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O Princípio da subsidiariedade é um princípio legal que determina caber ao direito penal ou ao estado

resolver um conflito apenas se nenhum outro meio civil for capaz de resolve-lo. [1] No âmbito da
União Europeia esse princípio é usado com sentido de que a UE só pode intervir em questões dos seus
países-membros caso sua ação possa ser mais eficaz que a desses mesmos países a nível local e
nacional.[2]
Na realidade, perscrutando a fundo este Princípio, encontra-se a ideia de que este surge associado,
fundamentalmente a uma limitação de poderes de uma entidade superior a qual só deve “chamar para
si” aquelas funções que não possam, ou não devam, de forma eficaz e adequada, ser prosseguidas pelas
instâncias inferiores. Estamos claramente perante uma aproximação dos cidadãos ao poder político, na
mais correta distribuição vertical de atribuições competenciais, na essência um desígnio democrático de
limitação de poderes.
Este princípio aplica-se também nas relações interadministrativas de um Estado. Ou seja, a alocação
dos poderes funcionais deve ter lugar para o nível administrativo de decisão que estiver mais próximo
dos cidadãos a quem a resolução dos problemas ou disponibilização dos serviços respeita. Assim, o
Estado Central só deve ser chamado a resolver o que com maior proximidade não o puder ser,
designadamente pelos poderes subnacionais (sejam regionais ou locais). E na aferição das atribuições
das entidades e das competências dos titulares dos seus órgãos deve esse princípio ser levado em conta.

Formas de subsidiariedade

A utilização do princípio da subsidiariedade viabiliza o estimular o interesse público, todavia, com o


envolvimento da população e dos corpos sociais em todo o procedimento deliberativo, para que se
cumpra a participação política e se garanta o interesse do cidadão como se pressupõe em uma ordem
democrática. Assim, a organização do poder político apresenta dois tipos de repartição de competências
a repartição vertical e a repartição horizontal. Esta última se refere a diferenças funcionais entre
Legislativo, Executivo e Judiciário; a primeira, delimita as competências e as relações de controle de
acordo com os critérios estritamente territoriais.

Conclusao
Por fim, conclui-se que as políticas públicas no âmbito local podem minimizar os impactos
socioambientais advindos da sociedade consumocentrista e permitir que a populações dos municípios
possam se sentir pertencentes na tomada de decisões. O presente estudo tem como objetivo lançar as
bases para o estudo do princípio da
subsidiariedade e sua importância para a criação e aplicação de políticas públicas que reconheçam a
pessoa como sujeito para o desenvolvimento de um país. O reconhecimento jurídico constitucional
deste princípio foi realizado por diversos países, que o assumem como princípio democrático, de
gestão eficiente, de valorização da pessoa e de participação da sociedade civil organizada.
O princípio da subsidiariedade não é estranho às formas democráticas e republicanas
assumidas pelo constituinte brasileiro de 1988. No entanto, sua prática ainda é pequena embora
existam muitos acenos na legislação.
Mesmo considerando ser um princípio pouco estudado e pouco colocado em prática no
Brasil, é sem dúvida um indicador para um caminho de crescimento social e econômico. Aquela
frase inicial de Antoine de Saint-Exupéry “Cortaram nossos braços e nossas pernas e nos
deixaram livres para caminhar” provoca o ente público, não somente a proclamar a participação
social, o crescimento baseado no social, como também a assumir a responsabilidade de tornar viável
o crescimento das pessoas, da família, das pequenas empresas, das associações, enfim de todos os
corpos intermediários que compõe a sociedade civil, para colaborar com o desenvolvimento. A
liberdade é reconhecida como um direito inalienável, mas é necessário que as políticas públicas
dêem as pernas e os braços para que o cidadão seja reconhecido como pessoa capaz de contribuir
para a construção da sua comunidade e do país.
O princípio da subsidiariedade que dá conteúdo prático ao reconhecimento da dignidade
humana é a base para a construção de um novo federalismo no Brasil, estabelecendo o assim
chamado ‘welfare mix’, ou seja, sociedade e Estado em cooperação ao bem comum, enfim
contribuindo ao sentido mais amplo de bem estar social.

Bibligrafia
Ribeiro, António Edmundo (2018). Administração Autárquica, Desafios. In Ralha, J. (Coord.). Da
Gestão em Autarquias Locais. Para melhorar as competências em Gestão dos Eleitos (pp. 31-60).

BARACHO, José Alfredo de Oliveira.


Oprincípiodesubsidiariedade:conceitoeevolução.RiodeJaneiro:Forense,1996.

BLANCO DE MORAIS, Carlos. 2010. A dimensão interna do Princípio da Subsidiariedade. Revista da


Ordem dos Advogados. Ano 58. Vol.II. Lisboa. pp. 779-822.

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