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Introdução..................................................................................................................................3
Capítulo I...................................................................................................................................4
Capítulo II..................................................................................................................................9
III. Conclusão...........................................................................................................................11
IV. Bibliografia........................................................................................................................12
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1. Introdução
O presente trabalho de pesquisa surge no âmbito da cadeira de Didáctica da História II, e tem
como tema: As fontes históricas; como objecto: a classificação de fontes históricas; e como
aspecto: documentos históricos, manuais e textos de apoio de História; pois, uma das
temáticas pertinentes à discussão sobre ensino de história nas últimas décadas se refere ao uso
de documentos históricos na prática de sala de aula e mais especificamente desde o fim do
século XX até o momento, com vistas à produção do conhecimento em sala de aula.
1.1. Objectivos:
Gerais:
Específicos:
1.3. Relevância
Capítulo I:
Segundo PINSK (2005, p.7), as fontes históricas são o material o qual os historiadores
se apropriam por meio de abordagens específicas, métodos diferentes, técnicas variadas para
tecerem seus discursos históricos.
JANOTTI (2005, p.11) avança que, desde metade do século XIX quando a História se
estabelece como disciplina académica, métodos rigorosos de análises foram impostos,
privilegiando o documento escrito e oficial, pautando-se na autenticidade do documento,
tendo este como o “relator da verdade”, do fato histórico em si. Essa concepção está
intimamente ligada à escola metódica de preceitos positivistas, que acreditava que a
comparação de documentos permitia reconstituir os acontecimentos do passado, desde que
encadeados numa correlação explicativa de causas e consequências.
De acordo com Silva (2006, p.159), após 1930 com a contribuição da escola dos
Analles, influenciados pelas teorias de karl Marx sobre a pretensa objectividade imparcial da
história e o materialismo histórico1, o fato descrito através dos documentos oficiais deixa de
ser visto como portador de uma verdade irrefutável, uma vez que o fato histórico deveria ser
construído pelo historiador a partir de uma conjunção entre o presente e o passado. Desta
forma, o próprio sentido dado ao documento também se ampliou deixou de ser apenas o
registro escrito e oficial e não importava mais a veracidade do documento. Segundo Silva
(2006):
1
O materialismo histórico é uma abordagem metodológica ao estudo da sociedade, da economia e da
história que foi pela primeira vez elaborada por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). O
materialismo histórico procura as causas de desenvolvimento e mudanças na sociedade humana nos meios pelos
quais os seres humanos produzem colectivamente as necessidades da vida. De acordo com a tese do
materialismo histórico defende-se a evolução histórica, desde as sociedades mais remotas até actual, se dá pelos
confrontos entre diferentes classes sociais de correntes da ‘‘exploração do homem pelo homem’’ (SILVA, 2006,
p.161).
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FONSECA (2005, p.82) sustenta que, influenciados pela historiografia dos Analles 2,
os seguidores da Nova História na segunda metade do século XX abarcaram em seus estudos
históricos as mais diversas fontes como a literatura, as imagens ou a cultura material. Este
factor modificou o conceito de fontes históricas, entendendo-as como vestígios, registos do
passado ligados directamente aos estudos como o quotidiano, o imaginário, a alimentação, as
tradições, a cultura, etc. No entanto, os documentos escritos não perderam seu valor, mas
passaram a ser reinterpretados partindo de técnicas interdisciplinares.
Nesse contexto, “Fonte Histórica”, é tudo aquilo que, produzido pelo homem ou
trazendo vestígios de sua interferência, pode nos proporcionar um acesso à compreensão do
passado humano. Neste sentido, são fontes históricas tanto os já tradicionais documentos
textuais3 (crónicas, memórias, registros cartoriais, processos criminais, cartas legislativas,
obras de literatura, correspondências públicas e privadas e tantos mais) como também
quaisquer outros que possam nos fornecer um testemunho ou um discurso proveniente do
passado humano, da realidade um dia vivida e que se apresenta como relevante para o
Presente do historiador (Ibid:83).
Fontes Históricas
Primários
Utensílios e instrumentos da
civilização material; Vestígios
Materiais
arqueológicos; monumentos;
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A historiografia dos Annales: novos paradigmas e o alargamento do conceito de fontes Históricas. A
partir da organização da Escola dos Annales, com Marc Bloch e Lucien Febvre, o “pensamento histórico
desenvolvido rompeu com as amarras conceituais e metodológicas herdadas da historiografia oitocentista”. No
entanto, é com o surgimento dos Annales em 1930, no bojo das transformações pretendidas, entre elas, a história
passar a ser entendida na longa duração, o foco dos estudos históricos passou a ser a economia e sociologia,
psicologia colectiva, propondo uma interdisciplinaridade, rompendo com a história política tradicional a qual
julgavam superficial (JANOTTI, 2005, p.13).
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Incluem-se como possibilidades documentais desde os vestígios arqueológicos e outras fontes de
cultura material (a arquitectura de um prédio, uma igreja, as ruas de uma cidade, monumentos, cerâmicas,
utensílios da vida quotidiana) até representações pictóricas e fontes da cultura oral (testemunhos colhidos ou
provocados pelo historiador) (JANOTTI, 2005, p.14).
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Diplomáticas (régias);
Eclesiásticas (bulas);
Epigráficas (inscrições);
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As fontes históricas são todos vestígios ou materiais que permitem ao historiador reconstruir o passado
da humanidade. É tudo aquilo que, produzido pelo homem ou trazendo vestígios de sua interferência, pode nos
proporcionar um acesso á compreensão do passado humano. Fonte histórica, documento, registro, vestígio são
todos termos correlatos para definir tudo aquilo produzido pela humanidade no tempo e no espaço; a herança
material e imaterial deixada pelos antepassados que serve de base para a construção do conhecimento histórico
(SILVA, 2006, p.158).
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De acordo com Janotti (2005, p.12), a discussão sobre as fontes neste trabalho, ainda
que de uma maneira sintetizada, busca demonstrar qual o material que os historiadores
utilizam ao fazer a história. As fontes históricas são para os historiadores, aquilo que o
permite moldar seu pensamento sobre a história, seria o barro para o artesão, que forja entre
seus dedos uma representação do que ele próprio está envolvido.
BLOCH (2001, p.79) afirma que quando o historiador trabalha com as fontes
históricas, este, como se pode observar tece determinadas interpretações, influenciado pelo
seu presente. No entanto, o historiador, a partir de outros textos, de elementos diversos
inscritos em uma historicidade específica, contextualizada, busca a compreensão do
significado de tal fonte, busca qual representação de mundo esta inserida o grupo que a
forjou.
Neste sentido, o passado deve servir para compreender como viviam os homens do
passado, e principalmente estabelecer a relação com o presente. Ainda segundo Bloch: “A
ignorância do passado não se limita a prejudicar a compreensão do presente; compromete no
presente a própria acção” (BLOCH, 2001, p.80).
LE GOFF (1984, p.111) afirma que uma primeira operação importante para o
historiador que adentra o trabalho de reconstrução de um processo histórico é iniciar um
sistemático processo de compreensão acerca das próprias fontes que utilizará em seu trabalho
historiográfico, sejam elas quais forem. Para isso, vários autores na área de Teoria e
Metodologia têm proposto “taxonomias5” – como forma de melhor compreender cada tipo de
fonte que se pode ter à disposição ou que se possa constituir no processo de produção do
conhecimento histórico.
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Uma taxonomia é uma classificação, uma maneira de entender melhor este vasto e complexo universo
que constitui o conjunto de todas as fontes históricas possíveis – o que, rigorosamente, coincide com toda a
produção material e imaterial humana que pode permitir aos historiadores interagirem com as várias sociedades
localizadas no tempo. Uma taxonomia deve ser útil para a própria avaliação problematizada das fontes. Uma
taxonomia deve permitir ao historiador fazer algumas perguntas fundamentais às suas fontes (LE GOFF, 1984,
p.111).
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1.3. O uso das fontes históricas em sala de aula: o documento histórico e sua utilização
como ferramenta na aprendizagem histórica.
SIMAN (2004, p.88) realça que o professor age como um mediador e através do
diálogo, ou seja, do entrelaçamento entre sua fala e a fala do aluno de forma dinâmica
propicia a atribuição de novos significados sobre a história, sobre conceitos históricos. Este
pode utilizar mediadores culturais (fontes históricas) tentando circular assim uma interacção
entre um objecto da história e as representações que os alunos irão formar sobre a história.
Assim:
Capítulo II:
Desse modo, a orientação para o trabalho com documentos históricos nas séries
iniciais do ensino fundamental leva em conta que as crianças pequenas estão iniciando seu
contacto com as diversas linguagens comunicativas e, nessa fase, prevalecem os estudos
comparativos, a percepção de semelhanças e diferenças, permanências e transformações de
costumes e organização do grupo familiar (Idem).
LE GOFF (1984, p.103), sobre a questão de documentos históricos, avança que não é
o documento que se faz por si só ser uma fonte histórica, mas a validade e importância que o
historiador concede a ele. É preciso salientar que nem todos os documentos manuscritos,
impressos, talhados, desenhados, rabiscados, etc., possuam um valor histórico significativo.
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Os documentos históricos: literários (poesia, obra teatral, prosa, crónicas, cartas, documentos
administrativos, Relatos históricos, Testemunhos, Jurídicos (lei, decreto, carta régia, etc.); o termo mais clássico
para conceituar a fonte histórica é o documento (PINSK, 2005, p.11).
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III. Conclusão
Terminado o trabalho conclui-se que uma das temáticas pertinentes à discussão sobre
o ensino de História nas últimas décadas se refere ao uso de documentos históricos na prática
de sala de aula e mais especificamente desde o fim do século XX até o momento, com vistas
à produção do conhecimento em sala de aula. Não obstante, sustenta-se que a palavra
‘‘documento histórico’’ é empregada frequentemente como sinónimo de fonte histórica, pelo
que há algum tempo, essa palavra era até mais comum no linguajar do historiador do que
‘‘fonte histórica’’.
Todavia, as fontes históricas não devem ser simplificadas a uma mera ilustração de
conteúdos, uma vez que se traduzem em artefactos culturais repletos de intencionalidades. As
fontes devem assumir um papel fundamental de significação na estrutura cognitiva do aluno:
demonstrar as representações que determinados grupos forjaram sobre a sociedade em que
viviam como pensavam ou sentiam, como se estabeleceram no tempo e no espaço; como
servir para que o aluno seja capaz de fazer diferenciações, abstracções que o permitam fazer a
leitura das distintas temporalidades as quais estamos submetidos.
Portanto, não é o documento que se faz por si só ser uma fonte histórica, mas a
validade e importância que o historiador concede a ele. É preciso salientar que nem todos os
documentos manuscritos, impressos, talhados, desenhados, rabiscados, etc., possuam um
valor histórico significativo. Os documentos históricos: literários (poesia, obra teatral, prosa,
crónicas, cartas, documentos administrativos, Relatos históricos, Testemunhos, Jurídicos (lei,
decreto, carta régia, etc.); o termo mais clássico para conceituar a fonte histórica é o
documento.
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BLOCH, Marc. Apologia da História ou ofício do historiador. Tradução André Telles. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001, p.79-81.
JANOTTI, Maria de Lourdes. O livro de Fontes históricas como fonte. In: Fontes históricas.
PINSK, Carla Bassanezi (org). São Paulo: Contexto, 2005, p.11-16.
PINSK, Carla Bassanezi. Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005, p.7-18.
SIMAN, Lana Mara de Castro. Ensino de História e Educação. In: ZARTH, Paulo A. e
outros (orgs). Ijuí: Ed. UNIJUÍ: 2004, p.82-88.