Saúde Pública


Brasileira – Período Republicano
• Fortalecimento do Movimento da Reforma Sanitária.
• 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986.
Nova • Início do processo de descentralização das ações de
República saúde para estados e municípios.
(1985-1988) • Criação do Sistema Único Descentralizado de Saúde
(SUDS), em 1987, e do SUS, em 1988.
Principais características da história da Saúde Pública
Brasileira – Período Republicano
• Adoção dos princípios e das diretrizes do SUS.
• Universalização da Saúde: “Saúde, direito de todos e
dever do Estado”.
• Enfrentamento de muitos problemas para a
Pós- implantação do SUS.
Constituinte • Extinção do INAMPS por meio da Lei nº 8.689/1993.
• Enfrentamento de grupos corporativistas e empresariais
que são contrários ao SUS, por questões econômicas e
financeiras temerosas.

Principais características da história da Saúde Pública


Brasileira – Período Republicano
• Entraves na consolidação do SUS, em decorrência da
Pós- gestão ineficaz e fragmentada, da corrupção, do
Constituinte subfinanciamento e da hegemonia do modelo centrado
na doença e no hospital (biomédico).

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