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NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Coordenação Pedagógica – IBRA

DISCIPLINA

TÓPICOS DA
HISTORIOGRAFIA
MUNDIAL

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 03

2 HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA ...................................................................... 04

3 PRÉ-HISTÓRIA................................................................................................. 08

4 HISTÓRIA ANTIGA .......................................................................................... 12

5 HISTÓRIA MEDIEVAL...................................................................................... 19

6 HISTÓRIA MODERNA...................................................................................... 30

7 HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA ....................................................................... 33

REFERÊNCIAS UTILIZADAS E CONSULTADAS.............................................. 49

ANEXOS .............................................................................................................. 50
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INTRODUÇÃO

Bem vindos ao Curso de Especialização em Ensino de História. Este curso


foi organizado de maneira a proporcionar um diálogo com algumas especificidades
da área, possibilitando uma formação mais ampla do docente no sentido de tornar o
conhecimento mais ativo e relevante para ele e, consequentemente, para o discente.

Salientamos que o material contido nas apostilas embora possamos dizer


que seja “antigo” é atualizado, e condizente com o magistério em qualquer nível.
Evidenciamos ainda que foram consideradas a leitura e utilização de autores e livros
considerados clássicos, que são sempre base para novas discussões e novas
pesquisas. Também é fato que não há nenhuma pretensão de esgotar os assuntos,
apenas lançar as discussões e deixar uma extensa bibliografia ao final de cada
caderno do curso que possibilitará novas pesquisas e esclarecimentos de dúvidas
que poderão surgir.

Este curso tem objetivos claros e específicos no sentido de capacitar mais e


melhor o graduado em História para o exercício da docência em qualquer nível de
ensino, no entanto, colocamo-nos à disposição para eventuais críticas e opiniões
que certamente poderão aperfeiçoar mais e melhor os nossos trabalhos.

Tratando-se de um curso EAD – Ensino a distância – os alunos que


ingressam nesta especialização podem escolher a melhor forma para estudar e se
preparar. O que gostaríamos de colocar é que quanto mais capacitado estiver o
professor, melhor poderá desempenhar as suas funções e, também, mais preparado
estará para enfrentar o mercado de trabalho na área da educação, nesse caso,
especialmente em História.

Sejam bem-vindos ao módulo que trata de tópicos da historiografia mundial!


Boa leitura e bons estudos!
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2 HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA

História é uma ciência humana que estuda o desenvolvimento do homem no


tempo. A História analisa os processos históricos, personagens e fatos para poder
compreender um determinado período histórico, cultura ou civilização.

Segundo Fonseca (2003) concebemos história como o estudo da


experiência humana no passado e no presente. A história busca compreender as
diversas maneiras como homens e mulheres viveram e pensaram suas vidas e a de
suas sociedades, através do tempo e do espaço. Ela permite que as experiências
sociais sejam vistas como um constante processo de transformação, um processo
que assume formas muito diferenciadas e que é produto das ações dos próprios
homens.

O estudo da história é fundamental para perceber o movimento e a


diversidade, possibilitando comparações entre grupos e sociedade nos diversos
tempos e espaços. Por isso, a história ensina a ter respeito pela diferença,
contribuindo para o entendimento do mundo em que vivemos e também do mundo
em que gostaríamos de viver.

Mas como essa história é registrada, escrita e transmitida para as várias


gerações? Através do ofício do historiador e das fontes que ele utiliza, no fazer
histórico, nas formas como o conhecimento histórico é produzido e chega até nós.

Segundo Thompson (1981), é por meio dos diversos registros das ações
humanas, dos documentos, dos monumentos, dos depoimentos das pessoas, de
fotografias, objetos, vestuário que o real vivido pelos homens e mulheres nos
diversos tempos e espaços chega até nós. Portanto, todos os registros e as
evidências das ações humanas são fontes de estudo da história.

A história como experiência humana torna-se objeto de investigação do


historiador que a transforma em conhecimento.
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Objetivos

Um dos principais objetivos da História é resgatar os aspectos culturais de


um determinado povo ou região para o entendimento do processo de
desenvolvimento. Entender o passado também é importante para a compreensão do
presente.

Fontes

O estudo da História foi dividido em dois períodos: a Pré-História (antes do


surgimento da escrita) e a História (após o surgimento da escrita, por volta de 4.000
a.C.).

Para analisar a Pré-História, os historiadores e arqueólogos analisam fontes


materiais (ossos, ferramentas, vasos de cerâmica, objetos de pedra e fósseis) e
artísticas (arte rupestre, esculturas, adornos).

Já o estudo da História conta com um conjunto maior de fontes para serem


analisadas pelo historiador. Estas podem ser: livros, roupas, imagens, objetos
materiais, registros orais, documentos, moedas, jornais, gravações, etc.

Ciências auxiliares da História

A História conta com ciências que auxiliam seu estudo. Entre estas ciências
auxiliares, podemos citar:

Antropologia (estuda o fator humano e suas relações);

Paleontologia (estudo dos fósseis);

Heráldica (estudo de brasões e emblemas);

Numismática (estudo das moedas e medalhas);

Psicologia (estudo do comportamento humano);

Arqueologia (estudo da cultura material de povos antigos);

Paleografia (estudo das escritas antigas) entre outras.


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Periodização da História

Denomina-se de periodização da História à divisão, para fins didáticos, da


História em épocas, períodos ou idades. A necessidade desses “cortes” (ou
“recortes”) é tão antiga quanto a necessidade da escrita da História, cada época ou
cultura tendo usado uma diferente metodologia.

Embora qualquer articulação no processo histórico seja artificial (e passível


de críticas), essa prática torna-se indispensável para que o conhecimento histórico
se torne inteligível. Desse modo, pode haver tantas divisões quantos pontos de vista
- culturais, etnográficos e ideológicos. Não há como definir um padrão único ou
consensual.

O método mais antigo de periodização empregado pelo Homem foi o da


articulação político-genealógica, observando os limites dos reinados e das dinastias.

Para facilitar ainda mais o estudo da História ela foi dividida em períodos:

Pré-História: antes do surgimento da escrita, ou seja, até 4.000 a.C.

Idade Antiga (Antiguidade): de 4.000 a.C até 476 (invasão do Império


Romano)

Idade Média (História Medieval): de 476 a 1453 (conquista de Constantinopla


pelos turcos otomanos).

Idade Moderna: de 1453 a 1789 (Revolução Francesa).

Idade Contemporânea: de 1789 até os dias de hoje.


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Outras informações e curiosidades:

O grego Heródoto, que viveu no século V a.C. é considerado o “pai da


História” e primeiro historiador, pois foi o pioneiro na investigação do passado
para obter o conhecido histórico.

A historiografia é o estudo do registro da História.

O historiador é o profissional, com bacharelado em curso de História, que


atua no estudo desta ciência, analisando e produzindo conhecimentos
históricos.
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3 PRÉ-HISTÓRIA

Podemos definir a pré-história como um período anterior ao aparecimento da


escrita. Portanto, esse período é anterior a 4000 a.C., pois foi por volta deste ano
que os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme.

Essa fase pré-histórica foi muito importante, pois o homem conseguiu vencer
as barreiras impostas pela natureza e prosseguir com o desenvolvimento da
humanidade na Terra. O ser humano foi desenvolvendo, aos poucos, soluções
práticas para os problemas da vida. Com isso, inventando objetos e soluções a partir
das necessidades. Ao mesmo tempo foi desenvolvendo uma cultura muito
importante. Esse período pode ser dividido em três fases: Paleolítico, Mesolítico e
Neolítico.

Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada

Nesta época, o ser humano habitava cavernas, muitas vezes tendo que
disputar este tipo de habitação com animais selvagens. Quando acabavam os
alimentos da região em que habitavam, as famílias tinham que migrar para uma
outra região. Desta forma, o ser humano tinha uma vida nômade (sem habitação
fixa). Vivia da caça de animais de pequeno, médio e grande porte, da pesca e da
coleta de frutos e raízes. Usavam instrumentos e ferramentas feitos a partir de
pedaços de ossos e pedras. Os bens de produção eram de uso e propriedade
coletivas.

Nesta fase, os seres humanos se comunicavam com uma linguagem pouco


desenvolvida, baseada em pouca quantidade de sons, sem a elaboração de
palavras. Uma das formas de comunicação eram as pinturas rupestres. Através
deste tipo de arte, o homem trocava ideias e demonstrava sentimentos e
preocupações cotidianas.
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Mesolítico

Neste período intermediário, o homem conseguiu dar grandes passos rumo


ao desenvolvimento e à sobrevivência de forma mais segura. O domínio do fogo foi
o maior exemplo disto. Com o fogo, o ser humano pôde espantar os animais,
cozinhar a carne e outros alimentos, iluminar sua habitação além de conseguir calor
nos momentos de frio intenso. Outros dois grandes avanços foram o
desenvolvimento da agricultura e a domesticação dos animais. Cultivando a terra e
criando animais, o homem conseguiu diminuir sua dependência com relação a
natureza. Com esses avanços, foi possível a sedentarização, pois a habitação fixa
tornou-se uma necessidade.

Neste período ocorreu também a divisão do trabalho por sexo dentro das
comunidades. Enquanto o homem ficou responsável pela proteção e sustento das
famílias, a mulher ficou encarregada de criar os filhos e cuidar da habitação.

Neolítico ou Idade da Pedra Polida

Nesta época o homem atingiu um importante grau de desenvolvimento e


estabilidade. Com a sedentarização, a criação de animais e a agricultura em pleno
desenvolvimento, as comunidades puderam trilhar novos caminhos. Um avanço
importante foi o desenvolvimento da metalurgia. Criando objetos de metais, tais
como, lanças, ferramentas e machados, os homens puderam caçar melhor e
produzir com mais qualidade e rapidez. A produção de excedentes agrícolas e sua
armazenagem, garantiam o alimento necessário para os momentos de seca ou
inundações. Com mais alimentos, as comunidades foram crescendo e logo surgiu a
necessidade de trocas com outras comunidades. Foi nesta época que ocorreu um
intenso intercâmbio entre vilas e pequenas cidades. A divisão de trabalho, dentro
destas comunidades, aumentou ainda mais, dando origem ao trabalhador
especializado.

O período da Idade dos Metais é a última fase da Pré-história. De curta


duração, este período vai de 6, 5 mil anos atrás até o surgimento da escrita (por
volta de 5,5 mil anos atrás).
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Foi um período muito importante, pois o homem pré-histórico fez vários


avanços nas técnicas de produção de artefatos. Estes avanços lhes permitiram
melhores condições de vida. O conhecimento de técnicas de fundir e moldar os
metais trouxe muitos avanços na vida cotidiana do homem pré-histórico.

Principais avanços do período da Idade dos Metais:

Idade do Cobre - por volta de 6 mil anos atrás, o homem pré-histórico (homo
sapiens sapiens) adquiriu conhecimentos para o desenvolvimento de técnicas
para derreter e moldar o cobre. Usava moldes de pedra ou barro para colocar
o cobre derretido e produzir espadas, lanças e ferramentas. Usava o martelo
para moldar estes objetos depois que esfriavam.

Idade do Bronze - por volta de 4 mil anos atrás, o homem começou a


produzir o bronze (metal mais resistente que o cobre), a partir da mistura da
liga do cobre com o estanho. Espadas, capacetes, martelos, lanças, facas,
machados e outros objetos de bronze começaram a ser fabricados neste
período. Esta época, de grande avanço tecnológico, passou a ser chamada
de Idade do Bronze.

Idade do Ferro - por volta de 3,5 mil anos atrás o homem já dominava muito
bem a metalurgia, passando a fabricar o ferro, usando fornos em altas
temperaturas. Com o ferro, o homem passou a desenvolver, principalmente,
armas mais resistentes.

A fabricação destes objetos de metais teve uma grande influência na


agricultura, aumentando a produção. O arado de metal, enxada e outras ferramentas
agrícolas rústicas foram criadas, facilitando assim o trabalho no campo.

O domínio dos metais também possibilitou ao homem deste período a


fabricação de utensílios domésticos (panelas, potes, facas, etc.) e objetos de adorno
e de arte. Nesta época, várias esculturas de bronze foram produzidas.
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Arte Rupestre

Há milhares de anos os povos antigos já se manifestavam artisticamente.


Embora ainda não conhecessem a escrita, eles eram capazes de produzir obras de
arte.

Características principais

O homem pré-histórico era capaz de se expressar artisticamente através dos


desenhos que fazia nas paredes de suas cavernas. Suas pinturas mostravam os
animais e pessoas do período em que vivia, além de cenas de seu cotidiano.
Expressava-se também através de suas esculturas em madeira, osso e pedra. O
estudo desta forma de expressão contribui com os conhecimentos que os cientistas
têm a respeito do dia a dia dos povos antigos.

Além da arte pré-histórica vista no parágrafo acima, há um outro tipo de arte


primitiva: a realizada pelos índios e outros povos que habitavam a América antes da
chegada de Cristóvão Colombo. Os povos: maias, astecas e incas são
representantes da arte pré-colombiana. A história destes povos é contada através de
sua arte (pinturas, esculturas e templos grandiosos, construídos com pedras ou
materiais preciosos).

Nos dias de hoje também é possível encontrar arte primitiva; alguns


exemplos são as máscaras para rituais, esculturas e pinturas que são feitas pelos
negros africanos. Há ainda a arte primitiva entre os nativos da Oceania e também
entre os índios americanos, que fazem objetos de arte primitiva muito apreciados
entre os povos atuais.

Locais com pinturas rupestres no Brasil:

- Parque Nacional da Serra da Capivara em São Raimundo Nonato (Piauí)


- Parque Nacional Sete Cidades (Piauí)
- Cariris Velhos (Paraíba)
- Lagoa Santa (Minas Gerais)
- Rondonópolis (Mato Grosso)
- Peruaçu (Minas Gerais).
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4 HISTÓRIA ANTIGA

A Antiguidade compreende-se de cerca de 4.000 a.C. até 476 d.C., quando


ocorre a queda do Império Romano do Ocidente. É estudada com estreita relação ao
Próximo Oriente, onde floresceram as primeiras civilizações, sobretudo no chamado
Crescente Fértil, que atraiu, pelas possibilidades agrícolas, os primeiros habitantes
do Egito, Palestina, Mesopotâmia, Irã e Fenícia. Abrange, também, as chamadas
civilizações clássicas: Grécia e Roma.

Foram inúmeras as civilizações que floresceram, despontaram e


desapareceram ao longo do período denominado como Antiguidade. Abaixo
falaremos brevemente sobre elas enaltecendo algumas, não que sejam mais
importantes que as demais, mas simplesmente por uma questão de tempo, espaço e
perspectiva. De todo modo, em anexo sugerimos filmes e livros que podem
enriquecer o trabalho sobre os vários períodos da história.

CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA

Há mais de 4000 anos antes de Cristo, a dominação das técnicas agrícolas


permitiu o surgimento de várias civilizações ao redor do mundo. No extremo
nordeste da África, em uma região de características desérticas, a civilização egípcia
floresceu graças aos abundantes recursos hídricos e terras férteis que se
localizavam nas margens do rio Nilo.

O ciclo das águas nesta região promovia o regular transbordamento do rio


que, durante a seca, deixava um rico material orgânico na superfície de suas terras.
Percebendo tal alteração, os egípcios tiveram a capacidade de desenvolver uma
civilização próspera que se ampliou graças às fartas colheitas realizadas. Dessa
forma, temos definido o processo de desenvolvimento e expansão dos egípcios.

No campo político, os egípcios estiveram organizados através da formação


dos nomos. Os nomos eram pequenas parcelas do território egípcio administradas
por um nomarca. Tempos mais tarde, esses vários nomos estavam centralizados
sob o poderio de um imperador. No ano de 3200 a.C., Menés, o governante do Alto
Egito, promoveu a subordinação de 42 nomos, dando início ao Império Egípcio.
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A sociedade egípcia era organizada por meio de critérios religiosos e


econômicos. O faraó ocupava o topo desta hierarquia na condição de chefe de
Estado e encarnação do deus Hórus. Logo abaixo, temos os sacerdotes como
agentes organizadores dos cultos e festividades religiosas. Os nobres e escribas
ocupavam uma posição intermediária realizando importantes tarefas que mantinham
o funcionamento do Estado.

A base desta sociedade ainda contava com os soldados, que eram


sustentados pelo governo e garantiam a hegemonia do poder faraônico através das
armas. Logo abaixo, os camponeses e artesãos, que trabalhavam nas colheitas e na
organização das obras públicas necessárias ao desenvolvimento agrícola e
comercial. Por fim, havia uma pequena parcela de escravos que também estavam
subordinados ao Faraó.

Além de conseguir prosperar economicamente pelo rígido controle da


produção agrícola, podemos notar que os egípcios também produziram
conhecimento eM variados campos. A arquitetura, a medicina e a astronomia
figuram como as mais interessantes facetas do legado científico egípcio. Vale à
pena ressaltar também a escrita, que se organizava por complexos sistemas de
símbolos e códigos (SOUSA, 2010).

CIVILIZAÇÃO MESOPOTÂMICA

Considerada como o “berço da civilização” e denominada de Mesopotâmia


(palavra que significa “terra entre rios”), pelos gregos na Antiguidade, a região
pertencia ao chamado Crescente Fértil, onde surgiram as primeiras civilizações.

A Mesopotâmia localizava-se no Oriente Médio, na região formada pelas


bacias dos rios Tigre e Eufrates, que nascem nas montanhas da Armênia e
desembocam no Golfo Pérsico, no atual Iraque. Atualmente, os dois rios juntam-se
antes da desembocadura, formando o canal de Shatt al-Arab.

Ao Norte da Mesopotâmia (Alta Mesopotâmia), ficava a Assíria, região mais


árida, e ao sul (Baixa Mesopotâmia), ficava a Caldeia, região mais fértil. As cheias
dos rios Tigre e Eufrates, que ocorriam entre junho e julho, provocavam grandes
inundações, principalmente no sul. Quando as águas baixavam formavam um lodo
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que fertilizava o solo, tornavam a área ideal para o cultivo de cereais e frutas e para
a criação de gado. O controle das cheias dos rios exigia um eficiente sistema de
organização coletiva do trabalho, para a construção de diques de proteção,
drenagem e canais de irrigação que levavam a água às regiões mais distantes do
Tigre e do Eufrates.

Por sua localização na passagem do Mar Mediterrâneo para o Golfo


Pérsico, e sendo de fácil acesso para a Europa, a África e a Ásia, a planície
mesopotâmica era uma região muito disputada atraindo povos de diversas origens,
destacando-se os sumérios, os acádios, os amoritas (antigos babilônios), os assírios
e os caldeus (novos babilônios). A história política da Mesopotâmia é marcada por
sucessivas invasões, guerras, ascensão e declínio de diversos reinos e impérios
(FERREIRA, 2003).

CIVILIZAÇÃO FENÍCIA

Os fenícios, chamados sidônios no Antigo Testamento e fenícios pelo poeta


Homero, eram um povo de língua semítica, ligado aos cananeus da antiga Palestina.
Fundaram as primeiras povoações na costa mediterrânea por volta de 2500 a.C.

No começo de sua história desenvolveram-se sob a influência das culturas


suméria e acádia da vizinha Babilônia. Por volta de 1800 a.C., o Egito, que
começava a formar um império no Oriente Médio, invadiu a Fenícia, controlando-a
até cerca de 1400 a.C. Por volta de 1100 a.C. os fenícios tornaram-se
independentes do Egito e converteram-se nos melhores comerciantes e marinheiros
do mundo clássico.

A contribuição fenícia mais importante para a civilização foi o alfabeto.


Atribui-se também a esta cultura a invenção da tinta de púrpura e do vidro. As
cidades fenícias foram famosas por sua religião panteísta e seus templos eram o
centro da vida cívica. A divindade fenícia mais importante era Astarté.

Os fenícios foram os maiores navegadores do mundo antigo. Com audácia,


perícia e grandes galeras, percorreram o mar Mediterrâneo, atingiram o Atlântico e
viajaram em torno da África.

Aliando vocação marítima com habilidade comercial, fundaram importantes


colônias, como Cartago.
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Para facilitar a escrita comercial, criaram o alfabeto, maravilhosa invenção


da história da comunicação humana.

CIVILIZAÇÃO PERSA

O termo Pérsia é originário de uma região do sul do Irã conhecida como


Persis ou Parsa. Seu nome foi gradualmente utilizado pelos gregos clássicos e pelo
mundo ocidental para ser aplicado a toda a planície iraniana. Entretanto, os próprios
iranianos a denominaram durante muito tempo Irã, que significa, a „terra dos ários‟.
Em 1935, o governo solicitou a utilização do nome Irã em vez de Pérsia.

CIVILIZAÇÃO CHINESA

De acordo com a tradição, o povo chinês originou-se no vale do Huang He


ou rio Amarelo. As provas arqueológicas são escassas, embora tivessem sido
encontrados, perto de Pequim, restos do Homo erectus, que datam de 460 mil anos,
e que receberam o nome de Sinanthropus pekinensis. Há provas fidedignas da
existência de duas culturas com cerâmica, a cultura de Yangshao (3950?-1700 a.C.)
e a cultura de Long-Shan (2000?-1850 a.C.).

CIVILIZAÇÃO CRETENSE

A Civilização Cretense foi uma das mais ricas sociedades antigas a se


desenvolverem na parte oriental do Mar Mediterrâneo

A ilha de Creta foi palco do surgimento de uma cultura rica e de uma


economia sustentada pelo comércio marítimo. A questão marítima foi tão presente
entre os cretenses que chegaram a dominar regiões do Mediterrâneo como a Grécia
continental.

Pouquíssimas informações dão conta sobre quais foram os primeiros povos


a ocuparem esta região. Contudo, vários indícios levam a crer que as próprias
populações mediterrâneas teriam sido responsáveis pelo povoamento daquela
região. Estima-se que os primeiros vilarejos de Creta tenham aparecido entre 3000 e
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2000 a.C. Seus primeiros habitantes provavelmente se ocupavam da agricultura e


da exportação de utensílios de metal para os vários comerciantes do Mar Egeu.

Costuma-se dividir a historia dos antigos habitantes de Creta em 3 períodos


de civilização.

A Civilização Egeia - Foram os primeiros habitantes da Ilha de Creta, se


dedicavam a prática da agricultura e pastoreio de bois e cabras.

A Civilização Cretense - Com o crescimento das atividades comerciais, foi criada


uma unidade política, a ilha de Creta passou a ser governada por um rei.

A Civilização Minoica - Civilização que iniciou-se após a destruição das


cidades cretenses, provavelmente por um terremoto. As cidades foram
reconstruídas de forma mais evoluída, notando-se a evolução cultural dos
cretenses.

Sobre a organização da Sociedade podemos inferir que ao alcançar um


grande desenvolvimento econômico, formou-se uma monarquia. Para abrigar a
realeza foram construídos os Palácios de Cnossos e Faístos.

O Rei Cretense exercia a função de chefe político e religioso. Acreditasse


que os cretenses formaram uma sociedade com quase nenhuma diferença de
classes.

Alguns documentos trazem a ideia de que a sociedade cretense foi marcada


pelo prestígio delegado à figura feminina. Um dos mais fortes indícios que sustentam
essa tese vem do campo religioso. O culto à Grande Mãe, deusa das terras e da
fertilidade, era uma das muitas manifestações religiosas de Creta.

CIVILIZAÇÃO GREGA

Os gregos são originários da península Balcânica. Vindos do Norte, das


planícies eurasianas, os indo-europeus encontraram a Grécia com um clima sempre
ameno, o céu e o mar azuis, e nela permaneceram.

No século 20 a.C. os povos indo-europeus enfrentaram os Pelágios que


habitavam a região, e os dominaram.
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Como a superfície contínua da Grécia era bastante limitada, os gregos,


passaram a habitar também as ilhas próximas, bastantes numerosas. A ilha de
Eubeia ficava separada do continente pelo estreito de Euripes. Ítaca, Cefanônia,
Córcira e Zaquintos localizavam-se no mar Jônico. Ao sul do Peloponeso, ficava
Cítara, que representava uma etapa para a ilha de Creta, a mais extensa de todas.
As Cícladas (Andros, Delos, Paros, Nexos) localizavam-se no Egeu, bem como as
Espóradas (Rodes, Samos, Quios, Lesbos). Essas ilhas constituíam a Grécia
colonial, constituídas por terras mais distantes:

Ásia Menor (Eólia, Jônica,Dória);

Sul da Itália (Magna,Crécia);

Costa egípcia (Náucratis).

CIVILIZAÇÃO MACEDÔNIA

A Macedônia Antiga tem sua história vinculada aos povos que habitavam a
região Grécia e Anatólia na Antiguidade.

Segundo estudos arqueológicos, os antepassados dos macedônios se


situam no começo da Idade do Bronze. A partir do ano 700 a.C., o povo denominado
macedônio emigrou para o leste, a partir de sua terra natal às margens do rio
Haliámon. Com Amintas I, o reino se estendeu além do rio Áxio até à península de
Calcídica. Egas (Aigai) foi a capital do reino até quase 400 a.C., quando o rei
Arquelau a transferiu para Péla.

CIVILIZAÇÃO ROMANA

O Império Romano é a fase da história da Roma Antiga caracterizada por


uma forma autocrática de governo.

O Império Romano sucedeu a República Romana que durou quase 500


anos (509 a.C. – 27 a.C.) e tinha sido enfraquecida pelo conflito entre Caio Mário e
Lúcio Cornélio Sula e pela guerra civil de Júlio César contra Pompeu (Durante estas
lutas, centenas de senadores morreram, e o Senado Romano foi renovado com legalistas do
Primeiro Triunvirato e depois do Segundo Triunvirato).
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Muitas datas são comumente propostas para marcar a transição da


República ao Império, incluindo a data da indicação de Júlio César como ditador
perpétuo (44 a.C.), a vitória de seu herdeiro Otaviano na Batalha de Áccio (2 de
setembro de 31 a.C.), ou a data em que o senado romano outorgou a Otaviano o
título honorífico Augusto (16 de janeiro de 27 a.C.)1.

Também a data do fim do Império Romano é atribuída por alguns ao ano


395, com a morte de Teodósio I, após a qual o império foi dividido em pars
occidentalis e pars orientalis. A parte ocidental, o Império Romano do Ocidente
terminou, por convenção, em 476, ano em que Odoacro depôs o último imperador
Rômulo Augusto, ou mais precisamente até a morte do seu predecessor, Júlio
Nepos, que se considerava ainda imperador (e assim era considerado por seu par
oriental). Já o Império Romano do Oriente perdurou até a queda de Constantinopla
pelos turcos otomanos em 1453.

Assim, Império Romano tornou-se a designação utilizada por convenção


para referir ao Estado romano nos séculos que se seguiram à reorganização política
efetuada pelo primeiro imperador, César Augusto. Embora Roma possuísse colônias
e províncias antes desta data, o estado pré-Augusto é conhecido como República
Romana.

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Augusto oficialmente proclamou ter salvo a República Romana e cuidadosamente disfarçou seu
poder sob formas republicanas: cônsules continuaram a ser eleitos, tribunos dos plebeus continuaram
a servir a justiça, e senadores ainda debatiam na cúria romana. Porém, era Otaviano, e cada um de
seus sucessores após ele, quem influenciava tudo e controlava as decisões finais e, em última
análise, tinha as legiões para garanti-lo, caso fosse necessário.
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5 HISTÓRIA MEDIEVAL

A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas


(bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-
se até o século XV, com a retomada comercial e o renascimento urbano. A Idade
Média caracteriza-se pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial,
supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade
hierarquizada.

Vários historiadores chegaram a conclusão de que o mundo foi marcado por


três grandes épocas, das quais, apenas duas épocas presenciou-se acontecimentos
de progresso e evolução da raça humana no plano intelectual e cultural: a época dos
gregos e a das invenções modernas. Dessa forma, a Idade Média foi compreendida
como uma época de retrocesso do pensamento, de atraso intelectual, científico e
cultural. Uma época em que o domínio da fé obscureceu as “luzes” da razão e
emperrou o progresso.

Ao longo de vários séculos após o término da Idade Média, o termo foi cada
vez mais visto de forma “pejorativo”, chegando a ser fortalecido ainda mais por um
outro conceito mais forte de: “Idade das Trevas”. A ideia de obscurantismo encheu
páginas de livros didáticos e até mesmo obras historiográficas de renomados
estudiosos. Somente a partir do século XX, vários estudiosos ao se debruçarem
sobre o pensamento e as produções daquela época compreenderam que foi um
pensamento equivocado a ideia de que a Idade Média não tinha produzido algo de
relevante. Pois, muitas das invenções e descobertas da época Moderna estavam
“incubadas” na Idade Média.

É claro que no período denominado Idade Média, tinha-se a razão a serviço


da fé. Mas, os pensadores dessa época, de forma alguma tinham somente a fé
como base principal de suas ações. Eles pensaram e procuraram dar respostas para
todas as grandes questões que atormentavam o espírito humano, seja no plano
filosófico, social, político e econômico. Grandes pensadores como Tomas Aquino,
Santo Agostinho, Pedro Abelardo desenvolveram sistemas de pensamento sobre
política, justiça, lógica e várias outras áreas do conhecimento humano. Portanto, é
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errônea a ideia de conceituar-se a Idade Média como a Idade das Trevas, fato este
já reconhecido por vários estudiosos contemporâneos sobre o assunto.

Principais fatos históricos da Idade Média

476 - bárbaros germânicos invadem e derrubam Império Romano do


Ocidente.

481 - Clóvis é proclamado rei o Reino Franco.

493 - Teodorico funda o reino ostrogodo da Itália.

800 - Carlos Magno é coroado imperador.

843 - Tratado de Verdum: estabeleceu a divisão do Império Carolíngio.

987 - Hugo Capeto é coroado rei da França.

1095 - Organização da Primeira Cruzada pelo papa Urbano II.

1118 - Criação da Ordem dos Cavaleiros Templários

1122 - Concordata de Worms: colocou fim a primeira fase da Questão das


Investiduras entre o Sacro Império Romano-Germânico e o papado.

1163 - início da construção da Catedral de Notre-Dame de Paris.

1347 - tem início a epidemia de Peste Negra na Europa.

1415 - os portugueses conquistam a cidade de Ceuta. Tem início o período


das Grandes Navegações e descobrimentos marítimos.

1337 a 1453 - Guerra dos Cem Anos entre Inglaterra e França.

1378 a 1417 - Grande Cisma do Ocidente (crise ocorrida na Igreja Católica)

1429 - Joana D'arc comanda os franceses na conquista da liberdade do


domínio inglês.

1439 - João Gutenberg, inventor alemão, cria o sistema de impressão de


textos através dos tipos móveis. É a invenção da imprensa.

1453 - Tomada de Constantinopla. Os turcos otomanos invadem e dominam


o Império Bizantino (Império Romano do Oriente).
21

Estrutura Política

Prevaleceu na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O


suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria
prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferecia ao senhor, ou
suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de
produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o
suserano mais poderoso.

Todos os poderes jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos


dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).

Vassalagem e suserania formavam um sistema socioeconômico da Idade


Média entre um vassalo e seu suserano. Nesta relação de reciprocidade, o vassalo
recebia terra, objetos materiais ou até mesmo um castelo de seu suserano. Em
troca, o vassalo devia oferecer fidelidade absoluta e proteção ao seu suserano.

Havia uma cerimônia denominada “homenagem”, que muitas vezes poderia


acontecer dentro de uma igreja, para selar os laços entre vassalo e suserano.

O rei, geralmente, era o suserano com mais poder na Idade Média, sendo
que seus vassalos eram, principalmente, senhores feudais e cavaleiros. Estes
senhores feudais e cavaleiros também possuíam vassalos, formando, na Idade
Média, extensos laços de vassalagem. Desta forma, num momento de guerra,
milhares de guerreiros eram mobilizados.

Nas Cruzadas, por exemplo, os cristãos conseguiram mobilizar milhares de


guerreiros, para combater os muçulmanos na Terra Santa, graças às inúmeras
relações de vassalagem e suserania que existiam na Europa Medieval.

Feudalismo

O feudalismo tem início com as invasões germânicas (bárbaras), no século


V, sobre o Império Romano do Ocidente (Europa). As características gerais do
feudalismo são: poder descentralizado (nas mãos dos senhores feudais), economia
baseada na agricultura e utilização do trabalho dos servos.
22

Sociedade feudal

A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e


hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques,
viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses.

O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era


responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e
arrecadava o dízimo.

A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e


pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores
feudais, tais como: corveia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha
(metade da produção), banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do
senhor feudal).

Economia feudal

A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam


moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e
mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica
deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também
era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho
agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito
utilizado na agricultura.

Religião

Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do


poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de
comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico,
pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os
monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da
sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.
23

As Guerras

A guerra no tempo do feudalismo era uma das principais formas de obter


poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e
poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e
equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais
nobre no período medieval. A residência dos nobres eram castelos fortificados,
projetados para serem residências e, ao mesmo tempo, sistema de proteção.

Educação, artes e cultura medieval

A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam.


Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas
de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso
aos livros.

A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da


época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As
pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um
pouco mais sobre a religião.

Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram fortemente


influenciadas pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos,
igrejas e catedrais.

Durante a Idade Média (século V ao XV), a arte europeia foi marcada por
uma forte influência da Igreja Católica. Esta atuava nos aspectos sociais,
econômicos, políticos, religiosos e culturais da sociedade. Logo, a arte medieval teve
uma forte marca temática: a religião. Pinturas, esculturas, livros, construções e
outras manifestações artísticas eram influenciados e supervisionados pelo clero
católico.

Estilo Românico

Este estilo prevaleceu na Europa no período da Alta Idade Média (entre os


séculos XI e XIII). Na arquitetura, principalmente de mosteiros e basílicas,
24

prevaleceu o uso dos arcos de volta-perfeita e abóbadas (influências da arte


romana). Os castelos seguiram um estilo voltado para o aspecto de defesa. As
paredes eram grossas e existiam poucas e pequenas janelas. Tanto as igrejas como
os castelos passavam uma ideia de construções “pesadas”, voltadas para a defesa.
As igrejas deveriam ser fortes e resistentes para barrarem a entrada das “forças do
mal”, enquanto os castelos deveriam proteger as pessoas dos ataques inimigos
durante as guerras.

Com relação às esculturas e pinturas podemos destacar o caráter didático-


religioso. Numa época em que poucos sabiam ler, a Igreja utilizou as esculturas,
vitrais e pinturas, principalmente dentro das igrejas e catedrais, para ensinar os
princípios da religião católica. Os temas mais abordados foram: vida de Jesus e dos
santos, passagens da Bíblia e outros temas cristãos.

Estilo Gótico

O estilo gótico predominou na Europa no período da Baixa Idade Média (final


do século XIII ao XV). As construções (igrejas, mosteiros, castelos e catedrais)
seguiram, no geral, algumas características em comum. O formato horizontal foi
substituído pelo vertical, opção que fazia com que a construção estivesse mais
próxima do céu. Os detalhes e elementos decorativos também foram muitos usados.
As paredes passaram a ser mais finas e de aspecto leve. As janelas apareciam em
grande quantidade. As torres eram em formato de pirâmides. Os arcos de volta-
quebrada e ogivas foram também recursos arquitetônicos utilizados.

Com relação às esculturas góticas, o realismo prevaleceu. Os escultores


buscavam dar um aspecto real e humano às figuras retratadas (anjos, santos e
personagens bíblicos).

No tocante à pintura, podemos destacar as iluminuras, os vitrais, painéis e


afrescos. Embora a temática religiosa ainda prevalecesse, observa-se, no século
XV, algumas características do Renascimento: busca do realismo, expressões
emotivas e diversidade de cores.
25

As Cruzadas

No século XI, dentro do contexto histórico da expansão árabe, os


muçulmanos conquistaram a cidade sagrada de Jerusalém. Diante dessa situação, o
papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada (1096), com o objetivo de expulsar os
“infiéis” (árabes) da Terra Santa. Essas batalhas, entre católicos e muçulmanos,
duraram cerca de dois séculos, deixando milhares de mortos e um grande rastro de
destruição. Ao mesmo tempo em que eram guerras marcadas por diferenças
religiosas, também possuíam um forte caráter econômico. Muitos cavaleiros
cruzados, ao retornarem para a Europa, saqueavam cidades árabes e vendiam
produtos nas estradas, nas chamadas feiras e rotas de comércio. De certa forma, as
Cruzadas contribuíram para o renascimento urbano e comercial a partir do século
XIII. Após as Cruzadas, o Mar Mediterrâneo foi aberto para os contatos comerciais.

As cruzadas foram tropas ocidentais enviadas à Palestina para recuperarem


a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que
durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos seljúcidas
sobre esta região considerada sagrada para os cristãos. Após domínio da região, os
turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos europeus, através da
captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente
pela fé.

Como foram organizadas as Cruzadas

Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande


número de fiéis para lutarem pela causa. Muitos camponeses foram a combate pela
promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja;
contudo, esta primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas em combate.

Após a Primeira Cruzada foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários que
tiveram importante participação militar nos combates das seguintes Cruzadas.

Após a derrota na 1ª Cruzada, outro exército ocidental, comandado pelos


franceses, invadiu o oriente para lutar pela mesma causa. Seus soldados usavam,
como emblema, o sinal da cruz costurado sobre seus uniformes de batalha. Sob
liderança de Godofredo de Bulhão, estes guerreiros massacraram os turcos durante
o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para acesso aos
peregrinos.
26

Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição


(1228-1229) ocorreu de forma pacífica. As demais serviram somente para prejudicar
o relacionamento religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes
ficava cada vez mais desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que
havia tomado conta dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada podia fazer
para controlar a situação.

Embora não tenham sido bem sucedidas, a ponto de até crianças terem feito
parte e morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram grandes reis como
Ricardo I, também chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX.

As Guerras Medievais

A guerra na Idade Média era uma das principais formas de obter poder. Os
senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e o poder. Os
cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados
com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no
período medieval.

Além dos instrumentos pessoais, podemos citar a catapulta (mecanismo


usado para arremessar pedras ou objetos incandescentes). Esta arma era muito
usada na invasão dos castelos.

Causas e importância

Estas guerras aconteciam por diversos motivos: disputas territoriais, saques,


questões políticas, rivalidades familiares e aumento de poder.

As guerras eram tão importantes na sociedade medieval que a nobreza


militarizada, principalmente a cavalaria, tinha uma posição de destaque nos feudos e
reinos. Os guerreiros possuíam grande importância e prestígio social e econômico.
Preparavam-se desde a infância para serem guerreiros eficientes, leais e corajosos.

Estas guerras aconteciam entre feudos (unidade territorial típica da Idade


Média), reinos e até mesmo religiões. Neste último caso temos as Cruzadas citadas
anteriormente.
27

Castelos Medievais

Os castelos medievais (residência dos nobres) eram construídos para


servirem de fortalezas nas batalhas. Possuíam torres de proteção, armadilhas e
saídas secretas, que garantiam a fuga do nobre e sua família em momentos de
invasão do castelo.

Curiosidade:

A Guerra dos Cem Anos foi a mais longa de toda a Idade Média. Ocorreu entre
os anos de 1337 e 1453, envolvendo os reinos da França e Inglaterra.

Em meados do século XIV, uma doença devastou a população europeia.


Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes
morreram desta doença. A Peste Negra era transmitida através da picada de
pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos
navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições
higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato
com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bulbos
(bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do doente,
principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram
pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a
situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais
ou religiosos.

Revoltas Camponesas: as Jacqueries - Após a Peste Negra, a população


europeia diminuiu muito. Muitos senhores feudais resolveram aumentar os
impostos, taxas e obrigações de trabalho dos servos sobreviventes. Muitos
tiveram que trabalhar dobrado para compensar o trabalho daqueles que
tinham morrido na epidemia. Em muitas regiões da Inglaterra e da França
estouraram revoltas camponesas contra o aumento da exploração dos
senhores feudais. Combatidas com violência por partes dos nobres, muitas
foram sufocadas e outras conseguiram conquistar seus objetivos, diminuindo
a exploração e trazendo conquistas para os camponeses.
28

A baixa Idade Média

A Baixa Idade Média é o período da história Medieval que vai do século XIII
ao XV. Corresponde a fase em que as principais características da Idade Média,
principalmente o feudalismo, estavam em transição. Ou seja, é uma época em que o
sistema feudal estava entrando em crise. Muitas mudanças econômicas, religiosas,
políticas e culturais ocorrem nesta fase.

O século XIII representou uma época de avanços tecnológicos na área


agrícola. O desenvolvimento do arado de ferro com rodas, do moinho hidráulico e a
utilização da atrelagem dos animais (bois e cavalos) pelo peito representaram uma
evolução agrícola importante, trazendo um aumento significativo na produção dos
gêneros agrícolas.

Este século também foi marcado pela diminuição nas guerras. Vivenciou-se
neste período uma situação de maior tranquilidade em função do fim das cruzadas.
Este clima de paz em conjunto com o aumento na produção de alimentos significou
um significativo aumento populacional no continente europeu. Este crescimento
demográfico foi interrompido em meados do século XIV com a peste bubônica, que
matou cerca de um terço da população europeia.

O material proveniente dos saques realizados por cavaleiros que voltavam


das cruzadas (joias, tecidos, temperos, etc.) eram comercializados no caminho. Foi
neste contexto que surgiram as rotas comerciais e as feiras medievais. A saída dos
muçulmanos do mar Mediterrâneo também favoreceu o renascimento comercial.

Foi neste contexto que começou a surgir uma nova camada social: a
burguesia. Dedicados ao comércio, os burgueses enriqueceram e dinamizaram a
economia no final da Idade Média. Esta nova camada social necessitava de
segurança e buscou construir habitações protegidas por muros. Surgiram assim os
burgos que, com o passar do tempo, deram origem a várias cidades (renascimento
urbano).

As cidades passaram a significar maiores oportunidades de trabalho. Muitos


habitantes da zona rural passaram a deixar o campo para buscar melhores
condições de vida nas cidades europeias (êxodo rural). Com a diminuição dos
trabalhadores rurais, os senhores feudais tiveram que mexer nas obrigações dos
servos, amenizando os impostos e taxas. Em alguns feudos, chegaram a oferecer
29

pequenas remunerações para os servos. Estas mudanças significaram uma


transformação nas relações de trabalho no campo, desintegrando o sistema feudal
de produção.

Com o aquecimento do comércio surgiram também novas atividades como,


por exemplo, os cambistas (trocavam moedas) e os banqueiros (guardavam
dinheiro, faziam empréstimos, etc.). Estes novos componentes sociais (burgueses,
cambistas, banqueiros, etc.) passaram a começar a se preocupar com a aquisição
de conhecimentos. Este fato fez surgir, nos séculos XII e XIII, várias universidades
na Europa. Estas instituições de ensino dedicavam-se ao aos conhecimentos
matemáticos, teológicos, medicinais e jurídicos.

Formação do cavaleiro

Para se tornar cavaleiro era necessário fazer parte da nobreza, pois os


equipamentos de guerra (espada, escudo, elmo, armadura) e o cavalo custavam
caro. Os camponeses não tinham recursos para se tornarem cavaleiros, nem mesmo
tempo para o treinamento.

Desde criança, o menino era destinado, pelo pai, para ser um cavaleiro e
começava o treinamento. Devia saber usar as armas, aprender técnicas de combate,
preparar o físico, montar o cavalo e valorizar as atitudes de um cavaleiro. Valentia,
fidelidade e lealdade eram características exigidas num cavaleiro medieval.

Ao se tornar adulto, o aprendiz tornava-se cavaleiro através de uma


cerimônia. Passava a noite numa igreja, orando. No dia seguinte devia fazer
juramento de lealdade ao seu suserano. Geralmente ganhavam um terreno (feudo)
para construir sua habitação.

Os cavaleiros medievais costumavam participar de torneios. Estes eventos


festivos contavam com lutas e disputas entre os cavaleiros de uma região. Era uma
das diversões no período do feudalismo.

Temos ainda os cavaleiros templários, os quais faziam votos de pobreza. O


símbolo da ordem era formado por dois cavaleiros montado num cavalo.

Sob pressão do rei Filipe IV da França, preocupado com o aumento do


poder dos templários, o papa Clemente V dissolveu a ordem em 1312.
30

6 HISTÓRIA MODERNA

A chamada Idade Moderna é considerada de 1453 até 1789, quando da


eclosão da Revolução Francesa. Compreende o período da invenção da Imprensa,
os descobrimentos marítimos e o Renascimento. Caracteriza-se pelo nascimento do
modo de produção capitalista.

Abaixo temos uma breve cronologia da Idade Moderna de 1453 a 1789.

1453: Tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos (29 de maio).

1454: Inicia a Guerra dos Treze Anos (4 de fevereiro). O alemão Johannes


Gutenberg desenvolve a imprensa.

1460: Os navegadores portugueses Diogo Gomes e António da Noli descobrem as


ilhas de Cabo Verde (4 de maio).

1466: Termina a Guerra dos Treze Anos (19 de outubro).

1473: O astrônomo Nicolau Copérnico apresenta sua Teoria Heliocêntrica.

1488: O navegador português Bartolomeu Dias contorna o Cabo da Boa Esperança.


Grande marco da navegação pelo Atlântico em direção à Ásia.

1492: Navegando a serviço da Espanha, o genovês Cristóvão Colombo descobre a


América (12 de outubro).

1494: Tratado de Tordesilhas. Espanha e Portugal dividem o Novo Mundo entre si (4


de junho).

1496: D. Manuel I expulsa os judeus de Portugal (5 de dezembro).

1497: O navegador português Vasco da Gama parte para a Índia, atingindo-a em


1498 / O escultor Michelangelo esculpe a obra-prima Pietá.

1500: O navegador português, Pedro Álvares Cabral, descobre oficialmente o Brasil


(22 de abril).

1503: Leonardo da Vinci pinta a obra-prima Mona Lisa.

1508: O humanista Erasmo de Roterdã escreve o livro Elogio da Loucura.


31

1513: O florentino Maquiavel escreve O Príncipe / O navegador espanhol Balboa


atinge o Oceano Pacífico.

1516: O inglês Thomas Morus escreve Utopia.

1517: Martinho Lutero revolta-se contra a venda de Indulgências. Início da Reforma.

1519: O espanhol Hernán Cortés inicia a conquista do México / O navegador


português Fernão de Magalhães inicia a primeira viagem de circunavegação pelo
mundo.

1520: Lutero é excomungado pelo papa Leão X.

1534: O parlamento inglês confirma a independência da Igreja Anglicana.

1536: O reformador religioso João Calvino publica a obra Instituição da Religião


Cristã.

1540: O papa aprova a criação da Ordem dos Jesuítas.

1541: João Calvino consolida seu poder em Genebra.

1542: O papa autoriza a reorganização dos tribunais da Inquisição.

1545: Início do Concílio de Trento. A Igreja Católica reage ao avanço do


protestantismo / Os conquistadores espanhóis descobrem minas de prata em Potosí
(Bolívia).

1572: O escritor português Luiz Vaz de Camões escreve Os Lusíadas.

1580: Portugal e seus domínios são anexados à Espanha. A chamada União Ibérica
estende-se até 1640.

1582: O calendário gregoriano é promulgado pelo Papa Gregório XIII para substituir
o calendário juliano (24 de fevereiro).

1584: Fundação de Virgínia, na América do Norte, pelos colonos ingleses.

1588: A esquadra inglesa vence a Invencível Armada espanhola.

1596: William Shakespeare escreve o grande clássico da literatura romântica,


Romeu e Julieta.

1605: O espanhol Miguel de Cervantes escreve D. Quixote.

1621: Fundação da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (3 de junho).


32

1633: Processado pela Inquisição, Galileu Galilei é obrigado a negar suas teses
sobre o movimento da Terra.

1642: Inicia a Guerra Civil Inglesa (22 de agosto).

1643: O cientista italiano Torricelli inventa o Barômetro de mercúrio.

1651: O inglês Oliver Cromwell promulga o Ato de Navegação, com o objetivo de


desenvolver a marinha mercante inglesa.

1661: Na França, tem início o reinado de Luís XIV, o Rei Sol, que se estende até
1715.

1687: O físico Newton formula a Lei da gravidade.

1688: Revolução Gloriosa na Inglaterra. Guilherme de Orange assina a Declaração


de Direitos.

1748: O jurista Charles de Montesquieu escreve O Espírito das Leis defendendo a


separação funcional dos poderes do Estado em legislativo, executivo e judiciário.

1762: O filósofo suíço Rousseau escreve O Contrato Social.

1769: James Watt aperfeiçoa a máquina a vapor, iniciando a Revolução Industrial na


Inglaterra.

1776: A Declaração da Independência dos Estados Unidos da América é aprovada


pelas delegações das 13 colônias britânicas no Congresso Continental, em
Filadélfia, Pensilvânia, iniciando a Revolução Americana (4 de julho).

1780: O cientista Lavoisier formula a teoria da Combustão química.

1787: Proclamação da Constituição dos Estados Unidos da América (17 de


setembro).

1789: Começa a Revolução Francesa (14 de julho).


33

7 HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA

A chamada Idade Contemporânea compreende-se de 1789 até aos dias


atuais. Envolve conceitos tão diferentes quanto o grande avanço da técnica, os
conflitos armados de grandes proporções e a Nova Ordem Mundial.

Considera-se a Revolução Francesa de 1789 o acontecimento político e


social mais espetacular e significativo da história contemporânea. Foi o maior
levante de massas até então conhecido que fez por encerrar a sociedade feudal,
abrindo caminho para a modernidade.

Inspirada pelos ideais iluministas, a sublevação de lema “Liberdade,


Igualdade, Fraternidade” ecoou em todo mundo, pondo abaixo regimes absolutistas
e ascendendo os valores burgueses.

Nesse novo período não mais se aceitaria a dominação da nobreza, nem um


sistema de privilégios baseado nos critérios de casta, determinados pelo
nascimento. Só se admite, desde então, um governo que, legitimado
constitucionalmente, é submetido ao controle do povo por meio de eleições
periódicas.

A revolução foi consequência direta das ideias das luzes, difundidas pelos
intelectuais e pensadores dos séculos XVII e XVIII, tais como John Locke,
Montesquieu, Voltaire, Diderot, D'Holbach, D'Alembert, J.J. Rousseau, Condorcet e o
filósofo Emanuel Kant, que, em geral, asseguravam ser o homem vocacionado ao
progresso e ao auto-aperfeiçoamento ético.

Para eles a ordem social não é divina, e sim construída pelos próprios
homens, portanto sujeita a modificações, e a alterações substanciais. Era possível,
portanto, segundo a maioria dos iluministas, por meio de um conjunto de reformas
sociopolíticas, melhorar a situação jurídica e material de todos. O poder político,
além de emanar do povo e em seu nome exercido, deveria, seguindo-se a sugestão
de Locke e reafirmada por Montesquieu, ser submetido a uma divisão harmônica,
para evitar a tentação do despotismo. Cada um desses poderes - o executivo, o
legislativo e o judiciário - é autônomo e respeitador da independência dos demais.
34

As prerrogativas individuais, em grande parte extraídas dos direitos naturais, não só


devem ser respeitadas pelos governantes como garantidas por eles.

A Revolução de 1789 é o princípio da era moderna. Nela tudo teve seu início
ou sua consagração:

A separação do Estado da Igreja;

A proclamação do Estado secular;

A participação popular pelo voto;

A instrução pública, estatal e gratuita;

O serviço militar generalizado;

Os direitos da cidadania;

O sistema de pesos e medidas decimal, a igualdade dos filhos perante a


herança e a igualdade de todos perante a lei;

O divórcio;

A abolição das torturas e dos castigos físicos, acompanhado do


abrandamento das leis penais;

Os primórdios da emancipação feminina levada a diante por Théroigine de


Méricourt;

A extensão da cidadania aos judeus;

A condenação da escravidão e,

A imorredoura ideia de que devemos viver em liberdade, igualdade e


fraternidade.

Cronologia da Idade Contemporânea de 1789 a hoje.

1789: Revolução Francesa: início da revolução com a tomada de Bastilha em


Paris (14 de julho); Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão é aprovada
pela Assembleia Nacional Constituinte da França (26 de agosto) / George
Washington é eleito primeiro presidente dos Estados Unidos da América. / Brasil:
35

Inconfidência Mineira é abortada; Prisão de Tiradentes (Joaquim José da Silva


Xavier). / Ciências: “Tratado Elementar de Química”, de Lavoisier.

1790: Revolução Francesa: (maio) extinção dos direitos feudais; (julho)


promulgada a Constituição Civil do Clero / A Bélgica declara-se independente. /
Leopoldo II da Áustria sobe ao trono do Sacro Império Romano-Germânico e
reprime a revolução dos Países Baixos austríacos. / Vancouver explora a costa
noroeste da América. / Inglaterra: primeiro moinho movido a vapor. / Os navios
começam a ser construídos com cascos de ferro. / Música: “A Flauta Mágica”, de
Mozart / Filosofia: “Crítica do Juízo”, de Kant.

1791: Início da Revolução Haitiana / Revolução Francesa: (abril) Morre o


Conde de Mirabeau (Honoré Gabriel Riqueti); (agosto) destituição e prisão do rei
Luis XVI. / Morre Mozart (Wolfgang Amadeus Mozart), compositor erudito clássico,
em Viena-Áustria.

1792: Brasil: (abril) Tiradentes é enforcado em praça pública. / Revolução


Francesa: (fevereiro) Aliança entre Áustria e a Prússia para combater a revolução;
(setembro) Batalha de Valmy: derrota dos austro-prussianos; Proclamação da
República.

1794: Revolta Polaca.

1796: Primeira vitória de Napoleão Bonaparte como comandante do exército


francês.

1799: Termina a Revolução Francesa (9 de novembro).

1808: Chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil (24 de janeiro).

1810: Os Países Baixos são anexados por Napoleão (9 de julho).

1811: Declaração de independência da Venezuela (5 de julho).

1812 a 1815: Guerra de 1812 entre os Unidos Estados e o Reino Unido (18
de junho de 1812 a 23 de março de 1815).

1814: Primeira abdicação de Napoleão (6 de abril).

1815: Segunda abdicação de Napoleão (22 de junho).

1821: A Grécia é declarada independente (25 de março).


36

1822: Príncipe Pedro proclama a independência brasileira (7 de setembro).


Príncipe Pedro é coroado como Imperador Pedro I do Brasil (1 de dezembro).

1825 a 1828: A Guerra da Cisplatina resulta na independência do Uruguai.

1839 a 1851: Guerra Civil Uruguaiana.

1840: A Nova Zelândia é fundada, como a Tratado de Waitagi é assinado


pelo maori e o britânico.

1848 a 1858: Corrida do ouro na Califórnia.

1859: A Origem das Espécies, de Charles Darwin, é publicada (24 de


Novembro).

1861 a 1865: Guerra Civil Americana entre a União e a Confederação (12 de


abril de 1861 a 9 de abril de 1865).

1865: Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos, é assassinado por


um ator em Washington, D.C. (15 de abril).

1888: Lei Áurea é assinada pela Princesa Isabel e extingue todos os


escravos no Brasil (13 de maio).

A história do século XX, tal como a de toda modernidade - do século XVI em


diante -, pode ser contada através de suas sucessivas guerras. Esses conflitos
representam o somatório final dos debates de ideias que foram levadas às suas
últimas consequências, desde que foram lançadas pelo Renascimento.

Rivalidades entre casas dinásticas transnacionais, colonialismo,


nacionalismo, socialismo, vontade de poder, corridas tecnológicas (armamentista e
espacial), expansão do mercado e a luta pelo direito são os ingredientes filosóficos
que radicalizaram os gostos extremados no chamado período contemporâneo.

O primeiro ano dos novecentos começa com uma reviravolta na Guerra dos
Boeres (1899-1902), entre Inglaterra e suas colônias na África do Sul, que depois de
assinado um cessar fogo, entra em uma fase de guerrilha que dura por mais 12
meses. Em 1903, os Estados Unidos apoiam a independência da província
colombiana do Panamá, com o envio de uma frota que garantiu a construção do
canal por empresas estadunidenses. Em 1904, o domínio russo sobre a Manchúria,
37

nordeste da China, e o japonês sobre a Coréia, no extremo oriente, levam a


deflagração da Guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A vitória do Japão, depois de
uma manobra naval surpreendente, alçou este país ao cenário das grandes
potências bélicas do início do século. A derrota para o Japão foi um dos motivos
principais a provocar a primeira Revolução Russa, em 1905, que foi sufocada pelo
czar Nicolau II (1868-1918). Em 1906, ocorre em Cuba uma revolta esmagada pelas
tropas estadunidenses que ainda se mantinham na ilha, mesmo depois de quatro
anos da proclamação da independência daquele país.1907 é o ano da revolta de
camponeses na Romênia, incentivada por comunistas e anarquistas russos.

Na Turquia, ocorre em 1908, a Revolução dos Jovens Turcos que


impuseram eleições livres e um parlamento, mas não contiveram o desfecho do
Império Otomano, um dos mais longos da história - fundado por Otman I (1258-
1326) em 1300 e reduzido às fronteiras turcas em 1923. Aproveitando-se da
fragilidade otomana, Áustria-Hungria anexa, em 1908, a região da Bósnia e
Herzegóvina. Áustria-Hungria já estava envolvida nessa época com uma estranha
Guerra dos Porcos (1906-1911) contra a Sérvia, o que provocou atritos diplomáticos
com a Rússia.

De 1910 a 1920, explode no México a Revolução que derruba a ditadura de


Porfirio Díaz (1830-1915) e implanta pela primeira vez os ideais socialistas no solo
americano através de Emiliano Zapata (1879-1919), líder dos peões camponeses e
indígenas do sul.

Na Ásia, a Revolução Chinesa começa em 1911 com o nacionalista Sun Yat


Sen (1866-1825) e termina em 1949, com o comunista Mao Tse Tung (1893-1976).

Na Europa, a Guerra dos Balcãs (1912 e 1913) reuniu Montenegro, Bulgária,


Sérvia e Grécia contra a Turquia, no primeiro momento, mas depois houve uma
disputa entre antigos aliados - Bulgária, Grécia, Sérvia - e Áustria pela posse da
Macedônia.

Esses conflitos regionais, sobretudo os que envolveram países da Europa,


serviram de preparação para a I Grande Guerra (1914-1918) a obrigar a participação
de todas as potências mundiais em um mesmo combate. Ato contínuo, por causa de
suas perdas aí, a Rússia viu detonar sua segunda Revolução em 1917, que se
seguiu a uma Guerra Civil que durou até 1929, quando Stalin (Ossip Vissarionovitch
38

Dzhugashvili, 1879-1953) tomou o poder e implantou o comunismo de uma só


nação.

Em consequência da Grande Depressão econômica de 1929, o liberalismo


do laissez-faire (deixe fazer) sofre baixas sucessivas em vários países que lutavam
contra o colonialismo e nas nações que fazem revoluções pela via militar, como o
Brasil de 1930.

Em 1922, os “camisas pretas” de Benito Mussolini (1883-1945) já haviam


dado o golpe fascista em Roma. Com o rearmamento da Alemanha, 1933, foi a vez
de Adolf Hitler (1889-1945) tomar o poder junto dos “camisas castanhas”. Entre 1936
e 1939, a Guerra Civil Espanhola pôs frente a frente anarquistas, socialistas, liberais
e facistas em uma prévia da II Guerra Mundial, que começa em 1939 e termina em
1945. Os soviéticos são os primeiros a chegar em Berlim (maio de 1945), mas a
guerra no Pacífico só teve fim depois da detonação de duas bombas atômicas
estadunidenses sobre Hiroshima (6 de agosto de 1945) e Nagasaki (9 de agosto de
1945).

O fim da II Guerra Mundial dividiu o globo terrestre em dois grande blocos


políticos que sustentaram uma Guerra Fria até 1989. Nesse ínterim, diversas outras
guerras regionais esquentaram as relações entre a União Soviética e os Estados
Unidos, como a Guerra da Indochina (1946-1954), a Guerra da Coréia (1950-1953),
a Revolução Cubana de 59, a Guerra do Vietnã (1961-1975) e as intermitentes
guerras árabe-israelenses (1948-1973), além da derradeira Guerra do Afeganistão
(1979-1989).

O historiador britânico Eric J. Hobsbawm relacionou em sua obra Era dos


Extremos (1994) vários depoimentos de pessoas que viveram esses períodos de
mudanças abruptas, sobre as circunstâncias históricas testemunhadas por eles.
Dessas declarações destacam-se três.

A do filósofo político inglês Isaiah Berlim (1909-1997): “vivi a maior parte do


século XX, devo acrescentar que não sofri provações pessoais. Lembro-o apenas
como o século mais terrível da história”;

Do escritor britânico William Gerald Golding (1911-1993), prêmio Nobel de


literatura de 1983: “não posso deixar de pensar que este foi o século mais violento
da história humana”;
39

Do violinista estadunidense-suíço-britânico Yerudi Menuhin: “se eu tivesse


de resumir o século XX, diria que despertou as maiores esperanças já concebidas
pela humanidade e destruiu todas as ilusões e ideais” (HOBSBAWM, 1994, p. 11 e
12).

A sucessão ininterrupta de conflitos e o número de baixas não deixam


dúvidas. Cerca de 120 milhões de pessoas - civis e militares - perderam suas vidas
de forma violenta.

A II Guerra Mundial ceifou a maior parte dessas vítimas, 50 milhões de


mortos. Mas foi a I Grande Guerra que iniciou a era dos massacres, eliminando
aproximadamente 10 milhões de soldados.

A Revolução de 1917 e a Guerra Civil Russa mataram mais seis milhões de


pessoas. Na Coréia, 5 milhões e 300 mil morreram em combates diretos, de fome,
epidemias ou bombardeios.

As transformações das estratégias de guerras e o extermínio em massa de


grandes populações estiveram estritamente ligados às mudanças de valores
filosóficos decorrentes das ideias românticas do século XIX.

Por outro lado, o desenvolvimento científico permitiu o incremento dos bens


de consumo que permitiram a sustentação de uma população cada vez maior. A
tecnologia de armamento e comunicações cresceram ao lado das pesquisas que
ampliaram o conhecimento biológico e de produção de remédios que salvaram uma
quantidade ainda maior de pessoas.

Ideologicamente, a primeira metade do século XX foi uma prestação de


contas ao nacionalismo, ao socialismo e ao liberalismo econômico defendidos pelas
gerações anteriores. Pouco a pouco, a fé na razão e no progresso da história foram
sendo desmistificados. Chegou-se mesmo a falar de uma filosofia pós-moderna, na
segunda metade da era contemporânea. Aqueles que defendiam uma postura
racional frente aos céticos e relativistas tiveram de admitir um falibilismo em uma
revisão das ideias iluministas, sob novas exigências de justificação, nem
dogmáticas, nem metafísicas.
40

Principais Tendências Contemporâneas

Entre as correntes de pensamento mais importantes desse período, o


Pragmatismo antecipou-se à crítica pós-moderna na concepção de uma razão que
pode falhar na sustentação da verdade. Essa vertente filosófica colocou os
pensadores estadunidenses na vanguarda do debate contemporâneo que fizeram
dos Estados Unidos a principal área de concentração dos centros de excelência em
pesquisa acadêmica, no final do século.

Remanescentes de um dogmatismo metafísico concentraram-se na filosofia


analítica da linguagem que sucedeu ao Círculo de Viena, na mesma época em que
duas vertentes existencialistas disputavam a melhor interpretação da essência
humana: seja a partir de uma fenomenologia fundada por Edmund Gustav Albert
Husserl (1859-1938), que teve em Martin Heidegger (1889-1976) seu principal
expoente; seja do mal estar detectado por Jean-Paul Sartre (1905-1980), em sua
obra sobre a condição humana.

Do ponto de vista político, a Escola de Frankfurt procurou fazer uma crítica


da sociedade desde uma perspectiva marxista, sem, no entanto, comprometer-se
com uma utópica realização de um projeto revolucionário. A partir dos anos 1970,
uma nova concepção teórica da justiça propôs uma interpretação da sociedade
ocidental livre de um sentido metafísico nos textos de John Rawls (1921-2002).
Porém, coube a Hannah Arendt (1906-1975) fazer um exame preciso do conceito de
violência, característico de sua época.

A violência, que marcou a passagem do século XX, é o instrumento que os


seres humanos possuem para realizarem um fim e que se justifica e orienta por este.
Sua aplicação eficaz depende do poder que a sustenta, isto é, da obediência aos
comandos da autoridade que representa a unidade de um grupo político constituído.
Assim, o uso da violência sem uma sustentação legítima reduz o seu alcance
apenas aos efeitos sobre uma situação momentânea que para serem prolongados
precisam de um rápido reestabelecimento do apoio indispensável de um grupo
social.

(...) O poder e a violência se opõem: onde um domina de forma absoluta, o


outro está ausente. A violência aparece onde o poder está em perigo, mas se se
deixar que percorra o seu curso natural, o resultado será o desaparecimento do
41

poder. Tal coisa significa que não é correto pensar na não violência como oposto da
violência; falar de poder não violento é realmente uma redundância. A violência pode
destruir o poder, mas é incapaz de criá-lo (ARENDT, 1985, p. 30 e 31).

A disseminação da violência na era contemporânea resultou não apenas da


produção de instrumentos de morte em massa, mas, sobretudo, da crescente perda
da autoridade dos governos constituídos. Com a perda do poder legítimo, os
Estados perderam também o monopólio do uso da força por meios violentos. Por
conseguinte, o avanço tecnológico dos armamentos foi apenas um item secundário
na “democratização” da violência, permitindo o acesso de indivíduos às armas de
fogo mais destrutivas. Isso tudo aconteceu por diversos fatores, entre os quais o fato
da autoridade constituída não ter mais o consentimento daqueles que estavam à
margem da lei - no banditismo, na guerrilha política, ou na crescente multidão de
excluídos - e por não poder ampliar o acesso aos bens gerados e mal distribuídos
pela sociedade.

Nesse sentido, a vitória do Vietnã sobre os Estados Unidos simboliza a


superioridade da organização de quem tem poucos recursos diante da mais
avançada máquina de guerra atual.

“[...] Mesmo a dominação mais despótica de que temos conhecimento, o


domínio do senhor sobre os escravos, que sempre o excederam em número, não
repousa em instrumentos de coerção superiores como tais, mas em uma
organização do poder mais aperfeiçoada - isto é, na solidariedade organizada dos
senhores. Homens isolados sem outros que os apoiem nunca têm poder suficiente
para fazer uso da violência de maneira bem-sucedida. Assim, nas questões internas,
a violência funciona como último recurso do poder contra os criminosos ou rebeldes
- isto é, contra indivíduos isolados que, pode-se dizer, recusam-se a ser dominados
pelo consenso da maioria. E quanto aos combates propriamente ditos, vimos no
Vietnã como pode uma imensa superioridade no que diz respeito aos instrumentos
da violência tornar-se impotente se confrontada por um inimigo mal-equipado, mas
bem-organizado e muito mais poderoso (...)” (ARENDT, 1985, p. 27).

O mais violento dos séculos foi, portanto, o século de uma crise de poder
das instituições públicas modernas que foram gradativamente se desorganizando
com o desenvolvimento de organizações privadas que afrontavam o poder do
42

Estado - cartéis, multinacionais e crime internacional organizado. Nesse e em vários


outros pontos defendidos pela tradição da modernidade, foi o século XX o tempo da
confrontação das ideias e de uma recusa dos dogmas desprovidos de uma
sustentação real nos interesses vitais de cada um (SILVA, 2010).

Voltemos um pouco ao início do século XX para situar a antiga URSS que


tem papel importante junto a Guerra fria instaurada após a II Grande Guerra e outros
regimes que se instauraram no Europa culminando com a II Guerra.

No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e


dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no
campo (produção de gêneros agrícolas).

Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos


impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a
Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não
abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que
desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com
os governos do czar.

No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu


governo. No conhecido Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de
manifestantes. Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram reprimidos pelo
czar.

Começava então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores


russos) sob a liderança de Lênin. Os bolcheviques começavam a preparar a
revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.

Por volta de 1914 faltava alimentos na Rússia czarista, empregos para os


trabalhadores, salários dignos e democracia. Mesmo assim, Nicolau II jogou a
Rússia numa guerra mundial. Os gastos com a guerra e os prejuízos fizeram
aumentar ainda mais a insatisfação popular com o czar.

As greves de trabalhadores urbanos e rurais espalham-se pelo território


russo. Ocorriam muitas vezes motins dentro do próprio exército russo. As
manifestações populares pediam democracia, mais empregos, melhores salários e o
43

fim da monarquia czarista. Em 1917, o governo de Nicolau II foi retirado do poder e


assumiria Kerenski (menchevique) como governo provisório.

A Revolução Russa de outubro de 1917

Com Kerenski no poder pouca coisa havia mudado na Rússia. Os


bolcheviques, liderados por Lênin, organizaram uma nova revolução que ocorreu em
outubro de 1917. Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lênin assumiu o
governo da Rússia e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas para os
trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram
para as mãos dos trabalhadores.

Lênin também retirou seu país da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918.
Foi instalado o partido único: o PC (Partido Comunista).

A formação da URSS

Após a revolução, foi implantada a URSS (União das Repúblicas Socialistas


Soviéticas). Seguiu-se um período de grande crescimento econômico,
principalmente após a NEP (Nova Política Econômica). A URSS tornou-se uma
grande potência econômica e militar. Mais tarde rivalizaria com os Estados Unidos
na chamada Guerra Fria. Porém, após a revolução, a situação da população geral e
dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à democracia. O Partido
Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos princípios
socialistas. A falta de democracia imperava na URSS.

1918: O primeiro caso confirmado da Gripe Espanhola é um soldado norte-


americano em Kansas (4 de março).

Entre as décadas de 1920 e 1940, surgiu e desenvolveu-se, em alguns


países da Europa, o fascismo. Era um sistema político, econômico e social que
ganhou força após a Primeira Guerra Mundial, principalmente nos países em crise
econômica (Itália e Alemanha). Na Itália, o fascismo foi representado pelo líder
italiano Benito Mussolini. Na Alemanha, Adolf Hitler foi o símbolo do fascismo, que
neste país ganhou o nome de nazismo.
44

Este sistema terminou com a derrota do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) na


Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Principais características e ideias do fascismo

Totalitarismo: o sistema fascista era antidemocrático e concentrava poderes


totais nas mãos do líder de governo. Este líder podia tomar qualquer tipo de
decisão ou decretar leis sem consultar políticos ou representantes da
sociedade.

Nacionalismo: entre os fascistas era a ideologia baseada na ideia de que só o


que é do país tem valor. Valorização extrema da cultura do próprio país em
detrimento das outras, que são consideradas inferiores.

Militarismo: altos investimentos na produção de armas e equipamentos de


guerra. Fortalecimento das forças armadas como forma de ganhar poder
entre as outras nações. Objetivo de expansão territorial através de guerras.

Culto à força física: Nos países fascistas, desde jovens os jovens eram
treinados e preparados fisicamente para uma possível guerra. O objetivo do
estado fascista era preparar soldados fortes e saudáveis.

Censura: Hitler e Mussolini usaram este dispositivo para coibir qualquer tipo
de crítica aos seus governos. Nenhuma notícia ou ideia, contrária ao sistema,
poderia ser veiculadas em jornais, revistas, rádio ou cinema. Aqueles que
arriscavam criticar o governo eram presos e até condenados a morte.

Propaganda: os líderes fascistas usavam os meios de comunicação (rádios,


cinema, revistas e jornais) para divulgarem suas ideologias. Os discursos de
Hitler eram constantemente transmitidos pelas rádios ao povo alemão.
Desfiles militares eram realizados para mostrar o poder bélico do governo.

Violência contra as minorias: na Alemanha, por exemplo, os nazistas


perseguiram, enviaram para campos de concentração e mataram milhões de
judeus, ciganos, homossexuais e até mesmo deficientes físicos.

Antissocialismo: os fascistas eram totalmente contrários ao sistema socialista.


Defendiam amplamente o capitalismo, tanto que obtiveram apoio político e
financeiro de banqueiros, ricos comerciantes e industriais alemães e italianos.
45

1939 a 1945: Segunda Guerra Mundial (1 de setembro de 1939 a 2 de


setembro de 1945).

As causas da Segunda Guerra Mundial

Um conflito desta magnitude não começa sem importantes causas ou


motivos. Podemos dizer que vários fatores influenciaram o início deste conflito que
se iniciou na Europa e, rapidamente, espalhou-se pela África e Ásia.

Um dos mais importantes motivos foi o surgimento, na década de 1930, na


Europa, de governos totalitários com fortes objetivos militaristas e expansionistas.
Na Alemanha surgiu o nazismo, liderado por Hitler e que pretendia expandir o
território Alemão, desrespeitando o Tratado de Versalhes, inclusive reconquistando
territórios perdidos na Primeira Guerra. Na Itália estava crescendo o Partido
Fascista, liderado por Benito Mussolini, que se tornou o Duce da Itália, com poderes
sem limites.

Tanto a Itália quanto a Alemanha passavam por uma grave crise econômica
no início da década de 1930, com milhões de cidadãos sem emprego. Uma das
soluções tomadas pelos governos fascistas destes países foi a industrialização,
principalmente na criação de indústrias de armamentos e equipamentos bélicos
(aviões de guerra, navios, tanques, etc.).

Na Ásia, o Japão também possuía fortes desejos de expandir seus domínios


para territórios vizinhos e ilhas da região. Estes três países, com objetivos
expansionistas, uniram-se e formaram o Eixo. Um acordo com fortes características
militares e com planos de conquistas elaborados em comum acordo.

O marco inicial ocorreu no ano de 1939, quando o exército alemão invadiu a


Polônia. De imediato, a França e a Inglaterra declararam guerra à Alemanha. De
acordo com a política de alianças militares existentes na época, formaram-se dois
grupos: Aliados (liderados por Inglaterra, URSS, França e Estados Unidos) e Eixo
(Alemanha, Itália e Japão).

O período de 1939 a 1941 foi marcado por vitórias do Eixo, lideradas pelas
forças armadas da Alemanha, que conquistou o Norte da França, Iugoslávia,
Polônia, Ucrânia, Noruega e territórios no norte da África. O Japão anexou a
Manchúria, enquanto a Itália conquistava a Albânia e territórios da Líbia.
46

Em 1941 o Japão ataca a base militar norte-americana de Pearl Harbor no


Oceano Pacífico (Havaí). Após este fato, considerado uma traição pelos norte-
americanos, os estados Unidos entraram no conflito ao lado das forças aliadas.

De 1941 a 1945 ocorreram as derrotas do Eixo, iniciadas com as perdas


sofridas pelos alemães no rigoroso inverno russo. Neste período, ocorre uma
regressão das forças do Eixo que sofrem derrotas seguidas. Com a entrada dos
EUA, os aliados ganharam força nas frentes de batalhas.

O Brasil participa diretamente, enviando para a Itália (região de Monte


Cassino) os pracinhas da FEB, Força Expedicionária Brasileira. Os cerca de 25 mil
soldados brasileiros conquistam a região, somando uma importante vitória ao lado
dos Aliados.

Este importante e triste conflito terminou somente no ano de 1945 com a


rendição da Alemanha e Itália. O Japão, último país a assinar o tratado de rendição,
ainda sofreu um forte ataque dos Estados Unidos, que despejou bombas atômicas
sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki. Uma ação desnecessária que provocou
a morte de milhares de cidadãos japoneses inocentes, deixando um rastro de
destruição nestas cidades.

Os prejuízos foram enormes, principalmente para os países derrotados.


Foram milhões de mortos e feridos, cidades destruídas, indústrias e zonas rurais
arrasadas e dívidas incalculáveis. O racismo esteve presente e deixou uma ferida
grave, principalmente na Alemanha, onde os nazistas mandaram para campos de
concentração e mataram aproximadamente seis milhões de judeus.

Com o final do conflito, em 1945, foi criada a ONU (Organização das Nações
Unidas), cujo objetivo principal seria a manutenção da paz entre as nações. Inicia-se
também um período conhecido como Guerra Fria, colocando agora, em lados
opostos, Estados Unidos e União Soviética. Uma disputa geopolítica entre o
capitalismo norte-americano e o socialismo soviético, onde ambos países buscavam
ampliar suas áreas de influência sem entrar em conflitos armados.

A Guerra do Vietnã foi outro conflito armado que começou no ano de 1959 e
terminou em 1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã
do Sul, Laos e Camboja. Esta guerra pode ser enquadrada no contexto histórico da
Guerra Fria.
47

OVietnã havia sido colônia francesa e no final da Guerra da Indochina (1946-


1954) foi dividido em dois países. O Vietnã do Norte era, comandado por Ho Chi
Minh, possuindo orientação comunista pró União Soviética. O Vietnã do Sul, uma
ditadura militar, passou a ser aliado dos Estados Unidos e, portanto, com um
sistema capitalista.

A relação entre os dois Vietnãs, em função das divergências políticas e


ideológicas, era tensa no final da década de 1950. Em 1959, vietcongues
(guerrilheiros comunistas), com apoio de Ho Chi Minh e dos soviéticos, atacaram
uma base norte-americana no Vietnã do Sul. Este fato deu início a guerra.
Entre 1959 e 1964, o conflito restringiu-se apenas ao Vietnã do Norte e do Sul,
embora Estados Unidos e também a União Soviética prestassem apoio indireto.

Em 1964, os Estados Unidos resolveram entrar diretamente no conflito,


enviando soldados e armamentos de guerra. Os soldados norte-americanos
sofreram num território marcado por florestas tropicais fechadas e grande
quantidade de chuvas. Os vietcongues utilizaram táticas de guerrilha, enquanto os
norte-americanos empenharam-se no uso de armamentos modernos, helicópteros e
outros recursos.

No final da década de 1960, era claro o fracasso da intervenção norte-


americana. Mesmo com tecnologia avançada, não conseguiam vencer a experiência
dos vietcongues. Para piorar a situação dos Estados Unidos, em 1968, o exército
norte-vietnamita invadiu o Vietnã do Sul, tomando a embaixada dos Estados Unidos
em Saigon. O Vietnã do Sul e os Estados Unidos responderam com toda força. É o
momento mais sangrento da guerra.

No começo da década de 1970, os protestos contra a guerra aconteciam em


grande quantidade nos Estados Unidos. Jovens, grupos pacifistas e a população em
geral iam para as ruas pedir a saída dos Estados Unidos do conflito e o retorno
imediato das tropas. Neste momento, já eram milhares os soldados norte-
americanos mortos no conflito. A televisão mostrava as cenas violentas e cruéis da
guerra.

Sem apoio popular e com derrotas seguidas, o governo norte-americano


aceita o Acordo de Paris, que previa o cessar-fogo, em 1973. Em 1975, ocorre a
retirada total das tropas norte-americanas. É a vitória do Vietnã do Norte.
48

O conflito deixou mais de 1 milhão de mortos (civis e militares) e o dobro de


mutilados e feridos. A guerra arrasou campos agrícolas, destruiu casas e provocou
prejuízos econômicos gravíssimos no Vietnã.

O Vietnã foi reunificado em 2 de julho de 1976 sob o regime comunista,


aliado da União Soviética.

1989: Ocorre a Queda do Muro de Berlim (9 de novembro).


1990 a 1991: Guerra do Golfo (2 de agosto de 1990 a 28 de fevereiro de
1991).

1991: A União Soviética é dissolvida (26 de dezembro).

2001: Quatro aviões comerciais sequestrados pelos terroristas islâmicos


colidem contra as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, uma parte
do Pentágono no condado de Arlington, Virgínia e um campo próximo de
Shanksville, Pensilvânia e matam 2.973 pessoas e 19 sequestradores (11 de
setembro).

2004: Um terremoto no Oceano Índico, que provoca um tsunami, devasta as


costas dos países do Sudeste Asiático, causando a morte de 398.000 pessoas (26
de dezembro).

A breve linha do tempo não tem pretensão de esgotar nem mesmo parcela
mínima dos acontecimentos do mundo contemporâneo. Situamos somente alguns
deles.

Após 2004 evidentemente tivemos outros grandes eventos como a posse do


presidente norte americano, Barack Obama, negro, bem como o Brasil vivencia no
momento a eleição de sua primeira presidente do sexo feminino, fatos que mostram
a evolução e revolução na ordem mundial e local.

Acreditamos que dentre os grandes acontecimentos e desafios desse mundo


contemporâneo, pós-moderno, onde impera o caos, está a busca por soluções para
os problemas ambientais que acometem o planeta e que naturalmente interferem no
cotidiano e no modo de dirigir cada nação.
49

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THOMPSON, E. P. A miséria da teoria. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.


50

ANEXOS

Livros – pré-história

A Pré-história - Atlas Visuais (paradidático)


Autor: Figuti, Levi
Editora: Ática

Pré-história - Coleção O Cotidiano da História (paradidático)


Autor: Olivieri, Antonio Carlos
Editora: Ática

A Pré-história - Coleção tudo é História


Autor: Guglielmo, Antonio Roberto
Editora: Brasiliense

Encontro com os Homens da Pré-história


Autor: Craipeau, Jean-loup
Editora: Scipione

Histórias da Pré-história
Autor: Moravia, Alberto
Editora: Editora 34

Imagens da Pré-história
Autor: Pessis, Anne-Marie
Editora: A&A Comunicação

Filmes – Idade Média

Joana D'arc
Ano: 1999
Direção: Luc Besson
Gênero: Biografia / guerra / histórico
Temática: Guerras e revoluções

O incrível exército de Brancaleone


Ano: 1966
Direção: Mario Monicelli Gênero:
Aventura / Comédia Temática:
Guerras e Revoluções

El Cid
Ano: 1961
Direção: Anthonny Mann
Gênero: drama / guerra
Temática: Guerras, revolução e disputa pelo poder.
51

Coração Valente
Ano:1995
Direção: Mel Gibson
Gênero: Guerra
Temática: Revolução, conquista territorial, luta pela independência da
Escócia

Henrique V
Ano:1989
Direção: Kenneth Brannagh Gênero:
Ação / Drama / Guerra Temática:
Monarcas, guerras medievais

O leão no inverno
Ano: 1968
Direção: Anthony harvey
Gênero: drama
Temática: disputa pelo poder

O nome da rosa
Ano: 1986
Direção: Jean-Jacques Annaud
Gênero: Suspense / Drama
Temática: religião, Igreja na Idade Média, vida dos monges

A rainha Margot
Ano: 1994
Direção: Patrice Chéreau
Gênero: Biografia / Histórico / Drama / Romance
Temática: conflitos religiosos na Idade Média

Em nome de Deus
Ano: 1988
Direção: Clive Donner
Gênero: Drama / Romance / Histórico
Temática: universidade medievais, religião na Idade Média

Cruzada
Ano: 2005
Direção: Ridley Scott
Gênero: Guerra / Ação / Drama
Temática: guerras religiosas entre cristão e muçulmanos na Idade Média

Conquista Sangrenta
Ano: 1985
Direção: Paul Verhoeven
Gênero: Guerra / Aventura
Temática: disputa territorial, guerra medievais
52

Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões


Ano: 1991
Direção: Kevin Reynolds
Gênero: Ação / Aventura / Romance
Temática: lenda medieval, feudalismo

Excalibur
Ano: 1981
Direção: John Boorman
Gênero: Drama / Aventura / Fantasia
Temática: Lenda do Rei Arthur

O sétimo selo
Ano: 1957
Direção: Ingmar Bergman
Gênero: Drama
Temática: peste negra na Idade Média, cavalaria medieval, Cruzadas

As brumas de Avalon
Ano: 2001
Direção: Uli Edel
Gênero: Drama / Fantasia
Temática: Lenda do rei Arthur

O feitiço de Áquila
Ano: 1985
Direção: Richard Donner
Gênero: Aventura / Romance / Drama
Temática: lendas medievais, imaginário medieval

Livros sobre a Idade Média

Uma longa Idade Média


Autor: Le Goff, Jacques
Editora: Record

Em busca da Idade Média


Autor: Le Goff, Jacques
Editora: Civilização brasileira

Os Templários - Uma Cavalaria Cristã na Idade Média


Autor: Demurger, Alain
Editora: Difel

História da Idade Média - Textos e Testemunhas


Autor: Sanchez, Maria G. Pedrero
Editora: Unesp
53

A Cavalaria - A Origem dos Nobres Guerreiros da Idade Média


Autor: Flori, Jean
Editora: Madras

A Geografia na Idade Média


Autor: Kimble, G. H. T.
Editora: Imprensa Oficial de São Paulo

A Idade Média: Nascimento do Ocidente


Autor: Franco Jr, Hilario
Editora: Brasiliense

A Realeza Cristã na Alta Idade Média


Autor: Da Silva, Marcelo Cândido
Editora: Alameda Casa Editorial

As Mais Belas Lendas da Idade Média


Autor: Camiglieri, Laurence
Editora: Wmf Martins Fontes

A Civilização do Ocidente Medieval


Autor: Golf, Jacques
Editora: Edusc

História Geral da Arte - O Mundo Antigo e a Idade Média


Autor: Janson, H.W.
Editora: Martins Editora

Trivium e Quadrivium - As Artes Liberais na Idade Média


Autor: Mongelli, Lenia Marcia; Friaça, Amâncio
Editora: Ibis

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