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E FUNCIONAMENTO DA VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR:
MANUAL BÁSICO
Volume 1
1ª Edição
RICARDO MALAGUTI
Coordenador de Gestão da Clínica
Elaboração
1
Colaboradores
Profissionais que encaminharam sugestões ao texto e participaram da validação da presente Diretriz
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Natália Garlet – HU-UFSM Rose Aparecida Assumpção – HU/UFGD
Patrícia Matias Pinheiro – HUB/UnB Rosemeire Andreatta – HUCAM/UFES
Raimunda Maria Ferreira de Almeida - HDT- Selma M. de Magalhães – HUPAA/UFAL
UFT Sílvia Tremper Minasi – HE/UFPEL
Regina Sélia Jorge – HC/UFG Taiane Piccini Texeira - HU-UFSM
Renata Viebrantz Enne – HU/UFGD Tânia Solange B. Souza Magnago – HU-UFSM
Rigeldo Augusto Lima – HUB/UnB Vera Maria Simone - HU-UFSM
Rodrigo Daniel de Souza – HU/UFJF Virginia Rossato - HU-UFSM
Romildo Luiz M Andrade – HUCAM/UFES Viviane de Moura Basilio – HUCAM/UFES
Rosa Helena Silva Souza - CHC/UFPR Warlize Jotseh Bettrame - HU-UFSM
Rosalete Coutinho – MEAC/UFC Wilton Rodrigues Medeiros – HUAB/UFRN
Rosangela Fernandes – HU/UFGD
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SUMÁRIO
1. Apresentação............................................................................................................ 4
2. Vigilância Epidemiológica.......................................................................................... 6
2.1. Contextualização ................................................................................................ 6
2.2. O papel da Vigilância Epidemiológica...................................................................... 7
3. Vigilância Epidemiológica Hospitalar ........................................................................ 8
3.1. VEH inserida no organograma das filias Ebserh ..................................................... 9
3.2. Composição do NHE................................................................................................ 10
3.3. Estrutura do NHE ................................................................................................... 11
3.4. Atribuições NHE...................................................................................................... 11
3.5. Processos do NHE: notificação, busca ativa e investigação de casos ..................... 14
3.6. Indicadores de Monitoramento e Avaliação do NHE ............................................. 22
4. Referências............................................................................................................... 25
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1. APRESENTAÇÃO
Este primeiro volume da Diretriz Ebserh sobre Vigilância Epidemiológica Hospitalar está
baseada na Lei Nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, regulamentada pelo Decreto nº 78.231, de 12
de agosto de 1976, na lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, na Portaria Nº. 2.254, de 5 de agosto
de 2010.
Tem por finalidade harmonizar algumas ações nas filiais Ebserh quanto à Vigilância
Epidemiológica, a fim de que se possa trabalhar em rede, realizar benchmarking, promovendo
melhor troca de experiências, otimizando utilização de recursos e potencializando resultados.
É importante ressaltar, que cada hospital deve se organizar de acordo com seu perfil
assistencial para executar as atividades previstas na Diretriz, visto que há peculiaridades entre as
filias da Rede Ebserh, como o pertencimento de alguns hospitais na Rede de Vigilância
Epidemiológica Hospitalar de Interesse Nacional (REVEH). As filiais que não fazem parte da REVEH
podem se candidatar a compor essa Rede.
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2. A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
2.1. Contextualização
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emergência de novos agentes. Atualmente, estão vigentes as Portarias MS Nº 204 e 205 de
17/02/2016.
7
3. A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR
8
3.1. VEH inserido no organograma das filiais Ebserh
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Figura 2: Organograma do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente nos hospitais
especializados e de pequeno porte filiados à Ebserh.
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A Diretoria de Gestão de Pessoas, em conjunto com a Diretoria de Atenção à Saúde, realiza
previsão de funcionários para comporem o Serviço de Vigilância Epidemiológica, conforme quadro
abaixo, disponibilizado pelo SGQ/Sede. Esse quadro auxilia no dimensionamento de profissionais
quando da contratação do hospital com a Ebserh. Cabe ao hospital a alocação de profissionais após
esses assumirem o concurso público, bem como dimensionar os profissionais de acordo com o perfil
nosológico do hospital.
UNIDADE DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE PROFISSIONAIS
Analista Administrativo-Estatístico*
Médico **
Profissionais Administrativos
Técnicos em Enfermagem
* Considerando as ações previstas na Portaria nº 2.254. DE 5 DE AGOSTO DE 2010 na realização dos
estudos de todo o setor.
**Preferencialmente com pós-graduação em Epidemiologia, Saúde Coletiva, Saúde Pública,
Vigilância em Saúde
De acordo com a Portaria Nº. 2.254, de 5 de agosto de 2010, o NHE deve possuir,
minimamente, instalações físicas adequadas, inclusive computador conectado à internet5.
Recomenda-se que o espaço físico possua computadores com capacidade para instalação
dos programas e sistemas de informação indicados pelo Ministério da Saúde, ter acesso à linha
telefônica, fax, impressora e copiadora, ter biblioteca própria com as principais referências da área,
área administrativa e área específica para o ensino e reuniões.
11
Para iniciar as atividades, o NHE deve contar com 1 coordenador, 1 técnico e 1
administrativo. A inclusão do RHC requer recursos humanos adicionais.
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com os instrumentos e fluxos de notificações definidos pela Secretaria de Vigilância em
Saúde (SVS/MS);
realizar a investigação epidemiológica das doenças, eventos e agravos constantes
na Portaria vigente, detectados no ambiente hospitalar, em articulação com a Secretaria
Municipal de Saúde (SMS) e com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), incluindo as
atividades de interrupção da cadeia de transmissão de casos e surtos, quando
pertinentes, segundo as normas e procedimentos estabelecidos pela SVS/MS;
participar da investigação de óbitos maternos declarados e de mulheres em idade fértil,
ocorridos no ambiente hospitalar, em conjunto com a comissão de análise de óbitos e
em articulação com a SMS e com a SES, nos termos da Portaria n° 1.119/GM/MS, de
2008;
Elaborar e divulgar Informes/Notas Técnicas de acordo com as orientações do Ministério
da Saúde, Secretaria de Estado de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde e da EBSERH-
Sede.
participar da investigação dos óbitos infantis e fetais ocorridos no ambiente hospitalar,
em conjunto com a comissão de análise de óbitos e em articulação com a SMS e com a
SES, nos termos definidos na Portaria n° 72/GM/MS, de 2010;
incentivar a realização de necropsias ou a coleta de material e fragmentos de órgãos para
exames microbiológicos e anátomo-patológicos, em caso de óbitos por causa mal
definida ocorridos no ambiente hospitalar;
desenvolver processo de trabalho integrado aos setores estratégicos da unidade
hospitalar, para fins de implementação das atividades de vigilância epidemiológica - tais
como os Serviços de Arquivo Médico e de Patologia; as Comissões de Revisão de
Prontuário, de Óbitos e de Controle de Infecção Hospitalar; a Gerência de Risco Sanitário
Hospitalar; a farmácia e o laboratório - para acesso às informações necessárias à
detecção, monitoramento e encerramento de casos ou surtos sob investigação;
validar as Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) cujo código da Classificação
Internacional de Doenças (CID) indique tratar-se de internação por doença de notificação
compulsória, nos termos definidos na Portaria Conjunta n° 20/SAS/SVS/MS, de 25 de
maio 2005;
promover treinamento continuado para os profissionais dos serviços, estimulando a
notificação das doenças no ambiente hospitalar;
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monitorar e avaliar o preenchimento das declarações de óbitos e de nascidos vivos;
monitorar, avaliar e divulgar o perfil de morbimortalidade hospitalar, incluindo as DNC
detectadas nesse ambiente, subsidiando o processo de planejamento e a tomada de
decisão dos gestores do hospital, dos gestores estaduais e dos municipais dos sistemas
de vigilância e de atenção à saúde;
realizar o monitoramento de casos hospitalizados por doenças e agravos prioritários para
o SNVS, de acordo com as prioridades definidas pela SVS/MS, com base na situação
epidemiológica e na viabilidade operacional; e
apoiar ou desenvolver estudos epidemiológicos ou operacionais complementares de
DNC no ambiente hospitalar, incluindo a avaliação de protocolos clínicos das DNC, em
consonância com as prioridades definidas pelos gestores do SNVS.
alimentar periodicamente os sistemas oficiais de notificação, disponíveis em cada
Hospital, como o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Sistema de
Informações de Nascidos Vivos (SINASC) e Sistema de Informação sobre Mortalidade
(SIM).
Monitorar os resultados dos exames dos pacientes com suspeita/diagnóstico de doença
e agravo de notificação compulsória encaminhados aos laboratórios do Hospital e
conveniados e comunicar a equipe de saúde assistente do paciente e o resultado de
exames, recomendando as medidas de precaução necessárias, conforme indicação.
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meningocócica, doenças exantemáticas, possibilita a implementação oportuna das ações de
controle, como quimioprofilaxia de comunicantes e vacinação de bloqueio. A investigação
epidemiológica de casos pode demonstrar surgimento de novas doenças (doenças emergentes) e a
reemergência de outras.6
Os hospitais possuem grandes desafios, entre eles uma quantidade de dados nem sempre
transformados em informação que possa subsidiar a tomada de decisão. A criação de núcleos
hospitalares de epidemiologia tem incorporado técnicas epidemiológicas aplicadas aos serviços de
saúde na investigação e na análise sistemática da situação de saúde da população atendida,
viabilizando um maior e melhor uso dos dados hospitalares, permitindo a identificação de
prioridades nos serviços e possibilitando a avaliação da qualidade da assistência prestada. Permite
rápida operacionalização da vigilância entendida como informação para ação, e ação ágil desde o
primeiro nível da sua demanda.7
O objetivo da criação de subsistema de vigilância epidemiológica é o aprimoramento da
vigilância por meio da ampliação da rede de notificação e investigação de doenças e agravos, com
aumento da sensibilidade e da oportunidade na detecção de agravos de notificação compulsória. A
implantação do NHE permite ao sistema de vigilância local a adoção de medidas de controle
oportunas, possibilitando a interrupção da cadeia de transmissão de doenças na população. A
instituição da rede de hospitais de referência serve de apoio para o planejamento das ações de
vigilância. As atribuições do NHE são fundamentais também no planejamento e gestão hospitalar.8
Notificação
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- Notificação compulsória semanal: notificação compulsória realizada em até sete dias, a partir do
conhecimento da ocorrência de doença ou agravo;
- Notificação compulsória negativa: comunicação semanal realizada pelo responsável pelo
estabelecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que na semana epidemiológica não
foi identificado nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública constante da Lista de
Notificação Compulsória. ”9
As notificações que devem ser realizadas imediatamente aos órgãos competentes deverão
também serem registradas imediatamente no Vigihosp. As demais serão inseridas dentro dos
tempos previstas em legislação.
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Figura 3
Processo de notificação
e investigação de
doenças e agravos em
saúde na ered Ebserh.
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Busca ativa
A Vigilância ativa é um tipo de vigilância, em que “a equipe de saúde recorre à fonte de
informação para realizar uma busca intencional de casos do evento sujeito à vigilância. Os
profissionais da equipe de saúde buscam diretamente os dados objetos de vigilância, revisando até
mesmo os registros rotineiros do serviço de saúde e os registros diários de atenção às pessoas” 10.
Uma vantagem da vigilância ativa é a de garantir maior integridade ao sistema. Está particularmente
indicada nas situações onde a integridade das informações é o mais importante: doenças em fase
de erradicação e eliminação (poliomielite, sarampo, etc.), danos de alta prioridade sanitária
(mortalidade infantil, mortalidade materna, etc.), ou durante e imediatamente depois de uma
epidemia10.
Já na vigilância passiva, “cada nível de saúde envia informação de forma rotineira e periódica
sobre os eventos sujeitos à vigilância ao nível imediatamente superior”10. Essa tem a vantagem de
ser fácil, de baixo custo e, portanto, é mais sustentável no tempo10.
Uma atividade importante do NHE é a busca ativa de casos de doenças e agravos de
notificação compulsória. Os profissionais dos núcleos detectam os casos a partir da busca ativa em
locais estratégicos no hospital, como o pronto atendimento, unidades de internação, laboratório e
ambulatório. Outras fontes importantes para o conhecimento de agravos de notificação no hospital
são a farmácia, o Serviço de Arquivo Médico (SAME) e o laboratório de anatomia patológica. 8,11
O planejamento e priorização das ações na investigação de casos depende do tipo de
hospital e do seu grau de complexidade. É importante a avaliação do perfil do hospital (doenças
infecciosas, geral ou pediátrico), número de leitos, e as unidades de internação (leitos de doenças
infecciosas, leitos pediátricos, leitos gerais). 8,11
É importante a visita diária dos profissionais do núcleo às enfermarias de doenças
infecciosas, pediátricas e clínica médica, bem como às unidades de terapia intensiva e pronto
atendimento. Outras unidades, clínicas e cirúrgicas, deverão ser avaliadas de acordo com a realidade
de cada hospital. 8,11
É fundamental a parceria com o laboratório clínico e anatomopatológico para o êxito das
investigações, pois o NHE deverá ter conhecimento de todos os exames solicitados para DNC. Para
o encerramento do caso, é fundamental o acesso aos resultados laboratoriais e ao prontuário de
alta, para o preenchimento da ficha epidemiológica referente aos campos: evolução, confirmação e
critério de confirmação, entre outros. A integração de todos os setores do hospital é fundamental
para aumentar a sensibilidade do sistema da vigilância hospitalar. 8,11
18
A investigação epidemiológica das DNC é efetuada a partir de fichas epidemiológicas do
SINAN, específicas para cada agravo. A notificação é realizada à vigilância epidemiológica do
município por telefone, e-mail ou fax, para os agravos de notificação imediata As fichas
epidemiológicas são digitadas no banco do SINAN, com transferência periódica para o município,
conforme estabelecido no sistema de vigilância.10 Hospitais que não possuem o sistema, devem
encaminhar as fichas para as Secretarias Municipais.
Importante ressaltar, que os NHE podem elaborar diversas estratégias de busca ativa, como
utilizar AGHU para identificar casos novos de doenças e agravos, por meio dos diagnósticos e
exames solicitados e liberados dos pacientes internados.
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Outros instrumentos importantes para busca ativa são a Declaração de óbito (DO) e Declaração
de nascido vivo (DN). A partir da DO é possível identificar eventos de interesse em saúde pública
que escaparam aos demais mecanismos de busca ativa. O ideal é que seja estabelecido fluxo de
análise das DO pelo NHE, com revisão periódica e sistemática das mesmas, investigando os óbitos
de:
Mulheres em idade fértil (10 a 49 anos), para avaliar a possibilidade de morte materna,
que pode ocorrer durante a gestação, no parto ou no puerpério (até 42 dias após o
parto). Os Comitês de Mortalidade fazem avaliação do óbito até 1 ano após o parto;
Crianças menores de 1 ano;
Óbito fetal ou natimortos;
Óbitos decorrentes de doenças e eventos de interesse em saúde pública.4
20
Investigação
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específico, a fim de se impedir a ocorrência de novos casos. Deve-se buscar identificar a fonte de
infecção e o modo de transmissão; grupos expostos a maior risco e fatores de risco; e determinar
as principais características epidemiológicas e outras condições que afetem a propagação da doença
e as medidas de saúde empregadas. Entre os critérios de urgência, incluem-se o impacto grave sobre
a saúde pública e/ou a natureza incomum ou inesperada, com alto potencial de propagação.12
O exame cuidadoso do caso e de seus comunicantes é fundamental, pois, dependendo da
enfermidade, pode-se identificar precocemente os casos e instituir rapidamente o tratamento ou
proceder ao isolamento, para evitar a progressão da doença na comunidade. Quando necessário,
deve-se adotar medidas de precaução, considerando a forma de transmissão da doença.12
As fichas epidemiológicas de cada caso devem ser analisadas, visando definir-se qual critério
foi ou será empregado para o diagnóstico final e encerramento do caso, considerando as definições
de caso específicas para cada doença.12
A análise do banco de dados do SINAN deve ser realizada pelo NHE, com ampla divulgação
para todos os profissionais e a direção do hospital, permitindo sua utilização na gestão hospitalar.
A sensibilização de todos os profissionais por meio da retroalimentação é importante para que eles
participem de forma ativa na notificação. 8,11
Segundo a Portaria nº 183, de 30 de janeiro de 2014, os núcleos devem elaborar um
relatório trimestral com o perfil de morbidade e mortalidade hospitalar das doenças de notificação
compulsória, que deve ser encaminhado à Secretaria Municipal de Saúde em instrumento
padronizado, por meio eletrônico ou impresso.3 Recomenda-se que esses relatórios tenham
periodicidade mensal.
Ressalta-se a importância do desenvolvimento de programas para o treinamento de
estudantes (medicina, enfermagem e outros), aprimoramento profissional e pós-graduação
(residência). Nos NHE, em especial hospitais universitários, a capacitação teórico-prática em
vigilância epidemiológica em âmbito hospitalar constitui área importante de aprendizagem clínico-
laboratorial e epidemiologia de DNC, com interface direta entre a assistência e a prevenção de
doenças. 8,11
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Registro Hospitalar de Câncer – RHC
O RHC pode fazer parte do NHE ou ser um serviço em separado. O RHC faz a vigilância
epidemiológica de câncer nos hospitais que são referência para tratamento oncológico como
Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia – UNACON ou Centro de Assistência
Especializada em Oncologia – CACON. As informações relacionadas ao paciente, tumor, tratamento
e evolução da doença, são coletadas e registradas cerca de um ano após o diagnóstico para permitir
o preenchimento da ficha de investigação que inclui o tratamento e a resposta terapêutica.6 O RHC
é exigência da Portaria MS/SAS nº 140, de 27/02/2014, para os hospitais classificados como
UNACON ou CACON, e contribui para a melhoria da qualidade assistencial. 13
Os casos de câncer confirmados por biopsia ou outro exame confirmatório são registrados no
programa SisRHC do INCA/Ministério da Saúde. Incluem dados sóciodemográficos, informações
relacionadas ao tumor, à assistência prestada na instituição e à evolução da doença. A análise das
informações coletadas possibilita traçar o perfil dos pacientes, os recursos utilizados no diagnóstico
e tratamento, auxilia na avaliação da assistência prestada e na elaboração de pesquisas científicas.
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3.6. Indicadores de Monitoramento e Avaliação do NHE
Método de Cálculo - Número de casos suspeitos de DNC imediata digitados pelo NHE a
autoridade sanitária competente em até 7 dias após a data da notificação, dividido pelo total de
casos suspeitos de DNC de notificação imediata digitados pelo NHE X 100.
Observação: Nos casos em que há legislação específica quer seja municipal ou estadual
devem ser consideradas para compor o numerador.
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INDICADOR 2 - Proporção de casos de doenças de notificação compulsória imediata (DNCI)
encerrados em até 60 (sessenta) dias após notificação. Meta 80% (oitenta por cento) de casos das
doenças de notificação compulsória imediata registrados no SINAN encerradas em até 60
(sessenta) dias a partir da data de notificação4.
Observação: Os hospitais que fazem parte da REVEH devem monitorar este indicador.
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além de contribuir na avaliação dos níveis de saúde e de desenvolvimento socioeconômico da
população.
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REFERÊNCIAS
1. Almeida, FN, Rouquayrol, ΜZ. Introdução à Epidemiologia Moderna. 2.ed. Belo Horizonte:
Coopmed; 1992.
27
7. Escosteguy CC, Medronho RA. A importância dos Núcleos de Vigilância Hospitalar. Cad.
Saude Colet. 2005; 13 (3): 585 - 587.
8. Rebeiro AF, Nalheiro VL. Epidemiologia hospitalar com ênfase em vigilância epidemiológica
- Subsistema de Vigilância Epidemiológica em Âmbito Hospitalar. São Paulo: Coordenadoria
de Controle de Doenças/ Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; 2007. Boletim
Epidemiológico Paulista, 38.
14. Pessoa, JP et al. Situação Dos Indicadores De Morbidade, Cobertura Vacinal E Demográfico
No Município De Jataí – GO: Análise Comparativa Entre os Anos 2000 e 2009. Goiânia. Tese
[Mestrado] – Universidade Federal de Goiás; 2012.
15. Brasil. Agência nacional de saúde suplementar. Ministério da Saúde. Taxa de Mortalidade
Institucional [Internet]. [Acesso em 05 de outubro de 2016]. Disponível em
http://www.ans.gov.br/images/stories/prestadores/E-EFT-02.pdf.
28
16. Brasil. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Ministério da Educação. Diretriz Ebserh
para monitoramento e avaliação em segurança do paciente: gestão voltada para resultados
efetivos e seguros. Série “Diretrizes Ebserh sobre Segurança do Paciente. Volume 3. 1ª
edição. Brasília. 2016.
17. Brasil. Ministério da Saúde. Mortalidade [Internet]. [Acesso em: 05 de outubro de 2016].
Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/livroidb/2ed/CapituloC.pdf.
29
30