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ida
de
Introdução à História
1 e às primeiras civilizações
Habilidades da BNCC
EM13CHS104, EM13CHS105, Inicie a jornada!
EM13CHS106, EM13CHS201,
EM13CHS203, EM13CHS204,
EM13CHS401, EM13CHS603.
Introdução à História
Como começou a história da humanidade? Qual a nossa relação com egípcios, gregos e romanos? Para que estu-
Nesta unidade você dar História? Você já parou para pensar como é extensa e rica a história da humanidade e ao mesmo tempo como é
irá estudar:
difícil compreendê-la? Conhecer a História é uma forma de conhecermos a nós mesmos. O entendimento sobre os di-
definição da História
como campo das ferentes modos de viver que a humanidade desenvolveu ao longo de milênios ajuda a compreender a transitoriedade
Ciências Humanas e os das vivências cotidianas, crenças e valores.
primeiros historiadores da Mas, afinal, o que é História? Para começar, deve-se perceber que a História, enquanto campo de conhecimento
Antiguidade. das Ciências Humanas, não é o retrato do passado, mas como ele foi representado, investigando as ações e as relações
Os primórdios da estabelecidas entre seres humanos ao longo do tempo, a fim de compreender as rupturas e as continuidades. Por isso
humanidade, o Paleolítico e
o Neolítico.
o tempo histórico pode indicar duração e simultaneidade de acontecimentos, sem que necessariamente esteja vincu-
Civilizações antigas: Egito, lado a uma questão cronológica de sucessão temporal.
Mesopotâmia, hebreus, No Ocidente, atribui-se aos gregos nascidos em Atenas, Heródoto (485 a.C.-425 a.C.) e Tucídides (400 a.C.-460
fenícios e persas. a.C.), o título de primeiros historiadores ocidentais. Eles buscavam, em suas crônicas históricas, a organização do pas-
sado grego, por meio da atribuição de sentido aos acontecimentos históricos e valores às ações de seus heróis. En-
quanto Heródoto propunha uma dife-
Anja B. Schaefer/Shutterstock
Millionstock/Shutterstock
Professor, a trajetória de
aprendizagem do Caderno renciação entre o falso e o verdadeiro
inicia-se nesta unidade com como ponto de partida para o traba-
uma introdução acerca da
disciplina de História, para lho do historiador, Tucídides defendia
que os alunos desenvolvam a confrontação de fontes orais e escri-
um aporte teórico neces- tas como caminho para a construção
sário à aprendizagem des-
te campo de estudo. Em de uma narrativa histórica.
seguida, são discutidos os Reconhecido como um dos pri-
primórdios da humanidade
a partir dos conhecimentos
meiros historiadores chineses, Sima
mais recentes sobre o as- Qian (145 a.C.-86 a.C.) foi responsável
sunto, com reflexões sobre pela primeira tentativa de elaboração
as tecnologias que foram
desenvolvidas e seus impac- de uma história chinesa e utilizava re-
tos nos modos de vida e da latos orais e documentos, alguns de-
organização da sociedade. les questionados posteriormente por
Por fim, seguindo a mesma
lógica de observação das outros historiadores. A organização
formas de organização social dessas fontes deu origem ao Shi Ji, os
e de poder, são desenvolvi-
arquivos históricos, que serviram de
das análises sobre as civiliza-
ções antigas. modelo para a elaboração da história Estátuas de Heródoto e Tucídides em frente ao Parlamento de Viena.
das dinastias seguintes.
A partir do século XIX, houve o desenvolvimento do campo das Ciências Humanas, voltadas para os estudos que
envolviam diferentes perspectivas sobre o indivíduo e a sociedade. No caso da História, a principal preocupação era
criar procedimentos metodológicos e teóricos para as pesquisas. Dessa forma, a História, enquanto disciplina, surgiu
do processo de profissionalização do ofício dos historiadores e da consolidação das universidades como lugares privi-
legiados de pesquisa, a partir de métodos, teorias e procedimentos próprios, ancoradas nos princípios da experiência,
ou seja, do empirismo. Alguns historiadores que defenderam um discurso científico e contribuíram para a formulação
de teorias e metodologias foram Fustel de Coulanges, Alexis de Tocqueville e Leopold Von Ranke. O estudo sobre a
escrita da História é denominado historiografia.
2
História
A periodização da História
No século XIX, a historiografia positivista defendia que a história humana deveria ser dividida em períodos, a
partir de características materiais, culturais e econômicas das sociedades. De acordo com essa divisão, o período tra-
dicionalmente conhecido como Pré-História está compreendido entre o surgimento dos primeiros hominídeos e o Hominídeos:
surgimento da escrita. humanos e seus
ancestrais fósseis, como os
Apesar de essa divisão tradicional da História facilitar o estudo e a localização dos períodos históricos, ela é limitada,
australopitecos.
pois classifica outros povos e culturas a partir de uma visão eurocêntrica e evolucionista. Essas ideias valorizavam as socie-
dades com escrita, e desconsideravam outros aspectos fundamentais da cultura humana, além de esbarrar nos limites de Etnocentrismo:
convicção na superioridade
interpretação de um fato a partir de sua própria cultura e visão de mundo, o que ficou conhecido como etnocentrismo.
das tradições, da cultura
De acordo com o etnocentrismo, as sociedades estariam divididas em etapas ou estágios de desenvolvimento, e a e dos valores de um povo
sociedade europeia ocidental seria considerada o último estágio. Atualmente, tal conceito é trabalhado nas disciplinas em relação aos dos outros
das Ciências Humanas, como a Antropologia e a Sociologia, para mostrar que as análises da realidade são carregadas de povos.
preconceito por desconsiderar a diversidade social e humana e classificar grupos não europeus como “o outro” e “diferente”. Fóssil: restos ou
evidências de seres vivos
Tomada da cidade de preservados em rochas,
Pré-História História Constantinopla no gelo ou em âmbar, um
Surgimento dos primeiros
1453 tipo de resina. O estudo
hominídeos (aproximadamente 7 Ano I
milhões de anos) dos fósseis é denominado
Paleontologia.
Idade Idade Idade
Paleolítico Neolítico Idade antiga
média média Contemporânea
Decrescente Crescente
Os primórdios da humanidade
Vá além
A compreensão sobre o início da humanidade é um desafio para pesquisadores da área das Ciências Humanas.
A periodização histórica
Nesse sentido, a Arqueologia, um dos campos dessa área, busca, por meio do estudo de diversos vestígios deixados permite a localização
por nossos ancestrais, como artefatos e fósseis, desvendar o modo de vida das sociedades passadas e como elas temporal de eventos
estavam organizadas. importantes. No
entanto, trata-se de
Vá além
um recorte limitado,
O termo “pré-histórico”, apesar de muito utilizado, é limitado, porque ele sugere a inexistência de uma história dos povos que pois há a seleção
viveram antes da invenção da escrita. Tal visão despreza a importância que a preservação da memória por meio da oralidade dos acontecimentos
teve no desenvolvimento da humanidade, sobretudo nas sociedades ágrafas, ou seja, que não dominavam a escrita e que sinalizados. Dessa forma,
preservaram sua história através da transmissão oral de saberes e tradições. ao mesmo tempo que a
periodização contribui
Paleolítico para a compreensão da
Os primeiros humanos surgiram durante o Período Paleolítico. Pesquisas atuais apontam que alguns grupos do história, ela também
gênero homo, como o Homo sapiens e o Homo neanderthalensis, conviveram em algumas partes do mundo nesse período. limita a compreensão
de que, em um mesmo
Ambos já demonstravam sinais de linguagem articulada e certa capacidade em acumular experiências ancestrais, o
tempo histórico,
que representou um desenvolvimento intelectual e cultural.
diferentes sociedades
Os primeiros humanos viviam em pequenos grupos de forma simples, utilizavam os recursos da natureza para vivem realidades
sobreviver, por meio da caça e da coleta, e se deslocavam durante toda vida: eram nômades, não possuíam moradia distintas.
fixa. O deslocamento do grupo para garantir melhores condições de sobrevivência fazia parte da rotina dos humanos
que viveram no Paleolítico. Os recursos da natureza também eram usados para produzir instrumentos que facilitavam
a vida, como lanças para caçar. Com o tempo, desenvolveram técnicas que melhoravam seus instrumentos e permitiam
abater animais cada vez maiores ou coletar mais quantidade e variedade de alimentos in natura.
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Gulsahinko/Shutterstock
As moradias eram temporárias e sua fi-
nalidade era a proteção contra elementos
naturais, como tempestades, enchentes,
ventanias e grandes animais. Por causa dos
vestígios humanos encontrados em cavernas
e grutas, sabe-se que esse tipo de formação
rochosa era bastante utilizado. Devido aos
constantes deslocamentos, não acumulavam
muitos objetos ao longo da vida. Por essa ra-
zão, sobraram poucos vestígios dos humanos
que viveram no Paleolítico, apenas ossadas
humanas, objetos feitos de pedras, chifres,
marfim e ossos de animais, além dos dese-
nhos deixados em superfícies rochosas, como
Ferramentas de pedra lascada produzidas no Período Paleolítico, expostas
no Museu das Civilizações da Anatólia. As peças foram encontradas em um o interior de cavernas, feitos com tinturas de
dos mais importantes sítios arqueológicos do período, situado em Ankara, cores marrom, amarela e vermelha, encontra-
na Turquia.
das em alguns minerais.
Com o passar do tempo, os gru-
thipjang/Shutterstock
pos humanos passaram a produzir
outras cores, a partir da extração de
pigmentos do carvão e de plantas. As
primeiras pinturas rupestres – como
são chamados esses desenhos – en-
contradas foram feitas há 40 mil anos
e, são uma importante fonte para
compreender os humanos que vive-
ram na Pré-História.
O conjunto de cavernas de
Lascaux, situado em Montignac, na
França, é um importante sítio arqueo-
Professor, indique aos alu- lógico graças à quantidade e diversida- Imagem de animais pintados nas paredes da caverna de Lascaux, na França.
nos para acessar o Plurall de de pinturas rupestres em seu inte-
e realizar uma visita virtual
ao conjunto de cavernas de
rior. Essas pinturas contribuíram para ampliar o conhecimento dos grupos que viveram no Paleolítico. As representações de
Lascaux. animais, por exemplo, possibilitaram compreender quais eram os animais mais caçados e os instrumentos que utilizavam.
A criatividade e a capacidade de adaptação de alguns grupos, nesse período, foram essenciais para superar di-
versos desafios, como o clima e a ameaça de animais que colocavam em risco a continuidade da vida humana. Não
há consenso, mas muitos arqueólogos afirmam que por volta de 800 mil anos atrás, os seres humanos aprenderam
a dominar o fogo, que se tornou importante para sua segurança e alimentação; outros acreditam tratar-se de uma
descoberta mais recente. A criação de instrumentos de caça, a partir de pedras lascadas, como machados, refletiam o
potencial criativo e de observação que os humanos tinham naquele tempo.
Catmando/Shutterstock
transformações. A fartura de animais para a caça e alimentos para
a coleta resultou na prosperidade dos primeiros grupos huma-
nos. Ao mesmo tempo, acarretou no desaparecimento de muitos
animais e plantas que somente eram encontrados no continente.
As setas no mapa indicam os possíveis caminhos percorridos
pelos primeiros grupos humanos que se dispersaram pelos conti-
nentes e há quanto tempo chegaram em cada região.
Faça em sala: 1 e 2 | Faça em casa: 1 e 2
45 000 AP 14 000 AP
OCEANO
70 000 AP 60 000 AP
ATLÂNTICO
Trópico de Câncer
OCEANO
PACÍFICO
Equador
0º
OCEANO
ATLÂNTICO OCEANO
ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
45 000 AP
Meridiano de Greenwich
12 000 AP
Homo sapiens, 100 mil anos atrás
Neardentais, 100 mil anos atrás
N Outras espécies humanas, 100 mil anos atrás
0 2 410
Os números indicam a chegada do Homo sapiens
em anos antes do presente (AP)
km
Fonte: HARARI, Yuval Noah. Sapiens: Uma breve história da humanidade. Porto Alegre: L&PM, 2016. p. 22.
Neolítico
Entre 20 mil e 12 mil anos atrás, parte do mundo passava por uma Era Glacial. Esse evento foi um processo natu-
ral, que levou à diminuição das temperaturas na Terra e exigiu dos grupos humanos adaptações a novas realidades
ambientais. Por volta de 10000 a.C., chegava ao fim o último período glacial. Nesse momento, ocorreu a elevação das
temperaturas do planeta, e os níveis dos mares e rios subiram cada vez mais. Aos poucos, a Terra adquiriu caracterís-
ticas geográficas semelhantes às atuais. Esse acontecimento é reconhecido como o marco para o fim do Paleolítico e
o início do Neolítico.
Os regimes de vazante e cheia dos rios tornaram possível a fixação humana por mais tempo nesses locais, devido à
maior fertilidade de suas margens e dos recursos alimentares encontrados. Aos poucos, os grupos humanos deixaram
a vida nômade e se tornaram sedentários, passaram a utilizar os recursos naturais em sua alimentação e a aproveitar
os grãos não domesticados e animais.
As mulheres desempenharam um papel importante no desenvolvimento da agricultura, visto que eram respon-
sáveis pela coleta de vegetais e frutos. A observação dos ciclos das plantas possibilitou o desenvolvimento do conheci-
mento necessário para sua domesticação, passo fundamental para o surgimento da agricultura.
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Shan_shan/Shutterstock
grupos que viviam na região.
Os utensílios e ferramentas foram sendo aperfeiçoados. Eles pas-
saram a ser produzidos por meio de técnicas mais apuradas de talhar e
polir a pedra, além de receberem um melhor acabamento para maior
eficácia e utilidade. A cerâmica começou a ser produzida e represen-
tou grande avanço para as sociedades desse período, visto que a partir
de então era possível armazenar produtos e cozinhá-los.
No fim do Período Neolítico, os humanos desenvolveram formas
de transformação de metais, como estanho e cobre: a metalurgia.
Foram encontradas, no Oriente Médio, as primeiras ferramentas de
cobre, feitas aproximadamente há 8 000 anos. A metalurgia tornou
a caça e a agricultura mais eficientes, possibilitando a maior proteção
Vaso de cerâmica vermelha com boca pequena
do grupo com a fabricação de armas. Nesse período, os grupos que do- produzido durante o Período Neolítico. Desenterrado
minaram a metalurgia cresceram e se tornaram mais organizados. em Wuan, China.
Essam al-Sudani/Shutterstock
primeiros agrupamentos nessas cidades. O período de cheias dos rios ga-
humanos, que eram rantia a fertilidade da terra e viabilizava o cultivo
vistos como inferiores.
de uma quantidade cada vez maior de alimentos.
Tal visão, contudo, é
A produção crescia na medida do crescimento
inadequada para analisar
populacional, além de possibilitar o contato com
as experiências humanas,
na medida em que outras cidades por meio da navegação.
desconsidera as diferenças Os arqueólogos defendem que, provavel-
entre as sociedades e os mente, as duas primeiras cidades que se forma-
distintos tempos históricos ram foram Eridu e Uruk. Entretanto, as carac-
nos quais viviam. Assim, terísticas de uma sociedade urbanizada, com
cada sociedade está espaços definidos – residenciais e comerciais –
intimamente conectada e uma administração organizada, foram alcan-
com o contexto social e çadas apenas por Uruk, que ficava situada no
tecnológico de seu tempo atual Iraque e permaneceu como a cidade mais
histórico. O sítio arqueológico de Uruk, localizado no Iraque. As muralhas da cidade foram
importante da região por mais de dois mil anos. construídas há 4 700 anos pelo rei sumério Gilgamesh, herói do épico homônimo.
6
História
Anotações
Em Uruk não existia separação entre a vida religiosa e o poder político. As decisões tomadas pelo líder eram enca-
radas como manifestações da vontade dos deuses, uma vez que acreditavam em várias divindades. Os detalhes sobre
essa cidade se tornaram acessíveis por conta da história do quinto rei de Uruk, Gilgamesh, que foi transmitida para as
gerações seguintes por meio da oralidade, até que, tempos depois, foi registrada por escrito.
O surgimento da escrita
O surgimento da escrita por volta de 3 500 anos atrás é considerado o marco para o fim da Pré-História e o início
da Antiguidade. A transmissão do conhecimento pela oralidade não foi abandonada totalmente nas sociedades que
passaram a desenvolver a linguagem escrita, mas coexistiram e cumpriram de formas diferentes a função de permitir
que a memória dos antepassados e as tradições fossem passadas de uma geração para outras.
Os registros escritos mais antigos foram encontrados na região do Crescente Fértil, na América Central e na
China, e, de acordo com as pesquisas, seu surgimento teve relação com o crescimento das cidades e o desenvolvi-
mento do comércio baseado em trocas. A administração de um número cada vez maior de pessoas, a necessidade
de controlar a produção e as trocas comerciais, acabaram estimulando a criação de uma nova linguagem que
possibilitasse o registro de informações importantes. Os dois primeiros tipos de escrita desenvolvidos foram a
cuneiforme e os hieróglifos.
A escrita cuneiforme, encontrada na região do Crescente Fértil, recebeu esse nome por causa do nome da ferra-
menta que gravava os símbolos em placas de cerâmica, denominada cunha. Os desenhos tinham a função de registrar
informações administrativas e comerciais, além de narrar histórias sobre reis e deuses.
Os hieróglifos, por sua vez, foram utilizados
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pelos egípcios e pelos maias e tinham um caráter
sagrado. Os escribas, pessoas responsáveis por fa-
zer os registros escritos, eram socialmente respei-
tados pela função que ocupavam. Os hieróglifos
foram registrados em papiros, pedras e em peças
de argila.
A escrita chinesa surgiu há mais de três mil
anos com a finalidade de traduzir conceitos e ima-
gens, por meio de ideogramas, ou seja, um conjun-
to de sinais separados que, ao serem combinados,
representam palavras e conceitos. Utilizavam tiras
de bambu para a escrita, a parte interna era raspa-
da e colocada para secar. As tiras eram furadas na Ideograma chinês exibido no Terracota Army Museum, localizado em Xian,
China.
extremidade, por onde eram unidas por pedaços de
pano, fios de seda e outros materiais, formando livros ou agrupando documentos. Os ideogramas chineses influencia-
ram a formação de outros alfabetos, como o japonês e o coreano.
Ao longo da história, vários foram os suportes utilizados para escrever: peças de cerâmica, pedras, pedaços de
madeira, entre outros, mas o papel ocupa lugar de destaque, pois ainda hoje é o suporte mais utilizado no mundo e sua
invenção foi feita na China, em 105 d.C., por T’sai Lun. Durante 500 anos apenas os chineses dominavam a técnica de
Professor, incentive os alunos a
produção de papel e seu comércio era bastante lucrativo. lerem o artigo Uma breve his-
tória da escrita, que aborda os
Faça em sala: 3 e 4 | Faça em casa: 3 e 4 diferentes suportes usados para
escrever ao longo da história.
O Egito antigo
O Egito antigo é a civilização antiga oriental que mais despertou a curiosidade e o
imaginário ocidental. O desenvolvimento da civilização egípcia tem uma estreita relação
com os ciclos do rio Nilo, indispensável para a sobrevivência da população e fundamental
para compreensão de como ela enxergava a realidade, a vida e a morte e a base de suas
crenças religiosas.
No século V a.C., Heródoto, historiador grego, visitou o Egito e ficou impressionado
com a pujança do rio Nilo e a complexidade da civilização que havia florescido ao longo
desse recurso natural. Diante de tal surpresa, ele escreveu a seguinte frase: “O Egito é
O complexo de pirâmides de Gizé, localizado na cidade do Cairo, é
um símbolo da grandiosidade do Egito antigo, sendo reconhecido
uma dádiva do Nilo”.
como patrimônio da humanidade e um dos destinos turísticos mais Localizado no norte da África e cercado por uma região desértica, o Egito se tor-
procurados do mundo. nou habitável graças ao regime de cheias e vazantes do Nilo, que tornava cultivável uma
área de 30 000 quilômetros quadrados, numa região que chegou a ser habitada por
O Egito antigo 7 milhões de pessoas. Ainda hoje, 90% da população egípcia vive próxima às margens
FENÍCIA Rio Eu
fr
Chipre do rio Nilo.
at
es
Biblos O vale do Nilo compreendia terras geograficamente mais altas ao sul, conhecidas
ão
como Alto Egito, até a região do delta do rio, passando por vastas planícies, identificadas
rd
Sídon
Jo
PALESTINA
INA como Baixo Egito. As cheias duravam de junho a outubro/novembro, e nesse período
AÃ)
(CANAÃ) DESERTO
Jerusalém
lém DA ARÁBIA
os camponeses dedicavam-se à construção e manutenção de obras hidráulicas para a
DESERTO Saís
DA LÍBIA Tânis
Gaza
Mar
irrigação (diques e canais). No período da vazante, que ia de novembro a junho, os cam-
Heliópolis Morto poneses aproveitavam as margens fertilizadas pelas cheias para plantar e colher prin-
Mênfis
Gizé cipalmente trigo e cevada. Ao longo dos séculos, os egípcios passaram a observar a re-
Baixo Egito
Heracleópolis
Alto Egito gularidade das cheias e a associá-las a fenômenos astronômicos e à posição dos astros.
Akhetaton
(El Amarna)
Terras férteis
Por ser uma região fértil e de ligação entre o Mediterrâneo, a Ásia e a África, os mais
Região conquistada
Rio
Mar
no Novo Império diversos grupos étnicos estabeleceram-se às margens do Nilo. Pesquisadores afirmam
Nil
Tínis
o
Extensão máxima
Ver
Vale dos Reis do Novo Império que a necessidade de organizar a produção de alimentos foi o motivo que levou à forma-
mel
Rainhas Pirâmides
Cidade mas hidráulicos, diques e canais, para garantir que as áreas de cultivo fossem suficientes
1ª- catarata Capital
Trópico de Câncer para produzir alimento para uma população cada vez maior. As estruturas políticas locais,
denominadas nómos, tinham a responsabilidade de construir e manter os sistemas hi-
2ª- catarata
Kumma
dráulicos durante o período de cheia do Nilo.
A centralização administrativa foi um processo lento e ocorreu em decorrência da
NÚBIA
3ª- catarata N necessidade de racionalizar o trabalho para que as atividades agrícolas e as grandes
0 245
obras pudessem ser executadas com êxito. Aí reside uma diferença entre os egípcios e
4ª- catarata
km as outras civilizações antigas orientais: a figura do faraó.
35º L Os egípcios não acreditavam que o faraó tinha origem divina ou que era um
Fonte: A história completa do mundo. Rio de Janeiro: Reader’s Digest,
2009. p. 59.
exemplo vivo da divindade. Embora também possa ser reconhecida como uma teo-
cracia, no caso do Egito antigo a relação entre o mundo espiritual e o poder é ainda
Albert6712/Shutterstock
mais estreita. O faraó era proprietário de todas as terras, chefe militar e juiz supre-
mo. Ao longo da história egípcia, os faraós foram identificados com diferentes deu-
ses, como o deus Horo e Amom-Rá. Depois de sua morte, os faraós se transfiguravam
no deus Osíris. Menés teria sido o rei da primeira dinastia, de acordo com a os mitos
egípcios, já que ainda hoje não houve comprovação por arqueólogos e cientistas que
investigam o Egito antigo.
As pirâmides construídas pelos faraós eram uma representação de seu poder. Por
meio de técnicas refinadas, os egípcios levantaram construções resistentes, feitas com
materiais como tijolo de barro, calcário e pedras. Essas enormes edificações foram cons-
truídas para abrigar o corpo do faraó após sua morte, além de alguns bens materiais,
como joias e estatuetas, e outros corpos, de parentes e pessoas próximas. A razão para
a construção de grandes monumentos para pessoas mortas está relacionada ao sistema
de crenças: para os egípcios a morte era a passagem para outra forma de existência e,
Ainda hoje a agricultura no atual Egito utiliza técnicas de irrigação portanto, o corpo físico deveria ser preservado – através da mumificação –, assim como
com as águas do rio Nilo. os bens materiais.
8
História
A sociedade egípcia
A divisão social do Egito antigo está atrelada ao tipo de trabalho executado pelo indivíduo. No topo estava o faraó,
figura mais importante da sociedade, abaixo dele estavam os sacerdotes e sacerdotisas, que tinham benefícios sociais
por causa de sua função religiosa, e os escribas, que, por sua vez, dominavam a escrita e, por isso, ocupavam cargos
administrativos importantes. A base da sociedade era formada por artesãos, escravos de guerra e camponeses, que
trabalhavam na produção de alimentos nas terras do faraó. Uma parte da produção servia para a subsistência e outra
devia ser entregue aos fiscais do Estado como forma de tributo pela utilização da terra.
O faraó ocupava o papel central na sociedade egípcia, pois exercia o controle sobre a cobrança de impostos e a
produção de alimentos, além de ser considerado o sacerdote mais poderoso, chefe militar e juiz supremo. Acreditava-
Supremo: acima de
-se na vida eterna dos faraós, mesmo depois da morte. Aliás, a relação entre a vida e a morte para os egípcios era bas- todas as outras instâncias
tante particular: acreditavam que a morte era uma transição para um outro tipo de existência e, portanto, o momento de poder.
em que a alma se desprendia do corpo.
A preocupação em conservar o corpo dos que faleciam impulsionou o desenvolvimento da mumificação, capaz
de preservar um cadáver por um longo período. Os egípcios desenvolveram um rico conhecimento médico, o caso da
mumificação é exemplo disso. O procedimento era realizado por um especialista que retirava as vísceras, que eram
tratadas separadamente, o corpo era imerso em substâncias e ervas para evitar a deterioração dos tecidos e, por fim,
era enfaixado e selado para impedir a contaminação pelo ar.
De acordo com as crenças egípcias, as doenças eram castigos de deuses ou espíritos maus que se apropriavam do
corpo. Para eles, o cuidado com o corpo e a alma eram indissociáveis, assim, desenvolveram um vasto conhecimento
sobre práticas médicas, como cirurgias, tratamentos dentários e próteses de membros. Existiam locais de estudo e
formação de médicos, nesses locais financiados pelo governo eram desenvolvidas também pesquisas e atendimento
de pessoas doentes. O conhecimento médico era registrado em papiros, por exemplo, o papiro Ebers, um dos mais
importantes encontrados por arqueólogos.
A participação das mulheres na sociedade era significativa e ampla, o que se diferencia da maior parte dos povos
da Antiguidade. Há registro de mulheres que exerciam a medicina, comerciantes, artesãs, escribas e muitas foram
sacerdotisas respeitadas. Além disso, outro fato que demonstra a importância da mulher para a sociedade egípcia é a
importância das deusas femininas, por exemplo, Ísis, que é uma das divindades mais cultuadas pelos egípcios.
Enquanto em outras sociedades antigas o poder central era sempre ocupado por homens, no Egito antigo as mu-
lheres também podiam se tornar faraós na ausência de herdeiros, além de serem consultadas como fonte de sabedo-
ria em momentos de crise. A faraó mais famosa foi Hatshepsut (1470-1450 a.C.), por causa da prosperidade e relativa Faça em sala: 5 e 6 |
paz durante seu governo. Faça em casa: 5 e 6
Rio
do Crescente Fértil e se localiza entre
Ti g
A Ri
Mari
re
I
o
ÍC
Mar
Biblos dois grandes rios: o Tigre e o Eufrates.
Eu f
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ate
Sídon
r
s
Mediterrâneo O nome da região vem do grego e sig-
Tiro Akkad
nifica “terra entre rios” (mesos = meio e
L
Jerusalém
ISR
A Mesopotâmia é caracterizada
PÉ
Uruk Lagash
Deserto
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EGITO por suas planícies abertas, que permi-
Arábico
IA
Ur tiram a confluência de diversos povos
Mesopotâmia
para a região, tornando característica
Go
Persépolis
Suméria (III milênio a.C.) N a alternância do poder entre esses
lfo
muitos grupos. Dentre as civilizações
Pé
Império Babilônico (II milênio a.C.) 0 145
r
Mar
sic
Vermelho
Império Assírio (I milênio a.C.) km que se desenvolveram na região des-
o
tacam-se: os sumérios, os acádios, os
Fonte HERGT, M.; HILGEMANN, W.;
KINDER, H. Atlas histórico mundial: de assírios e os babilônios.
los orígenes a nuestros días. Madrid:
Akal, 2007. p. 30-31. Os povos da Mesopotâmia eram politeístas e acreditavam que a produção agrícola pertencia aos deuses e cabia
aos reis coordenar o armazenamento e a distribuição. A organização social dos povos da Mesopotâmia variou com o
tempo, mas a influência da religiosidade é um elemento comum a todos eles.
Tratava-se de sociedades patriarcais, centradas na figura masculina, em que homens e mulheres eram tratados de
forma desigual. Entretanto, o papel que as mulheres exerceram nessas sociedades variou com o tempo.
As mulheres sumérias, por exemplo, tinham um papel importante na sociedade. Há registros de mulheres
trabalhando como musicistas, dançarinas, escribas e agricultoras. Na prática, exerciam praticamente todas as ati-
vidades feitas por homens, mas em menor escala, poderiam ocupar, até mesmo, cargos importantes na adminis-
tração das cidades e se tornar sacerdotisas poderosas. Destacam-se também as deusas, muito importantes para
as crenças sumérias.
No entanto, a partir de 2000 a.C., os registros feitos por mulheres e sobre papéis desempenhados por elas
na sociedade se tornaram cada vez mais raros. Também é observado pelos arqueólogos a perda da influência de
deusas, com a centralização do culto a divindades masculinas, à medida que se observa a redução do papel da
mulher na sociedade.
Os sumérios
Os sumérios foram os primeiros a estabelecer uma civilização organizada em cidades-Estado independentes na
região sul da Mesopotâmia, por volta de 4000 a.C. Desenvolveram a escrita cuneiforme e um tipo de arquitetura de
tijolos que foi utilizada para a construção de cidades como: Uruk, Eridu e Lagash. As cidades-Estado tinham auto-
nomia política umas em relação às outras. Os reis, que centralizavam os poderes militar, religioso e administrativo,
apresentavam-se como donos de todas as terras e submetiam a população a trabalhos pesados, fosse no campo ou na
construção de obras hidráulicas. Os templos religiosos, chamados de zigurates, eram grandes construções que tam-
bém funcionavam para armazenar alimentos e como sede do governo.
Os sumérios lançaram as bases culturais nos campos da escrita, da Astronomia, da Matemática e das técnicas
agrícolas, influenciando outros povos que viriam a dominar a região.
Ao norte da Suméria, desenvolvia-se o reino da Acádia; nome em referência à principal cidade suméria, reino Acá-
dio. Por volta de 2400 a.C., a região foi dominada pelo rei Sargão I e a Acádia se tornou a capital da Mesopotâmia. Os
sumérios foram dominados porque os acádios tinham exércitos mais ágeis e utilizavam arco e flecha, além de permitir
que os povos mantivessem sua cultura.
10
História
Os babilônios
Os amoritas eram invasores semitas vindos do deserto da Arábia, que ocuparam a região central da Mesopotâmia.
A cidade da Babilônia foi fundada entre 2000 a.C. e 1900 a.C. e seu poder foi imposto a grupos humanos que viviam na
proximidade. Depois de séculos de campanhas militares e agitações sociais, o rei da Babilônia, Hamurabi, conseguiu
impor seu poder em um vasto território da Mesopotâmia.
Criado para controlar a sociedade, o Código de Hamurabi foi baseado na Lei de Talião, que pregava a ideia do
“olho por olho, dente por dente”, ou seja, o criminoso pagaria com um castigo na proporção do delito cometido. O
conjunto de leis regulava a vida política, econômica e social.
Com o fim do governo de Hamu-
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rabi, outras ondas de invasores as-
solaram a região, como os cassitas e
hurritas. Os hititas dominaram a Me-
sopotâmia entre 1500 a.C. e 1137 a.C.,
quando o babilônio Nabucodonosor
conseguiu reunificar a região sob seu
governo. Porém, após sua morte esse
grande império caiu sob o domínio
dos assírios.
Os assírios
Os assírios formaram um dos
maiores impérios da Mesopotâmia.
Vários reinos foram dominados pelos As primeiras leis escritas foram feitas pelo rei Hamurabi. A escrita cuneiforme acádia
assírios e o centro do poder mesopo- łżŏǀƸŏŧŏǭÿģÿƠÿƣÿƣĪŃŏƫƸƣÿƣÿƫŧĪŏƫĪŰǀŰŰżŲŽŧŏƸż᠇ƣĪŏNÿŰǀƣÿěŏÿǿƣŰÿǜÿƢǀĪÿƫ
orientações para a criação do conjunto de leis tinham sido dadas diretamente por
tâmio dirigiu-se para o norte, onde deuses.
estavam localizadas as principais ci-
dades assírias: Nínive, Assur e Nimrud.
O reinado de Assurbanipal foi o mais importante. Ele governou du-
ArtMediaFactory/Shutterstock
rante o apogeu do povo assírio e foi o responsável pela conquista de ter-
ritórios na Palestina, no Egito e, até mesmo, nas planícies persas. O im-
perador foi responsável pela criação, na cidade de Nínive, daquela que é
considerada a primeira biblioteca encontrada pelos arqueólogos. Antes
disso, outros povos da Antiguidade também produziram e armazenaram
documentos escritos, entretanto, a inovação foi a tentativa de Assurbani-
pal de reunir em um único lugar todo o conhecimento produzido pelos
povos antigos até então.
Além da reunião dos textos originários da Babilônia, foram recolhidas e
reproduzidas obras de outros povos, o que tornou a biblioteca uma impor-
tante fonte de informação sobre o mundo antigo. O acervo era formado por
textos religiosos, administrativos e obras literárias, com destaque para as
Antigas tábuas de argila com escrita cuneiforme que pertenciam à biblioteca real do
placas de argila que contam as lendárias histórias de Gilgamesh. rei Assurbanipal em Nínive. Hoje estão expostas no Museu Britânico em Londres.
Os assírios ficaram conhecidos pela força militar, principalmente por-
que, por algum tempo, foram os únicos que produziam armamentos de
ferro, mais resistente que o bronze. Isso garantiu uma vantagem militar em
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relação a seus inimigos. Por causa da supremacia militar e pela violência de
seus ataques, provocaram o medo e o respeito nas cidades vizinhas.
Após a morte de Assurbanipal, os assírios foram, aos poucos, perdendo
as regiões dominadas até que uma união entre os medos e os caldeus, habi-
tantes do sul da Mesopotâmia, pôs fim a esse império.
cultura irrigada, porém esses lugares eram muito escassos. Devido a esses fatores, o pasto-
S
ÍCIO
Lago
Tiberíades reio de animais, sobretudo cabras e ovelhas, era uma prática comum entre os habitantes
FEN
–212 m
Rio
Dor Ya dessa região.
Mar Nazaré
rm
Megido
uk
Mediterrâneo
Samaria
r d ão
Rio Jo
Siquem
Canal do Ghor
Jerusalém
primeiros cinco livros da Bíblia, conhecido no mundo cristão como Antigo Testamento.
Gaza
Hebron A palavra “Torá”, em hebraico, significa ensinar, mostrar os caminhos, o que demonstra a
Mar
Beersheba
Morto importância desses livros como fonte de ensinamento sobre seus valores e sua história.
–416 M
Durante muito tempo, a Torá foi o principal documento histórico sobre o povo hebreu, mas
31° N
JUD
JUDÁ
as interpretações históricas a partir de livros religiosos antigos são limitadas por causa de
questões metodológicas e teóricas. Por serem textos que sofreram sucessivas traduções,
aba
Tamar
Deserto
inclusive por outros povos, suas informações podem ter sofrido alterações e interpretações
Rio Ued-Ar
de Neguev
12
História
Anotações
De acordo com as pesquisas arqueológicas e os textos da tradição judaico-cristã, os hebreus viviam em núcleos
urbanos circundados por uma área agrícola e pastoril. Nesses centros urbanos o número populacional era baixo, a
economia estava relacionada ao que se produzia localmente, com exceção de algumas matérias-primas e itens de luxo
que eram adquiridos por meio das rotas comerciais.
maratr/Shutterstock
A inexistência de condições climáti-
cas e geográficas para o desenvolvimen-
to da agricultura em larga escala, como
no Egito e na Mesopotâmia, não gerou
a necessidade da unificação de um Es-
tado forte em um primeiro momento.
Dessa maneira, as cidades palestinas do
período se constituíam como núcleos in-
dependentes, com lideranças religiosas
ou militares, que mantiveram relações
amistosas ou de guerra ao longo da An-
tiguidade.
A fragmentação das comunidades
hebraicas na Palestina, entre 2800 a.C.
até 70 d.C., possibilitou que diferentes
civilizações invadissem e dominassem
a região, na maioria das vezes isso
permitiu a manutenção cultural e
religiosa, exigindo apenas o pagamento
de tributos ao soberano da vez. Entre os
povos que dominaram a região estão O Muro das Lamentações, localizado em Jerusalém, é considerado um dos lugares
sagrados mais importantes para os judeus. A construção é o último vestígio do segundo
os egípcios, os persas, os babilônios, os templo, construído depois da destruição do Templo de Salomão, no século VI a.C.
macedônios e os romanos.
Os fenícios
Por volta de 3000 a.C., povos de origem semita ocuparam a pequena faixa costeira, parte do atual território do
Líbano, cercada por áreas montanhosas que serviam como defesa natural. Nesse espaço, o clima e a baixa fertilidade
do solo não favoreciam a agricultura, o pouco que se plantava consistia em
Fenícia: culturas adaptadas à região, como cereais, oliveiras e videiras. Videira: nome da
localização Por causa da dificuldade de subsistência, os fenícios desenvolveram um planta cujo fruto é a uva.
intenso comércio marítimo, realizado ao longo do mar Mediterrâneo. Fica-
Talassocracia: a
SÍRIA ram conhecidos pela comercialização, não apenas de produtos, mas também palavra tem origem grega,
de pessoas escravizadas. É também uma característica marcante dos fenícios thálassa: “mar” e kratía:
Arvad a prática da pirataria, em que navios eram saqueados e os produtos roubados “poder” ou “governo”. O
Mar eram, depois, vendidos. Dominavam a metalurgia, com significativa produ- poder era exercido pelos
Trípoli
Mediterrâneo ção de adornos e joias, armas e artefatos de metal. Acreditavam em vários grupos dominantes,
Biblos
LÍBANO principalmente por aqueles
deuses, que eram associados às forças da natureza. que tinham a supremacia
Beirute Baalbek
Os fenícios não tinham um poder centralizado e estavam organizados comercial e bélica no mar.
Sídon em cidades-Estado que adotavam o sistema monárquico, denominado
Sarepta
talassocracia. O poder dos reis era compartilhado com os sacerdotes mais
Tiro
poderosos e por um conselho de anciãos, formado por donos de terras e
Acco SÍRIA
Atlit
ricos comerciantes. Tiro foi a cidade fenícia mais rica e de maior relevância.
Dor ISRAEL O apogeu de seu poder ocorreu entre 1000 a.C. e 800 a.C. Foi dominada
pelos caldeus, pelos persas e, finalmente, pelas tropas macedônicas de
JORDÂNIA
N
Alexandre, o Grande.
Jaffa
Jerusalém 0 60
Asquelom
Mar km
Morto
GAZA Fenícia Fonte: A história completa do mundo.
Rio de Janeiro: Reader’s Digest, 2009. p. 8
13
steve estvanik/Shutterstock
Com o passar do tempo, os fení-
cios desenvolveram os conhecimen-
tos navais para navegar em regiões
cada vez mais distantes. Eles nave-
garam por todo o mar Mediterrâneo
e chegaram até a costa do oceano
Atlântico, onde formaram colônias e
estabeleceram comércio com outros
povos. A colônia mais importante foi
Cartago, localizada no norte da Áfri-
ca, que se tornou um importante en-
treposto comercial dominado pelos
fenícios.
Em razão da necessidade de
desenvolver a escrita para registrar
Devido ao intenso comércio marítimo, os fenícios também foram artesãos habilidosos na e controlar o comércio e a cobrança
ƠƣżģǀğĘżģĪšÿƣƣżƫĪǀƣŲÿƫģĪĜĪƣĈŰŏĜÿƠÿƣÿżƸƣÿŲƫƠżƣƸĪģżƫƠƣżģǀƸżƫ᠇ƫƠĪğÿƫģÿłżƸżŃƣÿǿÿ de tributos, os fenícios criaram um
estão disponíveis no Museu Arqueológico de Valleta, em Malta.
sistema de escrita baseado em um
alfabeto composto de 22 letras. A combinação das letras, lidas da direita para a esquerda, permitia a representação
de qualquer palavra, facilitando a comunicação. Por causa do intenso comércio com outros povos, o alfabeto fenício
acabou influenciando o modelo de escrita desenvolvido por outras civilizações, como gregos e romanos. A escrita
grega, embora tenha invertido o sentido da escrita, ou seja, as palavras passaram a ser lidas da esquerda para a direita,
adotou um alfabeto com 24 letras, muitas delas parecidas com as do fenício. Como apresentavam valor numérico,
as letras gregas ainda são usadas na linguagem matemática. O latim, por sua vez, criado pelos romanos, derivou do
alfabeto grego e exerceu grande influência na formação de algumas línguas ocidentais modernas, como o português,
o espanhol e o italiano. Os fenícios foram, também, grandes conhecedores da Astronomia, que utilizavam para se
Relacione localizar quando navegavam, e da Matemática, essencial à atividade comercial.
A escrita cumpriu um
importante papel na
AndreyO/Shutterstock
comunicação com os povos
que faziam parte das
Alfabeto fenício Alfabeto grego
rotas comerciais fenícias,
tanto que seu alfabeto
influenciou a formação de
outros alfabetos antigos,
como o grego. Atualmente,
a escrita e a comunicação
também são fundamentais
para a sociedade, sobretudo
no século XXI, com o
avanço da internet. A
comunicação tornou-se
mais rápida e em meios
diversificados, e a escrita
ganhou novos símbolos
gráficos, como no caso
dos emojis utilizados nas
redes sociais. Há também
maior disponibilidade
de recursos audiovisuais,
como videoconferências e
mensagens de voz.
Símbolos gráficos:
desenhos com um
significado definido. ƫŧĪƸƣÿƫģżÿŧłÿěĪƸżłĪŲőĜŏżÿƠƣĪƫĪŲƸÿŰƫĪŰĪŧŊÿŲğÿƫĜżŰżÿŧłÿěĪƸżƢǀĪǀƸŏŧŏǭÿŰżƫ᠁ŏƫƫżģĪŰżŲƫƸƣÿÿŏŲǵŧǀįŲĜŏÿƢǀĪƸŏǜĪƣÿŰŲż
desenvolvimento da escrita ocidental.
14
História
Anotações
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Os persas
A origem da civilização persa está relacionada
às ondas migratórias de povos da Ásia Central para
a região do atual Irã, por volta de 1500 a.C. Localiza-
do entre o golfo Pérsico e o mar Cáspio, o planalto
Iraniano foi ocupado pelos medos e pelos persas. As
tribos persas, comandadas pela dinastia Aquemêni-
da, foram dominadas pelo rei dos medos, Ciáxares,
unificando medos e persas em um poderoso impé-
rio. No fim do século VII a.C., o rei Ciáxares uniu-se
Ruínas da cidade de Persépolis, que foi a capital cerimonial do Império
aos caldeus para derrotar os assírios. Depois de sua
Aquemênida, localizado na província de Fars, no atual Irã.
morte, devido à inabilidade administrativa e militar
de seu filho, em 559 a.C., o poder foi tomado por Ciro II, da dinastia Aquemênida, dando início ao Império Persa.
A Pérsia alcançou seu apogeu nas mãos de Dario I (524 a.C.-484 a.C.), entretanto, antes dele, outros reis também
promoveram significativas expansões territoriais, como Ciro II e Cambises.
Durante o reinado de Dario I ocorreu a divisão do império em províncias, denominadas satrapias. Os governantes,
os sátrapas, tinham autonomia sobre seus territórios, mas precisavam se sujeitar à cobrança de impostos imperiais.
Para garantir o controle das satrapias, Dario I investiu na abertura de estradas que ligavam à sede do império e estabe-
leceu uma moeda única, o dárico, a fim de facilitar as trocas comerciais. Relacione
A campanha militar que Dario I empreendeu contra os gregos foi um dos pontos mais importantes de seu reinado. A Síria possui um rico
Apesar de tomar algumas colônias gregas, depois de conquistar o estreito de Bósforo e Dardanelos ,acabou sendo derrotado patrimônio arqueológico,
com registros de diversos
em 490 a.C. na Batalha de Maratona. Seu sucessor, Xerxes I, continuou investindo contra os gregos e acumulou sucessivas povos que viveram na
derrotas até os persas serem definitivamente expulsos em 479 a.C. O conjunto de guerras contra os gregos ficou conhecido Antiguidade, incluindo os
como Guerras Médicas. O nome dessa guerra está relacionado ao fato de que os gregos chamavam os persas de medos. persas. No entanto, essas
A partir de então, os persas foram forçados a reconhecer o poder dos gregos sobre o mar Egeu e a Ásia Menor. Por riquezas estão ameaçadas
algum tempo, conseguiram recuperar o controle sobre a região, aproveitando-se das disputas entre as cidades gregas por uma guerra iniciada
em 2011, quando o grupo
durante a Guerra do Peloponeso. Mas, em 330 a.C., com o assassinato de Dario III, toda a Pérsia e suas satrapias caíram
extremista Estado Islâmico
sob o domínio de Alexandre e dos exércitos macedônicos. (Isis) iniciou sua expansão
Os persas dominaram muitos povos e também sofreram influência de muitas culturas. Contudo, sua religião é no território sírio. Ao longo
bastante original por ser a primeira a apresentar a dicotomia entre o bem e o mal. No início, adoravam vários deuses li- da última década sítios
gados à natureza, como o Sol, a Lua e a Terra, como a maioria das antigas civilizações. Porém, essa crença foi substituí- arqueológicos e museus
da por uma religião conhecida como masdeísmo ou zoroastrismo, pois foi Zoroastro (também chamado de Zaratus- foram bombardeados e
roubados.
tra) quem compilou e propagou seus ensinamentos.
No seu livro sagrado, Zend-Avesta, o zoroastrismo defende a ideia de que existe um deus do bem (Ahura Mazda
ou Ormuz Mazda) e um deus do mal (Arimã), que estão em constante combate na natureza e entre os seres humanos.
Sustenta também que haverá um juízo final e que os bons passarão a eternidade em um paraíso.
Professor, o documento
Faça em sala: 9 e 10 | Faça em casa: 9 e 10
elaborado pela Organização
das Nações Unidas (ONU)
com estratégias e medidas
Império Persa para conter o avanço da
Mar destruição do patrimônio
de
Núcleo originário Aral
histórico da humanidade
Conquistas
localizado na Síria e em ou-
Mar Negro CORASMIA
de Ciro II tras áreas ameaçadas por
MACEDÔNIA CA MA
Conquistas PAD RG
I
causa de guerras foi dispo-
MISIA ÓC Mar AN
de Cambises II IA ARMÊNIA A nibilizado no Plurall. Indique
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de Dario I GANDHARA
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Fonte: HERGT, M.; HILGEMANN, W.; KINDER, H. Atlas histórico mundial (I): de los orígenes a la Revolución Francesa. Madrid: Akal, 2006. p. 64.
15
4. Leia o texto a seguir. A citação da historiadora Sophie Desplancques faz alusão ao Egito
As sociedades agrícolas são arruinadas pela fome quando antigo, especificamente ao período conhecido como Antigo Império,
uma seca, um incêndio ou um terremoto devastam a colheita considerado uma fase de estabilidade política por parte significativa
anual de arroz ou de batata. As sociedades caçadoras-coleto- da historiografia, bem como uma “idade de ouro” de sua civilização, por
ras não estavam imunes a desastres naturais e sofriam perío- parte dos próprios egípcios.
dos de fome e privação, mas em geral eram capazes de lidar
com tais calamidades mais facilmente. Se perdiam alguns de Com base na citação, na figura e nos conhecimentos sobre o Antigo Im-
seus alimentos essenciais, podiam coletar ou caçar outras es- pério, explique um elemento que transmita a noção de poder ligada
pécies, ou migrar para uma área menos afetada. aos faraós no Egito antigo.
HARARI, Yuval Noah. Sapiens – uma breve história da humanidade. O faraó tinha o poder concentrado em suas mãos, por isso exercia
Porto Alegre: L&PM. p. 61.
diversas atribuições, como chefiar o exército, comandar o governo e
Explique a diferença entre as sociedades agrícolas e os caçadores-cole- coordenar a produção. Sua origem era considerada divina e ele era visto
tores discutidos no texto.
como o senhor das terras e das pessoas que viviam em seu território.
O texto afirma que as sociedades agrícolas eram mais vulneráveis
Além disso, os faraós construíram as pirâmides, com câmaras mortuárias,
em relação a intempéries naturais, por exemplo, queimadas, chuvas e
com o objetivo de perpetuar o seu legado.
terremotos, já que a perda da produção comprometia a sobrevivência
c) encontros intercivilizacionais e políticos decorrentes da formação entre o bem e o mal, a partir da existência de dois deuses. No caso do
do antigo Império Egípcio na Europa e na Ásia.
zoroastrismo, o deus bom é Ahura Mazda e o mau, Angra Mainyu.
d) diálogos e trocas culturais transcorridos na região do mar Mediterrâ-
neo na Antiguidade.
Faça em casa
1. (Enem – PPL) 2. Leia o texto a seguir.
Os nossos ancestrais dedicavam-se à caça, à pesca e à co- O povoamento da América não ocorreu sem derramamento
leta de frutas e vegetais, garantindo sua subsistência, porque de sangue. Deixou para trás um longo rastro de vítimas. A fau-
ainda não conheciam as práticas de agricultura e pecuária. na americana há 14 mil anos era muito mais rica do que hoje.
Uma vez esgotados os alimentos, viam-se obrigados a transfe- Quando os primeiros americanos marcharam rumo ao sul, do
rir o acampamento para outro lugar. Alasca para as planícies do Canadá e o oeste dos Estados Unidos,
HALL, P. P. Gestão ambiental. São Paulo: Pearson, 2011 (adaptado). encontraram mamutes e mastodontes, roedores do tamanho de
ursos, rebanhos de cavalos e de camelos, leões gigantes e deze-
O texto refere-se ao movimento migratório denominado nas de espécies grandes que são completamente desconhecidas
em nossos dias, entre as quais os temíveis tigre-dentes-de-sabre
a) sedentarismo. d) nomadismo.
e as preguiças-gigantes, que chegavam a pesar 8 toneladas e po-
b) transumância. e) pendularismo. diam ter até 6 metros de altura. A América do Sul abrigava uma
c) êxodo rural. Resposta: D coleção ainda mais exótica de grandes mamíferos, répteis e aves.
18
História
As Américas eram um grande laboratório de experimentação e privilegiado de comunicação entre as pessoas. Por meio de
evolutiva, um lugar em que animais e plantas desconhecidos na registros escritos há milhares de anos, ficamos sabendo como
África e na Ásia haviam evoluído e prosperado. era a vida e a organização social de povos que viveram muito
HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da antes de nós. A invenção não surgiu por acaso, mas como con-
humanidade. Porto Alegre: L&PM, 2016. p. 81. sequência das mudanças profundas nas sociedades durante o
período do surgimento das primeiras cidades.
a) Apresente a consequência do povoamento da América descrita INVIVO – FIOCRUZ. Como se deu o desenvolvimento da escrita?
no texto. Rio de Janeiro, 4 ago. 2015. Disponível em:
http://www.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2015/08/como-se-deu-o-
O texto mostra o impacto provocado pelo povoamento da América,
desenvolvimento-da-escrita. Acesso em: 23 jan. 2020.
por causa da dizimação de espécies animais e vegetais que eram
a) Explique como o conhecimento e as tradições eram transmitidos
encontradas apenas no continente. antes da invenção da escrita.
b) /ǢƠŧŏƢǀĪÿÿǿƣŰÿğĘżģĪƢǀĪÿŰīƣŏĜÿƸĪƣŏÿƫŏģżÿŲƸĪƫģżƠżǜżÿᠵ O conhecimento era transmitido de forma oral de uma geração para
mento um “grande laboratório de experimentação evolutiva”. outra. Depois da invenção da escrita, a oralidade permaneceu sendo
A ausência da interferência humana possibilitou o desenvolvimento de
um elemento importante para a memória dos povos antigos.
espécies que eram encontradas apenas na América. O estudo sobre
b) SģĪŲƸŏǿƢǀĪ ÿƫ ᡆŰǀģÿŲğÿƫ ƠƣżłǀŲģÿƫ Ųÿ ƫżĜŏĪģÿģĪᡇ Ĝÿǀƫÿģÿƫ ƠĪŧż
plantas e animais que viviam no continente permite a maior ƫǀƣŃŏŰĪŲƸżģÿƫƠƣŏŰĪŏƣÿƫĜŏģÿģĪƫĪƢǀĪŏŲǵŧǀĪŲĜŏÿƣÿŰŲÿŏŲǜĪŲğĘż
compreensão sobre a evolução de espécies. da escrita.
Com a formação das primeiras cidades e do comércio de trocas,
3. (Fuvest)
houve a necessidade de organizar e registrar as trocas comerciais e
Ao primeiro brilho da alvorada chegou do horizonte uma
nuvem negra, que era conduzida [pelo] senhor da tempesta- a administração dos tributos cobrados, o que motivou a invenção da
de (...). Surgiram então os deuses do abismo; Nergal destruiu escrita.
as barragens que represavam as águas do inferno; Ninurta, o
deus da guerra, pôs abaixo os diques (...). Por seis dias e seis 5. (Enem) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de to-
noites os ventos sopraram; enxurradas, inundações e torren- dos os quadrantes do planeta desejosos de ver com os próprios olhos a
tes assolaram o mundo; a tempestade e o dilúvio explodiam
grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides
em fúria como dois exércitos em guerra. Na alvorada do séti-
de Gizé, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construí-
mo dia o temporal (...) amainou (...) o dilúvio serenou (...) toda
dos ao longo do Nilo. O que hoje se transformou em atração turística
a humanidade havia virado argila (...). Na montanha de Nisir o
barco ficou preso (...). Na alvorada do sétimo dia eu soltei uma
era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois
pomba e deixei que se fosse. Ela voou para longe, mas, não a) ƫŏŃŲŏǿĜÿǜÿ᠁ĪŲƸƣĪżǀƸƣżƫÿƫƠĪĜƸżƫ᠁żƠżģĪƣƢǀĪżƫłÿƣÿŽƫƸŏŲŊÿŰƠÿƣÿ
encontrando um lugar para pousar, retornou. Então soltei um escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam
corvo. A ave viu que as águas haviam abaixado; ela comeu, (...) nesses monumentos. Resposta: A
grasnou e não mais voltou para o barco. Eu então abri todas as
b) representava, para as populações do Alto Egito, a possibilidade de
portas e janelas, expondo a nave aos quatro ventos. Preparei
um sacrifício e derramei vinho sobre o topo da montanha em
migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos.
oferenda aos deuses (...). c) ƫŏŃŲŏǿĜÿǜÿÿƫżŧǀğĘżƠÿƣÿżƫƠƣżěŧĪŰÿƫĪĜżŲƀŰŏĜżƫ᠁ǀŰÿǜĪǭƢǀĪżƫ
ANÔNIMO. A epopeia de Gilgamesh. São Paulo: łÿƣÿŽƫƫÿĜƣŏǿĜÿǜÿŰÿżƫģĪǀƫĪƫƫǀÿƫƣŏƢǀĪǭÿƫ᠁ĜżŲƫƸƣǀŏŲģżƸĪŰƠŧżƫ᠇
Martins Fontes, 2001.
d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obri-
Com base no texto, registrado aproximadamente no século VII a.C. e gando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que en-
que se refere a um antigo mito da Mesopotâmia, bem como em seus grandeceram o próprio Egito.
conhecimentos, é possível dizer que a sociedade descrita era e) ƫŏŃŲŏǿĜÿǜÿǀŰƠĪƫżƠÿƣÿÿƠżƠǀŧÿğĘżĪŃőƠĜŏÿ᠁ƢǀĪĜżŲģĪŲÿǜÿżŧǀǢż
a) ŰĪƣĜÿŲƸŏŧ᠁ƠÿĜőǿĜÿ᠁ƠżŧŏƸĪőƫƸÿĪĜĪŲƸƣÿŧŏǭÿģÿ᠇ faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.
b) agrária, militarizada, monoteísta e democrática. 6. (Unesp)
c) manufatureira, naval, monoteísta e federalizada.
Dentro das condições mais suaves do Egito, com céus sem
d) mercantil, guerreira, monoteísta e federalizada. nuvens e uma enchente anual previsível e uniforme, uma re-
e) agrária, guerreira, politeísta e centralizada. Resposta: E gularidade moderada contrasta com o ambiente tempestuoso
e turbulento, os relâmpagos, as catastróficas torrentes e inun-
4. Leia o texto a seguir. dações, das regiões mais orientais. Tão logo os novos cereais e
A escrita é, portanto, uma invenção decisiva para a histó- a cultura do arado foram introduzidos no Egito, houve seme-
ria da humanidade. Ela é a representação do pensamento e da lhante superabundância de alimentos, e por causa dela, sem
linguagem humana por meio de símbolos. Um meio durável dúvida, uma superabundância de bebês. Mas todos os feitos
19
As cheias regulares do Nilo fertilizam as terras ribeirinhas, o que arrecadados e informações importantes sobre a administração.
texto a justifica a partir da ausência de desastres naturais e de inimigos e sociedade e pela centralização de esforços para a construção de obras
invasores. Entretanto, é importante ressaltar que, para as classes sociais de irrigação, aumentando as áreas agricultáveis. Com a produção de
inferiores – camponeses e escravos de guerra – a visão de que a vida era um excedente de produção, as trocas comerciais se intensificaram.
boa não devia ser plena. 9. Leia o texto sobre o processo de colonização empreendido pelos fenícios.
7. (UFPB) Uma das regiões de maiores conflitos civilizacionais, ao longo da O oeste da Sicília, a Sardenha e a Córsega também foram
ocupados, formando um mar “fenício”, cujo centro era a cidade
História, é a do Oriente Médio. Na Antiguidade, parte dessa região foi
de Tiro. É possível associar esse movimento populacional fe-
ocupada pelo Império Babilônico. Embora a riqueza de sua civilização
nício não apenas às vantagens do comércio, mas também às
não seja tão conhecida, a Babilônia povoa o imaginário social até os tem-
pressões exercidas pela expansão do Império Assírio, cada vez
pos contemporâneos, em diversas manifestações culturais, a exemplo mais agressivo.
da ópera “Nabucodonosor” (do compositor italiano Giuseppe Verdi) e de
GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2018. p. 67.
algumas músicas brasileiras atuais, como a apresentada a seguir.
O expansionismo fenício analisado no texto está relacionado aos
“Suspenderam os Jardins da Babilônia
e eu para não ficar por baixo a) interesses comerciais e tensões militares.
Resolvi botar as asas para fora, porque b) aliados egípcios e persas na luta contra os assírios.
Quem não chora daqui, não mama dali [...]”
c) prejuízos causados pela redução da produção agrícola.
MARCUCCI, Lee; LEE, Rita. Jardins da Babilônia, 1978. Disponível em:
www.cliquemusic.com.br. Acesso em: 15 ago. 2006. d) gastos com grandes construções nos territórios continentais.
e) comerciantes revoltados com os boicotes promovidos por outros po-
Sobre a civilização babilônica, é correto afirmar: vos. Resposta: A
a) ĜżŲǿŃǀƣÿğĘżŃĪżŃƣĀǿĜÿģĪƠŧÿŲőĜŏĪ᠁ŲÿrĪƫżƠżƸĈŰŏÿ᠁łżŏĪŧĪŰĪŲᠵ
10. Leia o texto a seguir.
to favorável a invasões de numerosos povos, que conseguiram convi-
O exemplo mais famoso das tentativas inovadoras de Ciro
ǜĪƣĪŰǀŰ/ƫƸÿģżǀŲŏǿĜÿģż᠁ĪƫƸĀǜĪŧĪģǀƣÿģżǀƣż᠇
de conquistar a aprovação de uma nação dominada por seu im-
b) A Babilônia foi fundada e tornou-se capital durante a primeira uni- pério foi a ordem de que os judeus exilados na Babilônia tives-
ǿĜÿğĘż ƠżŧőƸŏĜÿ Ųÿ ƣĪŃŏĘż᠁ ż £ƣŏŰĪŏƣż SŰƠīƣŏż ÿěŏŧƀŲŏĜż᠁ ƢǀÿŲģż sem permissão para retornar à sua terra natal e reconstruir seu
cessaram as ondas migratórias na Mesopotâmia. templo. Ele inclusive lhes ofereceu auxílio financeiro. Ciro não se
c) A desagregação do Primeiro Império Babilônico não mais permitiu via como um rei persa que governava os judeus – ele era também
żǀƸƣÿǀŲŏǿĜÿğĘżƠżŧőƸŏĜÿŲÿƣĪŃŏĘż᠁ŏŰƠĪģŏģÿƠĪŧżƫÿƫƫőƣŏżƫ᠁Ơżǜżģż o rei dos judeus e, portanto, responsável por seu bem-estar.
norte da Mesopotâmia, ainda hoje remanescente no Iraque. HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade.
Porto Alegre: L&PM, 2016. p. 203.
d) O esplendor da Babilônia ocorreu no Segundo Império, com a cons-
trução de grandes obras públicas: as muralhas da cidade, os palá- Caracterize a postura do imperador persa, Ciro, em relação aos povos
cios, a Torre de Babel e os Jardins Suspensos. dominados.
e) A cultura babilônica, como a dos povos mesopotâmicos, em geral, Ciro adotou uma postura inovadora em relação a seus antecessores, pois
apresentou um grande desenvolvimento da Astronomia, da Medici- não enxergava os povos conquistados como uma possessão que deveria
na e da Matemática, que se separaram, respectivamente, da astrolo-
ser explorada, ele compreendia que o cuidado com o bem-estar desses
gia, da magia e da mística dos números. Resposta: D
povos facilitava a aceitação de seu poder e a defesa dos interesses da
8. (Fuvest) No Egito antigo e na Mesopotâmia, assim como nos demais
Pérsia por aqueles que estavam sob seu comando.
lugares onde foi inventada, a escrita esteve vinculada ao poder estatal.
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História
Junte os pontos
Chegamos ao fim da unidade, e agora é hora de sintetizar os conteúdos trabalhados. Como você verá no esquema a seguir, os conteúdos que
estudamos nos capítulos mantêm relações entre si e servem de fundamento para assuntos que ainda trabalharemos neste material. Observe com
atenção o mapa esquemático e responda às questões a seguir.
Primórdios da
humanidade
Paleolítico Neolítico
Nomadismo; Sedentarismo;
Sociedades ágrafas Pedra lascada. Domesticação de
animais e plantas;
Idade dos Metais.
Paleolítico Neolítico
Sumérios: Babilônios:
escrita cuneiforme; amoritas;
construção de zigurates; cidade de Babilônia;
Sargão I. Código de Hamurabi.
Mesopotâmia
Assírios: Caldeus:
Assurbanipal; Nabucodonosor II;
Dominaram vastos territórios; Grandes obras: Jardins Suspensos da Babilônia
Biblioteca de Nínive. e Torre de Babel;
Cativeiro de Babilônia.
1. Caracterize e diferencie o nomadismo e o sedentarismo durante os pri- 2. Identifique duas semelhanças entre as civilizações antigas estudadas
mórdios da humanidade. na unidade.
O nomadismo é um modo de vida caracterizado pela ausência de Importância dos rios e mares para a constituição dessas civilizações,
moradia fixa. O principal motivador para o deslocamento é a busca pela crença de que o governante era representante das vontades divinas,
sobrevivência e pela proteção contra eventos climáticos e outras ameaças assimilação de tradições de outros povos com que tiveram contato e
sobrevivência.
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