Também conhecida como Questão do “Bom Senso e Bom Gosto”
Uma das mais importantes polémicas literárias portuguesas e a maior em todo o século XIX POLÉMICA: começou em outubro de 1865: quando António Feliciano de Castilho referiu, na carta-posfácio ao Poema da Mocidade, a moderna escola de Coimbra e a sua poesia ininteligível, ridicularizando a ideologia filosófica e os novos modelos literários ↳ uma referência provável às teorias filosóficas e poéticas de Teófilo Braga e de Antero de Quental. Antero de Quental respondeu com o panfleto “Bom Senso e Bom Gosto”, carta dedicada ao António Feliciano de Castilho, em que definiu a obra do mesmo como "um sacerdócio, um ofício público e religioso de guarda incorruptível das ideias, dos sentimentos, dos costumes, das obras e das palavras” ↳ Antero critica, na poesia de António, a “palavra" em vez da "ideia"; a poesia decorativa dos "enfeitadores das ninharias luzidias"; a poesia conservadora dos que "preferem imitar a inventar; e a imitar preferem ainda traduzir"; ou seja, a poesia que "soa bem, mas não ensina nem eleva". De um lado, estava António Feliciano de Castilho, escritor romântico; de outro, o grupo de estudantes da Universidade de Coimbra, defensores do realismo: Antero de Quental, Teófilo Braga e Vieira de Castro. QUESTÃO COIMBRÃ: o marco inicial do movimento realista em Portugal. ↳ representou uma nova forma literária, elevando aspetos de renovação literária ↳ critica as posturas de atraso cultural da sociedade portuguesa da época, alegando à falsidade contida na literatura romântica
Conferências Democráticas do Casino:
Foram organizadas por um grupo de intelectuais portugueses (a geração de 70) que pretendia debater os problemas do país e aproveitar a onda de mudança que se vivia noutros pontos da Europa MAIO DE 1871: um grupo de jovens escritores e intelectuais (Antero de Quental, Eça de Queiroz, Oliveira Martins e Teófilo Braga), assinaram um manifesto onde se aperceberam da necessidade de renovar o panorama literário português Era suposto realizar dez “conferências democráticas” no Casino Lisbonense: a primeira teve lugar a 22 de maio, realizada por Antero de Quental. Apenas foram feitas cinco, uma vez que, a 26 de junho, a ordem de proibição restringiu a realização das restantes conferências ↳ a decisão do governo foi um ato de censura e uma tentativa de impedir a difusão das novas ideias (nomeadamente o socialismo): consideradas indisciplinadas; uma ameaça à religião e aos interesses do estado e da monarquia