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LEGISLAÇÃO DO SUS

Linha do Tempo - História das Políticas e Conferências de Saúde - 1808 a 1975


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LINHA DO TEMPO - HISTÓRIA DAS POLÍTICAS E CONFERÊNCIAS DE


SAÚDE - 1808 A 1975

Linha Histórica – Políticas de Saúde

Obs.: Esta aula é um resumo da linha do tempo das políticas de saúde com os fatos mais
marcantes e comprovadamente os que são mais cobrados em provas.

1808 – Chegada da Família Real ao Brasil

Neste momento há a mudança da capital do Brasil que era em Salvador e passa a ser no
Rio de Janeiro. Também neste momento há a impregnação do modelo assistencial sanita-
rista, porque o centro do Rio de Janeiro precisou ser higienizado para receber a família real.
Criação da primeira organização nacional de saúde pública no Brasil. E em 27 de feve-
reiro foi criado o cargo de Provedor-Mor de Saúde da Corte e do Estado do Brasil, embrião
do Serviço de Saúde dos Portos, com delegados nos estados.
Tudo isso aconteceu por conta da chegada da família real no Brasil. Há um foco nos
portos, também, porque o Brasil tinha o perfil que agradava o exportador e os países sabiam
que, se atracassem no Brasil, voltavam com a tripulação doente, logo, há essa higienização
nos portos também.

1828 – Brasil Colônia

Após a Independência, foi promulgada, em 30 de agosto, a lei da Municipalização dos


Serviços de Saúde, que conferiu às Juntas Municipais, então criadas, as funções exercidas
anteriormente pelo Físico-Mor, Cirurgião-Mor e seus Delegados. No mesmo ano, ocorreu a
criação da Inspeção de Saúde Pública do Porto do Rio de Janeiro, subordinada ao Senado
da Câmara, sendo em 1833, duplicando o número de integrantes.
O perfil econômico do Brasil era agrário exportador, então era preciso diminuir o adoeci-
mento da população e das tripulações que aqui atracavam.
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1837

Ficou estabelecida a imunização compulsória das crianças contra a varíola. A varíola foi
uma doença que dizimou muitas pessoas no Brasil.

1851

Regulamentação da lei que criou a Junta Central de Higiene Pública, subordinada ao


Ministro do Império.

1878

Tornou-se obrigatória a desinfecção terminal dos casos de morte por doenças contagio-
sas, a critério da autoridade sanitária.
Existiu um grande foco na quebra da cadeia de transmissão. Mesmo que, naquela época,
houvesse o conhecimento muito incipiente sobre as formas de transmissão, essas ações aju-
daram muito. Existia uma grande quantidade de pessoas que viviam sem saneamento básico
e sem condições de alimentação, então, a chance de proliferação das doenças contagiosas
era muito maior. Com essa obrigatoriedade se tem uma diminuição no número de óbitos.

1900

Foi criado, em 25 de maio de 1900, o Instituto Soroterápico Federal, com o objetivo de


fabricar soros e vacinas contra a peste.

1903

Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor-Geral de Saúde Pública, cargo que corresponde atu-
almente ao de Ministro da Saúde. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de
apoio técnico-científico, deflagrou suas memoráveis campanhas de saneamento. Seu pri-
meiro adversário: a febre amarela, que angariara para o Rio a reputação de Túmulo dos
Estrangeiros e que matou, de 1897 a 1906, quatro mil imigrantes.
5m
Oswaldo Cruz foi convidado para controlar a epidemia de febre amarela, mas, ele passa
a lidar com a varíola quando ele determina a vacinação obrigatória da população contra ela.
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1904 - Revolta da Vacina

Tornou obrigatória, em toda a República, a vacinação e a revacinação contra a varíola


(Decreto n. 1.261, de 31/10/1904).

Obs.: Esta data aparece bastante em provas.

A população luta contra a vacinação deflagrando a revolta da vacina e, com isso, não
foi possível dar seguimento a vacinação obrigatória resultando em muitas mortes por falta
da vacina.

1907

Criação do Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos (atual Instituto Oswaldo


Cruz), onde foram estabelecidas normas e estratégias para o controle dos mosquitos, veto-
res da febre amarela (Decreto n. 1.802, de 12/12/1907).

1908

O Instituto Soroterápico Federal foi rebatizado como Instituto Oswaldo Cruz.

Obs.: Atualmente é a Fiocruz.

1909

Carlos Chagas descobriu a doença, provocada pelo Tripanosoma cruzi, que então passou
a se chamar doença de Chagas.

Obs.: Até os dias atuais ainda há a presença desta doença no Brasil, principalmente na
região Nordeste.

1917

Carlos Chagas assumiu a direção do Instituto Oswaldo Cruz, em 14 de fevereiro de 1917.


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1920

Novo marco importante da evolução sanitária brasileira com a reforma de Carlos Chagas
que, reorganizando os Serviços de Saúde Pública, criou o Departamento Nacional de
Saúde Pública.

Obs.: Esta data também é bastante cobrada pelas bancas.

1923

Publicada a Lei Eloy Chaves – Caixas de aposentadorias e pensões. Este foi o primeiro
marco em que o Estado intervém para ação e serviço de saúde, mesmo que sendo para
aqueles trabalhadores das grandes empresas.
As CAPs (Caixas de aposentadorias e pensões) foram o embrião da Previdência Social
no Brasil, foi o primeiro momento de intervenção estatal, mas a oferta era para um público
reduzido, como aos marítimos e ferroviários.
As CAPs ofertavam pecúlio, aposentadoria e assistência médica não só para o trabalha-
dor das grandes empresas, mas, também, aos seus familiares.

1930

Criação do Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública (Decreto n. 19.402, de


14/11/1930).
A saúde vem junto do negócio e da educação justamente porque, naquele momento,
acreditava-se que as pessoas adoeciam não porque não possuíam assistência à saúde uni-
versal, mas porque não conheciam o motivo do adoecimento. Logo, pensava-se que, edu-
cando, se teria um menor número de pessoas doentes.
10m
Quanto às CAPs, a Lei obrigava o financiamento do governo, mas, de fato, não aconte-
ceu porque era através de impostos. Diretamente, quem financiava as CAPs eram os empre-
gados e os empregadores, ou seja, a empresa e os empregados.
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1933 – IAPS

Unificação das CAPS em IAPS - Institutos de Aposentadorias e Pensões. Passam a ser


por categoria profissional e sua gestão era tripartite: governo (gestão financeira), emprega-
dores e empregados.
Quando há essa unificação o governo oferta a gestão financeira, então, além de modi-
ficar de grande empresa para categoria profissional, cada categoria possuía o seu instituto,
ou seja, passa a ter mais dinheiro entrando e passa a ter um financiamento tripartite fazendo
com que a gestão financeira ficasse a cargo do governo.

1937 – Criação do Conselho Nacional de Saúde

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) foi criado pela Lei n. 378, de 13 de janeiro de 1937.
Até 1990 foi um órgão consultivo do Ministério da Saúde, cujos membros eram indicados pelo
próprio Ministro de Estado.

Obs.: Antigamente o Conselho não tinha a mesma função que possui hoje. Ele não era um
espaço de controle social, ele era consultivo.

O Conselho não nasce com o SUS, pois ele já existia muito antes do SUS. No entanto, o
formato que se tem atualmente é como espaço de discussão e de deliberação, o que ele não
possuía e só passa a ter quando é publicada a Lei n. 8.142.

1941 – Primeira Conferência Nacional de Saúde

• Tema: “Situação sanitária assistencial dos estados e municípios”

Surgiram, nessa Conferência, propostas sintonizadas com a política de saúde da época,


tais como organização de um programa nacional de saúde, com foco na proteção à infân-
cia, à adolescência e à maternidade; organização da administração sanitária e assistencial
nos estados e nos municípios; intensificação das campanhas contra hanseníase (na época
chamada de lepra), tuberculose e outras doenças; além da instalação de serviços de sanea-
mento (BRASIL, 2014).
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Obs.: É recomendado que anote as palavras-chave porque algumas bancas têm cobrado
a historicidade e os temas discutidos em cada conferência.

Nesta época já se fazia uma vinculação do mau saneamento às doenças.

1942

Em 31 de julho de 1942, o Instituto Evandro Chagas (IEC), fundado em 10 de novembro


de 1936 sob a denominação de Instituto de Patologia Experimental do Norte, passou a inte-
grar o Sesp, na condição de laboratório central.
15m
A Fundação Sesp foi uma ideia norte-americana que foi trazida para o Brasil e que se
teve êxito; com ela as ações de território e de atenção primária, mesmo com nomenclaturas
diferentes, começaram a acontecer.
Quem trabalhava no Sesp eram sanitaristas que desenvolviam ações juntamente com as
pessoas da antiga SUCAN, que passou a ser Funasa, e faziam ações contra tuberculose e
outras doenças, implementando a melhoria da cobertura vacinal. Eles também atendiam o
pré-natal, o planejamento familiar etc.
O Sesp foi muito importante para diminuir, inclusive, a mortalidade por doenças imu-
nopreveníveis no Brasil e a melhoria da atenção em relação à saúde da mulher, ao pré-natal
de baixo risco etc.
Havia, também, nesta época, as visitadoras sanitárias que agiam um pouco parecido aos
agentes que foram inspirados nas visitadoras sanitárias.

1950 – Segunda Conferência Nacional de Saúde

• Tema: Legislação referente à higiene e segurança do trabalho

Sobre essa conferência não há muitos registros, além do tema, não há menção ao relató-
rio final desta, o que se sabe é, que em conjunto com a primeira, uma das reivindicações era
a criação do Ministério da Saúde, que ocorreu em 1953.

Obs.: A primeira Conferência foi em 1941 e a segunda em 1950. Percebe-se que não exis-
tia o período que existe atualmente para se ter uma conferência (a cada quatro anos).
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1953 – Criação do Ministério da Saúde

Em 31 de julho de 1942, o Instituto Evandro Chagas (IEC), fundado em 10 de novembro


de 1936 sob a denominação de Instituto de Patologia Experimental do Norte, passou a inte-
grar o Sesp, na condição de laboratório central.
Neste ano o Ministério da Saúde foi criado e ele possuía as ações de promoção, preven-
ção e algumas ações relacionadas ao pronto atendimento.

1956 – DENERu

Foi criado o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DENERu), que incorporou os


programas existentes, sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Saúde (febre
amarela, malária e peste) e da Divisão de Organização Sanitária (bouba, esquistossomose e
tracoma), órgãos do novo Ministério da Saúde (Lei n. 2.743, de 6/3/1956).
Justamente por conta da Sesp, da SUCAN, muitos guardas sanitários iam para o inte-
rior, com isso as ações começam a interiorizar de fato e se trabalhava com dengue, chagas,
esquistossomose, malária, peste e tudo o mais que estava relacionado a endemias.
Este departamento tem sido bastante importante porque o Brasil é rico em grandes
endemias.
20m

1963 – Terceira Conferência Nacional de Saúde

• Descentralização na área de saúde

Merece destaque pelo seu ineditismo ao propor a descentralização da saúde. Foram


definidas as atribuições das três esferas de governo em relação às atividades sanitárias,
inclusive o papel dos municípios, bem como estabelecidas as bases de um primeiro plano
nacional de saúde realmente abrangente.

Obs.: Observe que ainda não se encontra no período da ditadura militar, mas sim na gestão
de Getúlio Vargas.
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1966 – INPS

Neste ano, já com a ditadura militar, os institutos de aposentadorias e pensões são extin-
tos e nasce a Previdência Social no Brasil.
Criação do Instituto Nacional da Previdência Social. Ratifica a dicotomia entre a preven-
ção e a assistência à saúde. Sistema EXCLUDENTE, só tinha acesso os trabalhadores for-
mais (previdenciários/contribuintes).
Com o passar do tempo, a Previdência passa a agregar trabalhadores rurais e trabalha-
dores informais, mas por muito tempo ela foi 100% excludente.

1967 – Quarta Conferência Nacional de Saúde

• Tema: Recursos humanos para as atividades em saúde

A IV Conferência Nacional de Saúde, reuniu autoridades e professores universitários,


autoridades e profissionais de saúde, para a discussão de problemas comuns, representou,
no dizer do Exmo. Sr. Ministro da Saúde, a oportunidade “de os educadores se tornarem mais
sanitaristas e de os sanitaristas se tornarem mais educadores”.

1970 – SUCAN

O Ministério da Saúde foi reorganizado, criando a Superintendência de Campanhas


de Saúde Pública (Sucan), subordinada à Secretaria de Saúde Pública e incorporando o
DENERu, a CEM e a CEV (Decreto n. 66.623, de 22/5/1970).

1975 – PNI

O PNI não nasce junto ao SUS, ele nasce antes e é oriundo do pensamento da Funda-
ção Sesp. Quando o PNI é instalado no Brasil, há uma redução considerável em relação às
doenças imunopreveníveis, ou seja, aquelas prevenidas por vacina.
Dispôs sobre a organização das ações de vigilância epidemiológica, e o Programa Nacio-
nal de Imunizações. Estabeleceu normas relativas à notificação compulsória de doenças (Lei
n. 6.259, de 30/10/1975).
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Obs.: Deve-se estudar a relação nacional de doenças e a notificação mais recente.

1975 – Quinta Conferência Nacional de Saúde

• Constituição do Sistema Nacional de Saúde e a sua institucionalização

Discussões importantes: - Implementação do Sistema Nacional de Saúde; - programa


de Saúde Materno-Infantil; - Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica; - Programa de
Controle das Grandes Endemias; e - Programa de Extensão das Ações de Saúde às Popu-
lações Rurais.
Aqui já se tinha um sistema nacional de saúde. Ele não era o SUS, ele era dicotômico,
não tinha organização, era excludente devido a Previdência, mas funcionava, mas não como
o SUS e não seguia as mesmas diretrizes e princípios e o Sistema atual.

Obs.: A maior característica de tudo isso é a dicotomia em que um setor ofertava ação as-
sistencial para o trabalhador formal, inicialmente, e o Ministério da Saúde que oferta-
va as ações para diminuir a mortalidade em relação às epidemias, endemias etc.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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