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CONDUTAS DE TECNOVIGILÂNCIA NO
ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19
Brasília
Agosto/2020
PRESIDENTE
OSWALDO DE JESUS FERREIRA
ELABORAÇÃO
Ana Rita Rodrigues Dos Santos De Oliveira - Serviço de Gestão da Qualidade/CGC/DAS
Bruna Mafra Guedes – Serviço de Gestão da Qualidade/CGC/DAS
Carlos Alexandre de Souza Medeiros - Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL-UFRN
Eduardo Ferreira De Sousa - Serviço de Planejamento de Tecnologia em Saúde/CGAH/DAS
Jacqueline Carla de Moura Carvalho – Serviço de Gestão da Qualidade/CGC/DAS
Leili Mara Mateus da Cunha – Serviço de Gestão da Qualidade/CGC/DAS
Márcia Amaral Dal Sasso – Serviço de Gestão da Qualidade/CGC/DAS
Marta Pinheiro Lima – Serviço de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho/CAP/DGP
Milena Motta Xavier Sodre - Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe – HU-UFS
Tâmela Beatriz Matinada da Silva - Serviço de Gestão da Qualidade/CGC/DAS
Tayana Fátima Ferreira dos Santos - Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes – HUCAM- UFES
EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
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Sumário
1. INTRODUÇÃO E OBJETIVO ..................................................................................................................... 4
3. CONCEITOS ............................................................................................................................................ 8
7. RESPONSABILIDADES ........................................................................................................................... 20
8. NOTIFICAÇÃO ....................................................................................................................................... 22
9. TECNOVIGILÂNCIA ............................................................................................................................... 23
APÊNDICE I ................................................................................................................................................... 33
APÊNDICE II .................................................................................................................................................. 35
APÊNDICE IV................................................................................................................................................. 38
EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
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1. INTRODUÇÃO E OBJETIVO
Todos os produtos carregam um certo grau de risco e podem causar problemas sob
determinadas circunstâncias. Muitos problemas em produtos para saúde não podem ser detectados
até que se tenha bastante experiência com eles. Sendo assim, a segurança pode ser considerada
apenas em termos relativos.
A legislação brasileira determina que os produtos para saúde, quando utilizados nas
condições e para as finalidades previstas, devem atuar de forma a não comprometer a saúde dos
pacientes e dos operadores do produto. Para isso, os fabricantes devem projetar seus produtos
dentro de padrões de qualidade e segurança, de forma que os riscos inerentes à sua utilização não
sejam superiores aos benefícios propostos.
Para se discutir padrões de qualidade e segurança sanitária de produtos para saúde, é
necessário definir alguns conceitos fundamentais, como conformidade, eficácia, efetividade e
desempenho:
a) Conformidade é a observância das normas técnicas que se aplicam ao produto para a
correta execução das funções prometidas;
b) Eficácia é o efeito que resulta do uso do produto em condições controladas;
c) Efetividade é o efeito obtido quando se está utilizando o produto durante os serviços de
rotina;
d) Desempenho está diretamente associado à execução da atividade para qual o produto
foi projetado, sendo os resultados medidos por meio de indicadores.
O cumprimento dos quesitos de conformidade, eficácia, efetividade e desempenho visa
garantir a segurança do produto no momento de sua utilização.
Ainda que o processo fabril incorpore conceitos de segurança sanitária, nenhum produto é
totalmente isento de causar dano ao paciente ou ao operador. Ou seja, sempre existem riscos e
possibilidade da ocorrência de eventos adversos durante a utilização de produtos médicos.
A ocorrência dessas situações pode estar associada à baixa qualidade do produto, ao seu
uso de forma inadequada (erros de procedimento), a fatores inerentes à pessoa (no caso de evento
adverso), bem como a fatores do próprio produto, muitas vezes já indicadas no processo de registro
na ANVISA, como por exemplo, o nível de qualidade aceitável (NQA) do produto informado pelo
fabricante e os eventos adversos esperados.
Este documento tem o objetivo de orientar gestores e profissionais de serviços de saúde
dos Hospitais Universitários Federais (HUF) da Rede Ebserh sobre as condutas de monitoramento
da qualidade de bens e produtos frente à permissão temporária de fabricação, importação e
aquisição de materiais e equipamentos de uso hospitalar dispensadas de Autorização de
Funcionamento de Empresa, da notificação à Anvisa, bem como de outras autorizações sanitárias,
conforme Resolução RDC nº 379/2020, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Vale ressaltar que este documento se encontra em um contexto da atual pandemia da
Covid-19, não podendo ser aplicado ou interpretado de forma diversa deste contexto. Não é
intenção deste documento recomendar nenhum tipo de dispositivo médico ou medidas para
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prevenção de infecção. Informações adicionais a respeito desta temática podem ser encontradas em
documentos específicos no site da Anvisa e do Ministério da Saúde:
http://portal.anvisa.gov.br/coronavirus e https://coronavirus.saude.gov.br/, respectivamente, ou
em outros documentos emitidos pelo Serviço de Gestão da Qualidade.
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Grupo formado por órgãos reguladores de diversos países do mundo com o objetivo de trabalhar na harmonização e
convergência regulatória internacional de dispositivos médicos.
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a) Efetividade: a efetividade do produto durante seu uso nos serviços de rotina deverá ser
acompanhada por meio das notificações do Vigihosp e dos alertas presentes no Boletim
Vigilância em Foco.
b) Desempenho: os indicadores “Número de Notificações no Vigihosp de Eventos
Adversos relacionados ao Produto” e “Número de Notificações no Vigihosp de Queixas
Técnicas relacionadas ao Produto” serão os indicadores de escolha para
acompanhamento do desempenho de cada produto mencionado neste documento,
associado à execução da atividade para qual o produto foi projetado.
3. CONCEITOS
a) Desvio de qualidade - apresentação do produto em desacordo com suas especificações
técnicas e parâmetros de qualidade. (Anvisa, 2010)
b) Evento adverso - efeito não desejado, em humanos, decorrente do uso de produtos sob
vigilância sanitária. (Anvisa, 2020)
c) Fabricante: qualquer pessoa que projeta, fabrica, monta ou processa no país um produto
médico acabado, incluindo terceiros autorizados para esterilizar, rotular e/ou embalar esse
produto. (Anvisa, 2010)
d) Fiscalização sanitária: conjunto de procedimentos técnicos e administrativos, de
competência das autoridades sanitárias, que visam à verificação do cumprimento da
legislação sanitária ao longo de todas as atividades da cadeia produtiva, de distribuição e de
comercialização, incluindo a importação, de forma a assegurar a saúde do usuário. (Anvisa,
2010)
Observações:
a) Todos os equipamentos a serem adquiridos devem ser novos, não podendo serem
usados ou recondicionados.
b) Para acompanhar a atualização dos países integrantes do IMDRF, acessar o link:
http://www.imdrf.org/about/about.asp.
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e76ba013acd2.
A doação é outra forma aceita pela Anvisa para garantir o suprimento de materiais e
equipamentos médico-hospitalares no hospital. Segundo a Agência, é permitido o recebimento de
doações de equipamentos de proteção individual, ventiladores pulmonares, circuitos, conexões e
válvulas respiratórios, monitores paramétricos e outros dispositivos médicos essenciais para o
combate à COVID-19, novos regularizados e comercializados em jurisdição membro do IMDRF, por
órgãos e entidade públicas e serviços de saúde públicos e privados, observados os seguintes
aspectos:
a) As importações com fins de doação ficam dispensadas, de forma excepcional e
temporária, de Autorização de Funcionamento de Empresa.
b) Quando os produtos previstos no caput não atenderem ao requisito da regularização
e comercialização em jurisdição de membro do IMDRF, o responsável pela doação,
antes da importação, deve solicitar prévia autorização da Anvisa.
c) A solicitação deve ser acompanhada da ficha técnica e das especificações do produto,
país de origem e fabricante.
d) Os dispositivos médicos devem ser expostos ao uso com suas instruções de uso
traduzidas para a língua portuguesa quando essas forem essenciais ao adequado
funcionamento do produto.
e) Para fins de doação dos dispositivos médicos previstos no caput é permitida a
importação com rótulo e instruções de uso em inglês ou espanhol, quando
acompanhada de termo de compromisso, firmado pelo responsável pelo serviço de
saúde que receberá a doação, no sentido de assegurar que o produto somente será
exposto ao uso após a tradução e disponibilização das instruções de uso em fiel
concordância com o documento original e legislação vigente.
Quanto aos aspectos administrativos deve-se atentar ainda para as disposições do Decreto
nº 9.764/2019, que trata sobre o recebimento de doações de bens móveis e de serviços, sem ônus
ou encargos, de pessoas físicas ou jurídicas de direito privado pelos órgãos e pelas entidades da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
Cabe ressaltar que para alguns produtos médico-hospitalares já estão sendo publicadas as
revogações da Autorização para Uso Emergencial, por meio de interdição cautelar e proibição de
uso publicados no Diário Oficial da União (DOU). Portanto, é essencial que o Hospital acompanhe as
publicações pelo site da Anvisa (http://portal.anvisa.gov.br/produtos-irregulares#/) e na Seção 1 do
DOU (http://www.in.gov.br/web/guest/inicio).
Excepcionalmente durante a vigência da RDC 378/2020, será permitida a importação,
comercialização e doação de ventiladores pulmonares, monitores de sinais vitais, bombas de
infusão, equipamentos de oximetria e capnógrafos usados, indispensáveis em unidades de terapia
intensiva, em virtude da emergência de saúde pública internacional relacionada a COVID-19, desde
que possuam ou já tenham possuído registro sanitário junto à ANVISA, observados os seguintes
aspectos:
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5. GESTÃO DA QUALIDADE
A gestão da qualidade deve ser realizada pelo Hospital em todas as etapas, desde a
aquisição e armazenamento até o uso do produto, por meio da aplicação de controles de
qualificação de fornecedores e de produtos, levando em consideração as limitações e
excepcionalidades decorrentes da Pandemia da COVID-19.
Considerando que o uso de produtos de saúde pode acarretar algum tipo de risco ao
usuário, é importante o monitoramento contínuo quanto a sua segurança e eficácia.
A participação de todos os profissionais do serviço de saúde, das áreas assistencial,
administrativa, serviços de apoio e demais profissionais, e usuários é de grande valia para ampliação
do monitoramento e qualificação dos produtos médico-hospitalares adquiridos, pois poderão
informar eventos adversos ocorridos com operadores ou pacientes durante o uso dos produtos.
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4
Acesso gratuito pelo site ABNT: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=369818
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https://www.cdc.gov/niosh/npptl/topics/respirators/disp_part/n95list1.html;
i) Solicitar os laudos de atendimento da norma ABNT NBR 13698 ou equivalente, em
especial do teste de eficiência de filtração. Pode-se verificar se algum órgão de governo
nacional ou internacional fez avaliações sobre isso. O NIOSH (National Institute for
Occupational Safety and Health/Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional),
que integra o CDC, disponibilizou os resultados de avaliação de eficiência de filtração
para modelos de alguns fabricantes internacionais que, apesar de não serem
aprovados ordinariamente para a comercialização no mercado americano, estão
sujeitos a uma autorização emergencial
https://www.cdc.gov/niosh/npptl/respirators/testing/NonNIOSHresults.html.
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Acesso gratuito pelo site ABNT: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=369818
8
Acesso gratuito pelo site ABNT: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=362610
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Observações:
a) Para aplicação das normas técnicas supracitadas parece ser importante o conhecimento de
outras normas listadas no site da ABNT como normas necessárias. Contudo, caberá à equipe
responsável pelos testes de controle de qualidade juntamente com os gestores do hospital
avaliar caso a caso a real necessidade da aquisição de outras normas técnicas.
b) Os fabricantes e os importadores devem cumprir todas as outras obrigações e exigências
aplicáveis ao controle de dispositivos médicos, bem como as normas técnicas relacionadas aos
produtos. Ademais, as empresas deverão realizar controle pós-mercado, ou seja, o
monitoramento após a comercialização desses dispositivos. O fabricante ou importador é
responsável pela garantia da qualidade, da segurança e da eficácia dos produtos, em
conformidade com o regulamento brasileiro. Os hospitais, antes de concluírem a compra dos
produtos, devem cobrar, em seus processos de compra, os laudos técnicos que garantam o
cumprimento de todos os requisitos.
c) Algumas instituições de ensino e pesquisa, como laboratórios de universidades, podem
realizar ensaios independentes sobre máscaras recebidas que podem indicar possíveis não
conformidades no processo de fabricação das máscaras cirúrgicas e N95 ou PFF2. Caso sejam
verificados elementos que levem à conclusão de que uma máscara não cumpre os requisitos
ou é falsificada, a denúncia deve ser encaminhada para a Ouvidoria da Anvisa
por meio de formulário eletrônico
https://www10.anvisa.gov.br/ouvidoria/CadastroProcedimentoInternetACT.do?met
odo=inicia e ao Serviço de Gestão da Qualidade vigilancia.sede@ebserh.gov.br com o máximo
de informações sobre o produto (fornecedor e fabricante, bem como fotos e laudos).
6. ANÁLISE DOCUMENTAL
No processo de pré-qualificação do material a ser adquirido, é necessário que o fornecedor
apresente documentos e laudos técnicos que comprovem o atendimento aos requisitos
preconizados pelo produto.
Nesse sentido, seguem orientações de análise documental para auxiliar no reconhecimento
de possíveis fraudes relacionadas aos documentos de comprovação da qualificação do produto.
a) Papel timbrado - verificar se o documento está em papel timbrado da empresa
emissora;
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7. RESPONSABILIDADES
As responsabilidades descritas abaixo referem-se especificamente ao processo de pré-
qualificação e tecnovigilância, objetos deste documento orientativo, não eximindo as áreas das
demais responsabilidades pertinentes. Portanto as funções das áreas não se restringem ao
relacionado a seguir.
Todas as áreas envolvidas no processo de aquisição de produtos médico-hospitalares
deverão atentar para as orientações da RDC 379/2020 ou outra que a substituir, no que for
pertinente às suas atribuições.
As competências descritas neste documento são orientativas visando o bom fluxo do
processo. Cada HUF poderá adequar a sua realidade local, desde que as responsabilidades sejam
claramente distribuídas entre os integrantes do processo e se mantenha a comunicação aberta
entre as áreas envolvidas para cooperação em todas as fases do processo.
a) Superintendência ou Gerência de Atenção à Saúde
i. Estabelecer parcerias para auxílio dos hospitais da Rede Ebserh, em casos de
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Notivisa;
v. Contato com o fabricante para esclarecimentos de dúvidas técnicas, quando
necessário;
vi. Divulgar Alertas de Monitorização Intensiva de produtos tratados por essa Nota
Técnica.
f) Setor de Suprimentos/Unidade de Abastecimento
i. Contato com o fornecedor para questões de logística;
ii. Análise dos materiais quanto ao cumprimento dos requisitos apresentados no
descritivo do processo compras, com apoio da Comissão de Produtos para Saúde-
CPPS e Fiscal do Contrato;
g) Equipe de Planejamento da Contratação
i. Elaboração do documento para formalização da demanda com descrição detalhada
dos produtos a serem adquiridos, atentando para os requisitos administrativos e
técnicos pertinentes a cada objeto de contratação;
ii. Adequação, juntamente com a Comissão de Produtos para Saúde-CPPS, dos
descritivos dos produtos e do termo de referência de forma extraordinária e
temporária, abrangendo especificidades sobre os requisitos para a fabricação,
importação e aquisição de dispositivos médicos identificados como prioritários
para uso em serviços de saúde, em virtude da emergência de saúde pública
internacional relacionada ao SARS-CoV-2.
iii. Apoio ao setor de compras e licitações na qualificação de fornecedores e produtos.
8. NOTIFICAÇÃO
As notificações de queixas técnicas e eventos adversos devem ser feitas tanto pelo Vigihosp,
aplicativo de gestão de notificações próprio da Ebserh, quanto ao Ministério da Saúde (MS) e Anvisa,
por meio do Notivisa, SINAN e formulários do FORMSUS, de modo a atender a legislação de
notificações de doenças e agravos.
O Vigihosp, aplicativo de Vigilância em Saúde e Gestão de Riscos Assistenciais Hospitalares,
foi desenvolvido para informatizar e dar maior celeridade ao processo de notificações e tratamento
de incidentes, queixas técnicas, doenças e agravos em saúde nos hospitais.
O link para acesso ao Vigihosp deverá ser disponibilizado na área de trabalho de todos os
computadores do Hospital e o link do Vigihosp Mobile deve estar disponível na intranet do
hospital. Essas informações devem ser amplamente divulgadas para todos os colaboradores da
instituição.
Ressalta-se que, embora complementares, as ferramentas supracitadas do MS e da Anvisa
e o Vigihosp são diferentes. Os dados registrados no Vigihosp são de acesso restrito aos gestores da
Rede Ebserh e permitirão a avaliação da situação de cada hospital permitindo direcionar as ações
de gestão dos Hospitais Universitários da Rede Ebserh.
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O Notivisa, por sua vez, é um sistema informatizado desenvolvido pela Anvisa para receber
notificações de incidentes, eventos adversos (EA) e queixas técnicas (QT) relacionadas ao uso de
produtos e de serviços sob vigilância sanitária.
O preenchimento das notificações no Notivisa pode ser feito por cidadão em geral ou por
profissional de saúde, pelo link: http://portal.anvisa.gov.br/notificacoes/produtos.
Destaca-se que, para os produtos não regularizados em território nacional, a Anvisa tem
disponibilizado canais específicos para comunicação de eventos adversos e queixas técnicas.
Preencher esses formulários específicos contribui para a vigilância e monitoramento dos produtos
facilitando um controle mais direcionado aos dispositivos médicos sem registro na Anvisa, utilizados
nos serviços de saúde no contexto da pandemia COVID-19.
A notificação de evento adverso e queixa técnica (COVID-19) para qualquer dispositivo
médico sem registro na Anvisa, com base nas Resoluções RDC 356/2020 e RDC 379/2020 ou outra
que as substitua, pode ser feita acessando o link:
https://pesquisa.anvisa.gov.br/index.php/114757?lang=pt-BR.
Além do canal supracitado, a Anvisa criou um formulário específico para receber
contribuições das instituições com informações relacionadas à aquisição de Respiradores
Particulados N95 ou PFF2 ou equivalente sem registro na Anvisa, durante a vigência da RDC
379/2020. O objetivo desse formulário é identificar a importação e fabricação destes dispositivos
que não tenham recebido número de registro na Anvisa para promover a rastreabilidade no Brasil.
Nesse sentido, os serviços de saúde podem contribuir enviando informações dos produtos
adquiridos sem registro pelo link:
http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=56816.
Este formulário de contribuição difere dos demais apresentados anteriormente pois, para
o preenchimento deste, não é necessário que tenha ocorrido algum evento adverso ou queixa
técnica. Trata-se de um levantamento de material em uso atualmente no Brasil, portanto, seu
preenchimento não exime o envio das notificações pelo Vigihosp e Notivisa, no caso de eventos
adversos e queixas técnicas.
9. TECNOVIGILÂNCIA
As ações de tecnovigilância devem ser conduzidas de modo a possibilitarem o
monitoramento e a avaliação contínua dos eventos adversos e queixas técnicas dos produtos para
saúde adquiridos pelo hospital, a fim de identificar problemas e adotar medidas preventivas ou
corretivas.
Desse modo, busca-se a detecção precoce dos problemas relacionados a produtos e outras
tecnologias para desencadear as medidas pertinentes para que o risco seja interrompido ou
mitigado.
O Setor de Gestão da Qualidade e Segurança do Paciente é responsável pela condução das
atividades de tecnovigilância e, para seu efetivo desempenho, conta com a colaboração dos demais
profissionais e usuários do hospital, que fornecerão subsídios para investigação dos produtos.
A vigilância pós-comercialização deve ser capaz de detectar precocemente problemas
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relacionados a produtos e outras tecnologias e desencadear as medidas pertinentes para que o risco
seja interrompido. (Anvisa, 2010)
Os sistemas de vigilância podem ser ativos ou passivos, a depender das características do
evento sob vigilância, dos objetivos do sistema, dos recursos disponíveis e da fonte ou das fontes
de informação a serem utilizadas.
Os sistemas de vigilância passiva caracterizam-se por terem como fonte de informação a
notificação espontânea e voluntária, constituindo o método mais antigo e frequentemente utilizado
na análise sistemática de eventos adversos à saúde. Além disso, são aqueles que apresentam menor
custo e maior simplicidade; porém, têm a desvantagem de estarem mais vulneráveis à
subnotificação. Apesar disso e de que as notificações obtidas passivamente não oferecem uma visão
completa da ocorrência do evento sob vigilância, nem sempre é essencial o conhecimento do
número total de casos para definir medidas efetivas de controle.
Já o sistema de vigilância ativo caracteriza-se pelo estabelecimento de um contato direto,
a intervalos regulares, entre a equipe da vigilância e as fontes de informação. Os sistemas ativos de
coleta de informação permitem um melhor conhecimento do comportamento dos agravos à saúde,
tanto em seus aspectos quantitativos quanto qualitativos, além do contato direto entre os
profissionais, o que possibilita a sensibilização para a importância da vigilância.
Portanto, o trabalho do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente não se resume
a receber informações e notificar os órgãos regulatórios. A tecnovigilância não deve ser realizada
apenas de forma passiva, por meio das notificações do Vigihosp, mas também de forma ativa,
buscando informações in loco e realizando testes nos produtos.
As notificações deverão ser investigadas e os produtos deverão ser testados, na medida do
possível. Todas as ações de monitoramento, avaliação e testes realizados, em laboratório ou não,
bem como a identificação dos problemas, causa-raiz e ações de melhoria, deverão ser registrados e
arquivados de modo a possibilitar consultas posteriores aos responsáveis.
Para os testes, orienta-se que sejam instituídas equipes de avaliação de produto e/ou
firmadas parcerias com as Universidades Federais do Estado a fim de viabilizar a realização de testes
necessários à verificação das características do produto, conforme normas técnicas aplicáveis.
Essa parceria não visa substituir a garantia da segurança dos produtos dada por organismos
certificadores credenciados para tal atividade. Sabe-se que pelo Hospital ou Universidade nem
sempre será possível a realização de todos os testes para verificação dos requisitos do produto
constantes em normas técnicas. Contudo, essa parceria visa minimizar os riscos relacionados ao uso
dos produtos adquiridos sem registro na Anvisa, auxiliando na qualificação de produtos e
fornecedores, permitindo intervenções precoces e, assim contribuindo para a qualidade do serviço
e segurança dos profissionais, pacientes e usuários.
A identificação de irregularidades nos produtos médico-hospitalares, seja por meio de
notificações ou pela realização de testes, deverá ser comunicada à Ebserh pelo Vigihosp e à Anvisa
pelo link específico para notificação de produtos não regularizados, conforme descrito acima.
Outra forma, não obrigatória nem única, mas possível e complementar de monitoramento
ativo é o acompanhamento das publicações da Anvisa e das agências reguladoras do país de origem
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https://www.canada.ca/en/health-
Canadá Health Canada
canada.html
https://www.hsa.gov.sg/content/hs
Singapura Health Sciences Authority
a/en.html
https://www.mfds.go.kr/eng/index.
Coréia do Sul Ministry of Food and Drug Safety
do
Estados Unidos
US Food and Drug Administration https://www.fda.gov/
da América
12. EXPECTATIVA
O Serviço de Gestão da Qualidade (SGQ), da Diretoria de Atenção à Saúde da Ebserh tem o
papel de apoiar os trabalhos de tecnovigilância dos hospitais da Rede por meio da divulgação de
boletins informativos periódicos com as principais notícias e ações de fiscalização pertinentes,
divulgação de alertas, elaboração de documentos orientativos, notas técnicas entre outras ações.
Esse apoio não exime o HUF de buscar manter-se atualizado também por outros meios com
as publicações de notícias e ações de fiscalização. As publicações de produtos irregulares podem ser
verificadas pelo portal da Anvisa (http://portal.anvisa.gov.br/produtos- irregulares#/ e
http://portal.anvisa.gov.br/alertas) e pelas publicações na Seção 1 do Diário Oficial da União
(http://www.in.gov.br/web/guest/inicio).
Nesse processo a responsabilidade de indicar a não utilização de produto para saúde após
análise estruturada de tecnovigilância é do SGQVS, alinhado com o Serviço do Trabalhador e com a
Unidade de Abastecimento de cada hospital. Além disso, os SGQVS devem apoiar os setores
assistenciais do hospital, incentivando que esses realizem as notificações de incidentes e queixas
técnicas sempre que possível em tempo real, para que a a avaliação e tomada de providências seja
mais efetiva.
Uma vez que, o principal insumo para esse processo são as notificações do Vigihosp e do
Notivisa, é essencial que cada SGQVS se responsabilize por incentivar e realizar essas notificações.
Os formulários de avaliação de produtos, disponibilizados como anexos deste documento,
são modelos e poderão ser adaptados à realidade do hospital e às características do produto
adquirido. Ressalta-se a importância de os gestores terem sensibilidade e conhecimento para
garantir a qualidade e segurança do produto sem, contudo, inviabilizar o abastecimento do hospital
com produtos para saúde, observando sempre o contexto aplicável às aquisições de cada um dos
produtos mencionados nessa Nota.
Outras normas e legislações referentes à autorização de importação e à distribuição de
materiais, medicamentos, equipamentos e insumos da área de saúde considerados essenciais para
auxiliar no combate à pandemia do Coronavírus poderão alterar ou complementar as
recomendações dispostas nesta Nota Técnica.
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Versão: 01
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/5809525/RDC_379_2020_.pdf/be9c4dec-
cf3d-4139-9f7c-37c2f5b8044b>. Acesso em 12 de maio de 2020.
8. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Manual de Tecnovigilância -
abordagens de vigilância sanitária de produtos para a saúde comercializados no Brasil. Versão
1.1, 2010. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de-
busca?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=co
lumn-
1&p_p_col_count=1&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_asset
EntryId=327144&_101_type=document>. Acesso em 14 de maio de 2020.
9. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Resolução RDC nº 383, DE 12 DE MAIO
DE 2020. Dispõe sobre a importação para unidade hospitalar ou estabelecimento de assistência
à saúde. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/5878719/RDC_383_2020_.pdf/46268c42-
1196-40e8-834f-fa3e665186fb >. Acesso em 20 de maio de 2020.
10. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Resolução RDC nº 346, de 12 de março
de 2020. Define os critérios e os procedimentos extraordinários e temporários para a
certificação de boas práticas de fabricação para fins de registro e alterações pós-registro de
insumo farmacêutico ativo, medicamento e produtos para saúde em virtude da emergência de
saúde pública internacional do novo Coronavírus. Disponível em: <
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-de-diretoria-colegiada-rdc-n-346-de-12-de-
marco-de-2020-247801951>. Acesso em 21 de maio de 2020.
11. BRASIL. Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo. Tecnovigilância. Disponível em:
<http://www.cvs.saude.sp.gov.br/apresentacao.asp?te_codigo=23>. Acesso em 12 de maio de
2020.
12. BRASIL. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh. Diretriz Ebserh para
Monitoramento e Avaliação em Segurança do Paciente: Gestão Voltada para Resultados
Efetivos e Seguros. Vol. 3. 1ª edição, 2018.
Elaboração
Ana Rita Rodrigues dos Santos de Oliveira
Bruna Mafra Guedes
Carlos Alexandre de Souza Medeiros
Eduardo Ferreira de Sousa
Jacqueline Carla de Moura Carvalho
Data: 12/05/2020
Leili Mara Mateus da Cunha
Márcia Amaral Dal Sasso
Marta Pinheiro Lima
Milena Motta Xavier Sodre
Tâmela Beatriz Matinada da Silva
Tayana Fátima Ferreira dos Santos
Análise
Data: 20/05/2020
Márcia Amaral Dal Sasso
Validação
Data: 16/06/2020
Serviço de Gestão da Qualidade
Aprovação
Rosana Reis Nothen Data: 10/08/2020
Giuseppe Cesare Gatto
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APÊNDICE I
Marca: Tipo:
Fabricante: Lote:
CNPJ: Validade:
Embalagem
Vestimentas de proteção
Inocuidade afetam adversamente a saúde
do usuário? ***
As dimensões restringem o
movimento normal? (não pode
ser tão justo nem tão largo)
Outras observações/parecer:
*A altura do avental deve ser de, no mínimo, 1,5m, medindo-se na parte posterior da peça do
decote até a barra inferior, e garantir que nenhuma parte do corpo fique descoberta por
movimentos esperados do usuário.
** O ajuste do avental ao usuário deve ser facilitado por meio de sistema de ajuste ou faixas de
tamanhos adequados.
***Os materiais não podem, nas condições previstas de utilização normal, liberar substâncias
reconhecidamente tóxicas, carcinogênicas, mutagênicas, alergênicas, tóxicas para a reprodução ou
de qualquer forma nociva.
Observação: Vestimentas (avental/capote) impermeáveis devem ser fabricados com gramatura
mínima de 50g/m2 e possuir eficiência de filtração bacteriológica (BFE) >99%. Em situações de
escassez de aventais impermeáveis, conforme descrição acima (gramatura mínima de 50 g/m2), admite-se
a utilização de avental de menor gramatura (no mínimo 30g/m2), desde que o fabricante assegure que esse
produto seja impermeável.
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APÊNDICE II
FICHA DE AVALIAÇÃO DE MATERIAIS
RESPIRADORES FILTRANTES PARA PARTÍCULAS (PFF) CLASSE 2 – N95
Marca: Tipo:
Fabricante: Lote:
CNPJ: Validade:
Embalagem
Possui identificação do
Verificação da fabricante, classe, data de
embalagem fabricação, prazo de validade,
condições de armazenamento?
Contém selo de
conformidade, Secretaria do
Requisitos da Trabalho e Emprego (CA),
amostra logomarca do INMETRO, selo
marcado diretamente no
produto, legível e indelével?
Apresenta conformidade de
respirabilidade, penetração
através do filtro NaCl e
Laudo de inflamabilidade?
Ensaio
Penetração dos aerossóis
através do filtro da PFF não
excede em a 6%?
Os componentes dos
respiradores que entram em
contato com a pele causam
irritação ou efeitos adversos à
saúde?
O acabamento do respirador
que entra em contato com o
usuário está livre de rebarbas
ou cantos que possam lesionar
a pele do usuário?
Os componentes dos
respiradores são altamente
inflamáveis? (não podem
apresentar queima após o
tempo de passagem da chama)
As tiras proporcionam a
colocação e retirada do
respirador facilmente,
mantendo-o firme e
Característica
confortável durante o uso
das Tiras
(tirantes de orelha não são
recomendados).
Observações:
1. As características devem ser avaliadas por inspeção visual.
2. Se inadequado, indicar motivo na coluna observação.
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APÊNDICE III
Marca: Tipo:
Fabricante: Lote:
CNPJ: Validade:
Transparência (boa
Material
visibilidade)
Espessura 0,5mm
Largura: 240mm
Dimensões
Altura: 240mm
Ajustavéis/
autoajustaveis (material
que permita limpeza/
Fixação
desinfecção)
Faixas
Largura: mínimo de
10mm
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APÊNDICE IV
Marca: Tipo:
Fabricante: Lote:
CNPJ: Validade:
Irritabilidade dérmica
Ficha técnica
Descrição, indicação e advertência
do produto
Laudos de Laudo de eficiência de filtragem de
determinação partículas (EFP) ≥ 98%
da eficiência Laudo de eficiência de filtragem
da filtração bacteriológica (BFE)³ ≥95%
Obs.: se inadequado, indicar motivo na coluna observação.
Avaliador(es) (carimbo/assinatura/data)