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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de História

Evolução da história da ciência: métodos e técnicas

Súzia da Sara Alberto Menete : 31220346

Xai-Xai, Agosto 2022


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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Evolução da história da ciência: métodos e técnicas

Trabalho de campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino de História do ISCED.
Tutor: Mestre: Tome Mutombo

Súzia da Sara Alberto Menete : 31220346

Xai-Xai, Agosto 2022


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Índice
Introdução .................................................................................................................................. 3

Objectivos ................................................................................................................................... 3

Geral ........................................................................................................................................ 3

Específicos ............................................................................................................................... 3

Metodologia................................................................................................................................ 3

Evolução da história da ciência: métodos e técnicas .............................................................. 4

Conceptualização da história ................................................................................................ 4

Cientificidade da história e seus métodos ............................................................................ 4

Considerações finais .................................................................................................................. 8

Bibliografia ................................................................................................................................ 9
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Introdução

Neste trabalho pretende-se fazer um percurso no qual vamos desenvolver o conceito de história
como ciência, onde vamos perceber que a história ajuda-nos a reflectir sobre os problemas actuais
a assumir um espírito crítico sobre estes mesmos problemas e a procurar, assim, as soluções mais
apropriadas. Por isso, o panorama da historiografia era dominado por uma concepção, herdada do
século XIX, denominada de história historizante. Também veremos que se, por um lado, as fontes
são importantes para a reconstituição da história e a consequente necessidade de conserva-las,
então, por outro lado, o método crítico teve e tem sua utilidade, pois é necessário situar os
documentos no tempo e no espaço, classificá-los, criticá-los quanto à autenticidade e credibilidade.

Objectivos

Geral:

Apresentar a evolução da história como ciência

Específicos:
i) Conceptualizar história
ii) Demonstrar a cientificidade da história e seus métodos

Metodologia

Para a materialização deste trabalho de pesquisa acadêmica perfilhou-se o método de


recolha bibliográfica, que se baseia na pesquisa, seleção de livros, revistas e/ou documentos que
versam sobre o tema em questão, ou melhor, trata-se de uma pesquisa de caráter teórico de
abordagem qualitativa, baseada no levantamento bibliográfico e na análise documental. Para
reflectir sobre esta temática, faremos a apresentação deste trabalho acadêmico a partir da
introdução, passando pelo desenvolvimento, que terá dois títulos, e culminando nas considerações
finais.
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Evolução da história da ciência: métodos e técnicas


Conceptualização da história

Segundo Marc Bloch (2001) a História é uma ciência que estuda o Homem no espaço e no tempo.
Apesar da dimensão científica da História, houve sempre um debate sobre se de facto ela (a
História), é ciência. A razão para isso prende-se ao facto de se pretender encontrar na História o
modelo de cientificidade das ciências naturais.

“A História ocupa-se do conhecimento das sociedades pelas suas próprias leis,


nomeadamente a pesquisa das fontes e sua interpretação. Sendo assim, pode-se afirmar que a
história é uma ciência social” (Impuia, 2008), visto que o estudo da história contribui para a
compreensão do passado da sociedade em que vivemos e valorizarmos, assim, os feitos humanos
ao longo dos tempos.

Apesar de não ter sido o primeiro escrever factos da história, Heródoto foi o primeiro não
só a gravar o passado, mas também a considerá-lo um problema filosófico ou um projecto de
pesquisa que podia revelar conhecimento do comportamento humano. A sua criação deu-lhe o
título de Pai da História e a palavra que utilizou para descrever o seu trabalho foi, história, que
previamente tinha significado simplesmente pesquisa.

A grande preocupação da História é procurar entender e explicar a historicidade da


condição humana. A principal ferramenta do historiador, ou seja, o objecto de estudo da história,
ou seja, o homem no tempo. Para manual da história, no século V a.C. Heródoto diferenciou-se da
visão de Hesíodo e Homero, pela sua vontade de distinguir o verdadeiro do falso; por isso, realizou
a sua investigação. Iniciavam, assim, as primeiras referências da História como ciência.

Cientificidade da história e seus métodos

Assim como à nascente Sociologia, cabia à História procurar resgatar a verdade objetiva, imparcial
e neutra sobre o passado, utilizando para isso as provas documentais deixadas pelos nossos
antecessores. Por isso, a base documental da pesquisa histórica firmou-se desde então com a
abordagem metodológica que considerava os documentos escritos-sobretudo os oficiais-registros
confiáveis da experiência humana.
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Colingwood apud ISCED (2022). afirma que Heródoto não limita a sua atenção aos
simples acontecimentos, considerando estes acontecimentos, como acções dos seres humanos que
tiveram suas razões para actuarem como o fizeram. Mais do que isso, é claro que a história, para
Heródoto é humanista, e não mística ou teocrática.

A história na antiguidade, nos períodos paleolítico, neolítico e revolução dos metais, era
baseada na oralidade, por isso, é com o aparecimento da escrita, sobretudo a partir do pensamento
hegeliano da história, que a história começa a ser uma ciência, pois ele compreendia que é história
o que pode ser documentado, registrado, na medida em que são muitos os factos que podem ser
expressados sem que necessariamente venham a ser considerado significativos.

Com o surgimento do positivismo, no século XIX, a cientificidade da história toma rumos


de elevação, quando são registrados factos que marcaram certos momentos da vida dos cidadãos.
Certos momentos porque não era qualquer experiência que se documentava, mas, sim, a história
dos vencedores, sortudos ou elites da sociedade, então as vivencias dos considerados menos
importantes eram descartadas.

No século XIX, acompanhando o desenvolvimento da


busca da cientificidade em diversos ramos do conhecimento, a
História conheceu uma grande transformação resultante da intenção
de seus escritores de elevá-la ao estatuto de ciência, a exemplo do
que ocorria com o conhecimento da natureza, apoiado em métodos
críticos voltados para a obtenção do conhecimento objetivo, livre do
pensamento mítico, religioso ou filosófico (Malatian, 2010).

Para bem alcançar a objetividade histórica Monod (1978), em seu manifesto intitulado
Do progresso dos estudos históricos na França desde o século XVI, propunha uma historiografia
que deveria colocar-se acima dos partidos políticos, publicando estudos históricos sem
preconceitos, conciliadores e estritamente norteados pelo desejo de conhecimento científico.
Assim, o manifesto anunciava uma nova postura, a pretensão de fundar uma revista que veiculasse
uma história objetiva, científica e formar uma escola no sentido de firmar um paradigma para os
historiadores e para os que aspiravam a este estatuto.
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A história reivindica, desde a época positiva, o estatuto de ciência, com uma metodologia
determinada e com uma problemática sucessivamente recentes, mas nem por isso deixam de
condicionar, por exemplo, a produção de estudos e de escritos, agora e para o futuro.

Na senda da explicação do conceito da História enquanto ciência destaca-se o historiador


Jacques Le Goff. Segundo ele apude ISCED (2022), a História é ciência porque tem o objecto de
estudo, tem métodos e pode ser ensinada. Portanto, a componente pedagógica apresentada por Le
Goff é uma das determinantes para a cientificidade da História. Contudo, a cientificidade da
história envolve o historiador cujo papel é extremamente importante bem como o seu objecto de
pesquisa.

O método da História é a interpretação desse facto através das análises das mais variadas
fontes. (Exemplo: escritas, orais, arqueológicas, etc.). Convém saber que história recebeu o
estatuto de ciência quando os pesquisadores passaram a usar a palavra (história) no sentido de
investigação e a utilizar como fontes de pesquisas os registos documentais escritos (ISCED, 2022).

Com o advento da crítica racional no Renascimento e, mais particularmente, com o


surgimento e a consolidação das Luzes no século XVIII, a História passou por uma espécie de
repaginação teórica e metódica que culminou em sua cientificação. Esse processo atravessa o
século XIX e culmina na consolidação e no êxito social da historiografia nesse século e no século
XX. O padrão de cientificidade que se aplica é, por certo, o modelo do racionalismo moderno,
cartesiano.

História como ciência, cujos resultados historiográficos são expressos em narrativas que
encerram argumentos demonstrativos articuladores da base empírica da pesquisa e da interpretação
do historiador em seu contexto. A historiografia, assim, encerra em si as características de ser
empiricamente pertinente, argumentativamente plausível e demonstrativamente convincente.
Como se chega a esse patamar metódico, social e cultural de confiabilidade?

No século XIX, as concepções de História e de historiografia passaram por uma mudança


notável e decisiva. Esse século tornou-se conhecido como “o século da História”. Sem dúvida foi
ainda mais decisivo – embora essa perspectiva nem sempre tenha estado presente – o salto dado
no segundo terço do século XX e seus prolongamentos até os anos 1970. Não obstante, a análise
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dos progressos da historiografia em nosso tempo, deve ser feita mediante o contraste com o século
XIX, sem o qual não se pode perceber o alcance das mudanças ocorridas no século XX.

A evolução decisiva para a historiografia deu-se com o que se pode chamar de


fundamentação metódico-documental, basilar para a disciplina “académica” contemporânea,
produzida pelos tratadistas do século XIX e da primeira década do século XX.
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Considerações finais

Pode-se dizer que a história contribui para que os indivíduos assumam conscientemente
o seu papel de cidadãos defensores do bem-estar, progresso e justiça social. Procedimentos
metodológicos fundamentados nas críticas e análise das fontes. Assim, a história passou a ser
ciência. Foi o método, portanto, que concedeu à história o carácter científico e ao historiador, a
condição de cientista.
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Bibliografia

CARDOSO, Ciro & BRIGNOLI P. Héctor. Os métodos da história: Introdução aos


problemas, métodos e técnicas da história demográfica, econômica e social. Graal Ltda. 2002.

COLLINGWOOD, R. G. A ideia de história. Lisboa: Presença, 1965.

BLOCH, Marc. Apologia da História: ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro, Jorge


Zahar, 2001.

MALATIAN, Teresa. “Gabriel Monod: Do progresso dos estudos históricos na França


desde o século XVI”. In:MALERBA, Jurandir (org.). Lições de história. Rio de Janeiro: FGV;
Porto Alegre: PUCRS, 2010. p. 323-352

MONOD. Do progresso dos estudos históricos na França desde o século XVI. 1978.

IMPUIA, Lázaro. História 8classe. Texto editores. 2008.

ISCED. Manual de curso de licenciatura em ensino de história. 2022.

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